O documento descreve os principais conceitos de morfologia, incluindo:
1) As classes de morfemas (radical, prefixo, sufixo, desinência);
2) Os processos de formação de palavras (composição e derivação);
3) Os tipos de derivação (prefixal, sufixal, parassintética, regressiva, imprópria).
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Estrutura Palavras
1. Estrutura e formação de
palavras
se
nasce
morre nasce
morre nasce morre
renasce remorre renasce
remorre renasce
Remorre
re re
desnasce
desmorre desnasce
desmorre desnasce desmorre
nascemorrenasce
morrenasce
morre
se Haroldo de Campos
4. Morfemas que constituem a
palavra
Língua frases significado
significante palavras
fonemas
Fonemas = menores unidades sonoras de uma palavra.
Ex: fixo - /f/ /i/ /k/ /s/ /o/
Unidades de ordem morfológica
Ex: pedr a em pedr ado
pedr eira (...)
pedr egulho
5. Classificação dos morfemas
1- Radical – base significativa da palavra.
Palavras que contêm um núcleo significativo comum – pertencem à
mesma família – são chamadas COGNATAS.
Ex: lua
luar
lunático
enluarada
• As palavras “leitura” e “lição” são cognatas, embora não
possuam a mesma sequência de fonemas; o termo “lição”
significa “ato de ler”.
2- Prefixo – em nossa língua são de origem grega ou latina. Os
prefixos são postos ANTES do radical e possuem uma
significação.
Ex: apatia – a + patia = “pathos” (grego) = paixão
“a” ( prefixo grego) = negação, privação
apatia = ausência de emoção.
6. Classificação dos morfemas
3- Sufixos – elemento colocado APÓS o radical. Os sufixos podem
ser nominais, verbais ou adverbiais.
Sufixo nominal (forma substantivos, adjetivos) – Ex: realismo –
beleza.
Sufixos verbais ( forma verbos) – Ex: afrancesar – repartir ...
Sufixos adverbiais ( forma advérbios) – Ex: lealmente
Os sufixos podem indicar:
• Grau aumentativo – corpanzil , dentuça, cabeçorra ...
• Grau diminutivo – riacho, chuvisco , ilhota ...
• Superlativo – paupérrimo, dificílimo ...
• Noção de quantidade – chumaço, mulherio, cardume...
• Resultado de ação, estado ou qualidade – maldade, civismo ...
• Origem, procedência – catanduvense , sergipano, europeu ...
• Profissão, ofício – dentista, carcereiro, professor ...
• Onde se pratica a ação – bebedouro, refeitório...
• Nomenclatura científica – sulfato , anilina, celulose ...
7. Neologismo
Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
Manuel Bandeira
* O verbo “teadorar” é um neologismo.
Só se inventam verbos terminados em
sufixo “ar”.
8. Classificação dos morfemas -
continuação
4- Desinências : verbais
nominais
- Desinências verbais indicam o : tempo, o modo, o
número e a pessoa em que se encontram os verbos.
Ex: cantássemos
cant – radical
a – vogal temática ( verbo de 1ª conjugação)
cant + a = canta - tema
sse – desinência modo- temporal ( pret. imp. do subj.)
mos – desinência número-pessoal ( 1ªp. do plural)
9. Classificação dos morfemas
5- Desinência nominal – indica o gênero e o número dos
nomes (subst./ adj.).
Ex: garotas
garot – radical
a – d.n. (feminino)
S – d.n. (plural)
Ex: rosa
ros – radical
a – v.t. (nominal) * Não há masculino para a palavra “rosa”, neste caso,
após o radical, temos a vogal temática nominal.
10. Processo de formação de
palavras
As palavras podem ser formadas por dois processos:
composição – radicais que se unem por :
• Justaposição ou aglutinação – formando uma nova palavra.
• Composição por justaposição – não há perda de fonemas na
junção de dois ou mais radicais.
Ex: pé-de-moleque ( pé + de + moleque)
girassol ( gira + sol) - *O “s” foi duplicado por razões fonéticas
• Composição por aglutinação – há perda de fonema na junção de
dois ou mais radicais.
Ex: vinagre – vinho + acre
aguardente – água + ardente
planalto – plano + alto
boquiaberto – boca + aberta
11. Revisando:
Classificação dos morfemas
Os morfemas em uma palavra podem ser classificados em:
1- radical
2- vogal temática ( nos verbos marca a conjugação : 1ª (a) – 2ª (e)
– 3ª (i) e, nos nomes, caso não haja opção de mudança de
gênero, como em “pent+ e” / “ros+a” ...
3- tema – junção do radical + vogal temática
4- prefixos – elemento colocado antes do radical.
5- sufixos – elemento colocado após o radical.
6- desinências: verbal e nominal.
Desinência verbal – marca o tempo, o modo, o número e a pessoa
dos verbos. Ex: partiriam – part - radical / i - v.t. / parti - tema / ria
–d.m.t.
fut. do pret. do indicativo / m – d.n.p. ( 3ª pessoa do plural).
Desinência nominal – marca o gênero e o número ( nos
substantivos e adjetivos). Ex: Menin - o – s .
12. Morfemas insignificativos
7- Vogal de ligação e consoante de ligação – são morfemas que
não possuem significação, servem apenas para evitar
dissonâncias (hiatos, encontros consonantais), sequências
sonoras indesejáveis.
Ex: cafe + z + inho
radical = cafe
z = consoante de ligação
inho = sufixo diminutivo.
Ex: gasômetro
gas = radical
o = vogal de ligação
metro = sufixo
13. Formando palavras derivadas
– tipos de derivação
1- Derivação prefixal – cria-se uma palavra derivada a
partir de um prefixo.
Ex: des + leal = desleal
a + normal = anormal
hiper + tensão = hipertensão
2- Derivação sufixal – cria-se uma palavra derivada a partir
de um sufixo.
Ex: ladro + agem = ladroagem
boi + ada + boiada
chuv + iscar = chuviscar
14. Continuação – tipos de
derivação
3- Derivação parassintética – cria-se uma palavra derivada
por meio do acréscimo simultâneo de um prefixo e de
um sufixo.
Ex: adoçar anoitecer envelhecer ajoelhar
Atenção!!
Se retiramos um dos morfemas (prefixo ou sufixo) e a
palavra obter significado temos: Derivação prefixal e
sufixal. Ex: deslealdade
desmoralizar
infelizmente
15. Formação de palavras – cap. 17
4- Derivação regressiva – Por meio da derivação
regressiva cria-se substantivos deverbais, ou seja,
derivados de verbos.
Ex: vender – (a) venda
atacar (o) ataque
lutar – (a) luta
5- Derivação imprópria – A palavra, dependendo do
contexto, muda de classe gramatical, como podemos
perceber na canção de Caetano Veloso.
16. Exemplo de derivação
imprópria
Língua
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala mangueira!
Caetano Veloso