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MINICURSO HUMBERTO MATURANA: UMA INTRODUÇÃO À BIOLOGIA-CULTURAL Promovido por: Curso de Psicologia – UFSM Núcleo KITANDA: Educação e Intercultura Núcleo de Educação Socioambiental
HUMBERTO MATURANA:  UMA INTRODUÇÃO À BIOLOGIA-CULTURAL MINICURSO Homero Alves Schlichting Agrônomo, Mestre em Educação, Doutorando em Educação – PPGE - UFSM email: homero.a.s@bol.com.br
1º encontro: Origens das proposições fundamentais de Humberto Maturana; Os seres vivos e os seres humanos como sistemas vivos; Autopoiese e determinismo estrutural; Domínios básicos disjuntos: fisiologia e conduta;  Evolução: seleção natural ou deriva natural?; 2º Encontro: O observador e o observar e a Biologia do conhecer; Organismo, sistema nervoso e geração da conduta; Emoções, condutas relacionais e sentires relacionais íntimos; Humanos na Linguagem, no conversar e nas culturas; 3º Encontro:  A Biologia do amar e a preocupação ética; Educador social; Biologia e psicologia: a gênese das condutas e as dinâmicas relacionais; 4º Encontro:  Eras Psíquicas da humanidade; A dor e o sofrimento através da Biologia-cultural; Terapia psicológica, recuperação reflexiva, conversações liberadoras.
Primeiro encontro 1. Origens das proposições fundamentais de Humberto Maturana; 2. Os seres vivos e os seres humanos como sistemas vivos; 3. Autopoiese e determinismo estrutural; 4. Domínios básicos disjuntos: fisiologia e conduta;  5. Evolução: seleção natural ou deriva natural? mostramos que é o viver do animal o que determina, como e o quê, ele mesmo vê.  (MATURANA, 2005b).
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Este minicurso tem a ver com quê? ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
1 -  Origens das proposições fundamentais de Humberto Maturana
Humberto Maturana Romesín, nascido em 1928, é chileno, começou medicina na Escuela de Medicina de la  Universidad de Chile (1948), continuou estudando medicina na Inglaterra (1954), biólogo, Ph. D. Harvard (1958), volta ao Chile (1960) onde continua seus estudos em neurobiologia, estudando a visão de pombas e caracterizando a organização dos seres vivos como sistemas autônomos.  A partir da sua descrição do sistema nervoso como sistema fechado e da noção da organização autônoma dos seres vivos, começa a desenvolver a Biologia do conhecer e a Biologia do amar.
Maturana começa seus estudos em neurofisiologia estudando o operar sistêmico do sistema nervoso e a organização sistêmica dos seres vivos: Seus artigos sobre anatomia e fisiologia da visão da rã, considerados clássicos, rompem com a visão tradicional que tratava o sistema nervoso como um analisador passivo das dimensões físicas do estímulo. Estas pesquisas, e outras realizadas sobre a visão das cores em pombas, permitiram que ele estabelecesse explicações centrais sobre o sistema nervoso como um sistema fechado.
Nos acostumamos a viver, “vivemos como se o mundo que vivemos preexistisse a nosso vivê-lo.”  ( HH, p. 217) Uma consequência disso é que não prestamos atenção no que fazemos. Pois, somos ensinados a construir sobre um mundo que preexiste e nos concentramos no que temos que mudar no que preexiste a nós. Centrados no que temos que mudar no preexistente não procuramos ver o que mantemos (conservamos) com o que fazemos no presente contínuo onde estamos. Estendemos esse modo de viver até nossa própria autoconsciência, e tratamos o que sabemos sobre nós como se nós preexistíssemos ao nosso fazer presente, num contínuo presente.
O central no desenvolvimento das suas idéias é o entendimento do operar dos seres vivos (inclui os seres humanos) em dois domínios operacionais distintos que se entrelaçam no nosso viver: o domínio fisiológico do organismo, em sua dinâmica estrutural interna, de que faz parte o sistema nervoso, como um sistema fechado, e é onde acontece a autopoiese; e o outro domínio do nosso viver na dinâmica relacional. A separação destes dois domínios é essencial para compreendermos o que ocorre com os demais fenômenos que acontecem em nós e entre nós seres humanos, como, por exemplo, a linguagem, as emoções e a cognição.
TEMAS DO HUMANO transformação  na  convivência  (educação) Viver no bem estar Linguagem Emoções Olhar sistêmico Filosofia Natural Entendimento dos seres vivos Conversações Sofrimentos culturais Sistema Nervoso Coordenações condutuais e recursão nas coordenações condutuais Ilusão e percepção são indistinguíveis Acoplamento estrutural Condutas relacionais Mundos que criamos no fazer Comunidades humanas Liberdade Querer em um emocionar e fazer em outro emocionar Conflito de emoções Como explicar Estrutura e organização Autopoiese Evolução e deriva natural Mudança de pergunta sobre o ser e sobre o fazer Responsabilidade Sofrimento > reflexão   Curiosidade > conhecer
2. Os seres vivos e os seres humanos como sistemas vivos Não podemos evitar nossa biologia. E, além disso, para quê evitá-la se ela nos constitui? O melhor é conhecê-la. (MATURANA, 1998, p. 72).
O que define um ser vivo? O ser vivo acontece como uma dinâmica de produção e reprodução molecular. Nesta dinâmica as diferentes classes de moléculas operam em uma rede fechada. A rede fechada como um sistema que opera em correlações sobre si mesmo e que produz as mesmas classes de moléculas que o constituem.
E E M M M M M M E E M M
O fluxo de matéria e energia permite a dinâmica de produção molecular mas não a define. Um sistema vivo constitui-se em continua mudança e transformação – é um ser histórico. Entretanto, estritamente como um sistema determinado estruturalmente, somente vive seu presente na dinâmica da fisiologia.
Um ser humano como ser biológico também vive assim. Mas ao viver na linguagem abre-se um “presente” no qual dizemos/falamos sobre passado e futuro. Fazemos isto sempre a partir de uma história de mudanças estruturais subjacente em nossa biologia.  Uma história de mudanças estruturais na qual vivemos coerências estruturais que, antes de terem sentido pelo suposto conteúdo do que alguém diz, têm sentido pela história de coerências estruturais que pertence a história evolutiva de seres vivos a que pertencemos.
3. Autopoiese e determinismo estrutural Autopoiese :  os seres vivos não tem autopoiese, não usam autopoiese.  A contínua produção de moléculas em uma rede operacionalmente fechada de moléculas que produzem-se a si mesmas. Um sistema fechado na produção de si mesmo.  Quando vemos que um ferimento cicatriza, não vemos um processo especial para combater um dano em um tecido. Um processo de cicatrização constitui-se como um aspecto circunstancial da autopoiese, ou seja, da produção do sistema vivo por si mesmo. Uma bactéria congelada é um sistema autopoiético?
Sobre o “ser histórico” Ser histórico frequentemente é tido como: algo que “está localizado temporalmente podendo ser transformado”;  Seres históricos: somos coerentes. As coerências do nosso viver surgem como resultado das mudanças estruturais que vivemos ao vivermos acoplados ao meio. Isso inclui que vivemos acoplados estruturalmente uns aos outros.
Determinismo estrutural : tudo que acontece a um sistema, acontece conforme as coerências operacionais entre seus componentes. Nada externo a ele pode determinar o que lhe acontece. As noções de finalidade, regulação, controle, melhor, pior, vantagens adaptativas não podem ser aplicadas como se fossem parte dos processos biológicos. Noções como estas somente podem ser úteis como elementos que acompanham o que um observador deseja conectar entre o que espera que aconteça com o ser vivo e algum processo biológico.
Acoplamento estrutural : a relação de congruência estrutural dinâmica entre ser vivo e meio na qual se realiza o viver do  organismo.  MEIO  ORGANISMO SER VIVO
4 - Domínios básicos disjuntos: fisiologia e conduta Podemos considerar a biologia do observador, se levarmos a sério a sua condição de ser vivo.  Como consequência dessas condições biológicas, as operações de distinção nunca podem referir-se a um mundo pré-existente como se fosse um mundo real ou objetivo, por que o real e o objetivo constituem-se nas operações de distinção.
O organismo constitui-se como a totalidade relacional no existir do ser vivo em um meio. Uma unidade operacional relacional entre ser vivo e meio. Realiza-se em dois espaços que não se intersectam – são independentes entre si. A relação entre eles é uma relação não instrutiva, não isomórfica, mas gerativa.
Um espaço de dinâmicas moleculares na realização da autopoiese. Esta dinâmica biológica não determina, nem causa, nem contém o espaço do viver relacional que constitui o viver e o modo de viver do organismo. E, outro espaço da dinâmica de mudanças e transformações estruturais no encontro entre ser vivo e meio.  Olhar um organismo como totalidade, não como função de seus componentes.
A dinâmica de mudanças estruturais se modula reciprocamente com o curso que seguem suas interações conforme ele realiza seu modo de vida.
5 - Evolução: seleção natural ou deriva natural? O substrato epistemológico do nosso explicar é nosso próprio viver, pois é no viver dos seres vivos humanos, em seu operar relacional.
5 - Evolução: seleção natural ou deriva natural? Nós mesmos somos o ponto de partida para nossa compreensão sobre o que fazemos ao explicar nós mesmos. O desenlace dos processos naturais não tem origem em projetos de alguém. Isso inclui todo processo cósmico, portanto, os processos biológicos.
O entendimento sobre evolução tem sido evocado como uma sequência de conservação e diversificação do viver. Inclui a reprodução e a formação de linhagens. Dele origina-se a explicação sobre a diversidade biológica.
O que se deveria explicar para mostrar os seres vivos em sua diversidade presente? - a diversidade de formas de viver; - suas semelhanças e diferenças; - coerências operacionais com suas circunstâncias; - como as classificações taxonômicas fazem sentido histórico?
A noção de  seleção natural  de Darwin aponta para um processo de reproduções sucessivas com modificações hereditárias que daria origem à diversificação das espécies. Isto aconteceria como resultado da sobrevivência dos mais aptos em um ambiente competitivo.
Seleção natural? A noção de seleção natural implica a aceitação de critérios de preferências estabelecidos por algo ou alguém. A dificuldade está em saber quem seria este algo ou alguém que seleciona.
Para Darwin é o meio que seleciona mediante a competição, da qual sobrevivem os mais aptos.
O meio não pode especificar mudanças no sistema vivo. Pois o sistema vivo é um sistema operacionalmente fechado. A seleção natural não é um mecanismo gerativo. A seleção natural é um resultado.
A deriva filogenética natural (sucessão reprodutiva...) acontece com a conservação de um modo de vida, de seres que conservaram sua adaptação. Não constitui-se com um processo de seleção genética em um contexto de variação da adaptação.
A adaptação não pode ser uma variável no processo evolutivo. Pois, a adaptação é condição do viver do ser vivo. Sobrevive o adaptado, o não adaptado morre. A adaptação constitui-se  na relação de congruência dinâmica entre ser vivo e seu espaço de existência.
OBSERVADOR FISIOLOGIA CONDUTA 6 - O observador e o observar e a Biologia do conhecer; SER VIVO MEIO
As coerências que vivemos no presente têm origem na história de coerências estruturais vividas pelo indivíduo.
Por que? nos leva a buscar uma justificativa. Iremos a procurar uma trama de probabilidades. Como? Nos leva a um processo. n
Segundo encontro 6 - O observador e o observar e a Biologia do conhecer; 7 - Organismo, sistema nervoso e geração da conduta; 8 - Emoções, condutas relacionais e sentires relacionais íntimos; 9 - Humanos na linguagem, no conversar e nas culturas.
Experiência do observador Uma situação do universo (tradicional: ontologias transcendentes) X Um espaço explicativo (Maturana: ontologias constitutivas )
Observadores na linguagem   As duas maneiras que observamos
7 - Organismo, sistema nervoso e geração da conduta;
Organismo Um organismo é um sistema vivo que um observador distingue em um meio que o contém. Um sistema determinado na sua  estrutura .  Um organismo vive uma dinâmica de mudanças de estados. As mudanças de estados acontecem como mudanças na sua estrutura, instante a instante. Conserva-se a autopoiese enquanto conserva-se a  organização  que define o organismo.
Organismo No encontro entre ser vivo e meio o observador vê uma interação. As mudanças de estado acontecem no organismo e no meio.  As mudanças estruturais no organismo são determinadas nele, na sua estrutura. Na interação, ambos mudam a estrutura, entretanto nenhum indica, informa ou determina no outro o que muda. As mudanças acontecem em um e em outro independentemente, pois organismo e meio não admitem interações instrutivas.
Organismo Nas interações no meio um organismo mantém-se como organismo (continua vivo) somente enquanto as mudanças na sua estrutura permitem a manutenção da sua autopoiese. Há também mudanças estruturais da dinâmica do próprio organismo como sistema. O organismo constitui-se como uma totalidade que surge com o operar de um ser vivo em congruência com o meio que o contém.
Organismo A realização do organismo acontece no domínio da realização autopoietica  e  no acoplamento estrutural entre ser vivo e meio, este envolve o domínio da conduta.
Sistema nervoso O sistema nervoso não opera captando características do mundo, por isso não opera fazendo representações do mundo; Os estímulos externos, vistos por um observador, incitam, mas não especificam as mudanças que ocorrem no sistema nervoso; O sistema nervoso constitui uma rede neuronal fechada sobre si mesma, e opera como uma rede fechada;
Sistema nervoso À medida que os componentes do sistema neuronal se tocam com as superfícies sensoras e efetoras do organismo, surgem correlações senso efetoras entre o organismo e o sistema nervoso; A congruência operacional de um organismo com a sua circunstância surge na sua história evolutiva e em seu devir ontogênico (história de mudanças na estrutura), e é resultante das mudanças estruturais que ocorrem entre ele e o meio.
Apesar de não interagir com o meio “a estrutura do sistema nervoso segue um trajeto de mudanças que é contingente com o fluir das interações do organismo na realização e conservação de seu viver” (MATURANA, 2001, p. 185). O sistema nervoso opera na rede de interações que ocorre na dinâmica da atividade neuronal. As mudanças de estado de atividade dos neurônios acontecem sem especificação externa (do meio). O sistema nervoso não opera com informações do meio. As mudanças da atividade dos neurônios acontecem sem superfícies de entrada e saída de informações. As mudanças de estado no sistema nervoso só existem para o observador. “Dado um sistema fechado, o dentro e o fora existem somente para o observador que o considera, não para o sistema” (MATURANA, 1997 a, p. 139). Como um sistema fechado, a atividade do sistema nervoso é determinada pela sua estrutura, as circunstâncias ambientais apenas desencadeiam mudanças de estado da estrutura, mas não determinam nela qual a mudança. Por isso, as interações entre organismo e o meio não são interações instrutivas. Não acontece nenhuma gravação de idéias (elementos abstratos) no sistema nervoso, o que ocorre são relações de atividade neuronal conforme a dinâmica que torna possível o viver do organismo, ou seja, uma dinâmica em congruência com o meio.  Podemos entender isto, como entendemos que “He sido creado en la interacción, he surgido allí, no he sido creado como una escultura a través de la manipulación sino en la dinámica que lo hace posible” (MATURANA, 2000).  SISTEMA  NERVOSO COMO SISTEMA FECHADO
8 - Emoções, condutas relacionais e sentires relacionais íntimos
- emoções  e  emocionar :  as emoções ou estados de ânimo nos animais ( e nos seres  humanos) são vistas como disposições dinâmicas da corporalidade, as quais definem as ações ou domínio de ações que um animal se move.  Quando cotidianamente apontamos para nossas emoções diferentes, estamos distinguindo os espaços relacionais em que acontece o nosso viver; como um fluir de mudanças na nossa fisiologia, que acontece acompanhando todo nosso comportamento, as emoções configuram-se em âmbitos relacionais mais contínuos ou em lapsos eventuais;
Podemos caracterizar as  condutas relacionais  caracterizando as distintas emoções em que se constituem  nossas condutas nas relações.  Assim, cotidianamente, ou através de algum modo mais sofisticado, podemos distinguir classes condutas relacionais. Exemplos: o amar; a agressão; a inveja; a vaidade; a hipocrisia; a superficialidade; a certeza; a ternura; e, a sensualidade. (MATURANA; DÁVILA; 2008, p. 273-281).
Condutas relacionais - exemplos ,[object Object],[object Object],[object Object]
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Sentires relacionais íntimos A conservação dos modos de estar nas relações nós vivemos inconscientemente se não refletimos sobre o que sentimos. Aprofundar o nosso saber sobre a possibilidade de refletir sobre o viver relacional refletindo sobre o que sentimos.  Uma reflexão que possa ser guiada pelo saber sobre as origens Biológico-culturais do que vemos que sentimos.
Por exemplo: Exercício sobre sentires relacionais íntimos. 1) Refletir sobre o que sentimos entre a ternura que nos envolve na corporalidade minha e do outro e o prazer manipulativo do meu corpo e do outro. 2) Procurar distinguir como condutas entrelaçadas no biológico e no cultural, e suas consequências no viver íntimo de cada um.
 
9 - Humanos na Linguagem, no conversar e nas culturas
Âmbitos do viver e evolução ,[object Object],[object Object],[object Object]
Autopoiese e determinismo estrutural ,[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],Coordenações de coordenações
Operar relacional ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Linguagem ,[object Object],[object Object]
Conversar ,[object Object],[object Object]
Conversações e cultura ,[object Object],[object Object],[object Object]
Múltiplas culturas ,[object Object],[object Object]
3º Encontro:  A Biologia do amar e a preocupação ética Educador social Biologia e psicologia: a gênese das condutas e as dinâmicas relacionais
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Como em geral os vertebrados vivem suas relações? (Maturana; Rezepka, p. 59-75) ,[object Object],[object Object],[object Object]
E nos humanos? ,[object Object],[object Object]
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Mais Biologia do amar ,[object Object],[object Object],[object Object]
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Geração da conduta Um observador que vê dois organismos que interagem pode ver as mudanças estruturais apresentadas pelos seres vivos. O observador vê mudanças na estrutura dos seres vivos e vê mudanças na circunstancias. Ou seja, o observador vê: Um : mudanças nas relações internas moleculares –  FISIOLOGIA . Dois : mudanças nas coerências entre as estruturas dos seres vivos -  CONDUTA .
Geração da conduta A CONDUTA surge somente com a interação do organismo com o meio ou entre organismos em um meio. A CONDUTA, portanto, não é uma propriedade do organismo, nem é algo que o organismo faz. Ela aparece como resultado da interação: organismo><meio><organismo
Geração da conduta A complexidade da conduta será conforme a história das interações, a história das mudanças na FISIOLOGIA. A história das mudanças estruturais nas coerências estruturais entre organismo meio organismo. Dinâmicas de mudanças recorrentes passam a constituir fenômenos históricos.
Geração da conduta O que o observador vê como mudanças recorrentes e recursivas, como uma sequência de mudanças nas coerências estruturais entre o organismo meio organismo – constituem-se coordenações de condutas. Coordenações de condutas recursivas em um espaço de coerências entre organismo meio organismo, por isso coordenações de coordenações de condutas.
A Biologia do amar e a preocupação ética ,[object Object],[object Object],[object Object]
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BIOLOGIA CULTURA AUTOPOIESE E DETERMINISMO ESTRUTURAL SISTEMAS OPERACIONALMENTE FECHADOS ACOPLAMENTO ESTRUTURAL EVOLUÇÃO DERIVA NATURAL SOBREVIVÊNCIA DO APTO GENÓTIPO TOTAL EMOCIONAR LINGUAGEM CONVERSAR CONVERSAÇÕES MODO DE VIDA CULTURA(S): DISTINTAS REDE(S)  DE CONVERSAÇÕES CONDUTAS RELACIONAIS:  AGRESSÃO; CERTEZA; INVEJA;  AMAR; TERNURA; SENSUALIDADE; ... CONSIDERAR O OBSERVAR E O OBSERVADOR

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Minicurso Humberto Maturana

  • 1. MINICURSO HUMBERTO MATURANA: UMA INTRODUÇÃO À BIOLOGIA-CULTURAL Promovido por: Curso de Psicologia – UFSM Núcleo KITANDA: Educação e Intercultura Núcleo de Educação Socioambiental
  • 2. HUMBERTO MATURANA: UMA INTRODUÇÃO À BIOLOGIA-CULTURAL MINICURSO Homero Alves Schlichting Agrônomo, Mestre em Educação, Doutorando em Educação – PPGE - UFSM email: homero.a.s@bol.com.br
  • 3. 1º encontro: Origens das proposições fundamentais de Humberto Maturana; Os seres vivos e os seres humanos como sistemas vivos; Autopoiese e determinismo estrutural; Domínios básicos disjuntos: fisiologia e conduta; Evolução: seleção natural ou deriva natural?; 2º Encontro: O observador e o observar e a Biologia do conhecer; Organismo, sistema nervoso e geração da conduta; Emoções, condutas relacionais e sentires relacionais íntimos; Humanos na Linguagem, no conversar e nas culturas; 3º Encontro: A Biologia do amar e a preocupação ética; Educador social; Biologia e psicologia: a gênese das condutas e as dinâmicas relacionais; 4º Encontro: Eras Psíquicas da humanidade; A dor e o sofrimento através da Biologia-cultural; Terapia psicológica, recuperação reflexiva, conversações liberadoras.
  • 4. Primeiro encontro 1. Origens das proposições fundamentais de Humberto Maturana; 2. Os seres vivos e os seres humanos como sistemas vivos; 3. Autopoiese e determinismo estrutural; 4. Domínios básicos disjuntos: fisiologia e conduta; 5. Evolução: seleção natural ou deriva natural? mostramos que é o viver do animal o que determina, como e o quê, ele mesmo vê. (MATURANA, 2005b).
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8. 1 - Origens das proposições fundamentais de Humberto Maturana
  • 9. Humberto Maturana Romesín, nascido em 1928, é chileno, começou medicina na Escuela de Medicina de la Universidad de Chile (1948), continuou estudando medicina na Inglaterra (1954), biólogo, Ph. D. Harvard (1958), volta ao Chile (1960) onde continua seus estudos em neurobiologia, estudando a visão de pombas e caracterizando a organização dos seres vivos como sistemas autônomos. A partir da sua descrição do sistema nervoso como sistema fechado e da noção da organização autônoma dos seres vivos, começa a desenvolver a Biologia do conhecer e a Biologia do amar.
  • 10. Maturana começa seus estudos em neurofisiologia estudando o operar sistêmico do sistema nervoso e a organização sistêmica dos seres vivos: Seus artigos sobre anatomia e fisiologia da visão da rã, considerados clássicos, rompem com a visão tradicional que tratava o sistema nervoso como um analisador passivo das dimensões físicas do estímulo. Estas pesquisas, e outras realizadas sobre a visão das cores em pombas, permitiram que ele estabelecesse explicações centrais sobre o sistema nervoso como um sistema fechado.
  • 11. Nos acostumamos a viver, “vivemos como se o mundo que vivemos preexistisse a nosso vivê-lo.” ( HH, p. 217) Uma consequência disso é que não prestamos atenção no que fazemos. Pois, somos ensinados a construir sobre um mundo que preexiste e nos concentramos no que temos que mudar no que preexiste a nós. Centrados no que temos que mudar no preexistente não procuramos ver o que mantemos (conservamos) com o que fazemos no presente contínuo onde estamos. Estendemos esse modo de viver até nossa própria autoconsciência, e tratamos o que sabemos sobre nós como se nós preexistíssemos ao nosso fazer presente, num contínuo presente.
  • 12. O central no desenvolvimento das suas idéias é o entendimento do operar dos seres vivos (inclui os seres humanos) em dois domínios operacionais distintos que se entrelaçam no nosso viver: o domínio fisiológico do organismo, em sua dinâmica estrutural interna, de que faz parte o sistema nervoso, como um sistema fechado, e é onde acontece a autopoiese; e o outro domínio do nosso viver na dinâmica relacional. A separação destes dois domínios é essencial para compreendermos o que ocorre com os demais fenômenos que acontecem em nós e entre nós seres humanos, como, por exemplo, a linguagem, as emoções e a cognição.
  • 13. TEMAS DO HUMANO transformação na convivência (educação) Viver no bem estar Linguagem Emoções Olhar sistêmico Filosofia Natural Entendimento dos seres vivos Conversações Sofrimentos culturais Sistema Nervoso Coordenações condutuais e recursão nas coordenações condutuais Ilusão e percepção são indistinguíveis Acoplamento estrutural Condutas relacionais Mundos que criamos no fazer Comunidades humanas Liberdade Querer em um emocionar e fazer em outro emocionar Conflito de emoções Como explicar Estrutura e organização Autopoiese Evolução e deriva natural Mudança de pergunta sobre o ser e sobre o fazer Responsabilidade Sofrimento > reflexão Curiosidade > conhecer
  • 14. 2. Os seres vivos e os seres humanos como sistemas vivos Não podemos evitar nossa biologia. E, além disso, para quê evitá-la se ela nos constitui? O melhor é conhecê-la. (MATURANA, 1998, p. 72).
  • 15. O que define um ser vivo? O ser vivo acontece como uma dinâmica de produção e reprodução molecular. Nesta dinâmica as diferentes classes de moléculas operam em uma rede fechada. A rede fechada como um sistema que opera em correlações sobre si mesmo e que produz as mesmas classes de moléculas que o constituem.
  • 16. E E M M M M M M E E M M
  • 17. O fluxo de matéria e energia permite a dinâmica de produção molecular mas não a define. Um sistema vivo constitui-se em continua mudança e transformação – é um ser histórico. Entretanto, estritamente como um sistema determinado estruturalmente, somente vive seu presente na dinâmica da fisiologia.
  • 18. Um ser humano como ser biológico também vive assim. Mas ao viver na linguagem abre-se um “presente” no qual dizemos/falamos sobre passado e futuro. Fazemos isto sempre a partir de uma história de mudanças estruturais subjacente em nossa biologia. Uma história de mudanças estruturais na qual vivemos coerências estruturais que, antes de terem sentido pelo suposto conteúdo do que alguém diz, têm sentido pela história de coerências estruturais que pertence a história evolutiva de seres vivos a que pertencemos.
  • 19. 3. Autopoiese e determinismo estrutural Autopoiese : os seres vivos não tem autopoiese, não usam autopoiese. A contínua produção de moléculas em uma rede operacionalmente fechada de moléculas que produzem-se a si mesmas. Um sistema fechado na produção de si mesmo. Quando vemos que um ferimento cicatriza, não vemos um processo especial para combater um dano em um tecido. Um processo de cicatrização constitui-se como um aspecto circunstancial da autopoiese, ou seja, da produção do sistema vivo por si mesmo. Uma bactéria congelada é um sistema autopoiético?
  • 20. Sobre o “ser histórico” Ser histórico frequentemente é tido como: algo que “está localizado temporalmente podendo ser transformado”; Seres históricos: somos coerentes. As coerências do nosso viver surgem como resultado das mudanças estruturais que vivemos ao vivermos acoplados ao meio. Isso inclui que vivemos acoplados estruturalmente uns aos outros.
  • 21. Determinismo estrutural : tudo que acontece a um sistema, acontece conforme as coerências operacionais entre seus componentes. Nada externo a ele pode determinar o que lhe acontece. As noções de finalidade, regulação, controle, melhor, pior, vantagens adaptativas não podem ser aplicadas como se fossem parte dos processos biológicos. Noções como estas somente podem ser úteis como elementos que acompanham o que um observador deseja conectar entre o que espera que aconteça com o ser vivo e algum processo biológico.
  • 22. Acoplamento estrutural : a relação de congruência estrutural dinâmica entre ser vivo e meio na qual se realiza o viver do organismo. MEIO ORGANISMO SER VIVO
  • 23. 4 - Domínios básicos disjuntos: fisiologia e conduta Podemos considerar a biologia do observador, se levarmos a sério a sua condição de ser vivo. Como consequência dessas condições biológicas, as operações de distinção nunca podem referir-se a um mundo pré-existente como se fosse um mundo real ou objetivo, por que o real e o objetivo constituem-se nas operações de distinção.
  • 24. O organismo constitui-se como a totalidade relacional no existir do ser vivo em um meio. Uma unidade operacional relacional entre ser vivo e meio. Realiza-se em dois espaços que não se intersectam – são independentes entre si. A relação entre eles é uma relação não instrutiva, não isomórfica, mas gerativa.
  • 25. Um espaço de dinâmicas moleculares na realização da autopoiese. Esta dinâmica biológica não determina, nem causa, nem contém o espaço do viver relacional que constitui o viver e o modo de viver do organismo. E, outro espaço da dinâmica de mudanças e transformações estruturais no encontro entre ser vivo e meio. Olhar um organismo como totalidade, não como função de seus componentes.
  • 26. A dinâmica de mudanças estruturais se modula reciprocamente com o curso que seguem suas interações conforme ele realiza seu modo de vida.
  • 27. 5 - Evolução: seleção natural ou deriva natural? O substrato epistemológico do nosso explicar é nosso próprio viver, pois é no viver dos seres vivos humanos, em seu operar relacional.
  • 28. 5 - Evolução: seleção natural ou deriva natural? Nós mesmos somos o ponto de partida para nossa compreensão sobre o que fazemos ao explicar nós mesmos. O desenlace dos processos naturais não tem origem em projetos de alguém. Isso inclui todo processo cósmico, portanto, os processos biológicos.
  • 29. O entendimento sobre evolução tem sido evocado como uma sequência de conservação e diversificação do viver. Inclui a reprodução e a formação de linhagens. Dele origina-se a explicação sobre a diversidade biológica.
  • 30. O que se deveria explicar para mostrar os seres vivos em sua diversidade presente? - a diversidade de formas de viver; - suas semelhanças e diferenças; - coerências operacionais com suas circunstâncias; - como as classificações taxonômicas fazem sentido histórico?
  • 31. A noção de seleção natural de Darwin aponta para um processo de reproduções sucessivas com modificações hereditárias que daria origem à diversificação das espécies. Isto aconteceria como resultado da sobrevivência dos mais aptos em um ambiente competitivo.
  • 32. Seleção natural? A noção de seleção natural implica a aceitação de critérios de preferências estabelecidos por algo ou alguém. A dificuldade está em saber quem seria este algo ou alguém que seleciona.
  • 33. Para Darwin é o meio que seleciona mediante a competição, da qual sobrevivem os mais aptos.
  • 34. O meio não pode especificar mudanças no sistema vivo. Pois o sistema vivo é um sistema operacionalmente fechado. A seleção natural não é um mecanismo gerativo. A seleção natural é um resultado.
  • 35. A deriva filogenética natural (sucessão reprodutiva...) acontece com a conservação de um modo de vida, de seres que conservaram sua adaptação. Não constitui-se com um processo de seleção genética em um contexto de variação da adaptação.
  • 36. A adaptação não pode ser uma variável no processo evolutivo. Pois, a adaptação é condição do viver do ser vivo. Sobrevive o adaptado, o não adaptado morre. A adaptação constitui-se na relação de congruência dinâmica entre ser vivo e seu espaço de existência.
  • 37. OBSERVADOR FISIOLOGIA CONDUTA 6 - O observador e o observar e a Biologia do conhecer; SER VIVO MEIO
  • 38. As coerências que vivemos no presente têm origem na história de coerências estruturais vividas pelo indivíduo.
  • 39. Por que? nos leva a buscar uma justificativa. Iremos a procurar uma trama de probabilidades. Como? Nos leva a um processo. n
  • 40. Segundo encontro 6 - O observador e o observar e a Biologia do conhecer; 7 - Organismo, sistema nervoso e geração da conduta; 8 - Emoções, condutas relacionais e sentires relacionais íntimos; 9 - Humanos na linguagem, no conversar e nas culturas.
  • 41. Experiência do observador Uma situação do universo (tradicional: ontologias transcendentes) X Um espaço explicativo (Maturana: ontologias constitutivas )
  • 42. Observadores na linguagem As duas maneiras que observamos
  • 43. 7 - Organismo, sistema nervoso e geração da conduta;
  • 44. Organismo Um organismo é um sistema vivo que um observador distingue em um meio que o contém. Um sistema determinado na sua estrutura . Um organismo vive uma dinâmica de mudanças de estados. As mudanças de estados acontecem como mudanças na sua estrutura, instante a instante. Conserva-se a autopoiese enquanto conserva-se a organização que define o organismo.
  • 45. Organismo No encontro entre ser vivo e meio o observador vê uma interação. As mudanças de estado acontecem no organismo e no meio. As mudanças estruturais no organismo são determinadas nele, na sua estrutura. Na interação, ambos mudam a estrutura, entretanto nenhum indica, informa ou determina no outro o que muda. As mudanças acontecem em um e em outro independentemente, pois organismo e meio não admitem interações instrutivas.
  • 46. Organismo Nas interações no meio um organismo mantém-se como organismo (continua vivo) somente enquanto as mudanças na sua estrutura permitem a manutenção da sua autopoiese. Há também mudanças estruturais da dinâmica do próprio organismo como sistema. O organismo constitui-se como uma totalidade que surge com o operar de um ser vivo em congruência com o meio que o contém.
  • 47. Organismo A realização do organismo acontece no domínio da realização autopoietica e no acoplamento estrutural entre ser vivo e meio, este envolve o domínio da conduta.
  • 48. Sistema nervoso O sistema nervoso não opera captando características do mundo, por isso não opera fazendo representações do mundo; Os estímulos externos, vistos por um observador, incitam, mas não especificam as mudanças que ocorrem no sistema nervoso; O sistema nervoso constitui uma rede neuronal fechada sobre si mesma, e opera como uma rede fechada;
  • 49. Sistema nervoso À medida que os componentes do sistema neuronal se tocam com as superfícies sensoras e efetoras do organismo, surgem correlações senso efetoras entre o organismo e o sistema nervoso; A congruência operacional de um organismo com a sua circunstância surge na sua história evolutiva e em seu devir ontogênico (história de mudanças na estrutura), e é resultante das mudanças estruturais que ocorrem entre ele e o meio.
  • 50. Apesar de não interagir com o meio “a estrutura do sistema nervoso segue um trajeto de mudanças que é contingente com o fluir das interações do organismo na realização e conservação de seu viver” (MATURANA, 2001, p. 185). O sistema nervoso opera na rede de interações que ocorre na dinâmica da atividade neuronal. As mudanças de estado de atividade dos neurônios acontecem sem especificação externa (do meio). O sistema nervoso não opera com informações do meio. As mudanças da atividade dos neurônios acontecem sem superfícies de entrada e saída de informações. As mudanças de estado no sistema nervoso só existem para o observador. “Dado um sistema fechado, o dentro e o fora existem somente para o observador que o considera, não para o sistema” (MATURANA, 1997 a, p. 139). Como um sistema fechado, a atividade do sistema nervoso é determinada pela sua estrutura, as circunstâncias ambientais apenas desencadeiam mudanças de estado da estrutura, mas não determinam nela qual a mudança. Por isso, as interações entre organismo e o meio não são interações instrutivas. Não acontece nenhuma gravação de idéias (elementos abstratos) no sistema nervoso, o que ocorre são relações de atividade neuronal conforme a dinâmica que torna possível o viver do organismo, ou seja, uma dinâmica em congruência com o meio. Podemos entender isto, como entendemos que “He sido creado en la interacción, he surgido allí, no he sido creado como una escultura a través de la manipulación sino en la dinámica que lo hace posible” (MATURANA, 2000). SISTEMA NERVOSO COMO SISTEMA FECHADO
  • 51. 8 - Emoções, condutas relacionais e sentires relacionais íntimos
  • 52. - emoções e emocionar : as emoções ou estados de ânimo nos animais ( e nos seres humanos) são vistas como disposições dinâmicas da corporalidade, as quais definem as ações ou domínio de ações que um animal se move. Quando cotidianamente apontamos para nossas emoções diferentes, estamos distinguindo os espaços relacionais em que acontece o nosso viver; como um fluir de mudanças na nossa fisiologia, que acontece acompanhando todo nosso comportamento, as emoções configuram-se em âmbitos relacionais mais contínuos ou em lapsos eventuais;
  • 53. Podemos caracterizar as condutas relacionais caracterizando as distintas emoções em que se constituem nossas condutas nas relações. Assim, cotidianamente, ou através de algum modo mais sofisticado, podemos distinguir classes condutas relacionais. Exemplos: o amar; a agressão; a inveja; a vaidade; a hipocrisia; a superficialidade; a certeza; a ternura; e, a sensualidade. (MATURANA; DÁVILA; 2008, p. 273-281).
  • 54.
  • 55.
  • 56. Sentires relacionais íntimos A conservação dos modos de estar nas relações nós vivemos inconscientemente se não refletimos sobre o que sentimos. Aprofundar o nosso saber sobre a possibilidade de refletir sobre o viver relacional refletindo sobre o que sentimos. Uma reflexão que possa ser guiada pelo saber sobre as origens Biológico-culturais do que vemos que sentimos.
  • 57. Por exemplo: Exercício sobre sentires relacionais íntimos. 1) Refletir sobre o que sentimos entre a ternura que nos envolve na corporalidade minha e do outro e o prazer manipulativo do meu corpo e do outro. 2) Procurar distinguir como condutas entrelaçadas no biológico e no cultural, e suas consequências no viver íntimo de cada um.
  • 58.  
  • 59. 9 - Humanos na Linguagem, no conversar e nas culturas
  • 60.
  • 61.
  • 62.
  • 63.
  • 64.
  • 65.
  • 66.
  • 67.
  • 68. 3º Encontro: A Biologia do amar e a preocupação ética Educador social Biologia e psicologia: a gênese das condutas e as dinâmicas relacionais
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  • 89. Geração da conduta Um observador que vê dois organismos que interagem pode ver as mudanças estruturais apresentadas pelos seres vivos. O observador vê mudanças na estrutura dos seres vivos e vê mudanças na circunstancias. Ou seja, o observador vê: Um : mudanças nas relações internas moleculares – FISIOLOGIA . Dois : mudanças nas coerências entre as estruturas dos seres vivos - CONDUTA .
  • 90. Geração da conduta A CONDUTA surge somente com a interação do organismo com o meio ou entre organismos em um meio. A CONDUTA, portanto, não é uma propriedade do organismo, nem é algo que o organismo faz. Ela aparece como resultado da interação: organismo><meio><organismo
  • 91. Geração da conduta A complexidade da conduta será conforme a história das interações, a história das mudanças na FISIOLOGIA. A história das mudanças estruturais nas coerências estruturais entre organismo meio organismo. Dinâmicas de mudanças recorrentes passam a constituir fenômenos históricos.
  • 92. Geração da conduta O que o observador vê como mudanças recorrentes e recursivas, como uma sequência de mudanças nas coerências estruturais entre o organismo meio organismo – constituem-se coordenações de condutas. Coordenações de condutas recursivas em um espaço de coerências entre organismo meio organismo, por isso coordenações de coordenações de condutas.
  • 93.
  • 94.
  • 95.
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  • 100.
  • 101.
  • 102. BIOLOGIA CULTURA AUTOPOIESE E DETERMINISMO ESTRUTURAL SISTEMAS OPERACIONALMENTE FECHADOS ACOPLAMENTO ESTRUTURAL EVOLUÇÃO DERIVA NATURAL SOBREVIVÊNCIA DO APTO GENÓTIPO TOTAL EMOCIONAR LINGUAGEM CONVERSAR CONVERSAÇÕES MODO DE VIDA CULTURA(S): DISTINTAS REDE(S) DE CONVERSAÇÕES CONDUTAS RELACIONAIS: AGRESSÃO; CERTEZA; INVEJA; AMAR; TERNURA; SENSUALIDADE; ... CONSIDERAR O OBSERVAR E O OBSERVADOR