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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE DESPORTOS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PERÍMETROS CORPORAIS
DISCIPLINA: Cineantropometria – DEF 5415
Profº.: Édio Luiz Petroski
Data: 22/05/2003
Acadêmicos: Ana Paula Kuhnen
Jorge Luiz Souza
Priscilla Marques
Florianópolis, maio de 2003.
INTRODUÇÃO
A cineantropometria é definida como a aplicação da medida para o estudo do
tamanho, forma, proporção, composição, maturação e função geral do ser humano, com o
objetivo de um melhor conhecimento do comportamento humano em relação ao
crescimento, desenvolvimento, exercício, rendimento e ao estado nutricional (Ross e
Marfell-Jones, 1991).
A antropometria vem sendo utilizada há mais de um século para avaliar o tamanho
e os segmentos corporais, através da medição de perímetros e comprimentos corporais, e
a partir de 1915 passou-se a mensurar a espessura do tecido adiposo subcutâneo através
da técnica antropométrica de dobras cutâneas (Heyward e Stolarczyk, 1996).
A avaliação antropométrica apresenta potencial de informações valiosas,
particularmente no que se refere à predição e estimação de vários componentes do corpo,
pois muitos estudos são realizados no sentido de estabelecer padrão para avaliar
crescimento, aptidão física e saúde, entre outros (França e Vívolo, 1984).
As medidas de perímetros corporais estão presentes nas avaliações
antropométricas, destacando a necessidade do conhecimento das padronizações para as
suas mensurações.
OBJETIVOS
Realizar uma pesquisa bibliográfica buscando apresentar as finalidades, as
aplicações, a utilização dos perímetros na composição corporal, os riscos para a saúde,
os instrumentos e os erros de medida, os cuidados na mensuração, assim como a análise
de dois protocolos de mensuração de perímetros.
CONCEITOS
Os perímetros são caracterizados pelas medidas lineares realizadas
circunferencialmente (De Rose; Pigatto e De Rose, 1984). E são conceituados das
seguintes formas:
 “Perímetros são medidas de circunferências medidas em cm” (Aragonés
Clemente; Casajús Mallen; Rodriguez Guisado e Cabañas Armesilla, 1993).
 “Perímetro máximo de um segmento corporal, medido em ângulo reto em
relação ao seu maior eixo” (França e Vívolo, 1984; Martins e Lopes, 2003).
Finalidades e aplicações dos perímetros
As medidas de perímetros podem representar medidas de crescimento, bem como
fornecer índices de estado nutricional, níveis de gordura através de estimativas indiretas,
e também utilizadas em estudos da engenharia (Martins e Lopes, 2003).
As medidas de perímetro podem tanto ser interpretadas isoladamente, como em
combinação com medidas de dobras cutâneas, sendo comumente utilizada para estimar a
densidade corporal de forma indireta e depois transformadas em percentuais de gordura.
Inúmeras equações utilizando perímetros corporais, de forma isolada ou em
combinações com dobras cutâneas, foram desenvolvidas e validadas para calcular o
percentual de gordura. Como exemplo pode-se citar o estudo realizado por Lean, Han e
Deurenberg (1996) que desenvolveram diferentes equações de regressões (12 para o
sexo masculino e 12 para o sexo feminino) utilizando os perímetros da cintura, do quadril
e da coxa, isolados ou combinados com os valores das dobras cutâneas do tríceps,
bíceps, subscapular e supra-ilíaca. Katch e McArdle (1984), desenvolveram o cálculo da
gordura percentual através de perímetros utilizando três constantes para mulheres jovens
e idosas, assim como para homens jovens e idosos. A explicação dos autores para
desenvolver as equações utilizando medidas de perímetros baseia-se na alta correlação
das medidas da cintura e da razão cintura quadril, com a gordura visceral e subcutânea.
Recomenda-se para o estudo da composição corporal em obesos a utilização das
medidas de perímetros corporais devido a sua relativa facilidade de aplicação e a
dificuldade de utilizar a técnica antropométrica das dobras cutâneas, pois o adipômetro
não possui uma abertura capaz de mensurar a dobra cutânea de um indivíduo obeso.
Os perímetros também podem ser utilizados nas escolas a fim de acompanhar o
crescimento e os estados nutricionais de crianças e adolescentes, pois a fita métrica é um
instrumento simples, de fácil aquisição e baixo valor monetário.
Riscos para a saúde
Pesquisas indicam que a maneira pela qual a gordura está distribuída pelo corpo é
um indicador mais importante que a gordura corporal total na determinação do risco
individual de doenças (Ashwell, Lejeune e McPherson, 1996; Bray & Gray, 1988; Seidell,
Bjorntorp, Sjostrom, Sannerstedt, Krotkiewski e Kvist, 1989).
A influência da distribuição regional de gordura é relacionada com a quantidade de
gordura visceral dentro da cavidade abdominal. Estudos têm evidenciado a relação entre
o aumento da gordura abdominal e a incidência de mortalidade e morbidade (Despres,
Prud’homme, Pouliot, Tremblay e Bouchard, 1991).
Segundo Katch e McArdle, 1996, há duas formas de distribuição de gordura
corporal ligadas a obesidade:
Obesidade andróide (maçã): maior prevalência em homens, apresentam níveis
sanguíneos de glicose e triglicerídeos aumentados, assim como uma maior possibilidade
de hipertensão. Esses indivíduos também estão sobre grande risco de diabetes e morte
por doenças do coração, enquanto que as mulheres apresentam um aumento do risco de
desenvolverem câncer de útero e mama.
Obesidade ginóide (pêra): maior prevalência em mulheres, gordura localizada nos
quadris e nas coxas.
Razão Cintura-Quadril
Uma das fórmulas que mais vem sendo empregadas na determinação da
distribuição da gordura corporal, e, portanto dos fatores de risco para a saúde é a razão
cintura/quadril, desenvolvida por Bray & Gray (1988) onde o perímetro da cintura (em cm)
é divido pelo perímetro do quadril (em cm).
Esta razão baseia-se nas evidências que a proporção da cintura para o quadril é
fortemente associada à gordura visceral (Seidell et al., 1989; Weits, van der Beek, Wedel
e Ter Haar Romeny, 1988) e parece ser um índice aceitável de gordura intra-abdominal.
Através das medidas de circunferência de abdômen e quadril, observou-se que
há um aumento no risco de mortes por doença arterial coronariana, assim como uma
variedade de enfermidades, mais marcantemente diabetes, triglicerídeos aumentados,
hipertensão entre outras, em homens que apresentam valores acima de 0,90 e em
mulheres acima de 0,80 (Katch e McArdle, 1996). Sendo que um fator limitante para a
utilização dessa fórmula é a falta de padronização universal para a medida dos
perímetros, pois a OMS recomenda utilizar a circunferência da cintura sendo a média
entre a crista ilíaca e a margem da costela inferior; e o manual de referência de
padronização antropométrico (Callaway et al., 1991) recomenda mensurar a
circunferência mais estreita do abdome (Heyward & Stolarczyyk, 1996).
O resultado encontrado pode ser comparado com a tabela de referência colocada a
seguir (TABELA 1):
TABELA 1: Relação Cintura/Quadril
Normas da relação Cintura / Quadril para homens e mulheres
idade baixo moderado Alto muito alto
Homem 20 - 29 < 0,83 0,83 - 0,88 0,89 - 0,94 > 0,94
30 - 39 < 0,84 0,84 - 0,91 0,92 - 0,96 > 0,96
40 - 49 < 0,88 0,88 - 0,95 0,96 - 1,00 > 1,00
50 - 59 < 0,90 0,90 - 0,96 0,97 - 1,02 > 1,02
60 - 69 < 0,91 0,91 - 0,98 0'99 - 1,03 > 1,03
Mulher 20 - 29 < 0,71 0,71 - 0,77 0,78 - 0,82 > 0,82
30 - 39 < 0,72 0,72 - 0,78 0,79 - 0,84 > 0,84
40 - 49 < 0,73 0,73 - 0.79 0,80 - 0,87 > 0,87
50 - 59 < 0,74 0,74 - 0,81 0,82 - 0,88 > 0,88
60 - 69 < 0,76 0,76 - 0,83 0,84 - 0,90 > 0,90
(adaptada de Bray & Gray, 1988 apud Heyward & Stolarczyyk, 1996).
Uma das limitações do RCQ deve-se ao fato de não existir índices para o uso em
crianças na fase pré puberal e para idosos acima de 70 anos.
Índice de Conicidade
Uma outra forma, ainda pouco conhecida, mas que vem ganhando espaço e
confiabilidade é o chamado Índice C ou Índice de Conicidade, proposto por Valdez em
1991. Esse índice parte da evidência que as pessoas que acumulam gordura na região
central do tronco têm a forma parecida com um duplo cone (Heyward & Stolarczyyk,
1996).
Para o cálculo do Índice C utiliza-se a seguinte equação:
IC = CC (m)
0,109 * MC (Kg)
Est. (m)
(Valdez, 1991 citado por Heyward & Stolarczyyk, 1996)
Onde: cc = circunferência da cintura em metros
MC = massa corporal (Kg)
ES = estatura em metros.
A faixa teórica do índice C é de 1,00 (cilindro perfeito) a 1,73 (cone duplo perfeito).
Estudos realizados por Anjos, Loch, Rubert e Ferreira (2002); Tribess e Devens
(2002) apresentaram uma alta correlação quando comparados com o RCQ.
Instrumentos de medidas
Para a obtenção dos perímetros corporais o único material necessário é uma fita
métrica flexível e não elástica com precisão de um milímetro ( Aragonés Clemente et al.,
1993). A fita deve ter, preferencialmente, somente uma marcação numérica do lado
destinado à leitura, e sete milímetros de largura (Martins e Lopes, 2003).
Para a mensuração do punho de crianças a fita deverá ser mais fina, para que
possa se adaptar à depressão entre o processo estilóide do rádio, a ulna e os carpos
(Martins e Lopes, 2003).
Erro de medidas
Vários são os fatores que podem afetar a fidedignidade das medidas
antropométricas. Entre estes fatores destacam-se: o equipamento, a habilidade do
avaliador, fatores do sujeito e equações inadequadas para estimar a composição corporal.
No caso específico das medidas de perímetros corporais, o uso de uma fita métrica
inadequada pode comprometer o resultado final das medidas, enquanto que a habilidade
do avaliador não é uma grande fonte de erro de medida, mesmo entre avaliadores
diferentes, ou seja, nem a reprodutibilidade nem a objetividade das medidas de
perímetros parece ser afetada pela habilidade dos avaliadores.
Dentre os fatores individuais, deve-se destacar que é mais difícil obter medidas
consistentes de perímetros para obesos do que para indivíduos magros, isto devido à
influência da retenção de fluidos e por edema subcutâneo, principalmente em mulheres
que apresentam um significativo aumento de peso durante certos estágios do ciclo
menstrual. Já ao que se refere ao uso de equações impróprias, vale destacar que o uso
de uma equação inadequada pode produzir erros significativos na estimativa da
composição corporal. Alguns autores recomendam o uso combinado dos perímetros como
outros índices corporais, embora existam autores que condenem esta prática (Hobbold &
Souza, 2000).
Cuidados durante a mensuração das medidas de perímetros.
A seguir destacam-se alguns cuidados que devem ser observados na tomada das
medidas de perímetro (Katch e Mcardle, 1984; Crawford, 1996; Martins e Lopes, 2003):
• plano de fita deve estar adjacente à pele e, suas bordas, perpendiculares em relação
ao eixo do segmento que se quer medir (exceção feita a medida do perímetro da
cabeça e do pescoço);
• medir o perímetro em sua extensão máxima, com o zero da fita estando por baixo do
valor da leitura;
• realizar as mensurações exercendo leve pressão sobre a pele;
• não deixar o dedo entre a fita e a pele;
• medir sempre que possível sobre a pele nua;
• determinar e marcar, sempre que possível, os pontos de referência anatômica com
lápis demográfico;
• realizar a leitura com aproximação de milímetros;
• realizar duas mensurações e, quando os valores obtidos diferirem entre si, deve-se
realizar mais uma mensuração, calculando-se a média das mesmas;
• mensurar, sempre que possível, na presença de outro avaliador ou de um espelho, a
fim de garantir que a fita métrica seja colocada em um mesmo plano- horizontal- em
relação à face anterior e posterior do avaliado;
• realizar a leitura da medida olhando sempre de frente e à altura do valor numérico da
fita.
Mensuração dos Perímetros Corporais
A seguir listaremos a mensuração dos perímetros corporais, descreveremos
brevemente seu propósito e algumas observações e cuidados, conforme Lopes e Martins,
2003. Cabe ressaltar, que a referência anatômica e as técnicas de mensuração serão
descritas na tabela 1 (análise dos protocolos).
Cabeça
 Avaliar o tamanho do crânio;
 Estudos de engenharia;
 Estudos na área médica.
Pescoço
 Estudos na área de desenvolvimento humano;
 Nos esportes;
 Estudos da obesidade.
Ombro
 Obsevação dos efeitos do treinamento na musculatura da região.
Tórax
 Estudos em desenvolvimento humano;
 Estudos em nutrição.
Braço relaxado
 Estudos de antropometria.
Braço contraído
 Estudos de antropometria;
Antebraço
 Verificar a densidade corporal junto de outras medidas.
Punho
 Industria do vestuário;
 Estudos de desenvolvimento humano.
Cintura
 Industria da moda;
 Variações do treinamento.
Abdome
 Indicador de doenças relacionadas com a obesidade.
Quadril
 Relacionado ao biótipo;
 Indicador de doenças provenientes da obesidade.
Coxa
 Estudos em antropometria;
 Indicador de atrofia.
Perna
 Estudos em antropometria.
Tornozelo
 Indústria calçadista;
 Indústria médica.
Análise dos protocolos
TABELA 2.
Lopes e Martins, 2003 Aragonés Clemente et al., 1993
Cabeça A fita passa pela parte superior da
sobrancelha, protuberância occipital e
borda superior da aurícula. Cabeça
no plano de Frankfurt.
> perímetro da cabeça, estando a
cabeça no plano de Frankfurt e o
avaliado sentado.
Pescoço Mede-se na parte inferior da
proeminência da laringe (Pomo de
Adão). Cabeça no plano de Frankfurt.
Perímetro que passa em cima do
pomo de Adão. Cabeça no plano
de Frankfurt.
Ombro Região de maior volume dos
músculos deltóides, inferior aos
acrômios e articulação do esterno
com a segunda costela. Sentado e
após uma expiração normal.
Tórax Recomenda-se a medida sobre a
quarta articulação costo-esternal
(lateralmente, esta corresponde à
sexta costela), minimizando assim a
influência das mamas. Para os
homens pode-se, ainda, adotar a
linha dos mamilos como referência.
Circunferência que rodeia o tórax
ao nível da quarta articulação
esternal. Eleva-se os braços para
colocação da fita e em seguida
retorna os braços ao longo do
corpo. Mensurado ao final da fase
espiratória.
Braço
relaxado
Ponto central entre o acrômio e a
articulação úmero radial do braço D.
Braço ao longo do corpo ou abduzido
à altura do ombro com polegar para
cima.
Ponto médio da distância acromio-
radial, com os braços relaxados ao
longo do corpo.
Braço
contraído
> perímetro do braço D, estando este
abduzido até a altura dos ombros,
cúbito direito flexionado tanto quanto
se permita a contração máxima do
ventre muscular do bíceps, punhos
cerrados.
o > perímetro do braço contraído
voluntariamente. Com o braço na
horizontal e antebraço em
supinação, flexiona-se até ≅ 45o
.
Antebraço > perímetro do antebraço D, estando
o braço D um pouco elevado à frente,
com a palma da mão voltada para
frente (em pronação).
> perímetro do antebraço, com o
braço estendido e a mão em
supinação. Normalmente está a 7
cm da cabeça radial.
Punho Região imediata após os processos
estilóides do rádio e da ulna (no
sentido céfalo-caldal) do punho D.
Braço elevado à frente, com a palma
da mão voltada para a frente.
Perímetro distal do punho, <
circunferência do antebraço. Com
flexão do cotovelo e mão em
supinação.
Cintura Região abdominal em seu <
perímetro após uma expiração
< circunferência do abdome, ≅
entre o ponto média da crista ilíaca
normal. e da borda costal.
Abdome Região abdominal em seu >
perímetro (geralmente à altura do
umbigo), após uma expiração normal.
Medida da circunferência que
passa pelo umbigo.
Quadril Maior porção da região glútea, com
as coxas unidas e os braços ao longo
do corpo.
> circunferência glútea ≅ acima da
sínfise púbica. Braços cruzados
sobre o peito ou afastados do
quadril.
Coxa Proximal: imediatamente abaixo da
prega glútea.
Medial: ponto médio entre a prega
inguinal e a borda proximal da patela,
em extensão do joelho.
Distal: três centímetros acima da
borda proximal da patela.
Proximal: um cm abaixo da prega
glútea.
Medial: ponto médio trocantério-
tibial.
Perna Região da panturrilha em sua >
porção. Pode ser mensurado sentado
com os pés apoiados no chão, ou em
pé, com o peso distribuído nas duas
pernas.
> circunferência da perna. O
avaliado está em pé, com as
pernas separadas e peso
distribuído igualmente.
Tornozelo < perímetro próximo ao eixo dos
maléolos, podendo ser mensurado
com o avaliado sentado ou em pé
com o pé D apoiado sobre banco ou
degrau.
< circunferência da perna, acima
do maléolo tibial. O avaliado está
em pé, com as pernas separadas e
peso distribuído igualmente pelas
mesmas.
Exemplos Práticos:
1. Perímetro de Cabeça de crianças: Merck Sharp & Dohme.
Após mensurar o maior perímetro cefálico da criança, deve-se recorrer ao gráfico
(anexo) e verificar o ponto que corresponda à intersecção da linha horizontal (idade) com
a vertical (cm). Se mediante traçado contínuo, deve-se unir os valores achados em
diferentes períodos, a fim de se ter idéia das características de crescimento da criança e
da incidência com que os processos patológicos a afetam, seja qual for sua natureza
(psíquicos, sociais, nutricionais, enfermidades clínicas, etc.)
Na interpretação do traçado da curva de crescimento, que vai sendo percorrida
pela criança, atribui-se certo grau de segurança àquela que se mantém dentro dos
andarivéis enquadrados entre a mediana e os percentis 25 e 75. Os que decorrem fora
destes percentis devem ser seguidos muito atentamente como suspeitos e os que se
achem fora dos 5 e 95 como não-sadios, até demonstração em contrário.
Resultados:
 Criança J: Idade: 4 anos
Perímetro cefálico: 52,5 cm
A posição do ponto de intersecção encontrado no gráfico foi acima do percentil 97,
pode-se considerar que a criança apresenta um crescimento fora do padrão de
normalidade conforme o protocolo, devendo ser acompanhada por um médico para
verificar possíveis anormalidades. Cabe ressaltar que este dado coletado foi mensurado
apenas uma vez, sendo que é recomendado um acompanhamento de mensurações no
decorrer dos anos, para se ter uma conclusão mais precisa.
2. Perfil antropométrico de mulheres maiores de 50 anos, fisicamente ativas, de
acordo com a idade cronológica – evolução de 1 ano.
Matsudo, S. M., Barros Neto, T. L. & Matsudo, V. K. R.
Amostra: 117 mulheres (50 a 79 anos), praticantes de um programa de exercícios
aeróbicos 2 vezes por semana, 50 minutos por sessão.
Metodologia: Foram mensuradas algumas variáveis antropometricas, dentre as quais a
Relação Cintura-Quadril (RCQ).
Resultados: Houve aumento da RCQ ao final de um ano no grupo de 60 a 79 anos.
3. Correlação entre índices antropométricos que definem o risco cardiovascular
Tribess, S. & Devens, B. R.
Amostra: 22 mulheres com idade média de 44,27 anos freqüentadoras de uma academia
de ginástica da periferia de Florianópolis - S.C.
Metodologia: Foram mensuradas a estatura e a massa corporal; circunferências de cintura
e quadril; dobras cutâneas tricipital, subescapular, suprailíaca e panturrilha medial.
Através destes dados foi calculados o índice de massa corporal (IMC), razão cintura
quadril (RCQ), índice de conicidade (IC) e percentual de gordura através da equação
proposta por Petroski (1995).
Resultados: Notou-se que a relação cintura quadril e o índice de conicidade não se
relacionaram com as demais variáveis, porém possuem correlação entre si, assim como o
índice de massa corporal, a circunferência de cintura e o percentual de gordura também
possuem correlação entre si.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste estudo podemos observar a grande importância da utilização dos
Perímetros Corporais, principalmente por abranger populações que possuem carência de
instrumentos de avaliação, como obesos e idosos. Trata-se de instrumentos simples, de
fácil aquisição e baixo custo.
Porém, deve-se estar atento aos cuidados e utilização ao se realizar as medidas,
assim como o avaliador deverá sempre dar um retorno ao avaliado, evitando que ocorra a
medida pela medida.
Acreditamos que deveria ser realizada a padronização dos perímetros corporais
considerando, por exemplo, o perímetro da cintura que sofre modificações conforme
determinados protocolos.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
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conicidade e outros indicadores de gordura corporal de indivíduos com idade entre 30 e
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Técnicas e Padronizações. Porto Alegre: Pallotti.
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tomography measurement of abdominal fat deposition in relation to anthropometry. Int J
Obes. 12(3): 217-225.

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE DESPORTOS DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PERÍMETROS CORPORAIS DISCIPLINA: Cineantropometria – DEF 5415 Profº.: Édio Luiz Petroski Data: 22/05/2003 Acadêmicos: Ana Paula Kuhnen Jorge Luiz Souza Priscilla Marques Florianópolis, maio de 2003.
  • 2. INTRODUÇÃO A cineantropometria é definida como a aplicação da medida para o estudo do tamanho, forma, proporção, composição, maturação e função geral do ser humano, com o objetivo de um melhor conhecimento do comportamento humano em relação ao crescimento, desenvolvimento, exercício, rendimento e ao estado nutricional (Ross e Marfell-Jones, 1991). A antropometria vem sendo utilizada há mais de um século para avaliar o tamanho e os segmentos corporais, através da medição de perímetros e comprimentos corporais, e a partir de 1915 passou-se a mensurar a espessura do tecido adiposo subcutâneo através da técnica antropométrica de dobras cutâneas (Heyward e Stolarczyk, 1996). A avaliação antropométrica apresenta potencial de informações valiosas, particularmente no que se refere à predição e estimação de vários componentes do corpo, pois muitos estudos são realizados no sentido de estabelecer padrão para avaliar crescimento, aptidão física e saúde, entre outros (França e Vívolo, 1984). As medidas de perímetros corporais estão presentes nas avaliações antropométricas, destacando a necessidade do conhecimento das padronizações para as suas mensurações. OBJETIVOS Realizar uma pesquisa bibliográfica buscando apresentar as finalidades, as aplicações, a utilização dos perímetros na composição corporal, os riscos para a saúde, os instrumentos e os erros de medida, os cuidados na mensuração, assim como a análise de dois protocolos de mensuração de perímetros. CONCEITOS Os perímetros são caracterizados pelas medidas lineares realizadas circunferencialmente (De Rose; Pigatto e De Rose, 1984). E são conceituados das seguintes formas:  “Perímetros são medidas de circunferências medidas em cm” (Aragonés Clemente; Casajús Mallen; Rodriguez Guisado e Cabañas Armesilla, 1993).
  • 3.  “Perímetro máximo de um segmento corporal, medido em ângulo reto em relação ao seu maior eixo” (França e Vívolo, 1984; Martins e Lopes, 2003). Finalidades e aplicações dos perímetros As medidas de perímetros podem representar medidas de crescimento, bem como fornecer índices de estado nutricional, níveis de gordura através de estimativas indiretas, e também utilizadas em estudos da engenharia (Martins e Lopes, 2003). As medidas de perímetro podem tanto ser interpretadas isoladamente, como em combinação com medidas de dobras cutâneas, sendo comumente utilizada para estimar a densidade corporal de forma indireta e depois transformadas em percentuais de gordura. Inúmeras equações utilizando perímetros corporais, de forma isolada ou em combinações com dobras cutâneas, foram desenvolvidas e validadas para calcular o percentual de gordura. Como exemplo pode-se citar o estudo realizado por Lean, Han e Deurenberg (1996) que desenvolveram diferentes equações de regressões (12 para o sexo masculino e 12 para o sexo feminino) utilizando os perímetros da cintura, do quadril e da coxa, isolados ou combinados com os valores das dobras cutâneas do tríceps, bíceps, subscapular e supra-ilíaca. Katch e McArdle (1984), desenvolveram o cálculo da gordura percentual através de perímetros utilizando três constantes para mulheres jovens e idosas, assim como para homens jovens e idosos. A explicação dos autores para desenvolver as equações utilizando medidas de perímetros baseia-se na alta correlação das medidas da cintura e da razão cintura quadril, com a gordura visceral e subcutânea. Recomenda-se para o estudo da composição corporal em obesos a utilização das medidas de perímetros corporais devido a sua relativa facilidade de aplicação e a dificuldade de utilizar a técnica antropométrica das dobras cutâneas, pois o adipômetro não possui uma abertura capaz de mensurar a dobra cutânea de um indivíduo obeso. Os perímetros também podem ser utilizados nas escolas a fim de acompanhar o crescimento e os estados nutricionais de crianças e adolescentes, pois a fita métrica é um instrumento simples, de fácil aquisição e baixo valor monetário.
  • 4. Riscos para a saúde Pesquisas indicam que a maneira pela qual a gordura está distribuída pelo corpo é um indicador mais importante que a gordura corporal total na determinação do risco individual de doenças (Ashwell, Lejeune e McPherson, 1996; Bray & Gray, 1988; Seidell, Bjorntorp, Sjostrom, Sannerstedt, Krotkiewski e Kvist, 1989). A influência da distribuição regional de gordura é relacionada com a quantidade de gordura visceral dentro da cavidade abdominal. Estudos têm evidenciado a relação entre o aumento da gordura abdominal e a incidência de mortalidade e morbidade (Despres, Prud’homme, Pouliot, Tremblay e Bouchard, 1991). Segundo Katch e McArdle, 1996, há duas formas de distribuição de gordura corporal ligadas a obesidade: Obesidade andróide (maçã): maior prevalência em homens, apresentam níveis sanguíneos de glicose e triglicerídeos aumentados, assim como uma maior possibilidade de hipertensão. Esses indivíduos também estão sobre grande risco de diabetes e morte por doenças do coração, enquanto que as mulheres apresentam um aumento do risco de desenvolverem câncer de útero e mama. Obesidade ginóide (pêra): maior prevalência em mulheres, gordura localizada nos quadris e nas coxas. Razão Cintura-Quadril Uma das fórmulas que mais vem sendo empregadas na determinação da distribuição da gordura corporal, e, portanto dos fatores de risco para a saúde é a razão cintura/quadril, desenvolvida por Bray & Gray (1988) onde o perímetro da cintura (em cm) é divido pelo perímetro do quadril (em cm).
  • 5. Esta razão baseia-se nas evidências que a proporção da cintura para o quadril é fortemente associada à gordura visceral (Seidell et al., 1989; Weits, van der Beek, Wedel e Ter Haar Romeny, 1988) e parece ser um índice aceitável de gordura intra-abdominal. Através das medidas de circunferência de abdômen e quadril, observou-se que há um aumento no risco de mortes por doença arterial coronariana, assim como uma variedade de enfermidades, mais marcantemente diabetes, triglicerídeos aumentados, hipertensão entre outras, em homens que apresentam valores acima de 0,90 e em mulheres acima de 0,80 (Katch e McArdle, 1996). Sendo que um fator limitante para a utilização dessa fórmula é a falta de padronização universal para a medida dos perímetros, pois a OMS recomenda utilizar a circunferência da cintura sendo a média entre a crista ilíaca e a margem da costela inferior; e o manual de referência de padronização antropométrico (Callaway et al., 1991) recomenda mensurar a circunferência mais estreita do abdome (Heyward & Stolarczyyk, 1996). O resultado encontrado pode ser comparado com a tabela de referência colocada a seguir (TABELA 1): TABELA 1: Relação Cintura/Quadril Normas da relação Cintura / Quadril para homens e mulheres idade baixo moderado Alto muito alto Homem 20 - 29 < 0,83 0,83 - 0,88 0,89 - 0,94 > 0,94 30 - 39 < 0,84 0,84 - 0,91 0,92 - 0,96 > 0,96 40 - 49 < 0,88 0,88 - 0,95 0,96 - 1,00 > 1,00 50 - 59 < 0,90 0,90 - 0,96 0,97 - 1,02 > 1,02 60 - 69 < 0,91 0,91 - 0,98 0'99 - 1,03 > 1,03 Mulher 20 - 29 < 0,71 0,71 - 0,77 0,78 - 0,82 > 0,82 30 - 39 < 0,72 0,72 - 0,78 0,79 - 0,84 > 0,84 40 - 49 < 0,73 0,73 - 0.79 0,80 - 0,87 > 0,87 50 - 59 < 0,74 0,74 - 0,81 0,82 - 0,88 > 0,88 60 - 69 < 0,76 0,76 - 0,83 0,84 - 0,90 > 0,90 (adaptada de Bray & Gray, 1988 apud Heyward & Stolarczyyk, 1996). Uma das limitações do RCQ deve-se ao fato de não existir índices para o uso em crianças na fase pré puberal e para idosos acima de 70 anos.
  • 6. Índice de Conicidade Uma outra forma, ainda pouco conhecida, mas que vem ganhando espaço e confiabilidade é o chamado Índice C ou Índice de Conicidade, proposto por Valdez em 1991. Esse índice parte da evidência que as pessoas que acumulam gordura na região central do tronco têm a forma parecida com um duplo cone (Heyward & Stolarczyyk, 1996). Para o cálculo do Índice C utiliza-se a seguinte equação: IC = CC (m) 0,109 * MC (Kg) Est. (m) (Valdez, 1991 citado por Heyward & Stolarczyyk, 1996) Onde: cc = circunferência da cintura em metros MC = massa corporal (Kg) ES = estatura em metros. A faixa teórica do índice C é de 1,00 (cilindro perfeito) a 1,73 (cone duplo perfeito). Estudos realizados por Anjos, Loch, Rubert e Ferreira (2002); Tribess e Devens (2002) apresentaram uma alta correlação quando comparados com o RCQ. Instrumentos de medidas Para a obtenção dos perímetros corporais o único material necessário é uma fita métrica flexível e não elástica com precisão de um milímetro ( Aragonés Clemente et al., 1993). A fita deve ter, preferencialmente, somente uma marcação numérica do lado destinado à leitura, e sete milímetros de largura (Martins e Lopes, 2003). Para a mensuração do punho de crianças a fita deverá ser mais fina, para que possa se adaptar à depressão entre o processo estilóide do rádio, a ulna e os carpos (Martins e Lopes, 2003).
  • 7. Erro de medidas Vários são os fatores que podem afetar a fidedignidade das medidas antropométricas. Entre estes fatores destacam-se: o equipamento, a habilidade do avaliador, fatores do sujeito e equações inadequadas para estimar a composição corporal. No caso específico das medidas de perímetros corporais, o uso de uma fita métrica inadequada pode comprometer o resultado final das medidas, enquanto que a habilidade do avaliador não é uma grande fonte de erro de medida, mesmo entre avaliadores diferentes, ou seja, nem a reprodutibilidade nem a objetividade das medidas de perímetros parece ser afetada pela habilidade dos avaliadores. Dentre os fatores individuais, deve-se destacar que é mais difícil obter medidas consistentes de perímetros para obesos do que para indivíduos magros, isto devido à influência da retenção de fluidos e por edema subcutâneo, principalmente em mulheres que apresentam um significativo aumento de peso durante certos estágios do ciclo menstrual. Já ao que se refere ao uso de equações impróprias, vale destacar que o uso de uma equação inadequada pode produzir erros significativos na estimativa da composição corporal. Alguns autores recomendam o uso combinado dos perímetros como outros índices corporais, embora existam autores que condenem esta prática (Hobbold & Souza, 2000). Cuidados durante a mensuração das medidas de perímetros. A seguir destacam-se alguns cuidados que devem ser observados na tomada das medidas de perímetro (Katch e Mcardle, 1984; Crawford, 1996; Martins e Lopes, 2003): • plano de fita deve estar adjacente à pele e, suas bordas, perpendiculares em relação ao eixo do segmento que se quer medir (exceção feita a medida do perímetro da cabeça e do pescoço); • medir o perímetro em sua extensão máxima, com o zero da fita estando por baixo do valor da leitura; • realizar as mensurações exercendo leve pressão sobre a pele; • não deixar o dedo entre a fita e a pele; • medir sempre que possível sobre a pele nua;
  • 8. • determinar e marcar, sempre que possível, os pontos de referência anatômica com lápis demográfico; • realizar a leitura com aproximação de milímetros; • realizar duas mensurações e, quando os valores obtidos diferirem entre si, deve-se realizar mais uma mensuração, calculando-se a média das mesmas; • mensurar, sempre que possível, na presença de outro avaliador ou de um espelho, a fim de garantir que a fita métrica seja colocada em um mesmo plano- horizontal- em relação à face anterior e posterior do avaliado; • realizar a leitura da medida olhando sempre de frente e à altura do valor numérico da fita. Mensuração dos Perímetros Corporais A seguir listaremos a mensuração dos perímetros corporais, descreveremos brevemente seu propósito e algumas observações e cuidados, conforme Lopes e Martins, 2003. Cabe ressaltar, que a referência anatômica e as técnicas de mensuração serão descritas na tabela 1 (análise dos protocolos). Cabeça  Avaliar o tamanho do crânio;  Estudos de engenharia;  Estudos na área médica. Pescoço  Estudos na área de desenvolvimento humano;  Nos esportes;  Estudos da obesidade. Ombro  Obsevação dos efeitos do treinamento na musculatura da região. Tórax  Estudos em desenvolvimento humano;
  • 9.  Estudos em nutrição. Braço relaxado  Estudos de antropometria. Braço contraído  Estudos de antropometria; Antebraço  Verificar a densidade corporal junto de outras medidas. Punho  Industria do vestuário;  Estudos de desenvolvimento humano. Cintura  Industria da moda;  Variações do treinamento. Abdome  Indicador de doenças relacionadas com a obesidade. Quadril  Relacionado ao biótipo;  Indicador de doenças provenientes da obesidade. Coxa  Estudos em antropometria;  Indicador de atrofia. Perna  Estudos em antropometria. Tornozelo  Indústria calçadista;
  • 10.  Indústria médica. Análise dos protocolos TABELA 2. Lopes e Martins, 2003 Aragonés Clemente et al., 1993 Cabeça A fita passa pela parte superior da sobrancelha, protuberância occipital e borda superior da aurícula. Cabeça no plano de Frankfurt. > perímetro da cabeça, estando a cabeça no plano de Frankfurt e o avaliado sentado. Pescoço Mede-se na parte inferior da proeminência da laringe (Pomo de Adão). Cabeça no plano de Frankfurt. Perímetro que passa em cima do pomo de Adão. Cabeça no plano de Frankfurt. Ombro Região de maior volume dos músculos deltóides, inferior aos acrômios e articulação do esterno com a segunda costela. Sentado e após uma expiração normal. Tórax Recomenda-se a medida sobre a quarta articulação costo-esternal (lateralmente, esta corresponde à sexta costela), minimizando assim a influência das mamas. Para os homens pode-se, ainda, adotar a linha dos mamilos como referência. Circunferência que rodeia o tórax ao nível da quarta articulação esternal. Eleva-se os braços para colocação da fita e em seguida retorna os braços ao longo do corpo. Mensurado ao final da fase espiratória. Braço relaxado Ponto central entre o acrômio e a articulação úmero radial do braço D. Braço ao longo do corpo ou abduzido à altura do ombro com polegar para cima. Ponto médio da distância acromio- radial, com os braços relaxados ao longo do corpo. Braço contraído > perímetro do braço D, estando este abduzido até a altura dos ombros, cúbito direito flexionado tanto quanto se permita a contração máxima do ventre muscular do bíceps, punhos cerrados. o > perímetro do braço contraído voluntariamente. Com o braço na horizontal e antebraço em supinação, flexiona-se até ≅ 45o . Antebraço > perímetro do antebraço D, estando o braço D um pouco elevado à frente, com a palma da mão voltada para frente (em pronação). > perímetro do antebraço, com o braço estendido e a mão em supinação. Normalmente está a 7 cm da cabeça radial. Punho Região imediata após os processos estilóides do rádio e da ulna (no sentido céfalo-caldal) do punho D. Braço elevado à frente, com a palma da mão voltada para a frente. Perímetro distal do punho, < circunferência do antebraço. Com flexão do cotovelo e mão em supinação. Cintura Região abdominal em seu < perímetro após uma expiração < circunferência do abdome, ≅ entre o ponto média da crista ilíaca
  • 11. normal. e da borda costal. Abdome Região abdominal em seu > perímetro (geralmente à altura do umbigo), após uma expiração normal. Medida da circunferência que passa pelo umbigo. Quadril Maior porção da região glútea, com as coxas unidas e os braços ao longo do corpo. > circunferência glútea ≅ acima da sínfise púbica. Braços cruzados sobre o peito ou afastados do quadril. Coxa Proximal: imediatamente abaixo da prega glútea. Medial: ponto médio entre a prega inguinal e a borda proximal da patela, em extensão do joelho. Distal: três centímetros acima da borda proximal da patela. Proximal: um cm abaixo da prega glútea. Medial: ponto médio trocantério- tibial. Perna Região da panturrilha em sua > porção. Pode ser mensurado sentado com os pés apoiados no chão, ou em pé, com o peso distribuído nas duas pernas. > circunferência da perna. O avaliado está em pé, com as pernas separadas e peso distribuído igualmente. Tornozelo < perímetro próximo ao eixo dos maléolos, podendo ser mensurado com o avaliado sentado ou em pé com o pé D apoiado sobre banco ou degrau. < circunferência da perna, acima do maléolo tibial. O avaliado está em pé, com as pernas separadas e peso distribuído igualmente pelas mesmas. Exemplos Práticos: 1. Perímetro de Cabeça de crianças: Merck Sharp & Dohme. Após mensurar o maior perímetro cefálico da criança, deve-se recorrer ao gráfico (anexo) e verificar o ponto que corresponda à intersecção da linha horizontal (idade) com a vertical (cm). Se mediante traçado contínuo, deve-se unir os valores achados em diferentes períodos, a fim de se ter idéia das características de crescimento da criança e da incidência com que os processos patológicos a afetam, seja qual for sua natureza (psíquicos, sociais, nutricionais, enfermidades clínicas, etc.) Na interpretação do traçado da curva de crescimento, que vai sendo percorrida pela criança, atribui-se certo grau de segurança àquela que se mantém dentro dos andarivéis enquadrados entre a mediana e os percentis 25 e 75. Os que decorrem fora destes percentis devem ser seguidos muito atentamente como suspeitos e os que se achem fora dos 5 e 95 como não-sadios, até demonstração em contrário.
  • 12. Resultados:  Criança J: Idade: 4 anos Perímetro cefálico: 52,5 cm A posição do ponto de intersecção encontrado no gráfico foi acima do percentil 97, pode-se considerar que a criança apresenta um crescimento fora do padrão de normalidade conforme o protocolo, devendo ser acompanhada por um médico para verificar possíveis anormalidades. Cabe ressaltar que este dado coletado foi mensurado apenas uma vez, sendo que é recomendado um acompanhamento de mensurações no decorrer dos anos, para se ter uma conclusão mais precisa. 2. Perfil antropométrico de mulheres maiores de 50 anos, fisicamente ativas, de acordo com a idade cronológica – evolução de 1 ano. Matsudo, S. M., Barros Neto, T. L. & Matsudo, V. K. R. Amostra: 117 mulheres (50 a 79 anos), praticantes de um programa de exercícios aeróbicos 2 vezes por semana, 50 minutos por sessão. Metodologia: Foram mensuradas algumas variáveis antropometricas, dentre as quais a Relação Cintura-Quadril (RCQ). Resultados: Houve aumento da RCQ ao final de um ano no grupo de 60 a 79 anos. 3. Correlação entre índices antropométricos que definem o risco cardiovascular Tribess, S. & Devens, B. R. Amostra: 22 mulheres com idade média de 44,27 anos freqüentadoras de uma academia de ginástica da periferia de Florianópolis - S.C. Metodologia: Foram mensuradas a estatura e a massa corporal; circunferências de cintura e quadril; dobras cutâneas tricipital, subescapular, suprailíaca e panturrilha medial. Através destes dados foi calculados o índice de massa corporal (IMC), razão cintura quadril (RCQ), índice de conicidade (IC) e percentual de gordura através da equação proposta por Petroski (1995). Resultados: Notou-se que a relação cintura quadril e o índice de conicidade não se relacionaram com as demais variáveis, porém possuem correlação entre si, assim como o índice de massa corporal, a circunferência de cintura e o percentual de gordura também possuem correlação entre si.
  • 13. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através deste estudo podemos observar a grande importância da utilização dos Perímetros Corporais, principalmente por abranger populações que possuem carência de instrumentos de avaliação, como obesos e idosos. Trata-se de instrumentos simples, de fácil aquisição e baixo custo. Porém, deve-se estar atento aos cuidados e utilização ao se realizar as medidas, assim como o avaliador deverá sempre dar um retorno ao avaliado, evitando que ocorra a medida pela medida. Acreditamos que deveria ser realizada a padronização dos perímetros corporais considerando, por exemplo, o perímetro da cintura que sofre modificações conforme determinados protocolos.
  • 14. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA Anjos, L. G.; Loch, M. R.; Rubert, V. A. & Ferreira, L. (2002). Correlação entre índice de conicidade e outros indicadores de gordura corporal de indivíduos com idade entre 30 e 50 anos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. 10 (4). Aragonés Clemente, M. T.; Casajús Mallen, J. A.; Rodriguez Guisado, F. & Cabañas Armesilla, M. D.(1993). In F. Esparza Ros (Org). Manual de cineantropometria. (pp 35-66). Espanha: Gráficas San Juan, S. L. Ashwell, M.; Lejeune, S. & McPherson, K. (1996) ).Ratio of waist circumference to heigth may be better indicator of need for weigh management. B M J . 10, 377. Bray, G.A. & Gray, D. S. (1988). Obesity. Part I—Pathogenesis. Western Journal of Medicine. 149(4): 429-41. Callaway, A. R.; Chumlea, W.C., Bouchard, C.; Himes, J. H.; Lohman, T. G.; Martin, A. D.; Mitchell, C.D.; Mueller, W. H., Roche, A. F. & Seefeldt, V. D. (1991). Circunferences. In T. G. Lohman, A. F. Roche & R. Martorell (Eds). Anthropometric satandardization reference manual (Abridged Editation). (pp 39-54). Champaign: Human Kinetics Books. Crawford, S. M. (1996). Anthropometry. In D. Docherty (Ed). Measurement in pediatric exercise science. Windsor: Human Kinetics. De Rose, E. H.; Pigatto, E. & De Rose, R.C.F.(1984). Cineantropometria, educação física e treinamento desportivo. Rio de Janeiro: SEED/MEC. Despres, J. P.; Prud’homme, D.; Pouliot, M. C.; Tremblay, A. & Bouchard, C. (1991).Estimation of deep abdominal adipose-tissue accumulation from simple anthropometric measuments in men. AM J Clin Nutr. 54(3): 471-477. França, N. M. & Vívolo, M. A.(1984). Medidas Antropométricas. In V. K. R. Matsudo (Ed) Testes em ciência do esporte. Burti, São Caetano do Sul, SP.
  • 15. Heyward, V. H. & Stolarczyk, L. M.(1996). Applied body composition assessment. Human Kinetics Books. Champaign, Illinois. Hobbold & Souza, G. S. (2000). Perímetros corporais. Seminário de Cineantropometria (trabalho não publicado). Katch, F. I. & McArdle, W. A. (1984). Nutrição, controle de peso e exercício. Rio de Janeiro, Ed. Médica Científica Ltda. Katch, F. I. & McArdle, W. A. (1996). Nutrição, Exercício e Saúde. Rio de Janeiro, Ed. Medsi. Lean, M. E. J.; Han, T. S. & Deurenberg, P. (1996). Predicting body composition by densitometry from simple anthropometric measurements. Am J Clin Nutr. 63(4), 4-14. Martins, M. O. & Lopes, M. A. (2003). Perímetros. In E. L. PETROSKI. Antropometria: Técnicas e Padronizações. Porto Alegre: Pallotti. Merck Sharp & Dohme. Instruções para uso dos gráficos de crescimento e desenvolvimento. Atualização Médica MSD, Brasil. Michels, G. (2000). Aspectos históricos da cineantropometria – do mundo antigo ao renascimento. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, 2 (1), 106-110. Ross, W. D. e Marfell-Jones, M. J.( 1991). Kinanthropometry. In J. D. McDougall; H. A. Weuger & H. J. Green (Eds). Physiological testing of the high performance athlete. (pp 75-113) Champaing: Human. Seidell, J. C.; Bjorntorp, P.; Sjostrom, L.; Sannerstedt, R.; Krotkiewski, M. & Kvist, H. (1989) Regional distribution of muscle and fat mass in men new insight into the risk of abdominal obesity using computed tomography. Int J Obes. 13(3): 289-303.
  • 16. Tribess, S. & Devens, B. R. (2002). Correlação entre índices antropométricos que definem o risco cardiovascular. . Revista Brasileira de Ciência e Movimento. 10 (4). Weits, T.; van der Beek, E. J.; Wedel, M. & Ter Haar Romeny, B. M. (1988). Computed tomography measurement of abdominal fat deposition in relation to anthropometry. Int J Obes. 12(3): 217-225.