Da disciplina à autoridade - um experiência em sala de aula
1. Da disciplina à autoridade.
Uma experiência em sala de aula
João Vieira
Trabalho realizado no âmbito da
“Acção de Formação Autoridade e Mediacão de conflitos na Escola”
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Formadora: Professora Fernanda Navarro
2. Introdução
Apresentação de uma abordagem a um problema na
relacão professor-aluno e professor-alunos.
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Observar influencias no trinómio autoridade-indisciplinâ
educação.
Evidenciar a relevancia destas relações, que podem
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despertar ou adormecer o interesse pelo conhecimento
por parte do discente, e representar um prazer ou
desgosto no docente ao desempenhar a sua função.
3. Autoridade
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Autoridade ocorre quando se dá o exercício de
obediência onde estiver presente uma relação humana,
como por exemplo no relacionamento no grupo de
amigos, na família, na escola, na universidade...
A autoridade não pode ser entendida como um bloqueio
à liberdade do aluno, nem limitar a autonomia do
discente. (Ferreira, 2008)
4. Autoritarismo
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Historicamente o autoritarismo é associado a um
contexto educacional relacionado à educacão religiosa
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ou militar.
A educacão baseada no autoritarismo tende a gerar
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indivíduos submissos, conformistas, individualistas,
incapazes de intervirem na sociedade...
A educacão deve por isso despertar no aluno a
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capacidade de estar consciente do seu “espaço” e de si
próprio em harmonia, e não ser submisso e manipulável
(Aquino, 1998)
5. Indisciplina
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Amado (1998, 2001) propõe tres «níveis de indisciplina»:
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Primeiro nível: «desvios às regras da producão», abarca
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aqueles incidentes a que é imputado um carácter
«disruptivo»;
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Segundo: «conflitos inter-pares», abrange os incidentes
que traduzem, essencialmente, um disfuncionamento
das relacões formais e informais entre os alunos;
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Terceiro, dos «conflitos da relacão professor-aluno», é
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composto por comportamentos que, de algum modo,
põem em causa a autoridade e o estatuto do professor.
6. Autoridade e Educação
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A autoridade sendo um produto da relacão professoŗ
aluno não é de todo um erro, mas até necessária, desde
que realizada de forma eficaz, uma vez que conduz o
discente a se auto-disciplinar, passando a ser capaz de
adequar seu comportamento a determinadas regras,
definidas por ele ou não (Freire, 1989).
“ao estudarmos os passos didácticos, é importante
sublinhar que a estruturacão da aula é um processo que
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implica criatividade e flexibilidade do professor” (Libâneo,
1994).
7. Indisciplina e Autoridade
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A investigação em Portugal revela haver consenso entre os
intervenientes educativos no que respeita a factores
pedagógicos, muito especialmente em itens como «falta de
respeito dos professores para com os alunos» e «falta de
preparacão pedagógica dos professores» (Amado 1998).
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Os problemas da maior e mais frequente violencia foram
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observados com professores permissivos, que toleravam em
elevado grau a indisciplina dos seus alunos, que abusam de
frequentes ameacas raramente cumpridas (Amado 1998).
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8. Caracterização da turma
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A turma era composto por seis raparigas e nove rapazes, um
dos quais NEE, sendo que a média das idades é 12,6 anos.
No final do ano lectivo anterior, dois alunos registaram nível
dois a Língua Portuguesa, e cinco alunos que registaram
nível dois a Matemática.
A generalidade dos encarregados de educação destes alunos
têm apenas a escolaridade básica.
9. Abordagem
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A actividade foi realizada na sequência da comemoração
do “Mes da Prevencão dos Maus Tratos na Infancia”.
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Nesta actividade realizada a nível de escola, encontravase em destaque o símbolo, laço azul, o qual
“simboliza os corpos batidos e cheios de nódoas
negras dos dois netos da promotora da campanha”.
10. Abordagem
Formou-se dois grupos de
alunos situados em lados
opostos da sala.
Cada grupo caminhou para o
outro lado da sala enquanto
proferiam a mensagem
subjacente ao símbolo da
campanha.
11. Abordagem
Os alunos foram convidados a
circularem aleatoriamente pela sala de
forma a se misturarem uns com os
outros enquanto reproduziam a
mensagem associada ao símbolo da
campanha
Formou-se novamente dois grupos
para repetir a primeira actividade.
Os alunos misturaram-se
independentemente do género.
12. Abordagem
Os alunos formaram uma “fila
indiana” circular, iniciando a
marcha após a ordem do
professor, ora num sentido, ora no
outro.
Os alunos caminham com a mão
esquerda em cima do ombro
esquerdo do colega da frente.
14. Abordagem
Os alunos formaram dois grupos de
forma aleatória e fizeram um
percurso amarrados por papel
higiénico.
15. Abordagem
Os alunos escreveram uma palavra a elogiar um colega de
turma, que se manteve anónimo.
Com quantas destas palavras te identificas?
16. Conclusões
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A premissa que a disciplina consiste num estado de
quietacão, aceitacão e submissão dos alunos ao
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professor é de toda falsa.
“não há docencia sem discência” (Freire 1989)
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Da observação participativa do docente, a montante
da execução desta experiência, há a destacar uma
mudança dos comportamentos adoptados pelos
alunos, principalmente em termos comportamentais.