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Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
O JB News saúda os Irmãos leitores e foliões do carnaval de Florianópolis - Imagem de 25.02.2017)
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.342 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
Bloco 1-IrSérgio Quirino – Não Há Direitos Maçônicos
Bloco 2-IrOsvaldo Pereira Rocha – Tudo pela Pátria
Bloco 3-IrSalvador Allende – Da Génese dos “Antigos” ao Estabelecimento da GLUI
Bloco 4-IrCharles Evaldo Boller – Peças de Arquitetura Eficazes – Estudo Constante e Oratória ...
Bloco 5-IrPedro Juk – Perguntas & Respostas (com 7 respostas)
Bloco 6-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 27 de fevereiro e hoje com versos do Irmão e Poeta
Adilson Zotovici (São Paulo – SP)
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Ano 11- artigo 09 - número sequencial 606 -26 fevereiro 2017
Saudações, estimado Irmão!
NÃO HÁ DIREITOS MAÇÔNICOS
Em 11 de Agosto de 1891, o então Muito Poderoso e Sublime
Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil, em
Sessão de Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz, produziu uma máxima
que deve nortear todo Maçom, indiferente do grau alcançado:
De posse desse conhecimento, devemos ter bem claro em mente
que a nossa condição de Maçom não nos credencia a direitos. O
processo iniciático dos graus são afirmações de compromissos, ou
seja, DEVERES A SEREM ASSUMIDOS.
”Só o trabalho pode vos revelar os mil segredos da natureza. Nós nos auxiliaremos,
mutuamente, para se levantar o véu, mas do vosso trabalho e dos esforços fraternais
que empregardes, todo deveis esperar. Tomando lugar entre nós, contraís maiores
Hoje é o 58º dia do Calendário Gregoriano.
Faltam 307 dias para terminar o ano de 2017
- Lua Cheia -
Segunda-feira de Carnaval. -
É o 128º ano da Proclamçaõ da República;
195º da Independência do Brasil e
517º ano do Descobrimento do Brasil
Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço
eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado.
1 – Não Há Direitos Maçônicos
Sérgio Quirino
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obrigações. A cada instante teremos o direito de vos pedir contas, do que tiverdes feito
pela felicidade da Humanidade.“
Em nosso dicionário moral, a palavra Maçom tem como sinônimos: trabalho,
ações fraternais, obrigações e, principalmente, responsabilização.
Essa definição serve para aqueles que usam a critica como assunto recorrente e vê
apenas as falhas dos Irmãos, os que estão insatisfeitos com a direção da Loja, os que
não pactuam com as ações da Potência e acham que a Maçonaria não faz nada.
Façamos um exercício mental de avaliação de nossa condição individual como Maçom;
em Loja como Obreiro; de nossa vinculação à Potência como Membro e de Iniciado
junto à Sublime Ordem.
No âmago do meu Ser Maçom, ajo com Fé, Esperança e Caridade?
Em Loja, trabalho e submeto minha vontade?
Na Potência que estou jurisdicionado, venço minhas paixões em prol do progresso?
Junto à sociedade, represento e inspiro os valores maçônicos?
Somente a cada um de nós caberá as respostas. Talvez, seja interesse bater três vezes
no peito e humildemente dizer: mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. (minha falha,
minha falha, minha máxima falha)
MUDEMOS E NOS CONSCIENTIZEMOS DE QUE A MAÇONARIA SOMOS NÓS E QUE NÃO HÁ
DIREITOS MAÇÔNICOS. SE EXISTE HIERARQUIA, RITUAIS, NORMAS, PROCEDIMENTOS E,
PRINCIPALMENTE, VALORES, TEMOS, ENTÃO, OBRIGAÇÕES, QUE SÃO MUITAS. MAS, PARA
TORNAR FELIZ A HUMANIDADE, BASTA QUE CUMPRAMOS NOSSOS DEVERES. NÃO CREDITE
AOS OUTROS VOSSAS FALHAS.
Neste décimo primeiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas mantemos a
intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem
Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas.
Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como
ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.
Fraternalmente
Sérgio Quirino – Grande Segundo Vigilante – GLMMG
Sérgio Quirino - ARLS Presidente Roosevelt 025 – GLMMG
Contato: 0 xx 31 98853-2969 / quirino@roosevelt.org.br
Facebook: (exclusivamente assuntos maçônicos) Sergio Quirino Guimaraes Guimaraes
Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.
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Osvaldo Pereira Rocha*
Grão-Mestre “Ad Vitam” do GOAM.
Colaborador do JB News - Registro DRT/MA 53.
São Luiz - MA
E-mail rocha.osvaldo@uol.com.br
site www.osvaldopereirarocha.com.br
TUDO PELA PÁTRIA
Para glória do Grande Arquiteto do Universo.
Desde a mais tenra idade que eu e meus irmãos e irmãs aprendemos por nosso pai,
Antonio da Silva Rocha, falecido e de saudosa memória, que deveríamos amar a Pátria
Brasileira, respeitando o Brasão das Armas da República, com desenho criado no
governo do primeiro Presidente da República, Marechal Deodoro da Fonseca; a
Bandeira Nacional do Brasil, com o Slogan ORDEM E PROGRESSO, belas cores e a
posição das estrelas correspondendo ao céu do dia 15 de novembro de 1889, do Rio de
Janeiro; o Selo, usado para autenticar atos do governo, diplomas e certificados
expedidos por escolas oficiais e o Hino Nacional do Brasil, que teve a letra criada em
1909, por Osório Duque Estrada, mas que só foi oficializada em 1922.
Que além dos quatro supracitados símbolos oficiais, devemos respeitar e cumprir a
Constituição da República Federativa do Brasil, leis e demais atos governamentais, em
vigor, assim como respeitar as autoridades legalmente constituídas.
Em 20 de junho de 1959, este articulista foi recrutado pelo Exército Brasileiro para servir
à Pátria, no então 24º Batalhão de Caçadores, em São Luís do Maranhão, e quando do
seu Juramento à Bandeira do Brasil, em 19 de novembro do mesmo ano, sentiu forte
emoção com o cântico do Hino Nacional brasileiro; em 07 de agosto de 1968, foi iniciado
na Instituição Maçonaria, em evento emocionante, com solenidade à Bandeira Nacional,
e quando recebeu orientação de cumprir e fazer cumprir os atos oficiais das autoridades
competentes.
Na década em 1970, este articulista foi admitido no Serviço Público Federal, como
Inspetor do Trabalho e foi lotado na Delegacia do Trabalho Marítimo no Maranhão –
DTM –MA, que funcionava no prédio sede da Capitania dos Portos do Maranhão, da
Marinha do Brasil, na capital maranhense, tendo por Delegado o próprio Capitão dos
Portos, quando participou de diversas reuniões ou solenidades, no Salão Principal da
mencionada Organização Militar Naval, e de ler a destacada, linda e importante frase
2 – Tudo pela Pátria
Osvaldo Pereira Rocha
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“TUDO PELA PÁTRIA”, que mexia com o seu emocional. Também no Rotary e no IHGM
este articulista teve exemplos de amor à Pátria brasileira.
A Estação Antártica Comandante Ferraz com o Brasil aderindo ao Tratado da Antártida,
em 1975, firmando o propósito de ocupar o território com fins pacíficos e de cooperar
com a comunidade internacional para o desenvolvimento de pesquisas no extremo sul
do Planeta Terra e, desta forma, engrandecendo nosso País. Os esforços dos bravos
marinheiros em prestar relevantes serviços naquela região gelada dizem muito bem o
quanto valorizam a nossa Pátria Amada, dando-nos provas de que, de fato, realizam
tudo pela Pátria amada.
Uma das exigências para a participação de qualquer país como parte consultiva do
aludido tratado é a realização de substanciais atividades científicas. Para esse fim, o
PROANTAR foi elaborado e implantado pela Comissão Interministerial para os Recursos
do Mar, em consonância com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.
Tudo pela Pátria!
Rogo ao Grande Arquiteto do Universo para que proteja os nossos marinheiros e
continue nos abençoando.
*Colaborador, registro DRT/MA nº 53. Amigo da Marinha, Mérito Tamandaré, Leme da Amizade e Tripulante
Honorário da CPMA. Site www.osvaldopereirarocha.com.br
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Irmão Salvador Allende
MM da Loja Salvador Allende - GOL
Lisboa Portugal
Da génese dos «Antigos»
ao estabelecimento da G.L.U.I.
I – Uma nova abordagem sobre um conflito fundamental na Maçonaria Inglesa
A história dos primeiros tempos da Maçonaria inglesa surge mais complexa do que tínhamos
percepcionado até recentemente, em grande parte graças ao aprofundar da pesquisa e ao
correspondente avanço nas investigações sobre este período. O conflito que sacudiu
Maçonaria e que tem sido denominado como o diferendo entre "Antigos" e "Modernos” (de
1751/1753, até 1813), ocorreu do outro lado do Canal da Mancha, ao longo de cerca de 60
anos.
Não será propriamente por acaso que este período e este diferendo têm sido estudados, até
aqui, como um facto histórico interno à própria Inglaterra. No entanto, se queremos renovar a
abordagem e as consequentes perspectivas que se abrem sobre este interessante período,
devemos aprofundá-lo como desenvolvimento Inglês, mas de recorte irlandês, contribuindo
decididamente para deslocar e influenciar a Maçonaria continental e sobretudo a Maçonaria
francesa. Nesta perspectiva a posterior G.L.U.I. (Grande Loja Unida de Inglaterra), resultante
da fusão entre «Modernos» e «Antigos» em 1813, na ânsia de se auto-designar como herdeira
e continuadora da Grande Loja de Londres (G.L.L.) e assim estender, sob o manto diáfano da
«Regularidade», o seu domínio à escala mundial, obviamente não tem interesse em fazê-lo
emergir do estrito âmbito inglês.
Philipp Crossle, grande historiador da Maçonaria irlandesa, a partir de 1928 começou a chamar
a atenção para as especificidades desta Maçonaria e especialmente, para a existência de um
sistema composto por 3 Graus, anterior ao sistema revelado por Samuel Prichard em 1730.
Este sistema era dotado dum conteúdo diferente, ao compreender um novo grau, denominado
de “Arco Real”. Ao apresentar o seu trabalho de investigação, Crossle estava implicitamente a
3 – Da Génese dos “Antigos” ao Estabelecimento da GLUI
Salvador Allende
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levantar também uma questão complexa, a do aparecimento e influência dos Altos Graus na
história geral da Maçonaria.
Por outro lado, como mostrou Alain Bernheim (5), tanto a Maçonaria Inglesa como a francesa
foram, no que respeita aos graus azuis, substancialmente idênticas pelo menos até 1750, altura
do aparecimento dos "Antigos".
Isto implica que o modo usual de considerar este conflito como uma disputa entre um sistema
Inglês claramente definido e inamovível, representado pela G.L.L. de 1717 chamada
depreciativamente, os "Modernos", em confronto com o da nova Grande Loja, considerado
como um sistema importado da Irlanda pelos "Antigos" é certamente uma questão a abordar de
novo, agora sob novos ângulos.
Como tratar do problema do Arco Real como um grau importante, importado da Irlanda para
Inglaterra pelos "Antigos" e como perceber que este grau, que será conhecido muito
rapidamente em Inglaterra, é diferente daquela outra versão irlandesa, e em vez disso está
muito perto da lenda que é representada nos rituais franceses, denominados "Royale Arche"?
É claro que a história da Maçonaria Inglesa não se limita à história "stricto sensu" da Inglaterra.
Esta é, na verdade, a história duma Maçonaria que está exposta a todos os tipos de
influências, desde as internas, de base britânica, mas também com componentes externas, tais
como as influências irlandesas, escocesas e francesas. É no segundo terço do XVIII, quando
se constitui em Inglaterra um sistema maçónico, que é o produto de todas estas influências e
que, evidentemente, também teve influências em seu redor doutras maçonarias, especialmente
as vindas de França.
Aparece aqui como que uma história franco-britânica tentando cercar e definir todas essas
influências e, assim, resolver uma série de problemas relacionados com as origens da
Maçonaria, como a instalação do Venerável da Loja ou o «Royal Arch», etc.
II – Da Inglaterra dos «Modernos», à dos «Antigos»
A querela entre os "Modernos" e "Antigos" é uma querela fundamental da Maçonaria inglesa,
e que classicamente se enuncia da seguinte forma: até 1750, a Maçonaria era unida e uniforme
na Inglaterra, já que na primeira metade do século XVIII existia uma única organização
maçónica amplamente predominante, protagonizada pela G:.L:.L.. (a Gr. Loja de York foi
progressivamente reduzindo a sua actividade, apesar de contestar e não reconhecer a
existência daquela).
Recordemos contudo que, historicamente, a afirmação de que a GLL constitui o despontar da
nova Maçonaria especulativa é inexacta. Nada permite fundamentar, face à sequência
temporal e histórica actualmente conhecida, que a maçonaria especulativa tenha nascido em
1717. De facto esta data é quase irrelevante no longo processo de desenvolvimento do
movimento. Knoop e Jones (2) referem que “naquela altura, a formação da Grande Loja foi
uma ocorrência de menor importância no desenvolvimento da Maçonaria, e não faz sentido
constituir um marco na história maçónica”. No entanto a nova forma de organização instituída
pela G.L.L., com uma estrutura de coordenação centralizada, constitui uma inovação, face à
organização predominante até ao momento, de raiz escocesa e centrada sobretudo nas Lojas.
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Anderson, segundo D. Ligou (2) terá sido encarregue pelo duque de Montagu, em Setembro
de 1721, da redação dum texto de interligação entre os «Antigos Deveres / Old Charges» com
as lendas bíblicas em que surgem figuras como Adão, Noé ou Zorobabel. Não terá sido por
acaso que se adaptaram as velhas obrigações corporativistas à nova situação, tentando
efectuar uma síntese com as exigências operativas tradicionais, desprovidas de sentido face à
nova realidade existente à data.
Esta situação era resultante das lutas intestinas entre o catolicismo e as diferentes correntes
protestantes corporizadas pelo choque entre a tradição operativa que se pretendia adaptar,
marginalizando os homens que a mantiveram, face aos novos valores transmitidos pelos
adeptos da Royal Society (a «moral e religião natural»). A evolução deste litígio, polarizado
durante o 2º quartil do século XVIII por Lawrence Dermott (e outros irlandeses), levou ao
levantamento de colunas a partir de 1751/3, de uma nova Grande Loja, já após o falecimento
de Désaguliers e Anderson. Esta nova organização, denominada Grande Loja dos “Antigos
Maçons” (G:. L:. A:.), mais conhecida como a dos «Antigos», passará a rivalizar fortemente
com a G.L.L. pela disputa e controlo da Maçonaria inglesa.
A Grande Loja de 1717 será chamada para escárnio ou ridicularização de "Grande Loja dos
Modernos", o que não invalida que seja reconhecida como a primeira "Grande Loja" do Mundo.
A Grande Loja dos Antigos é fundada principalmente por maçons irlandeses que viviam em
Londres, mas rejeitando os usos da Grande Loja de 1717 e que a partir de 1751 iniciou um
amplo desenvolvimento na Inglaterra.
A Escócia e na Irlanda constituíram também as suas Grandes Lojas, respectivamente em
1735 e 1725/8. A. Bernheim (5) salienta que estas só reconheceram efectivamente a Grande
Loja dos «Antigos», tendo, até então, um relacionamento muito limitado ou quase inexistente
com a G:.L:.L:. . Em resultado do acordo bilateral entre «Antigos» e irlandeses, nenhum
Maçom dos «Modernos» se podia incorporar numa loja Irlandesa sem ser “re-iniciado e
instruído” no ritual dos «Antigos» (o chamado «ancient working»), situação que só se veio a
alterar após o processo de constituição da G.L.U.I., em 1813.
As diferenças ritualísticas principais, reclamadas pelos «Antigos» face à G:.L:.L:. e que
segundo aqueles traduziam essencialmente a defesa da chamada antiguidade de raiz
operativa transmitida pelas “Old Charges” (Antigos Deveres) , eram as seguintes:
- Abandono das orações nas cerimónias maçónicas;
- Abandono da celebração das festas de S. João;
- Inversão da ordem das palavras sagradas,
Criticavam também fortemente a inexistência quer da “cerimónia de instalação secreta do
Venerável”, que reputavam de essencial, quer do grau do “Arco Real”. Em resumo e segundo
refere Philip Crossle (citado por A. Bernheim), em “The Irish Rito” (5), a história da Maçonaria
Irlandesa é diferente da Inglesa e profundamente original, já que terá evoluído por conta
própria sensivelmente a partir de 1680, independentemente das raízes escocesas e inglesas.
Na Inglaterra do Séc. XVIII, segundo Roger Dachez (6) o conceito de regularidade de uma Loja
era essencialmente administrativo (correspondendo à submissão à autoridade de uma Grande
Loja e ao pagamento das capitações). Contudo esta situação modificou-se ligeiramente com a
criação da 2ª Grande Loja (a dos «Antigos»). Com um novo poder maçónico a pretender
também exercer o controlo sobre o universo maçónico inglês, era inevitável o conflito pela
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supremacia maçónica com a G:.L:.L:. , tendo como perspectiva estratégica a eventual
sobrevivência a longo termo.
Quando da constituição da sua GL, os «Antigos» obviamente alteraram as Constituições de
1738, adaptando-as às suas necessidades. Modificaram substancialmente o primeiro capítulo
das «Obrigações», por forma a dar-lhe o formato religioso que actualmente conhecemos,
desaparecendo o espírito de tolerância que emergia do texto de 1723. Neste (“Um Maçom
está obrigado a observar a lei moral, a compreender a Arte e não será jamais um ateu
estúpido nem um libertino irreligioso...”) nada nos indica ou sugere, quer nas «Obrigações
de um Franco-Maçom» quer nos «Regulamentos Gerais» a obrigação da «crença num Deus
revelado» como fórmula administrativa numa Loja.
A G:.L:.L:. (os «Modernos») publicou as suas Constituições em 1723 /38/ 56 /67 e 1774,
sendo esta a data da última versão publicada. Os «Antigos», defendiam que os
«Modernos» interpretavam de uma forma laxista os ensinamentos cristãos, repudiando os
dogmas e dando preferência à razão, relativamente à Bíblia e às tradições, privilegiando a
moral face à doutrina e evidenciando uma ampla tolerância em matéria religiosa.
Até ao final do século XIX, foi partilhada pelos historiadores maçónicos da época (Gould,
Hugham, …), a teoria de que que a Grande Loja do "Antigos" era proveniente duma cisão da
Grande Loja dos Modernos (G.L.L.). Segundo esta tese, um certo número de lojas teriam saído
da Grande Loja de Londres e criaram uma nova obediência, por recusarem a inovações que
foram aprovadas e introduzidas pela G.L.L.., desde o início.
Essas inovações entre os quais está a famosa história da reversão das palavras sagradas, (J-B
ou B-J) (5) e (8), surgiram na década de 1730, e seriam adoptadas por muitas lojas. Tal facto
ter-se-á tornado, até certo ponto, inaceitável para algumas oficinas que teriam decidido na
década de 1750, voltar aos velhos costumes e deixar a Grande Loja de 1717.
Esta tese era defendida, evidentemente pelos "Antigos" e sobremaneira desde 1756 com a
publicação do livro das Constituições “Ahiman Rezon” de Laurence Dermott. Será Henri Sadler,
com seu livro "In Masonic Facts and Fictions" (6), que demonstrará finalmente em 1887, que a
fundação de 1751 não é o resultado de um cisma, uma vez que "essa Grande Loja é
constituida de novo”, tendo por isso uma origem diferente da Grande Loja de 1717.
Na realidade, do que estamos a falar era de uma grande Comissão que aparece em 1751, a
qual toma o título de “Grand Lodge” a partir de 1753, quando conseguiram ter um irmão "nobre"
para presidi-la como Grão-Mestre (6) e (8).
Os seus primeiros membros foram irlandeses emigrados em Inglaterra. Provavelmente tiveram
dificuldades em ser recebidos pelas lojas inglesas também pelo facto da sua condição social.
Além disso estas lojas praticavam uma Maçonaria diferente da sua, o que tornava difícil e até
quase impossível, uma integração na G.L.L. (6). Ao fundarem a sua própria Grande Loja
puderiam praticar os rituais que trouxeram da Irlanda e que tinham proclamado como mais
antigos, face aos da Maçonaria inglesa.
A controversa classificação de 'Antigos "atribuída a uma Grande Loja que é 34 anos mais
jovem do que a primitiva, é curiosa e até um pouco injusta. É claro, mas para além desta troca
acesa de palavras, não se devem perder de vista ou esquecer algumas questões
fundamentais:
1. Quais são as diferenças reais entre as duas Grandes Lojas?
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2. Entre as diferenças rituais e procedimentais, que eram realmente mais antigas e, a partir
dessa perspectiva, devemos perguntar: quando, onde, como e por quê, se deu este passo dos
Antigos contra os Modernos?
Estas duas questões ainda não receberam, até hoje, respostas satisfatórias, embora possa
haver formas de esclarecimento fornecidas pelo estudo cuidado da Maçonaria na Irlanda.
O conhecimento da maçonaria irlandesa passa necessariamente pelo estudo da obra
fundamental como é a de John Herron Lepper e Philipp Crossle, “História da Grande Loja dos
Maçons Antigos e Aceitos da Irlanda”, Dublin, 1925, reeditado em 1987, (5) e (8).
Neste trabalho, os autores indicam-nos que existem provas documentais da existência de uma
maçonaria especulativa na Irlanda, e essa certeza não é apenas uma aproximação, uma vez
que também ocorre bem documentada na Inglaterra. Historicamente comprova-se que na
Irlanda existia já uma Maç.'. especulativa no último quartil do século XVII (discurso, datado de
1688 e designado por Terrae Filius, no Trinity College de Dublin). Nos arquivos do Trinity
College de Dublin, existe um documento que menciona a existência de uma loja de maçons em
1688 (principalmente estudantes).
Em 1711, cerca de seis anos antes da fundação da G.L.L., surge em Dublin o manuscrito do
“Trinity College, Dublín” , especificando a palavra de Mestre, para além de definir uma loja
perfeita como sendo constituida por “três mestres, três companheiros e três aprendizes” bem
como os sinais e toques relativos aos três graus. A data referida está definitivamente
comprovada e Knoop & Jones (3) afirmam que este manuscrito é o documento mais antigo
em que se regista o conhecimento maçónico desenvolvido em três graus (8).
Em 1725, existe um relato de uma procissão pública que atesta a existência de uma Grande
Loja na Irlanda. Em 1730 são finalmente publicadas as Constituições da G.L. da Irlanda,
denominadas «Constituições de Pennel», muito semelhantes ao texto de Anderson, cuja
diferença mais importante é a de já mencionar o grau de Mestre, o que não é ainda o caso do
texto Inglês de 1723 (atribuído a Anderson).
Deste modo comprovamos que todas as manifestações conhecidas da primeira Maçonaria
irlandesa são notáveis, quer pela data quer pelo conteúdo. À luz desses documentos, parece
podermos verificar que a Maçonaria irlandesa é antiga e diferente da Maçonaria inglesa da
primeira metade do século XVIII.
Sobre a origem sociológica desta Maçonaria irlandesa, duas hipóteses podem ser
consideradas. Por um lado poderia dar-se o facto de que fosse uma maçonaria puramente
irlandesa ou celta (naquela época a Irlanda era de facto ocupada pela Inglaterra), ou por outro,
uma maçonaria de colonos ingleses instalados na Irlanda, os Anglo-Irlandeses. Estes últimos
compunham a aristocracia do país, reagrupada essencialmente em redor de Dublin. Esta
hipótese parece mais credível e, portanto, a primeira Maçonaria irlandesa surge-nos, cada vez
mais, como um Maçonaria Anglo-Irlandesa.
No entanto, nem todos os colonos fazem parte da aristocracia emigrada, de cuja resultante
teríamos uma imigração Anglo-Irlandesa pobre, muito perto da população irlandesa nativa, pelo
que a emigração irlandesa para a Inglaterra - desta vez no século XVIII – é essencialmente
uma emigração anglo-irlandesa Por isso, é fácil imaginar, embora nenhum documento o
confirme, que são os anglo-irlandeses emigrados, de baixo nível social, com uma Maçonaria
própria, que são pouco ou mal recebidos nas Lojas inglesas.
JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 11/37
Possuíam mais um grau - e a partir dessa perspectiva pode-se reexaminar a questão sobre o
Arco Real – superior ao grau de Mestre, que é desconhecido pelos Ingleses (8), considerando-
o, como escreveu Laurence Dermott nas constituições dos «Antigos», como "a raiz, o coração,
o núcleo do Maçonaria "e que finalmente, acabará por impor na prática da Maçonaria Inglesa.
Em 1778, numa edição das Constituições, Laurence Dermott dirige uma lista de “participações”
que os "Antigos", lançam contra os "Modernos". Dessas somente a negligência ou ignorância
da instalação secreta dos Veneráveis Mestres, instalação capital, que no sistema dos
"Ancients" abre o caminho para Arco Real, é credível. Na verdade, a instalação era
desconhecida em Inglaterra - pelo menos não existe nenhum testemunho documental antes de
1760 e da divulgação dos "Threee Distinct Knocks". Mas para além desta acusação, as outras
queixas carecem singularmente de fundamentos documentais e são, elas próprias, contrárias a
todos os documentos que se conhecem.
Em suma, se os "Antigos" se agarram ao atestado de antiguidade original, quem melhor pode
definir a originalidade real deles em relação aos "Modernos" senão a:
1. A sua antiguidade efectiva;
2. A contribuição da instalação secreta do Venerável e do Arco Real.
Phillip Crossle, no famoso artigo “The Irish Rite” (5) e (8) propõe uma interpretação subtil da
hierarquia dos graus na Irlanda até 1730. Nas “Constituições de Pennel”, os 3 graus: Aprendiz,
Companheiro, Mestre, não corresponderiam aos três graus homónimos da Maçonaria inglesa,
tal como são definidas na divulgação de Prichard (1730) e mais tarde (e oficialmente) na
Constituição de 1738. De acordo com a teoria de Crossle, pode ser estabelecida a seguinte
tabela de correspondência:
Irlanda Inglaterra
Aprendiz Aprendiz e Companheiro
Companheiro Mestre
Mestre = Instalação e Arco Real ------------
Pela análise deste artigo, concluímos da necessidade de voltar a reler o diferendo entre os
"Modernos" e os "Antigos", agora a partir duma outra perspectiva e refazer as perguntas
relativas às origens e antiguidade da Maçonaria dos Antigos e das fontes desta Maçonaria.
III – Pontos em Análise
Consideramos que a análise e debate dos pontos seguintes, é essencial para uma melhor
compreensão deste período histórico da maçonaria inglesa, cuja importância para um melhor
conhecimento das origens e divergências do moderno movimento maçónico, parece não
restarem dúvidas.
1. O aspecto sociológico das Maçonarias inglesas e irlandesas.
Embora pareça que os "Antigos" são pequenos grupos que praticam um "técnica ritual" mais
rigorosa do que os "Modernos", a uniformização das duas Grandes Lojas, levará a que se
JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 12/37
constitua como uma questão muito avançada no início do século XIX, precisamente pela
compreensão até ao nível da Grã-Mestria, o que explicaria a união de 1813. Por essa altura a
origem irlandesa dos "Antigos" tinha-se atenuado fortemente e quase desaparecido.
2. As relações entre Irlanda e Escócia.
As relações são antigas. O povo primitivo da Irlanda são os "Scots". Por outro lado, na época
das duas grandes Lojas rivais inglesas e da Grande Loja da Escócia, esta manteve relações de
amizade com os "Antigos" e com a Grande Loja da Irlanda. Talvez por isso terá sido o Arco
Real rápida e facilmente implementado na Escócia.
3. Laurence Dermott
Laurence Dermott é a figura emblemática dos Antigos. Personagem pouco conhecida e que
alguns pensam que terá sido Católico (8), já é maçom quando chega a Inglaterra. É provável
que o seu acolhimento nas oficinas inglesas fosse, como irlandês, um pouco difícil, quer pelos
usos quer pelo conteúdo dos graus, que eram diferentes no conjunto e diferentes em relação
ao que tinham conhecido e recebido na Irlanda. Acima de tudo, faltava o Real Arco. Este grau
será introduzido na Inglaterra, mas no sistema pré-existente, convertendo-se num nível de 4º
grau Inglês. Todo este processo cimentará nele o objecto da polémica dos Antigos e Modernos,
cujo testemunho é o de que - o Arco Real não é, para os antigos, um alto grau (8). É também,
de acordo com a famosa fórmula de Dermott, "a raiz, o coração e a essência da Maçonaria". A
hipótese de Crossle vai nesse sentido: o primeiro sistema maçónico de 3 graus é irlandês e
contém o Arco Real.
Assim, à luz da história maçónica irlandesa, as afirmações dos Antigos tomam mais peso: a
sua Maçonaria era talvez a verdadeiramente "Antiga" e o Arco Real é parte do Ofício. A
querela dos Antigos e Modernos parece como um choque de duas culturas e duas concepções
diferentes de maçonaria, para além dos óbvios problemas de/entre pessoas.
Hoje, a Grande Loja da Irlanda tem excelentes relações com a GlUI. As 2 Grandes Lojas
adoptaram posições comuns sobre as questões internacionais (“Aims and Relationships of the
Craft” – Home Grand Lodges - Inglaterra, Escócia e Irlanda - 1949). No entanto a Grande Loja
da Irlanda, que tem autoridade sobre toda a ilha é composta principalmente de protestantes e
anglicanos, num país maioritária e profundamente católico.
Vimos que o diferendo entre "Antigos" e "Modernos" (1751-3 / 1813) deve levar em conta a
história da Maçonaria Irlandesa, se o pretendermos explicar correctamente. Dois autores
importantes, Heron Lepper e Crossle (8) ajudam-nos neste processo. Deste modo podemos
concluir que, de todas as censuras direccionadas pelos Antigos aos Modernos, duas delas
carecem de uma análise aprofundada:
1) - a antiguidade real dos usos destas duas Grandes Lojas, e
2) - a pergunta sobre a instalação secreta, e do Arco Real (este último também implica
implicitamente efectuar a pergunta sobre os graus maçónicos).
Com efeito existiam em 1730, tanto na Inglaterra como na Irlanda, sistemas maçónicos em 3
graus, embora pareça que estes sistemas não tenham a mesma antiguidade e não resultem da
mesma realidade. Como é que está então constituído na Irlanda o sistema de graus? Para tal
suportámo-nos no já referido artigo de Philipp Crossle, “The Irish Rite” (8), também citado por
Bernheim (5) e R. Dachez (6).
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Convém salientar desde já, que "as ilhas britânicas" são compostas de 3 países muito
diferentes e em grande parte das vezes opostos: Inglaterra, Escócia e Irlanda. Há espaço
também para entender que há uma distinção real entre as maçonarias desses países. A
história da Maçonaria irlandesa é completamente diferente da Maçonaria inglesa. Philipp
Crossle efectuou um esforço notável para explicar a profunda originalidade do sistema
maçónico irlandês antes de 1750.
As origens da Maçonaria na Irlanda são muito obscuras, pelo que cumpre colocar a seguinte
questão: Poderia ser importada da Inglaterra, em finais do século XVII, na década de 1680??, a
Irlanda era então uma colónia britânica. Esta Maçonaria irlandesa seria aquela anglo-irlandesa
que temos vindo a referir e que tinha formado toda uma classe aristocrática que dominava a
Irlanda?
É mais ou menos evidente que esta aristocracia estava separada não só do resto do país, no
plano económico e social, mas também e sobretudo no plano religioso, uma vez que eram
anglicanos enquanto os irlandeses autóctones eram profundamente católicos.
A Maçonaria obediencial aparece em Inglaterra por volta de 1717-1723 e na Irlanda em 1725,
mas, aparentemente, de forma bastante diferente. Deve observar-se o facto de que essa
Maçonaria irlandesa, comprovada e documentada desde 1688, embora provavelmente de
origem Inglesa, teria evoluído por sua própria conta, independentemente da Inglaterra.
Na década de 1720, é provável que as maçonarias Inglesa e irlandesa resultem bastante
diferentes, apesar de antiguidade semelhante, e também se poderia supor que os irlandeses
mantiveram os usos dos Ingleses, que eles próprios tinham alterado ou perdido (e aqui
entroncamos de novo na «criatividade» de Anderson / Désaguliers relativamente ao texto das
Constituições de 1723…), o que corresponderia a que houvesse uma velha maçonaria inglesa,
derivada da aposta irlandesa. É aqui que se poderia chegar uma certa reivindicação de
antiguidade, desde sempre proclamada pela Grande Loja dos «Antigos».
No entanto as Constituições da G.L.L. de 1723, definiam uma Maçonaria de 2 graus, que são
em 1730 confrontadas pela divulgação do grau de Mestre, pela primeira vez na Inglaterra,
através da publicação de Samuel Prichard «The Masonry Dissected». Esta divulgação será
condenada pela Grande Loja de Londres, e sómente em 1738 o grau de Mestre será
formalizado, com a segunda edição das Constituições. Contudo em 1730, a Grande Loja da
Irlanda publica as Constituições de Pennell, nelas sendo descrito pela primeira vez e de modo
oficial, um sistema em 3 graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Philipp Crossle comprova que o texto de Pennell descreve explicitamente 3 graus. Além disso
deixa expresso a existência dum diácono, um vigilante, um Mestre eleito, um deputado GM,
que tinham já sido "Companheiros" e poderiam conferir o grau de "Mestre" após a respectiva
instalação. Para explicar essas “esquisitices”, e isso supõe toda a tese de Philipp Crossle, faz
falta compreender que as palavras "Aprendiz", "Companheiro" e "Mestre" não designam nessa
época, nem têm o mesmo significado, na Irlanda e na Inglaterra. Crossle explica-nos que não
se pode colocar no mesmo plano o texto oficial das Constituições de Pennell e a divulgação de
Prichard (reconhecida só posteriormente pela Grande Loja de Londres).
Em 1730 na Irlanda, o grau de Aprendiz corresponderia ao conteúdo dos graus de Aprendiz e
de Companheiro, em Inglaterra o grau de Companheiro (8) corresponderia a um conteúdo
semelhante (mas talvez sem a lenda) ao futuro grau de Mestre em Inglaterra (8) e o grau de
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Mestre que é sempre descrito na Irlanda como essencial, será conhecido sob a designação de
"Arco Real", mais tarde.
Isso justificaria a queixa principal que os Antigos (irlandeses) endereçavam aos Modernos
(ingleses), ou seja, que estes últimos desconheciam o Arco Real, e explicaria também que a
introdução deste grau em Inglaterra tenha aparecido como um 4º Grau.
A tese de Crossle encaixa-se perfeitamente no que sabemos sobre a origem dos graus de
finais do século, na Inglaterra, Escócia e Irlanda. O conteúdo dos graus de Aprendiz e
Companheiro – dos anos 1730 - estavam reunidos num único grau de aprendiz, enquanto o
grau de Companheiro continha o essencial do que se converteria no grau de Mestre, mas
adicionando um novo elemento: o grau de Mestre na Irlanda ou Arco real.
IV – A Constituição da G.L.U.I. (Grande Loja Unida de Inglaterra)
A envolvente social e política ocasionada pelas ondas de choque da Revolução francesa do
lado de lá da Mancha, foram determinantes para a união das duas Grandes Lojas, 60 anos
após a fundação da G.L. dos «Antigos», beneficiando do facto de dois elementos da casa real
(duques de Kent e de Sussex) dirigirem as 2 Grandes Lojas, vindo a ser este último o primeiro
G:.M:. da recém-criada G.L.U.I..
Após a união concretizada em 1813, foi estratégicamente delineada e imposta pela G.L.U.I. a
sua supremacia absoluta na condução da Maçonaria mundial, facto nunca registado na
Maçonaria até essa data, suportado na «meia-verdade» ou até «falsidade» de se reclamar
como herança directa da G.L.L. e desta como origem da maçonaria especulativa.
A partir dessa altura, os ingleses passam a desqualificar a Maçonaria continental,
especialmente as que consideram a maçonaria «política» francesa e a aristocrática alemã,
por não se sujeitaram aos seus interesses e ditames, não capitulando perante os imperiais
interesses ingleses (óbviamente que esta pretensão só pode ser acatada por aqueles que têm
interesse particular nessa subordinação).
Como curiosidade, registe-se que em 1799, o então primeiro-ministro inglês William Pitt fez
aprovar a lei das «sociedades ilegais» (que nos recorda algumas tentativas do presente e
nomeadamente o negro século XX, até à derrota do fascismo / nazismo....). Esta medida era
consequência dos receios provocados nas classes dirigentes, nobreza e burguesia
daquele lado do Atlântico, pelo desenrolar e consequências da revolução francesa. Numa
primeira fase os «Modernos» ficaram isentos, mas finalmente tiveram que passar pelo crivo, e
juntamente com o «Antigos» registaram-se perante as autoridades.
Uma das consequências da unificação das duas G:.L:.s inglesas, foi a de que, a partir deste
momento, a Bíblia passou a estar solenemente presente em todas as sessões em loja,
consolidando as pretensões eclesiásticas do anglicanismo na Maçonaria inglesa. Como
consequência as novas versões das anteriores Constituições de Anderson passaram a adoptar
a referência a “Deus e ao Grande Arquitecto do Universo (GADU)”, que não existiam
anteriormente.
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Em 1844, já sob a batuta da G.L.U.I., é introduzida uma outra alteração significativa,
traduzindo toda uma nova interpretação da Constituição maçónica original. O objectivo
consistiu em eliminar as anteriores divergências entre «Antigos» e «Modernos», que passam
a ser protagonizadas mais tarde, agora com o canal da Mancha de permeio, pela G.L.U.I. e
pelo Grande Oriente de França (GOdF). Este conflito ultrapassou as fronteiras naturais da
Inglaterra e por via da expansão do império britânico, propagou-se também à Nova Inglaterra
(aqui com menos visibilidade) e à América Central e do Sul.
V - Concluindo
Se a história, com a constituição da G.L.U.I. em 1813 (pela fusão da G.L.L. com a G.L.A.),
parece ter dado razão aos Antigos - apesar de ter sido gradualmente resultado de um
compromisso elaborado a partir de 1760 - estes últimos vieram contudo a adoptar, sem
grandes problemas, o sistema Inglês, deixando cair o «Arco Real» para uma posição
secundária.
A origem do “Arco Real” é misteriosa. É de origem Inglesa? É importado de seguida para a
Irlanda, no final do XVII, sendo depois "esquecido" pelos ingleses? Pelo contrário é de origem
puramente irlandesa? A ausência de documentos não permite responder a esta pergunta,
embora a segunda hipótese pareça mais provável.
Por outro lado, não devemos esquecer que existem dois tipos de grau de Arco Real, com
diferentes lendas. Há um grau com a lenda de "Zorobabel" e outro com a legenda de "Josias".
O Arco Real irlandês de hoje baseia-se nesta segunda lenda, completamente diferente daquela
outra valorização que é praticada no Arco Real Inglês. Isto pode levar-nos a perspectivar uma
época em que poderiam ter existido duas lendas alternativas também na Irlanda. Uma impôs-
se na Inglaterra e a outra na Irlanda. Mas isto é todavia uma hipótese adicional a juntar à
questão.
O que é certo é que este grau do Real Arco era profundamente cristão. Foi somente em 1835
que se realizou um certo "banho / limpeza" , passando a representar um grau vetero-
testamentário, do mesmo modo que tinha sido feito para os primeiros 3 graus (entre 1813 e
1816) na célebre Loja de Reconciliação (“Reconciliation Lodge”), a grande empresa de
descristianização da maçonaria Inglesa, sob a direcção do duque de Sussex, primeiro Grão-
Mestre da G.L.U.I..
Crossle, nas suas exposições e teses, formula a hipótese da existência duma estrutura arcaica,
um núcleo, com um Arco Real sem lenda. Só num segundo tempo se teria aplicado a este grau
uma lenda, a exemplo do que aconteceu com o grau de Mestre e, portanto, poderiam ter havido
muitas lendas diferentes emprestadas a partir da Bíblia, destinadas a explicar a estrutura do
grau, como uma espécie de comentário.
Isto poderia aplicar-se também a outra parte do conjunto dos graus maçónicos. Com efeito,
qualquer que seja o grau considerado, a sua origem é muito simples na sua formulação. Em
seguida, num segundo tempo, diversifica-se e complica-se. Este enriquecimento consiste
essencialmente no discurso e nas supostas lendas, para explicar o conteúdo original do grau e
para iluminar seu significado mas, na realidade, muitas vezes contribuíu para torná-lo ainda
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mais obscuro ... Finalmente, estamos agora na fase normalização e codificação. O exemplo do
rito francês é, neste caso, significativo.
Tentámos focar nos pontos anteriores as origens dos principais diferendos que estiveram na
base do conflito fundacional da maçonaria inglesa, na segunda metade o século XVIII e
primeira década do século XIX. Parece ser claro que estas divergências, pelas suas
consequências e desenvolvimentos posteriores extrapolam o estrito território inglês e remontam
a raízes irlandesas. Daí discordarmos da posição tradicional seguida pela G.L.U.I. ao restringir
historicamente esta questão ao estrito âmbito inglês (para já não referir o mito da Grande Loja
de Londres como berço da maçonaria especulativa…).
Se o notável trabalho de pesquisa de Phillip Crossle permitiu lançar novas luzes e caminhos
para uma correcta compreensão histórica deste diferendo, ainda subsistem vários pontos de
penumbra. No entanto os Maçons, enquanto construtores do passado e sobretudo do futuro,
não deixarão de continuar a limar as arestas da história, com a mesma perseverança com que
o fazem na transformação da pedra bruta, até atingir a beleza e o esplendor da pedra polida. O
conhecimento decorre do estudo, investigação, análise e processamento da informação, pelo
que é preciso continuar a desbravar os trilhos que faltam percorrer, removendo e trabalhando
as pedras que ainda os obstruem…
Ir.’. Salvador Allende, M:. M:.
R.’.L.’. Salvador Allende
G.’.O.’.L.’.
Bibliografia:
1) - “Anderson’s Constitutions for Freemasons-1723 / The Wilson Manuscript”
2) – “Les Origines de la Maçonnerie Spéculative” – Roger Dachez, revista “Renaissance
Traditionnelle - RT”
3) – “The Genesis of Freemasonry” – Douglas Knoop e G.P. Jones” – Manchester University
Press – 1947
4) – “Historia de la Masoneria” – Ivan Herrera-Michel
5) – “Régularité Maçonnique” – Alain Bernheim – Éditions Télétres – Paris (2014)
6) – “Franc-Maçonnerie: Régularité e Reconnaisance – Histoire e Postures” – Roger Dachez –
Éditions Confome nº 5 - Paris
7) – “Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie” - Coord. Daniel Ligou – èditions PUF , 6ª ed. – Paris
(2005)
8) – “De les «Ancients» à la Grand Loge Unie d´Angleterre (GLUA)” – Roger Dachez – Revista
«RT» (tradução para espanhol por Victor Guerra)
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Ir Charles Evaldo Boller
Curitiba – PR –
Charleseb@terra.com.br
Textos extraídos de sua obra,
“Iluminação”
Peças de Arquitetura Eficazes – Estudo Costante
– Oratória, Rainha das A rtes
4 – Peças de Arquitetura Eficazes – Estudo Constante – Oratória,
Rainda das Artes – Charles Evaldfo Boller
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Para que a peça de arquitetura seja eficiente e comunique de fato, deve prender a
atenção do leitor até o final, para tanto, ela carece de estrutura eficaz.
Para estruturas de poucas ideias é fácil, normalmente é só escrever e revisar até
ficar bom.
Comunicar com eficiência é obra de arte.
Exige esforço e denodo.
Existem textos complicados onde o escritor deseja transmitir sequência de
elementos complexos e obter impacto. Surgem situações em que existe carga elevada
de informação que progridem em complexidade crescente. Os tópicos, ideias e
exemplos são tantos que fica impossível desemaranhar os nós apenas usando da
mente.
Nestas ocasiões é normal fazer uma lista com as ideias principais e depois as
fragmentar em suas particularidades e relacionamentos.
Exemplo:
Tema
Fidelidade.
Estrutura do Trabalho
 Introdução: chamar a atenção do leitor para a sua proposição.
 Meio: expor ideias em cadeia lógica.
 Fim: unir os pedaços e comprovar o proposto na introdução.
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Criar Tópicos
 Fidelidade é virtude? — Introdução: Despertar a curiosidade do leitor.
 As outras virtudes dependem da fidelidade?
 Ser fiel em tudo é fidelidade?
 A fidelidade pode ser obstinada ou versátil?
 A fidelidade está subordinada à lei moral?
 Ou é ao contrário?
 Seu progresso em todas as atividades humanas, inclusive na Maçonaria, depende
do sigilo? — Fim: resposta ao questionamento da introdução.
Definidos estes detalhes fica fácil!
O escritor passa a responder aos tópicos propostos sem perder a visão de
conjunto.
Sucesso garantido!
Aperfeiçoamento
Com o tempo e a prática o escritor passa a deter sua atenção a outros detalhes
como, ambiguidade, brevidade, coerência, concisão, consistência, correção
(importantíssimo), empatia, expressividade, fluência, precisão e outros detalhes.
Tais cuidados transformam a redação em preciosidades que tem a possibilidade
de influenciar e modificar o pensamento do leitor.
Assim como a oratória, redação é arte. Cada texto é a lapidação de uma joia.
Ambas devem comunicar com eficiência. Daí a necessidade de simplificar o texto com
palavras que comuniquem. Se o leitor tiver necessidade de consultar o dicionário para
descobrir o significado de um verbete sequer, isto pode comprometer a comunicação.
Na redação o que interessa é o nível de interpretação do leitor e não a erudição do
escritor.
A língua portuguesa é rica em verbetes o que é bom para a beleza do texto, mas
pode ser fonte de perigos.
O importante é comunicar.
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Estudo Constante
Já ouviu falar em disciplina rígida?
Aquela onde você se mantém atrelado a rígidos hábitos construtivos?
Você já fez as contas de quanto tempo gasta em estudar?
Vejamos:
 Se usar apenas 10 minutos ao dia: são 1,17 horas por semana; 5 horas por mês e
60,8 horas ao ano;
 Se estudar 30 minutos por dia: são 3,5 horas por semana; 15 horas por mês; 182,5
horas ao ano
 Se estudar 1 hora por dia: são 7 horas por semana; 30 horas por mês e 365 horas
por ano; ou 0,29 dia por semana, 1,25 dia por mês e 15,21 dias por ano.
O que você está esperando?
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Oratória,
Rainha das Artes
Não raro encontram-se pessoas que não gostam de apresentar o resultado de
seus trabalhos em função de receio de sua capacidade de oratória não ser suficiente.
Casos extremos existem onde a pessoa prefere perder grandes oportunidades de
negócios e de promoção pessoal só para não enfrentar plateia.
Existem também aqueles que se deixaram influir por comentários onde "ouviram
dizer" que a oratória é um dom natural de alguns poucos privilegiados, e só a estes o
Grande Arquiteto do Universo propiciou o poder da comunicação.
Falso conceito!
Somente a aspiração de falar melhor já cristaliza como crédito para quebrar os
grilhões e soltar-se na busca do sucesso pela palavra.
Essa afirmativa é feita com a mais forte convicção, pois se acumulam os exemplos
daqueles que vi iniciarem-se destituídos de predicado para falar bem e, desmistificando
as opiniões infundadas de que a natureza elege seus escolhidos, independentemente da
vontade do homem.
Assim como ninguém deve deixar de aprender a nadar porque bebe alguns goles
de água nas primeiras tentativas, também o aprendiz de oratória não deve desanimar
porque encontra dificuldades ou comete alguns deslizes nas apresentações iniciais.
Basta ter a capacidade de falar bem.
O resto é questão de treinamento, dedicação e zelo. Em loja temos a maravilhosa
oportunidade de desenvolver este dom que cada um tem. Esta capacidade está latente,
mas precisa de treinamento. Não deve ser deixada solta. Enganam-se aqueles que
imaginam a extinção do estudo da oratória nos dias atuais.
O que houve, na verdade, foi uma grande transformação nas exigências dos
ouvintes e consequentemente na orientação do ensino da arte de falar. O ouvinte de
hoje solicita uma fala mais natural e objetiva, sem os adornos de linguagem e a rigidez
da técnica empregada até o princípio do século passado. O uso da palavra falada deixou
de ser privilégio dos religiosos, políticos e advogados, e alastrou-se para todos os
setores de atividades.
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Os empresários, executivos, técnicos, profissionais liberais necessitam cada vez
mais da boa comunicação. Todos precisam falar bem para enfrentar as mais diferentes
situações: comandar subordinados, dirigir ou participar de reuniões, representar a
ritualística em loja, apresentar relatórios, vender ou apresentar produtos e serviços, dar
entrevistas para emissoras de rádio e televisão, fazer palestras, ministrar cursos, fazer e
agradecer homenagens, desenvolver contatos sociais, representar a empresa,
representar a Loja quando em visita à outras oficinas.
A oratória é a mais típica e a mais gráfica manifestação da arte, porque é a arte da
palavra: da palavra que é vestidura do pensamento, da palavra que é a forma da ideia,
da palavra que é nítida voz da natureza e do espírito, da palavra que é tão leve como o
ar e tão irisada como a mariposa, da palavra que é transparente como a gaze e tão
sonora como o bronze, da palavra que murmura como o arroio e ruge como a tormenta,
que prende como imã e fulmina como o raio, que corta como a espada e contunde como
a clava; da palavra que ostenta a majestade da arquitetura, o relevo da escultura, o
matiz da pintura, a melodia da música, o ritmo da poesia, e que por seus rendilhados e
riquezas, por suas graças e opulências, aclama a oratória, rainha das artes!
Bibliografia
1. BACHL, Hans, Nos Bastidores da Maçonaria, Memórias de um Ex-secretário, Coletânea de Artigos e
Traduções, segunda edição, Editora Aurora limitada., 136 páginas, Rio de Janeiro;
2. CONTE, Carlos Brasílio, O Livro do Orador, Oratória Maçônica, ISBN 85-7374-571-1, primeira edição,
Madras Editora limitada., 166 páginas, São Paulo, 2003;
1. MARTINS, Álvaro; SOUZA, Janderson de, Escrever Melhor e Falar Melhor: um Guia Completo, Seleções do
Reader's Digest, título original: Reader's Digest How to Write and Speak Beter, tradução: Agatha Pitombo
Bacelar, Lígia Capdeville da Paixão, ISBN 85-86-11677-7, primeira edição, Reader's Digest Brasil limitada.,
608 páginas, Rio de Janeiro, 2003.
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Este Bloco é produzido
pelo Irmão Pedro Juk, às segundas,
quartas e sextas-feiras
Nesta Edição seguem sete blocos
das “Perguntas & Respostas” :
1 - Ocupação de Cargos:
Em 09/07/2016 o Respeitável Irmão Marco Antonio Perottoni, Loja Cônego Antonio das Mercês,
GORGS e Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas, GORGS, REAA, Oriente de
Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a questão seguinte.
perotoni.ez@terra.com.br
Saudando o Caro Irmão encaminhamos a consulta abaixo para esclarecimentos desse
reconhecido Irmão.
Estamos numa discussão de procedimentos quanto à participação eventual (quando na falta de
Mestres) de, em especial, Companheiros e de Aprendizes na composição de cargos em Loja.
Tomamos por princípio não passarem para o Oriente, normalmente 2º Diácono, Harmonia, Tesoureiro
e Chanceler, assim consultamos, ritualisticamente, é permitido eu se preencha cargos com
Companheiros e Aprendizes?
Ou é mais correto deixar de preencher os cargos?
Que achaste de nosso Chico da Botica comemorativo da Edição 100?
Pela atenção deixamos um caloroso TFA ou como diz o gaúcho TFQC.
5 – Perguntas & Respostas
Pedro Juk
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CONSIDERAÇÕES.
Primeiro, quero me congratular com o Mano pelo informativo Chico da Botica,
sobretudo pela sua centésima edição. Parabéns.
No que diz respeito a vossa questão, lembro que cargos em Loja, sob o ponto de vista
tradicional da Moderna Maçonaria em sua constelação de Ritos e Rituais, são privativos de
Mestres Maçons, até porque para exercer um cargo o Obreiro deve ter atingido a plenitude
maçônica (conhecimento de causa).
Por outro lado, é necessária também a observação daquilo que está previsto nos
Diplomas Legais das Obediências. Assim, podem existir casos, se previstos na Lei, de serem
admitidos Aprendizes e Companheiros no exercício de cargos em Loja, porém isso, sob o ponto
de vista da tradição, usos e costumes da Maçonaria, é um elemento contraditório – não deveria
existir.
Não sei o que está previsto no Grande Oriente do Rio Grande do Sul. Já no GOB, eu
posso lhe afirmar que isso não é permitido e está inclusive previsto no Regulamento Geral da
Federação – cargos são privativos de Mestres.
Assim, Aprendizes e Companheiros, sob o ponto de vista da tradição maçônica
especulativa, não ocupam cargos. Lembro que outra tradição e costume são de que uma Loja
somente pode ser aberta com a presença mínima de sete Mestres, levando-se também em conta
se a liturgia do Rito praticado pela Loja não necessita ainda de mais Mestres além dos sete
previstos para a execução da sua ritualística.
Outra questão é a dos Aprendizes e Companheiros não poderem ingressar no Oriente
em Loja aberta. Essa questão é iniciática e não propriamente de ocupação de cargos. Nesse
sentido não existe justificativa para que os detentores dos dois primeiros Graus só ocupem
cargos que por dever de ofício não careçam ingressar no Oriente. A situação é a de não poder
ocupar cargos nesse caso e não a de adentrar ao Oriente.
Concluindo, na falta de número suficiente de Mestres para ocuparem todos os cargos
da Loja, preenchem-se apenas os necessários para o desenvolvimento ritualístico, enquanto
que os Aprendizes e Companheiros permanecem nos seus lugares de costume (topo do Norte e
topo do Sul respectivamente).
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2 - Pavilhão Nacional:
Em 22/07/2016 o Respeitável Irmão Antonio Sergio Nogueira, Loja Dever e Humanidade, 860,
REAA, GOB-PE, Oriente Caruaru, Estado de Pernambuco, solicita o seguinte esclarecimento:
antoniosergionogueira@yahoo.com.
RETIRADA DO PAVILHÃO NACIONAL.
Em uma reunião magna publica em comemoração ao aniversário da Loja, a entrada do Pavilhão
pode ser na presença do publico e a saída? Já que no ritual a saída do Pavilhão é depois do
Tronco de Beneficência, neste caso, a saída pode ser, ainda, na presença do publico ou só
depois do Tronco e neste caso de portas fechadas?
CONSIDERAÇÕES:
O Tronco de Beneficência somente faz o seu giro em Loja aberta e apenas na
presença de maçons.
No caso de uma Sessão Magna Pública, o Pavilhão Nacional em retirada, se faz
imediatamente antes da saída dos não maçons. Assim sai por primeiro o Pavilhão Nacional
conforme o Decreto 1476 do GOB; em seguida os convidados não iniciados; posteriormente
circula o Tronco de Beneficência para, logo depois, saírem às autoridades com direito ao
protocolo.
Existem alguns critérios que devem ser observados em nome do bom-senso e da
liturgia. Assim, lembro que a Bandeira Nacional é a maior autoridade presente na sessão. Ela é
sempre a última a entrar e a primeira a sair. Todos os Irmãos presentes na sessão
obrigatoriamente participam do Tronco de Beneficência (todos são obrigados a introduzir a mão
direita fechada na bolsa, retirando-a em seguida aberta). Não iniciados (profanos) não
participam e nem assistem a circulação da Bolsa de Beneficência.
Dado a esses pormenores ritualísticos, justificam-se os procedimentos acima
mencionados.
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3 - Compasso em 45 Graus:
Em 23/07/2016 o Respeitável Irmão Sidney Jean Correia Teixeira, Loja Liberdade e Glória, 4.033,
REAA, GOB, Oriente de Glória, Estado da Bahia, formula a seguinte questão:
sidneymacom@hotmail.com
Gostaria de esclarecimentos sobre o Compasso aberto em 45 Graus nos Graus Simbólicos,
inclusive as fontes.
CONSIDERAÇÕES:
A questão não é da abertura do Compasso, porém da forma da exposição do mesmo
em relação Esquadro conforme o Grau simbólico – sob o Esquadro no Primeiro Grau,
entrelaçado com o mesmo no Segundo e sobre o Esquadro no Terceiro Grau. Destarte, é sabido
que o que se altera não é a abertura do Compasso, porém a posição entre um e outro
instrumento sobre o Livro da Lei conforme o Grau que a Loja esteja trabalhando (Três Grandes
Luzes Emblemáticas).
Geralmente a abertura do Compasso como uma das Grandes Luzes Emblemáticas
(Livro da Lei, Esquadro e Compasso), sob o ponto de vista autêntico e sem qualquer conotação
oculta ou mística, é de 45º (graus) de tal modo que se adapte sobre tamanho do Esquadro
usado.
De modo autêntico e sem invenções esse é o uso correto.
Quanto às fontes, você pode pesquisar em rituais franceses autênticos do REAA no
Grande Oriente da França e a evolução desses rituais desde o século XIX, veja também autores
como Jules Boucher, Colin Dyer, Theobaldo Varolli Filho, José Castellani e suas bibliografias
pertinentes; veja os fragmentos e documentos espúrios das revelações dos catecismos
maçônicos no século XVIII a exemplo da exposure de Samuel Prichard e The Masonry Dissected
(1730) na Inglaterra e a Ordem dos Francomaçons Traída do abade Luis Perau na França; fora as
revelações eu sugiro também o autêntico Bernard Jones e o seu irrepreensível Freemasonry -
Guide and Compendium, bem como Harry Carr e o seu Mason’s at Work. Por fim, Francisco de
Assis Carvalho e a sua obra intitulada Símbolos Maçônicos e suas Origens.
Saliento que as exposures embora tratadas como revelações espúrias, elas serviram
para a história autêntica demonstrar as primeiras práticas especulativas da Maçonaria.
Por fim, devo alertá-lo que não existe nada pronto em Maçonaria, para conclusões
laudatórias há que se observar antes o método criterioso da verdade. Devo alertar que muitos
autores fantasistas e inventivos já escreveram muitas bobagens a respeito, todavia desses, eu
prefiro distância.
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4 – Delta:
Em 25/07/2016 o Respeitável Irmão Antonio Sergio Nogueira, Loja Dever e Humanidade, 860,
REAA, GOB, Oriente de Caruaru, Estado de Pernambuco, formula a dúvida seguinte:
antoniosergionogueira@yahoo.com.br
.
No passado, já consegui esclarecer várias outras dúvidas com o irmão e
antecipadamente agradeço.
São assuntos que vira e mexe trás dúvidas.
Em nossa Loja, estamos usando dentro do Delta, por trás do Venerável o olho. Em algumas
Lojas observamos a letra em hebraico IOD, neste caso, podemos usar tanto o olho como a letra
em hebraico? Ou estamos errados?
CONSIDERAÇÕES.
No que diz respeito ao Ritual de Aprendiz em vigência (Edição 2009), página 14, ele
apenas identifica como um Delta luminoso de fundo dourado. Todavia em se observando o Delta
como parte integrante dos símbolos que compõem o Painel do Grau, página 84, ele se apresenta
com a letra hebraica “YÔD”.
Nesse sentido, em se tratando do REAA, tanto faz, poderia ser o tetragrama
completo (Iôd, Hé, Vav, Hé), ou mesmo apenas a letra “Iôd”.
O Olho Onividente, ou o que Tudo Vê seria mais apropriado para ritos de tendência
racionalista, o que não é o caso do Rito Escocês.
Como símbolo da divindade o Delta, comum em todos os Ritos, é representado pelo
triângulo equilátero, cujo formato é composto por três lados iguais concomitantes aos ângulos
internos de sessenta graus. Enfoca, segundo Plutarco, que Xenócrates comparava o triângulo
de lados iguais à divindade, diferenciando-o de outros formatos triangulares que representavam
à manifestação da materialidade humana. Assim é interessante observar o método comparativo
usado por Xenócrates que confrontava o perfeito equilíbrio do triângulo equilátero aos atributos
divinos, enquanto que os gênios eram associados ao triângulo isósceles que possui apenas
dois dos seus lados iguais e por fim os homens de uma forma geral eram simbolizados pelo
triângulo escaleno que possui todos os lados desiguais, buscando assim uma ideia mais exata
e possível de todas as desigualdades propostas pela Natureza.
O termo Delta – substantivo masculino (do grego: delta) se constitui na quarta letra
do alfabeto grego, correspondendo à letra “D” do nosso alfabeto. Assim o Delta é representado
por um triângulo equilátero que significa em geometria o que tem os lados iguais entre si,
simbolizando em primeira instância os ternários ou tríades divinas aplicadas geralmente às
antigas civilizações e à maioria das religiões.
Sob o aspecto do misticismo o Delta assume a conciliação dos antagônicos pelo
ternário o que traduz o formato da unidade ternária e também o primeiro plano do elemento
geométrico que se individualiza como elemento de unidade constituída pelo equilíbrio do
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número três. Por outro feitio o Delta exprime a natureza neutra e por assim ser representa o
perfeito equilíbrio entre os três aspectos da divindade, cujo ápice voltado para cima simboliza
as qualidades espirituais, enquanto que o ápice voltado para baixo sugere as manifestações de
materialidade.
Ainda de forma ilustrativa, porém sugestiva para o estudo maçônico, o Delta é
também a foz caracterizada pela presença de ilhas de formação aluvionar que geralmente
possui uma silhueta triangular assentada à embocadura de um rio e que forma canais até o mar.
Foi, por exemplo, pelo formato do Delta do Rio Nilo que os egípcios criaram a geometria no
intuito de medir as terras férteis deixadas pelas enchentes desse Rio em sua foz. Os gregos,
perscrutando a geometria, conduziram-na à Grécia e deram-lhe uma concepção filosófica de
Ordem, Harmonia e Equilíbrio do Universo manifestado pelo Grande Geômetra, principio este
que viria assumir mais tarde o nome Daquele que arquitetou o Universo.
Em Maçonaria o Delta é indubitavelmente um dos seus principais símbolos, sendo
assim chamado de “Delta Radiante”, ou “Luminoso” localizado geralmente e de acordo com os
Ritos que o adotam ao centro do Retábulo do Oriente, sob o dossel, porém na parte mais alta de
tal maneira que nada possa ocultá-lo, ficando assim visível à compreensão de todos os
componentes da Oficina reunida. A sua presença na Loja reproduz a compleição da divindade,
ou o “Grande Arquiteto do Universo”, tomada a consideração de que o “canteiro” (Loja) de
forma mística, também representa um segmento do Universo (Cosmos) – a Maçonaria é
universal e o Universo é uma oficina.
Filosoficamente um triângulo isolado pode ter outras interpretações, porém no
Oriente da Loja ele representa a Suprema Perfeição, o Uno, o Ser dos Seres, a Suprema
Sabedoria, enfim, a todos os infinitos atributos quanto se possa referir ao “Grande Arquiteto do
Universo”.
No que diz respeito ao Olho Onividente dentro do Delta e a sua concepção simbólica,
para alguns autores o olho é tomado como representação do “Arquiteto Criador”, porém essa
parece ser uma tese limitada de interpretação. Baseando-se nos antigos mistérios o olho, de
forma simbólica, está mais de acordo com o conceito de clarividência mais elevada, o que
denota a onisciência da divindade.
Em Maçonaria, o “Olho Onividente”, em linhas gerais, objetiva representar a mente
onisciente do Criador que tudo vê, portanto tudo conhece e observa, vislumbrando-se num
símbolo de Consciência Divina, ou mesmo Consciência Cósmica e ainda, segundo alguns
místicos, de Consciência Universal.
Esse formato não implica em nenhuma conotação religiosa, porém o de um governo
da Natureza e do coração do próprio Homem. Assim, de acordo com a tese, o Olho vigilante,
regendo a Natureza e o Homem como parte dela integrante, dirige o funcionamento de todas as
Leis Cósmicas.
Sob o aspecto dos mitos solares da Antiguidade – base da grande maioria das
religiões – o Olho, entre os Persas, era a representação de Ormuz, o Sol, a Luz. Sem dúvida
essa aparência é considerada como ponto de partida para tantas outras civilizações que
adotaram o Olho como símbolo da sabedoria, do discernimento e do equilíbrio. Assim, na
Maçonaria, o Olho associado ao Delta, ou inscrito no mesmo, é também o símbolo da Sabedoria,
sobretudo apropriado para os ritos racionalistas, enquanto que aos ditos espiritualistas seria
mais apropriada a presença do nome inefável de Deus que, segundo a doutrina hebraica, é
constituído pelo Tetragrama inefável “Iôd, Hé, Vav, Hé”, podendo, entretanto ser representado
apenas pela primeira letra “Iôd”, lembrando que na língua hebraica lê-se da direita para a
esquerda.
Entenda-se então que na cultura maçônica e os seus Ritos e Rituais, uns deles
seguem diretrizes de cunho racionalista e outros de cunho espiritualista (deísta e teísta).
Nesse sentido seguem alguns apontamentos sobre o fato: a formatação de trabalho
de uma Loja Maçônica é regida na Moderna Maçonaria pelos conhecidos “Ritos”, assim a
Sublime Instituição objetiva a reconstrução e o aperfeiçoamento do Homem, porém sua
doutrina, mesmo que de modo sutil, pode se diferenciar conforme a liturgia e ritualística de um
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Rito específico - ou pelo apelo “espiritualista” (deísmo-teísmo), ou pelos ritos que possuem
apelos do “racionalismo” – isso deve ser criteriosamente observado.
Nesse sentido segue uma breve, mas oportuna explanação sobre os fatos que
abordam a vertente dos ritos espiritualistas, isto é, os teístas ou deístas.
Embora ambos preconizem a crença na existência de “Deus”, em linhas gerais, os
ritos teístas promulgam a interferência do Criador diretamente nas coisas existentes, inclusive,
no próprio Homem. Em filosofia, teísmo é a doutrina que admite a existência de um Deus
pessoal, causa do mundo. Já os ritos deístas preconizam também a existência de Deus, porém
sem uma Sua interferência direta. Em filosofia é o sistema ou atitude dos que, rejeitando toda a
espécie de revelação divina e, portanto toda a autoridade de qualquer Igreja aceitam a
existência de um Deus destituído de atributos morais e intelectuais, e que poderá ou não haver
influído na criação do Universo.
Esses são os Ritos e Rituais deístas e teístas classificados como “ritos
espiritualistas”.
Já para os ritos ditos “racionalistas”, que não devem ser rotulados como ritos ateus
ou mesmo agnósticos, na sua exegese deixam aos Homens a consciência de liberdade de
escolha sem que haja interferência eclesiástica e mesmo de opiniões particulares. Em filosofia o
“racionalismo” tem sido a doutrina que considera ser o real plenamente cognoscível pela razão
ou pela inteligência, em detrimento da intuição, da vontade e da sensibilidade.
Observação - quando aqui se apresenta o termo “religião” não há como confundi-lo
com diversos segmentos de Igrejas e outros formatos religiosos, a exemplo do Cristianismo
como doutrina dos que professam a crença e fé em “Jesus Cristo”, englobando o Catolicismo,
os Evangélicos, os Protestantes, etc., portanto a religião Cristã implica na crença e nunca no
formato doutrinário construído pelos Homens.
A crença na existência de “Deus” envolve então na hodierna Maçonaria, de forma
simplificada o que se poderia chamar de “ritos espiritualistas”, já que estes propõem o
aperfeiçoamento do espírito e sua prevalência sobre a matéria como uma das divisas do
aprimoramento humano na construção de um templo à virtude universal.
Assim, pelas tendências dos ritos e rituais maçônicos, conforme as suas
características eles se dividem em espiritualistas (deístas e teístas) e os racionalistas, que
deixam aos maçons a liberdade na escolha da sua consciência religiosa.
Sob essa óptica é que no Retábulo do Oriente da Loja se faz presente o Delta
Luminoso, ou Radiante. O que dentro dele vai exposto depende da tendência do Rito ou Ritual.
Em sendo o Olho que Tudo Vê, ele fica mais apropriado, mas não como regra imutável, para as
tendências racionalistas, já o Tetragrama, ou a sua inicial (Iôd) é mais apropriado aos de
tendência espiritualista (deísta ou teísta). Assim o que é devido e correto vai da compreensão
do arcabouço doutrinário proposto pelo Rito.
Dos mais conhecidos na vertente francesa da Maçonaria está o Rito Escocês Antigo
e Aceito (espiritualista), o Adonhiramita (espiritualista), o Moderno ou Francês (racionalista),
dentre outros.
A questão tem sido o uso correto da alegoria, pois muitos rituais tendenciosos,
equivocados e enxertados têm adotado símbolos contraditórios infelizmente, já que, certos ou
errados, rituais legalmente aprovados e em vigência, por força de lei devem ser criteriosamente
observados. Assim, provavelmente muitos maçons ficam confusos com os significados e com a
mensagem do símbolo ao se depararem com aspectos distintos e contraditórios em um mesmo
Rito, o que é lamentável.
Concluindo, devo justificar a prolixidade dessas considerações. Lamento se me
estendi além do necessário, mas essa foi à forma que encontrei de pelo menos não o deixar
mais confuso ainda. Assim espero.
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5 – Ad-HOC ou Eventual:
Em 26/07/2016 o Respeitável Irmão Antonio Raia, Loja Jesus de Nazaré, 33, REAA, GOB-PE,
Oriente de Recife, Estado de Pernambuco, solicita esclarecimento para a seguinte dúvida:
antonio_raia@hotmail.com
Visitando Lojas do GOB/PE, onde existem Irmãos Secretários de várias profissões, me deparei
com algo para mim estranho; O irmão em sua narrativa na leitura da Ata, quando um Irmão
titular de qualquer cargo se encontra ausente e outro assume o cargo, na leitura ele escreve:
Secretário EVENTUAL, qualquer cargo sempre acrescido de eventual e não AD-HOC! Estará o
Irmão correto? Qual a diferença de Eventual para Ad-hoc? Indaguei porque ele não usava Ad-
hoc e ele disse que o relato é Maçônico e não jurídico. Que sabia o que estava fazendo, o que
para mim ficou dúvida.
CONSIDERAÇÕES.
Parece-me que esse nosso Irmão pensa que sabe o que está fazendo, mas só pensa,
porque o que ele esta propondo não tem nenhum sentido e vai, inclusive, em oposição aos
nossos costumes.
Ad-hoc é uma das tantas expressões em Latim usadas pela Maçonaria, cuja
etimologia menciona “para isso”, “para esse caso”. Assim a expressão designa o que é de
propósito; de caso pensado; intencionalmente. Alude também ao que é designado, por se tratar
de perito, para executar determinada tarefa.
Quanto ao adjetivo eventual, esse designa o que depende de acontecimento incerto;
casual, fortuito, acidental.
Na comparação entre a expressão latina e o adjetivo, fica obvia a aplicação correta da
expressão ad-hoc na Maçonaria, sobretudo quando indica aquele que é designado ou arranjado
especialmente para executar determinada tarefa. Exemplos: Orador ad-hoc, Secretário ad-hoc.
Na prática maçônica ela designa o Obreiro que é especialmente indicado para exercer a tarefa
de um Oficial, na ausência deste, ou por exigência de momento. Ora, isso não é uma questão de
eventualidade, porém de necessidade do ofício, pressupondo-se que o que irá ocupar o cargo
“ad-hoc” possui competência para designar a função – não é só ocupar um lugar
eventualmente, porém, cumprir as funções do ausente.
Esse costume é imemorial na Ordem e nada tem a ver com “eventualidade” - que me
perdoe esse Irmão que diz que sabe o que está fazendo. Ademais, a expressão “ad-hoc” não é
patrimônio exclusivo dos meios jurídicos.
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6 – Ingresso de Retardatário:
Em 28/07/2016 o Respeitável Irmão Valmir José de Oliveira, Loja José Rodrigues Gomes da Silva,
2.252, REAA, GOB, Oriente de Pinheiral, Estado do Rio de Janeiro, apresenta a questão seguinte:
valmir_mika@yahoo.com.br
Lendo a publicação com data de 31 de agosto de 2014, solicito ao prezado Irmão
esclarecimentos quanto às duvidas levantadas na Sessão Maçônica do dia 26/07/2016 se
possível.
a) Qual a maneira atualizada para o ingresso do retardatário na Sessão.
- Através de uma batida na porta do Templo;
- Pela bateria universal maçônica (Aprendiz);
b) Com relação ao uso do Capuz nas Sessões de Iniciações.
- Os irmãos deverão estar encapuzados e com as espadas ao dar-se a luz ao neófito ou não!
CONSIDERAÇÕES.
a) Como não se pode institucionalizar o atraso, eventualmente, o retardatário, não havendo
Cobridor Externo dá na porta do Templo a bateria universal (de Aprendiz). Em havendo
possibilidade de ingresso, o Cobridor Interno faz a comunicação de costume e os demais
procedimentos são cumpridos dando a seguir ingresso com formalidade ao retardatário
conforme o Grau de trabalho em que a Loja estiver aberta. Obviamente que, dependendo
do Grau, o retardatário só é autorizado a ingressar se possuir Grau suficiente para
participar da Loja.
Se por ventura o momento não for propício para o ingresso, o Cobridor Interno responde
com a mesma bateria (universal) e o retardatário aguarda o momento de ser convidado a
ingressar sem bater de volta. Não existe nenhuma bateria profana e nem aumento de
bateria por Grau. Nesse caso a bateria é sempre a de Aprendiz e o retardatário deve ser
membro do Quadro, ou pelo menos conhecido da Loja. Outras situações demandam de
outras providências e serão passíveis de exame (telhamento) e verificação de
documentação.
Ratificando, nessas situações só se bate como Aprendiz. Cabe ao Cobridor Interno
verificar quem bate e informar se ele pode ou não ingressar.
b) O capuz só é usado pelo Experto durante os procedimentos na Câmara de Reflexão, cuja
finalidade é a de que ele não seja reconhecido pelo Candidato que ainda não está
vendado. No mais, não se usa o capuz durante a cerimônia de Iniciação, muito menos por
aqueles que, dos seus lugares (nas Colunas), apontam as espadas para o Neófito no
momento do “Fiat Lux”. Sugiro que seja consultado o Ritual em vigência. Há que se notar
que não existe nenhuma previsão para Mestres que empunham espadas usarem capuz na
oportunidade. A propósito, só empunham espadas apontando para o Neófito os Mestres
Maçons que ocupam as duas primeiras fileiras do Norte e do Sul. Também, Aprendizes e
Companheiros não ocupam cargos e nem empunham espadas.
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7 – Letras no Painel:
Em 27/07/2016 o Irmão Durval Tavares Júnior, sem mencionar o nome da Loja, REAA, GOB-PR,
Oriente de Matinhos, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:
Recebi uma gravura de um Painel. Gostaria que o Irmão me esclarecesse nele o que significa a
letra S e a letra W junto as Colunas.
CONSIDERAÇÕES.
Provavelmente essa gravura deve ser à Tábua de Delinear (Tracing Board) inglesa dos
Trabalhos de Emulação (Emulation Ritual) aqui equivocadamente conhecida como Rito de York.
Na verdade esse Painel acabou sendo enxertado no REAA praticado em algumas
Obediências brasileiras e recebeu a denominação de Painel Alegórico – pura invenção para
justificar o enxerto.
Como Painel da Loja, essa gravura também pode se referir ao Rito Moderno, ou
Francês que, por razões históricas, adotou muitos procedimentos dos Modernos ingleses de
1.717, dentre eles a Tábua de Delinear que na França tem o nome de Painel da Loja.
Uma das particularidades dessa Tábua de Delinear no Primeiro Grau é que nela
aparecem em destaque três colunas correspondentes às três Ordens de Arquitetura Grega,
Jônica, Dórica e Coríntia correspondentes à Sabedoria, Força e Beleza respectivamente. Na
base dessas Colunas estão gravadas as letras W, S e B, cujos significados correspondem às
iniciais inglesas de “Wisdon” (Sabedoria), “Strong” (Força) e “Beauty” (Beleza).
Finalizando, lembro que tradicionalmente o REAA não possui essa alegoria no seu
Painel da Loja.
T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
SET/2016.
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(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville
26/01/1983 Humânitas Joinville
31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e
Fraternidade do Mercosul Ir
Hamilton Savi nr. 70
Florianópolis (trabalha no
recesso maçônico)
11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans
13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba
17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis
21/02/1983 Lédio Martins São José
21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió
22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau
Data Nome da Loja Oriente
11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá
18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau
15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis
21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna
25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau
25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque
6 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mêses de janeiro e fevereiro
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GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis
14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis
25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema
06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes
11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão
29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá
Vem aí o IX Chuletão Templário.
O evento filantrópico Maçônico
Loja “Templários da Nova Era”
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Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
27 de fevereiro
O Buril
Para desbastar a pedra bruta usamos o escopro; para burila-la usamos o buril que é um
instrumento mais delicado, e mais preciso.
O maçom nada pode fazer sem o auxílio do escopro; o buril, contudo, é usado ou pelo
Venerável Mestre ou pelos Vigilantes ou por nós mesmos.
O Venerável Mestre e os Vigilantes usarão o malhete para bater no buril; pelo
formato, o malhete não passa de uma miniatura de um maço; é um instrumento
contundente, porém mais suave.
O Venerável da Loja não é o único "supervisor" de nosso comportamento, nem os
Vigilantes.
A nossa humildade deve aceitar os "mais autorizados" como conselheiros; jamais
refutar conselhos e orientações, uma vez que são expressões dirigidas para o nosso
bem.
Não são os defeitos e as grandes ações inconvenientes que mais nos prejudicam, mas
aquelas atitudes mínimas que costumeiramente demonstramos, parecendo inocentes,
mas que contêm veneno, que nos transformam de pedra polida em pedra bruta.
Usemos o buril para a retirada das pequenas arestas quase imperceptíveis e o
malhetem para a pressão, e então estaremos na direção certa do aperfeiçoamento
maçônico.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 77.
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O Irmão Adilson Zotovici,
Loja Chequer Nassif-169
de São Bernardo do Campo – GLESP
escreve aos sábados e
em dias alternados da semana
adilsonzotovici@gmail.com
TRÊS ESTAÇÕES
Vai neófito e germina
Tua divina semente
Faz do bem tua rotina
Que do teu ser inerente
A estudares te inclina
Livre pedreiro fluente
Que a Arte Real ensina
Para obra refulgente
Três estações tua sina,
Decora e talha silente
Pule, abrilhanta e domina
Ora Mestre, dissemina
Teu saber à tanta gente
Que o Grande Arquiteto destina !
Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169
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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte O JB News saúda os Irmãos leitores e foliões do carnaval de Florianópolis - Imagem de 25.02.2017) Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.342 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017 Bloco 1-IrSérgio Quirino – Não Há Direitos Maçônicos Bloco 2-IrOsvaldo Pereira Rocha – Tudo pela Pátria Bloco 3-IrSalvador Allende – Da Génese dos “Antigos” ao Estabelecimento da GLUI Bloco 4-IrCharles Evaldo Boller – Peças de Arquitetura Eficazes – Estudo Constante e Oratória ... Bloco 5-IrPedro Juk – Perguntas & Respostas (com 7 respostas) Bloco 6-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 27 de fevereiro e hoje com versos do Irmão e Poeta Adilson Zotovici (São Paulo – SP)
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 2/37 Ano 11- artigo 09 - número sequencial 606 -26 fevereiro 2017 Saudações, estimado Irmão! NÃO HÁ DIREITOS MAÇÔNICOS Em 11 de Agosto de 1891, o então Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil, em Sessão de Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz, produziu uma máxima que deve nortear todo Maçom, indiferente do grau alcançado: De posse desse conhecimento, devemos ter bem claro em mente que a nossa condição de Maçom não nos credencia a direitos. O processo iniciático dos graus são afirmações de compromissos, ou seja, DEVERES A SEREM ASSUMIDOS. ”Só o trabalho pode vos revelar os mil segredos da natureza. Nós nos auxiliaremos, mutuamente, para se levantar o véu, mas do vosso trabalho e dos esforços fraternais que empregardes, todo deveis esperar. Tomando lugar entre nós, contraís maiores Hoje é o 58º dia do Calendário Gregoriano. Faltam 307 dias para terminar o ano de 2017 - Lua Cheia - Segunda-feira de Carnaval. - É o 128º ano da Proclamçaõ da República; 195º da Independência do Brasil e 517º ano do Descobrimento do Brasil Colabore conosco. Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebe o JB News, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias por mala direta. Obrigado. 1 – Não Há Direitos Maçônicos Sérgio Quirino
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 3/37 obrigações. A cada instante teremos o direito de vos pedir contas, do que tiverdes feito pela felicidade da Humanidade.“ Em nosso dicionário moral, a palavra Maçom tem como sinônimos: trabalho, ações fraternais, obrigações e, principalmente, responsabilização. Essa definição serve para aqueles que usam a critica como assunto recorrente e vê apenas as falhas dos Irmãos, os que estão insatisfeitos com a direção da Loja, os que não pactuam com as ações da Potência e acham que a Maçonaria não faz nada. Façamos um exercício mental de avaliação de nossa condição individual como Maçom; em Loja como Obreiro; de nossa vinculação à Potência como Membro e de Iniciado junto à Sublime Ordem. No âmago do meu Ser Maçom, ajo com Fé, Esperança e Caridade? Em Loja, trabalho e submeto minha vontade? Na Potência que estou jurisdicionado, venço minhas paixões em prol do progresso? Junto à sociedade, represento e inspiro os valores maçônicos? Somente a cada um de nós caberá as respostas. Talvez, seja interesse bater três vezes no peito e humildemente dizer: mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. (minha falha, minha falha, minha máxima falha) MUDEMOS E NOS CONSCIENTIZEMOS DE QUE A MAÇONARIA SOMOS NÓS E QUE NÃO HÁ DIREITOS MAÇÔNICOS. SE EXISTE HIERARQUIA, RITUAIS, NORMAS, PROCEDIMENTOS E, PRINCIPALMENTE, VALORES, TEMOS, ENTÃO, OBRIGAÇÕES, QUE SÃO MUITAS. MAS, PARA TORNAR FELIZ A HUMANIDADE, BASTA QUE CUMPRAMOS NOSSOS DEVERES. NÃO CREDITE AOS OUTROS VOSSAS FALHAS. Neste décimo primeiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas. Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico. Fraternalmente Sérgio Quirino – Grande Segundo Vigilante – GLMMG Sérgio Quirino - ARLS Presidente Roosevelt 025 – GLMMG Contato: 0 xx 31 98853-2969 / quirino@roosevelt.org.br Facebook: (exclusivamente assuntos maçônicos) Sergio Quirino Guimaraes Guimaraes Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom. Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 4/37 Osvaldo Pereira Rocha* Grão-Mestre “Ad Vitam” do GOAM. Colaborador do JB News - Registro DRT/MA 53. São Luiz - MA E-mail rocha.osvaldo@uol.com.br site www.osvaldopereirarocha.com.br TUDO PELA PÁTRIA Para glória do Grande Arquiteto do Universo. Desde a mais tenra idade que eu e meus irmãos e irmãs aprendemos por nosso pai, Antonio da Silva Rocha, falecido e de saudosa memória, que deveríamos amar a Pátria Brasileira, respeitando o Brasão das Armas da República, com desenho criado no governo do primeiro Presidente da República, Marechal Deodoro da Fonseca; a Bandeira Nacional do Brasil, com o Slogan ORDEM E PROGRESSO, belas cores e a posição das estrelas correspondendo ao céu do dia 15 de novembro de 1889, do Rio de Janeiro; o Selo, usado para autenticar atos do governo, diplomas e certificados expedidos por escolas oficiais e o Hino Nacional do Brasil, que teve a letra criada em 1909, por Osório Duque Estrada, mas que só foi oficializada em 1922. Que além dos quatro supracitados símbolos oficiais, devemos respeitar e cumprir a Constituição da República Federativa do Brasil, leis e demais atos governamentais, em vigor, assim como respeitar as autoridades legalmente constituídas. Em 20 de junho de 1959, este articulista foi recrutado pelo Exército Brasileiro para servir à Pátria, no então 24º Batalhão de Caçadores, em São Luís do Maranhão, e quando do seu Juramento à Bandeira do Brasil, em 19 de novembro do mesmo ano, sentiu forte emoção com o cântico do Hino Nacional brasileiro; em 07 de agosto de 1968, foi iniciado na Instituição Maçonaria, em evento emocionante, com solenidade à Bandeira Nacional, e quando recebeu orientação de cumprir e fazer cumprir os atos oficiais das autoridades competentes. Na década em 1970, este articulista foi admitido no Serviço Público Federal, como Inspetor do Trabalho e foi lotado na Delegacia do Trabalho Marítimo no Maranhão – DTM –MA, que funcionava no prédio sede da Capitania dos Portos do Maranhão, da Marinha do Brasil, na capital maranhense, tendo por Delegado o próprio Capitão dos Portos, quando participou de diversas reuniões ou solenidades, no Salão Principal da mencionada Organização Militar Naval, e de ler a destacada, linda e importante frase 2 – Tudo pela Pátria Osvaldo Pereira Rocha
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 5/37 “TUDO PELA PÁTRIA”, que mexia com o seu emocional. Também no Rotary e no IHGM este articulista teve exemplos de amor à Pátria brasileira. A Estação Antártica Comandante Ferraz com o Brasil aderindo ao Tratado da Antártida, em 1975, firmando o propósito de ocupar o território com fins pacíficos e de cooperar com a comunidade internacional para o desenvolvimento de pesquisas no extremo sul do Planeta Terra e, desta forma, engrandecendo nosso País. Os esforços dos bravos marinheiros em prestar relevantes serviços naquela região gelada dizem muito bem o quanto valorizam a nossa Pátria Amada, dando-nos provas de que, de fato, realizam tudo pela Pátria amada. Uma das exigências para a participação de qualquer país como parte consultiva do aludido tratado é a realização de substanciais atividades científicas. Para esse fim, o PROANTAR foi elaborado e implantado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, em consonância com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. Tudo pela Pátria! Rogo ao Grande Arquiteto do Universo para que proteja os nossos marinheiros e continue nos abençoando. *Colaborador, registro DRT/MA nº 53. Amigo da Marinha, Mérito Tamandaré, Leme da Amizade e Tripulante Honorário da CPMA. Site www.osvaldopereirarocha.com.br
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 6/37 Irmão Salvador Allende MM da Loja Salvador Allende - GOL Lisboa Portugal Da génese dos «Antigos» ao estabelecimento da G.L.U.I. I – Uma nova abordagem sobre um conflito fundamental na Maçonaria Inglesa A história dos primeiros tempos da Maçonaria inglesa surge mais complexa do que tínhamos percepcionado até recentemente, em grande parte graças ao aprofundar da pesquisa e ao correspondente avanço nas investigações sobre este período. O conflito que sacudiu Maçonaria e que tem sido denominado como o diferendo entre "Antigos" e "Modernos” (de 1751/1753, até 1813), ocorreu do outro lado do Canal da Mancha, ao longo de cerca de 60 anos. Não será propriamente por acaso que este período e este diferendo têm sido estudados, até aqui, como um facto histórico interno à própria Inglaterra. No entanto, se queremos renovar a abordagem e as consequentes perspectivas que se abrem sobre este interessante período, devemos aprofundá-lo como desenvolvimento Inglês, mas de recorte irlandês, contribuindo decididamente para deslocar e influenciar a Maçonaria continental e sobretudo a Maçonaria francesa. Nesta perspectiva a posterior G.L.U.I. (Grande Loja Unida de Inglaterra), resultante da fusão entre «Modernos» e «Antigos» em 1813, na ânsia de se auto-designar como herdeira e continuadora da Grande Loja de Londres (G.L.L.) e assim estender, sob o manto diáfano da «Regularidade», o seu domínio à escala mundial, obviamente não tem interesse em fazê-lo emergir do estrito âmbito inglês. Philipp Crossle, grande historiador da Maçonaria irlandesa, a partir de 1928 começou a chamar a atenção para as especificidades desta Maçonaria e especialmente, para a existência de um sistema composto por 3 Graus, anterior ao sistema revelado por Samuel Prichard em 1730. Este sistema era dotado dum conteúdo diferente, ao compreender um novo grau, denominado de “Arco Real”. Ao apresentar o seu trabalho de investigação, Crossle estava implicitamente a 3 – Da Génese dos “Antigos” ao Estabelecimento da GLUI Salvador Allende
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 7/37 levantar também uma questão complexa, a do aparecimento e influência dos Altos Graus na história geral da Maçonaria. Por outro lado, como mostrou Alain Bernheim (5), tanto a Maçonaria Inglesa como a francesa foram, no que respeita aos graus azuis, substancialmente idênticas pelo menos até 1750, altura do aparecimento dos "Antigos". Isto implica que o modo usual de considerar este conflito como uma disputa entre um sistema Inglês claramente definido e inamovível, representado pela G.L.L. de 1717 chamada depreciativamente, os "Modernos", em confronto com o da nova Grande Loja, considerado como um sistema importado da Irlanda pelos "Antigos" é certamente uma questão a abordar de novo, agora sob novos ângulos. Como tratar do problema do Arco Real como um grau importante, importado da Irlanda para Inglaterra pelos "Antigos" e como perceber que este grau, que será conhecido muito rapidamente em Inglaterra, é diferente daquela outra versão irlandesa, e em vez disso está muito perto da lenda que é representada nos rituais franceses, denominados "Royale Arche"? É claro que a história da Maçonaria Inglesa não se limita à história "stricto sensu" da Inglaterra. Esta é, na verdade, a história duma Maçonaria que está exposta a todos os tipos de influências, desde as internas, de base britânica, mas também com componentes externas, tais como as influências irlandesas, escocesas e francesas. É no segundo terço do XVIII, quando se constitui em Inglaterra um sistema maçónico, que é o produto de todas estas influências e que, evidentemente, também teve influências em seu redor doutras maçonarias, especialmente as vindas de França. Aparece aqui como que uma história franco-britânica tentando cercar e definir todas essas influências e, assim, resolver uma série de problemas relacionados com as origens da Maçonaria, como a instalação do Venerável da Loja ou o «Royal Arch», etc. II – Da Inglaterra dos «Modernos», à dos «Antigos» A querela entre os "Modernos" e "Antigos" é uma querela fundamental da Maçonaria inglesa, e que classicamente se enuncia da seguinte forma: até 1750, a Maçonaria era unida e uniforme na Inglaterra, já que na primeira metade do século XVIII existia uma única organização maçónica amplamente predominante, protagonizada pela G:.L:.L.. (a Gr. Loja de York foi progressivamente reduzindo a sua actividade, apesar de contestar e não reconhecer a existência daquela). Recordemos contudo que, historicamente, a afirmação de que a GLL constitui o despontar da nova Maçonaria especulativa é inexacta. Nada permite fundamentar, face à sequência temporal e histórica actualmente conhecida, que a maçonaria especulativa tenha nascido em 1717. De facto esta data é quase irrelevante no longo processo de desenvolvimento do movimento. Knoop e Jones (2) referem que “naquela altura, a formação da Grande Loja foi uma ocorrência de menor importância no desenvolvimento da Maçonaria, e não faz sentido constituir um marco na história maçónica”. No entanto a nova forma de organização instituída pela G.L.L., com uma estrutura de coordenação centralizada, constitui uma inovação, face à organização predominante até ao momento, de raiz escocesa e centrada sobretudo nas Lojas.
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 8/37 Anderson, segundo D. Ligou (2) terá sido encarregue pelo duque de Montagu, em Setembro de 1721, da redação dum texto de interligação entre os «Antigos Deveres / Old Charges» com as lendas bíblicas em que surgem figuras como Adão, Noé ou Zorobabel. Não terá sido por acaso que se adaptaram as velhas obrigações corporativistas à nova situação, tentando efectuar uma síntese com as exigências operativas tradicionais, desprovidas de sentido face à nova realidade existente à data. Esta situação era resultante das lutas intestinas entre o catolicismo e as diferentes correntes protestantes corporizadas pelo choque entre a tradição operativa que se pretendia adaptar, marginalizando os homens que a mantiveram, face aos novos valores transmitidos pelos adeptos da Royal Society (a «moral e religião natural»). A evolução deste litígio, polarizado durante o 2º quartil do século XVIII por Lawrence Dermott (e outros irlandeses), levou ao levantamento de colunas a partir de 1751/3, de uma nova Grande Loja, já após o falecimento de Désaguliers e Anderson. Esta nova organização, denominada Grande Loja dos “Antigos Maçons” (G:. L:. A:.), mais conhecida como a dos «Antigos», passará a rivalizar fortemente com a G.L.L. pela disputa e controlo da Maçonaria inglesa. A Grande Loja de 1717 será chamada para escárnio ou ridicularização de "Grande Loja dos Modernos", o que não invalida que seja reconhecida como a primeira "Grande Loja" do Mundo. A Grande Loja dos Antigos é fundada principalmente por maçons irlandeses que viviam em Londres, mas rejeitando os usos da Grande Loja de 1717 e que a partir de 1751 iniciou um amplo desenvolvimento na Inglaterra. A Escócia e na Irlanda constituíram também as suas Grandes Lojas, respectivamente em 1735 e 1725/8. A. Bernheim (5) salienta que estas só reconheceram efectivamente a Grande Loja dos «Antigos», tendo, até então, um relacionamento muito limitado ou quase inexistente com a G:.L:.L:. . Em resultado do acordo bilateral entre «Antigos» e irlandeses, nenhum Maçom dos «Modernos» se podia incorporar numa loja Irlandesa sem ser “re-iniciado e instruído” no ritual dos «Antigos» (o chamado «ancient working»), situação que só se veio a alterar após o processo de constituição da G.L.U.I., em 1813. As diferenças ritualísticas principais, reclamadas pelos «Antigos» face à G:.L:.L:. e que segundo aqueles traduziam essencialmente a defesa da chamada antiguidade de raiz operativa transmitida pelas “Old Charges” (Antigos Deveres) , eram as seguintes: - Abandono das orações nas cerimónias maçónicas; - Abandono da celebração das festas de S. João; - Inversão da ordem das palavras sagradas, Criticavam também fortemente a inexistência quer da “cerimónia de instalação secreta do Venerável”, que reputavam de essencial, quer do grau do “Arco Real”. Em resumo e segundo refere Philip Crossle (citado por A. Bernheim), em “The Irish Rito” (5), a história da Maçonaria Irlandesa é diferente da Inglesa e profundamente original, já que terá evoluído por conta própria sensivelmente a partir de 1680, independentemente das raízes escocesas e inglesas. Na Inglaterra do Séc. XVIII, segundo Roger Dachez (6) o conceito de regularidade de uma Loja era essencialmente administrativo (correspondendo à submissão à autoridade de uma Grande Loja e ao pagamento das capitações). Contudo esta situação modificou-se ligeiramente com a criação da 2ª Grande Loja (a dos «Antigos»). Com um novo poder maçónico a pretender também exercer o controlo sobre o universo maçónico inglês, era inevitável o conflito pela
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 9/37 supremacia maçónica com a G:.L:.L:. , tendo como perspectiva estratégica a eventual sobrevivência a longo termo. Quando da constituição da sua GL, os «Antigos» obviamente alteraram as Constituições de 1738, adaptando-as às suas necessidades. Modificaram substancialmente o primeiro capítulo das «Obrigações», por forma a dar-lhe o formato religioso que actualmente conhecemos, desaparecendo o espírito de tolerância que emergia do texto de 1723. Neste (“Um Maçom está obrigado a observar a lei moral, a compreender a Arte e não será jamais um ateu estúpido nem um libertino irreligioso...”) nada nos indica ou sugere, quer nas «Obrigações de um Franco-Maçom» quer nos «Regulamentos Gerais» a obrigação da «crença num Deus revelado» como fórmula administrativa numa Loja. A G:.L:.L:. (os «Modernos») publicou as suas Constituições em 1723 /38/ 56 /67 e 1774, sendo esta a data da última versão publicada. Os «Antigos», defendiam que os «Modernos» interpretavam de uma forma laxista os ensinamentos cristãos, repudiando os dogmas e dando preferência à razão, relativamente à Bíblia e às tradições, privilegiando a moral face à doutrina e evidenciando uma ampla tolerância em matéria religiosa. Até ao final do século XIX, foi partilhada pelos historiadores maçónicos da época (Gould, Hugham, …), a teoria de que que a Grande Loja do "Antigos" era proveniente duma cisão da Grande Loja dos Modernos (G.L.L.). Segundo esta tese, um certo número de lojas teriam saído da Grande Loja de Londres e criaram uma nova obediência, por recusarem a inovações que foram aprovadas e introduzidas pela G.L.L.., desde o início. Essas inovações entre os quais está a famosa história da reversão das palavras sagradas, (J-B ou B-J) (5) e (8), surgiram na década de 1730, e seriam adoptadas por muitas lojas. Tal facto ter-se-á tornado, até certo ponto, inaceitável para algumas oficinas que teriam decidido na década de 1750, voltar aos velhos costumes e deixar a Grande Loja de 1717. Esta tese era defendida, evidentemente pelos "Antigos" e sobremaneira desde 1756 com a publicação do livro das Constituições “Ahiman Rezon” de Laurence Dermott. Será Henri Sadler, com seu livro "In Masonic Facts and Fictions" (6), que demonstrará finalmente em 1887, que a fundação de 1751 não é o resultado de um cisma, uma vez que "essa Grande Loja é constituida de novo”, tendo por isso uma origem diferente da Grande Loja de 1717. Na realidade, do que estamos a falar era de uma grande Comissão que aparece em 1751, a qual toma o título de “Grand Lodge” a partir de 1753, quando conseguiram ter um irmão "nobre" para presidi-la como Grão-Mestre (6) e (8). Os seus primeiros membros foram irlandeses emigrados em Inglaterra. Provavelmente tiveram dificuldades em ser recebidos pelas lojas inglesas também pelo facto da sua condição social. Além disso estas lojas praticavam uma Maçonaria diferente da sua, o que tornava difícil e até quase impossível, uma integração na G.L.L. (6). Ao fundarem a sua própria Grande Loja puderiam praticar os rituais que trouxeram da Irlanda e que tinham proclamado como mais antigos, face aos da Maçonaria inglesa. A controversa classificação de 'Antigos "atribuída a uma Grande Loja que é 34 anos mais jovem do que a primitiva, é curiosa e até um pouco injusta. É claro, mas para além desta troca acesa de palavras, não se devem perder de vista ou esquecer algumas questões fundamentais: 1. Quais são as diferenças reais entre as duas Grandes Lojas?
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 10/37 2. Entre as diferenças rituais e procedimentais, que eram realmente mais antigas e, a partir dessa perspectiva, devemos perguntar: quando, onde, como e por quê, se deu este passo dos Antigos contra os Modernos? Estas duas questões ainda não receberam, até hoje, respostas satisfatórias, embora possa haver formas de esclarecimento fornecidas pelo estudo cuidado da Maçonaria na Irlanda. O conhecimento da maçonaria irlandesa passa necessariamente pelo estudo da obra fundamental como é a de John Herron Lepper e Philipp Crossle, “História da Grande Loja dos Maçons Antigos e Aceitos da Irlanda”, Dublin, 1925, reeditado em 1987, (5) e (8). Neste trabalho, os autores indicam-nos que existem provas documentais da existência de uma maçonaria especulativa na Irlanda, e essa certeza não é apenas uma aproximação, uma vez que também ocorre bem documentada na Inglaterra. Historicamente comprova-se que na Irlanda existia já uma Maç.'. especulativa no último quartil do século XVII (discurso, datado de 1688 e designado por Terrae Filius, no Trinity College de Dublin). Nos arquivos do Trinity College de Dublin, existe um documento que menciona a existência de uma loja de maçons em 1688 (principalmente estudantes). Em 1711, cerca de seis anos antes da fundação da G.L.L., surge em Dublin o manuscrito do “Trinity College, Dublín” , especificando a palavra de Mestre, para além de definir uma loja perfeita como sendo constituida por “três mestres, três companheiros e três aprendizes” bem como os sinais e toques relativos aos três graus. A data referida está definitivamente comprovada e Knoop & Jones (3) afirmam que este manuscrito é o documento mais antigo em que se regista o conhecimento maçónico desenvolvido em três graus (8). Em 1725, existe um relato de uma procissão pública que atesta a existência de uma Grande Loja na Irlanda. Em 1730 são finalmente publicadas as Constituições da G.L. da Irlanda, denominadas «Constituições de Pennel», muito semelhantes ao texto de Anderson, cuja diferença mais importante é a de já mencionar o grau de Mestre, o que não é ainda o caso do texto Inglês de 1723 (atribuído a Anderson). Deste modo comprovamos que todas as manifestações conhecidas da primeira Maçonaria irlandesa são notáveis, quer pela data quer pelo conteúdo. À luz desses documentos, parece podermos verificar que a Maçonaria irlandesa é antiga e diferente da Maçonaria inglesa da primeira metade do século XVIII. Sobre a origem sociológica desta Maçonaria irlandesa, duas hipóteses podem ser consideradas. Por um lado poderia dar-se o facto de que fosse uma maçonaria puramente irlandesa ou celta (naquela época a Irlanda era de facto ocupada pela Inglaterra), ou por outro, uma maçonaria de colonos ingleses instalados na Irlanda, os Anglo-Irlandeses. Estes últimos compunham a aristocracia do país, reagrupada essencialmente em redor de Dublin. Esta hipótese parece mais credível e, portanto, a primeira Maçonaria irlandesa surge-nos, cada vez mais, como um Maçonaria Anglo-Irlandesa. No entanto, nem todos os colonos fazem parte da aristocracia emigrada, de cuja resultante teríamos uma imigração Anglo-Irlandesa pobre, muito perto da população irlandesa nativa, pelo que a emigração irlandesa para a Inglaterra - desta vez no século XVIII – é essencialmente uma emigração anglo-irlandesa Por isso, é fácil imaginar, embora nenhum documento o confirme, que são os anglo-irlandeses emigrados, de baixo nível social, com uma Maçonaria própria, que são pouco ou mal recebidos nas Lojas inglesas.
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 11/37 Possuíam mais um grau - e a partir dessa perspectiva pode-se reexaminar a questão sobre o Arco Real – superior ao grau de Mestre, que é desconhecido pelos Ingleses (8), considerando- o, como escreveu Laurence Dermott nas constituições dos «Antigos», como "a raiz, o coração, o núcleo do Maçonaria "e que finalmente, acabará por impor na prática da Maçonaria Inglesa. Em 1778, numa edição das Constituições, Laurence Dermott dirige uma lista de “participações” que os "Antigos", lançam contra os "Modernos". Dessas somente a negligência ou ignorância da instalação secreta dos Veneráveis Mestres, instalação capital, que no sistema dos "Ancients" abre o caminho para Arco Real, é credível. Na verdade, a instalação era desconhecida em Inglaterra - pelo menos não existe nenhum testemunho documental antes de 1760 e da divulgação dos "Threee Distinct Knocks". Mas para além desta acusação, as outras queixas carecem singularmente de fundamentos documentais e são, elas próprias, contrárias a todos os documentos que se conhecem. Em suma, se os "Antigos" se agarram ao atestado de antiguidade original, quem melhor pode definir a originalidade real deles em relação aos "Modernos" senão a: 1. A sua antiguidade efectiva; 2. A contribuição da instalação secreta do Venerável e do Arco Real. Phillip Crossle, no famoso artigo “The Irish Rite” (5) e (8) propõe uma interpretação subtil da hierarquia dos graus na Irlanda até 1730. Nas “Constituições de Pennel”, os 3 graus: Aprendiz, Companheiro, Mestre, não corresponderiam aos três graus homónimos da Maçonaria inglesa, tal como são definidas na divulgação de Prichard (1730) e mais tarde (e oficialmente) na Constituição de 1738. De acordo com a teoria de Crossle, pode ser estabelecida a seguinte tabela de correspondência: Irlanda Inglaterra Aprendiz Aprendiz e Companheiro Companheiro Mestre Mestre = Instalação e Arco Real ------------ Pela análise deste artigo, concluímos da necessidade de voltar a reler o diferendo entre os "Modernos" e os "Antigos", agora a partir duma outra perspectiva e refazer as perguntas relativas às origens e antiguidade da Maçonaria dos Antigos e das fontes desta Maçonaria. III – Pontos em Análise Consideramos que a análise e debate dos pontos seguintes, é essencial para uma melhor compreensão deste período histórico da maçonaria inglesa, cuja importância para um melhor conhecimento das origens e divergências do moderno movimento maçónico, parece não restarem dúvidas. 1. O aspecto sociológico das Maçonarias inglesas e irlandesas. Embora pareça que os "Antigos" são pequenos grupos que praticam um "técnica ritual" mais rigorosa do que os "Modernos", a uniformização das duas Grandes Lojas, levará a que se
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 12/37 constitua como uma questão muito avançada no início do século XIX, precisamente pela compreensão até ao nível da Grã-Mestria, o que explicaria a união de 1813. Por essa altura a origem irlandesa dos "Antigos" tinha-se atenuado fortemente e quase desaparecido. 2. As relações entre Irlanda e Escócia. As relações são antigas. O povo primitivo da Irlanda são os "Scots". Por outro lado, na época das duas grandes Lojas rivais inglesas e da Grande Loja da Escócia, esta manteve relações de amizade com os "Antigos" e com a Grande Loja da Irlanda. Talvez por isso terá sido o Arco Real rápida e facilmente implementado na Escócia. 3. Laurence Dermott Laurence Dermott é a figura emblemática dos Antigos. Personagem pouco conhecida e que alguns pensam que terá sido Católico (8), já é maçom quando chega a Inglaterra. É provável que o seu acolhimento nas oficinas inglesas fosse, como irlandês, um pouco difícil, quer pelos usos quer pelo conteúdo dos graus, que eram diferentes no conjunto e diferentes em relação ao que tinham conhecido e recebido na Irlanda. Acima de tudo, faltava o Real Arco. Este grau será introduzido na Inglaterra, mas no sistema pré-existente, convertendo-se num nível de 4º grau Inglês. Todo este processo cimentará nele o objecto da polémica dos Antigos e Modernos, cujo testemunho é o de que - o Arco Real não é, para os antigos, um alto grau (8). É também, de acordo com a famosa fórmula de Dermott, "a raiz, o coração e a essência da Maçonaria". A hipótese de Crossle vai nesse sentido: o primeiro sistema maçónico de 3 graus é irlandês e contém o Arco Real. Assim, à luz da história maçónica irlandesa, as afirmações dos Antigos tomam mais peso: a sua Maçonaria era talvez a verdadeiramente "Antiga" e o Arco Real é parte do Ofício. A querela dos Antigos e Modernos parece como um choque de duas culturas e duas concepções diferentes de maçonaria, para além dos óbvios problemas de/entre pessoas. Hoje, a Grande Loja da Irlanda tem excelentes relações com a GlUI. As 2 Grandes Lojas adoptaram posições comuns sobre as questões internacionais (“Aims and Relationships of the Craft” – Home Grand Lodges - Inglaterra, Escócia e Irlanda - 1949). No entanto a Grande Loja da Irlanda, que tem autoridade sobre toda a ilha é composta principalmente de protestantes e anglicanos, num país maioritária e profundamente católico. Vimos que o diferendo entre "Antigos" e "Modernos" (1751-3 / 1813) deve levar em conta a história da Maçonaria Irlandesa, se o pretendermos explicar correctamente. Dois autores importantes, Heron Lepper e Crossle (8) ajudam-nos neste processo. Deste modo podemos concluir que, de todas as censuras direccionadas pelos Antigos aos Modernos, duas delas carecem de uma análise aprofundada: 1) - a antiguidade real dos usos destas duas Grandes Lojas, e 2) - a pergunta sobre a instalação secreta, e do Arco Real (este último também implica implicitamente efectuar a pergunta sobre os graus maçónicos). Com efeito existiam em 1730, tanto na Inglaterra como na Irlanda, sistemas maçónicos em 3 graus, embora pareça que estes sistemas não tenham a mesma antiguidade e não resultem da mesma realidade. Como é que está então constituído na Irlanda o sistema de graus? Para tal suportámo-nos no já referido artigo de Philipp Crossle, “The Irish Rite” (8), também citado por Bernheim (5) e R. Dachez (6).
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 13/37 Convém salientar desde já, que "as ilhas britânicas" são compostas de 3 países muito diferentes e em grande parte das vezes opostos: Inglaterra, Escócia e Irlanda. Há espaço também para entender que há uma distinção real entre as maçonarias desses países. A história da Maçonaria irlandesa é completamente diferente da Maçonaria inglesa. Philipp Crossle efectuou um esforço notável para explicar a profunda originalidade do sistema maçónico irlandês antes de 1750. As origens da Maçonaria na Irlanda são muito obscuras, pelo que cumpre colocar a seguinte questão: Poderia ser importada da Inglaterra, em finais do século XVII, na década de 1680??, a Irlanda era então uma colónia britânica. Esta Maçonaria irlandesa seria aquela anglo-irlandesa que temos vindo a referir e que tinha formado toda uma classe aristocrática que dominava a Irlanda? É mais ou menos evidente que esta aristocracia estava separada não só do resto do país, no plano económico e social, mas também e sobretudo no plano religioso, uma vez que eram anglicanos enquanto os irlandeses autóctones eram profundamente católicos. A Maçonaria obediencial aparece em Inglaterra por volta de 1717-1723 e na Irlanda em 1725, mas, aparentemente, de forma bastante diferente. Deve observar-se o facto de que essa Maçonaria irlandesa, comprovada e documentada desde 1688, embora provavelmente de origem Inglesa, teria evoluído por sua própria conta, independentemente da Inglaterra. Na década de 1720, é provável que as maçonarias Inglesa e irlandesa resultem bastante diferentes, apesar de antiguidade semelhante, e também se poderia supor que os irlandeses mantiveram os usos dos Ingleses, que eles próprios tinham alterado ou perdido (e aqui entroncamos de novo na «criatividade» de Anderson / Désaguliers relativamente ao texto das Constituições de 1723…), o que corresponderia a que houvesse uma velha maçonaria inglesa, derivada da aposta irlandesa. É aqui que se poderia chegar uma certa reivindicação de antiguidade, desde sempre proclamada pela Grande Loja dos «Antigos». No entanto as Constituições da G.L.L. de 1723, definiam uma Maçonaria de 2 graus, que são em 1730 confrontadas pela divulgação do grau de Mestre, pela primeira vez na Inglaterra, através da publicação de Samuel Prichard «The Masonry Dissected». Esta divulgação será condenada pela Grande Loja de Londres, e sómente em 1738 o grau de Mestre será formalizado, com a segunda edição das Constituições. Contudo em 1730, a Grande Loja da Irlanda publica as Constituições de Pennell, nelas sendo descrito pela primeira vez e de modo oficial, um sistema em 3 graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Philipp Crossle comprova que o texto de Pennell descreve explicitamente 3 graus. Além disso deixa expresso a existência dum diácono, um vigilante, um Mestre eleito, um deputado GM, que tinham já sido "Companheiros" e poderiam conferir o grau de "Mestre" após a respectiva instalação. Para explicar essas “esquisitices”, e isso supõe toda a tese de Philipp Crossle, faz falta compreender que as palavras "Aprendiz", "Companheiro" e "Mestre" não designam nessa época, nem têm o mesmo significado, na Irlanda e na Inglaterra. Crossle explica-nos que não se pode colocar no mesmo plano o texto oficial das Constituições de Pennell e a divulgação de Prichard (reconhecida só posteriormente pela Grande Loja de Londres). Em 1730 na Irlanda, o grau de Aprendiz corresponderia ao conteúdo dos graus de Aprendiz e de Companheiro, em Inglaterra o grau de Companheiro (8) corresponderia a um conteúdo semelhante (mas talvez sem a lenda) ao futuro grau de Mestre em Inglaterra (8) e o grau de
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 14/37 Mestre que é sempre descrito na Irlanda como essencial, será conhecido sob a designação de "Arco Real", mais tarde. Isso justificaria a queixa principal que os Antigos (irlandeses) endereçavam aos Modernos (ingleses), ou seja, que estes últimos desconheciam o Arco Real, e explicaria também que a introdução deste grau em Inglaterra tenha aparecido como um 4º Grau. A tese de Crossle encaixa-se perfeitamente no que sabemos sobre a origem dos graus de finais do século, na Inglaterra, Escócia e Irlanda. O conteúdo dos graus de Aprendiz e Companheiro – dos anos 1730 - estavam reunidos num único grau de aprendiz, enquanto o grau de Companheiro continha o essencial do que se converteria no grau de Mestre, mas adicionando um novo elemento: o grau de Mestre na Irlanda ou Arco real. IV – A Constituição da G.L.U.I. (Grande Loja Unida de Inglaterra) A envolvente social e política ocasionada pelas ondas de choque da Revolução francesa do lado de lá da Mancha, foram determinantes para a união das duas Grandes Lojas, 60 anos após a fundação da G.L. dos «Antigos», beneficiando do facto de dois elementos da casa real (duques de Kent e de Sussex) dirigirem as 2 Grandes Lojas, vindo a ser este último o primeiro G:.M:. da recém-criada G.L.U.I.. Após a união concretizada em 1813, foi estratégicamente delineada e imposta pela G.L.U.I. a sua supremacia absoluta na condução da Maçonaria mundial, facto nunca registado na Maçonaria até essa data, suportado na «meia-verdade» ou até «falsidade» de se reclamar como herança directa da G.L.L. e desta como origem da maçonaria especulativa. A partir dessa altura, os ingleses passam a desqualificar a Maçonaria continental, especialmente as que consideram a maçonaria «política» francesa e a aristocrática alemã, por não se sujeitaram aos seus interesses e ditames, não capitulando perante os imperiais interesses ingleses (óbviamente que esta pretensão só pode ser acatada por aqueles que têm interesse particular nessa subordinação). Como curiosidade, registe-se que em 1799, o então primeiro-ministro inglês William Pitt fez aprovar a lei das «sociedades ilegais» (que nos recorda algumas tentativas do presente e nomeadamente o negro século XX, até à derrota do fascismo / nazismo....). Esta medida era consequência dos receios provocados nas classes dirigentes, nobreza e burguesia daquele lado do Atlântico, pelo desenrolar e consequências da revolução francesa. Numa primeira fase os «Modernos» ficaram isentos, mas finalmente tiveram que passar pelo crivo, e juntamente com o «Antigos» registaram-se perante as autoridades. Uma das consequências da unificação das duas G:.L:.s inglesas, foi a de que, a partir deste momento, a Bíblia passou a estar solenemente presente em todas as sessões em loja, consolidando as pretensões eclesiásticas do anglicanismo na Maçonaria inglesa. Como consequência as novas versões das anteriores Constituições de Anderson passaram a adoptar a referência a “Deus e ao Grande Arquitecto do Universo (GADU)”, que não existiam anteriormente.
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 15/37 Em 1844, já sob a batuta da G.L.U.I., é introduzida uma outra alteração significativa, traduzindo toda uma nova interpretação da Constituição maçónica original. O objectivo consistiu em eliminar as anteriores divergências entre «Antigos» e «Modernos», que passam a ser protagonizadas mais tarde, agora com o canal da Mancha de permeio, pela G.L.U.I. e pelo Grande Oriente de França (GOdF). Este conflito ultrapassou as fronteiras naturais da Inglaterra e por via da expansão do império britânico, propagou-se também à Nova Inglaterra (aqui com menos visibilidade) e à América Central e do Sul. V - Concluindo Se a história, com a constituição da G.L.U.I. em 1813 (pela fusão da G.L.L. com a G.L.A.), parece ter dado razão aos Antigos - apesar de ter sido gradualmente resultado de um compromisso elaborado a partir de 1760 - estes últimos vieram contudo a adoptar, sem grandes problemas, o sistema Inglês, deixando cair o «Arco Real» para uma posição secundária. A origem do “Arco Real” é misteriosa. É de origem Inglesa? É importado de seguida para a Irlanda, no final do XVII, sendo depois "esquecido" pelos ingleses? Pelo contrário é de origem puramente irlandesa? A ausência de documentos não permite responder a esta pergunta, embora a segunda hipótese pareça mais provável. Por outro lado, não devemos esquecer que existem dois tipos de grau de Arco Real, com diferentes lendas. Há um grau com a lenda de "Zorobabel" e outro com a legenda de "Josias". O Arco Real irlandês de hoje baseia-se nesta segunda lenda, completamente diferente daquela outra valorização que é praticada no Arco Real Inglês. Isto pode levar-nos a perspectivar uma época em que poderiam ter existido duas lendas alternativas também na Irlanda. Uma impôs- se na Inglaterra e a outra na Irlanda. Mas isto é todavia uma hipótese adicional a juntar à questão. O que é certo é que este grau do Real Arco era profundamente cristão. Foi somente em 1835 que se realizou um certo "banho / limpeza" , passando a representar um grau vetero- testamentário, do mesmo modo que tinha sido feito para os primeiros 3 graus (entre 1813 e 1816) na célebre Loja de Reconciliação (“Reconciliation Lodge”), a grande empresa de descristianização da maçonaria Inglesa, sob a direcção do duque de Sussex, primeiro Grão- Mestre da G.L.U.I.. Crossle, nas suas exposições e teses, formula a hipótese da existência duma estrutura arcaica, um núcleo, com um Arco Real sem lenda. Só num segundo tempo se teria aplicado a este grau uma lenda, a exemplo do que aconteceu com o grau de Mestre e, portanto, poderiam ter havido muitas lendas diferentes emprestadas a partir da Bíblia, destinadas a explicar a estrutura do grau, como uma espécie de comentário. Isto poderia aplicar-se também a outra parte do conjunto dos graus maçónicos. Com efeito, qualquer que seja o grau considerado, a sua origem é muito simples na sua formulação. Em seguida, num segundo tempo, diversifica-se e complica-se. Este enriquecimento consiste essencialmente no discurso e nas supostas lendas, para explicar o conteúdo original do grau e para iluminar seu significado mas, na realidade, muitas vezes contribuíu para torná-lo ainda
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 16/37 mais obscuro ... Finalmente, estamos agora na fase normalização e codificação. O exemplo do rito francês é, neste caso, significativo. Tentámos focar nos pontos anteriores as origens dos principais diferendos que estiveram na base do conflito fundacional da maçonaria inglesa, na segunda metade o século XVIII e primeira década do século XIX. Parece ser claro que estas divergências, pelas suas consequências e desenvolvimentos posteriores extrapolam o estrito território inglês e remontam a raízes irlandesas. Daí discordarmos da posição tradicional seguida pela G.L.U.I. ao restringir historicamente esta questão ao estrito âmbito inglês (para já não referir o mito da Grande Loja de Londres como berço da maçonaria especulativa…). Se o notável trabalho de pesquisa de Phillip Crossle permitiu lançar novas luzes e caminhos para uma correcta compreensão histórica deste diferendo, ainda subsistem vários pontos de penumbra. No entanto os Maçons, enquanto construtores do passado e sobretudo do futuro, não deixarão de continuar a limar as arestas da história, com a mesma perseverança com que o fazem na transformação da pedra bruta, até atingir a beleza e o esplendor da pedra polida. O conhecimento decorre do estudo, investigação, análise e processamento da informação, pelo que é preciso continuar a desbravar os trilhos que faltam percorrer, removendo e trabalhando as pedras que ainda os obstruem… Ir.’. Salvador Allende, M:. M:. R.’.L.’. Salvador Allende G.’.O.’.L.’. Bibliografia: 1) - “Anderson’s Constitutions for Freemasons-1723 / The Wilson Manuscript” 2) – “Les Origines de la Maçonnerie Spéculative” – Roger Dachez, revista “Renaissance Traditionnelle - RT” 3) – “The Genesis of Freemasonry” – Douglas Knoop e G.P. Jones” – Manchester University Press – 1947 4) – “Historia de la Masoneria” – Ivan Herrera-Michel 5) – “Régularité Maçonnique” – Alain Bernheim – Éditions Télétres – Paris (2014) 6) – “Franc-Maçonnerie: Régularité e Reconnaisance – Histoire e Postures” – Roger Dachez – Éditions Confome nº 5 - Paris 7) – “Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie” - Coord. Daniel Ligou – èditions PUF , 6ª ed. – Paris (2005) 8) – “De les «Ancients» à la Grand Loge Unie d´Angleterre (GLUA)” – Roger Dachez – Revista «RT» (tradução para espanhol por Victor Guerra)
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 17/37 Ir Charles Evaldo Boller Curitiba – PR – Charleseb@terra.com.br Textos extraídos de sua obra, “Iluminação” Peças de Arquitetura Eficazes – Estudo Costante – Oratória, Rainha das A rtes 4 – Peças de Arquitetura Eficazes – Estudo Constante – Oratória, Rainda das Artes – Charles Evaldfo Boller
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 18/37 Para que a peça de arquitetura seja eficiente e comunique de fato, deve prender a atenção do leitor até o final, para tanto, ela carece de estrutura eficaz. Para estruturas de poucas ideias é fácil, normalmente é só escrever e revisar até ficar bom. Comunicar com eficiência é obra de arte. Exige esforço e denodo. Existem textos complicados onde o escritor deseja transmitir sequência de elementos complexos e obter impacto. Surgem situações em que existe carga elevada de informação que progridem em complexidade crescente. Os tópicos, ideias e exemplos são tantos que fica impossível desemaranhar os nós apenas usando da mente. Nestas ocasiões é normal fazer uma lista com as ideias principais e depois as fragmentar em suas particularidades e relacionamentos. Exemplo: Tema Fidelidade. Estrutura do Trabalho  Introdução: chamar a atenção do leitor para a sua proposição.  Meio: expor ideias em cadeia lógica.  Fim: unir os pedaços e comprovar o proposto na introdução.
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 19/37 Criar Tópicos  Fidelidade é virtude? — Introdução: Despertar a curiosidade do leitor.  As outras virtudes dependem da fidelidade?  Ser fiel em tudo é fidelidade?  A fidelidade pode ser obstinada ou versátil?  A fidelidade está subordinada à lei moral?  Ou é ao contrário?  Seu progresso em todas as atividades humanas, inclusive na Maçonaria, depende do sigilo? — Fim: resposta ao questionamento da introdução. Definidos estes detalhes fica fácil! O escritor passa a responder aos tópicos propostos sem perder a visão de conjunto. Sucesso garantido! Aperfeiçoamento Com o tempo e a prática o escritor passa a deter sua atenção a outros detalhes como, ambiguidade, brevidade, coerência, concisão, consistência, correção (importantíssimo), empatia, expressividade, fluência, precisão e outros detalhes. Tais cuidados transformam a redação em preciosidades que tem a possibilidade de influenciar e modificar o pensamento do leitor. Assim como a oratória, redação é arte. Cada texto é a lapidação de uma joia. Ambas devem comunicar com eficiência. Daí a necessidade de simplificar o texto com palavras que comuniquem. Se o leitor tiver necessidade de consultar o dicionário para descobrir o significado de um verbete sequer, isto pode comprometer a comunicação. Na redação o que interessa é o nível de interpretação do leitor e não a erudição do escritor. A língua portuguesa é rica em verbetes o que é bom para a beleza do texto, mas pode ser fonte de perigos. O importante é comunicar.
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 20/37 Estudo Constante Já ouviu falar em disciplina rígida? Aquela onde você se mantém atrelado a rígidos hábitos construtivos? Você já fez as contas de quanto tempo gasta em estudar? Vejamos:  Se usar apenas 10 minutos ao dia: são 1,17 horas por semana; 5 horas por mês e 60,8 horas ao ano;  Se estudar 30 minutos por dia: são 3,5 horas por semana; 15 horas por mês; 182,5 horas ao ano  Se estudar 1 hora por dia: são 7 horas por semana; 30 horas por mês e 365 horas por ano; ou 0,29 dia por semana, 1,25 dia por mês e 15,21 dias por ano. O que você está esperando?
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 21/37 Oratória, Rainha das Artes Não raro encontram-se pessoas que não gostam de apresentar o resultado de seus trabalhos em função de receio de sua capacidade de oratória não ser suficiente. Casos extremos existem onde a pessoa prefere perder grandes oportunidades de negócios e de promoção pessoal só para não enfrentar plateia. Existem também aqueles que se deixaram influir por comentários onde "ouviram dizer" que a oratória é um dom natural de alguns poucos privilegiados, e só a estes o Grande Arquiteto do Universo propiciou o poder da comunicação. Falso conceito! Somente a aspiração de falar melhor já cristaliza como crédito para quebrar os grilhões e soltar-se na busca do sucesso pela palavra. Essa afirmativa é feita com a mais forte convicção, pois se acumulam os exemplos daqueles que vi iniciarem-se destituídos de predicado para falar bem e, desmistificando as opiniões infundadas de que a natureza elege seus escolhidos, independentemente da vontade do homem. Assim como ninguém deve deixar de aprender a nadar porque bebe alguns goles de água nas primeiras tentativas, também o aprendiz de oratória não deve desanimar porque encontra dificuldades ou comete alguns deslizes nas apresentações iniciais. Basta ter a capacidade de falar bem. O resto é questão de treinamento, dedicação e zelo. Em loja temos a maravilhosa oportunidade de desenvolver este dom que cada um tem. Esta capacidade está latente, mas precisa de treinamento. Não deve ser deixada solta. Enganam-se aqueles que imaginam a extinção do estudo da oratória nos dias atuais. O que houve, na verdade, foi uma grande transformação nas exigências dos ouvintes e consequentemente na orientação do ensino da arte de falar. O ouvinte de hoje solicita uma fala mais natural e objetiva, sem os adornos de linguagem e a rigidez da técnica empregada até o princípio do século passado. O uso da palavra falada deixou de ser privilégio dos religiosos, políticos e advogados, e alastrou-se para todos os setores de atividades.
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 22/37 Os empresários, executivos, técnicos, profissionais liberais necessitam cada vez mais da boa comunicação. Todos precisam falar bem para enfrentar as mais diferentes situações: comandar subordinados, dirigir ou participar de reuniões, representar a ritualística em loja, apresentar relatórios, vender ou apresentar produtos e serviços, dar entrevistas para emissoras de rádio e televisão, fazer palestras, ministrar cursos, fazer e agradecer homenagens, desenvolver contatos sociais, representar a empresa, representar a Loja quando em visita à outras oficinas. A oratória é a mais típica e a mais gráfica manifestação da arte, porque é a arte da palavra: da palavra que é vestidura do pensamento, da palavra que é a forma da ideia, da palavra que é nítida voz da natureza e do espírito, da palavra que é tão leve como o ar e tão irisada como a mariposa, da palavra que é transparente como a gaze e tão sonora como o bronze, da palavra que murmura como o arroio e ruge como a tormenta, que prende como imã e fulmina como o raio, que corta como a espada e contunde como a clava; da palavra que ostenta a majestade da arquitetura, o relevo da escultura, o matiz da pintura, a melodia da música, o ritmo da poesia, e que por seus rendilhados e riquezas, por suas graças e opulências, aclama a oratória, rainha das artes! Bibliografia 1. BACHL, Hans, Nos Bastidores da Maçonaria, Memórias de um Ex-secretário, Coletânea de Artigos e Traduções, segunda edição, Editora Aurora limitada., 136 páginas, Rio de Janeiro; 2. CONTE, Carlos Brasílio, O Livro do Orador, Oratória Maçônica, ISBN 85-7374-571-1, primeira edição, Madras Editora limitada., 166 páginas, São Paulo, 2003; 1. MARTINS, Álvaro; SOUZA, Janderson de, Escrever Melhor e Falar Melhor: um Guia Completo, Seleções do Reader's Digest, título original: Reader's Digest How to Write and Speak Beter, tradução: Agatha Pitombo Bacelar, Lígia Capdeville da Paixão, ISBN 85-86-11677-7, primeira edição, Reader's Digest Brasil limitada., 608 páginas, Rio de Janeiro, 2003.
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 23/37 Este Bloco é produzido pelo Irmão Pedro Juk, às segundas, quartas e sextas-feiras Nesta Edição seguem sete blocos das “Perguntas & Respostas” : 1 - Ocupação de Cargos: Em 09/07/2016 o Respeitável Irmão Marco Antonio Perottoni, Loja Cônego Antonio das Mercês, GORGS e Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas, GORGS, REAA, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a questão seguinte. perotoni.ez@terra.com.br Saudando o Caro Irmão encaminhamos a consulta abaixo para esclarecimentos desse reconhecido Irmão. Estamos numa discussão de procedimentos quanto à participação eventual (quando na falta de Mestres) de, em especial, Companheiros e de Aprendizes na composição de cargos em Loja. Tomamos por princípio não passarem para o Oriente, normalmente 2º Diácono, Harmonia, Tesoureiro e Chanceler, assim consultamos, ritualisticamente, é permitido eu se preencha cargos com Companheiros e Aprendizes? Ou é mais correto deixar de preencher os cargos? Que achaste de nosso Chico da Botica comemorativo da Edição 100? Pela atenção deixamos um caloroso TFA ou como diz o gaúcho TFQC. 5 – Perguntas & Respostas Pedro Juk
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 24/37 CONSIDERAÇÕES. Primeiro, quero me congratular com o Mano pelo informativo Chico da Botica, sobretudo pela sua centésima edição. Parabéns. No que diz respeito a vossa questão, lembro que cargos em Loja, sob o ponto de vista tradicional da Moderna Maçonaria em sua constelação de Ritos e Rituais, são privativos de Mestres Maçons, até porque para exercer um cargo o Obreiro deve ter atingido a plenitude maçônica (conhecimento de causa). Por outro lado, é necessária também a observação daquilo que está previsto nos Diplomas Legais das Obediências. Assim, podem existir casos, se previstos na Lei, de serem admitidos Aprendizes e Companheiros no exercício de cargos em Loja, porém isso, sob o ponto de vista da tradição, usos e costumes da Maçonaria, é um elemento contraditório – não deveria existir. Não sei o que está previsto no Grande Oriente do Rio Grande do Sul. Já no GOB, eu posso lhe afirmar que isso não é permitido e está inclusive previsto no Regulamento Geral da Federação – cargos são privativos de Mestres. Assim, Aprendizes e Companheiros, sob o ponto de vista da tradição maçônica especulativa, não ocupam cargos. Lembro que outra tradição e costume são de que uma Loja somente pode ser aberta com a presença mínima de sete Mestres, levando-se também em conta se a liturgia do Rito praticado pela Loja não necessita ainda de mais Mestres além dos sete previstos para a execução da sua ritualística. Outra questão é a dos Aprendizes e Companheiros não poderem ingressar no Oriente em Loja aberta. Essa questão é iniciática e não propriamente de ocupação de cargos. Nesse sentido não existe justificativa para que os detentores dos dois primeiros Graus só ocupem cargos que por dever de ofício não careçam ingressar no Oriente. A situação é a de não poder ocupar cargos nesse caso e não a de adentrar ao Oriente. Concluindo, na falta de número suficiente de Mestres para ocuparem todos os cargos da Loja, preenchem-se apenas os necessários para o desenvolvimento ritualístico, enquanto que os Aprendizes e Companheiros permanecem nos seus lugares de costume (topo do Norte e topo do Sul respectivamente).
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 25/37 2 - Pavilhão Nacional: Em 22/07/2016 o Respeitável Irmão Antonio Sergio Nogueira, Loja Dever e Humanidade, 860, REAA, GOB-PE, Oriente Caruaru, Estado de Pernambuco, solicita o seguinte esclarecimento: antoniosergionogueira@yahoo.com. RETIRADA DO PAVILHÃO NACIONAL. Em uma reunião magna publica em comemoração ao aniversário da Loja, a entrada do Pavilhão pode ser na presença do publico e a saída? Já que no ritual a saída do Pavilhão é depois do Tronco de Beneficência, neste caso, a saída pode ser, ainda, na presença do publico ou só depois do Tronco e neste caso de portas fechadas? CONSIDERAÇÕES: O Tronco de Beneficência somente faz o seu giro em Loja aberta e apenas na presença de maçons. No caso de uma Sessão Magna Pública, o Pavilhão Nacional em retirada, se faz imediatamente antes da saída dos não maçons. Assim sai por primeiro o Pavilhão Nacional conforme o Decreto 1476 do GOB; em seguida os convidados não iniciados; posteriormente circula o Tronco de Beneficência para, logo depois, saírem às autoridades com direito ao protocolo. Existem alguns critérios que devem ser observados em nome do bom-senso e da liturgia. Assim, lembro que a Bandeira Nacional é a maior autoridade presente na sessão. Ela é sempre a última a entrar e a primeira a sair. Todos os Irmãos presentes na sessão obrigatoriamente participam do Tronco de Beneficência (todos são obrigados a introduzir a mão direita fechada na bolsa, retirando-a em seguida aberta). Não iniciados (profanos) não participam e nem assistem a circulação da Bolsa de Beneficência. Dado a esses pormenores ritualísticos, justificam-se os procedimentos acima mencionados.
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 26/37 3 - Compasso em 45 Graus: Em 23/07/2016 o Respeitável Irmão Sidney Jean Correia Teixeira, Loja Liberdade e Glória, 4.033, REAA, GOB, Oriente de Glória, Estado da Bahia, formula a seguinte questão: sidneymacom@hotmail.com Gostaria de esclarecimentos sobre o Compasso aberto em 45 Graus nos Graus Simbólicos, inclusive as fontes. CONSIDERAÇÕES: A questão não é da abertura do Compasso, porém da forma da exposição do mesmo em relação Esquadro conforme o Grau simbólico – sob o Esquadro no Primeiro Grau, entrelaçado com o mesmo no Segundo e sobre o Esquadro no Terceiro Grau. Destarte, é sabido que o que se altera não é a abertura do Compasso, porém a posição entre um e outro instrumento sobre o Livro da Lei conforme o Grau que a Loja esteja trabalhando (Três Grandes Luzes Emblemáticas). Geralmente a abertura do Compasso como uma das Grandes Luzes Emblemáticas (Livro da Lei, Esquadro e Compasso), sob o ponto de vista autêntico e sem qualquer conotação oculta ou mística, é de 45º (graus) de tal modo que se adapte sobre tamanho do Esquadro usado. De modo autêntico e sem invenções esse é o uso correto. Quanto às fontes, você pode pesquisar em rituais franceses autênticos do REAA no Grande Oriente da França e a evolução desses rituais desde o século XIX, veja também autores como Jules Boucher, Colin Dyer, Theobaldo Varolli Filho, José Castellani e suas bibliografias pertinentes; veja os fragmentos e documentos espúrios das revelações dos catecismos maçônicos no século XVIII a exemplo da exposure de Samuel Prichard e The Masonry Dissected (1730) na Inglaterra e a Ordem dos Francomaçons Traída do abade Luis Perau na França; fora as revelações eu sugiro também o autêntico Bernard Jones e o seu irrepreensível Freemasonry - Guide and Compendium, bem como Harry Carr e o seu Mason’s at Work. Por fim, Francisco de Assis Carvalho e a sua obra intitulada Símbolos Maçônicos e suas Origens. Saliento que as exposures embora tratadas como revelações espúrias, elas serviram para a história autêntica demonstrar as primeiras práticas especulativas da Maçonaria. Por fim, devo alertá-lo que não existe nada pronto em Maçonaria, para conclusões laudatórias há que se observar antes o método criterioso da verdade. Devo alertar que muitos autores fantasistas e inventivos já escreveram muitas bobagens a respeito, todavia desses, eu prefiro distância.
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 27/37 4 – Delta: Em 25/07/2016 o Respeitável Irmão Antonio Sergio Nogueira, Loja Dever e Humanidade, 860, REAA, GOB, Oriente de Caruaru, Estado de Pernambuco, formula a dúvida seguinte: antoniosergionogueira@yahoo.com.br . No passado, já consegui esclarecer várias outras dúvidas com o irmão e antecipadamente agradeço. São assuntos que vira e mexe trás dúvidas. Em nossa Loja, estamos usando dentro do Delta, por trás do Venerável o olho. Em algumas Lojas observamos a letra em hebraico IOD, neste caso, podemos usar tanto o olho como a letra em hebraico? Ou estamos errados? CONSIDERAÇÕES. No que diz respeito ao Ritual de Aprendiz em vigência (Edição 2009), página 14, ele apenas identifica como um Delta luminoso de fundo dourado. Todavia em se observando o Delta como parte integrante dos símbolos que compõem o Painel do Grau, página 84, ele se apresenta com a letra hebraica “YÔD”. Nesse sentido, em se tratando do REAA, tanto faz, poderia ser o tetragrama completo (Iôd, Hé, Vav, Hé), ou mesmo apenas a letra “Iôd”. O Olho Onividente, ou o que Tudo Vê seria mais apropriado para ritos de tendência racionalista, o que não é o caso do Rito Escocês. Como símbolo da divindade o Delta, comum em todos os Ritos, é representado pelo triângulo equilátero, cujo formato é composto por três lados iguais concomitantes aos ângulos internos de sessenta graus. Enfoca, segundo Plutarco, que Xenócrates comparava o triângulo de lados iguais à divindade, diferenciando-o de outros formatos triangulares que representavam à manifestação da materialidade humana. Assim é interessante observar o método comparativo usado por Xenócrates que confrontava o perfeito equilíbrio do triângulo equilátero aos atributos divinos, enquanto que os gênios eram associados ao triângulo isósceles que possui apenas dois dos seus lados iguais e por fim os homens de uma forma geral eram simbolizados pelo triângulo escaleno que possui todos os lados desiguais, buscando assim uma ideia mais exata e possível de todas as desigualdades propostas pela Natureza. O termo Delta – substantivo masculino (do grego: delta) se constitui na quarta letra do alfabeto grego, correspondendo à letra “D” do nosso alfabeto. Assim o Delta é representado por um triângulo equilátero que significa em geometria o que tem os lados iguais entre si, simbolizando em primeira instância os ternários ou tríades divinas aplicadas geralmente às antigas civilizações e à maioria das religiões. Sob o aspecto do misticismo o Delta assume a conciliação dos antagônicos pelo ternário o que traduz o formato da unidade ternária e também o primeiro plano do elemento geométrico que se individualiza como elemento de unidade constituída pelo equilíbrio do
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 28/37 número três. Por outro feitio o Delta exprime a natureza neutra e por assim ser representa o perfeito equilíbrio entre os três aspectos da divindade, cujo ápice voltado para cima simboliza as qualidades espirituais, enquanto que o ápice voltado para baixo sugere as manifestações de materialidade. Ainda de forma ilustrativa, porém sugestiva para o estudo maçônico, o Delta é também a foz caracterizada pela presença de ilhas de formação aluvionar que geralmente possui uma silhueta triangular assentada à embocadura de um rio e que forma canais até o mar. Foi, por exemplo, pelo formato do Delta do Rio Nilo que os egípcios criaram a geometria no intuito de medir as terras férteis deixadas pelas enchentes desse Rio em sua foz. Os gregos, perscrutando a geometria, conduziram-na à Grécia e deram-lhe uma concepção filosófica de Ordem, Harmonia e Equilíbrio do Universo manifestado pelo Grande Geômetra, principio este que viria assumir mais tarde o nome Daquele que arquitetou o Universo. Em Maçonaria o Delta é indubitavelmente um dos seus principais símbolos, sendo assim chamado de “Delta Radiante”, ou “Luminoso” localizado geralmente e de acordo com os Ritos que o adotam ao centro do Retábulo do Oriente, sob o dossel, porém na parte mais alta de tal maneira que nada possa ocultá-lo, ficando assim visível à compreensão de todos os componentes da Oficina reunida. A sua presença na Loja reproduz a compleição da divindade, ou o “Grande Arquiteto do Universo”, tomada a consideração de que o “canteiro” (Loja) de forma mística, também representa um segmento do Universo (Cosmos) – a Maçonaria é universal e o Universo é uma oficina. Filosoficamente um triângulo isolado pode ter outras interpretações, porém no Oriente da Loja ele representa a Suprema Perfeição, o Uno, o Ser dos Seres, a Suprema Sabedoria, enfim, a todos os infinitos atributos quanto se possa referir ao “Grande Arquiteto do Universo”. No que diz respeito ao Olho Onividente dentro do Delta e a sua concepção simbólica, para alguns autores o olho é tomado como representação do “Arquiteto Criador”, porém essa parece ser uma tese limitada de interpretação. Baseando-se nos antigos mistérios o olho, de forma simbólica, está mais de acordo com o conceito de clarividência mais elevada, o que denota a onisciência da divindade. Em Maçonaria, o “Olho Onividente”, em linhas gerais, objetiva representar a mente onisciente do Criador que tudo vê, portanto tudo conhece e observa, vislumbrando-se num símbolo de Consciência Divina, ou mesmo Consciência Cósmica e ainda, segundo alguns místicos, de Consciência Universal. Esse formato não implica em nenhuma conotação religiosa, porém o de um governo da Natureza e do coração do próprio Homem. Assim, de acordo com a tese, o Olho vigilante, regendo a Natureza e o Homem como parte dela integrante, dirige o funcionamento de todas as Leis Cósmicas. Sob o aspecto dos mitos solares da Antiguidade – base da grande maioria das religiões – o Olho, entre os Persas, era a representação de Ormuz, o Sol, a Luz. Sem dúvida essa aparência é considerada como ponto de partida para tantas outras civilizações que adotaram o Olho como símbolo da sabedoria, do discernimento e do equilíbrio. Assim, na Maçonaria, o Olho associado ao Delta, ou inscrito no mesmo, é também o símbolo da Sabedoria, sobretudo apropriado para os ritos racionalistas, enquanto que aos ditos espiritualistas seria mais apropriada a presença do nome inefável de Deus que, segundo a doutrina hebraica, é constituído pelo Tetragrama inefável “Iôd, Hé, Vav, Hé”, podendo, entretanto ser representado apenas pela primeira letra “Iôd”, lembrando que na língua hebraica lê-se da direita para a esquerda. Entenda-se então que na cultura maçônica e os seus Ritos e Rituais, uns deles seguem diretrizes de cunho racionalista e outros de cunho espiritualista (deísta e teísta). Nesse sentido seguem alguns apontamentos sobre o fato: a formatação de trabalho de uma Loja Maçônica é regida na Moderna Maçonaria pelos conhecidos “Ritos”, assim a Sublime Instituição objetiva a reconstrução e o aperfeiçoamento do Homem, porém sua doutrina, mesmo que de modo sutil, pode se diferenciar conforme a liturgia e ritualística de um
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 29/37 Rito específico - ou pelo apelo “espiritualista” (deísmo-teísmo), ou pelos ritos que possuem apelos do “racionalismo” – isso deve ser criteriosamente observado. Nesse sentido segue uma breve, mas oportuna explanação sobre os fatos que abordam a vertente dos ritos espiritualistas, isto é, os teístas ou deístas. Embora ambos preconizem a crença na existência de “Deus”, em linhas gerais, os ritos teístas promulgam a interferência do Criador diretamente nas coisas existentes, inclusive, no próprio Homem. Em filosofia, teísmo é a doutrina que admite a existência de um Deus pessoal, causa do mundo. Já os ritos deístas preconizam também a existência de Deus, porém sem uma Sua interferência direta. Em filosofia é o sistema ou atitude dos que, rejeitando toda a espécie de revelação divina e, portanto toda a autoridade de qualquer Igreja aceitam a existência de um Deus destituído de atributos morais e intelectuais, e que poderá ou não haver influído na criação do Universo. Esses são os Ritos e Rituais deístas e teístas classificados como “ritos espiritualistas”. Já para os ritos ditos “racionalistas”, que não devem ser rotulados como ritos ateus ou mesmo agnósticos, na sua exegese deixam aos Homens a consciência de liberdade de escolha sem que haja interferência eclesiástica e mesmo de opiniões particulares. Em filosofia o “racionalismo” tem sido a doutrina que considera ser o real plenamente cognoscível pela razão ou pela inteligência, em detrimento da intuição, da vontade e da sensibilidade. Observação - quando aqui se apresenta o termo “religião” não há como confundi-lo com diversos segmentos de Igrejas e outros formatos religiosos, a exemplo do Cristianismo como doutrina dos que professam a crença e fé em “Jesus Cristo”, englobando o Catolicismo, os Evangélicos, os Protestantes, etc., portanto a religião Cristã implica na crença e nunca no formato doutrinário construído pelos Homens. A crença na existência de “Deus” envolve então na hodierna Maçonaria, de forma simplificada o que se poderia chamar de “ritos espiritualistas”, já que estes propõem o aperfeiçoamento do espírito e sua prevalência sobre a matéria como uma das divisas do aprimoramento humano na construção de um templo à virtude universal. Assim, pelas tendências dos ritos e rituais maçônicos, conforme as suas características eles se dividem em espiritualistas (deístas e teístas) e os racionalistas, que deixam aos maçons a liberdade na escolha da sua consciência religiosa. Sob essa óptica é que no Retábulo do Oriente da Loja se faz presente o Delta Luminoso, ou Radiante. O que dentro dele vai exposto depende da tendência do Rito ou Ritual. Em sendo o Olho que Tudo Vê, ele fica mais apropriado, mas não como regra imutável, para as tendências racionalistas, já o Tetragrama, ou a sua inicial (Iôd) é mais apropriado aos de tendência espiritualista (deísta ou teísta). Assim o que é devido e correto vai da compreensão do arcabouço doutrinário proposto pelo Rito. Dos mais conhecidos na vertente francesa da Maçonaria está o Rito Escocês Antigo e Aceito (espiritualista), o Adonhiramita (espiritualista), o Moderno ou Francês (racionalista), dentre outros. A questão tem sido o uso correto da alegoria, pois muitos rituais tendenciosos, equivocados e enxertados têm adotado símbolos contraditórios infelizmente, já que, certos ou errados, rituais legalmente aprovados e em vigência, por força de lei devem ser criteriosamente observados. Assim, provavelmente muitos maçons ficam confusos com os significados e com a mensagem do símbolo ao se depararem com aspectos distintos e contraditórios em um mesmo Rito, o que é lamentável. Concluindo, devo justificar a prolixidade dessas considerações. Lamento se me estendi além do necessário, mas essa foi à forma que encontrei de pelo menos não o deixar mais confuso ainda. Assim espero.
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 30/37 5 – Ad-HOC ou Eventual: Em 26/07/2016 o Respeitável Irmão Antonio Raia, Loja Jesus de Nazaré, 33, REAA, GOB-PE, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco, solicita esclarecimento para a seguinte dúvida: antonio_raia@hotmail.com Visitando Lojas do GOB/PE, onde existem Irmãos Secretários de várias profissões, me deparei com algo para mim estranho; O irmão em sua narrativa na leitura da Ata, quando um Irmão titular de qualquer cargo se encontra ausente e outro assume o cargo, na leitura ele escreve: Secretário EVENTUAL, qualquer cargo sempre acrescido de eventual e não AD-HOC! Estará o Irmão correto? Qual a diferença de Eventual para Ad-hoc? Indaguei porque ele não usava Ad- hoc e ele disse que o relato é Maçônico e não jurídico. Que sabia o que estava fazendo, o que para mim ficou dúvida. CONSIDERAÇÕES. Parece-me que esse nosso Irmão pensa que sabe o que está fazendo, mas só pensa, porque o que ele esta propondo não tem nenhum sentido e vai, inclusive, em oposição aos nossos costumes. Ad-hoc é uma das tantas expressões em Latim usadas pela Maçonaria, cuja etimologia menciona “para isso”, “para esse caso”. Assim a expressão designa o que é de propósito; de caso pensado; intencionalmente. Alude também ao que é designado, por se tratar de perito, para executar determinada tarefa. Quanto ao adjetivo eventual, esse designa o que depende de acontecimento incerto; casual, fortuito, acidental. Na comparação entre a expressão latina e o adjetivo, fica obvia a aplicação correta da expressão ad-hoc na Maçonaria, sobretudo quando indica aquele que é designado ou arranjado especialmente para executar determinada tarefa. Exemplos: Orador ad-hoc, Secretário ad-hoc. Na prática maçônica ela designa o Obreiro que é especialmente indicado para exercer a tarefa de um Oficial, na ausência deste, ou por exigência de momento. Ora, isso não é uma questão de eventualidade, porém de necessidade do ofício, pressupondo-se que o que irá ocupar o cargo “ad-hoc” possui competência para designar a função – não é só ocupar um lugar eventualmente, porém, cumprir as funções do ausente. Esse costume é imemorial na Ordem e nada tem a ver com “eventualidade” - que me perdoe esse Irmão que diz que sabe o que está fazendo. Ademais, a expressão “ad-hoc” não é patrimônio exclusivo dos meios jurídicos.
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 31/37 6 – Ingresso de Retardatário: Em 28/07/2016 o Respeitável Irmão Valmir José de Oliveira, Loja José Rodrigues Gomes da Silva, 2.252, REAA, GOB, Oriente de Pinheiral, Estado do Rio de Janeiro, apresenta a questão seguinte: valmir_mika@yahoo.com.br Lendo a publicação com data de 31 de agosto de 2014, solicito ao prezado Irmão esclarecimentos quanto às duvidas levantadas na Sessão Maçônica do dia 26/07/2016 se possível. a) Qual a maneira atualizada para o ingresso do retardatário na Sessão. - Através de uma batida na porta do Templo; - Pela bateria universal maçônica (Aprendiz); b) Com relação ao uso do Capuz nas Sessões de Iniciações. - Os irmãos deverão estar encapuzados e com as espadas ao dar-se a luz ao neófito ou não! CONSIDERAÇÕES. a) Como não se pode institucionalizar o atraso, eventualmente, o retardatário, não havendo Cobridor Externo dá na porta do Templo a bateria universal (de Aprendiz). Em havendo possibilidade de ingresso, o Cobridor Interno faz a comunicação de costume e os demais procedimentos são cumpridos dando a seguir ingresso com formalidade ao retardatário conforme o Grau de trabalho em que a Loja estiver aberta. Obviamente que, dependendo do Grau, o retardatário só é autorizado a ingressar se possuir Grau suficiente para participar da Loja. Se por ventura o momento não for propício para o ingresso, o Cobridor Interno responde com a mesma bateria (universal) e o retardatário aguarda o momento de ser convidado a ingressar sem bater de volta. Não existe nenhuma bateria profana e nem aumento de bateria por Grau. Nesse caso a bateria é sempre a de Aprendiz e o retardatário deve ser membro do Quadro, ou pelo menos conhecido da Loja. Outras situações demandam de outras providências e serão passíveis de exame (telhamento) e verificação de documentação. Ratificando, nessas situações só se bate como Aprendiz. Cabe ao Cobridor Interno verificar quem bate e informar se ele pode ou não ingressar. b) O capuz só é usado pelo Experto durante os procedimentos na Câmara de Reflexão, cuja finalidade é a de que ele não seja reconhecido pelo Candidato que ainda não está vendado. No mais, não se usa o capuz durante a cerimônia de Iniciação, muito menos por aqueles que, dos seus lugares (nas Colunas), apontam as espadas para o Neófito no momento do “Fiat Lux”. Sugiro que seja consultado o Ritual em vigência. Há que se notar que não existe nenhuma previsão para Mestres que empunham espadas usarem capuz na oportunidade. A propósito, só empunham espadas apontando para o Neófito os Mestres Maçons que ocupam as duas primeiras fileiras do Norte e do Sul. Também, Aprendizes e Companheiros não ocupam cargos e nem empunham espadas.
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 32/37 7 – Letras no Painel: Em 27/07/2016 o Irmão Durval Tavares Júnior, sem mencionar o nome da Loja, REAA, GOB-PR, Oriente de Matinhos, Estado do Paraná, formula a seguinte questão: Recebi uma gravura de um Painel. Gostaria que o Irmão me esclarecesse nele o que significa a letra S e a letra W junto as Colunas. CONSIDERAÇÕES. Provavelmente essa gravura deve ser à Tábua de Delinear (Tracing Board) inglesa dos Trabalhos de Emulação (Emulation Ritual) aqui equivocadamente conhecida como Rito de York. Na verdade esse Painel acabou sendo enxertado no REAA praticado em algumas Obediências brasileiras e recebeu a denominação de Painel Alegórico – pura invenção para justificar o enxerto. Como Painel da Loja, essa gravura também pode se referir ao Rito Moderno, ou Francês que, por razões históricas, adotou muitos procedimentos dos Modernos ingleses de 1.717, dentre eles a Tábua de Delinear que na França tem o nome de Painel da Loja. Uma das particularidades dessa Tábua de Delinear no Primeiro Grau é que nela aparecem em destaque três colunas correspondentes às três Ordens de Arquitetura Grega, Jônica, Dórica e Coríntia correspondentes à Sabedoria, Força e Beleza respectivamente. Na base dessas Colunas estão gravadas as letras W, S e B, cujos significados correspondem às iniciais inglesas de “Wisdon” (Sabedoria), “Strong” (Força) e “Beauty” (Beleza). Finalizando, lembro que tradicionalmente o REAA não possui essa alegoria no seu Painel da Loja. T.F.A. PEDRO JUK jukirm@hotmail.com SET/2016.
  • 33. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 33/37 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 01/01/2003 Fraternidade Joinvillense Joinville 26/01/1983 Humânitas Joinville 31/01/1998 Loja Maçônica Especial União e Fraternidade do Mercosul Ir Hamilton Savi nr. 70 Florianópolis (trabalha no recesso maçônico) 11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans 13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba 17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis 21/02/1983 Lédio Martins São José 21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió 22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau Data Nome da Loja Oriente 11.01.1957 Pedro Cunha nr. 11 Araranguá 18.01.2006 Obreiros de Salomão nr. 39 Blumenau 15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis 21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna 25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau 25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque 6 – Destaques (Resenha Final) Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mêses de janeiro e fevereiro
  • 34. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 34/37 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 07.01.77 Prof. Mâncio da Costa - 1977 Florianópolis 14.01.06 Osmar Romão da Silva - 3765 Florianópolis 25.01.95 Gideões da Paz - 2831 Itapema 06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes 11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão 29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá Vem aí o IX Chuletão Templário. O evento filantrópico Maçônico Loja “Templários da Nova Era”
  • 35. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 35/37 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) 27 de fevereiro O Buril Para desbastar a pedra bruta usamos o escopro; para burila-la usamos o buril que é um instrumento mais delicado, e mais preciso. O maçom nada pode fazer sem o auxílio do escopro; o buril, contudo, é usado ou pelo Venerável Mestre ou pelos Vigilantes ou por nós mesmos. O Venerável Mestre e os Vigilantes usarão o malhete para bater no buril; pelo formato, o malhete não passa de uma miniatura de um maço; é um instrumento contundente, porém mais suave. O Venerável da Loja não é o único "supervisor" de nosso comportamento, nem os Vigilantes. A nossa humildade deve aceitar os "mais autorizados" como conselheiros; jamais refutar conselhos e orientações, uma vez que são expressões dirigidas para o nosso bem. Não são os defeitos e as grandes ações inconvenientes que mais nos prejudicam, mas aquelas atitudes mínimas que costumeiramente demonstramos, parecendo inocentes, mas que contêm veneno, que nos transformam de pedra polida em pedra bruta. Usemos o buril para a retirada das pequenas arestas quase imperceptíveis e o malhetem para a pressão, e então estaremos na direção certa do aperfeiçoamento maçônico. Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 77.
  • 36. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 36/37 O Irmão Adilson Zotovici, Loja Chequer Nassif-169 de São Bernardo do Campo – GLESP escreve aos sábados e em dias alternados da semana adilsonzotovici@gmail.com TRÊS ESTAÇÕES Vai neófito e germina Tua divina semente Faz do bem tua rotina Que do teu ser inerente A estudares te inclina Livre pedreiro fluente Que a Arte Real ensina Para obra refulgente Três estações tua sina, Decora e talha silente Pule, abrilhanta e domina Ora Mestre, dissemina Teu saber à tanta gente Que o Grande Arquiteto destina ! Adilson Zotovici ARLS Chequer Nassif-169
  • 37. JB News – Informativo nr. 2.342– Florianópolis (SC), segunda-feira de carnaval, 27 de fevereiro de 2017 - Pág. 37/37