1. SILVERMAN, D. Relevance and Ethics.
In: Interpreting Qualitative Data. London:
Sage, 2001.
Slides by Raquel Salcedo Gomes
2. 9 Relevância e ética
é relativamente flexível
estuda o que as pessoas
fazem em seu contexto
natural
funciona tanto para o
estudo de processos
quanto de resultados
estuda significados e
causas
O valor da pesquisa qualitativa para a comunidade em geral
seu status como
empreendimento
naturalístico é discutível
estudos quantitativos
também podem abordar
estas características
problemas de validade,
generalização e
anedotalismo
mas...
3. exemplo: sistema educacional britânico - distribuição e
seleção em escolas inclusivas - uma nova variável a
pesquisas quantitativas
habilidade de analisar o que realmente acontece em
configurações naturalísticas
recusa a definir temas de pesquisa a partir de “problemas
sociais” dados
divisão do trabalho: pesquisa qualitativa - “como” e “o
quê” / pesquisa quantitativa - “por quê”
O que os pesquisadores qualitativos oferecem de
relevante à comunidade em geral?
4. 9.1 Três papeis para o
cientista social
A questão não é se devemos tomar partido, já que
inevitavelmente acontecerá, mas sim de que lado estamos?
(BECKER, 1967, p. 239)
Papel Política Compromisso Exemplos
Intelectual Liberal
O conhecimento pelo
conhecimento,
protegido pela
consciência
Weber, Denzin
Conselheiro do
Estado
Burocrática
Engenharia social ou
esclarecimento para
legisladores e poder
executivo
Popper, Bulmer
Militante
Esquerda
Direita
Conhecimento para
apoiar tanto a teoria
como a prática política
Marx, Habermas,
centros de
pesquisa política
5. Max Weber Norman Denzin Karl Popper
Martin Bulmer Karl Marx Jürgen Habermas
6. 9.2 O público da pesquisa
qualitativa
Público Expectativa
Colegas acadêmicos insights teóricos, factuais e metodológicos
Legisladores e poder
executivo
informações práticas relevantes a questões
políticas atuais
Praticantes
arcabouço teórico para entender melhor os clientes,
informação factual, sugestões práticas para melhoria
dos processos, reforma das práticas existentes
O público em geral
ideias para reforma de práticas ou políticas atuais, orientações
sobre como gerenciar ou obter um melhor serviço a partir de
praticantes ou instituições, garantias de que outros compartilham
de sua experiência de problemas particulares na vida
7. “...o equivalente sociológico de um homerun carregado
nas bases é levar o material preparado para uma aula,
entregá-lo em uma reunião profissional, publicá-lo em
uma revista qualificada, tê-lo reproduzido em uma
coleção editada, usá-lo em um livro que você escrever,
publicar versões estrangeiras e uma versão mais
popular e fazer o trabalho informar um
documentário.” (p. 267, apud Marx, 1977)
boa comunicação exige foco e
ainda mais foco
LEVERAGE ☞ influência, poder, potência de alavanca
8. 9.2.1 O público que faz
política(s)
A ideia de que a pesquisa social poderia influenciar políticas públicas
funciona como inspiração para muitos jovens cientistas sociais.
Não ser ouvido é uma experiência comum entre os pesquisadores
sociais de origem anglo-americana. Segundo Hadley: 1) a pesquisa é
muitas vezes encomendada para ganhar tempo em face de escândalo
público ou crítica; 2) o intervalo de tempo entre a proposta de um
estudo e a emissão de seu relatório pode significar que os interesses
do cliente mudaram; 3) pesquisadores que produzem conclusões
desagradáveis
podem ser taxados como "irrealistas".
Órgãos públicos podem estar começando a levar a pesquisa social mais
a sério (grupos focais).
A comunidade política não é o público principal da pesquisa social
(BLOOR, 1997).
9. 9.2.2 O público praticante
Praticantes, em vez de políticos, são o público que mais
confia e mais se abre à investigação social.
Influência de pesquisadores sobre praticantes: 1) eles
podem construir relações de pesquisa com os
profissionais, a fim de discutir as implicações práticas, 2) o
detalhe e a transparência de alguns dados têm um apelo
para muitos profissionais - oportunidade para fazer juízos
de valor sobre as próprias práticas e experiências com a
adoção de novas abordagens descritas nos resultados da
pesquisa.
10. 9.2.3 O público em geral
1) para responder a perguntas feitas por seus
entrevistados;
2) para "verificar" conclusões provisórias;
3) para oferecer 'feedback' a organizações e grupos
relevantes;
4) para fornecer informações à mídia.
Razões pelas quais pode ser interessante
reportar-se ao público em geral:
11. 9.3 Ética na pesquisa
qualitativa
Weber (1946) - contaminação da pesquisa com valores do
pesquisador
Dilema - informar os sujeitos sem contaminá-los com
informações que direcionem suas respostas
Mason (1996) - intimidade com as vidas públicas e
particulares de indivíduos; mudanças durante a pesquisa
implicam dilemas éticos inesperados
12. Para confrontar tais problemas, Mason sugere
esclarecer duas intenções no momento de
formulação do problema de pesquisa:
Decidir qual é o propósito de sua pesquisa, por exemplo,
desenvolvimento pessoal, defesa política.
Examinar que indivíduos ou grupos estariam interessados
ou seriam afetados por seu tópico de pesquisa.
Considerar quais são as implicações para essas partes a
respeito do enquadramento de seu tópico de pesquisa da
maneira como você o fez.
13. Consentimento Informado
Fornecer informações sobre a pesquisa que sejam relevantes à
decisão do sujeito de participar ou não.
Assegurar-se de que os sujeitos compreendem a informação.
Assegurar-se de que a participação é voluntária.
Quando não couber aos sujeitos decidir, buscar o consentimento do
responsável.
GRAUS DE CONSENTIMENTO
14. 9.4 A contribuição da ciência
social qualitativa
participação em debates públicos (exemplo dos pais
de crianças com problemas de coração);
fornecimento de novas oportunidades para as
pessoas tomarem suas próprias decisões;
oferta de uma nova perspectiva a praticantes e
clientes;
Superação do Relativismo
15. 9.5 Resumo: a contribuição
específica da pesquisa qualitativa
explicar as práticas do senso comum, a fim de revelar seus
grandes detalhes
os aspectos das coisas que são mais importantes para nós
estão escondidos por causa de sua simplicidade e
familiaridade
se a pesquisa de campo tem algo a oferecer, seus
imperativos teóricos a dirigem em uma direção que pode
oferecer aos participantes novas perspectivas sobre seus
problemas
16. 9.6 Conclusão
as práticas de pesquisa qualitativa podem ajudar a mudar o
mundo de formas positivas;
para tanto, os pesquisadores qualitativos devem resistir às
definições de administradores, jornalistas e praticantes
sobre o que se configura como ‘problema’;
é importante objetivar um diálogo entre o mundo da
academia e o mundo cotidiano;
cada um terá de ceder um pouco: políticos, pesquisadores
qualitativos e pesquisadores quantitativos.