O documento descreve algumas patologias do útero não gestante e gestante. Apresenta informações sobre alterações de posição e desenvolvimento do útero, como torção, prolapso, aplasia segmentar e hipoplasia. Também aborda alterações inflamatórias como endometrite e metrite, e alterações progressivas como hiperplasia endometrial e adenomiose.
2. Patologia do útero não - Gestante
• É um órgão do sistema genital feminino que
recebe o ovo ou zigoto,faz sua implantação e
ainda estabelece as relações vasculares do
embrião ou do feto durante todo o período de
gestação.
3. Patologia do útero não - gestante
• Endométrio:
- É o local de implantação do ovo e participa
da formação da base uterina da placenta
através do processo de transformação decidual.
4. Patologia do útero não - gestante
• Endométrio:
- Fase proliferativa;
- Fase Secretora.
5. Patologia do útero não - gestante
• Miométrio:
São fibras musculares lisas da camada
muscular apresentam – se dispostas em feixes
cilíndricos ou achatados ,separados por delgados
septos conjuntivos.
6. Patologia do útero não - gestante
Hormônios
Estrógeno Relaxina Ocitocina
Prostaglandina Progesterona
7. Alterações de Posição ou
Distopias Adquiridas
• Torção:
- Ocorre com mais
freqüência em vacas
leiteiras.
- È uma afecção mais
comum em animais
gestantes.
- Em cadelas e gatas
um ou parte de um dos
cornos.
- Na vaca geralmente
afeta ambos os cornos.
Torção do cordão umbilical
8. Alterações de Posição ou
Distopias Adquiridas
• Torção:
- È mais comumente observada no
terço médio da gestação.Ocorre
exatamente na fase em que há projeção
do corno uterino gestante, no sentido
crânio – ventral;
- Mecanismo que provoca a torção.
9. Alterações de Posição ou
Distopias Adquiridas
• Prolapso uterino:
- É mais comum em
ruminantes do que
nas outras espécies;
- Nas vacas,está
frequentemente
presente no período
de involução uterina.
Prolapso uterino em gata
11. Alterações de Posição ou
Distopias Adquiridas
• Prolapso uterino:
Causas
Tração forçada do feto no parto
Retenção de placenta
Hipocalcemia pós - parto
12. Alterações de Posição ou
Distopias Adquiridas
• Prolapso uterino:
Conseqüências
Edema Hemorragia Necrose
13. Alterações do Desenvolvimento
• Aplasia Segmentar:
- Resulta do desenvolvimento incompleto dos
tubos paramesonéfricos ou de Müller,por parada
do desenvolvimento ou por não fusão desses
ductos.
- É comum em porcas e vacas;
• Classificação:
- Total
- Parcial
14. Alterações do Desenvolvimento
• Hipoplasia Uterina:
- Falha no desenvolvimento dos ductos
paramesonéfricos;
- Pode ser moderada ou grave.
15. Alterações do Desenvolvimento
• Útero Duplo:
- Caracteriza – se por
um septo que se estende
desde o cérvix até o
ponto de bifurcação dos
cornos,não permitindo a
comunicação entre eles.
- É mais comum em
bovinos.
16. Alterações do Desenvolvimento
• Hipoplasia do endométrio:
- É caracterizada pela ausência de glândulas
endometriais.
- Consequências.
17. Alterações Circulatórias
• Hiperemia e Edema:
- Ocorrem normalmente no endométrio em
conseqüência do estimulo estrogênico durante
a fase do proestro e estro.
18. Alterações Circulatórias
• Hemorragia:
- A hemorragia é normal no proestro e no estro
em cadelas e no metaestro em vacas
- A hemorragia endometrial também pode
ocorrer nos casos de neoplasias uterinas e de
traumatismos.
- As áreas hemorrágicas podem torna – se
necróticas e sofrer invasão por fungos,o que
pode causar metrite grave.
19. ALTERAÇÕES REGRESSIVAS
► Hipotrofia do endométrio
→é consequente à perda de função do
ovário
→pode ser causada por: castração,
hipopituitarismo, inanição crônica.
→o endométrio mostra-se liso, delgado
e com coloração acinzentada.
21. ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS
→O útero normal é dotado de resistência às
infecções.
→O útero não tolera o crescimento nem a
persistência de bactérias por longos
períodos.
→A resistência do útero depende da
atividade dos neutrófilos, da motilidade e
do tônus do útero.
22. →O útero na fase progesterônica, a
resistência às infecções é reduzida.
→Em várias espécies,logo após o parto, é
comum ocorrer um certo grau de infecção:
• égua: Streptococcus
• vaca: Corynebacterium pyogenes
23. ■ Período de involução
→ égua: 9 dias após o parto
→ cadela: 9 a 12 semanas
→ porca: 20 dias
Os dois fatores mais importantes
relacionados com a involução são o tônus
para eliminação do lóquio e a
reconstituição epitelial.
24. → A retenção de lóquio e de placenta são
importantes fatores predisponentes para a
infecção uterina, assim como o parto
distócico, hipocalcemia e aborto.
25. ■ Classificação dos processos inflamatórios:
→quanto à localização:
endometrite, miometrite, perimetrite, cervicite
→quanto ao curso:
agudo ou crônico
→quanto ao tipo de exsudato
seroso, fibrinoso, serofibrinoso, purulento e
necrótico
26. → quanto à via de infecção:
ascendente, hematógena,extensão
direta
→quanto à etiologia
agentes físicos, químicos, traumáticos e
infecciosos.
27. ► Endometrite
→ é o processo mais freqüente no útero
de diversas fêmeas domésticas.
→ caracteriza-se pelo entumescimento
devido à hiperemia e ao edema, e pela
presença de exsudato .
28. ► Metrite puerperal, séptica ou pós parto
→A metrite puerperal crônica é o mais grave
dos processos inflamatórios.
→ A metrite séptica é devido a invasão de
bactérias via ascendente.
•macro: útero não evoluiu e toda sua parede
está afetada,há abundante exsudato de
coloração achocolatada e de odor fétido na
cavidade uterina.
29. ÚTERO ROMPIDO APÓS METRITE
PUERPERAL AGUDA EM CADELA, COM FOCOS
FIBRINOSOS EM PONTOS DE PLACENTAÇÃO.
Fonte: Arquivo pessoal, Prof. Dr. Carlos Artur Lopes Leite, DMV/UFLA
(2006).
30. ► Metrite necrobacilar
→infecção rara,porém grave e fatal
→além do envolvimento do útero,o
cérvix e a vagina estão comprometidos e
ocorre septicemia.
→o útero apresenta-se aumentado de
volume, rígido,cavidade com exsudato
purulento.
→ agente: Spherophorus sp
31. ► Physometrite
→ processo inflamatório agudo do
endométrio
→ caracterizado pela presença de gases.
→ gênero Clostridium
32. ►Síndrome mastite-metrite agalaxia (MMA)
→ Ocorre em porcas após o parto
→ causada por bactérias( Escherichia coli ou
Streptococcus sp) ou toxinas de E.coli
→ Aparece quando há:
- alterações de manejo;
- rotatividade muito grande na maternidade;
- condições insatisfatórias de higiene, etc.
33. Piometrite
• Cadelas (nulíparas) e Vacas
/ Cadela – Aguda
/ Vaca – Pós-parto
* Cisto
folicular→Ninfomania→Hidrometra→Piometrite
• Exsudato – 100ml a 3L
• Trichomonas – cornos uterinos dilatados
parede do útero espessa e
resistente
corpo lúteo persistente –
produção de prostaglandina F2α
34. • Histologicamente:
- Infiltrado inflamatório de mononucleares
e polimorfonucleares neutrófilos
- Exsudato purulento
- Fibrose Periglandular
35. • Cadela
- “Complexo hiperplasia endometrial
cístico-piométrico”
- Diestro – Progesterona (Induz o
desenvolvimento do complexo)
- Estrógeno isolado não determina o
desenvolvimento do complexo
36. • Fatores predisponentes:
• - ↑ frequência – velhos (7 a 10 anos)
- Cadelas que nunca pariram
- Tratamento anticoncepcional – progestágenos
• Lesão inicial: Hiperplasia endometrial
• Posteriomente: Invasão de bactérias
(Escherichia coli)
• Evolução: Piometrite
37. • Classificação:
- Tipo I: Hiperplasia endometrial cística
- Tipo II: Infiltração de mononucleares
- Tipo III: Exsudato purulento e infiltrado
de neutrófilos
- Tipo IV: Exsudação purulenta e
hipotrofia do endométrio
40. Metrite contagiosa equina
- Cocobacilo – Taylarella equigenitalis
- Infertilidade temporária e secreção vaginal muco-
purulenta
- Isolamento: 3 meses
- Clitóris e Fossa uretral
∟Contato genital
● Fase Aguda
- Congestão endometrial : material mucóide claro
- Piomucometra
- Descamação completa
- Edema
- Hiperemia
41. • Sequelas da Metrite e Endometrite
- Metrite aguda fatal
- Endometrite crônica,abcessos
uterinos,perimetrias,piemia,piometrite,salpingite
e ooforite
- 70% vacas: tubas uterinas e prognóstico
reprodutivo
- Abcessos do útero – Vaca
∟Parede do corpo do útero
(traumatismo por pipeta de inseminação)
42. Alterações Progressivas
• Hiperplasia endometrial (Endometrite
hiperplásica cística)
- Espessamento excessivo e irregular do
endométrio
- Resulta do estímulo estrogênico excessivo e
prolongado – Vacas (Cisto folicular com
ninfomania ou tumores das céls. Da granulosa)
e Ovelhas – Plantas fitoestrogênicas – Trevo
∟Redução da fertilidade ou
infertilidade
- Temporário – ciclo vegetativo - ↑ concentração
fitoestrogênica no inverno
43. - Vacas: Cisto folicular ou tumor das céls.
Da granulosa
∟Nulíparas
- Égua: Hiperestrogenismo
- Cadela: Complexo hiperplasia
endometrial cístico-piometrítico
44. • Macroscopicamente:
- Formação de cistos
∟Espessamento do endométrio com
coloração branca –acizentada e aspecto
brilhante
• Microscopicamente:
- Grande número de glândulas endoteliais
- Edema do estroma
- Muco no lúmen uterino (vaca)
• Sequelas: - Vaca: Hidrometra
- Cadela: Piometrite
45. • Adenomiose
- Presença de glândulas endometriais
entre os feixes musculares do miométrio
- Congênita ou Adquirida ( crescimento
hiperplásico do endométrio)
- Mais comum em cadelas
- Vacas: Aplasia segmentar parcial de
corno uterino
46. Adenomiose em útero de vaca
Glândulas endometriais imersas no miométrio superficial.
47. • Pólipo endometrial
- Rara
- Cadela
- Nódulo pedunculado no endométrio,
com presença de glândulas endometriais
e rico em estroma conjuntivo.
48. Neoplasias
- Raras
- Exceção: - Leiomioma
- Adenocarcinoma (couve-flor)
- Classificação: - Origem Epitelial
- Origem Mesenquimal
49. • Adenocarcinoma uterino
- Vacas e Ovelhas
- Vaca: - Mais frequentes
- Mais velhas
- Malignidade – metástases presentes no
linfonodo e pulmão
• Microscopicamente:- Crescimento difuso na
parede
• Histologicamente: - Camadas de parede uterina
∟estroma conjuntivo e
proliferação de glândulas endometriais
neoplásicas
54. MORTE EMBRIONÁRIA
• PORCA
Pelo (-) 4 embriões
no útero
P/ manter a gestação
NECESSITA
Até o 14º dia após a
concepção
Entre 10 e 12 dias após a
fertilização
Conceptos produzem
estradiol e outras
proteínas
Distribuição da F2&
ALTERAM
↑[] No interior do útero
55. MORTE EMBRIONÁRIA
• VACA
Reconhecimento materno
da gestação
Proteína trofoblástica
bovina tipo 1
Liberação da F2&
pelo endométrio
Corpo lúteo se mantém
DEPENDE
BLOQUEIA
CONSEQUENTEMENTE
56. MORTE EMBRIONÁRIA
Outras causas:
• Substâncias químicas
• Distúrbios hormonais
• Transtornos nutricionais
• Agentes infecciosos(Parvovirus suíno)
• Ambiente uterino desfavorável
• Obs.: característica clinica importante de morte
embrionária em bovinos repetição de
cio precoce ou tardio.
57. MORTE FETAL
• Passa a ser considerado feto quando já
apresenta características da espécie a que
pertence.
• O feto morto pode sofrer:
- Mumificação
- Maceração
- Ser expulso do útero
Fêmeas uníparas morte do feto seguido
de aborto
Fêmeas multíparas alguns morrem e outros
ficam vivos
58. MORTE FETAL
Mumificação
• + freqüente em fêmeas multíparas.
• Ausência de contaminação na cavidade uterina.
• Líquidos placentários são reabsorvidos e as
membranas fetais aderem ao feto morto
desidratado.
• Sem odor
• Sem exsudato
• Os animais que se recuperam do processo
conservam sua capacidade reprodutiva.
66. Neospora caninum
→causa de aborto em bovinos
→ os fetos abortados normalmente
encontram-se autolisados e
ocasionalmente mumificados
→o diagnóstico do aborto se baseia na
identificação do parasita.
67.
68. FUNGOS
→abortos micóticos acontecem
esporadicamente em bovinos.
→ agentes mais comum: Aspergillus.
→ causam placentite necrótica
→ cortes histológicos da placenta são de
grande importância para o diagnóstico.
69. →além de fatores infecciosos,fatores
tóxicos como os nitratos, fosforados e
plantas tóxicas
→ alterações endocrinológicas durante a
gestação podem desencadear aborto
→ dentre os fatores físicos responsáveis
pelo aborto: remoção do corpo lúteo da
gestação,a ruptura de âmnio, diagnóstico
precoce de gestação por palpação retal.
70. RETENÇÃO DE PLACENTA
→ em condições normais a porção fetal
da placenta na vaca é liberada em 3 a 8
horas após a expulsão do feto.
→ incidência dessa patologia: 7 a 55%
das parições.
71. ■Fatores de retenção nos bovinos:
- parto distócico
- gestações gemelares
- período de gestação curto ou prolongado.
→ a etiologia da retenção de placenta é
complexa
72. →Na espécie equina,a liberação de
placenta ocorre normalmente entre 30
minutos e 3 horas após a expulsão do
feto.
→após 3 horas é considerada retenção de
placenta
→ocorrência de retenção: 2 a 10%
→causas: distocia, placentite e falha no
processo de liberação de ocitocina.