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2 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO


DIÁRIO DA REGIÃO                                     Poesia                                                               Josinel Carmona
                                                Viagem
                                                Lembro-me de ti sempre
                                                                                                                                                          13   Rubens Cardia

                                                que me deparo com algo interessante ou saboroso.
                                                De perfume especial.
                                                No almoço ou no jantar.
                                                Da entrada à sobremesa
 Editor-chefe                                   Ao vinho que a tudo acompanha...
 Fabrício Carareto
 fabricio.carareto@diarioweb.com.br             E que tão bem sabes apreciar.
 Editora-executiva
                                                Viajas em mim.
 Rita Magalhães                                 Na emoção que te faz presente
 rita.magalhaes@diarioweb.com.br
                                                em meu coração, em minha mente;
 Coordenação
 Ligia Ottoboni
                                                ainda que o Atlântico entre nós se interponha.
 ligia.ottoboni@diarioweb.com.br                Perfumes e sabores que a mim são brindados
 Editor de Bem-Estar e TV                       foram feitos para ti
 Igor Galante
 igor.galante@diarioweb.com.br                                                                 Valdíria Carvalho Corrêa
                                                                                                                          Psicólogo sugere a reflexão: “enquanto
 Editora de Turismo                                                                                                       tenho força e capacidade, tenho me
 Cecília Demian
 cecilia.demian@diarioweb.com.br                                                                                          dedicado a oferecer aos que precisam
 Editor de Arte
                                                     Editorial                                                            de cuidados todo o amor que posso?”
 César A. Belisário
 cesar.belisario@diarioweb.com.br

                                                                                                                          Televisão
                                                                                                                                                          16
 Pesquisa de fotos
 Mara Lúcia de Sousa

 Diagramação
 Cristiane Magalhães

 Tratamento de Imagens
 Arthur Miglionni, Humberto
                                                Sobre ilusões e                                                                              Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação


 Pereira e Luciana Nardelli

 Matérias
 Agência Estado
 Agência O Globo
 TV Press
                                                peças do destino
                                                   A edição deste domingo da revista Bem-Estar começa com
                                                um texto curto, mas de conteúdo profundo, do escritor Yehuda
                                                Berg, mostrando, segundo suas palavras, que a Luz do Criador
                                                sempre nos acompanha, mesmo nos momentos em que tudo
                                                parece estar escuro. Na reportagem de capa, “Ilusão virtual”,
                                                psicólogos discutem o uso das redes sociais como uma espécie
                                                de “ilha da fantasia”, onde tudo parece perfeito na vida das
                                                pessoas, o que pode denunciar problemas de comportamento
                                                                                                                          Acostumado a papéis românticos na
                                                como baixa autoestima e desvalorização de si próprio. Logo                tevê, Murilo Rosa experimenta a pele
                                                adiante, uma reportagem sobre reencontros, e as lições que se             de um vilão no folhetim “Salve Jorge”
                                                pode tirar desta “peça” pregada pelo destino. Na área da
                                                educação, os sites com aulas das melhores universidades do
                                                                                                                          Turismo
                                                mundo à distância de um clique. O bullying, um dos problemas
                                                mais sérios enfrentados pela juventude e a sociedade atual, é
                                                outro tema de reportagem desta edição, assim como o valor de
                                                retribuir o carinho e atenção de quem um dia nos cuidou, mote
                                                                                                                                                          24
                                                                                                                                                  Agência O Globo/Divulgação


                                                do artigo do psicólogo Josinel Carmona. Um ótimo domingo.

                                                                                    Páginas 8 e 9
                                                RELACIONAMENTO
                                                Reencontros, em qualquer nível      COMPORTAMENTO
                                                de relação, podem nos dar           Ridicularização, insultos e
                                                pistas de que questões do           outros tipos de violência pedem
                                                passado não estão resolvidas        atenção mais rígida de pais,
                                                Páginas 6 e 7                       escola e toda a sociedade
                                                                                    Páginas 10, 11 e 12
                                                EDUCAÇÃO
                                                Sites especializados oferecem       PAULO COELHO
                                                conteúdo das melhores               Em seu artigo, escritor fala da
                                                universidades do mundo por meio     importância de um profissional        Lake Tahoe, na divisa da Califórnia
                                                de vídeos e aulas virtuais          que poucas vezes percebemos ao        com Nevada, tem estações de esqui
                                                                                    abrirmos um livro: o tradutor         para todos os gostos e bela paisagem
                                                                                    Página 32
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 3




   Espiritualidade




ISSO TAMBÉM
É PARA O BEM              O Criador tem sempre a intenção
                           de dar o que é melhor para nós
Yehuda Berg                          aguarda desesperado para entrar          Na verdade, são momentos
                                     na lista de espera de outro voo.     como esse, realmente caóticos
    É difícil lembrar que a Luz          Se ele ficar com raiva ou de-    ou estressantes para nós, em
do Criador está sempre conos-        primido, entregando-se à situa-      que se escondem nossas maio-
co. É fácil ter certeza quando tu-   ção que enxerga como algo hor-       res bênçãos. Quando escolhe-
do corre bem, mas nos momen-         rível, pode ficar tão consumido      mos não ser reativos e temos cer-
tos que parecem obscuros ou di-      que talvez nunca perceba a mu-       teza sobre a ordem do universo,
fíceis esquecemos que a Luz ain-     lher sentada ao seu lado.            podemos descobrir o verdadei-
da está presente.                        Se, em vez disso, escolher       ro motivo de uma determinada
    Considere a situação de um       ser proativo, buscar a Luz ali e     situação estar ocorrendo.
homem que perde um voo. Tal-         optar por render-se à situação,          Um sábio kabalista sempre
vez ele fique furioso porque tem     lembrando-se de confiar e apre-      dizia a seus alunos: “Isso tam-
muitas coisas para fazer no seu      ciar o fato de que a Luz está tra-   bém é para o bem”, não importa-
local de destino e bastante gente    balhando a seu favor, poderá         va o que estivesse acontecendo.
depende da sua chegada. Mal sa-      escolher ter uma conversa agra-          O Criador tem sempre a in-
be ele que sua alma gêmea está       dável com a mulher que está          tenção de dar o que é melhor pa-
sentada ao seu lado enquanto         próxima a ele.                       ra nós. Sempre. ■




                                                       Quem é
                                                            Yehuda Berg é codiretor do
                                                       The Kabbalah Centre e já
                                                       escreveu mais de 30 livros sobre
                                                       assuntos que abordam desde
                                                       depressão e capacitação, até
                                                       relacionamentos e a Bíblia. Dois
                                                       de seus maiores best-sellers, O
                                                       Poder da Kabbalah e Os 72
                                                       Nomes de Deus, foram
                                                       traduzidos para 20 e 14 idiomas,
                                                       respectivamente.
                                                       www.kabbalahcentre.com.br
4 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Vida Digital




Ilusão virtual
                    Pessoas carentes emocionalmente e com necessidade de aceitação encontram
                    nas redes sociais o canal para transformar frustrações em felicidade irreal


                                   Gisele Bortoleto
                                     Gisele.bortoleto@diarioweb.com.br



                                                  Nas últimas semanas, neste período de férias e festas de final de ano,           to na vi-
                                                  possivelmente você tenha visto à exaustão na internet fotos maravilho-           da familiar, profissional, social,
                                                    sas no mar, à beira da praia, em bares e restaurantes, ceias deliciosas,       sexual e amorosa, a pessoa ingenuamente acredita con-
                                                        casais aos beijos e abraços. E provavelmente pode ter caído na ar-         vencer o interlocutor de experiências que ela gostaria de
                                                           madilha de achar que seus amigos e todos os que estão na sua            ter vivido ou de um modelo de vida que ela idealiza. Ela
                                                              rede social estavam se divertindo muito mais do que você.            não considera o interlocutor um idiota, apenas não perce-
                                                                  Mas já parou para pensar que a maioria das histórias e           be a inconsistência ou o ridículo de seus relatos e posts”,
                                                                     imagens presentes ali não passa de um “conto de fa-           explica Mara Lúcia, que vai mais além: a fantasia de mui-
                                                                        das”? Uma necessidade mais de mostrar felicidade           tos usuários das redes sociais é protagonizar uma história
                                                                        do que ser feliz de fato?                                  de sucesso pessoal, familiar, profissional, social e um públi-
                                                                             Necessidade de aceitação, falta de maturidade e       co que os aprove.
                                                                        autoestima, desvalorização de si próprio estão entre
                                                                        as explicações para esse tipo de comportamento.               Popularidade
                                                                             Mostrar apenas o lado bom da coisa não é exclu-
                                                                        sivo das redes sociais. Até mesmo quando coloca-               Para aqueles que veem esses canais virtuais como pal-
                                                                        mos uma foto em um álbum de fotografias escolhe-           co para exibições de suas experiências diárias e alimentam
                                                                      mos só as melhores fotos.                                    expectativas em relação ao público e à crítica, o Facebook
                                                                          A maioria não coloca coisas que desagradam, a me-        e o Twiter se tornaram medidores de popularidade. Mui-
                                                                      nos que seja uma tristeza que ela gostaria de comparti-      tos usuários publicam algo pessoal e esperam por repercus-
                                                                       lhar e ter o apoio das outras pessoas. “Quando você         são. “Quando isso não ocorre, eles se frustram”, afirma
                                                                        está em um grupo de amigos, não conta as coisas            Mara Lúcia. Muitas vezes, retiram ou ocultam as publica-
                                                                         ruins para todas as pessoas, só para alguns, e o mes-     ções e sentem envergonhados.
                                                                          mo acontece nas redes sociais. Você só comparti-             Um estudo da Universidade de Cornell, nos Estados
                                                                          lha aquilo que gostaria que todo mundo soubes-           Unidos, feito com 63 estudantes no começo de 2011, des-
                                                                           se”, diz.                                               cobriu que os que passaram três minutos checando seu
                                                                                Ao divulgar a própria imagem nas redes so-         perfil revelaram maior autoestima do que quem não aces-
                                                                           ciais, as pessoas se valem dos mesmos esque-            sou a rede social. Mas nem tudo são flores. Pesquisadores
                                                                            mas de comportamentos que costumam adotar              da Universidade de Waterloo (Canadá) publicaram um es-
                                                                            na vida real. “Quem inventa histórias vantajo-         tudo sugerindo que esse efeito positivo não ocorre com as
                                                                            sas aos amigos e colegas de trabalho irá mentir        pessoas que têm autoimagem negativa. Na verdade, a rede
                                                                            também na rede. Quem acredita que existem              social pode até piorar as coisas.
                                                                             de fato relações maravilhosas (e deve acreditar           Se você, assim como outros milhões de pessoas ao re-
                                                                             em Papai Noel, duendes, fadas), irá invejar in-       dor do mundo, passa boa parte do seu tempo conectado,
                                                                             verdades, já aqueles que não se iludem igno-          saiba que nas redes sociais se manifestam traços de perso-
                                                                             ram ou debocham diante de tais posts”, diz a          nalidade. Por meio de seus posts e tweets, exibem traços
                                                                             psicóloga cognitivo-comportamental Mara               de inveja, por exemplo. Há quem procure na rede motivos
                                                                             Lúcia Madureira.                                      para alimentar ciúmes patológicos, brigar e ser infeliz ao
                                                                                 “Em termos de representação pública da au-        vasculhar mensagens e diálogos de pares e cônjuges. E
                                                                            toimagem, sempre haverá mentirosos, crédulos,          existem também deslumbrados que fotografam e compar-
                                                                            céticos, sensatos, insensatos e os insanos. Ao rela-   tilham desde a xícara do café matinal, o vapor do banho, o
                                                                           tar ou publicar inverdades sobre sucesso absolu-        prato do almoço até o pijama.
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 5




    “As redes sociais disponibi-
lizam a oportunidade das pessoas mostrarem o que pre-
tendem e como podem. O problema existe quando se faz mau uso dos
meios e, com isso, temos um desperdício de tempo, uma formidável fer-
ramenta de intrigas entre casais, verdadeira fonte de angústias para re-
cém-separados e muito pouco retorno que valha a pena ou signifique
realmente algo proveitoso em termos pessoais”, diz Mara Lúcia.




‘Laboratório’ comportamental
    “O Facebook é a versão digital de nos-    Outros postam imagens de ferimentos          com tamanha intensidade que atingem               blicado é considerado “prova documen-
sa sociedade. Reúne diferentes grupos em      que sofreram. Pessoas que utilizam o espa-   um tom caricato. É dentro desse quadro            tal da felicidade”.
um único lugar e tornou-se um verdadeiro      ço para defender e propagar – às vezes       de extrema necessidade de aprovação e                  “Tamanha é a força dessa ideia que
laboratório de estudo do comportamento        agressivamente - uma ideia religiosa, en-    aceitação que as funções “curtir” e               já ouvi pessoas dizerem que não haveria
humano”, diz o psicólogo cognitivo-com-       quanto outros preferem se apegar a ideais    “compartilhar” se elevam a um padrão              graça em ir a uma festa se não pudessem
portamental Alexandre Caprio. É como          políticos ou simplesmente resolver a vida    que provavelmente não foi imaginado               fotografá-la para publicá-la em seu per-
                                                                                                                                             fil. Outras voltam para casa mais cedo
uma festa que nunca acaba. As pessoas en-     sentimental.                                 pelo criador do Facebook, Mark Zucker-            só para podercontar aos outros a expe-
tram, se procuram, se conhecem, paque-            “A variedade é tão grande quanto a       berg: o de “esmola digital”.                      riência que acabaram de ter”, diz o psi-
ram, contam piadas, trocam farpas, e de-      diversidade humana. Exatamente por is-           Dependendo do grau de carência por            cólogo.
pois saem. Enquanto tomam banho, almo-        so os desequilíbrios emocionais são fá-      atenção que alguns usuários atingem -                  A necessidade de provar que se é feliz
çam, dormem ou trabalham, a reunião so-       ceis de ser notados”, diz.                   ressalta Alexandre Caprio - chegam a pe-          tornou-se mais importante que a própria
cial continua. Quando retornam, existe            No Facebook, geralmente, todos es-       dir diretamente um “curtir” ou “compar-           felicidade. “Esse é o verdadeiro paradoxo
um histórico em seu perfil de tudo o que      tão sorrindo nas fotos. Os álbuns estão      tilhar”. Algumas pessoas criam estraté-           do desequilíbrio e, infelizmente, é nessa
rolou na sua “ausência”.                      recheados com festas de formaturas,          gias para “chantagear” seus contatos, ape-        direção que muitos estão caminhando.
    Não demorou muito para que o Face-        churrascos, cerimônias, encontro com         nas para respirar alguns segundos den-            Faz-se necessária uma revisão imediata de
book fosse comparado a um vício. Milha-       amigos, viagens e outros eventos.            tro de uma ilusão de popularidade.                nossos conceitos em um momento em
res de usuários ficam o dia todo conecta-         Trata-se de um comportamento ins-        “Quando acreditamos verdadeiramente               que a tecnologia deveria vir acrescentar fa-
                                                                                                                                             cilidades à nossa existência em vez de
dos. Muitas pessoas transformaram o pró-      tintivo para sentir-se incluso e aceito.     em nossos valores, não precisamos pro-            criar tantas dificuldades. Enquanto a opi-
prio perfil em um verdadeiro diário e ali     As pessoas passam a concentrar suas          var isso aos outros, nem mendigar aten-           nião alheia for mais importante que a nos-
colocam tudo que acontece em suas vidas,      energias na construção de um perfil que      ção”, explica o psicólogo.                        sa própria, desperdiçaremos a chance de
por mais insignificantes que possam pare-     mostre para os outros tudo aquilo que            As redes sociais se tornaram uma es-          viver nossas vidas para construir uma
cer os acontecimentos. Alguns publicam        elas acham que precisam ser. Passam a        pécie de diário oficial das vidas de mui-         mentira que, no final das contas, não fará
fotografias do que irão comer no jantar.      enaltecer qualidades e ocultar defeitos      tas pessoas e, por isso, tudo que lá é pu-        diferença para ninguém.” ■            (GB)
6 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

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                                                                         Em algum lugar
Reencontros criam oportunidades de revivermos sentimentos agradáveis
ou para dar solução a algo do passado e assim evoluirmos




Gisele Bortoleto                              das, pois elas constituem for-         acertemos algumas coisas que       tro retoma a relação, o diálo-    rido, nos leva a certas atitudes
Gisele.bortoleto@diarioweb.com.br
                                              malidades obrigatórias para            não foram possíveis no passa-      go, a conversa, o afeto no exa-   das quais podemos nos arre-
                                              que se possa viver uma das             do. O coração bate mais forte,     to ponto em que foi interrom-     pender mais tarde, levando-
    Ah, quantos desencontros                  mais singulares emoções da vi-         as mãos começam a suar frio e      pido”, disse ele.                 nos a buscar amizades perdi-
acontecem na vida. Não impor-                 da: o reencontro”, já disse o es-      é como se tivéssemos estado            “Durante nossa vida, afas-    das, por causa desses ‘trope-
ta em qual fase dela estamos,                 critor Richard Bach.                   com a pessoa no dia anterior.      tamo-nos de alguém sem que        ções’”, diz o poeta e escritor
sempre deixamos alguém espe-                      Sempre fica a vontade de fa-          Mas o que permite que           haja um motivo realmente vá-      Marcial Salaverry.
cial pelo caminho. Podem ser                  zer com que as coisas voltem a         reencontremos pessoas que          lido, talvez porque por vezes        Segundo ele, muitas ve-
pessoas as quais perdemos de                  ser do jeito que eram para que         imaginávamos perdidas pelo         ocorrem pequenas desinteli-       zes, esses desencontros têm
vista, amizades com as quais                  essas pessoas queridas tornem          caminho? Certamente a afini-       gências e, na tentativa de se     conserto. “As pessoas que
perdemos contato por um mo-                   a fazer parte de novo de nossas        dade, diria o escritor Arthur      acertar as coisas, busca-se       amamos são insubstituíveis
tivo ou por outro. Uma mu-                    vidas. E um dia, quando me-            da Távola (1936-2008). “A afi-     num reencontro uma oportu-        ao nosso coração. Aquele lu-
dança de cidade, de escola, de                nos esperamos, encontramos             nidade não é o mais brilhante,     nidade de se consertar algo       garzinho que elas ocupam fi-
emprego. Bate a saudade. Gos-                 com aquele alguém especial             mas o mais sutil, delicado e pe-   de errado que fizemos, ou         ca marcado com a presença
taríamos de encontrar nova-                   que não víamos há anos e se-           netrante dos sentimentos. É o      que sofremos, e que pode exi-     delas, com o cheiro, com a for-
mente essas pessoas, mas por                  quer tínhamos notícias. É o            mais independente. Não im-         gir uma grande dose de hu-        ma e até o som do riso. E
diversas circunstâncias nos é                 destino aprontando mais uma            porta o tempo, a ausência, os      mildade, pois devemos supe-       quando elas partem, forma-se
impossível fazê-lo em determi-                das suas, permitindo que final-        adiamentos, as distâncias, as      rar algo que temos muito arrai-   o vácuo”, diz a escritora Letí-
nado momento.                                 mente possamos concluir algo           impossibilidades. Quando há        gado, que é o orgulho, nosso      cia Thompson. Mas se a pre-
    “Não chore nas despedi-                   que terminou antes do devido,          afinidade, qualquer reencon-       amor-próprio, que, quando fe-     sença física se foi, ficam ain-
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                                                                                                          Há uma ‘razão’
r do... presente                                                                                              “Os reencontros aconte-
                                                                                                          cem para que algo seja con-
                                                                                                          cluído ou revivido de forma
                                                                                                          adequada, ou para trazer
                                                                                                          aprendizado e percepção de
                                                                                                          padrões que se repetem”, diz
                                                                                                          a terapeuta holística Vânia
                                                                                                          Medeiros. Tudo acontece no
                                                                                                                                                   to?”, pergunta a psicóloga
                                                                                                                                                   Beth Valentim, autora do li-
                                                                                                                                                   vro “Essa Tal Felicidade”
                                                                                                                                                   (ed. Elevação). Por isso as
                                                                                                                                                   pessoas se reencontram e
                                                                                                                                                   adoram reviver o passado.
                                                                                                                                                   Colegas de turma de colégio
                                                                                                                                                   ou faculdade hoje com bas-
                                                                                                          tempo certo e nada é por aca-            tante idade estão se reencon-
                                                                                                          so, segundo ela. “Às vezes,              trando e saindo, revivendo
                                                                                                          nos relacionamos afetiva-                momentos de juventude,
                                                                                                          mente com alguém em nossa                adolescência, relembrando o
                                                                                                          juventude ou adolescência, o             passado, complementa. Às
                                                                                                          relacionamento acaba, e de-              vezes, o sentimento que exis-
                                                                                                          pois de muitos anos reencon-             te entre duas pessoas não é
                                                                                                          tramos a pessoa e nos apaixo-            suficiente para continuarem
                                                                                                          namos, casamos e vivemos                 juntas. No entanto, os dois
                                                                                                          imensamente felizes, ou se-              são apaixonados pela histó-
                                                                                                          ja, quando éramos jovenzi-               ria que viveram. Aquela his-
                                                                                                          nhos, não tínhamos maturi-               tória lá atrás significou mui-
                                                                                                          dade suficiente ou não fo-               to, repleta de fantasias, de en-
                                                                                                          mos capazes de ver a outra               contros inesquecíveis e que
                                                                                                          pessoa de forma plena, ou                ficam marcados para sem-
                                                                                                          não estávamos plenos naque-              pre. Muitas vezes as pessoas
                                                                                                          le relacionamento, mas o des-            não se encontram mais fisica-
                                                                                                          tino nos coloca novamente                mente, mas estão ligadas exa-
                                                                                                          no caminho da outra pessoa               tamente por essa história.
                                                                                                          e, às vezes, ficamos até de for-         São apaixonadas pela histó-
                                                                                                          ma consciente ou incons-                 ria que viveram. “E como
                                                                                                          ciente ligados ao outro e, des-          história mexe com a gente,
                                                                                                          sa forma, sempre atraímos a              pode a qualquer momento
                                                                                                          outra pessoa”, diz.                      voltar a ser relida, vivida ou
                                                                                                              “Se observarmos os reen-             mesmo as pessoas se apaixo-
                                                                                                          contros, perceberemos que                narem outra vez”, explica.
                                                                                                          são sempre ricos de alguma                   Com os amigos os senti-
                                                                                                          forma, mesmo quando as si-               mentos envolvidos no reen-
                                                                                                          tuações negativas se repetem.            contro também não são dife-
                                                                                                          Isso nos faz perceber que não            rentes. Viveram coisas incrí-
                                                                                                          evoluímos, que somos teimo-              veis, como uma viagem re-
                                                                                                          sos, apegados a padrões e si-            pleta de brincadeiras, diver-
                                                                                                          tuações negativas, e quando              sões a toda prova. “As pes-
                                                                                                          aprendemos e mudamos, tu-                soas voltam para as nossas vi-
                                                                                                          do muda, pessoas saem de                 das porque foi bom. O beijo,
                                                                                                          nossas vidas e novas chegam,             o abraço, o sexo, a relação, as
 da as lembranças de tudo aqui-       Lições                          mas aquela pessoa traz nova-        inclusive as do passado po-              risadas, tudo. E quem não de-
 lo que foi construído juntos:                                        mente o conteúdo que precisa        dem voltar, porém agora com              seja reviver o que foi legal e
 os momentos vividos, as horas         “A questão dos reencon-        revisto e, quem sabe, aprendi-      novas energias, evoluídas e              deixou lembranças tão signi-
 compartilhadas, muitas ve-        tros é realmente intrigante, es-   do agora, com mais maturida-        plenas”, completa.                       ficativas?”, complementa.
 zes as partidas e os reencon-     pecialmente da forma como al-      de, com mais chance de ser              E o destino, segundo a te-               Às vezes, vivemos algo
 tros. Basta ter paciência e sa-   guns deles ocorrem. Dá a im-       produtivo.                          rapeuta, não se trata de algo            com alguém na hora errada,
 ber esperar. Todas as pessoas     pressão que ‘lá em cima al-            “Diante dessas ‘coincidên-      incontrolável por nós, total-            é verdade. Ambos talvez
 que amamos um dia podere-         guém está mexendo os pauzi-        cias’, seria legal nos perguntar-   mente indeterminado, mas                 não estivessem preparados
 mos reencontrá-las. O reen-       nhos’”, diz o coach e iogatera-    mos: o que esta situação pode       sim das escolhas de nossa al-            para tal sentimento ou rela-
 contro com essas pessoas nos      peuta Salvador Hernandes.          estar querendo me ensinar?          ma, que tudo sabe. “E quan-              ção. Mas se foi bom - ressal-
 traz novamente uma grande         Reencontros podem nos dar          Qual a lição?”, complementa.        do nos permitimos, quando                ta Beth -, se foi marcante,
 felicidade, que deixamos de       pistas de que as questões en-      Aproveitemos os reencontros,        nos conectamos com a vonta-              eles sempre vão sentir sau-
 sentir quando ficamos in-         volvidas com aquelas pessoas       que podem ser oportunidades         de do nosso Eu Divino, vive-             dade daquilo que não se rea-
 completos quando essas pes-       não foram resolvidas - diz ele -   maravilhosas de crescimento         mos sempre em plenitude e                lizou, ficou faltando uma
 soas decidiram seguir cami-       e as lições voltam a se apresen-   e aprendizado. Se a pessoa vai      graça, tudo flui com facilida-           “pontinha”, a que faria fe-
 nhos diferentes. É reencon-       tar como oportunidades que         permanecer a partir de então        de, parecendo que já estava              char um ciclo, e, por algum
 trar e ver de novo aquele ros-    podem ou não ser aproveita-        na sua vida, como opção sua e       tudo traçado pela vida.”                 motivo não foi possível. Es-
 to que nos encantou, aquela       das. O que não quer dizer que      dela, ótimo. “Aprecie a rique-          “Quem esquece um con-                tá aí a possibilidade de ser
 imagem que ficou gravada          devemos romper as relações         za das novas/velhas relações”,      to de fadas? Ninguém, cer-               retocado, revivido.        (GB)
 em nossas mentes.                 atuais para reatar as antigas,     sugere Hernandes.
8 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

                                                                        Educação




                      APRENDIZADO
                       A UM CLIQUE
                                                                    Internet facilita acesso às melhores
                                                                    universidades do mundo por meio
                                                                    de ‘aulas virtuais’
                                                                    Jéssica Reis                         processo de legendagem em
                                                                    jessica.reis@diarioweb.com.br
                                                                                                         massa do portal teve início em
                                                                                                         outubro do ano passado. Desde
                                                                        A internet é um meio de co-      então, mais de 50 novas legen-
                                                                    municação que se tornou mui-         das foram incluídas. Hoje, con-
                                                                    to popular nos últimos tempos.       siderando as aulas de universi-
                                                                    Por meio dela, é possível se co-     dades brasileiras, já são 450 vi-
                                                                    municar com pessoas que estão        deoaulas em língua nativa. A
                                                                    a milhares de quilômetros de         expectativa é de que até o fim
                                                                    distância. Além disso, uma no-       de 2013 esse número aumente.
                                                                    vidade tem facilitado o ensino            O criador do Veduca, o en-
                                                                    à distância: são os sites especia-   genheiro Carlos Souza, deixou
                                                                    lizados que oferecem conteú-         a carreira para trás com o objeti-
                                                                    dos gratuitos das melhores uni-      vo de mudar o conceito de edu-
                                                                    versidades do mundo.                 cação on-line no País. Souza ex-
                                                                        Os vídeos podem ser acessa-      plica que todo o conteúdo das
                                                                    dos de qualquer lugar, desde         grandes universidades do Bra-
                                                                    que se tenha uma boa conexão         sil e do mundo oferecido no Ve-
                                                                    de internet. A maioria dos cur-      duca já estava disponível pelo
                                                                    sos é gratuita e tem como mes-       Youtube e pelos sites das pró-
                                                                    tres os professores das princi-      prias universidades, mas de
                                                                    pais universidades. As opções        uma forma não organizada, difí-
                                                                    de salas de aula virtuais são vá-    cil de ser encontrada e sem le-
                                                                    rias, só no ano passado foram        gendas em português. “A pro-
                                                                    lançados a Classroom TV, que         posta do Veduca é, além de tor-
                                                                    oferece mais de 10 mil aulas, de     nar esse conteúdo acessível à
                                                                    33 universidades; a edX, com 7       maioria dos brasileiros, que
                                                                    cursos e 12 universidades, en-       não domina outros idiomas, se-
                                                                    tre elas Harvard; e o Coursera,      lecionar vídeo-aulas dentro do
                                                                    considerada líder entre as plata-    que existe de melhor disponí-
                                                                    formas, com mais 200 cursos          vel na web e organizá-las. To-
                                                                    de 33 universidades.                 dos os vídeos estão agrupados
                                                                        No Brasil, o portal Veduca       de maneira simples, em cursos,
                                                                    tem cursos completos sobre to-       por sua vez organizados em te-
                                                                    dos os grandes campos do ensi-       mas. Nosso acervo será gradati-
                                                                    no superior e conta com mais         vamente alimentado, trazendo
                                                                    de 5 mil aulas, de 13 das princi-    sempre novas vídeo-aulas com
                                                                    pais universidades do mundo.         a chancela das melhores univer-
                                                                    O acesso é gratuito e parte do       sidades. Projetamos um aumen-
                                                                    material já está legendado. O        to no número de vídeos e de
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 9

universidades em cerca de 50%
em 2013, em relação ao acervo
atual”, conta.
    No portal, professor e aluno
encontram de forma simples e
organizada aulas e palestras de
excelentes professores e univer-
sidades. Segundo o criador do
site, professores já recomen-
dam aulas e cursos do Veduca
em suas aulas presenciais. “Es-
tudantes têm navegado em bus-
ca de conhecimento comple-
mentar ao que já estudaram e
também como ferramenta de
descoberta de novos interesses
acadêmicos ou profissionais.
Essencialmente, nossa propos-
ta é aliar tecnologia e educação
de qualidade. Por isso, sempre
enriqueceremos o site com fun-
cionalidades e ferramentas que
facilitem os estudos na web”,
                                                                                                        Acesso a conteúdos
explica.
    O site oferece ainda um sis-                                                                            Estudar pela internet pode              (CETIC) mostram que 66% dos
tema de busca, em que é possí-                                                                          não ser fácil como parece, afi-             80 milhões de internautas brasi-
vel pesquisar palavras-chave                                                                            nal, é preciso ter disciplina e             leiros entram na internet todos
na fala do professor ou pales-                                                                          foco para não cair nas armadi-              os meses em busca de educação
trante. Ao clicar em um dos re-                                                                         lhas da rede mundial de com-                e treinamento.
sultados da busca, o vídeo co-                                                                          putadores durante uma vídeo-                    Embora esses portais espe-
meça a partir da primeira men-                                                                          aula, por exemplo, indo para                cializados sejam geralmente
ção à palavra pesquisada. Sou-                                                                          outros sites, em especial as re-            voltados para o conteúdo uni-
za lembra que desde de que foi                                                                          des sociais.                                versitário, o professor do SEB-
ao ar, em março de 2012, o site                                                                             Para o professor Luiz Octá-             COC diz que os alunos de cursi-
recebeu pouco mais de 1,1 mi-                                                                           vio Teixeira Stocco, diretor da             nhos ou ensino médio também
lhão de visitantes, sendo 602                                                                                                                       podem ser beneficiados. “Prin-
                                                                                                        unidade SEBCOC Rio Preto,
mil visitantes únicos. São 24                                                                                                                       cipalmente para ampliação do
                                                                                                        os sites especializados em edu-             seu repertório, mas sem esque-
mil usuários registrados no si-                                                                         cação são uma oportunidade de
te e 17 mil seguidores nas re-                                                                                                                      cer o foco de matérias de vesti-
                                                                                                        aprendizado. “São plataformas               bulares. Esses cursos devem
des sociais (Facebook, Twitter                                                                          importantíssimas que darão
e Google+). Atualmente, as au-                                                                                                                      ser vistos como uma leitura de
                                                                                                        um novo estímulo aos universi-              uma boa revista, não deve ser o
las mais procuradas são das                                                                             tários, profissionais formados e
áreas de ciências da computa-                                                                                                                       foco principal”, recomenda.
                                                                                                        professores. Lógico que não há                  Além disso, os professores
ção e matemática.                                                                                       impedimento algum para que                  também podem utilizar esses
    De acordo com Souza, foi                                                                            outros perfis usufruam do servi-            sites gratuitos como comple-
projetado um aumento do nú-                                                                             ço. Com a quinta maior popula-              mento, por exemplo, para as
mero de visitantes, usuários re-
                                                                                                        ção universitária do mundo                  aulas. “Nossa escola, que tem
gistrados e seguidores nas re-                                                                                                                      uma preocupação com educa-
                                                                                                        (6,1 milhões), esses portais colo-
des sociais em 10 vezes para                                                                                                                        ção de qualidade e tecnologia
                                                                                                        cam o Brasil em rota de oportu-
2013, em relação aos resultados                                                                                                                     para todas as fases da vida,
                                                                                                        nidade para que mais e mais
registrados no ano passado. A                                                                                                                       sempre está se reciclando com
                                                                                                        pessoas interessadas possam
projeção é baseada em três fato-                                                                                                                    treinamento continuado a
res: o lançamento da nova ver-                                                                          aprender por meio da inter-
                                                                                                        net”, afirma.                               usar essas novas tecnologias
são do site, em fevereiro, novas                                                                                                                    em sala de aula. É fundamen-
funcionalidades e ferramentas                                                                               Segundo Stocco, os alunos
                                                                                                        podem ser beneficiados com es-              tal que se deixe o pragmatismo
para facilitar os estudos dos                                                                                                                       e parta para as ousadias educa-
usuários, e a possibilidade de                                                                          sas plataformas em vários as-
                                                                                                        pectos, especialmente para ver              cionais existentes e disponíveis
interação com os demais inter-                                                                                                                      no mundo”, explica. ■       (JR)
nautas. A disponibilização de                                                                           uma abordagem dos maiores
cursos pagos, com certificação,                                                                         centros de pesquisa do mundo,               Salas de aula virtuais
também está entre os projetos                                                                           como Harvard, de assuntos que
para este ano.                     permite relacionar textos dos     parceiro do Veduca, o leitor re-   não teriam acesso no Brasil.                    Coursera -
                                                                                                            Carlos Souza, criador do Ve-            www.coursera.org
    A outra novidade é o lança-    grandes sites de notícia, como    ceberá, na própria página, su-
mento de uma nova ferramenta       jornais e portais de conteúdo     gestões de vídeo-aulas no Vedu-    duca, diz que o uso da internet                 Veduca -
de distribuição do conteúdo,       parceiros, a aulas disponíveis    ca que ajudam a explicar os con-   com fins educacionais já é uma              www.veduca.com.br
por meio de uma tecnologia de-     em nosso acervo. Por exemplo,     ceitos citados na reportagem,      realidade no Brasil. Ele afirma
                                                                                                        que dados do Centro de Estu-                    Classroom TV -
senvolvida pelo portal, chama-     ao ler uma reportagem sobre re-   como uma aula de Macroecono-                                                   www.classroomtv.com
da “Content Sense”. “O ‘Con-       dução da taxa de juros básica     mia em Yale, ou Matemática Fi-     dos sobre as Tecnologias da In-
tent Sense’ é um algoritmo que     do país em um jornal on-line      nanceira no MIT”, explica.         formação e da Comunicação                         edX - www.edx.org
10 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Comportamento




                                             BULLYING                    Elen Valereto
                                                                         elen.valereto@diarioweb.com.br



                                                                             Intimidações, violências, insul-
                                                                         tos, críticas, ridicularização, perse-
                                                                         guições. Essas são algumas das ma-
                                                                         neiras de praticar o bullying, que
                                                                         tem como principal alvo crianças
                                                                         e jovens tímidos, com baixa autoes-
                                                                         tima, menos idade, que se desta-
                                                                         cam na aula, por escolha sexual di-
                                                                         ferente dos demais ou porte físico
                                                                         que chame a atenção.
                                                                             O agressor não tem motivo espe-
                                                                         cífico para perseguir a vítima, mas
                                                                         de certa forma não aceita lidar com
                                                                         qualquer pessoa que, na cabeça de-
                                                                         le, representa o diferente, afirma
                                                                         Nelson Pedro Silva, professor dou-
                                                                         tor do Departamento de Psicologia
                                                                         Evolutiva, Social e Escolar da Uni-
                                                                         versidade Estadual Paulista
                                                                         (Unesp). “Outro aspecto é que o di-
                                                                         ferente nos incomoda, porque ele
                                                                         está dentro de nós, a ponto de ser
                                                                         inconsciente”.
                                                                             Os ataques têm repercussões di-
                                                                         ferentes para cada pessoa, princi-
                                                                         palmente quando se torna algo fre-
                                                                         quente. As vítimas acabam não de-
                                                                         nunciando, sofrem caladas e mu-
                                                                         dam o jeito de ser. “(A criança) co-
                                                                         meça a apresentar comportamen-
                                                                         tos opostos. Se ela gosta de ir à es-
                                                                         cola, não vai querer mais, aparece
                                                                         com machucados, fica isolada no
                                                                         quarto, e algumas meninas come-
                                                                         çam a apresentar quadro de buli-
                                                                         mia e anorexia”, diz o professor.
                                                                             Essas consequências são liga-
                                                                         das diretamente à autoestima, de-
                                                                         sencadeando ainda sentimentos
                                                                         de timidez, insociabilidade e inca-
                                                                         pacidade de conseguir um empre-
                                                                         go no futuro ou desempenhar qual-
                                                                         quer atividade. A humilhação fre-
                                                                         quente, conta Silva, pode ter fim
                                                                         trágico também. “A vítima pode
                                                                         acabar, em um momento de insani-
                                                                         dade ou vingança, pegar um arma
                                                                         e matar várias pessoas (como já
                                                                         ocorreu no Brasil e nos Estados
                                                                         Unidos). Ou até mesmo se matar,
                                                                         ingerindo drogas lícitas e ilícitas.”
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 11



                                                                                                                              ANÁLISE
Problema precisa de
atenção da escola, dos pais
                                                                                                                              O quanto
e da sociedade para ser                                                                                                       a escola é
prevenido e combatido                                                                                                         responsável?
    Muitos especialistas que es-       der” e satisfação para os agres-      conta de tudo”, destaca.                         Cleo Fante
tudam a questão são unânimes           sores. Outro fator somatório a
a respeito do papel da escola          esse problema está na perda de           Punição?                                          “O papel da escola é prevenir toda e qual-
quanto ao bullying: a violência        visão da autoridade que pais e                                                         quer forma de violência e priorizar a cultura
precisa ser prevenida e o am-          professores representam.                   “Existe um movimento de                     de paz. No entanto, se ocorrer o bullying, de-
biente educacional precisa cul-            “A escola deve ser um local       alguns promotores da infância                    ve agir imediatamente, uma vez que é de sua
tivar a paz e o respeito entre os      de formar cidadão de direitos e       e juventude que lutam para que                   responsabilidade a segurança de todos os estu-
alunos. No entanto, muito pre-         deveres, fortalecendo amiza-          o bullying seja considerado cri-                 dantes que estão sob sua guarda e proteção,
cisa ser feito. Eles acreditam         des, solidariedade e coopera-         me. Mas mais importante que                      podendo, inclusive, ser responsabilizada por
que as escolas, privadas ou pú-        ção. E a relação entre pais e edu-    nos preocuparmos com puni-                       omissão.
blicas, em sua maioria, não es-        cadores precisa de laços de con-      ção, devemos nos atentar à pre-                      Sendo uma ação identificada como bullying
tão preparadas para esse enfren-       fiança em relação ao papel que        venção e educação dos jovens”,                   ou não, a escola deverá orientar os envolvidos e
tamento, sendo até omissas em          cada um exerce, cada qual assu-       afirma a psicóloga e psicodra-                   encontrar alternativas que resultem em mudan-
muitas situações.                      mindo a parcela de sua respon-        matista Ana Cláudia.                             ças comportamentais. Especificamente, em rela-
    “Falta coragem para olhar o        sabilidade”, afirma a psicóloga.           A pedagoga Cléo Fante, es-                  ção aos autores, deverá convocar os pais para que
problema com a devida gravida-             O professor da Unesp, no          pecialista em bullying escolar,                  juntos possam reconhecer as causas de suas atitu-
de. Ambos precisam de atenção,         entanto, pensa diferente. Para        autora do Programa Anti-
                                                                                                                              des a fim de saná-las.
e o que normalmente acontece é         Silva, não se pode atribuir a         bullying “Educar para Paz”,
                                                                                                                                  Dependendo da gravidade (lesão corporal,
que todas as atenções se voltam        responsabilidade de preven-           concorda com Ana. “Acredito
                                                                                                                              ameaça ou outra forma de violação de direitos
para o agressor, visto como um         ção e combate do bullying ape-        que a punição não gera reflexão
marginal em potencial, e a víti-       nas para a escola e a família.        e aprendizagem. Em muitos ca-                    de crianças e adolescentes), a escola deverá
ma é esquecida. É necessário           Novas leis também não são ne-         sos, gera raiva e revolta”.                      acionar outras instituições, como Conselho Tu-
parcerias com psicólogos, soció-       cessárias. “Vamos parar com a              Enquanto não existe lei que                 telar, Delegacia de Polícia ou Ministério Públi-
logos e assistentes sociais para       ideia de se construir leis espe-      criminalize o bullying no Bra-                   co. Quanto às vítimas, deve-se protegê-las e en-
trabalhar com pais, alunos e pro-      cíficas de combate ao bullying        sil, o ECA trata o assunto como                  contrar meios de cessar as agressões. Em situa-
fessores”, diz a psicóloga e psico-    e de atribuir a responsabilida-       ato infracional. “Poderão ser                    ções mais graves da exposição, precisa direcio-
dramatista Ana Cláudia De Lu-          de única e exclusivamente à es-       advertidos verbalmente ou por                    ná-las a profissionais que deverão auxiliar no
ca Schiaveto, de Rio Preto.            cola e família. Já temos legisla-     escrito, convocação dos pais e                   desenvolvimento de habilidades assertivas.
    Um ponto inicial está na fal-      ção avançada, inclusive elogia-       até a transferência compulsória                      O que percebo é que há muita informação,
ta de valores e respeito com o         da por países do primeiro             (da escola), dependendo da gra-                  mas equívocos na identificação e nos encami-
próximo, o que possibilita jo-         mundo - o Estatuto da Crian-          vidade da ação e de acordo com                   nhamentos. Confunde-se bullying com indisci-
vens a por em prática ações im-        ça e do Adolescente (ECA),            a decisão do Colegiado”, expli-                  plina, conflitos entre estudantes e de estudan-
pensadas e que dão certo “po-          com algumas exceções, já dá           ca a pedagoga.                                   tes com professores, agressões pontuais ou re-
                                                                                                                              petidas e problemas que são inerentes às rela-
                                                                                                                              ções interpessoais. Então, o que falta é conheci-
                                                                                                                              mento, capacitação profissional, além de com-

  Ataques virtuais                                                                                                            promisso de estabelecer uma educação voltada
                                                                                                                              à cultura de paz.
                                                                                                                                  Existe um grande movimento contrário ao
                                                                                                                              bullying e outras formas de violências - lidera-
      O cyberbullying ou bullying      ou vídeo nas redes sociais, ou           “A falsa sensação de anoni-                   do por cantores, atores, apresentadores, políti-
  virtual é mais grave e difícil de    mesmo de um comentário com           mato e impunidade estimula as                     cos, escolas, famílias - mas isso não acontece
  ser combatido, se comparado ao       tom pejorativo. Eles não pensam      práticas virtuais. Acreditar que                  em relação à cultura de paz. Devemos inserir
  bullying físico. “Quando ocorri-     nas consequências e acreditam        o conteúdo postado fica restri-                   esse movimento em nosso cotidiano, e as esco-
  do de forma intencional, fica        que tudo é liberado na internet.     to leva-os a disponibilizar fo-                   las têm essa possibilidade: de desenvolver pro-
  mais fácil de se esconder por trás       Durante uma pesquisa reali-      tos, ofensas, calúnias, agres-                    gramas preventivos que oportunizem não so-
  de um computador ou celular”,        zada pela pedagoga Cléo Fante,                                                         mente informação, mas vivências e interioriza-
                                                                            sões, etc. Isso por falta de co-
  conta a psicóloga e psicodrama-      especialista em bullying escolar,                                                      ção de valores, como respeito, solidariedade,
  tista Ana Cláudia De Luca            foi descoberto que, em um grupo      nhecimento e de informações
                                                                            sobre os prejuízos que podem                      amizade, tolerância, amor”.
  Schiaveto.                           de 5.168 estudantes, 31% pratica-
      Segundo Ana Cláudia, o           vam bullying no ambiente vir-        atrair para si e seus familiares,
                                                                                                                              CLEO FANTE
  agressor não tem ideia da propor-    tual. Outros 17% estavam envol-      como responsabilizações finan-                    é pedagoga especialista em Bullying Escolar, autora do
  ção da violência que pode provo-     vidos com a agressão no próprio      ceiras por danos morais”, diz a                   Programa Antibullying “Educar para a Paz” e de várias
  car com a postagem de uma foto       espaço físico.                       pedagoga.                   (EV)                  publicações no Brasil e Colômbia
12 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO




                                                                                          Formas comuns
                                                                                          de bullying
                                                                                                Verbal: insultos, ofensas, apelidos maldosos,
                                                                                          criticar a vítima
                                                                                               Física e material: prática de bater, beliscar,
                                                                                          dar empurrões, roubar objetos
                                                                                          e até comida
                                                                                              Psicológica e moral: humilhações,
                                                                                          chantagens, intimidações, discriminação
                                                                                               Sexual: assédios, insinuações, abusos e
                                                                                          até violência
                                                                                              Virtual/cyberbullying: uso de tecnologias,
                                                                                          como celulares, filmadoras, internet para
                                                                                          espalhar fotos, vídeos, montagens para
                                                                                          constranger a vítima

                                                                                          Fonte: Cartilha Bullying - projeto Justiça nas Escola, da Secretaria
                                                                                          de Educação do Estado de São Paulo




Medidas para prevenir e combater
     Os pais devem sempre                         é um deles), seguido de                           também fazer reuniões para
conversar com seus filhos, não                    discussão em grupo coordenado                     refletir sobre os comportamentos
só para a superação desse                         por psicopedagogos, psicólogos
                                                                                                         Em alguns casos, propor
problema, mas de outros                           ou ex-alunos que já foram vítimas
                                                                                                    terapia para vítima e agressor
                                                  ou praticantes do bullying
     Colocar cartazes nas                                                                                 Em casos mais graves,
                                                       Fazer reuniões com alunos e                  solicitar pais e representantes do
escolas com os dizeres “justiça”,
                                                  demais pessoas que foram                          Ministério Público e da
“dignidade” e “reciprocidade”.
                                                  vítimas de bullying - assim como                  Segurança Pública para propor
Não mudará as condutas, mas                       no Alcoólatras Anônimos (AA)                      medidas ao agressor para não
dará início a reflexões                                                                             repetir a conduta. Isso deve ser
                                                        Convidar às reuniões do                     feito sem alarde
     Exigir condutas de boa                       grupo pessoas que não sofreram
educação, pois é uma condição                     bullying, mas que se sentiram                           Promover um espaço
necessária à construção das                       mal ou são contrárias a tais                      escolar pautado no exercício das
excelências morais                                práticas. Oferece apoio para                      virtudes e discutir temas, vídeos
                                                  enfrentar o problema                              e materiais jornalísticos, pois
    Palestras com vídeos                                                                            têm resultados melhores que
impactantes (“Laranja Mecânica”                          Identificar os agressores e                exposições orais ■
Fonte: Nelson Pedro Silva, professor doutor do Departamento de Psicologia Evolutiva, Social e Escolar da Universidade Estadual Paulista (Unesp)
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 13

Josinel Braga Carmona
                               Psicólogo
     Rubens Cardia 17/6/2010




                               VELHO E NOVO
                               Cuidar de alguém com carinho e respeito pode ser visto
                               como um ato de retribuição a tudo o que já recebemos
                                                                                                                                                                        www.sxc.hu/Divulgação

                                   Esta é uma boa época para
                               pensarmos na transição.
                                   Todo o tempo estamos mu-
                               dando, mas existem algumas
                               fases da vida, do ano, etc, em
                               que mais percebemos isso. Co-
                               mo diz uma frase taoísta: todo
                               excesso é fonte de dor e sofri-
                               mento. Bem, começar alguma
                               coisa, estar no início de um
                               projeto, do ano, da vida; estar
                               no final de um projeto, do ano
                               ou da vida, essas são formas ex-
                               tremas, de modo especial, po-
                               demos compreender esses ex-
                               tremos como excessos.
                                   No início, temos excesso
                               de não saber, de ainda não
                               conseguir; no final, temos ex-
                               cesso de saber, de já não mais
                               conseguir.
                                   Fazer uma reflexão sobre a
                               criança e o idoso é pensar nos
                               excessos, nos extremos da vi-
                               da e suas necessidades espe-
                               ciais. A criança ainda não po-
                               de estar sozinha, por sua pró-
                               pria conta, necessita da cons-
                               tante presença do outro, de-
                               pende inteiramente dele; o
                               idoso já não pode mais estar
                               sozinho, depende cada vez
                               mais do outro, de sua ajuda,
                               atenção e dedicação.
                                   Este é mesmo um bom mo-
                               mento para esta reflexão.
                                   Passadas as festas, as ale-
                               grias e euforias, os presentes e
                               as presenças, podemos nos con-
                               centrar um pouco naquilo tu-
                               do que recebemos em nosso          ções e incapacidades inicial-      preender de fato, sorrir, etc, is-          estas realidades com um pou-
                               início de vida, da dedicação da-   mente pode ser visto como um       so tudo é trabalhoso e cansati-             co mais de cuidado vai perce-
                               queles que nos cuidaram e          ato de retribuição a tudo o que    vo, demanda tempo e dedica-                 ber o quanto precisamos apren-
                               aquilo que possivelmente ire-      já recebemos, contudo, exis-       ção, mas com toda a certeza                 der sobre essas três tão impor-
                               mos receber quando voltar-         tem ainda os aspectos existen-     posso afirmar que qualquer                  tantes fases de nossas vidas.
                               mos a necessitar do outro. En-     cial e humano do cuidar.           uma dessas tarefas se torna                     Uma boa pergunta para ser
                               tre essas duas fases de depen-         Preparar e servir a comida,    mais leve na presença do verda-             respondida no silêncio da refle-
                               dências e necessidades existe a    banho, trocar, ajudar a subir e    deiro entendimento do que é                 xão diária: enquanto tenho for-
                               fase em que podemos (e deve-       a descer, entrar e sair, ensinar   cuidar e amar aquele que ain-               ça e capacidade, tenho me dedi-
                               mos) nos dedicar e cuidar.         a falar, ajudar a lembrar, pegar   da não pode ou aquele que já                cado a oferecer aos que preci-
                                   Cuidar de alguém com cari-     pela mão, limpar a baba, as fe-    não consegue. Qualquer pes-                 sam de cuidados todo o amor e
                               nho e respeito a suas limita-      zes, pentear, perfumar, com-       soa que se permitir olhar para              dedicação que posso? ■
TV -   14 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

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Carla Marins recorreu à psicanálise para interpretar mãe de adolescente em “Malhação”
                                                                                                                                                                              Luiza Dantas/Divulgação

TV Press                                    cionar com ninguém. Com isso,
                                            se dedicou demais apenas ao fi-                                                                                           Personagem de
                                                                                                                                                                      Personagem de
    Experimentar a maternidade              lho e ao trabalho de tradutora,                                                                                           Carla Marins em
                                                                                                                                                                      Carla Marins em
trouxe várias mudanças à carrei-            exercido em sua própria casa. A                                                                                           “Malhação” é
                                                                                                                                                                      “Malhação” é
                                            situação só começa a mudar de-                                                                                            bem diferente da
                                                                                                                                                                      bem diferente da
ra de Carla Marins. Mas a princi-
                                                                                                                                                                      dissimulada
                                                                                                                                                                      dissimulada
pal delas talvez seja a forma co-           pois que o garoto engata um na-
                                                                                                                                                                      Amanda”, de
                                                                                                                                                                      Amanda”, de
mo a atriz explora essa caracterís-         moro e, ironicamente, ela reata
                                                                                                                                                                      “Morde &
                                                                                                                                                                      “Morde &
tica em suas personagens. Prova             com o ex-marido. Com direito
                                                                                                                                                                      Assopra”, seu
                                                                                                                                                                      Assopra”, seu
disso é que fez questão de contar           até a uma gravidez não planejada.
                                                                                                                                                                      trabalho anterior
                                                                                                                                                                      trabalho anterior
com o auxílio da psicanálise as-            “É legal esse espaço maior que es-
sim que foi escalada para viver a           tão dando para personagens adul-
retraída Alice de “Malhação”. Is-           tos. Muita gente acha que ‘Malha-
so porque, embora seja mãe de               ção’ é feita para jovens e crianças,
uma criança, ela assume que,                mas pesquisas mostram que
sem essa ajuda, talvez fosse mais           mães e avós são 60% do público
complicado encontrar a profun-              que assiste”, valoriza.
didade que os conflitos que en-                 Hoje com 44 anos, Carla sem-
volvem a tradutora e o filho, o             pre aparentou menos idade. Por
mocinho Dinho, papel de Gui-                isso, só experimentou atuar como
lherme Prates, exigem. “É um                mãe de um adolescente em “Pé
universo muito distante do meu.             na Jaca”, aos 38 anos, quando vi-
Precisava achar outra pegada e              veu a sonhadora Dorinha. E essa
esse seria o melhor caminho.                maturidade cênica parece ter mo-
Não cabe em qualquer persona-               tivado a atriz a marcar presença                                                                                 Instantâneas
gem, mas ali eu senti que funcio-
naria bem”, justifica.
                                            em novos trabalhos na tevê. An-
                                            tes, passou cinco anos fazendo
                                            aparições rápidas em pequenas
                                                                                        Viagem ao passado                                                         Carla Marins foi capa da
    Outro detalhe que ajudou Car-                                                                                                                            edição de aniversário da revista
la na hora de construir Alice foi           participações e se dedicando aos                                                                                 “Playboy” em 1992. Na época,
                                            palcos e ao curso de Teoria do                  Trabalhar ao lado de mui-    um ar mais juvenil”, recorda.
a caracterização. Seu último tra-                                                                                                                            fez as fotos em Cancun,
                                            Teatro, que ainda pretende finali-          tos jovens faz com que Carla         Curiosamente, a atriz co-       no México
balho na televisão foi a dissimu-                                                       se lembre de uma fase impor-     meçou a gravar suas cenas na
lada Amanda, participação espe-             zar na UniRio. Mas, depois do re-
                                                                                        tante de sua carreira. Junto     mesma época em que “Malha-               Aos 14 anos, a atriz foi
cial que a atriz foi convidada a            torno na trama de Carlos Lom-
                                                                                        com Regina Duarte, ela prota-    ção” estreava na Globo, em          escolhida para fazer o papel
fazer em “Morde & Assopra” e                bardi – sua última novela tinha si-                                                                              principal da peça “O Boi e O
                                            do “Porto dos Milagres”, em                 gonizou “História de Amor”,      1995. E Carla acredita que, de
acabou estendida até os últimos                                                                                                                              Burro a Caminho de Belém”, de
                                            2001 –, já atuou no seriado “Faça           novela de Manoel Carlos que      lá para cá, as dificuldades de      Maria Clara Machado. Sua
capítulos da novela. Naquela                                                            abordava a difícil relação en-   relacionamento entre pais e fi-
época, vivia uma vilã que se                a Sua História” e na novela “Mor-                                                                                primeira aparição na tevê foi em
                                            de & Assopra”, na Globo, e tam-             tre a mãe Helena e sua filha,    lhos aumentaram. Com isso,          um comercial do Mc Donald’s,
aproveitava da boa forma física.                                                        Joyce. Na trama, a adolescen-    se tornaram mais ricas na tele-     dois anos depois
                                            bém em “Uma Rosa Com
Mas agora, na pele de uma dona                                                          te rebelde engravidava do na-    dramaturgia. “Ter autoridade
                                            Amor”, que protagonizou no                                                                                            A primeira novela de Carla
de casa e mãe, Carla preferiu re-                                                       morado aos 17 anos e, com is-    sobre um adolescente é ainda
                                            SBT, em 2009. “É difícil fazer te-                                                                               Marins foi “Hipertensão”, em
laxar e, assim, ganhar um corpo                                                         so, mudava a vida de todos na    mais complicado atualmente.
                                            levisão direto. Novela é um com-                                                                                 1986. O convite para fazer os
que se aproxima mais da realida-                                                        família. Sendo que, na época,    E acho um assunto muito sé-
                                            promisso longo demais e o ator                                                                                   testes para interpretar Carola
de de Alice. “Não cheguei a ten-                                                        Carla tinha 10 anos a mais       rio falar sobre essa falta de li-   veio na escola de Wolf Maya,
                                            precisa, em algum momento, pa-
tar engordar, mas deixei de es-                                                         que sua personagem. “A           mites que a gente vê. Ainda         onde Carla fazia um curso
                                            rar e se ‘limpar’ dos resquícios de
tar obcecada com isso. Também               outros personagens. O teatro me             maior preocupação era tornar     mais agora, que também sou          de interpretação
parei de pegar sol e escureci o ca-         ajuda muito nisso e a faculdade             aquilo possível. Então, decidi   mãe. É bem diferente explo-              Antes de decidir se dedicar
belo”, explica.                             também”, opina.                             engordar um pouco e opta-        rar isso em cena quando você        à carreira artística, Carla
    Na história, Alice é uma qua-                                                       mos por um corte de cabelo       começa a viver um pouco da-         pensava em fazer faculdade de
rentona que, depois da separação,           “Malhação” - Globo - Segunda a sexta,       curto e bem cacheado. Dava       quela realidade”, avalia. ■         Medicina e se especializar
passou muitos anos sem se rela-             às 17h35                                                                                                         em Pediatria
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Bem estar=a vida do faz de conta

  • 1.
  • 2. 2 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO DIÁRIO DA REGIÃO Poesia Josinel Carmona Viagem Lembro-me de ti sempre 13 Rubens Cardia que me deparo com algo interessante ou saboroso. De perfume especial. No almoço ou no jantar. Da entrada à sobremesa Editor-chefe Ao vinho que a tudo acompanha... Fabrício Carareto fabricio.carareto@diarioweb.com.br E que tão bem sabes apreciar. Editora-executiva Viajas em mim. Rita Magalhães Na emoção que te faz presente rita.magalhaes@diarioweb.com.br em meu coração, em minha mente; Coordenação Ligia Ottoboni ainda que o Atlântico entre nós se interponha. ligia.ottoboni@diarioweb.com.br Perfumes e sabores que a mim são brindados Editor de Bem-Estar e TV foram feitos para ti Igor Galante igor.galante@diarioweb.com.br Valdíria Carvalho Corrêa Psicólogo sugere a reflexão: “enquanto Editora de Turismo tenho força e capacidade, tenho me Cecília Demian cecilia.demian@diarioweb.com.br dedicado a oferecer aos que precisam Editor de Arte Editorial de cuidados todo o amor que posso?” César A. Belisário cesar.belisario@diarioweb.com.br Televisão 16 Pesquisa de fotos Mara Lúcia de Sousa Diagramação Cristiane Magalhães Tratamento de Imagens Arthur Miglionni, Humberto Sobre ilusões e Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação Pereira e Luciana Nardelli Matérias Agência Estado Agência O Globo TV Press peças do destino A edição deste domingo da revista Bem-Estar começa com um texto curto, mas de conteúdo profundo, do escritor Yehuda Berg, mostrando, segundo suas palavras, que a Luz do Criador sempre nos acompanha, mesmo nos momentos em que tudo parece estar escuro. Na reportagem de capa, “Ilusão virtual”, psicólogos discutem o uso das redes sociais como uma espécie de “ilha da fantasia”, onde tudo parece perfeito na vida das pessoas, o que pode denunciar problemas de comportamento Acostumado a papéis românticos na como baixa autoestima e desvalorização de si próprio. Logo tevê, Murilo Rosa experimenta a pele adiante, uma reportagem sobre reencontros, e as lições que se de um vilão no folhetim “Salve Jorge” pode tirar desta “peça” pregada pelo destino. Na área da educação, os sites com aulas das melhores universidades do Turismo mundo à distância de um clique. O bullying, um dos problemas mais sérios enfrentados pela juventude e a sociedade atual, é outro tema de reportagem desta edição, assim como o valor de retribuir o carinho e atenção de quem um dia nos cuidou, mote 24 Agência O Globo/Divulgação do artigo do psicólogo Josinel Carmona. Um ótimo domingo. Páginas 8 e 9 RELACIONAMENTO Reencontros, em qualquer nível COMPORTAMENTO de relação, podem nos dar Ridicularização, insultos e pistas de que questões do outros tipos de violência pedem passado não estão resolvidas atenção mais rígida de pais, Páginas 6 e 7 escola e toda a sociedade Páginas 10, 11 e 12 EDUCAÇÃO Sites especializados oferecem PAULO COELHO conteúdo das melhores Em seu artigo, escritor fala da universidades do mundo por meio importância de um profissional Lake Tahoe, na divisa da Califórnia de vídeos e aulas virtuais que poucas vezes percebemos ao com Nevada, tem estações de esqui abrirmos um livro: o tradutor para todos os gostos e bela paisagem Página 32
  • 3. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 3 Espiritualidade ISSO TAMBÉM É PARA O BEM O Criador tem sempre a intenção de dar o que é melhor para nós Yehuda Berg aguarda desesperado para entrar Na verdade, são momentos na lista de espera de outro voo. como esse, realmente caóticos É difícil lembrar que a Luz Se ele ficar com raiva ou de- ou estressantes para nós, em do Criador está sempre conos- primido, entregando-se à situa- que se escondem nossas maio- co. É fácil ter certeza quando tu- ção que enxerga como algo hor- res bênçãos. Quando escolhe- do corre bem, mas nos momen- rível, pode ficar tão consumido mos não ser reativos e temos cer- tos que parecem obscuros ou di- que talvez nunca perceba a mu- teza sobre a ordem do universo, fíceis esquecemos que a Luz ain- lher sentada ao seu lado. podemos descobrir o verdadei- da está presente. Se, em vez disso, escolher ro motivo de uma determinada Considere a situação de um ser proativo, buscar a Luz ali e situação estar ocorrendo. homem que perde um voo. Tal- optar por render-se à situação, Um sábio kabalista sempre vez ele fique furioso porque tem lembrando-se de confiar e apre- dizia a seus alunos: “Isso tam- muitas coisas para fazer no seu ciar o fato de que a Luz está tra- bém é para o bem”, não importa- local de destino e bastante gente balhando a seu favor, poderá va o que estivesse acontecendo. depende da sua chegada. Mal sa- escolher ter uma conversa agra- O Criador tem sempre a in- be ele que sua alma gêmea está dável com a mulher que está tenção de dar o que é melhor pa- sentada ao seu lado enquanto próxima a ele. ra nós. Sempre. ■ Quem é Yehuda Berg é codiretor do The Kabbalah Centre e já escreveu mais de 30 livros sobre assuntos que abordam desde depressão e capacitação, até relacionamentos e a Bíblia. Dois de seus maiores best-sellers, O Poder da Kabbalah e Os 72 Nomes de Deus, foram traduzidos para 20 e 14 idiomas, respectivamente. www.kabbalahcentre.com.br
  • 4. 4 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO Vida Digital Ilusão virtual Pessoas carentes emocionalmente e com necessidade de aceitação encontram nas redes sociais o canal para transformar frustrações em felicidade irreal Gisele Bortoleto Gisele.bortoleto@diarioweb.com.br Nas últimas semanas, neste período de férias e festas de final de ano, to na vi- possivelmente você tenha visto à exaustão na internet fotos maravilho- da familiar, profissional, social, sas no mar, à beira da praia, em bares e restaurantes, ceias deliciosas, sexual e amorosa, a pessoa ingenuamente acredita con- casais aos beijos e abraços. E provavelmente pode ter caído na ar- vencer o interlocutor de experiências que ela gostaria de madilha de achar que seus amigos e todos os que estão na sua ter vivido ou de um modelo de vida que ela idealiza. Ela rede social estavam se divertindo muito mais do que você. não considera o interlocutor um idiota, apenas não perce- Mas já parou para pensar que a maioria das histórias e be a inconsistência ou o ridículo de seus relatos e posts”, imagens presentes ali não passa de um “conto de fa- explica Mara Lúcia, que vai mais além: a fantasia de mui- das”? Uma necessidade mais de mostrar felicidade tos usuários das redes sociais é protagonizar uma história do que ser feliz de fato? de sucesso pessoal, familiar, profissional, social e um públi- Necessidade de aceitação, falta de maturidade e co que os aprove. autoestima, desvalorização de si próprio estão entre as explicações para esse tipo de comportamento. Popularidade Mostrar apenas o lado bom da coisa não é exclu- sivo das redes sociais. Até mesmo quando coloca- Para aqueles que veem esses canais virtuais como pal- mos uma foto em um álbum de fotografias escolhe- co para exibições de suas experiências diárias e alimentam mos só as melhores fotos. expectativas em relação ao público e à crítica, o Facebook A maioria não coloca coisas que desagradam, a me- e o Twiter se tornaram medidores de popularidade. Mui- nos que seja uma tristeza que ela gostaria de comparti- tos usuários publicam algo pessoal e esperam por repercus- lhar e ter o apoio das outras pessoas. “Quando você são. “Quando isso não ocorre, eles se frustram”, afirma está em um grupo de amigos, não conta as coisas Mara Lúcia. Muitas vezes, retiram ou ocultam as publica- ruins para todas as pessoas, só para alguns, e o mes- ções e sentem envergonhados. mo acontece nas redes sociais. Você só comparti- Um estudo da Universidade de Cornell, nos Estados lha aquilo que gostaria que todo mundo soubes- Unidos, feito com 63 estudantes no começo de 2011, des- se”, diz. cobriu que os que passaram três minutos checando seu Ao divulgar a própria imagem nas redes so- perfil revelaram maior autoestima do que quem não aces- ciais, as pessoas se valem dos mesmos esque- sou a rede social. Mas nem tudo são flores. Pesquisadores mas de comportamentos que costumam adotar da Universidade de Waterloo (Canadá) publicaram um es- na vida real. “Quem inventa histórias vantajo- tudo sugerindo que esse efeito positivo não ocorre com as sas aos amigos e colegas de trabalho irá mentir pessoas que têm autoimagem negativa. Na verdade, a rede também na rede. Quem acredita que existem social pode até piorar as coisas. de fato relações maravilhosas (e deve acreditar Se você, assim como outros milhões de pessoas ao re- em Papai Noel, duendes, fadas), irá invejar in- dor do mundo, passa boa parte do seu tempo conectado, verdades, já aqueles que não se iludem igno- saiba que nas redes sociais se manifestam traços de perso- ram ou debocham diante de tais posts”, diz a nalidade. Por meio de seus posts e tweets, exibem traços psicóloga cognitivo-comportamental Mara de inveja, por exemplo. Há quem procure na rede motivos Lúcia Madureira. para alimentar ciúmes patológicos, brigar e ser infeliz ao “Em termos de representação pública da au- vasculhar mensagens e diálogos de pares e cônjuges. E toimagem, sempre haverá mentirosos, crédulos, existem também deslumbrados que fotografam e compar- céticos, sensatos, insensatos e os insanos. Ao rela- tilham desde a xícara do café matinal, o vapor do banho, o tar ou publicar inverdades sobre sucesso absolu- prato do almoço até o pijama.
  • 5. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 5 “As redes sociais disponibi- lizam a oportunidade das pessoas mostrarem o que pre- tendem e como podem. O problema existe quando se faz mau uso dos meios e, com isso, temos um desperdício de tempo, uma formidável fer- ramenta de intrigas entre casais, verdadeira fonte de angústias para re- cém-separados e muito pouco retorno que valha a pena ou signifique realmente algo proveitoso em termos pessoais”, diz Mara Lúcia. ‘Laboratório’ comportamental “O Facebook é a versão digital de nos- Outros postam imagens de ferimentos com tamanha intensidade que atingem blicado é considerado “prova documen- sa sociedade. Reúne diferentes grupos em que sofreram. Pessoas que utilizam o espa- um tom caricato. É dentro desse quadro tal da felicidade”. um único lugar e tornou-se um verdadeiro ço para defender e propagar – às vezes de extrema necessidade de aprovação e “Tamanha é a força dessa ideia que laboratório de estudo do comportamento agressivamente - uma ideia religiosa, en- aceitação que as funções “curtir” e já ouvi pessoas dizerem que não haveria humano”, diz o psicólogo cognitivo-com- quanto outros preferem se apegar a ideais “compartilhar” se elevam a um padrão graça em ir a uma festa se não pudessem portamental Alexandre Caprio. É como políticos ou simplesmente resolver a vida que provavelmente não foi imaginado fotografá-la para publicá-la em seu per- fil. Outras voltam para casa mais cedo uma festa que nunca acaba. As pessoas en- sentimental. pelo criador do Facebook, Mark Zucker- só para podercontar aos outros a expe- tram, se procuram, se conhecem, paque- “A variedade é tão grande quanto a berg: o de “esmola digital”. riência que acabaram de ter”, diz o psi- ram, contam piadas, trocam farpas, e de- diversidade humana. Exatamente por is- Dependendo do grau de carência por cólogo. pois saem. Enquanto tomam banho, almo- so os desequilíbrios emocionais são fá- atenção que alguns usuários atingem - A necessidade de provar que se é feliz çam, dormem ou trabalham, a reunião so- ceis de ser notados”, diz. ressalta Alexandre Caprio - chegam a pe- tornou-se mais importante que a própria cial continua. Quando retornam, existe No Facebook, geralmente, todos es- dir diretamente um “curtir” ou “compar- felicidade. “Esse é o verdadeiro paradoxo um histórico em seu perfil de tudo o que tão sorrindo nas fotos. Os álbuns estão tilhar”. Algumas pessoas criam estraté- do desequilíbrio e, infelizmente, é nessa rolou na sua “ausência”. recheados com festas de formaturas, gias para “chantagear” seus contatos, ape- direção que muitos estão caminhando. Não demorou muito para que o Face- churrascos, cerimônias, encontro com nas para respirar alguns segundos den- Faz-se necessária uma revisão imediata de book fosse comparado a um vício. Milha- amigos, viagens e outros eventos. tro de uma ilusão de popularidade. nossos conceitos em um momento em res de usuários ficam o dia todo conecta- Trata-se de um comportamento ins- “Quando acreditamos verdadeiramente que a tecnologia deveria vir acrescentar fa- cilidades à nossa existência em vez de dos. Muitas pessoas transformaram o pró- tintivo para sentir-se incluso e aceito. em nossos valores, não precisamos pro- criar tantas dificuldades. Enquanto a opi- prio perfil em um verdadeiro diário e ali As pessoas passam a concentrar suas var isso aos outros, nem mendigar aten- nião alheia for mais importante que a nos- colocam tudo que acontece em suas vidas, energias na construção de um perfil que ção”, explica o psicólogo. sa própria, desperdiçaremos a chance de por mais insignificantes que possam pare- mostre para os outros tudo aquilo que As redes sociais se tornaram uma es- viver nossas vidas para construir uma cer os acontecimentos. Alguns publicam elas acham que precisam ser. Passam a pécie de diário oficial das vidas de mui- mentira que, no final das contas, não fará fotografias do que irão comer no jantar. enaltecer qualidades e ocultar defeitos tas pessoas e, por isso, tudo que lá é pu- diferença para ninguém.” ■ (GB)
  • 6. 6 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO Relacionamento Em algum lugar Reencontros criam oportunidades de revivermos sentimentos agradáveis ou para dar solução a algo do passado e assim evoluirmos Gisele Bortoleto das, pois elas constituem for- acertemos algumas coisas que tro retoma a relação, o diálo- rido, nos leva a certas atitudes Gisele.bortoleto@diarioweb.com.br malidades obrigatórias para não foram possíveis no passa- go, a conversa, o afeto no exa- das quais podemos nos arre- que se possa viver uma das do. O coração bate mais forte, to ponto em que foi interrom- pender mais tarde, levando- Ah, quantos desencontros mais singulares emoções da vi- as mãos começam a suar frio e pido”, disse ele. nos a buscar amizades perdi- acontecem na vida. Não impor- da: o reencontro”, já disse o es- é como se tivéssemos estado “Durante nossa vida, afas- das, por causa desses ‘trope- ta em qual fase dela estamos, critor Richard Bach. com a pessoa no dia anterior. tamo-nos de alguém sem que ções’”, diz o poeta e escritor sempre deixamos alguém espe- Sempre fica a vontade de fa- Mas o que permite que haja um motivo realmente vá- Marcial Salaverry. cial pelo caminho. Podem ser zer com que as coisas voltem a reencontremos pessoas que lido, talvez porque por vezes Segundo ele, muitas ve- pessoas as quais perdemos de ser do jeito que eram para que imaginávamos perdidas pelo ocorrem pequenas desinteli- zes, esses desencontros têm vista, amizades com as quais essas pessoas queridas tornem caminho? Certamente a afini- gências e, na tentativa de se conserto. “As pessoas que perdemos contato por um mo- a fazer parte de novo de nossas dade, diria o escritor Arthur acertar as coisas, busca-se amamos são insubstituíveis tivo ou por outro. Uma mu- vidas. E um dia, quando me- da Távola (1936-2008). “A afi- num reencontro uma oportu- ao nosso coração. Aquele lu- dança de cidade, de escola, de nos esperamos, encontramos nidade não é o mais brilhante, nidade de se consertar algo garzinho que elas ocupam fi- emprego. Bate a saudade. Gos- com aquele alguém especial mas o mais sutil, delicado e pe- de errado que fizemos, ou ca marcado com a presença taríamos de encontrar nova- que não víamos há anos e se- netrante dos sentimentos. É o que sofremos, e que pode exi- delas, com o cheiro, com a for- mente essas pessoas, mas por quer tínhamos notícias. É o mais independente. Não im- gir uma grande dose de hu- ma e até o som do riso. E diversas circunstâncias nos é destino aprontando mais uma porta o tempo, a ausência, os mildade, pois devemos supe- quando elas partem, forma-se impossível fazê-lo em determi- das suas, permitindo que final- adiamentos, as distâncias, as rar algo que temos muito arrai- o vácuo”, diz a escritora Letí- nado momento. mente possamos concluir algo impossibilidades. Quando há gado, que é o orgulho, nosso cia Thompson. Mas se a pre- “Não chore nas despedi- que terminou antes do devido, afinidade, qualquer reencon- amor-próprio, que, quando fe- sença física se foi, ficam ain-
  • 7. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 7 Há uma ‘razão’ r do... presente “Os reencontros aconte- cem para que algo seja con- cluído ou revivido de forma adequada, ou para trazer aprendizado e percepção de padrões que se repetem”, diz a terapeuta holística Vânia Medeiros. Tudo acontece no to?”, pergunta a psicóloga Beth Valentim, autora do li- vro “Essa Tal Felicidade” (ed. Elevação). Por isso as pessoas se reencontram e adoram reviver o passado. Colegas de turma de colégio ou faculdade hoje com bas- tempo certo e nada é por aca- tante idade estão se reencon- so, segundo ela. “Às vezes, trando e saindo, revivendo nos relacionamos afetiva- momentos de juventude, mente com alguém em nossa adolescência, relembrando o juventude ou adolescência, o passado, complementa. Às relacionamento acaba, e de- vezes, o sentimento que exis- pois de muitos anos reencon- te entre duas pessoas não é tramos a pessoa e nos apaixo- suficiente para continuarem namos, casamos e vivemos juntas. No entanto, os dois imensamente felizes, ou se- são apaixonados pela histó- ja, quando éramos jovenzi- ria que viveram. Aquela his- nhos, não tínhamos maturi- tória lá atrás significou mui- dade suficiente ou não fo- to, repleta de fantasias, de en- mos capazes de ver a outra contros inesquecíveis e que pessoa de forma plena, ou ficam marcados para sem- não estávamos plenos naque- pre. Muitas vezes as pessoas le relacionamento, mas o des- não se encontram mais fisica- tino nos coloca novamente mente, mas estão ligadas exa- no caminho da outra pessoa tamente por essa história. e, às vezes, ficamos até de for- São apaixonadas pela histó- ma consciente ou incons- ria que viveram. “E como ciente ligados ao outro e, des- história mexe com a gente, sa forma, sempre atraímos a pode a qualquer momento outra pessoa”, diz. voltar a ser relida, vivida ou “Se observarmos os reen- mesmo as pessoas se apaixo- contros, perceberemos que narem outra vez”, explica. são sempre ricos de alguma Com os amigos os senti- forma, mesmo quando as si- mentos envolvidos no reen- tuações negativas se repetem. contro também não são dife- Isso nos faz perceber que não rentes. Viveram coisas incrí- evoluímos, que somos teimo- veis, como uma viagem re- sos, apegados a padrões e si- pleta de brincadeiras, diver- tuações negativas, e quando sões a toda prova. “As pes- aprendemos e mudamos, tu- soas voltam para as nossas vi- do muda, pessoas saem de das porque foi bom. O beijo, nossas vidas e novas chegam, o abraço, o sexo, a relação, as da as lembranças de tudo aqui- Lições mas aquela pessoa traz nova- inclusive as do passado po- risadas, tudo. E quem não de- lo que foi construído juntos: mente o conteúdo que precisa dem voltar, porém agora com seja reviver o que foi legal e os momentos vividos, as horas “A questão dos reencon- revisto e, quem sabe, aprendi- novas energias, evoluídas e deixou lembranças tão signi- compartilhadas, muitas ve- tros é realmente intrigante, es- do agora, com mais maturida- plenas”, completa. ficativas?”, complementa. zes as partidas e os reencon- pecialmente da forma como al- de, com mais chance de ser E o destino, segundo a te- Às vezes, vivemos algo tros. Basta ter paciência e sa- guns deles ocorrem. Dá a im- produtivo. rapeuta, não se trata de algo com alguém na hora errada, ber esperar. Todas as pessoas pressão que ‘lá em cima al- “Diante dessas ‘coincidên- incontrolável por nós, total- é verdade. Ambos talvez que amamos um dia podere- guém está mexendo os pauzi- cias’, seria legal nos perguntar- mente indeterminado, mas não estivessem preparados mos reencontrá-las. O reen- nhos’”, diz o coach e iogatera- mos: o que esta situação pode sim das escolhas de nossa al- para tal sentimento ou rela- contro com essas pessoas nos peuta Salvador Hernandes. estar querendo me ensinar? ma, que tudo sabe. “E quan- ção. Mas se foi bom - ressal- traz novamente uma grande Reencontros podem nos dar Qual a lição?”, complementa. do nos permitimos, quando ta Beth -, se foi marcante, felicidade, que deixamos de pistas de que as questões en- Aproveitemos os reencontros, nos conectamos com a vonta- eles sempre vão sentir sau- sentir quando ficamos in- volvidas com aquelas pessoas que podem ser oportunidades de do nosso Eu Divino, vive- dade daquilo que não se rea- completos quando essas pes- não foram resolvidas - diz ele - maravilhosas de crescimento mos sempre em plenitude e lizou, ficou faltando uma soas decidiram seguir cami- e as lições voltam a se apresen- e aprendizado. Se a pessoa vai graça, tudo flui com facilida- “pontinha”, a que faria fe- nhos diferentes. É reencon- tar como oportunidades que permanecer a partir de então de, parecendo que já estava char um ciclo, e, por algum trar e ver de novo aquele ros- podem ou não ser aproveita- na sua vida, como opção sua e tudo traçado pela vida.” motivo não foi possível. Es- to que nos encantou, aquela das. O que não quer dizer que dela, ótimo. “Aprecie a rique- “Quem esquece um con- tá aí a possibilidade de ser imagem que ficou gravada devemos romper as relações za das novas/velhas relações”, to de fadas? Ninguém, cer- retocado, revivido. (GB) em nossas mentes. atuais para reatar as antigas, sugere Hernandes.
  • 8. 8 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO Educação APRENDIZADO A UM CLIQUE Internet facilita acesso às melhores universidades do mundo por meio de ‘aulas virtuais’ Jéssica Reis processo de legendagem em jessica.reis@diarioweb.com.br massa do portal teve início em outubro do ano passado. Desde A internet é um meio de co- então, mais de 50 novas legen- municação que se tornou mui- das foram incluídas. Hoje, con- to popular nos últimos tempos. siderando as aulas de universi- Por meio dela, é possível se co- dades brasileiras, já são 450 vi- municar com pessoas que estão deoaulas em língua nativa. A a milhares de quilômetros de expectativa é de que até o fim distância. Além disso, uma no- de 2013 esse número aumente. vidade tem facilitado o ensino O criador do Veduca, o en- à distância: são os sites especia- genheiro Carlos Souza, deixou lizados que oferecem conteú- a carreira para trás com o objeti- dos gratuitos das melhores uni- vo de mudar o conceito de edu- versidades do mundo. cação on-line no País. Souza ex- Os vídeos podem ser acessa- plica que todo o conteúdo das dos de qualquer lugar, desde grandes universidades do Bra- que se tenha uma boa conexão sil e do mundo oferecido no Ve- de internet. A maioria dos cur- duca já estava disponível pelo sos é gratuita e tem como mes- Youtube e pelos sites das pró- tres os professores das princi- prias universidades, mas de pais universidades. As opções uma forma não organizada, difí- de salas de aula virtuais são vá- cil de ser encontrada e sem le- rias, só no ano passado foram gendas em português. “A pro- lançados a Classroom TV, que posta do Veduca é, além de tor- oferece mais de 10 mil aulas, de nar esse conteúdo acessível à 33 universidades; a edX, com 7 maioria dos brasileiros, que cursos e 12 universidades, en- não domina outros idiomas, se- tre elas Harvard; e o Coursera, lecionar vídeo-aulas dentro do considerada líder entre as plata- que existe de melhor disponí- formas, com mais 200 cursos vel na web e organizá-las. To- de 33 universidades. dos os vídeos estão agrupados No Brasil, o portal Veduca de maneira simples, em cursos, tem cursos completos sobre to- por sua vez organizados em te- dos os grandes campos do ensi- mas. Nosso acervo será gradati- no superior e conta com mais vamente alimentado, trazendo de 5 mil aulas, de 13 das princi- sempre novas vídeo-aulas com pais universidades do mundo. a chancela das melhores univer- O acesso é gratuito e parte do sidades. Projetamos um aumen- material já está legendado. O to no número de vídeos e de
  • 9. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 9 universidades em cerca de 50% em 2013, em relação ao acervo atual”, conta. No portal, professor e aluno encontram de forma simples e organizada aulas e palestras de excelentes professores e univer- sidades. Segundo o criador do site, professores já recomen- dam aulas e cursos do Veduca em suas aulas presenciais. “Es- tudantes têm navegado em bus- ca de conhecimento comple- mentar ao que já estudaram e também como ferramenta de descoberta de novos interesses acadêmicos ou profissionais. Essencialmente, nossa propos- ta é aliar tecnologia e educação de qualidade. Por isso, sempre enriqueceremos o site com fun- cionalidades e ferramentas que facilitem os estudos na web”, Acesso a conteúdos explica. O site oferece ainda um sis- Estudar pela internet pode (CETIC) mostram que 66% dos tema de busca, em que é possí- não ser fácil como parece, afi- 80 milhões de internautas brasi- vel pesquisar palavras-chave nal, é preciso ter disciplina e leiros entram na internet todos na fala do professor ou pales- foco para não cair nas armadi- os meses em busca de educação trante. Ao clicar em um dos re- lhas da rede mundial de com- e treinamento. sultados da busca, o vídeo co- putadores durante uma vídeo- Embora esses portais espe- meça a partir da primeira men- aula, por exemplo, indo para cializados sejam geralmente ção à palavra pesquisada. Sou- outros sites, em especial as re- voltados para o conteúdo uni- za lembra que desde de que foi des sociais. versitário, o professor do SEB- ao ar, em março de 2012, o site Para o professor Luiz Octá- COC diz que os alunos de cursi- recebeu pouco mais de 1,1 mi- vio Teixeira Stocco, diretor da nhos ou ensino médio também lhão de visitantes, sendo 602 podem ser beneficiados. “Prin- unidade SEBCOC Rio Preto, mil visitantes únicos. São 24 cipalmente para ampliação do os sites especializados em edu- seu repertório, mas sem esque- mil usuários registrados no si- cação são uma oportunidade de te e 17 mil seguidores nas re- cer o foco de matérias de vesti- aprendizado. “São plataformas bulares. Esses cursos devem des sociais (Facebook, Twitter importantíssimas que darão e Google+). Atualmente, as au- ser vistos como uma leitura de um novo estímulo aos universi- uma boa revista, não deve ser o las mais procuradas são das tários, profissionais formados e áreas de ciências da computa- foco principal”, recomenda. professores. Lógico que não há Além disso, os professores ção e matemática. impedimento algum para que também podem utilizar esses De acordo com Souza, foi outros perfis usufruam do servi- sites gratuitos como comple- projetado um aumento do nú- ço. Com a quinta maior popula- mento, por exemplo, para as mero de visitantes, usuários re- ção universitária do mundo aulas. “Nossa escola, que tem gistrados e seguidores nas re- uma preocupação com educa- (6,1 milhões), esses portais colo- des sociais em 10 vezes para ção de qualidade e tecnologia cam o Brasil em rota de oportu- 2013, em relação aos resultados para todas as fases da vida, nidade para que mais e mais registrados no ano passado. A sempre está se reciclando com pessoas interessadas possam projeção é baseada em três fato- treinamento continuado a res: o lançamento da nova ver- aprender por meio da inter- net”, afirma. usar essas novas tecnologias são do site, em fevereiro, novas em sala de aula. É fundamen- funcionalidades e ferramentas Segundo Stocco, os alunos podem ser beneficiados com es- tal que se deixe o pragmatismo para facilitar os estudos dos e parta para as ousadias educa- usuários, e a possibilidade de sas plataformas em vários as- pectos, especialmente para ver cionais existentes e disponíveis interação com os demais inter- no mundo”, explica. ■ (JR) nautas. A disponibilização de uma abordagem dos maiores cursos pagos, com certificação, centros de pesquisa do mundo, Salas de aula virtuais também está entre os projetos como Harvard, de assuntos que para este ano. permite relacionar textos dos parceiro do Veduca, o leitor re- não teriam acesso no Brasil. Coursera - Carlos Souza, criador do Ve- www.coursera.org A outra novidade é o lança- grandes sites de notícia, como ceberá, na própria página, su- mento de uma nova ferramenta jornais e portais de conteúdo gestões de vídeo-aulas no Vedu- duca, diz que o uso da internet Veduca - de distribuição do conteúdo, parceiros, a aulas disponíveis ca que ajudam a explicar os con- com fins educacionais já é uma www.veduca.com.br por meio de uma tecnologia de- em nosso acervo. Por exemplo, ceitos citados na reportagem, realidade no Brasil. Ele afirma que dados do Centro de Estu- Classroom TV - senvolvida pelo portal, chama- ao ler uma reportagem sobre re- como uma aula de Macroecono- www.classroomtv.com da “Content Sense”. “O ‘Con- dução da taxa de juros básica mia em Yale, ou Matemática Fi- dos sobre as Tecnologias da In- tent Sense’ é um algoritmo que do país em um jornal on-line nanceira no MIT”, explica. formação e da Comunicação edX - www.edx.org
  • 10. 10 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO Comportamento BULLYING Elen Valereto elen.valereto@diarioweb.com.br Intimidações, violências, insul- tos, críticas, ridicularização, perse- guições. Essas são algumas das ma- neiras de praticar o bullying, que tem como principal alvo crianças e jovens tímidos, com baixa autoes- tima, menos idade, que se desta- cam na aula, por escolha sexual di- ferente dos demais ou porte físico que chame a atenção. O agressor não tem motivo espe- cífico para perseguir a vítima, mas de certa forma não aceita lidar com qualquer pessoa que, na cabeça de- le, representa o diferente, afirma Nelson Pedro Silva, professor dou- tor do Departamento de Psicologia Evolutiva, Social e Escolar da Uni- versidade Estadual Paulista (Unesp). “Outro aspecto é que o di- ferente nos incomoda, porque ele está dentro de nós, a ponto de ser inconsciente”. Os ataques têm repercussões di- ferentes para cada pessoa, princi- palmente quando se torna algo fre- quente. As vítimas acabam não de- nunciando, sofrem caladas e mu- dam o jeito de ser. “(A criança) co- meça a apresentar comportamen- tos opostos. Se ela gosta de ir à es- cola, não vai querer mais, aparece com machucados, fica isolada no quarto, e algumas meninas come- çam a apresentar quadro de buli- mia e anorexia”, diz o professor. Essas consequências são liga- das diretamente à autoestima, de- sencadeando ainda sentimentos de timidez, insociabilidade e inca- pacidade de conseguir um empre- go no futuro ou desempenhar qual- quer atividade. A humilhação fre- quente, conta Silva, pode ter fim trágico também. “A vítima pode acabar, em um momento de insani- dade ou vingança, pegar um arma e matar várias pessoas (como já ocorreu no Brasil e nos Estados Unidos). Ou até mesmo se matar, ingerindo drogas lícitas e ilícitas.”
  • 11. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 11 ANÁLISE Problema precisa de atenção da escola, dos pais O quanto e da sociedade para ser a escola é prevenido e combatido responsável? Muitos especialistas que es- der” e satisfação para os agres- conta de tudo”, destaca. Cleo Fante tudam a questão são unânimes sores. Outro fator somatório a a respeito do papel da escola esse problema está na perda de Punição? “O papel da escola é prevenir toda e qual- quanto ao bullying: a violência visão da autoridade que pais e quer forma de violência e priorizar a cultura precisa ser prevenida e o am- professores representam. “Existe um movimento de de paz. No entanto, se ocorrer o bullying, de- biente educacional precisa cul- “A escola deve ser um local alguns promotores da infância ve agir imediatamente, uma vez que é de sua tivar a paz e o respeito entre os de formar cidadão de direitos e e juventude que lutam para que responsabilidade a segurança de todos os estu- alunos. No entanto, muito pre- deveres, fortalecendo amiza- o bullying seja considerado cri- dantes que estão sob sua guarda e proteção, cisa ser feito. Eles acreditam des, solidariedade e coopera- me. Mas mais importante que podendo, inclusive, ser responsabilizada por que as escolas, privadas ou pú- ção. E a relação entre pais e edu- nos preocuparmos com puni- omissão. blicas, em sua maioria, não es- cadores precisa de laços de con- ção, devemos nos atentar à pre- Sendo uma ação identificada como bullying tão preparadas para esse enfren- fiança em relação ao papel que venção e educação dos jovens”, ou não, a escola deverá orientar os envolvidos e tamento, sendo até omissas em cada um exerce, cada qual assu- afirma a psicóloga e psicodra- encontrar alternativas que resultem em mudan- muitas situações. mindo a parcela de sua respon- matista Ana Cláudia. ças comportamentais. Especificamente, em rela- “Falta coragem para olhar o sabilidade”, afirma a psicóloga. A pedagoga Cléo Fante, es- ção aos autores, deverá convocar os pais para que problema com a devida gravida- O professor da Unesp, no pecialista em bullying escolar, juntos possam reconhecer as causas de suas atitu- de. Ambos precisam de atenção, entanto, pensa diferente. Para autora do Programa Anti- des a fim de saná-las. e o que normalmente acontece é Silva, não se pode atribuir a bullying “Educar para Paz”, Dependendo da gravidade (lesão corporal, que todas as atenções se voltam responsabilidade de preven- concorda com Ana. “Acredito ameaça ou outra forma de violação de direitos para o agressor, visto como um ção e combate do bullying ape- que a punição não gera reflexão marginal em potencial, e a víti- nas para a escola e a família. e aprendizagem. Em muitos ca- de crianças e adolescentes), a escola deverá ma é esquecida. É necessário Novas leis também não são ne- sos, gera raiva e revolta”. acionar outras instituições, como Conselho Tu- parcerias com psicólogos, soció- cessárias. “Vamos parar com a Enquanto não existe lei que telar, Delegacia de Polícia ou Ministério Públi- logos e assistentes sociais para ideia de se construir leis espe- criminalize o bullying no Bra- co. Quanto às vítimas, deve-se protegê-las e en- trabalhar com pais, alunos e pro- cíficas de combate ao bullying sil, o ECA trata o assunto como contrar meios de cessar as agressões. Em situa- fessores”, diz a psicóloga e psico- e de atribuir a responsabilida- ato infracional. “Poderão ser ções mais graves da exposição, precisa direcio- dramatista Ana Cláudia De Lu- de única e exclusivamente à es- advertidos verbalmente ou por ná-las a profissionais que deverão auxiliar no ca Schiaveto, de Rio Preto. cola e família. Já temos legisla- escrito, convocação dos pais e desenvolvimento de habilidades assertivas. Um ponto inicial está na fal- ção avançada, inclusive elogia- até a transferência compulsória O que percebo é que há muita informação, ta de valores e respeito com o da por países do primeiro (da escola), dependendo da gra- mas equívocos na identificação e nos encami- próximo, o que possibilita jo- mundo - o Estatuto da Crian- vidade da ação e de acordo com nhamentos. Confunde-se bullying com indisci- vens a por em prática ações im- ça e do Adolescente (ECA), a decisão do Colegiado”, expli- plina, conflitos entre estudantes e de estudan- pensadas e que dão certo “po- com algumas exceções, já dá ca a pedagoga. tes com professores, agressões pontuais ou re- petidas e problemas que são inerentes às rela- ções interpessoais. Então, o que falta é conheci- mento, capacitação profissional, além de com- Ataques virtuais promisso de estabelecer uma educação voltada à cultura de paz. Existe um grande movimento contrário ao bullying e outras formas de violências - lidera- O cyberbullying ou bullying ou vídeo nas redes sociais, ou “A falsa sensação de anoni- do por cantores, atores, apresentadores, políti- virtual é mais grave e difícil de mesmo de um comentário com mato e impunidade estimula as cos, escolas, famílias - mas isso não acontece ser combatido, se comparado ao tom pejorativo. Eles não pensam práticas virtuais. Acreditar que em relação à cultura de paz. Devemos inserir bullying físico. “Quando ocorri- nas consequências e acreditam o conteúdo postado fica restri- esse movimento em nosso cotidiano, e as esco- do de forma intencional, fica que tudo é liberado na internet. to leva-os a disponibilizar fo- las têm essa possibilidade: de desenvolver pro- mais fácil de se esconder por trás Durante uma pesquisa reali- tos, ofensas, calúnias, agres- gramas preventivos que oportunizem não so- de um computador ou celular”, zada pela pedagoga Cléo Fante, mente informação, mas vivências e interioriza- sões, etc. Isso por falta de co- conta a psicóloga e psicodrama- especialista em bullying escolar, ção de valores, como respeito, solidariedade, tista Ana Cláudia De Luca foi descoberto que, em um grupo nhecimento e de informações sobre os prejuízos que podem amizade, tolerância, amor”. Schiaveto. de 5.168 estudantes, 31% pratica- Segundo Ana Cláudia, o vam bullying no ambiente vir- atrair para si e seus familiares, CLEO FANTE agressor não tem ideia da propor- tual. Outros 17% estavam envol- como responsabilizações finan- é pedagoga especialista em Bullying Escolar, autora do ção da violência que pode provo- vidos com a agressão no próprio ceiras por danos morais”, diz a Programa Antibullying “Educar para a Paz” e de várias car com a postagem de uma foto espaço físico. pedagoga. (EV) publicações no Brasil e Colômbia
  • 12. 12 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO Formas comuns de bullying Verbal: insultos, ofensas, apelidos maldosos, criticar a vítima Física e material: prática de bater, beliscar, dar empurrões, roubar objetos e até comida Psicológica e moral: humilhações, chantagens, intimidações, discriminação Sexual: assédios, insinuações, abusos e até violência Virtual/cyberbullying: uso de tecnologias, como celulares, filmadoras, internet para espalhar fotos, vídeos, montagens para constranger a vítima Fonte: Cartilha Bullying - projeto Justiça nas Escola, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo Medidas para prevenir e combater Os pais devem sempre é um deles), seguido de também fazer reuniões para conversar com seus filhos, não discussão em grupo coordenado refletir sobre os comportamentos só para a superação desse por psicopedagogos, psicólogos Em alguns casos, propor problema, mas de outros ou ex-alunos que já foram vítimas terapia para vítima e agressor ou praticantes do bullying Colocar cartazes nas Em casos mais graves, Fazer reuniões com alunos e solicitar pais e representantes do escolas com os dizeres “justiça”, demais pessoas que foram Ministério Público e da “dignidade” e “reciprocidade”. vítimas de bullying - assim como Segurança Pública para propor Não mudará as condutas, mas no Alcoólatras Anônimos (AA) medidas ao agressor para não dará início a reflexões repetir a conduta. Isso deve ser Convidar às reuniões do feito sem alarde Exigir condutas de boa grupo pessoas que não sofreram educação, pois é uma condição bullying, mas que se sentiram Promover um espaço necessária à construção das mal ou são contrárias a tais escolar pautado no exercício das excelências morais práticas. Oferece apoio para virtudes e discutir temas, vídeos enfrentar o problema e materiais jornalísticos, pois Palestras com vídeos têm resultados melhores que impactantes (“Laranja Mecânica” Identificar os agressores e exposições orais ■ Fonte: Nelson Pedro Silva, professor doutor do Departamento de Psicologia Evolutiva, Social e Escolar da Universidade Estadual Paulista (Unesp)
  • 13. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 13 Josinel Braga Carmona Psicólogo Rubens Cardia 17/6/2010 VELHO E NOVO Cuidar de alguém com carinho e respeito pode ser visto como um ato de retribuição a tudo o que já recebemos www.sxc.hu/Divulgação Esta é uma boa época para pensarmos na transição. Todo o tempo estamos mu- dando, mas existem algumas fases da vida, do ano, etc, em que mais percebemos isso. Co- mo diz uma frase taoísta: todo excesso é fonte de dor e sofri- mento. Bem, começar alguma coisa, estar no início de um projeto, do ano, da vida; estar no final de um projeto, do ano ou da vida, essas são formas ex- tremas, de modo especial, po- demos compreender esses ex- tremos como excessos. No início, temos excesso de não saber, de ainda não conseguir; no final, temos ex- cesso de saber, de já não mais conseguir. Fazer uma reflexão sobre a criança e o idoso é pensar nos excessos, nos extremos da vi- da e suas necessidades espe- ciais. A criança ainda não po- de estar sozinha, por sua pró- pria conta, necessita da cons- tante presença do outro, de- pende inteiramente dele; o idoso já não pode mais estar sozinho, depende cada vez mais do outro, de sua ajuda, atenção e dedicação. Este é mesmo um bom mo- mento para esta reflexão. Passadas as festas, as ale- grias e euforias, os presentes e as presenças, podemos nos con- centrar um pouco naquilo tu- do que recebemos em nosso ções e incapacidades inicial- preender de fato, sorrir, etc, is- estas realidades com um pou- início de vida, da dedicação da- mente pode ser visto como um so tudo é trabalhoso e cansati- co mais de cuidado vai perce- queles que nos cuidaram e ato de retribuição a tudo o que vo, demanda tempo e dedica- ber o quanto precisamos apren- aquilo que possivelmente ire- já recebemos, contudo, exis- ção, mas com toda a certeza der sobre essas três tão impor- mos receber quando voltar- tem ainda os aspectos existen- posso afirmar que qualquer tantes fases de nossas vidas. mos a necessitar do outro. En- cial e humano do cuidar. uma dessas tarefas se torna Uma boa pergunta para ser tre essas duas fases de depen- Preparar e servir a comida, mais leve na presença do verda- respondida no silêncio da refle- dências e necessidades existe a banho, trocar, ajudar a subir e deiro entendimento do que é xão diária: enquanto tenho for- fase em que podemos (e deve- a descer, entrar e sair, ensinar cuidar e amar aquele que ain- ça e capacidade, tenho me dedi- mos) nos dedicar e cuidar. a falar, ajudar a lembrar, pegar da não pode ou aquele que já cado a oferecer aos que preci- Cuidar de alguém com cari- pela mão, limpar a baba, as fe- não consegue. Qualquer pes- sam de cuidados todo o amor e nho e respeito a suas limita- zes, pentear, perfumar, com- soa que se permitir olhar para dedicação que posso? ■
  • 14. TV - 14 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO Perfil Busca interior Carla Marins recorreu à psicanálise para interpretar mãe de adolescente em “Malhação” Luiza Dantas/Divulgação TV Press cionar com ninguém. Com isso, se dedicou demais apenas ao fi- Personagem de Personagem de Experimentar a maternidade lho e ao trabalho de tradutora, Carla Marins em Carla Marins em trouxe várias mudanças à carrei- exercido em sua própria casa. A “Malhação” é “Malhação” é situação só começa a mudar de- bem diferente da bem diferente da ra de Carla Marins. Mas a princi- dissimulada dissimulada pal delas talvez seja a forma co- pois que o garoto engata um na- Amanda”, de Amanda”, de mo a atriz explora essa caracterís- moro e, ironicamente, ela reata “Morde & “Morde & tica em suas personagens. Prova com o ex-marido. Com direito Assopra”, seu Assopra”, seu disso é que fez questão de contar até a uma gravidez não planejada. trabalho anterior trabalho anterior com o auxílio da psicanálise as- “É legal esse espaço maior que es- sim que foi escalada para viver a tão dando para personagens adul- retraída Alice de “Malhação”. Is- tos. Muita gente acha que ‘Malha- so porque, embora seja mãe de ção’ é feita para jovens e crianças, uma criança, ela assume que, mas pesquisas mostram que sem essa ajuda, talvez fosse mais mães e avós são 60% do público complicado encontrar a profun- que assiste”, valoriza. didade que os conflitos que en- Hoje com 44 anos, Carla sem- volvem a tradutora e o filho, o pre aparentou menos idade. Por mocinho Dinho, papel de Gui- isso, só experimentou atuar como lherme Prates, exigem. “É um mãe de um adolescente em “Pé universo muito distante do meu. na Jaca”, aos 38 anos, quando vi- Precisava achar outra pegada e veu a sonhadora Dorinha. E essa esse seria o melhor caminho. maturidade cênica parece ter mo- Não cabe em qualquer persona- tivado a atriz a marcar presença Instantâneas gem, mas ali eu senti que funcio- naria bem”, justifica. em novos trabalhos na tevê. An- tes, passou cinco anos fazendo aparições rápidas em pequenas Viagem ao passado Carla Marins foi capa da Outro detalhe que ajudou Car- edição de aniversário da revista la na hora de construir Alice foi participações e se dedicando aos “Playboy” em 1992. Na época, palcos e ao curso de Teoria do Trabalhar ao lado de mui- um ar mais juvenil”, recorda. a caracterização. Seu último tra- fez as fotos em Cancun, Teatro, que ainda pretende finali- tos jovens faz com que Carla Curiosamente, a atriz co- no México balho na televisão foi a dissimu- se lembre de uma fase impor- meçou a gravar suas cenas na lada Amanda, participação espe- zar na UniRio. Mas, depois do re- tante de sua carreira. Junto mesma época em que “Malha- Aos 14 anos, a atriz foi cial que a atriz foi convidada a torno na trama de Carlos Lom- com Regina Duarte, ela prota- ção” estreava na Globo, em escolhida para fazer o papel fazer em “Morde & Assopra” e bardi – sua última novela tinha si- principal da peça “O Boi e O do “Porto dos Milagres”, em gonizou “História de Amor”, 1995. E Carla acredita que, de acabou estendida até os últimos Burro a Caminho de Belém”, de 2001 –, já atuou no seriado “Faça novela de Manoel Carlos que lá para cá, as dificuldades de Maria Clara Machado. Sua capítulos da novela. Naquela abordava a difícil relação en- relacionamento entre pais e fi- época, vivia uma vilã que se a Sua História” e na novela “Mor- primeira aparição na tevê foi em de & Assopra”, na Globo, e tam- tre a mãe Helena e sua filha, lhos aumentaram. Com isso, um comercial do Mc Donald’s, aproveitava da boa forma física. Joyce. Na trama, a adolescen- se tornaram mais ricas na tele- dois anos depois bém em “Uma Rosa Com Mas agora, na pele de uma dona te rebelde engravidava do na- dramaturgia. “Ter autoridade Amor”, que protagonizou no A primeira novela de Carla de casa e mãe, Carla preferiu re- morado aos 17 anos e, com is- sobre um adolescente é ainda SBT, em 2009. “É difícil fazer te- Marins foi “Hipertensão”, em laxar e, assim, ganhar um corpo so, mudava a vida de todos na mais complicado atualmente. levisão direto. Novela é um com- 1986. O convite para fazer os que se aproxima mais da realida- família. Sendo que, na época, E acho um assunto muito sé- promisso longo demais e o ator testes para interpretar Carola de de Alice. “Não cheguei a ten- Carla tinha 10 anos a mais rio falar sobre essa falta de li- veio na escola de Wolf Maya, precisa, em algum momento, pa- tar engordar, mas deixei de es- que sua personagem. “A mites que a gente vê. Ainda onde Carla fazia um curso rar e se ‘limpar’ dos resquícios de tar obcecada com isso. Também outros personagens. O teatro me maior preocupação era tornar mais agora, que também sou de interpretação parei de pegar sol e escureci o ca- ajuda muito nisso e a faculdade aquilo possível. Então, decidi mãe. É bem diferente explo- Antes de decidir se dedicar belo”, explica. também”, opina. engordar um pouco e opta- rar isso em cena quando você à carreira artística, Carla Na história, Alice é uma qua- mos por um corte de cabelo começa a viver um pouco da- pensava em fazer faculdade de rentona que, depois da separação, “Malhação” - Globo - Segunda a sexta, curto e bem cacheado. Dava quela realidade”, avalia. ■ Medicina e se especializar passou muitos anos sem se rela- às 17h35 em Pediatria