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APRESENTAÇÃO
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 01
A crise financeira que assustou o Econômica.
No cenário nacional, as atençõesmundo neste terceiro trimestre de
estão voltadas para a aprovação ou2007 não trouxe conseqüências para o
não da prorrogação da CPMFlado real da economia brasileira,
(Contribuição Provisória sobrenesse mesmo período. Este resultado
Movimentação Financeira) até 2011.era esperado, dada a defasagem
Manifestações contrárias e favoráveisexistente entre os efeitos monetários
(ou não tão contrárias assim) são
e os efeitos sobre o produto e o nível
apresentadas a todo o momento
de emprego de um choque na
dentro dessa discussão, e a própria
economia. Como será analisado nas t e o r i a o r t o d o x a a p r e s e n t a
próximas páginas desse boletim, o argumentos prós e contras a essa
terceiro trimestre apresentou bons contribuição. Segundo essa teoria,
resultados para a economia brasileira mais especificamente, segundo a
com crescimento do PIB e do teoria da tributação ótima, a
investimento, aumento do emprego e estrutura tributária de uma economia
do rendimento real do trabalhador. O deve atender aos princípios da
eficiência, da eqüidade e daa u m e n t o d a i n f l a ç ã o , q u e
simplicidade. Ou seja, os tributossurpreendeu o mercado em agosto,
pagos pela sociedade não devemmostrou-se pontual e não pôs em
provocar distorções nos preços dosrisco o cumprimento da meta de
bens, o que os impostos cumulativosinflação de 4,5%. Apesar do
fazem; eles devem ser tais que ocrescimento das importações, a
montante pago por cada indivíduoexportações foram suficientes não só
esteja de acordo com sua capacidade
para garantir um superávit comercial
de contribuição; e eles devem ser de
como também para compensar o
fácil arrecadação, a fim de evitar a
déficit na conta de serviços. As evasão, a sonegação fiscal e o
políticas fiscal e monetária elevado custo de cobrança. A CPMF
mantiveram a suas trajetórias e seus atende ao princípio da simplicidade e
resultados estão dentro dos objetivos pode-se dizer que também atende ao
do governo. No entanto, o primeiro princípio da eqüidade, na medida em
sinal de que a crise no mercado que os indivíduos com maior renda e
imobiliário americano irá afetar o lado movimentação financeira pagam
mais. No entanto, essa contribuiçãoreal da economia foi apontado
possui uma incidência em cascata e,recentemente pelo FED, o Banco
portanto, distorciva, não atendendoCentral americano, que revisou para
ao princípio da eficiência. Por estebaixo as suas expectativas para o
lado, o fim da CPMF eliminaria acrescimento da economia dos EUA em
distorção provocada por ela e,2008. A taxa esperada passou de um
conseqüentemente, favoreceria o
valor entre 2,5% e 2,75% para um
crescimento do produto. Este é um
valor em torno de 1,8% a 2,5%. As
dos principais argumentos contra a
conseqüências dessa crise para o sua prorrogação. Por outro, a CPMF
cenário econômico brasileiro são não é o único tributo brasileiro com
analisadas na seção de Política
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 02
1.POLÍTICA ECONÔMICA
incidência cumulativa, e se este é o segundo o presidente Luís Inácio
principal argumento para a sua “Lula” da Silva, se não é a ideal será
supressão, deveria ser estendido a a “factível” e possível. A própria
todo o sistema tributário brasileiro. teoria da tributação ótima dá
Contudo, o cenário real é de que o suporte ao Presidente, pois os três
governo não pode abrir mão de um princípios por ela estabelecidos são
imposto que arrecadou R$ 32,09 conflitantes entre si. No entanto,
bilhões em 2006, 8,17% da receita essa mesma teoria mostra que há
total arrecadada pelo Governo sistemas tributários melhores do
Federal e, que até outubro deste ano que outros, a depender do que a
arrecadou R$ 29,65 bilhões, 6,12% sociedade prioriza, se a eficiência
do total, se quiser manter a sua econômica, a eqüidade social ou a
política fiscal de superávits simplicidade de arrecadação. Deve-
primários. Sem contar que os se ficar atento para que a prioridade
recursos foram destinados em sua dada pelo governo na proposta
grande maioria à saúde e à apresentada seja a mesma da
previdência social. Assim, o debate sociedade brasileira.
atual em torno da CPMF é mais uma
questão política do que econômica.
No entanto, as questões econômicas
relativas a esta contribuição, e a
todos os demais tributos existentes,
levantadas anteriormente não
devem ser deixadas de lado,
principalmente no momento em que
o governo está prestes a enviar uma
proposta de reforma tributária que,
Numa visão de curto prazo, o Brasil ainda existentes a respeito da CPMF,
atravessa uma fase altamente cujas resistências do Senado à sua
favorável: a inflação continua aprovação deverão, ao fim e ao cabo,
perfeitamente sob controle, ser vencidas, pode-se dizer que o país
beneficiada por um câmbio estaria navegando, neste momento,
crescentemente apreciado; o em águas tranqüilas.
Trata-se, de fato, de indicadorescrescimento do PIB caminha para
econômicos para ninguém botartingir 5% no ano, embora essa taxa
defeito. Mais importante, é que orepresente apenas a metade da
crescimento tem sido puxado peloregistrada para outros países
investimento e o consumo dasemergentes, como a China e a Índia; a
famílias, este beneficiado pelorelação dívida/PIB se encontra
aumento do poder aquisitivo dosestabilizada em torno de 44%; e o
trabalhadores provocado pelapaís conta com reservas externas
apreciação cambial e pela expansãoacumuladas superiores a US$ 170
do crédito, enquanto o setor externo,
bilhões. Se não fossem as dúvidas
responsável pelo dinamismo da
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 03
economia, até há pouco tempo, vem inevitável redução da demanda
atuando como freio a essa tendência, externa para o país; o crescimento do
já que as importações têm crescido a mercado interno, que vem atuando
taxas mais elevadas do que as como principal motor da expansão
exportações. Quando puxado por atual, deverá ser contido pelo
investimentos e consumo, o aumento das importações de bens de
crescimento tende a ser mais firme e consumo, as quais deverão expulsar,
sustentado. deste espaço, nessa etapa, as
Se é possível comemorar este empresas nacionais que dele vêm se
desempenho no curto prazo, as utilizando para vender seus produtos,
perspectivas de longo prazo não já que não têm conseguido, somente
parecem, contudo, alentadoras. O com o aumento da produtividade,
cenário da economia internacional compensar o câmbio apreciado e
continua carregado de muitas nuvens: concorrer no mercado externo. Como
o preço do petróleo continua em resultado, os saldos da balança
elevação, e não há quaisquer comercial serão inevitavelmente
perspectivas, à vista, de sua redução reduzidos, como já vem acontecendo,
de forma mais significativa; as com o país voltando a registrar déficits
incertezas sobre a dimensão das na balança de transações correntes,
perdas provocadas pela crise do como já está previsto para o próximo
crédito subprime nos Estados Unidos ano, mesmo sem se considerar o
para o sistema financeiro e de seus agravamento do quadro atual.
desdobramentos e conseqüências Não sem razão, as autoridades
sobre o lado real da economia, econômicas têm indicado que se
c o n t i n u a m p r e d o m i n a n d o e encontram, em estudo, medidas para
sujeitando a economia internacional a compensar a excessiva valorização do
periódicos solavancos, diante do câmbio, visando estimular as
receio de que a recessão se instale exportações da indústria. Nada dizem,
naquele país e se irradie para o resto contudo, sobre reduções mais
do mundo; o crescimento ainda mais acentuadas da taxa de juros, o que
acelerado do que o esperado de poderia gerar efeitos mais diretos
países, como a China, alimenta o sobre o câmbio, tornando-o mais
temor de que medidas mais drásticas competitivo, mesmo porque, se os
de desaceleração terão de ser Estados Unidos continuarem
tomadas para se evitar piores reduzindo a taxa de juros, com o país
conseqüências inflacionárias. Ou seja, mantendo a sua nos níveis atuais,
são predominantes as expectativas de aumentará o diferencial dos juros
que uma recessão mundial se internos/externos, estimulando ainda
encontra a caminho. mais a entrada de capitais de curto
Se este cenário se confirmar, a prazo e aumentando a perda de
conjuntura favorável de curto prazo, competitividade da produção
para o Brasil, poderá rapidamente nacional. Com isso, a conjuntura
desaparecer. Com o câmbio favorável poderá ceder espaços, ainda
superapreciado, as exportações que mais rapidamente, para a reversão do
estão sendo crescentemente crescimento atual.
sustentadas por commodities
tenderão a perder força, com a
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 04
Tabela 2.1 – Inflação (%)
Jan - Set/07 Set/06 - Set/07
Preços livres 3,82 5,07
Preços administrados 1,16 2,12
Fonte: Banco Central
2.INFLAÇÃO
No dia 17 de outubro, o Banco Central, consumidor amplo medido pelo IBGE,
após a realização da reunião do apresentou elevação de 0,24% em
COPOM, divulgou em sua nota à julho, 0,04 pontos percentuais abaixo
imprensa que “avaliando a conjuntura de junho. O aumento teve forte
macroeconômica, o COPOM decidiu, contribuição do item alimentos e
por unanimidade, fazer uma pausa no bebidas, grupo de maior peso no
processo de flexibilização monetária e índice, com variação de 1,27% em
manter a taxa Selic em 11,25% ao r e l a ç ã o a j u n h o , d e v i d o
ano”. Na ata da reunião, divulgada dia principalmente ao aumento nos
25 de outubro, o COPOM demonstrou preços de leite e derivados (11,31%).
preocupação com o aumento da Outros itens, porém, tiveram variação
inflação, em especial os preços livres, negativa no mês, com destaque para
que subiram acima dos preços a queda de 0,80%, em transportes, e
administrados, como pode ser visto 0,74%, em habitação.
na tabela 2.1. A inflação de setembro, portanto, nos
A preocupação reside no fato de que mostra que a aceleração da inflação
pode haver insuficiência da oferta era apenas pontual e não coloca em
para cobrir o aumento da demanda risco a meta de inflação do Banco
interna. Essa mudança na trajetória Central neste ano, que conduz sua
da inflação deu-se basicamente no política monetária com base no IPCA.
terceiro trimestre. Outro motivo, entretanto, para a
O IPCA, índice nacional de preços ao interrupção na queda da taxa Selic
consumidor amplo medido pelo IBGE, estaria na trajetória da inflação em
apresentou elevação de 0,24% em 2008. No Boletim Focus do final de
julho, 0,04 pontos percentuais abaixo outubro, publicação semanal do
de junho. O aumento teve forte Banco Central sobre as expectativas
contribuição do item alimentos e do mercado, as projeções do IPCA
bebidas, grupo de maior peso no ficaram em 3,86% em 2007 e 4,10%
índice, com variação de 1,27% em em 2008.
r e l a ç ã o a j u n h o , d e v i d o O INPC, Índice Nacional de Preços ao
principalmente ao aumento nos Consumidor, calculado para faixas de
preços de leite e derivados (11,31%). renda entre 1 e 6 salários mínimos,
Outros itens, porém, tiveram variação acompanhou as flutuações do IPCA,
negativa no mês, com destaque para que abrange faixas de renda entre 1 e
a queda de 0,80%, em transportes, e 40 salários mínimos. Os valores
0,74%, em habitação. correspondentes aos três meses
O IPCA, índice nacional de preços ao (0,32% em julho, 0,59% em agosto e
Vitória/ES - Boletim N.39º - 05T a be la 2 .2 – Ín dic e s de pre ç os (% )
In dic a do re s Ju l/0 7 A go/0 7 S e t/0 7
A c u m u la do n o
a n o
IPCA 0 ,2 4 0 ,4 7 0 ,1 8 2 ,9 9
IN PC 0 ,3 2 0 ,5 9 0 ,2 5 3 ,3 9
IPC-F IPE 0 ,2 7 0 ,0 7 0 ,2 4 2 ,9 6
ICV -D IE ES E 0 ,1 5 0 ,4 0 0 ,3 0 3 ,5 0
IG P-M 0 ,2 8 0 ,9 8 1 ,2 9 4 ,0 7
IG P-D I 0 ,3 7 1 ,3 9 1 ,1 7 4 ,4 5
F onte : IBG E, IN P C e D IE ES E
Tabela 2.3 – Decomposição do IPCA
IPCA Jul/07 Ago/07 Set/07
Peso do grupo
no índice**
Índice geral 0,24 0,47 0,18 1,00
Alimentos e bebidas 1,27 1,39 0,44 0,21
Habitação -0,74 0,05 0,54 0,13
Artigos de residência -0,39 0,08 0,17 0,05
Vestuário -0,16 -0,03 0,45 0,06
Transportes -0,8 0,05 -0,16 0,20
Saúde e cuidados pessoais 0,33 0,31 0,35 0,11
Despesas pessoais 0,52 0,59 0,14 0,1
Educação, leitura e
papelaria
0,06 0,38 -0,11 0,07
Comunicação 0,42 0,71 -0,53 0,06
Fonte: IBGE
**Aproximação da estrutura de ponderação no mês de setembro/2007
0,25% em setembro), porém, foram de 0,15% em julho, subindo para
ligeiramente superiores aos 0,40% em agosto e cedendo 0,10 p.p.
registrados pelo IPCA. Isto se deve ao em setembro, para 0,30%. O ICV
fato de que, por se tratar de uma faixa acumula alta de 3,50% no ano.
de renda menor, o grupo alimentos e A inflação medida pelo IGP-M (Índice
bebidas tem ponderação maior na Geral de Preços do Mercado) fechou o
composição do índice. A diferença da mês de junho em 0,28%, ficando 0,02
inflação acumulada entre os dois p.p. acima do patamar observado no
índices do IBGE no ano passou então m ê s a n t e r i o r. E n t r e t a n t o ,
de 0,12 p.p. no final do segundo diferentemente do mês de julho, a
trimestre para 0,42 p.p. no final de inflação em agosto apresentou uma
s e t e m b r o , d e s f a v o r e c e n d o forte aceleração, fechando em
claramente a renda real das famílias 0,98%. Todos os índices que
de menor rendimento. compõem o IGP-M apresentaram alta
O IPC, índice de preços da FIPE para o no mês em questão, o que explica o
município de São Paulo, foi o único aumento do mesmo. Destaque para o
que desacelerou no mês de agosto em IPA-M (Índice de Preços por Atacado)
relação a julho, passando de 0,27% q u e a p r e s e n t o u a u m e n t o
para 0,07%. No mês de setembro, considerável em relação ao mês de
entretanto, também foi o único a julho (0,26%), subindo para 1,31%.
acelerar, com 0,24%. A diferença No mês de setembro, o IGP-M
resulta de uma diferente metodologia apresentou variação de 1,29%,
empregada no cálculo do índice. No ficando 0,31 p.p. acima do observado
ano o indicador apresenta inflação de em agosto e atingindo o patamar mais
2,96%. elevado no ano de 2007. Somente o
Por sua vez, o ICV, calculado pelo IPC-M (Índice de Preços ao
DIEESE também para a cidade de São Consumidor) apresentou deflação em
Paulo, apresentou variações positivas relação ao mês anterior. Todavia, o
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 06
Tabela 2.4 – Componentes do IGP-DI (em %)
Indicadores Jul./07 Ago. /07 Set. /07 Acumulado no
Ano
IGP-DI 0,37 1,39 1,17 4,45
INCC-DI 0,31 0,26 0,51 4,62
IPA-DI 0,42 1,96 1,64 4,79
IPC 0,28 0,42 0,23 3,47
Fonte: FGV
INCC-M (Índice Nacional de acima do observado em agosto, fruto
Construção Civil) e o IPA-M que juntos da elevação do subgrupo Materiais
explicam por 70% do IGP-M, que passou de 0,16%, em agosto,
registraram aumento de preços para 0,79%, em setembro. No
quando comparados ao mês de acumulado do ano, o IGP-DI se
agosto. O INCC-M passou de 0,35% encontra 4,45%. Pode-se dizer que o
para 0,39% enquanto que o IPA-M grande vilão do IGP-DI, nesse terceiro
passou de 1,31% para 1,83%. No trimestre de 2007, foi o IPA-DI, que
acumulado do ano, o IGP-M variou apresentou forte aumento em agosto
4,07%. e setembro e, por ser bastante
O IGP-DI (Índice Geral de Preços – representativo na composição do IGP-
Disponibilidade Interna), que difere do DI, puxou o mesmo para níveis bem
IGP-M no que tange o período de elevados. Isso contribuiu para o forte
coleta dos dados, fechou o mês de aumento do IGP-DI no acumulado do
julho em 0,37%, 0,11 p.p. acima do ano.
que o observado no mês de junho. No mês de julho o preço médio da
E s t e a u m e n t o p a r e c e e s t a r cesta básica aumentou em nove das
relacionado ao aumento dos preços do dezesseis capitais pesquisadas pelo
IPA-DI, que explica por 60% do IGP- DIEESE. Os maiores aumentos foram
DI e apresentou variação de 0,42%, apurados em João Pessoa e Natal, que
ante 0,09% no mês anterior. Tanto o registraram R$ 143,55, e R$ 148,30,
INCC-DI quanto o IPC apresentaram respectivamente. No entanto, o valor
diminuição dos preços no mês de julho da cesta em Porto Alegre (R$ 200,97)
quando comparado ao mês anterior. continuou a ser o mais alto do país. O
Contudo, no mês de agosto, o IGP-DI leite in natura, a carne e o feijão se
fechou em 1,39% sendo este o maior destacaram no aumento de seus
valor do índice no ano corrente. Tal preços. O preço do leite in natura
fato pode ser entendido haja vista que registrou alta expressiva, chegando a
o IPA-DI e o IPC, que juntos explicam 22,22%, em Porto Alegre, e 22,08%,
em Vitória. A carne, item de maiorpor 90% do índice, apresentaram
peso na cesta básica, subiu em 15elevação, fechando em 1,96% e
capitais, com destaque para0,42%, respectivamente. Em
Florianópolis, 12,28%, e Porto Alegre,setembro, o IGP-DI registrou elevação
9,66%. O feijão apresentou aumentode 1,17%. Novamente o IPA-DI
em doze capitaisapresentou elevação considerável e
fechou o mês em 1,64%. Além disso, o
INCC-DI fechou em 0,51%, 0,25 p.p.
, sendo o principal
em Natal (20%).Já Vitória obteve uma
redução de -2,45%, desse produto.
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 07
Tabela 2.5 – Preço médio da cesta básica – R$ correntes
CAPITAL Jul/07 Ago/07 Set/07 Var.(%)
Aracaju 142,98 150,82 157,15 9,91
Belém 154,58 161,64 165,59 7,12
Belo Horizonte 162,37 175,59 180,57 11,21
Brasília 172,30 176,21 176,57 2,48
Curitiba 167,85 174,28 176,62 5,22
Florianópolis 173,27 180,63 184,95 6,74
Fortaleza 130,83 141,53 147,75 12,93
Goiânia 152,35 155,79 159,28 4,55
João Pessoa 143,55 151,24 144,64 0,76
Natal 148,30 162,56 163,03 9,93
Porto Alegre 200,97 206,39 206,78 2,89
Recife 143,48 149,26 145,15 1,16
Rio de Janeiro 177,71 182,14 187,95 5,76
Salvador 137,88 146,93 148,06 7,38
São Paulo 186,98 193,04 194,34 3,93
Vitória 164,04 172,55 179,95 9,70
Fonte: DIEESE
A farinha de Trigo, o óleo de soja, o feijão, do pão, do óleo de soja
pão e a manteiga também também encareceram no período. O
encareceram. O tomate destacou-se açúcar e a batata registraram queda
entre os produtos que registraram em agosto, sendo em João Pessoa
quedas, sendo em Porto Alegre registrada a maior queda no preço do
apurada a maior delas, - 35,10%, açúcar (-14,29%) e em Goiânia o
seguido de Curitiba, Goiânia, maior recuo no preço da batata (-
Fortaleza e São Paulo. Já em Natal, 16,24%).
João Pessoa e Recife foram No mês de setembro, o preço da cesta
registrados os maiores aumentos,
básica aumentou em 14 capitais,
chegando a 32,73%, em Recife. O
porém reduziu-se o ritmo deaçúcar e o café também sofreram
crescimento. As maiores altas foramretrações expressivas em seus
p r e ç o s . O
p r e ç o d o
açúcar caiu
e m 1 2
c a p i t a i s ,
principalment
e em Goiânia -
23%. Já o
c a f é f i c o u
mais barato
e m d e z
c a p i t a i s ,
destacando-
se Curitiba (-
7 , 3 3 % ) e apuradas em Fortaleza (4,39%),
Florianópolis (– 6,72%).
Vitória (4,29%) e Aracaju (4,20%).
No mês de agosto, a cesta básica
João Pessoa e Recife destacaram-seaumentou em todas as dezesseis
pelo recuo de -4,36% e -2,75%,capitais pesquisadas pelo DIEESE.
Porto Alegre novamente apresentou a respectivamente. Porto Alegre
cesta básica mais cara, R$ 206,39. continuou a apresentar a cesta básica
Vitória registrou R$ 172,55. O tomate
mais cara do país R$ 206,78. Em
destacou-se por subir nas dezesseis
Vitória, o preço apurado foi de R$capitais, sendo que Vitória registrou o
179,95. O óleo de soja apresentoumaior aumento, 58,33%, seguido por
Belo Horizonte, 44,17%. Apenas Rio alta em todas as dezesseis capitais. O
de Janeiro e Goiânia tiveram aumento arroz também subiu, principalmente
menor do que 10%. A principal causa
em Florianópolis (10,74%). A carne
do aumento desse produto é a seca
aumentou em 13 capitais, sendo emnas regiões produtoras. O leite
também subiu chegando a 28,97%
em Salvador. Os preços da carne, do
Aracaju apurado a maior alta, de
10,63%. O pão, o leite, o feijão e o ca-
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 08
3.NÍVEL DE ATIVIDADE
De acordo com os dados da contas Comportamento animador em vista
nacionais trimestrais divulgados pelo das projeções do governo para o
IBGE (Instituto Brasileiro de crescimento do produto em 2007,
Geografia e Estatística), o segundo mas que se torna um tanto tímido
trimestre do ano de 2007 apresentou quando comparado com 2004, ano de
um crescimento do PIB a preços de maior crescimento do governo Lula,
mercado de 5,44%, em relação ao quando a taxa de crescimento do
m e s m o t r i m e s t r e d e 2 0 0 6 . segundo trimestre registrou 7,51% de
¹Os dados do terceiro trimestre de 2007 serão divulgados pelo IBGE no dia 12 de dezembro deste ano.
TAB EL A 3.1. Va ria çã o % do P IB pe la s ótica s do produ to e da de m a n da - se gu n do trim e stre e m
re la çã o a igu a l pe ríodo do an o im e dia ta m e n te an te rior.
Setor de atividade 200 3 II 200 4 II 200 5 II 200 6 II 200 7 II
Agropecuária 10,1 0 4,54 0,37 -2,27 0,16
Indústria -0,39 11,4 6 2,02 -0,88 6,78
Extrativa m ineral -2,68 14,5 0 10,0 3 0,55 5,95
Transform ação 1,24 11,4 1 0,86 -2,62 7,20
Construção civil -5,46 10,4 8 1,26 2,50 6,23
Prod. e dsitrib.de eletricidade, gás e água 0,37 11,0 0 5,08 2,18 6,02
Serviços 0,67 5,79 3,49 3,01 4,81
Com ércio -1,40 9,14 3,56 2,05 8,07
Transporte, arm azenagem e correio -3,75 7,80 4,47 1,29 5,70
Serviços de inform ação 6,49 4,44 4,55 -0,83 7,49
Interm . financ, seguros, prev. com plem. e
serv. rel. -5,43 10,5 6 6,61 10,4 9 9,59
O utros serviços -0,46 6,22 3,35 2,10 2,55
Ativ. im obiliárias e aluguel 5,15 2,17 4,27 4,42 4,01
Adm ., saúde e educação públicas 3,27 3,39 0,96 2,37 1,58
Valor adicionado a preços básicos 1,28 7,35 2,73 1,08 4,98
Im postos líquidos sobre produtos -0,92 8,47 3,41 3,50 8,57
P IB a pre ços de m e rca do 0,97 7,51 2,80 1,44 5,44
Consum o das fam ílias -3,07 3,89 4,67 4,11 5,80
Consum o do governo 0,38 4,56 2,47 3,63 3,89
F orm ação bruta de capital fixo -8,05 13,9 9 3,44 5,50 13,7 9
Exportação 26,1 3 16,0 5 9,89 -1,73 12,9 5
Im portação (-) -5,64 17,6 1 9,32 13,3 2 18,7 2
F onte: Elaboração dos autores com base em dados do SCN trim estral
No período de julho a setembro,fé, encareceram contidamente.
Apenas o açúcar e a batata todas as capitais registraram alta no
destacaram-se pelo predomínio do preço da cesta básica, com destaque
recuo. No caso do açúcar, Aracaju e para Fortaleza que registrou a maior
Brasília registraram as maiores
alta, de 12,93%. Em Vitória oquedas de -6,58% e -6,49%,
aumento foi de 9,70% no período.r e s p e c t i va m e n t e . A b a t a t a ,
pesquisada em nove cidades do
Centro-Sul, apresentou queda em
sete delas, sendo a maior em Porto
Alegre (-21,88%).
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 09
variação positiva contra o mesmo uma melhora significativa no nível de
trimestre do ano imediatamente atividade da economia, caso tal
anterior, isto é, 2003. tendência se consolide, uma vez que
O produto a preços básicos também este é o setor gerador de maior valor
apresentou crescimento no segundo agregado e o que mais absorve mão-
trimestre deste ano em relação a de-obra. Além disso, tal crescimento
igual período de 2006, porém da ajuda a arrefecer um pouco o intenso
ordem de 4,98%. Enquanto isto, os debate acerca de um possível
impostos líquidos sobre o produto processo de desindustrialização pelo
ampliaram-se em 8,57%, quando qual estaria atravessando o país, ainda
comparado com o mesmo período do q u e s e j a m u i t o c e d o p a r a
ano anterior. Segundo o IBGE, este interpretarmos esse comportamento
resultado encontra explicação no pontual da indústria como uma
aumento da arrecadação dos tendência sólida, ou de longo prazo.
impostos sobre os bens e serviços Não obstante, pode ser um indicativo
importados. doiníciodeumarecuperaçãodosetor.
O PIB em valores correntes, A construção civil, com crescimento
abordagem que não exclui o efeito da 6,23%, segue logo abaixo do setor
inflação, encerrou o trimestre com um de transformação quando o assunto é a
montante superior a R$ 630 bilhões, contribuição de cada setor para
cifra que se posiciona R$ 33,5 bilhões expansão da indústria como um todo.
acima do resultado apurado em igual Tal segmento é um ótimo indicador de
período do anod e 2 0 0 6 . aquecimento da economia. Um
aumento no ritmo de atividade da
Ótica do produto construção civil, setor que envolve
Com base na tabela 3.1, observa-se diversas faixas de renda da
que o setor agropecuário cresceu população, significa, por um lado,
0,16% no segundo trimestre do ampliação da renda gerada na
exercício corrente em relação ao economia, o que pode se reverter
mesmo trimestre do ano anterior. E em crescimento da demanda por
essa diferença, ainda que bastante moradias. Além disso, pode significar
pequena, torna-se animadora se também, ampliação do investimento
levarmos em conta que no segundo governamental em infra-estrutura, ou
trimestre de 2006, em comparação ainda ser reflexo do aumento do
com o mesmo período de 2005, parque produtivo por parte do
observou-se um decréscimo de 2,27% empresariado. Deve-se ter em conta
nessesetor. que todo este movimento cíclico da
O setor industrial foi destaque nesse economia depende da manutenção do
segundo trimestre, apresentando ritmo de crescimento. Um semestre
crescimento de 6,78% acima do apenas não permite afirmar, com
observado no mesmo período de segurança, a persistência dos efeitos
2006. A maior contribuição veio do benéficos da ampliação produtiva
s u b - s e t o r d a i n d ú s t r i a d e para o conjunto da economia.
transformação, com crescimento de O setor de serviços apresentou
7,20%, o que pode se caracterizar elevação de 4,81% em relação ao
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 10
segundo
trimestre
de 2006.
O s
s e r v i ç o s
que mais
ajudaram
n e s t e
s e n t i d o
foram os
d e
intermedi
A ampliação da FBCF foi coerente coma ç ã o
a elevação da produção industrial nofinanceira, seguros, previdência
período, configurando-se como ac o m p l e m e n t a r e s e r v i ç o s
maior taxa desde 2004, quando àrelacionados, bem como o comércio,
época, esse agregado ampliou-se emcom crescimentos, respectivamente,
13,99%, em relação ao apurado noda ordem de 9,59% e 8,07%. A alta
segundo trimestre de 2003. Otaxa de crescimento do comércio pode
resultado apresentado no segundoser explicada pela elevação da massa
trimestre de 2007 torna-se aindasalarial e ampliação na oferta de
melhor quando comparado aos níveiscrédito, bem como pela estabilidade
de crescimento apresentados nosda inflação, concomitante a uma
segundos trimestres de 2005 e 2006,redução da taxa de juros que permite
respectivamente, 3,44% e 5,5%, emque os preços para pagamento à
relação a igual período dos exercíciosprazo, em quatro ou cinco vezes,
imediatamente anteriores.possam ser os mesmos daqueles
Mesmo com esse desempenho, napraticados à vista. Os demais sub-
tabela 3.2 pode-se verificar que asetores também apresentaram taxas
FBCF mantém-se estável, registrandopositivas, assim como todos os outros
apenas uma pequena elevaçãocomponentes na apuração do PIB pela
percentual, quando medida emótica do produto.
termos de sua participação no PIB,
haja vista em 2006, ter sido da ordemÓtica da Demanda
de 16,80% e nos dois primeirosPor esta ótica de mensuração do PIB, o
t r i m e s t r e s d e 2 0 0 7 t e r s ecomportamento dos diversos
estabelecido, respectivamente, emcomponentes foi, nesse segundo
17,21% e 17,73% do PIB, nãotrimestre e de maneira geral, positivo,
perfazendo, portanto, qualquerapresentando elevadas taxas de
modificação relevante.crescimento para as importações,
As importações foram o grande18,72%, para a formação bruta de
destaque, apresentando a maiorcapital fixo (FBCF), 13,78% e as
elevação entre os outros exercíciosexportações, com 12,95%, quando
analisados, ou seja, 18,72%. Acomparados com o mesmo trimestre
explicação para esse fenômenode 2006.
T A B E L A 3 . 2 . C o m p o s i ç ã o p e r c e n t u a l d o P I B p e l a ó t i c a d a
d e m a n d a ( e m 2 0 0 6 e n o s d o i s p r i m e i r o s tr i m e s tr e s d e 2 0 0 7 ) e P I B p m
e m v a l o r e s c o r r e n t e s .
P e río d o 2 0 0 6 2 0 0 7 I 2 0 0 7 II
C o n s u m o d a s fa m ília s 6 0 ,3 6 6 1 ,7 4 6 0 ,2 3
F o rm a ç ã o b ru t a d e C a p it a l F ix o 1 6 ,8 1 7 ,2 1 1 7 ,7 3
C o n s u m o d o G o v e rn o 1 9 ,9 3 1 9 ,1 5 1 8 ,9 4
E x p o rt a ç ã o 1 4 ,6 6 1 3 ,9 4 1 3 ,9 1
Im p o rt a ç ã o ( - ) 1 1 ,7 2 1 2 ,2 2 1 1 ,9 4
V a ria ç ã o d e E s t o q u e s ( - ) 0 ,0 3 0 ,1 8 1 ,1 3
T o t a l 1 0 0 1 0 0 1 0 0
P I B p m ( V a lo r e s c o r r e n t e s ) 2 3 2 2 8 1 8 5 9 6 5 1 7 6 3 0 2 0 0
F o n t e : E la b o ra ç ã o d o s a u t o re s c o m b a s e e m d a d o s d o S C N t rim e s t ra l .
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 11
repousa, principalmente, na de 12,95%. A manutenção das taxas
valorização da moeda nacional, o que positivas de exportação, mesmo com
permite que as mercadorias externas o câmbio valorizado, deve-se ao
se tornem atrativas para os c r e s c i m e n t o d a s e c o n o m i a s
consumidores nacionais. Apesar das e m e r g e n t e s , q u e c o n t i n u a m
i m p o r t a ç õ e s p r e s s i o n a r e m demandando nossos produtos
negativamente a composição do primários. Tal análise baseia-se,
produto e transferirem renda para o especialmente, na forte participação
exterior, convém analisar a pauta de das commodities minerais e agrícolas
importações para averiguar se os na pauta de exportações do país.
produtos importados são, em sua Outro ponto que merece destaque é
maioria, insumos para a produção, ou que enquanto as importações
apenas bens de consumos, que ampliaram sua participação no
poderiam, ou não, estar sendo produto, as exportações diminuíram.
produzidos no país. Nesse período, os No ano de 2006, as exportações
principais produtos importados foram representaram 14,66% do PIB
o petróleo bruto, partes e peças para brasileiro. Já nos dois primeiros
veículos e medicamentos para t r i m e s t r e s d e 2 0 0 7 t a l
medicina humana e veterinária, o que r e p r e s e n t a t i v i d a d e c a i u ,
se pode concluir que o nosso país não respectivamente, para 13,94% e
está utilizando a fase do câmbio 13,91%.
favorável às importações para equipar Já o consumo das famílias teve um
o seu parque produtivo. Isto significa aumento um pouco menos expressivo
um processo de transferência de no segundo trimestre de 2007,
renda para o exterior, ainda que parte quando comparado ao mesmo período
desses produtos importados seja de de 2006. A elevação foi de 5,80%, o
extrema relevância para a população, que pode ser explicado tanto pelo
como é o caso dos medicamentos. aumento do emprego formal nesse
Nos dois primeiros trimestres do ano, período, fator este de ampliação do
a participação das importações na nível de renda das famílias, como
c o m p o s i ç ã o d o P I B f o i , também pelo aquecimento da
respectivamente, de 12,22% e e c o n o m i a c o m o u m t o d o ,
11,94%, estabelecendo-se, portanto, principalmente na indústria, como
acima, daquela apresentada na exposto anteriormente.
composição do PIB de 2006, ou seja, O consumo das famílias continua
11,72%. sendo a variável com a maior
O comportamento das exportações, participação na composição do PIB e
quando comparado o segundo se mantém relativamente constante
trimestre de 2006 com o segundo nesta posição. No ano de 2006 essa
trimestre de 2005, apresenta redução categoria representou 60,36% da
de 1,73%. No entanto, confrontando- demanda agregada da economia e nos
se o segundo trimestre de 2006 com o dois primeiros trimestres de 2007 tal
segundo trimestre de 2007, torna-se contribuição foi, respectivamente, de
evidente a recuperação, bastando 61,74% e 60,23%.
observar a variação positiva da ordem O governo por sua vez, preocupado
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 12
com a manutenção do superávit do ano, momento em que o governo
primário, mantém seus gastos em gastou 19,15% do PIB, e com o ano
nível moderado. Ainda assim, anterior, quando atingiu 19,93%.
apresentou elevação de 3,89%, a
maior taxa de variação entre os INDÚSTRIA
segundos trimestres desde o ano de A indústria brasileira fechou o terceiro
2004. No entanto, este crescimento trimestre de 2007 com mais um
não indica uma tendência de resultado positivo. A produção
participação mais acentuada do industrial cresceu 0,42% (Tabela 3.3)
governo no cômputo do PIB, uma vez entre julho e setembro, resultado
que a participação dos gastos significativo se comparado com o do
governamentais no produto, neste segundo trimestre do ano, quando o
segundo trimestre de 2007, foi de crescimento foi da ordem de 2,5%.
18,94%, a menor taxa quando É importante salientar que,
confrontada com o primeiro trimestre comparando o comportamento deste
T a b e l a 3 . 3 - P r o d u ç ã o f í s ic a i n d u s t r i a l p o r s e ç õ e s e a t i v i d a d e s i n d u s t ri a i s –
B r a s i l - V a r i a ç ã o e m %
M ê s / m ê s i m e d i a t a m e n t e a n t e r i o r
S e ç õ e s e a t i v i d a d e s i n d u s t r i a i s j u l / 0 7 a g o / 0 7 s e t / 0 7
A c u m u l a d o
t e r c e i r o
t r i m e s t r e
1 . I n d ú s t r i a g e r a l - 0 , 3 8 1 , 2 7 - 0 , 4 7 0 , 4 2
2 . I n d ú s t r i a e x t r a t i v a 0 , 7 0 , 4 5 - 0 , 8 2 0 , 3 2
3 . I n d ú s t r i a d e t r a n s f o r m a ç ã o - 0 , 5 1 1 , 4 1 - 0 , 3 6 0 , 5 3
3 . 1 A l i m e n t o s - 2 , 6 7 3 , 7 0 , 8 5 1 , 7 8
3 . 2 B e b i d a s - 0 , 6 1 3 , 8 4 - 2 , 6 5 0 , 4 8
3 . 3 F u m o - 4 , 5 6 1 , 8 4 - 4 , 0 4 - 6 , 7 4
3 . 4 T ê x t i l - 0 , 4 0 , 0 9 0 , 6 9 0 , 3 8
3 . 5 V e s t u á r i o e a c e s s ó r i o s - 1 , 8 7 0 , 0 5 - 2 , 9 4 - 4 , 7 1
3 . 6 C a l ç a d o s e a r t i g o s d e c o u r o - 3 , 3 8 2 , 7 5 0 , 4 2 - 0 , 3 1
3 . 7 M a d e i r a 2 , 6 3 1 , 7 9 - 0 , 8 1 3 , 6 2
3 . 8 C e l u l o s e , p a p e l e p r o d u t o s d e p a p e l - 0 , 4 6 - 0 , 8 8 - 7 , 2 3 - 8 , 4 7
3 . 9 E d i ç ã o , i m p r e s s ã o e r e p r o d u ç ã o d e g r a v a ç õ e s 4 , 2 5 - 3 , 4 9 1 , 6 3 2 , 2 5
3 . 1 0 R e f i n o d e p e t r ó l e o e á l c o o l - 3 , 2 4 1 , 1 8 0 , 9 5 - 1 , 1 8
3 . 1 1 F a r m a c ê u t i c a - 3 , 5 3 - 2 , 0 0 - 2 , 4 7 - 7 , 7 9
3 . 1 2 P e r f u m a r i a , s a b õ e s , d e t e r g e n t e s e p r o d u t o s d e
l i m p e z a
- 4 , 1 7 2 , 0 4 - 1 , 7 5 - 3 , 9 3
3 . 1 3 O u t r o s p r o d u t o s q u í m i c o s 3 , 5 2 - 1 , 6 3 - 3 , 0 2 - 1 , 2 5
3 . 1 4 B o r r a c h a e p l á s t i c o 0 , 3 3 0 , 7 4 - 0 , 3 6 0 , 7 1
3 . 1 5 M i n e r a i s n ã o m e t á l i c o s 1 , 3 5 - 1 , 6 5 - 0 , 7 4 - 1 , 0 6
3 . 1 6 M e t a l u r g i a b á s i c a - 0 , 2 2 - 0 , 9 2 - 0 , 1 8 - 1 , 3 1
3 . 1 7 P r o d u t o s d e m e t a l - e x c l u s i v e m á q u i n a s e
e q u i p a m e n t o s
- 5 , 2 6 0 , 8 2 1 , 0 2 - 3 , 5 1
3 . 1 8 M á q u i n a s e e q u i p a m e n t o s - 3 , 1 3 3 , 7 1 0 , 7 2 1 , 1 8
3 . 1 9 M á q u i n a s p a r a e s c r i t ó r i o e e q u i p a m e n t o s d e
i n f o r m á t i c a
1 , 8 9 3 , 2 5 1 , 8 2 7 , 1 2
3 . 2 0 M á q u i n a s , a p a r e l h o s e m a t e r i a i s e l é tr i c o s - 0 , 0 1 - 0 , 7 4 1 , 7 8 1 , 0 1
3 . 2 1 M a t e r i a l e l e t r ô n i c o , a p a r e l h o s e e q u i p a m e n t o s d e
c o m u n i c a ç õ e s
0 , 4 2 5 , 9 7 2 , 0 2 8 , 5 6
3 . 2 2 E q u i p a m e n t o s d e i n s t r u m e n t a ç ã o m é d i c o -
h o s p i t a l a r , ó p t i c o s e o u t r o s
- 1 , 4 1 3 , 4 3 - 2 , 2 2 - 0 , 2 9
3 . 2 3 V e í c u l o s a u t o m o t o r e s 2 , 4 8 3 , 9 4 - 3 , 0 5 3 , 2 6
3 . 2 4 O u t r o s e q u i p a m e n t o s d e t r a n s p o r t e 8 , 2 6 2 , 6 1 - 2 , 6 6 8 , 1 3
3 . 2 5 M o b i l i á r i o 1 , 1 5 2 , 9 7 - 3 , 7 1 0 , 2 9
3 . 2 6 D i v e r s o s - 0 , 7 5 - 1 , 4 1 1 , 8 3 - 0 , 3 6
F o n t e : I B G E - P e s q u i s a I n d u s t ri a l M e n s a l - P r o d u ç ã o F í s i c a
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 13
t e r c e i r o
trimestre com
o m e s m o
período do ano
a n t e r i o r, a
p r o d u ç ã o
i n d u s t r i a l
cresceu 6,4%,
totalizando 16
t r i m e s t r e s útil a mais.
seguidos de crescimento. Já na série Merece destaque o ramo de celulose,
que compara o crescimento com o papel e produtos de papel, pois o mês
trimestre imediatamente anterior o de setembro caracteriza-se como
resultado se mantém positivo há oito período de paralisação das atividades
trimestres. Por isso, não é uma por parte das grandes empresas do
afirmação frágil dizer que neste ano o setor para manutenção dos
setor industrial poderá ser o equipamentos. Isso explica a grande
responsável por elevar o crescimento queda observada neste mês.
do produto, mesmo com a recente A tabela 3.3 demonstra também que o
modificação de metodologia de cálculo segmento de veículos automotores
do PIB, que acaba por atribuir menos continua em processo de crescimento,
peso à indústria. viabilizado principalmente pelas
baixas taxas de juros, a concessão deApesar do mês de setembro ter
crédito e as inúmeras opções deapresentado, na maioria das seções e
financiamentos na compra deatividades industriais, uma taxa de
automóveis. Acompanhando tal
variação negativa, o comportamento
tendência, aparece a rubrica de outros
da indústria ao longo dos outros dois
equipamentos de transporte, que
meses mais do que compensou tal inclui a produção de motocicletas,
v a r i a ç ã o . O r e s u l t a d o p r i n c i p a l r e s p o n s á v e l p e l o
majoritariamente negativo neste crescimento trimestral (8,13%).
Na divisão da produção industrial porúltimo mês do trimestre é atribuído ao
categorias, duas se destacaram nestenúmero de dias úteis, quatro a menos
terceiro trimestre, quais sejam, a deque o mês de agosto, de que teve 23
bens de capital e bens de consumo
dias úteis. O coordenador da indústria
duráveis. A categoria de bens de
no IBGE, Silvio Sales, disse que apesar c a p i t a l d e s e m p e n h o u p a p e l
das séries sofrerem ajuste sazonal, espetacular nestes três meses, o que
esse menor número de dias úteis pode pode denotar algum reflexo da PITCE
(Política Industrial, Tecnológica e deter gerado o que é chamado de “efeito
Comércio Exterior) do governocalendário”. Tal fato pode ser
federal. Lançada em 31 de março decomprovado pela produção industrial
2004, como parte integrante do
brasileira de setembro de 2007 que
conjunto de medidas previstas no
ficou 5,6% abaixo da observada no Plano Plurianual (PPA) do segundo
mesmo mês em 2006, que teve um dia
Tabela 3.4 - Produção física industrial por categorias de uso - Brasil – Variação %
Categorias de uso
Mês/mês imediatamente
anterior
Acumulado
terceiro
trimestrejul/07 ago/07 set/07
Bens de capital -1,11 3,60 1,43 3,92
Bens intermediários -0,10 0,81 -1,04 -0,33
Bens de consumo -0,78 1,18 -0,29 0,12
Duráveis 1,06 2,69 -0,18 3,58
Semi-duráveis e não duráveis -3,06 0,65 -0,59 -3,01
Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 14
mandato do presidente Lula, a PITCE consecutivos. Na tabela 3.4, pode-se
se baseia num conjunto articulado de perceber apenas com uma ligeira
medidas que visa fortalecer e expandir queda em setembro, porém com
a base industrial brasileira por meio da crescimento acumulado no trimestre
melhoria da capacidade inovadora das de 3,58%.
empresas. Medidas horizontais de Um outro dado importante a ser
p o l í t i c a i n d u s t r i a l , c o m o o mencionado é a utilização média da
a p r i m o r a m e n t o d o s m a r c o s capacidade instalada da indústria,
regulatórios dos setores de infra- índice calculado pela Fundação Getúlio
estrutura produtiva, desoneração das Vargas (FGV). Segundo esta
exportações, redução da razão entre fundação, a indústria como um todo
dívida externa e exportações, redução (exceto o gênero de produtos
progressiva da parcela da dívida farmacêuticos e veterinários) teve em
indexada ao câmbio, entre outras, média mais de 80% de utilização de
aliam-se a políticas verticais, sua capacidade instalada em
seletivas, como incentivos fiscais e setembro deste ano. Alguns gêneros
creditícios, linhas especiais de ainda superaram os 90%, o que é o
f i n a n c i a m e n t o s , a p o i o a o caso de metalurgia e papel e papelão.
desenvolvimento de cadeias A divisão por setores industriais é
produtivas e arranjos produtivos ainda mais surpreendente. Todos os
locais, além de subsídios visando o quatro setores listados (bens de
aumento da capacidade de inovação e consumo, bens de capital, material de
competição externa da indústria construção e bens intermediários)
brasileira em setores estratégicos. O operaram o último mês do terceiro
segmento de bens de capital, que trimestre com mais de 84% de
apesar de algumas pequenas utilização da capacidade instalada.
oscilações vem acumulando taxas de O que merece ser apontado também é
crescimento desde abril de 2006, é que a aceleração do ritmo da produção
apenas um dos quatro setores industrial é mais acentuada no Estado
estratégicos que o governo espera do Espírito Santo, onde na
desenvolver com esta política. Além comparação entre o terceiro trimestre
d e l e , e s t ã o
s o f t w a r e s ,
semicondutores,
f á r m a c o s e
medicamentos.
No que concerne
a b e n s d e
c o n s u m o
d u r á v e i s , o s
d a d o s c o m
média móvel do
IBGE indicam
que a categoria
cresce há 10
m e s e s
Tabela 3.5 - Volume de vendas no varejo por atividade (variação real%)
Atividades Jul/07* Ago/07* Set/07*
Acumulado
Jan/Set**
Acumulado
12 meses**
Comércio Varejista 0,6 1,1 1,4 9,6 8,9
Combustíveis e lubrificantes -0,7 1,5 -0,4 5,0 2,5
Hiper., Super., Alim., Beb. e Fumo 0,7 -0,9 3,0 6,6 6,8
Supermercados e Hipermercados 1,1 -0,8 3,3 7,1 7,3
Tecidos, vestuário e calçados -3,6 4,2 -2,1 10,1 7,6
Móveis e eletrodomésticos -1,1 5,0 0,1 16,3 15,0
Outros artigos de uso pessoal e
doméstico - - 23,4 22,1
Comércio Varejista Ampliado - - 13,6 12,2
Veículos, motos, partes e peças 1,2 4,6 -1,1 22,9 20,2
Material de Construção - - 9,6 9,1
Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE).
* variação percentual real mês/mês./ **
** variação percentual em relação a igual período imediatamente anterior
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 15
c o m o t r i m e s t r e d o a n o respectivamente, quando comparados
imediatamente anterior, observa-se com os mesmos meses de 2006. As
uma taxa de crescimento de 6% na consultas de cheques e ao SPC (Tabela
série ajustada sazonalmente, seguido 3.7), no indicador mês a mês para o
de longe pelo Amazonas com 3,40% Espírito Santo, apresentaram leve
de aumento. queda em julho, -0,94%, uma alta em
agosto, 10,7%, e novamente, queda
e m s e t e m b r o d e - 1 7 , 1 5 % ,COMÉRCIO
demonstrando certo recuo do varejoDo segundo para o terceiro trimestre
capixaba no terceiro trimestre do ano.de 2007, o comércio varejista
A análise do comportamento de cadaapresentou crescimento de 3,1%. Os
resultados do volume de vendas para segmento do comércio mostra que
os meses de julho, agosto e setembro todos apresentaram crescimento no
foram 0,6%, 1,1% e 1,4%, índice acumulado no ano (Tabela 3.5).
respectivamente. Setembro foi o nono Dentre eles, o comportamento mais
mês consecutivo a apresentar tímido fica por conta de Combustíveis
variação positiva em relação ao mês e lubrificantes, com crescimento de
imediatamente anterior. De acordo 5,0% acumulado de janeiro a
com a Pesquisa Mensal do Comércio, setembro e 2,5%, no acumulado nos
divulgada pelo IBGE, o crescimento últimos doze meses, quando
acumulado entre janeiro e setembro comparados com iguais períodos
de 2007, quando comparado com imediatamente anteriores. Com uma
igual período de 2006 foi de 9,6% e no variação real acumulada de 0,4%, no
acumulado dos últimos 12 meses, de terceiro trimestre em relação ao
8,9%(Tabela 3.5). segundo trimestre de 2007, este item
O Espírito Santo (Tabela 3.6) promete ser o de menor crescimento
apresentou taxas de crescimento do no conjunto do comércio este ano.
comércio varejista de 5,4%, 8,3% e Para o Espírito Santo, numa
5,8% para julho, agosto e setembro, comparação entre o acumulado nos
Ta be la 3 .6 - Volu m e de v e n da s n o v a re j o p or a tiv i da de – Es p írito S a n to (v a r ia ç ã o
re a l% )
Ativ idades Jul/0 7 Ago/0 7 Set/0 7 Trim estre
Acum ulado
jan/set
Acum ulado
1 2 m eses
Com ércio Vare jista 5 ,4 8 ,3 5 ,8 6 ,5 9 ,9 9 ,8
Com bustív eis e lubrificantes -3 ,3 -1 0 ,3 -1 1 ,4 -8 ,3 -2 ,7 -4 ,9
H iper ., S upe r., Alim ., Be b. e
F um o 4 ,7 1 0 ,6 7 ,6 7 ,6 1 1 ,3 1 1 ,7
Superm ercad os e
H iperm ercados 4 ,9 1 1 ,1 8 ,0 8 ,0 1 1 ,7 1 2 ,2
Tecidos, v estuár io e calçados -2 ,8 2 ,6 3 ,0 0 ,9 0 ,3 1 ,6
M óv eis e eletrodom ésticos 1 9 ,2 2 3 ,2 1 5 ,3 1 9 ,2 1 9 ,8 1 4 ,2
O utros artigos de uso pessoal
e dom éstico -4 ,7 -1 0 ,5 -9 ,7 -8 ,3 -0 ,7 7 ,2
Com ércio Vare jista Am pliado 1 1 ,6 1 5 ,6 1 1 ,4 1 2 ,9 1 3 ,8 1 3 ,5
Veículos, m otos, partes e
peças 2 1 ,2 2 0 ,7 2 2 ,4 2 1 ,4 2 0 ,6 1 9 ,9
M aterial de C onstr ução 1 0 ,0 2 ,0 -1 2 ,2 -0 ,1 7 ,4 1 0 ,6
F onte: Pesquisa M ensal do Com ércio (IBG E).
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 16
últimos doze meses e igual período anterior, 10,1%. Já na análise do
anterior (Tabela 3.6), Combustíveis e Espírito Santo, este item apresenta o
lubrificantes apresentam decréscimo segundo pior desempenho, 0,3% no
de 4,9%, enquanto, na mesma acumulado dos nove meses de 2007,
relação, Móveis e eletrodomésticos quando comparado com igual período
aponta crescimento de 14,2% e de 2006.
veículos, motos, partes e peças, Considerando apenas o comércio
19,9%. varejista, sem incluirmos os dois
O segmento hipermercados, segmentos que compõem o índice
supermercados, alimentos, bebidas e ampliado, pois sofrem a influência das
fumo apresentou, no acumulado de transações inter-firmas, os itens
janeiro a setembro, crescimento de Móveis e eletrodomésticos e Outros
6,6% quando comparado a igual artigos de uso pessoal e doméstico
período de 2006. O aumento da massa apresentaram as maiores variações
real de salário da economia e a acumuladas no ano, 16,3% e 23,4%,
expansão do crédito, bem como a respectivamente. Quando tomados os
utilização crescente de cartões de últimos doze meses também saem na
crédito, patrocinados pelas próprias f r e n t e c o m 1 5 % e 2 2 , 1 % ,
lojas, continua a explicar tal respectivamente. Segundo o IBGE, o
comportamento. Dentro do terceiro comportamento do item Móveis e
trimestre, pode-se inferir que o eletrodomésticos pode ser explicado
aumento nos preços dos produtos que pela expansão do crédito, redução do
compõem o grupo Alimentação no preço de eletroeletrônicos e elevação
Domicílio, verificado de junho a agosto da massa de salários. Vale destacar
pelo IPCA, afetou o comportamento ainda que o segmento Outros artigos
deste segmento nos meses de julho e, de uso pessoal e doméstico inclui lojas
principalmente, agosto. Porém, em de departamentos, óticas, joalherias,
setembro, há uma reação na taxa de artigos esportivos, brinquedos, entre
crescimento, 3%, a segunda maior outros e seu crescimento está
dentre todas as apresentadas pelos associado à melhoria do quadro geral
outros segmentos do Comércio. da economia. No Espírito Santo, este
O Espírito Santo acompanhou o item não apresenta o desempenho
crescimento brasileiro neste item, observado na média nacional, tanto
apresentando taxas de 4,7%, 10,6% e que se tomarmos o acumulado de
7,6% para julho, agosto e setembro, janeiro a setembro de 2007 e
respectivamente, em
comparação com os
mesmos meses de 2006.
Entre os segmentos do
varejo, Tecidos, vestuários
e calçados apresentaram a
segunda maior taxa de
crescimento no acumulado
do ano, em relação ao
mesmo período do ano
Tabela 3.7 – Número de consultas a cheques e SPC –
Espírito Santo (variação real%)
Mês/Mês anterior
Junho Julho Agosto Setembro
Consultas SPC+Cheque -6,05 -0,94 10,07 -17,15
Mês 2006/Mês 2007
Junho Julho Agosto Setembro
Consultas SPC+Cheque 17,18 6,79 9,16 -0,81
Fonte: SPC/TI
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 17
4.EMPREGOS E SALÁRIOS
Apesar da incerteza gerada pela verifica-se a mesma estabilidade
instabilidade das economias mundiais, quanto à taxa de atividade (proporção
decorrente da crise norte-americana, de pessoas economicamente ativas
o Brasil pôde gozar de relativa em relação ao número de pessoas de
estabilidade em relação ao mercado 10 anos ou mais de idade), estimada
de trabalho, motivada, entre outros em setembro de 2007, em 57,5%, em
fatores, pelo controle da inflação e relação ao mesmo período do ano
pelo aumento da formalização do anterior, no total das seis regiões
emprego. investigadas.
Mesmo usando metodologias Tendência semelhante foi apresentada
diferentes, os dados apresentados pelo DIEESE, que estimou uma taxa
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de de desemprego constante para os
Geografia e Estatística) e pelo DIEESE meses de julho e agosto, com uma
(Departamento Intersindical de pequena elevação para o mês de
Estudos e Estatísticas Sócio- setembro na Região Metropolitana de
Econômicas) confirmam o acima São Paulo. Segundo esta Instituição,
disposto. nas outras regiões pesquisadas
De acordo com a tabela 4.1, a taxa de (Distrito Federal, Belo Horizonte,
desemprego estimada pelo IBGE Porto Alegre, Salvador e Recife)
manteve-se constante em 9,5% ao também houve diminuição da taxa de
longo dos dois primeiros
meses do trimestre,
apresentando queda no
mês de setembro em 0,5
ponto percentual, que, por
sua vez, representou uma
q u e d a d e 1 p o n t o
percentual em relação ao
mesmo período do ano
passado. Segundo o IBGE,
Tabela 4.1 – Taxa de Desemprego (%)
Meses IBGE** DIEESE*
2006 2007 2006 2007
Julho 10,7 9,5 16,7 15
Agosto 10,6 9,5 16 15
Setembro 10 9 15,3 15,1
* Região Metropolitana de São Paulo
**Média das seis maiores Regiões Metropolitanas do país
Fonte: IBGE/PME e DIEESE/PED
compararmos com igual período de similar para o Estado do Espírito
Santo, a mesma taxa aponta para2006, teremos taxa negativa, -0,7%,
20,6%. No acumulado dos últimosindicando recuo no volume de vendas
doze meses, o crescimento deste itemdesta atividade.
foi de 20,2% para o Brasil e 19,9%As vendas de veículos, motos, partes e
para o Estado. A ampliação dos prazospeças, componente do indicador do
de financiamento e a redução dascomércio varejista ampliado,
taxas de juros são fatores quecontinuaram a tendência de
explicam a expansão das vendas nocrescimento apresentada desde o
ramo.início do ano, registrando elevação de
22,9% no acumulado de janeiro a
setembro em relação ao mesmo
período do ano anterior. Numa análise
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 18
desemprego. da Indústria de Transformação, que
Segundo a maioria dos analistas, as criou 112.114 novos postos de
perspectivas para o mercado do trabalho formal.
trabalho brasileiro até o final deste O salto na criação de novos empregos
ano são amplamente favoráveis, dado n o s e t o r d a I n d ú s t r i a d e
o contínuo aumento do emprego Transformação, para o mês de
formal no país e a tendência natural de setembro, pode ser explicado pelo
aumento do consumo, própria dos início da produção para atender às
últimos meses do ano, com a d e m a n d a s d e f i m d e a n o ,
proximidade das festas e do 13º apresentando, portanto, um aspecto
salário. sazonal. Porém, não se pode deixar de
Pelos dados do CAGED (Cadastro enfatizar que este resultado foi maior
G e r a l d e E m p r e g a d o s e do que o obtido para o mês de
Desempregados), tabela 4.2, o setembro do ano de 2004, 101.101
terceiro trimestre de 2007 apresentou novos postos de trabalho, quando a
resultado considerável do ponto de taxa de crescimento do PIB brasileiro
vista da criação de novos postos de (5,7% no ano) foi a maior do Governo
trabalho formal, com 511.489 novas Lula. Isto significa que o resultado é
vagas. representativo, apesar do aspecto
Como nos últimos meses, os números sazonal.
positivos foram puxados pela O setor de Construção Civil
I n d ú s t r i a d e Tra n s f o r m a ç ã o apresentou resultados recordes no
(180.509), setor de Serviços acumulado do ano. Segundo o CAGED,
(170.162) e Comércio (114.461). a Construção Civil registrou recordes
Somente o setor da Agropecuária com criação de 142.743 novos postos
apresentou resultados negativos com de trabalho”. Para o terceiro trimestre,
a retirada de 41.183 postos de o aumento do número de celetistas
trabalho formal. neste setor ficou em 75.569. Tais
O setor de Serviços foi o que mais resultados podem ser interpretados
contribuiu para o crescimento do pela maior facilidade de crédito de
número de celetistas nos meses de longo prazo oferecido pelo mercado,
julho e agosto, 38.154 e 58.954, que implica numa maior demanda por
respectivamente, sendo expressivo, bens oferecidos pelo setor, que, por
para o mês de setembro, o resultado sua vez, contrata novos empregados.
Além disso, pode-se
atribuir este aumento
à redução da alíquota
de IPI (Imposto sobre
P r o d u t o s
Industrializados),
entre outros, para
p r o d u t o s d a
Construção Civil.
Segundo veiculado na
mídia, a desoneração
fiscal ocorre como
TABELA 4.2 - Saldo de admitidos e desligados para o Brasil
Atividade Econômica jul/07 ago/07 set/07 Total
Extrativa Mineral 1.163 703 777 2.643
Ind. Transformação 28.996 39.399 112.114 180.509
Serv. Ind. Utilid. Pública 465 486 630 1.581
Construção Civil 18.896 26.276 30.397 75.569
ércio 27.921 36.188 50.352 114.461
Serviços 38.154 58.954 73.054 170.162
Adm. Pública 3.411 2.129 2.207 7.747
Agropecuária 7.986 -30.806 -18.363 -41.183
Total 126.992 133.329 251.168 511.489
Fonte: CAGED
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 19
estratégia para fazer o PAC (Programa nos meses de agosto e setembro,
de Aceleração do Crescimento) quando o saldo foi negativo em 30.086
funcionar e propiciar aumento e 18.363. Para o mês de julho o
substancial do setor da Construção resultado foi positivo em 7.986 (tabela
Civil no cômputo do PIB. 4.2). Este resultado é considerado
sazonal, dado que este é o período de
O setor de Comércio também entressafra da região Centro-Sul do
apresentou bons resultados neste país. No acumulado do ano, a
terceiro trimestre. Alguns dos agricultura gerou 197.254 postos,
resultados obtidos estão entre os resultado bem inferior ao de 2004
melhores da série histórica do CAGED quando o acumulado apresentou
em relação ao mesmo mês do ano crescimento do número de celetistas
anterior. Em certa medida, os bons em 265.654. Porém, o resultado
números podem ter sido um reflexo do acumulado para 2007 é superior aos
aumento expressivo da atividade de 2006 e 2005 que representaram,
comercial que neste terceiro trimestre respectivamente, 184.373 e 175.641
cresceu a taxas elevadas. acréscimos ao número de celetistas.
O s e t o r A g r o p e c u á r i o , e m Pelo acima exposto, os resultados
contrapartida aos demais setores, foi obtidos a partir do CAGED para o Brasil
o único a apresentar resultados p o d e m s e r e x p l i c a d o s p e l o
negativos na criação de novos postos aquecimento da demanda interna,
de trabalho para este terceiro com o conseqüente crescimento do
trimestre. A constatação é verificada produto, e por fatores sazonais
TABELA 4.3 – Saldo entre ligados e desligados do Brasil por Regiões – Total no trimestre
Setor Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste
Adm. Pública 6.737 158 571 156 126
Agropecuária -61.856 1.111 18.621 2.845 -1.904
Comércio 66.676 54.623 13.981 6.712 7.725
Construção Civil 38.682 9.815 11.868 8.271 6.933
Ext. Mineral 1.378 143 664 250 208
Ind. Transformação 68.061 19.863 79.846 8.374 4.365
Serv. Ind. Util. Pública -537 113 1.625 7 373
Serviços 107.496 21.872 24.735 5.904 10.155
Total 226.637 107.698 151.911 32.519 27.981
Fonte: CAGED
Tabela 4.4 - Rendimento Médio Real - em R$ e Variação percentual em relação ao mesmo mês
do ano anterior
IBGE DIEESE*
Meses 2006 2007 Var. (%) 2006* 2007* Var. (%)
Julho 1.089,46 1.117,13 2,54% 1.267,43 1.118,23 -11,77%
Agosto 1.098,77 1.111,89 -1,19% 1.175,12 1.128,00 -4,01%
Setembro 1.088,12 1.115,00 2,47% 1.119,64 -- --
* Região Metropolitana de São Paulo. Deflator: IPCA (preços ago. 2007=1)
FONTE: IBGE/PME e DIEESE/PED
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 20
característicos de cada setor. precarização do trabalho.
Olhando pelo prisma das disparidades A pesquisa DIEESE/PED apontou
regionais, os dados fornecidos pelo crescimento no rendimento entre os
CAGED, desagregados por região, meses de agosto e julho, porém muito
apontam que no terceiro trimestre do aquém dos valores referentes ao
ano corrente a região Sudeste foi a mesmo período de 2006.
que mais contribuiu para o
crescimento do número de celetistas, Empregos e Salários no Espírito
226.367, ou seja, 41,45% do total. Santo
Resultado natural dado que esta é a De julho a setembro de 2007, segundo
região mais dinâmica do país, porém dados do CAGED (tabela 4.5), houve a
denota ainda grande concentração na criação de 5.803 postos de trabalho,
geração de novos empregos nesta 6.920 a menos que no trimestre
região. anterior e 2.726 a menos que o
Um dado positivo foi o fato de a região terceiro trimestre de 2006.
Nordeste ter ficado em segundo lugar A queda deveu-se, principalmente, a
na geração de novos postos de variações negativas em setores que
trabalho, 151.911 (27,78%). sempre mantiveram níveis elevados
Segundo Sumário Executivo do de saldo. Apesar da queda verificada,
CAGED, o resultado ocorreu “devido à ocorreu um aumento expressivo na
presença de fatores sazonais geração de empregos formais no mês
vinculados às atividades de usina da de setembro (3.345 postos).
cana-de-açúcar”. O destaque negativo ficou por conta
Em relação ao rendimento médio dos da agropecuária, que apresentou um
trabalhadores, os dados coletados saldo negativo de 3.421 vagas ao
pela pesquisa IBGE/PME (tabela 4.4) longo do trimestre. A explicação
indicam uma pequena variação repousa no período de entressafra no
positiva de setembro para agosto, Estado e em fatores climáticos que
sem indicações nítidas de tendência. contribuíram para queda da produção
Apesar dessa mesma variação agrícola e seca de pastagens, o que
positiva ser em relação ao mesmo exerceu influência sobre a produção
período de 2006, no ano corrente, de de leite e sobre a criação de gado de
fevereiro a setembro, o aumento no corte.
rendimento médio do trabalhador foi O setor de Serviços, porém, manteve
de apenas R$5,13. Tem-se, pois, saldos positivos no decorrer do
crescimento do emprego com trimestre, bem com em períodos
c r e s c i m e n t o
proporcionalment
e m e n o r d o
r e n d i m e n t o
m é d i o d o s
trabalhadores, o
que pode ter
como elemento
e x p l i c a t i v o a
TABELA 4.5 - Saldo de admitidos e desligados para o Espírito Santo
Atividade Econômica Julho/2007 Agosto/2007 Setembro/2007
Extrativa Mineral 416 157 -63
Ind.Transformação 517 -483 1.103
Serv.Ind.Util.Pub. 12 118 13
Construção Civil 306 283 -155
Comércio 334 489 2.065
Serviços 924 1.641 1.350
Admin.Pública 147 -11 61
Agropecuária -920 -1.472 -1.029
Total 1.736 722 3.345
Fonte: MTE-CAGED
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 21
anteriores, tendo seu menor saldo em houve no mês de agosto uma variação
julho. Vale ressaltar que no mês de negativa no número de admitidos,
agosto, o saldo desse setor foi sendo o segmento de produção de
superior à soma total dos setores. alimentos e bebidas o responsável, em
O comércio que se mostrou bastante grande medida, por esse fenômeno.
desaquecido nos meses de julho e De acordo com dados do IEL (Instituto
agosto, apresentou-se positivo em Euvaldo Lodi), tabela 4.6, a indústria
setembro (2.065, aproximadamente capixaba registrou uma ligeira
62% do saldo total), em especial o redução na criação de novas vagas no
comércio varejista, cujas vagas mês de junho (-0,22%), em relação ao
criadas corresponderam à cerca de mês anterior, mas com crescimento
77% da criação de vagas do setor. em julho da ordem de 1,48%,
Esse aumento na contratação pode ser destacando-se a indústria extrativa.
creditado ao aumento da demanda Ainda quanto ao mês de julho,
decorrente da expansão do crédito, destacaram-se na geração de
queda dos juros, e aumento da renda empregos os setores têxtil, alimentos
dos consumidores. Apesar disso, as e bebidas, petróleo e álcool, produtos
e x p e c t a t i v a s p a r a o s e t o r metálicos e veículos automotores.
supermercadista, em particular, é de Além disso, há expectativas positivas
que não deverá haver contratação de quanto ao aumento nas contratações
mão-de-obra temporária para o por parte da indústria, que costuma
período das festas de fim de ano. elevar o número de promotores de
Quanto à Indústria de Transformação, vendas para o período de fim de ano.
Tabela 4.6 - Variação m ensal do p essoal ocup ado p or g ênero de
atividad e no ES (%)
ATIVIDADE ECONOMICA JUN/MAI J UL/JUN
Indústrias Extrativas -1,44 7,25
Alimentos e Bebidas -2,59 2,72
Produtos Têxteis 1,65 2,95
Vestuário e A cessórios -0,34 0,87
Couros e Calçados -2,48 -1,49
Celulose e Papel 2,19 0,12
Edição e Impressão -1,09 1,47
Coque, Refino Petróleo, Álcool 1,34 2,06
Produtos Químicos 0,79 1,74
Artigos de Borracha e Plástico 0,21 1,60
Minerais não-metálicos 0,20 -3,94
Metalurgia B ásica -0,57 -0,79
Prod. Metálicos – Excl. Máquinas -1,53 2,88
Máq., Aparelhos e Mat. Elétricos -8,62 -6,75
Veículos Automotores 2,51 2,81
Móveis e Indústrias Diversas 0,00 -2,12
Eletricidade e Gás -0,13 0,50
Captação, Tratam., Distr. Á gua 3,52 -0,41
Construção 0,41 1,19
Total da Indústria -0,22 1,48
Fonte: IEL-ES
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 22
Desde setembro de 2005 a política base monetária permaneceu em
monetária vem sendo flexibilizada. A constante crescimento, ainda que em
partir de então, a taxa de juros Selic agosto tenha ocorrido uma sensível
foi reduzida 18 vezes consecutivas, redução, encerrando em R$ 114,49
diminuindo 15,25 pontos percentuais, bilhões, valor 14% superior ao mesmo
quando observada desde o inicio do mês de 2006. A redução da base
governo Lula, em 2003. O Copom monetária nesse mês é conseqüência
(Comitê de Política Monetária) afirma da crise causada pelo estouro da bolha
que as reduções realizadas foram imobiliária nos Estados Unidos
garantidas pela taxa de inflação iniciada em julho, que exigiu um
compatível com meta estabelecida e comportamento mais cauteloso na
pelo cenário macroeconômico política monetária.
equilibrado. Contudo, apesar dos Assim como a base monetária, o
sucessivos cortes na taxa básica, os componente papel moeda emitido
efeitos da flexibilização da política manteve seu crescimento, atingindo
monetária não fomentaram o nível de em setembro seu maior valor, R$
atividade, da mesma forma que não 83,96 bilhões. Entretanto as reserva
elevou a inflação consideravelmente. bancárias apresentaram crescimento
Seguindo a política de flexibilização, o pouco variável entre os meses
Copom decidiu em sua última reunião analisados. O mês de agosto encerrou
do terceiro trimestre, realizada nos em R$ 34,65 bilhões, decorrente da
dias 04 e 05 de setembro, estabelecer administração da liquidez do mercado
a taxa de juros Selic em 11,25%. A de reservas bancárias. O Banco
redução de 0,25 p.p. da taxa Selic foi Central atuou em 37 oportunidades
tomada de forma cautelosa, devido ao (no período de 17 de julho a 3 de
momento de turbulência internacional setembro) por meio de operações
gerado pela crise imobiliária compromissadas de curtíssimo prazo
americana, e pelo aquecimento da destinadas a retirar recursos
demanda agregada observada excedentes do sistema bancário.
durante o terceiro trimestre. Nesse Os Meios de Pagamento (M1),
sentido é possível que o Copom constituído por papel moeda em poder
e n c e r r e a
p o l í t i c a d e
flexibilização em
suas futuras
reuniões.
Os resultados
dos agregados
m o n e t á r i o s ,
apresentados na
t a b e l a 5 . 1 ,
mostram que a
Tabela 5.1 - Base Monetária, componentes e meios de pagamentos
Saldo em final de período (em R$ milhões) e variação anual (%)
jul/07 ago/07 set/07
Componentes R$ % R$ % R$ %
Base Monetária 115 812 22,4 114 488 14,6 120 340 19,9
Papel moeda emitido 78 423 19,2 79 835 20,3 83 963 17,7
Reservas Bancárias 37 389 29,7 34 654 3,5 36 377 25,3
Meios de Pagamentos 167 678 22,3 170 698 23,8 175 759 22,5
Moeda em poder do
público 64 453 19,6 65 257 19,5 68 171 18,5
Depósitos à vista 103 226 24,0 105 440 26,5 107 588 25,1
Meios de Pagamentos referem-se à média dos saldos nos dias úteis
Fonte:BCB - Nota para a imprensa
5.POLÍTICA MONETÁRIA
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 23
A Tabela 5.3 reflete os fatoresdo público e depósitos à vista,
condicionantes da base monetária,apresentou variação superior ao
tanto aqueles que estão sobre otrimestre anterior ao encerrar em
controle mais direto do Banco Central,setembro no valor de R$ 175,76
como as rubricas Tesouro Nacional,bilhões.
operações com títulos públicos eDe acordo com a tabela 5.2, observa-
redesconto, quanto àqueles quese que todos os meios de pagamentos
d e p e n d e m t a m b é m d omantiveram-se em crescimento no
comportamento dos agentes e doterceiro trimestre do ano. O M2,
c o m p o r t a m e n t o d o s i s t e m aagregado constituído por M1 mais
financeiro. Assim, o sinal negativo dadepósitos para investimentos ,
coluna do Tesouro Nacional significadepósito de poupança e títulos
que a maquina pública está gerandoprivados, atingiu em setembro R$
superávits em suas receitas, ou seja,711,16 bilhões, valor 16% maior que
gastando menos e enxugando a baseo mesmo mês em 2006. O meio de
monetária. No terceiro trimestrepagamentos M3 que compreende
desse ano, a variação dessa rubrica foiquotas de fundos de renda fixa e
de 184,5%, comportamento esse queoperações compromissadas com
vem se mantendo desde o início dotítulos federais apresentaram
ano. O Banco Central, com o objetivovariação expressiva em relação ao
de controlar a liquidez, resgatou noano anterior, motivado em grande
mercado secundário um montanteparte pelo crescimento das quotas de
líquido de R$ 9,9 bilhões e colocou nofundos de renda fixa, que encerrou
mercado primário títulos do Tesourosetembro do presente ano em R$
Nacional na ordem líquida de R$ 1782,01 bilhões. Finalmente, o
bilhão.agregado M4, composto por títulos
Em relação às Operações do Setorfederais anexados a taxa SELIC e
Externo, no mês de setembro, estastítulos estaduais e municipais
p e l a p r i m e i r a v e z n o a n opermaneceu em expansão, devido às
apresentaram efeito negativo sobre anegociações com títulos públicos
base monetária, R$ 3 milhões. Assim,federais anexados a taxa SELIC, que
a entrada de divisas no país, com aapresentaram crescimento de 20%
posterior troca por moeda nacional,em doze meses, demonstrando que
n ã o r e p r e s e n t o u a u m e n t o sapesar da redução da taxa básica, os
substanciais da quantidade de moedatítulos indexados a mesma continuam
nacional no mercado interno, dada aatraentes.
Mês
Depósitos
para
investimen-
tos
Depósito
de
poupança
Títulos
privados M2
Quotas
de
fundos
de
renda
fixa
Operações
Compromissadas
com títulos
federais M3
Títulos
federais
(SELIC)
Títulos
estaduais
e
municipais M4
Jul 3.113 208 214 304 393 682 611 774 627 41 879 1 499 116 253 145 23 1 752 284
Agos 3.236 212 971 311 831 698 066 771 294 40 017 1 509 377 252 730 23 1 762 130
Set 3.364 218 293 315 272 711 159 782 013 40 149 1 533 321 257 600 24 1 790 944
Fonte:BCB - Nota para a imprensa
Tabela 5.2 - Meios de Pagamentos (M4) - Saldos em R$ milhões
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 24
valorização do real perante o dólar e o maior nível de recolhimento do
aumento substancial observado no compulsório, ou pelo aumento das
nível de reservas nesse período. O reservas voluntários dos bancos
Redesconto do Banco Central também comerciais junto ao Banco Central.
não pressionou a expansão da base Entretanto, a falta de dados
monetária, evidenciando que os fluxos desagregados impede que um estudo
de caixa dos bancos comerciais não mais preciso a cerca desses fatores
estão sendo motivos de atenção maior seja realizado.
para o Bacen. As Operações com Derivativos, que
Já os Depósitos de Instituições registram a liquidação dos contratos
Financeiras apresentaram a menor futuros de dólares, apresentaram pela
pressão da base monetária do primeira vez no ano a menor pressão
trimestre e do ano, na ordem de R$ da base monetária chegando ao valor
2,4 bilhões negativos. Em termos de R$ 1,8 bilhões negativos no mês de
p e r c e n t u a i s , o s p r i n c i p a i s agosto, um possível sinal no período
recolhimentos dos compulsórios e dos de tensão do mercado financeiro
encaixes obrigatórios sobre os internacional com o fundo da
recursos à vista, depósitos a prazo, “subprime” nos EUA, que inicia em
poupança e exigibilidade adicional, julho e termina no meio de agosto.
estão orientados pela CIRCULAR Em última análise, em nada foi
3.274, de 10 de fevereiro de 2005, modificada a condução da política
que estabelece as alíquotas de 45%, monetária, com a base monetária
15%, 20%, respectivamente. A única ainda variando muito em picos e vales
alíquota que sofreu revisão foi a de no ano e trimestre e evidenciando que
recursos à vista com a CIRCULAR a inversão do comportamento de
3.323, de 30 de maio de 2006, que alguns fatores condicionantes não é
passou a estipular o valor de 40%. efeito de mudança do rumo da política
Assim, o aumento dos depósitos de m o n e t á r i a , m a s s i m d o
instituições financeiras neste c o m p o r t a m e n t o d o m e r c a d o
trimestre não está ligado a uma financeiro em razão das turbulências
m u d a n ç a n a s a l í q u o t a s d o no mercado internacional.
compulsório. Esse aumento no As Operações de Crédito do Sistema
volume de depósitos pode ser Financeiro mantiveram-se em
explicado ou pelo o aumento do crescimento nesse terceiro trimestre,
volume de operações do setor encerrando o período com um total
financeiro, que expôs o sistema a um geral de mais de R$ 854 bilhões, um
Tabela5.3–FatoresCondicionantesdaBaseMonetária
Fluxosacumuladosnomês(R$milhões)
Período Tesouro
Nacional
Operações
comtítulos
públicos
federais
Operações
doSetor
externo
Redesconto
doBanco
Central
Depósitos
de
instituições
financeiras
Operações
com
derivativos
-ajustes
Outras
contas
Variação
dabase
monetária
Jul/07 -1284 -12009 13106 37 -878 1144 92 208
Ago/0/ -7570 3257 5794 - 39 -976 -1892 101 -1324
Set/07 -3654 8917 -3 0 -2401 2861 131 5852
Fonte:Bacen–Notaparaaimprensa
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 25
aumento de 6,8 p.p. em relação ao das Entidades de crédito Imobiliário e
segundo trimestre. Esse crescimento Poupança (ABECIP), a quantidade de
acompanhou a tendência dos meses imóveis financiados apresentou alta
anteriores e foi impulsionado de 64,99%, atingindo um total de
principalmente pelas operações de 135.363 imóveis. Devem ser
crédito a pessoas físicas, que ressaltados os recursos advindos da
apresentaram um aumento de 8,4 p.p. caderneta de poupança e do Fundo de
Essa elevação da procura por crédito Garantia por Tempo de Serviço
pela pessoa física é reflexo do (FGTS), que também fortaleceram a
crescimento do consumo, bem como expansão do setor.
das facilidades do acesso ao crédito, As operações de crédito do setor
tais como o aumento dos prazos público apresentaram alta de 1,4% em
médios de pagamento. Este aumento agosto, o que não ocorria desde abril.
possibilitou financiamentos em Esse resultado reflete o aumento de
parcelas menores e redução da taxa 1,6% dos financiamentos a Governos
de juros pré-fixadas para pessoa estaduais e municipais, em grande
física, que encerraram o trimestre em parte vinculados à variação cambial
46,3% a.a., queda de 1,5% no dos contratos, e ao aumento de 0,5%
trimestre e de 5,8% no ano. das operações com o Governo federal,
O crédito rural apresentou uma com destaque para a atividade
pequena queda em julho (-0,8%), em petroquímica.
relação ao mês de junho, devido ao O setor comércio manteve seu
período de entressafra, que faz com crescimento elevado nas operações e
que a procura por esses recursos se acumula um crescimento de 12,2%
contraia. Contudo, a partir de julho os neste ano, o que representa operações
financiamentos para o setor rural de R$ 88,97 bilhões.
voltaram a crescer, devido ao início do Com o total geral das operações
plantio da safra de verão. crescentes, o volume de crédito
Outro setor que se destacou no encerrou o trimestre em 33,1% do
trimestre foi o habitacional, cujas PIB.
operações de crédito cresceram 5,9%, A taxa de juros geral consolidada, que
no trimestre, e 26,5%, em um ano. De inclui operações pactuadas a taxas
acordo com a Associação Brasileira pré-fixadas, pós-fixadas referenciada
Tabela5.4–Operações deCréditodoSistemaFinanceiro
Saldopor Atividade Econômica (R$milhões)
Setor
Público
Setor
Privado
Total
Geral
Meses Governo
federal
Governos
estaduaise
municipais
Total do
Setor
Público
Indústria Habitação Rural Comércio Pessoas
Físicas
Outros
Serviços
Total do
Setor
Privado
Jul/07 3762 14491 18254 181430 40967 81144 83866 279990 132216 799613 817866
Ago/07 3776 14723 18499 188568 41878 82180 86701 287730 136739 823796 842295
Set/07 3638 14672 18310 191104 42698 83998 87970 292525 137527 835823 854133
FaixadeRisco(setembro2007em%)
AA+A 100,0 87,7 90,2 80,1 87,3 60,6 69,1 76,2 74,8 74,9 74,9
BatéG 0,0 12,3 10,0 18,8 11,7 38,0 28,5 18,7 23,8 22,1 22,0
H 0,0 0,0 0,0 1,1 1,0 1,3 2,4 5,1 1,4 3,0 3,0
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Bacen – Nota para a imprensa
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 26
6.POLÍTICA FISCAL
A análise das contas nacionais desse mesma, ou seja, baseada em acúmulo
último trimestre deixa claro que a de superávits primários, promoção da
política fiscal do Governo permanece a diminuição da relação dívida/PIB e o
Tabela 6.1 - Resultado Primário do Governo Central (R$ milhões)
Discriminação set/06 jan - set/06 jul/07 ago/07 set/07 jan -set/07
I. RECEITA TOTAL 44.716,8 396.141,3 50.874,9 48.673,0 49.294,9 444.507,2
I.1. Receitas do Tesouro Nacional 34.232,2 309.673,0 39.608,0 36.891,7 37.834,8 346.546,6
I.2. Receitas da Previdência Social 10.419,9 85.400,1 11.195,1 11.684,0 11.392,6 97.108,1
I.3. Receitas do Banco Central 110,1 1.068,1 71,8 97,3 67,5 852,5
II. TRANSF. A EST. E MUNICÍPIOS 6.749,3 67.683,7 7.733,1 8.487,2 7.896,9 76.464,3
III. RECEITA LÍQUIDA TOTAL (I-II) 38.013,0 328.457,5 43.141,8 40.185,8 41.398,0 368.042.9
IV. DESPESA TOTAL 37.637,6 279.988,6 37.972,0 36.522,2 41.354,0 316.391,5
IV.1. Pessoal e Encargos Sociais 8.543,5 74.422,5 11.104,7 8.682,0 8.962,2 84.091,8
IV.2. Benefícios Previdenciários 18.986,5 119.480,3 14.407,9 14.270,4 20.550,4 132.848,9
IV.3. Custeio e Capital 9.908,4 84.402,0 12.298,8 13.362,0 11.672,9 97.769,6
IV.4. Transferência do Tesouro ao BC 50,1 458,0 11,7 38,1 11,1 287,4
IV.5. Despesas do Banco Central 149,2 1.225,9 148,9 169,7 157,4 1.393,8
V. RES. PRIM. GOV. CENTRAL 375,4 48.468,9 5.169,9 3.663,5 44,0 51.651,5
V.1. Tesouro Nacional 8.981,1 82.706,8 8.459,8 6.322,3 9.291,7 87.933,5
V.2. Prev. Social (RGPS) -8.566,6 -34.080,2 -3.212,8 -2.586,4 -9.157,7 -35.740,8
V.3. Banco Central -39,1 -157,7 -77,1 -72,5 -89,9 -541,3
VI. RES. PRIMÁRIO/ PIB(%) 2,84 2,77
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional - Ministério da Fazenda
em câmbio e flutuantes referenciadas Como um cenário de taxas em queda,
em CDI, terminou o trimestre em porém ainda elevadas, o crédito
queda de 1,2 p.p., o que representa consignado em folha de pagamento
taxa de 35,5% a.a.. Essa taxa aparece como uma opção de captação
apresentou queda nos últimos 12 feita pelos trabalhadores formais. As
meses, de 41,5% a.a. para 35,5% taxas de juros se situam em torno de
a.a., mas ainda é considerada elevada 30%a.a., enquanto operações com
tendo em vista o crescimento das cheque especial apresentam juros de
operações de crédito. Um dos fatores 140%a.a.. As concessões de
utilizados para justificar taxas de juros consignados são crescentes e, em
elevadas é a inadimplência de 2,3%, setembro, atingiram o volume de R$
para pessoa jurídica, e de 7,1%, para 60,86 bilhões, o que representa
pessoa física. Dos elementos que 56,7% do total do crédito pessoal.
contabilizam a inadimplência da Desse total, 87% é captado por
pessoa física, o que mais se destaca é trabalhadores do setor público.
a aquisição de bens (exceto veículos)
com vencimento de 15 a 90 dias, com
12,6% de inadimplência em
setembro. Outro fator que justifica
taxas elevadas de juros é o spread,
que terminou o período em 24,6%.
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 27
c u m p r i m e n t o d o e q u i l í b r i o montante previsto para o ano tenha
orçamentário. Essas medidas têm por sido empenhado, apenas cerca de
objetivo auxiliar a política monetária 30% foi efetivamente pago.
na obtenção da estabilização no nível A tabela 6.1 mostra os dados
geral de preços. referentes ao resultado primário do
O Plano de Aceleração do Crescimento Governo Central. Apesar dos
(PAC), anunciado em janeiro desse investimentos previstos e realizados
ano, previa o investimento de R$ 14,7 pelo PAC, ainda houve uma expansão
bilhões por parte do governo nas no superávit primário no acumulado
obras do projeto. No entanto, desses nove meses (R$ 51,6 bilhões),
verificou-se que em meados de em relação ao mesmo período do ano
setembro apenas R$ 1,37 bilhões passado (R$ 48,4 bilhões), um
foram gastos, menos de 10% do crescimento de 6,5%. Apesar desse
previsto. Em outubro foram aplicados c r e s c i m e n t o , o r e s u l t a d o
R$ 4,4 bilhões, o que significa menos primário/PIB, que até setembro de
de 30% do orçamento. O setor de 2006 foi de 2,84%, caiu para 2,77%
transportes lidera o recebimento das no ano corrente.
verbas do PAC, com R$ 2,2 bilhões. O superávit primário nesse terceiro
Todavia, cerca de R$ 1,4 bilhão foi trimestre do ano apresentou uma
destinado a quitar dívidas de redução, principalmente no mês de
governos anteriores, o chamado setembro, quando o resultado chegou
“restos a pagar”. No que diz respeito à a um patamar de R$ 0,4 bilhão,
r e s e r v a d e c o m p r o m i s s o s 15,9% menor que o de setembro do
o r ç a m e n t á r i o s ( e m p e n h o s ) ano anterior. Tal queda no superávit é
garantidos pelo governo para a devido ao pagamento antecipado do
realização do programa, estas foram 13º salário aos aposentados e
de R$ 7,7 bilhões até outubro, cerca pensionistas.
de 50% do previsto para o ano. Há As despesas com benefícios
uma preocupação com a realização do previdenciários aumentaram de R$
que foi planejado para o PAC, visto 18,9 bilhões em setembro 2006 para
que, já é chegado o final de 2007 e, R$ 20,5 bilhões no mesmo período do
embora aproximadamente 50% do ano corrente, uma variação de 8,2%,
Tabela 6.2 – Necessidades de Financiamento do Setor Público (R$ milhões)
Discriminação set/06 jan-set/06 jul/07 ago/07 set/07 jan-set/07
I. Resultado Primário -4.575 -80.526 -7.904 -8.091 -3.554 -91.223
I.1. Governo Central -65 -46.424 -4.952 -3.446 -812 -53.326
I.2. Governos Regionais -1.996 -16.061 -2.224 -2.401 -1.389 -25.588
I.3. Empresas Estatais -2.516 -15.041 -728 -2.244 -1.353 -12.310
II. Juros Nominais 10.989 121.653 14.087 10.948 15.473 119.363
II.1. Governo Central 7.678 99.543 11.756 7.562 9.622 93.737
II.2. Governos Regionais 3.465 23.559 2.424 3.355 6.198 27.145
II.3. Empresas Estatais -154 -1.449 -93 32 -347 -1.520
III. Resultado Nominal 6.414 41.127 6.184 2.858 11.919 28.140
III.1. Governo Central 7.613 50.119 6.804 4.116 8.811 40.412
III.2. Governos Regionais 1.471 7.498 200 953 4.809 1.558
III.3. Empresas Estatais -2.671 -16.491 -820 -2.212 -1.701 -13.829
(+) déficit (-) superávit
Fonte: BCB – Nota para a imprensa de 29/08/2007, 26/09/2007 e 25/10/2007.
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 28
explicada principalmente pelo mês de setembro registrou um
reajuste do salário mínimo em abril, resultado primário positivo bem
que surtiu efeito no pagamento menor do que os dois meses
desses benefícios. anteriores que compõem o terceiro
As despesas com pessoal e encargos trimestre: R$ 3,6 bilhões, em
apresentaram um forte aumento em setembro, contra R$ 7,9 bilhões e R$ 8
julho de R$ 11,1 bilhões, causado pelo bilhões, em julho e agosto,
pagamento da primeira parcela do 13º respectivamente.
salário aos funcionários. Em agosto, o Em relação aos juros nominais,
resultado desta rubrica caiu para R$ principal fator condicionante da dívida
8,6 bilhões, redução de 29%. pública, o montante pago pelo
Entretanto, não contribuiu para o governo foi de R$ 14 bilhões, em
aumento do resultado primário nesse julho, R$ 10,9 bilhões, em agosto, e
mês, pois a receita total do mês de R$ 15,4 bilhões, em setembro. A
agosto foi a menor do trimestre. queda no montante de juros pagos em
O Tesouro Nacional tradicionalmente agosto é explicada pela apreciação do
continua como a instituição que real perante o dólar de 6,3% ocorrida
apresenta o maior superávit, na neste mês. Leva-se em consideração
ordem de R$ 51,6 bilhões no também os reflexos da trajetória de
acumulado de janeiro a setembro queda da taxa Selic sobre o volume de
desse ano, compensando os déficits juros apropriados, este se traduziu em
da Previdência e do Banco Central. uma redução do volume pago pelo
Vale ressaltar que os investimentos do menos no mês de agosto.
PAC até setembro são 2,6% do O resultado nominal, o qual inclui os
resultado primário acumulado. resultados primários e pagamentos de
A Necessidade de Financiamento do juros nominais, apresentou-se
Setor Público (NFSP) refere-se à deficitário por todo o terceiro
variação mensal da Dívida Fiscal trimestre. Tal resultado contraria de
Líquida (DFL). Observa-se na tabela certa forma os superávits nominais
6.2 que as necessidades de registrados no segundo trimestre do
financiamento no conceito primário ano com exceção de maio. Julho
permaneceram negativas, isto é, os registrou déficit nominal de R$ 6,1
esforços do setor público não bilhões, em agosto, o déficit foi de R$
financeiro para tornar suas receitas 2,8 bilhões e, em setembro, a
maiores que seus gastos foram bem necessidade de financiamento no
sucedidos. Apesar de superavitário, o conceito nominal totalizou R$ 11,9
T a b e la 6 .3 – D ív id a L íq u id a d o S e to r P ú b lic o ( R $ m ilh õ e s )
D iscr im ina çã o se t/0 6 d e z /0 6 j ul/0 7 a g o / 07 se t /0 7
D ív id a T o ta l L íq u id a 1. 03 9. 82 3 1. 06 7. 36 3 1. 10 4. 7 06 1. 0 96 .0 37 1 . 12 0. 50 9
Go v e rno C e n tra l 71 2. 53 2 73 5. 80 0 78 5. 5 58 7 79 .4 56 79 8. 76 8
Go v e rno s R e g io na is 35 5. 08 8 36 3. 93 7 35 6. 9 86 3 58 .4 64 36 2. 51 7
Em p re sa s Esta t a is - 2 7. 79 7 -3 2. 37 3 -3 7. 83 8 -4 1. 8 83 - 40 . 77 6
D ív id a T o ta l L íq u id a 1. 03 9. 82 3 1. 06 7. 36 3 1. 10 4. 7 06 1. 0 96 .0 37 1 . 12 0. 50 9
Dív id a L íq uid a In te rna 1. 07 0. 55 8 1. 13 0. 90 2 1. 30 9. 8 44 1. 3 23 .7 19 1 . 33 6. 84 0
Dív id a L íq uid a Ex te r na - 3 0. 73 5 -6 3. 53 8 - 20 5. 1 39 -2 27 .6 83 - 21 6. 33 0
D L SP e m % d o P IB 5 0, 1 4 4, 9 4 4 43 43 , 5
Fo n t e: B C B – N o t a p a r a a im p r en s a d e 2 9 /0 8 / 2 0 0 7 , 2 6 /0 9 /2 0 0 7 e 2 5 /1 0 / 2 0 0 7 .
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 29
bilhões. dívida. Conjuntamente a esse fato, o
Em setembro, a dívida líquida do setor crescimento do PIB contribuiu para a
público apresentou redução de 1,4 diminuição da relação dívida/PIB que
p.p. do PIB, em relação a dezembro de passou de 48,5% para 46,6%. Do
2006. Os fatores que contribuíram ponto de vista da política fiscal
para a redução da dívida foram o efeito ortodoxa do governo este resultado é
do crescimento do PIB valorizado (PIB importante, pois é um dos critérios
valorizado a preços do fim do período, apontados nos relatórios de
no caso, o 3° trimestre) e o resultado classificação de risco país, realizado
primário, ambos com 3,5 p.p. do PIB. pela Standard & Poor's.
No entanto, os juros nominais O perfil da dívida através dos
apropriados contribuíram para o indexadores também acompanhou o
crescimento da dívida com 4,6 p.p. do cenário de estabilidade. Em setembro,
PIB. Vale ressaltar ainda que o ajuste os títulos indexados à Selic
oriundo da apreciação do real de 14%, representaram 37,7% da dívida, os
acumulada até setembro deste ano, prefixados, 32,5%, os títulos
contribuiu com 0,8 p.p. para o indexados aos índices de preços,
aumento da dívida. Já o ajuste de 22,4%, à TR, 2%, os atrelados ao
paridade da cesta de moedas câmbio, -2% e as operações de
mercado aberto,
12,8%. Um ponto de
d e s t a q u e é a
diminuição de 0,8
p.p. nos títulos
indexados à taxa
Selic. Esta redução,
s e g u n d o a s
declarações do Banco
Central à imprensa,
contribuiu com 0,1 p.p. do PIB para ocorreu graças aos resgates líquidos
esse aumento. de LTF. Esse fato foi acompanhado
A tabela 6.4 mostra a composição da pelo aumento de mais de 1 p.p. dos
dívida pública federal por indexador. títulos prefixados, melhorando ainda
Ao analisar o comportamento da mais o perfil da dívida para o Governo.
dívida total, observa-se um aumento Levando em consideração às
acumulado de 15,36% desde o início operações de swap (troca do
de julho, totalizando R$ 1,38 trilhão. A indexador cambial pela Selic), as
maior parte desse crescimento deveu- aquisições de títulos referentes ao
se ao desempenho dos meses de julho câmbio ganharam maior espaço,
e agosto, que obtiveram uma variação tendo em vista as freqüentes
d e a p r o x i m a d a m e n t e 1 2 % . apreciações cambiais.
Entretanto, a partir de setembro, o Posição de menos destaque ficou para
ritmo não acompanhou os meses os títulos indexados à TR (taxa
anteriores, e registrou uma referencial do governo para o longo
diminuição da taxa de crescimento da prazo) que se manteve estável a 2,0%
Tabela 6.4 – Títulos públicos federais e oper. de mercado aberto
Discriminação Set/06 Jul/07 Ago/07 Set/07
Dívida Total (R$ bilhões) 1.133,8 1.361,4 1.373,6 1.376,9
Indexadores (%)
Over/Selic* 41,9 33,5 33,7 32,7
Câmbio* -1,2 -2,1 -2,2 -2,0
Prefixado 30,7 31,2 31,5 32,5
TR 2,1 2,0 2,0 2,0
Índice de Preços 20,1 21,1 21,5 22,4
Oper. de merc. aberto 6,3 14,0 13,4 12,8
*com operações de Swap.
Fonte: BCB – Notas para imprensa de 25/10/2007
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 30
7.SETOR EXTERNO
durante os três meses analisados. Já de crédito e a liquidez internacional
a participação dos títulos referentes que desencadeou num movimento de
aos índices de preços acumulou um capitais para rendimentos mais
aumento de um ponto percentual em seguros. Conseqüentemente, o temor
relação a julho, esperando a de que a crise se alastrasse pelo setor
aceleração dos preços com a chegada real, motivou a queda no Índice da
do período de festas de fim de ano. Bolsa de Valores de São Paulo
As Operações de mercado aberto, (IBOVESPA) e a elevação do risco
mecanismo usado para a manutenção país. Entretanto, o desespero inicial
da taxa de juros básica, apresentou sobre a crise foi amenizado graças à
seu pico no mês de julho, o qual ação conjunta do Fed (Federal
atingiu o recorde em 2007 de 14% na Reserve) e de diversos bancos
participação no montante da dívida. centrais que injetaram recursos no
Isto graças à onda de desconfiança mercado interbancário, possibilitando
que assolou o mercado financeiro a diminuição da incerteza e o retorno
internacional, provocando um à estabilidade internacional, o que
aumento do volume de transações permitiu a redução das operações de
para tentar manter a taxa de juros no mercado aberto para o controle da
mesmo patamar e assim evitar o taxa de juros.
descontrole sobre a política monetária
adotada. Segundo a ata do COPOM do
mês de setembro, tal abalo afetou
principalmente o câmbio, o mercado
Nos nove primeiros meses de 2007, o bilhões. O fator mais importante para
balanço de pagamentos acumulou um esse resultado continua sendo a conta
superávit de US$ 73,7 bilhões. Esse capital e financeira, que apresentou
montante é bem superior ao resultado um saldo de U$$ 9,1 bilhões no
acumulado em igual período do ano terceiro trimestre de 2007, aumento
passado, que foi positivo em US$ 18,5 de mais de 200% em relação ao
Tabela 7.1 - Transações Correntes (US$ milhões)
Discriminação 2006 2007
Jul-Set Julho Agosto Setembro Jul-Set
Balança comercial (FOB) 14 682 3 347 3 534 3 471 10 352
Exportações 39 900 14 120 15 100 14 166 43 386
Importações 25 218 10 773 11 556 10 695 33 024
Serviços e rendas - 8 369 - 4 456 - 2 542 - 3 269 - 10 267
Receitas 6 234 2 806 3 093 2 908 8 807
Despesas 14 602 7 262 5 635 6 176 19 073
Transferências unilaterais
correntes (líquido) 1 175 392 362 268 1 022
Transações correntes 7 489 - 717 1 354 471 1 108
Fonte: BCB – Notas para imprensa
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 31
terceiro trimestre do ano de 2006 segurança para o país, apesar da
(US$ 2,6 bilhões), conforme mostra a valorização cambial.
tabela 7.2. A projeção dessa tendência de
Com relação às transações correntes, comportamento, observada até o
o saldo foi US$ 1,1 bilhão no referido momento, mostra que as exportações
trimestre. Esse valor é bem menor do do Brasil deverão garantir um
que o saldo do mesmo período de superávit comercial em torno de US$
2006, cujo valor atingiu US$ 7,5 40 bilhões até o final do ano. Esse
bilhões. Embora pouco expressivos, os resultado aliado à evolução observada
resultados dos meses de agosto e nas reservas cambiais, que giram em
setembro tiveram saldos positivos de torno de US$ 160 bilhões, são os
US$ 1,35 bilhão e US$ 471 milhões, responsáveis pela segurança nas
respectivamente, e no mês de julho o contas externas, apesar do saldo total
resultado foi negativo em US$ 717 das transações correntes ter
milhões. Esse resultado é explicado apresentado um declínio importante.
principalmente pela conta serviços e Em contrapartida, as importações
rendas, que aumentou seu déficit de também cresceram no período,
US$ 8,4 bilhões no terceiro trimestre atingindo saldo de US$ 33,0 bilhões no
de 2006 para US$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre. A análise de tais
mesmo trimestre de 2007 e, em saldos, desde o primeiro trimestre do
segundo lugar, pelas importações que ano, mostra que as importações
cresceram mais do que exportações, cresceram num ritmo levemente
reflexo da valorização cambial, superior ao das exportações, o que
confirmando a tendência já observada pode denotar uma fragilidade maior
nos meses anteriores. das contas externas no caso de
No entanto, a balança comercial aumento do ritmo de crescimento da
apresentou um resultado no terceiro economia.
trimestre de 2007 de US$ 10,35 Nesse sentido, a conta serviços e
bilhões. Portanto, as exportações rendas (segundo item das transações
continuam sendo importante fator de correntes) parecem agravar a
Tabela 7. 2 - Conta Capital e Financeira (US$ milhões)
Discriminação 2006 2007
Jul-Set Ano Jul Ago Set
Jul-
Set Ano
Conta capital e financeira 2 651 15 982 7 024 1 800 334 9 158 73 643
Conta capital 194 869 67 100 44 211 501
Conta financeira 2 457 15 113 6 957 1 699 291 8 947 73 141
Invest. Direto (líquido) 1 217 - 9 420 3 762 3 792 - 520 7 034 31 348
Invest. Em carteira 3 215 9 573 7 570 1 480 2 404
11
455 35 467
Derivativos 17 383 60 - 102 51 8 123
Outros investimentos - 1 993 14 577 - 4 435 - 3 470 - 1 644
- 9
550 6 203
Erros e omissões 167 965 1 345 720 - 198 1 867 - 5 539
Var. reservas (- = aumento) - 10 307 - 30 569 - 7 652 - 3 874 - 607
- 12
133 - 73 743
Resultado global do balanço 10 307 30 569 7 652 3 874 607
12
133 73 743
Fonte: BCB - Notas para imprensa
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 32
situação. Essa conta apresentou conta capital e financeira para o
déficit de US$ 10,3 bilhões. balanço de pagamentos, conforme
Especificamente o mês de julho, com o mencionado acima, observamos uma
maior déficit no trimestre em análise, redução considerável no ritmo de seu
de US$ 4,45 bilhões, contribuiu crescimento quando comparado ao
bastante para déficit corrente desse primeiro e ao segundo trimestre de
item. 2007, que atingira U$ 21,7 bilhões e
No que tange a sub-conta serviços, o U$ 34,9 bilhões, respectivamente. O
balanço foi de US$ 3,47 bilhões saldo do terceiro trimestre de 2007
negativos. Os itens que mais representou apenas 12,4% do saldo
contribuíram para esse saldo acumulado no ano, de US$ 73,6
deficitário foram aluguel de bilhões conforme tabela 7.2.
equipamentos, transportes e viagens É importante observar que a conta
internacionais, que totalizaram US$ financeira é a grande responsável pelo
3,5 bilhões negativos. Esse valor foi resultado final de U$$ 9,1 bilhões
compensado em parte pelo resultado dessa rubrica, no terceiro trimestre de
positivo da conta outros serviços, com 2007. Isto porque a conta capital, que
saldo de US$ 1,4 bilhão. registra as transferências unilaterais
O saldo da conta renda atingiu um de capital relacionadas com
déficit de US$ 6,8 bilhões. O que mais patrimônio de migrantes e a
contribuiu para esse saldo foi renda de aquisição/alienação de bens não
i n v e s t i m e n t o d i r e t o , m a i s financeiros não produzidos, tais como
especificamente, lucros e dividendos cessão de patentes e marcas, atingiu
que são remetidos para fora do país. apenas saldo final de US$ 211
Seu montante atingiu um valor de US$ milhões. As contas financeiras que
4,3 bilhões negativos. mais contribuíram para esse resultado
As transferências unilaterais foram: investimento direto (líquido),
apresentaram saldo positivo de US$ investimento em carteira e outros
1,0 bilhão. Essa conta, que investimentos. A conta investimento
geralmente apresentava pequena direto (líquido) fechou o terceiro
oscilação, vem tendo cada vez mais trimestre de 2007 com saldo de US$ 7
importância para o resultado final das bilhões, frente ao saldo de US$ 1,2
transações correntes. No primeiro bilhão, no mesmo período de 2006. O
trimestre, o saldo foi de US$ 982 saldo de aproximadamente US$ 7
milhões; no segundo, esse valor b i l h õ e s d o s i n v e s t i m e n t o s
aumentou para US$ 995 milhões; e no estrangeiros no país, um aumento de
terceiro trimestre o montante cresceu 58,4% em relação ao mesmo período
ainda mais, alcançando saldo de US$ do ano anterior, tem grande peso
1,0 bilhão. Quando comparado com o nesse resultado. Segundo análises do
saldo total das transações correntes IPEA, no acumulado deste ano, os
no mesmo trimestre, de U$ 1,1 bilhão investimentos originários da União
percebe-se a importância das Européia representaram cerca de
remessas de não residentes para o 62%, ao passo que, no mesmo
país. período do ano passado, eram de
Com relação à importância do saldo da apenas 38%.
Vitória/ES - Boletim N.39º - 33
Ta be la 7.3 - Dívida ex ter na (US$ m ilhõ es)
Discrim in ação 2006 2007
Set J ul Ago Set
Dívida médio e long o prazo 141 379 148 756 150 501 152 668
Setor público não financeiro 74 892 73 725 71 114 71 459
Setor priv. e pú bl. Finan ceiro 66 486 75 031 79 387 81 209
Dívida curto prazo 19 461 46 688 43 837 41 052
Setor público não financeiro - 465 0 0
Setor priv. e pú bl. Finan ceiro 19 461 46 223 43 837 41 052
Dívida extern a total 160 839 195 444 194 338 193 720
Fo nte: B CB - No tas para im prens a
A c o n t a
investimento em
carteira obteve
um saldo ainda
maior, fechando
em US$ 11,4
b i l h õ e s , u m
a u m e n t o e m
mais de 250%
em relação ao
mesmo período de 2006, que fechoumesmo período
em US$ 160,8 bilhões. A dívidade 2006. Este aumento pode ser
externa total no mês de janeiroexplicado, levando-se em conta o
apresentava um resultado de US$passivo dos investimentos em
163,2 bilhões, tendo sofrido umc a r t e i r a , p e l a e l e v a ç ã o d o
aumento até o mês de setembro deinvestimento em ações, de US$ 606
aproximadamente US$ 30 bilhões. Amilhões, em 2006, para US$ 7,1
dívida de médio e longo prazobilhões, em 2007, e pelo aumento dos
representa 78,8% da dívida total, mastítulos de renda fixa negociados no
ao longo do ano a dívida externa depaís de US$ 2,8 bilhões, em 2006,
curto prazo vem mostrando cada vezpara US$ 4,5 bilhões, em 2007. No
mais relevância, fechando noentanto, todo esse saldo apurado nas
trimestre com resultado de US$ 41contas investimento direto (líquido) e
bilhões frente ao saldo de US$ 19,4investimento em carteira foram, em
bilhões, no mesmo período de 2006.certa medida, compensados pelo
As reservas internacionais, conceitosaldo negativo de conta outros
de liquidez internacional, fecharam oinvestimentos, que apresentou um
mês de setembro com saldo de US$resultado negativo de U$ 9,5 bilhões.
161 bilhões. Até o final do terceiroEssa conta compreende créditos
trimestre de 2007, as reservascomerciais, empréstimos, moeda e
aumentaram aproximadamente US$depósitos, outros ativos e passivos e
78 bilhões. Isso pode ser explicadooperações de regularização.
pelas compras sucessivas do BancoConsiderando que no mesmo período
Central ao longo do ano. Apenas nosde 2006 o resultado foi de
primeiros sete meses de 2007, asaproximadamente US$ 2 bilhões,
compras totais foram de US$ 64infere-se que houve ruptura da
bilhões. A relação reservasseqüência de saldos positivos da conta
internacionais/dívida externa fechouao longo do ano, que apresentou saldo
em setembro com 0,83.acumulado de US$ 6,2 bilhões.
No que tange à dívida externa,
observa-se que ela vem se mantendo
estável ao longo do terceiro trimestre
de 2007, fechando em US$ 193,7
bilhões. No entanto, este resultado é
bem superior ao computado no
Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 34
Grupo de Estudos e Pesquisa em Conjuntura
Departamento de Economia
Curso de Ciências Econômicas
Universidade Federal do Espírito Santo
Av. Fernando Ferrari, 514 - Campus Goiabeiras
Vitória/ES
CEP 29075-910 - Tel/fax 27 -3335-2605/2645
Coordenador: Ana Carolina Giuberti e Fabrício Augusto de Oliveira.
Professores Pesquisadores: Adriano Teixeira, Luiz Jorge V. P.
Mendonça e Vinícius Vieira Pereira.
Participaram neste número:
Camilla dos Santos Nogueira
Daniel Pereira Sampaio
Danielle S. do Nascimento
David Sacramento Carvalho
Dihego Pansini de Souza
Eduardo Borchart
Gabriela Almeida
João Roberto de A. Rocha
Karoline Pereira Ferreira
Luiz Eugênio de M. Xavier
Nádia Delarmelina
Parlei Busatto Prando
Rafael da Silva Barbosa
Rafaela Bermond Caliman
Samira Erbiste de Moura
Thalles Vinícius de Moraes
Thiago de Faria Dias
Victor Nunes Toscano
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Análise da economia brasileira e da inflação no 3o trimestre de 2007

  • 1. APRESENTAÇÃO Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 01 A crise financeira que assustou o Econômica. No cenário nacional, as atençõesmundo neste terceiro trimestre de estão voltadas para a aprovação ou2007 não trouxe conseqüências para o não da prorrogação da CPMFlado real da economia brasileira, (Contribuição Provisória sobrenesse mesmo período. Este resultado Movimentação Financeira) até 2011.era esperado, dada a defasagem Manifestações contrárias e favoráveisexistente entre os efeitos monetários (ou não tão contrárias assim) são e os efeitos sobre o produto e o nível apresentadas a todo o momento de emprego de um choque na dentro dessa discussão, e a própria economia. Como será analisado nas t e o r i a o r t o d o x a a p r e s e n t a próximas páginas desse boletim, o argumentos prós e contras a essa terceiro trimestre apresentou bons contribuição. Segundo essa teoria, resultados para a economia brasileira mais especificamente, segundo a com crescimento do PIB e do teoria da tributação ótima, a investimento, aumento do emprego e estrutura tributária de uma economia do rendimento real do trabalhador. O deve atender aos princípios da eficiência, da eqüidade e daa u m e n t o d a i n f l a ç ã o , q u e simplicidade. Ou seja, os tributossurpreendeu o mercado em agosto, pagos pela sociedade não devemmostrou-se pontual e não pôs em provocar distorções nos preços dosrisco o cumprimento da meta de bens, o que os impostos cumulativosinflação de 4,5%. Apesar do fazem; eles devem ser tais que ocrescimento das importações, a montante pago por cada indivíduoexportações foram suficientes não só esteja de acordo com sua capacidade para garantir um superávit comercial de contribuição; e eles devem ser de como também para compensar o fácil arrecadação, a fim de evitar a déficit na conta de serviços. As evasão, a sonegação fiscal e o políticas fiscal e monetária elevado custo de cobrança. A CPMF mantiveram a suas trajetórias e seus atende ao princípio da simplicidade e resultados estão dentro dos objetivos pode-se dizer que também atende ao do governo. No entanto, o primeiro princípio da eqüidade, na medida em sinal de que a crise no mercado que os indivíduos com maior renda e imobiliário americano irá afetar o lado movimentação financeira pagam mais. No entanto, essa contribuiçãoreal da economia foi apontado possui uma incidência em cascata e,recentemente pelo FED, o Banco portanto, distorciva, não atendendoCentral americano, que revisou para ao princípio da eficiência. Por estebaixo as suas expectativas para o lado, o fim da CPMF eliminaria acrescimento da economia dos EUA em distorção provocada por ela e,2008. A taxa esperada passou de um conseqüentemente, favoreceria o valor entre 2,5% e 2,75% para um crescimento do produto. Este é um valor em torno de 1,8% a 2,5%. As dos principais argumentos contra a conseqüências dessa crise para o sua prorrogação. Por outro, a CPMF cenário econômico brasileiro são não é o único tributo brasileiro com analisadas na seção de Política
  • 2. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 02 1.POLÍTICA ECONÔMICA incidência cumulativa, e se este é o segundo o presidente Luís Inácio principal argumento para a sua “Lula” da Silva, se não é a ideal será supressão, deveria ser estendido a a “factível” e possível. A própria todo o sistema tributário brasileiro. teoria da tributação ótima dá Contudo, o cenário real é de que o suporte ao Presidente, pois os três governo não pode abrir mão de um princípios por ela estabelecidos são imposto que arrecadou R$ 32,09 conflitantes entre si. No entanto, bilhões em 2006, 8,17% da receita essa mesma teoria mostra que há total arrecadada pelo Governo sistemas tributários melhores do Federal e, que até outubro deste ano que outros, a depender do que a arrecadou R$ 29,65 bilhões, 6,12% sociedade prioriza, se a eficiência do total, se quiser manter a sua econômica, a eqüidade social ou a política fiscal de superávits simplicidade de arrecadação. Deve- primários. Sem contar que os se ficar atento para que a prioridade recursos foram destinados em sua dada pelo governo na proposta grande maioria à saúde e à apresentada seja a mesma da previdência social. Assim, o debate sociedade brasileira. atual em torno da CPMF é mais uma questão política do que econômica. No entanto, as questões econômicas relativas a esta contribuição, e a todos os demais tributos existentes, levantadas anteriormente não devem ser deixadas de lado, principalmente no momento em que o governo está prestes a enviar uma proposta de reforma tributária que, Numa visão de curto prazo, o Brasil ainda existentes a respeito da CPMF, atravessa uma fase altamente cujas resistências do Senado à sua favorável: a inflação continua aprovação deverão, ao fim e ao cabo, perfeitamente sob controle, ser vencidas, pode-se dizer que o país beneficiada por um câmbio estaria navegando, neste momento, crescentemente apreciado; o em águas tranqüilas. Trata-se, de fato, de indicadorescrescimento do PIB caminha para econômicos para ninguém botartingir 5% no ano, embora essa taxa defeito. Mais importante, é que orepresente apenas a metade da crescimento tem sido puxado peloregistrada para outros países investimento e o consumo dasemergentes, como a China e a Índia; a famílias, este beneficiado pelorelação dívida/PIB se encontra aumento do poder aquisitivo dosestabilizada em torno de 44%; e o trabalhadores provocado pelapaís conta com reservas externas apreciação cambial e pela expansãoacumuladas superiores a US$ 170 do crédito, enquanto o setor externo, bilhões. Se não fossem as dúvidas responsável pelo dinamismo da
  • 3. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 03 economia, até há pouco tempo, vem inevitável redução da demanda atuando como freio a essa tendência, externa para o país; o crescimento do já que as importações têm crescido a mercado interno, que vem atuando taxas mais elevadas do que as como principal motor da expansão exportações. Quando puxado por atual, deverá ser contido pelo investimentos e consumo, o aumento das importações de bens de crescimento tende a ser mais firme e consumo, as quais deverão expulsar, sustentado. deste espaço, nessa etapa, as Se é possível comemorar este empresas nacionais que dele vêm se desempenho no curto prazo, as utilizando para vender seus produtos, perspectivas de longo prazo não já que não têm conseguido, somente parecem, contudo, alentadoras. O com o aumento da produtividade, cenário da economia internacional compensar o câmbio apreciado e continua carregado de muitas nuvens: concorrer no mercado externo. Como o preço do petróleo continua em resultado, os saldos da balança elevação, e não há quaisquer comercial serão inevitavelmente perspectivas, à vista, de sua redução reduzidos, como já vem acontecendo, de forma mais significativa; as com o país voltando a registrar déficits incertezas sobre a dimensão das na balança de transações correntes, perdas provocadas pela crise do como já está previsto para o próximo crédito subprime nos Estados Unidos ano, mesmo sem se considerar o para o sistema financeiro e de seus agravamento do quadro atual. desdobramentos e conseqüências Não sem razão, as autoridades sobre o lado real da economia, econômicas têm indicado que se c o n t i n u a m p r e d o m i n a n d o e encontram, em estudo, medidas para sujeitando a economia internacional a compensar a excessiva valorização do periódicos solavancos, diante do câmbio, visando estimular as receio de que a recessão se instale exportações da indústria. Nada dizem, naquele país e se irradie para o resto contudo, sobre reduções mais do mundo; o crescimento ainda mais acentuadas da taxa de juros, o que acelerado do que o esperado de poderia gerar efeitos mais diretos países, como a China, alimenta o sobre o câmbio, tornando-o mais temor de que medidas mais drásticas competitivo, mesmo porque, se os de desaceleração terão de ser Estados Unidos continuarem tomadas para se evitar piores reduzindo a taxa de juros, com o país conseqüências inflacionárias. Ou seja, mantendo a sua nos níveis atuais, são predominantes as expectativas de aumentará o diferencial dos juros que uma recessão mundial se internos/externos, estimulando ainda encontra a caminho. mais a entrada de capitais de curto Se este cenário se confirmar, a prazo e aumentando a perda de conjuntura favorável de curto prazo, competitividade da produção para o Brasil, poderá rapidamente nacional. Com isso, a conjuntura desaparecer. Com o câmbio favorável poderá ceder espaços, ainda superapreciado, as exportações que mais rapidamente, para a reversão do estão sendo crescentemente crescimento atual. sustentadas por commodities tenderão a perder força, com a
  • 4. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 04 Tabela 2.1 – Inflação (%) Jan - Set/07 Set/06 - Set/07 Preços livres 3,82 5,07 Preços administrados 1,16 2,12 Fonte: Banco Central 2.INFLAÇÃO No dia 17 de outubro, o Banco Central, consumidor amplo medido pelo IBGE, após a realização da reunião do apresentou elevação de 0,24% em COPOM, divulgou em sua nota à julho, 0,04 pontos percentuais abaixo imprensa que “avaliando a conjuntura de junho. O aumento teve forte macroeconômica, o COPOM decidiu, contribuição do item alimentos e por unanimidade, fazer uma pausa no bebidas, grupo de maior peso no processo de flexibilização monetária e índice, com variação de 1,27% em manter a taxa Selic em 11,25% ao r e l a ç ã o a j u n h o , d e v i d o ano”. Na ata da reunião, divulgada dia principalmente ao aumento nos 25 de outubro, o COPOM demonstrou preços de leite e derivados (11,31%). preocupação com o aumento da Outros itens, porém, tiveram variação inflação, em especial os preços livres, negativa no mês, com destaque para que subiram acima dos preços a queda de 0,80%, em transportes, e administrados, como pode ser visto 0,74%, em habitação. na tabela 2.1. A inflação de setembro, portanto, nos A preocupação reside no fato de que mostra que a aceleração da inflação pode haver insuficiência da oferta era apenas pontual e não coloca em para cobrir o aumento da demanda risco a meta de inflação do Banco interna. Essa mudança na trajetória Central neste ano, que conduz sua da inflação deu-se basicamente no política monetária com base no IPCA. terceiro trimestre. Outro motivo, entretanto, para a O IPCA, índice nacional de preços ao interrupção na queda da taxa Selic consumidor amplo medido pelo IBGE, estaria na trajetória da inflação em apresentou elevação de 0,24% em 2008. No Boletim Focus do final de julho, 0,04 pontos percentuais abaixo outubro, publicação semanal do de junho. O aumento teve forte Banco Central sobre as expectativas contribuição do item alimentos e do mercado, as projeções do IPCA bebidas, grupo de maior peso no ficaram em 3,86% em 2007 e 4,10% índice, com variação de 1,27% em em 2008. r e l a ç ã o a j u n h o , d e v i d o O INPC, Índice Nacional de Preços ao principalmente ao aumento nos Consumidor, calculado para faixas de preços de leite e derivados (11,31%). renda entre 1 e 6 salários mínimos, Outros itens, porém, tiveram variação acompanhou as flutuações do IPCA, negativa no mês, com destaque para que abrange faixas de renda entre 1 e a queda de 0,80%, em transportes, e 40 salários mínimos. Os valores 0,74%, em habitação. correspondentes aos três meses O IPCA, índice nacional de preços ao (0,32% em julho, 0,59% em agosto e
  • 5. Vitória/ES - Boletim N.39º - 05T a be la 2 .2 – Ín dic e s de pre ç os (% ) In dic a do re s Ju l/0 7 A go/0 7 S e t/0 7 A c u m u la do n o a n o IPCA 0 ,2 4 0 ,4 7 0 ,1 8 2 ,9 9 IN PC 0 ,3 2 0 ,5 9 0 ,2 5 3 ,3 9 IPC-F IPE 0 ,2 7 0 ,0 7 0 ,2 4 2 ,9 6 ICV -D IE ES E 0 ,1 5 0 ,4 0 0 ,3 0 3 ,5 0 IG P-M 0 ,2 8 0 ,9 8 1 ,2 9 4 ,0 7 IG P-D I 0 ,3 7 1 ,3 9 1 ,1 7 4 ,4 5 F onte : IBG E, IN P C e D IE ES E Tabela 2.3 – Decomposição do IPCA IPCA Jul/07 Ago/07 Set/07 Peso do grupo no índice** Índice geral 0,24 0,47 0,18 1,00 Alimentos e bebidas 1,27 1,39 0,44 0,21 Habitação -0,74 0,05 0,54 0,13 Artigos de residência -0,39 0,08 0,17 0,05 Vestuário -0,16 -0,03 0,45 0,06 Transportes -0,8 0,05 -0,16 0,20 Saúde e cuidados pessoais 0,33 0,31 0,35 0,11 Despesas pessoais 0,52 0,59 0,14 0,1 Educação, leitura e papelaria 0,06 0,38 -0,11 0,07 Comunicação 0,42 0,71 -0,53 0,06 Fonte: IBGE **Aproximação da estrutura de ponderação no mês de setembro/2007 0,25% em setembro), porém, foram de 0,15% em julho, subindo para ligeiramente superiores aos 0,40% em agosto e cedendo 0,10 p.p. registrados pelo IPCA. Isto se deve ao em setembro, para 0,30%. O ICV fato de que, por se tratar de uma faixa acumula alta de 3,50% no ano. de renda menor, o grupo alimentos e A inflação medida pelo IGP-M (Índice bebidas tem ponderação maior na Geral de Preços do Mercado) fechou o composição do índice. A diferença da mês de junho em 0,28%, ficando 0,02 inflação acumulada entre os dois p.p. acima do patamar observado no índices do IBGE no ano passou então m ê s a n t e r i o r. E n t r e t a n t o , de 0,12 p.p. no final do segundo diferentemente do mês de julho, a trimestre para 0,42 p.p. no final de inflação em agosto apresentou uma s e t e m b r o , d e s f a v o r e c e n d o forte aceleração, fechando em claramente a renda real das famílias 0,98%. Todos os índices que de menor rendimento. compõem o IGP-M apresentaram alta O IPC, índice de preços da FIPE para o no mês em questão, o que explica o município de São Paulo, foi o único aumento do mesmo. Destaque para o que desacelerou no mês de agosto em IPA-M (Índice de Preços por Atacado) relação a julho, passando de 0,27% q u e a p r e s e n t o u a u m e n t o para 0,07%. No mês de setembro, considerável em relação ao mês de entretanto, também foi o único a julho (0,26%), subindo para 1,31%. acelerar, com 0,24%. A diferença No mês de setembro, o IGP-M resulta de uma diferente metodologia apresentou variação de 1,29%, empregada no cálculo do índice. No ficando 0,31 p.p. acima do observado ano o indicador apresenta inflação de em agosto e atingindo o patamar mais 2,96%. elevado no ano de 2007. Somente o Por sua vez, o ICV, calculado pelo IPC-M (Índice de Preços ao DIEESE também para a cidade de São Consumidor) apresentou deflação em Paulo, apresentou variações positivas relação ao mês anterior. Todavia, o
  • 6. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 06 Tabela 2.4 – Componentes do IGP-DI (em %) Indicadores Jul./07 Ago. /07 Set. /07 Acumulado no Ano IGP-DI 0,37 1,39 1,17 4,45 INCC-DI 0,31 0,26 0,51 4,62 IPA-DI 0,42 1,96 1,64 4,79 IPC 0,28 0,42 0,23 3,47 Fonte: FGV INCC-M (Índice Nacional de acima do observado em agosto, fruto Construção Civil) e o IPA-M que juntos da elevação do subgrupo Materiais explicam por 70% do IGP-M, que passou de 0,16%, em agosto, registraram aumento de preços para 0,79%, em setembro. No quando comparados ao mês de acumulado do ano, o IGP-DI se agosto. O INCC-M passou de 0,35% encontra 4,45%. Pode-se dizer que o para 0,39% enquanto que o IPA-M grande vilão do IGP-DI, nesse terceiro passou de 1,31% para 1,83%. No trimestre de 2007, foi o IPA-DI, que acumulado do ano, o IGP-M variou apresentou forte aumento em agosto 4,07%. e setembro e, por ser bastante O IGP-DI (Índice Geral de Preços – representativo na composição do IGP- Disponibilidade Interna), que difere do DI, puxou o mesmo para níveis bem IGP-M no que tange o período de elevados. Isso contribuiu para o forte coleta dos dados, fechou o mês de aumento do IGP-DI no acumulado do julho em 0,37%, 0,11 p.p. acima do ano. que o observado no mês de junho. No mês de julho o preço médio da E s t e a u m e n t o p a r e c e e s t a r cesta básica aumentou em nove das relacionado ao aumento dos preços do dezesseis capitais pesquisadas pelo IPA-DI, que explica por 60% do IGP- DIEESE. Os maiores aumentos foram DI e apresentou variação de 0,42%, apurados em João Pessoa e Natal, que ante 0,09% no mês anterior. Tanto o registraram R$ 143,55, e R$ 148,30, INCC-DI quanto o IPC apresentaram respectivamente. No entanto, o valor diminuição dos preços no mês de julho da cesta em Porto Alegre (R$ 200,97) quando comparado ao mês anterior. continuou a ser o mais alto do país. O Contudo, no mês de agosto, o IGP-DI leite in natura, a carne e o feijão se fechou em 1,39% sendo este o maior destacaram no aumento de seus valor do índice no ano corrente. Tal preços. O preço do leite in natura fato pode ser entendido haja vista que registrou alta expressiva, chegando a o IPA-DI e o IPC, que juntos explicam 22,22%, em Porto Alegre, e 22,08%, em Vitória. A carne, item de maiorpor 90% do índice, apresentaram peso na cesta básica, subiu em 15elevação, fechando em 1,96% e capitais, com destaque para0,42%, respectivamente. Em Florianópolis, 12,28%, e Porto Alegre,setembro, o IGP-DI registrou elevação 9,66%. O feijão apresentou aumentode 1,17%. Novamente o IPA-DI em doze capitaisapresentou elevação considerável e fechou o mês em 1,64%. Além disso, o INCC-DI fechou em 0,51%, 0,25 p.p. , sendo o principal em Natal (20%).Já Vitória obteve uma redução de -2,45%, desse produto.
  • 7. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 07 Tabela 2.5 – Preço médio da cesta básica – R$ correntes CAPITAL Jul/07 Ago/07 Set/07 Var.(%) Aracaju 142,98 150,82 157,15 9,91 Belém 154,58 161,64 165,59 7,12 Belo Horizonte 162,37 175,59 180,57 11,21 Brasília 172,30 176,21 176,57 2,48 Curitiba 167,85 174,28 176,62 5,22 Florianópolis 173,27 180,63 184,95 6,74 Fortaleza 130,83 141,53 147,75 12,93 Goiânia 152,35 155,79 159,28 4,55 João Pessoa 143,55 151,24 144,64 0,76 Natal 148,30 162,56 163,03 9,93 Porto Alegre 200,97 206,39 206,78 2,89 Recife 143,48 149,26 145,15 1,16 Rio de Janeiro 177,71 182,14 187,95 5,76 Salvador 137,88 146,93 148,06 7,38 São Paulo 186,98 193,04 194,34 3,93 Vitória 164,04 172,55 179,95 9,70 Fonte: DIEESE A farinha de Trigo, o óleo de soja, o feijão, do pão, do óleo de soja pão e a manteiga também também encareceram no período. O encareceram. O tomate destacou-se açúcar e a batata registraram queda entre os produtos que registraram em agosto, sendo em João Pessoa quedas, sendo em Porto Alegre registrada a maior queda no preço do apurada a maior delas, - 35,10%, açúcar (-14,29%) e em Goiânia o seguido de Curitiba, Goiânia, maior recuo no preço da batata (- Fortaleza e São Paulo. Já em Natal, 16,24%). João Pessoa e Recife foram No mês de setembro, o preço da cesta registrados os maiores aumentos, básica aumentou em 14 capitais, chegando a 32,73%, em Recife. O porém reduziu-se o ritmo deaçúcar e o café também sofreram crescimento. As maiores altas foramretrações expressivas em seus p r e ç o s . O p r e ç o d o açúcar caiu e m 1 2 c a p i t a i s , principalment e em Goiânia - 23%. Já o c a f é f i c o u mais barato e m d e z c a p i t a i s , destacando- se Curitiba (- 7 , 3 3 % ) e apuradas em Fortaleza (4,39%), Florianópolis (– 6,72%). Vitória (4,29%) e Aracaju (4,20%). No mês de agosto, a cesta básica João Pessoa e Recife destacaram-seaumentou em todas as dezesseis pelo recuo de -4,36% e -2,75%,capitais pesquisadas pelo DIEESE. Porto Alegre novamente apresentou a respectivamente. Porto Alegre cesta básica mais cara, R$ 206,39. continuou a apresentar a cesta básica Vitória registrou R$ 172,55. O tomate mais cara do país R$ 206,78. Em destacou-se por subir nas dezesseis Vitória, o preço apurado foi de R$capitais, sendo que Vitória registrou o 179,95. O óleo de soja apresentoumaior aumento, 58,33%, seguido por Belo Horizonte, 44,17%. Apenas Rio alta em todas as dezesseis capitais. O de Janeiro e Goiânia tiveram aumento arroz também subiu, principalmente menor do que 10%. A principal causa em Florianópolis (10,74%). A carne do aumento desse produto é a seca aumentou em 13 capitais, sendo emnas regiões produtoras. O leite também subiu chegando a 28,97% em Salvador. Os preços da carne, do Aracaju apurado a maior alta, de 10,63%. O pão, o leite, o feijão e o ca-
  • 8. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 08 3.NÍVEL DE ATIVIDADE De acordo com os dados da contas Comportamento animador em vista nacionais trimestrais divulgados pelo das projeções do governo para o IBGE (Instituto Brasileiro de crescimento do produto em 2007, Geografia e Estatística), o segundo mas que se torna um tanto tímido trimestre do ano de 2007 apresentou quando comparado com 2004, ano de um crescimento do PIB a preços de maior crescimento do governo Lula, mercado de 5,44%, em relação ao quando a taxa de crescimento do m e s m o t r i m e s t r e d e 2 0 0 6 . segundo trimestre registrou 7,51% de ¹Os dados do terceiro trimestre de 2007 serão divulgados pelo IBGE no dia 12 de dezembro deste ano. TAB EL A 3.1. Va ria çã o % do P IB pe la s ótica s do produ to e da de m a n da - se gu n do trim e stre e m re la çã o a igu a l pe ríodo do an o im e dia ta m e n te an te rior. Setor de atividade 200 3 II 200 4 II 200 5 II 200 6 II 200 7 II Agropecuária 10,1 0 4,54 0,37 -2,27 0,16 Indústria -0,39 11,4 6 2,02 -0,88 6,78 Extrativa m ineral -2,68 14,5 0 10,0 3 0,55 5,95 Transform ação 1,24 11,4 1 0,86 -2,62 7,20 Construção civil -5,46 10,4 8 1,26 2,50 6,23 Prod. e dsitrib.de eletricidade, gás e água 0,37 11,0 0 5,08 2,18 6,02 Serviços 0,67 5,79 3,49 3,01 4,81 Com ércio -1,40 9,14 3,56 2,05 8,07 Transporte, arm azenagem e correio -3,75 7,80 4,47 1,29 5,70 Serviços de inform ação 6,49 4,44 4,55 -0,83 7,49 Interm . financ, seguros, prev. com plem. e serv. rel. -5,43 10,5 6 6,61 10,4 9 9,59 O utros serviços -0,46 6,22 3,35 2,10 2,55 Ativ. im obiliárias e aluguel 5,15 2,17 4,27 4,42 4,01 Adm ., saúde e educação públicas 3,27 3,39 0,96 2,37 1,58 Valor adicionado a preços básicos 1,28 7,35 2,73 1,08 4,98 Im postos líquidos sobre produtos -0,92 8,47 3,41 3,50 8,57 P IB a pre ços de m e rca do 0,97 7,51 2,80 1,44 5,44 Consum o das fam ílias -3,07 3,89 4,67 4,11 5,80 Consum o do governo 0,38 4,56 2,47 3,63 3,89 F orm ação bruta de capital fixo -8,05 13,9 9 3,44 5,50 13,7 9 Exportação 26,1 3 16,0 5 9,89 -1,73 12,9 5 Im portação (-) -5,64 17,6 1 9,32 13,3 2 18,7 2 F onte: Elaboração dos autores com base em dados do SCN trim estral No período de julho a setembro,fé, encareceram contidamente. Apenas o açúcar e a batata todas as capitais registraram alta no destacaram-se pelo predomínio do preço da cesta básica, com destaque recuo. No caso do açúcar, Aracaju e para Fortaleza que registrou a maior Brasília registraram as maiores alta, de 12,93%. Em Vitória oquedas de -6,58% e -6,49%, aumento foi de 9,70% no período.r e s p e c t i va m e n t e . A b a t a t a , pesquisada em nove cidades do Centro-Sul, apresentou queda em sete delas, sendo a maior em Porto Alegre (-21,88%).
  • 9. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 09 variação positiva contra o mesmo uma melhora significativa no nível de trimestre do ano imediatamente atividade da economia, caso tal anterior, isto é, 2003. tendência se consolide, uma vez que O produto a preços básicos também este é o setor gerador de maior valor apresentou crescimento no segundo agregado e o que mais absorve mão- trimestre deste ano em relação a de-obra. Além disso, tal crescimento igual período de 2006, porém da ajuda a arrefecer um pouco o intenso ordem de 4,98%. Enquanto isto, os debate acerca de um possível impostos líquidos sobre o produto processo de desindustrialização pelo ampliaram-se em 8,57%, quando qual estaria atravessando o país, ainda comparado com o mesmo período do q u e s e j a m u i t o c e d o p a r a ano anterior. Segundo o IBGE, este interpretarmos esse comportamento resultado encontra explicação no pontual da indústria como uma aumento da arrecadação dos tendência sólida, ou de longo prazo. impostos sobre os bens e serviços Não obstante, pode ser um indicativo importados. doiníciodeumarecuperaçãodosetor. O PIB em valores correntes, A construção civil, com crescimento abordagem que não exclui o efeito da 6,23%, segue logo abaixo do setor inflação, encerrou o trimestre com um de transformação quando o assunto é a montante superior a R$ 630 bilhões, contribuição de cada setor para cifra que se posiciona R$ 33,5 bilhões expansão da indústria como um todo. acima do resultado apurado em igual Tal segmento é um ótimo indicador de período do anod e 2 0 0 6 . aquecimento da economia. Um aumento no ritmo de atividade da Ótica do produto construção civil, setor que envolve Com base na tabela 3.1, observa-se diversas faixas de renda da que o setor agropecuário cresceu população, significa, por um lado, 0,16% no segundo trimestre do ampliação da renda gerada na exercício corrente em relação ao economia, o que pode se reverter mesmo trimestre do ano anterior. E em crescimento da demanda por essa diferença, ainda que bastante moradias. Além disso, pode significar pequena, torna-se animadora se também, ampliação do investimento levarmos em conta que no segundo governamental em infra-estrutura, ou trimestre de 2006, em comparação ainda ser reflexo do aumento do com o mesmo período de 2005, parque produtivo por parte do observou-se um decréscimo de 2,27% empresariado. Deve-se ter em conta nessesetor. que todo este movimento cíclico da O setor industrial foi destaque nesse economia depende da manutenção do segundo trimestre, apresentando ritmo de crescimento. Um semestre crescimento de 6,78% acima do apenas não permite afirmar, com observado no mesmo período de segurança, a persistência dos efeitos 2006. A maior contribuição veio do benéficos da ampliação produtiva s u b - s e t o r d a i n d ú s t r i a d e para o conjunto da economia. transformação, com crescimento de O setor de serviços apresentou 7,20%, o que pode se caracterizar elevação de 4,81% em relação ao
  • 10. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 10 segundo trimestre de 2006. O s s e r v i ç o s que mais ajudaram n e s t e s e n t i d o foram os d e intermedi A ampliação da FBCF foi coerente coma ç ã o a elevação da produção industrial nofinanceira, seguros, previdência período, configurando-se como ac o m p l e m e n t a r e s e r v i ç o s maior taxa desde 2004, quando àrelacionados, bem como o comércio, época, esse agregado ampliou-se emcom crescimentos, respectivamente, 13,99%, em relação ao apurado noda ordem de 9,59% e 8,07%. A alta segundo trimestre de 2003. Otaxa de crescimento do comércio pode resultado apresentado no segundoser explicada pela elevação da massa trimestre de 2007 torna-se aindasalarial e ampliação na oferta de melhor quando comparado aos níveiscrédito, bem como pela estabilidade de crescimento apresentados nosda inflação, concomitante a uma segundos trimestres de 2005 e 2006,redução da taxa de juros que permite respectivamente, 3,44% e 5,5%, emque os preços para pagamento à relação a igual período dos exercíciosprazo, em quatro ou cinco vezes, imediatamente anteriores.possam ser os mesmos daqueles Mesmo com esse desempenho, napraticados à vista. Os demais sub- tabela 3.2 pode-se verificar que asetores também apresentaram taxas FBCF mantém-se estável, registrandopositivas, assim como todos os outros apenas uma pequena elevaçãocomponentes na apuração do PIB pela percentual, quando medida emótica do produto. termos de sua participação no PIB, haja vista em 2006, ter sido da ordemÓtica da Demanda de 16,80% e nos dois primeirosPor esta ótica de mensuração do PIB, o t r i m e s t r e s d e 2 0 0 7 t e r s ecomportamento dos diversos estabelecido, respectivamente, emcomponentes foi, nesse segundo 17,21% e 17,73% do PIB, nãotrimestre e de maneira geral, positivo, perfazendo, portanto, qualquerapresentando elevadas taxas de modificação relevante.crescimento para as importações, As importações foram o grande18,72%, para a formação bruta de destaque, apresentando a maiorcapital fixo (FBCF), 13,78% e as elevação entre os outros exercíciosexportações, com 12,95%, quando analisados, ou seja, 18,72%. Acomparados com o mesmo trimestre explicação para esse fenômenode 2006. T A B E L A 3 . 2 . C o m p o s i ç ã o p e r c e n t u a l d o P I B p e l a ó t i c a d a d e m a n d a ( e m 2 0 0 6 e n o s d o i s p r i m e i r o s tr i m e s tr e s d e 2 0 0 7 ) e P I B p m e m v a l o r e s c o r r e n t e s . P e río d o 2 0 0 6 2 0 0 7 I 2 0 0 7 II C o n s u m o d a s fa m ília s 6 0 ,3 6 6 1 ,7 4 6 0 ,2 3 F o rm a ç ã o b ru t a d e C a p it a l F ix o 1 6 ,8 1 7 ,2 1 1 7 ,7 3 C o n s u m o d o G o v e rn o 1 9 ,9 3 1 9 ,1 5 1 8 ,9 4 E x p o rt a ç ã o 1 4 ,6 6 1 3 ,9 4 1 3 ,9 1 Im p o rt a ç ã o ( - ) 1 1 ,7 2 1 2 ,2 2 1 1 ,9 4 V a ria ç ã o d e E s t o q u e s ( - ) 0 ,0 3 0 ,1 8 1 ,1 3 T o t a l 1 0 0 1 0 0 1 0 0 P I B p m ( V a lo r e s c o r r e n t e s ) 2 3 2 2 8 1 8 5 9 6 5 1 7 6 3 0 2 0 0 F o n t e : E la b o ra ç ã o d o s a u t o re s c o m b a s e e m d a d o s d o S C N t rim e s t ra l .
  • 11. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 11 repousa, principalmente, na de 12,95%. A manutenção das taxas valorização da moeda nacional, o que positivas de exportação, mesmo com permite que as mercadorias externas o câmbio valorizado, deve-se ao se tornem atrativas para os c r e s c i m e n t o d a s e c o n o m i a s consumidores nacionais. Apesar das e m e r g e n t e s , q u e c o n t i n u a m i m p o r t a ç õ e s p r e s s i o n a r e m demandando nossos produtos negativamente a composição do primários. Tal análise baseia-se, produto e transferirem renda para o especialmente, na forte participação exterior, convém analisar a pauta de das commodities minerais e agrícolas importações para averiguar se os na pauta de exportações do país. produtos importados são, em sua Outro ponto que merece destaque é maioria, insumos para a produção, ou que enquanto as importações apenas bens de consumos, que ampliaram sua participação no poderiam, ou não, estar sendo produto, as exportações diminuíram. produzidos no país. Nesse período, os No ano de 2006, as exportações principais produtos importados foram representaram 14,66% do PIB o petróleo bruto, partes e peças para brasileiro. Já nos dois primeiros veículos e medicamentos para t r i m e s t r e s d e 2 0 0 7 t a l medicina humana e veterinária, o que r e p r e s e n t a t i v i d a d e c a i u , se pode concluir que o nosso país não respectivamente, para 13,94% e está utilizando a fase do câmbio 13,91%. favorável às importações para equipar Já o consumo das famílias teve um o seu parque produtivo. Isto significa aumento um pouco menos expressivo um processo de transferência de no segundo trimestre de 2007, renda para o exterior, ainda que parte quando comparado ao mesmo período desses produtos importados seja de de 2006. A elevação foi de 5,80%, o extrema relevância para a população, que pode ser explicado tanto pelo como é o caso dos medicamentos. aumento do emprego formal nesse Nos dois primeiros trimestres do ano, período, fator este de ampliação do a participação das importações na nível de renda das famílias, como c o m p o s i ç ã o d o P I B f o i , também pelo aquecimento da respectivamente, de 12,22% e e c o n o m i a c o m o u m t o d o , 11,94%, estabelecendo-se, portanto, principalmente na indústria, como acima, daquela apresentada na exposto anteriormente. composição do PIB de 2006, ou seja, O consumo das famílias continua 11,72%. sendo a variável com a maior O comportamento das exportações, participação na composição do PIB e quando comparado o segundo se mantém relativamente constante trimestre de 2006 com o segundo nesta posição. No ano de 2006 essa trimestre de 2005, apresenta redução categoria representou 60,36% da de 1,73%. No entanto, confrontando- demanda agregada da economia e nos se o segundo trimestre de 2006 com o dois primeiros trimestres de 2007 tal segundo trimestre de 2007, torna-se contribuição foi, respectivamente, de evidente a recuperação, bastando 61,74% e 60,23%. observar a variação positiva da ordem O governo por sua vez, preocupado
  • 12. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 12 com a manutenção do superávit do ano, momento em que o governo primário, mantém seus gastos em gastou 19,15% do PIB, e com o ano nível moderado. Ainda assim, anterior, quando atingiu 19,93%. apresentou elevação de 3,89%, a maior taxa de variação entre os INDÚSTRIA segundos trimestres desde o ano de A indústria brasileira fechou o terceiro 2004. No entanto, este crescimento trimestre de 2007 com mais um não indica uma tendência de resultado positivo. A produção participação mais acentuada do industrial cresceu 0,42% (Tabela 3.3) governo no cômputo do PIB, uma vez entre julho e setembro, resultado que a participação dos gastos significativo se comparado com o do governamentais no produto, neste segundo trimestre do ano, quando o segundo trimestre de 2007, foi de crescimento foi da ordem de 2,5%. 18,94%, a menor taxa quando É importante salientar que, confrontada com o primeiro trimestre comparando o comportamento deste T a b e l a 3 . 3 - P r o d u ç ã o f í s ic a i n d u s t r i a l p o r s e ç õ e s e a t i v i d a d e s i n d u s t ri a i s – B r a s i l - V a r i a ç ã o e m % M ê s / m ê s i m e d i a t a m e n t e a n t e r i o r S e ç õ e s e a t i v i d a d e s i n d u s t r i a i s j u l / 0 7 a g o / 0 7 s e t / 0 7 A c u m u l a d o t e r c e i r o t r i m e s t r e 1 . I n d ú s t r i a g e r a l - 0 , 3 8 1 , 2 7 - 0 , 4 7 0 , 4 2 2 . I n d ú s t r i a e x t r a t i v a 0 , 7 0 , 4 5 - 0 , 8 2 0 , 3 2 3 . I n d ú s t r i a d e t r a n s f o r m a ç ã o - 0 , 5 1 1 , 4 1 - 0 , 3 6 0 , 5 3 3 . 1 A l i m e n t o s - 2 , 6 7 3 , 7 0 , 8 5 1 , 7 8 3 . 2 B e b i d a s - 0 , 6 1 3 , 8 4 - 2 , 6 5 0 , 4 8 3 . 3 F u m o - 4 , 5 6 1 , 8 4 - 4 , 0 4 - 6 , 7 4 3 . 4 T ê x t i l - 0 , 4 0 , 0 9 0 , 6 9 0 , 3 8 3 . 5 V e s t u á r i o e a c e s s ó r i o s - 1 , 8 7 0 , 0 5 - 2 , 9 4 - 4 , 7 1 3 . 6 C a l ç a d o s e a r t i g o s d e c o u r o - 3 , 3 8 2 , 7 5 0 , 4 2 - 0 , 3 1 3 . 7 M a d e i r a 2 , 6 3 1 , 7 9 - 0 , 8 1 3 , 6 2 3 . 8 C e l u l o s e , p a p e l e p r o d u t o s d e p a p e l - 0 , 4 6 - 0 , 8 8 - 7 , 2 3 - 8 , 4 7 3 . 9 E d i ç ã o , i m p r e s s ã o e r e p r o d u ç ã o d e g r a v a ç õ e s 4 , 2 5 - 3 , 4 9 1 , 6 3 2 , 2 5 3 . 1 0 R e f i n o d e p e t r ó l e o e á l c o o l - 3 , 2 4 1 , 1 8 0 , 9 5 - 1 , 1 8 3 . 1 1 F a r m a c ê u t i c a - 3 , 5 3 - 2 , 0 0 - 2 , 4 7 - 7 , 7 9 3 . 1 2 P e r f u m a r i a , s a b õ e s , d e t e r g e n t e s e p r o d u t o s d e l i m p e z a - 4 , 1 7 2 , 0 4 - 1 , 7 5 - 3 , 9 3 3 . 1 3 O u t r o s p r o d u t o s q u í m i c o s 3 , 5 2 - 1 , 6 3 - 3 , 0 2 - 1 , 2 5 3 . 1 4 B o r r a c h a e p l á s t i c o 0 , 3 3 0 , 7 4 - 0 , 3 6 0 , 7 1 3 . 1 5 M i n e r a i s n ã o m e t á l i c o s 1 , 3 5 - 1 , 6 5 - 0 , 7 4 - 1 , 0 6 3 . 1 6 M e t a l u r g i a b á s i c a - 0 , 2 2 - 0 , 9 2 - 0 , 1 8 - 1 , 3 1 3 . 1 7 P r o d u t o s d e m e t a l - e x c l u s i v e m á q u i n a s e e q u i p a m e n t o s - 5 , 2 6 0 , 8 2 1 , 0 2 - 3 , 5 1 3 . 1 8 M á q u i n a s e e q u i p a m e n t o s - 3 , 1 3 3 , 7 1 0 , 7 2 1 , 1 8 3 . 1 9 M á q u i n a s p a r a e s c r i t ó r i o e e q u i p a m e n t o s d e i n f o r m á t i c a 1 , 8 9 3 , 2 5 1 , 8 2 7 , 1 2 3 . 2 0 M á q u i n a s , a p a r e l h o s e m a t e r i a i s e l é tr i c o s - 0 , 0 1 - 0 , 7 4 1 , 7 8 1 , 0 1 3 . 2 1 M a t e r i a l e l e t r ô n i c o , a p a r e l h o s e e q u i p a m e n t o s d e c o m u n i c a ç õ e s 0 , 4 2 5 , 9 7 2 , 0 2 8 , 5 6 3 . 2 2 E q u i p a m e n t o s d e i n s t r u m e n t a ç ã o m é d i c o - h o s p i t a l a r , ó p t i c o s e o u t r o s - 1 , 4 1 3 , 4 3 - 2 , 2 2 - 0 , 2 9 3 . 2 3 V e í c u l o s a u t o m o t o r e s 2 , 4 8 3 , 9 4 - 3 , 0 5 3 , 2 6 3 . 2 4 O u t r o s e q u i p a m e n t o s d e t r a n s p o r t e 8 , 2 6 2 , 6 1 - 2 , 6 6 8 , 1 3 3 . 2 5 M o b i l i á r i o 1 , 1 5 2 , 9 7 - 3 , 7 1 0 , 2 9 3 . 2 6 D i v e r s o s - 0 , 7 5 - 1 , 4 1 1 , 8 3 - 0 , 3 6 F o n t e : I B G E - P e s q u i s a I n d u s t ri a l M e n s a l - P r o d u ç ã o F í s i c a
  • 13. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 13 t e r c e i r o trimestre com o m e s m o período do ano a n t e r i o r, a p r o d u ç ã o i n d u s t r i a l cresceu 6,4%, totalizando 16 t r i m e s t r e s útil a mais. seguidos de crescimento. Já na série Merece destaque o ramo de celulose, que compara o crescimento com o papel e produtos de papel, pois o mês trimestre imediatamente anterior o de setembro caracteriza-se como resultado se mantém positivo há oito período de paralisação das atividades trimestres. Por isso, não é uma por parte das grandes empresas do afirmação frágil dizer que neste ano o setor para manutenção dos setor industrial poderá ser o equipamentos. Isso explica a grande responsável por elevar o crescimento queda observada neste mês. do produto, mesmo com a recente A tabela 3.3 demonstra também que o modificação de metodologia de cálculo segmento de veículos automotores do PIB, que acaba por atribuir menos continua em processo de crescimento, peso à indústria. viabilizado principalmente pelas baixas taxas de juros, a concessão deApesar do mês de setembro ter crédito e as inúmeras opções deapresentado, na maioria das seções e financiamentos na compra deatividades industriais, uma taxa de automóveis. Acompanhando tal variação negativa, o comportamento tendência, aparece a rubrica de outros da indústria ao longo dos outros dois equipamentos de transporte, que meses mais do que compensou tal inclui a produção de motocicletas, v a r i a ç ã o . O r e s u l t a d o p r i n c i p a l r e s p o n s á v e l p e l o majoritariamente negativo neste crescimento trimestral (8,13%). Na divisão da produção industrial porúltimo mês do trimestre é atribuído ao categorias, duas se destacaram nestenúmero de dias úteis, quatro a menos terceiro trimestre, quais sejam, a deque o mês de agosto, de que teve 23 bens de capital e bens de consumo dias úteis. O coordenador da indústria duráveis. A categoria de bens de no IBGE, Silvio Sales, disse que apesar c a p i t a l d e s e m p e n h o u p a p e l das séries sofrerem ajuste sazonal, espetacular nestes três meses, o que esse menor número de dias úteis pode pode denotar algum reflexo da PITCE (Política Industrial, Tecnológica e deter gerado o que é chamado de “efeito Comércio Exterior) do governocalendário”. Tal fato pode ser federal. Lançada em 31 de março decomprovado pela produção industrial 2004, como parte integrante do brasileira de setembro de 2007 que conjunto de medidas previstas no ficou 5,6% abaixo da observada no Plano Plurianual (PPA) do segundo mesmo mês em 2006, que teve um dia Tabela 3.4 - Produção física industrial por categorias de uso - Brasil – Variação % Categorias de uso Mês/mês imediatamente anterior Acumulado terceiro trimestrejul/07 ago/07 set/07 Bens de capital -1,11 3,60 1,43 3,92 Bens intermediários -0,10 0,81 -1,04 -0,33 Bens de consumo -0,78 1,18 -0,29 0,12 Duráveis 1,06 2,69 -0,18 3,58 Semi-duráveis e não duráveis -3,06 0,65 -0,59 -3,01 Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física
  • 14. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 14 mandato do presidente Lula, a PITCE consecutivos. Na tabela 3.4, pode-se se baseia num conjunto articulado de perceber apenas com uma ligeira medidas que visa fortalecer e expandir queda em setembro, porém com a base industrial brasileira por meio da crescimento acumulado no trimestre melhoria da capacidade inovadora das de 3,58%. empresas. Medidas horizontais de Um outro dado importante a ser p o l í t i c a i n d u s t r i a l , c o m o o mencionado é a utilização média da a p r i m o r a m e n t o d o s m a r c o s capacidade instalada da indústria, regulatórios dos setores de infra- índice calculado pela Fundação Getúlio estrutura produtiva, desoneração das Vargas (FGV). Segundo esta exportações, redução da razão entre fundação, a indústria como um todo dívida externa e exportações, redução (exceto o gênero de produtos progressiva da parcela da dívida farmacêuticos e veterinários) teve em indexada ao câmbio, entre outras, média mais de 80% de utilização de aliam-se a políticas verticais, sua capacidade instalada em seletivas, como incentivos fiscais e setembro deste ano. Alguns gêneros creditícios, linhas especiais de ainda superaram os 90%, o que é o f i n a n c i a m e n t o s , a p o i o a o caso de metalurgia e papel e papelão. desenvolvimento de cadeias A divisão por setores industriais é produtivas e arranjos produtivos ainda mais surpreendente. Todos os locais, além de subsídios visando o quatro setores listados (bens de aumento da capacidade de inovação e consumo, bens de capital, material de competição externa da indústria construção e bens intermediários) brasileira em setores estratégicos. O operaram o último mês do terceiro segmento de bens de capital, que trimestre com mais de 84% de apesar de algumas pequenas utilização da capacidade instalada. oscilações vem acumulando taxas de O que merece ser apontado também é crescimento desde abril de 2006, é que a aceleração do ritmo da produção apenas um dos quatro setores industrial é mais acentuada no Estado estratégicos que o governo espera do Espírito Santo, onde na desenvolver com esta política. Além comparação entre o terceiro trimestre d e l e , e s t ã o s o f t w a r e s , semicondutores, f á r m a c o s e medicamentos. No que concerne a b e n s d e c o n s u m o d u r á v e i s , o s d a d o s c o m média móvel do IBGE indicam que a categoria cresce há 10 m e s e s Tabela 3.5 - Volume de vendas no varejo por atividade (variação real%) Atividades Jul/07* Ago/07* Set/07* Acumulado Jan/Set** Acumulado 12 meses** Comércio Varejista 0,6 1,1 1,4 9,6 8,9 Combustíveis e lubrificantes -0,7 1,5 -0,4 5,0 2,5 Hiper., Super., Alim., Beb. e Fumo 0,7 -0,9 3,0 6,6 6,8 Supermercados e Hipermercados 1,1 -0,8 3,3 7,1 7,3 Tecidos, vestuário e calçados -3,6 4,2 -2,1 10,1 7,6 Móveis e eletrodomésticos -1,1 5,0 0,1 16,3 15,0 Outros artigos de uso pessoal e doméstico - - 23,4 22,1 Comércio Varejista Ampliado - - 13,6 12,2 Veículos, motos, partes e peças 1,2 4,6 -1,1 22,9 20,2 Material de Construção - - 9,6 9,1 Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE). * variação percentual real mês/mês./ ** ** variação percentual em relação a igual período imediatamente anterior
  • 15. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 15 c o m o t r i m e s t r e d o a n o respectivamente, quando comparados imediatamente anterior, observa-se com os mesmos meses de 2006. As uma taxa de crescimento de 6% na consultas de cheques e ao SPC (Tabela série ajustada sazonalmente, seguido 3.7), no indicador mês a mês para o de longe pelo Amazonas com 3,40% Espírito Santo, apresentaram leve de aumento. queda em julho, -0,94%, uma alta em agosto, 10,7%, e novamente, queda e m s e t e m b r o d e - 1 7 , 1 5 % ,COMÉRCIO demonstrando certo recuo do varejoDo segundo para o terceiro trimestre capixaba no terceiro trimestre do ano.de 2007, o comércio varejista A análise do comportamento de cadaapresentou crescimento de 3,1%. Os resultados do volume de vendas para segmento do comércio mostra que os meses de julho, agosto e setembro todos apresentaram crescimento no foram 0,6%, 1,1% e 1,4%, índice acumulado no ano (Tabela 3.5). respectivamente. Setembro foi o nono Dentre eles, o comportamento mais mês consecutivo a apresentar tímido fica por conta de Combustíveis variação positiva em relação ao mês e lubrificantes, com crescimento de imediatamente anterior. De acordo 5,0% acumulado de janeiro a com a Pesquisa Mensal do Comércio, setembro e 2,5%, no acumulado nos divulgada pelo IBGE, o crescimento últimos doze meses, quando acumulado entre janeiro e setembro comparados com iguais períodos de 2007, quando comparado com imediatamente anteriores. Com uma igual período de 2006 foi de 9,6% e no variação real acumulada de 0,4%, no acumulado dos últimos 12 meses, de terceiro trimestre em relação ao 8,9%(Tabela 3.5). segundo trimestre de 2007, este item O Espírito Santo (Tabela 3.6) promete ser o de menor crescimento apresentou taxas de crescimento do no conjunto do comércio este ano. comércio varejista de 5,4%, 8,3% e Para o Espírito Santo, numa 5,8% para julho, agosto e setembro, comparação entre o acumulado nos Ta be la 3 .6 - Volu m e de v e n da s n o v a re j o p or a tiv i da de – Es p írito S a n to (v a r ia ç ã o re a l% ) Ativ idades Jul/0 7 Ago/0 7 Set/0 7 Trim estre Acum ulado jan/set Acum ulado 1 2 m eses Com ércio Vare jista 5 ,4 8 ,3 5 ,8 6 ,5 9 ,9 9 ,8 Com bustív eis e lubrificantes -3 ,3 -1 0 ,3 -1 1 ,4 -8 ,3 -2 ,7 -4 ,9 H iper ., S upe r., Alim ., Be b. e F um o 4 ,7 1 0 ,6 7 ,6 7 ,6 1 1 ,3 1 1 ,7 Superm ercad os e H iperm ercados 4 ,9 1 1 ,1 8 ,0 8 ,0 1 1 ,7 1 2 ,2 Tecidos, v estuár io e calçados -2 ,8 2 ,6 3 ,0 0 ,9 0 ,3 1 ,6 M óv eis e eletrodom ésticos 1 9 ,2 2 3 ,2 1 5 ,3 1 9 ,2 1 9 ,8 1 4 ,2 O utros artigos de uso pessoal e dom éstico -4 ,7 -1 0 ,5 -9 ,7 -8 ,3 -0 ,7 7 ,2 Com ércio Vare jista Am pliado 1 1 ,6 1 5 ,6 1 1 ,4 1 2 ,9 1 3 ,8 1 3 ,5 Veículos, m otos, partes e peças 2 1 ,2 2 0 ,7 2 2 ,4 2 1 ,4 2 0 ,6 1 9 ,9 M aterial de C onstr ução 1 0 ,0 2 ,0 -1 2 ,2 -0 ,1 7 ,4 1 0 ,6 F onte: Pesquisa M ensal do Com ércio (IBG E).
  • 16. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 16 últimos doze meses e igual período anterior, 10,1%. Já na análise do anterior (Tabela 3.6), Combustíveis e Espírito Santo, este item apresenta o lubrificantes apresentam decréscimo segundo pior desempenho, 0,3% no de 4,9%, enquanto, na mesma acumulado dos nove meses de 2007, relação, Móveis e eletrodomésticos quando comparado com igual período aponta crescimento de 14,2% e de 2006. veículos, motos, partes e peças, Considerando apenas o comércio 19,9%. varejista, sem incluirmos os dois O segmento hipermercados, segmentos que compõem o índice supermercados, alimentos, bebidas e ampliado, pois sofrem a influência das fumo apresentou, no acumulado de transações inter-firmas, os itens janeiro a setembro, crescimento de Móveis e eletrodomésticos e Outros 6,6% quando comparado a igual artigos de uso pessoal e doméstico período de 2006. O aumento da massa apresentaram as maiores variações real de salário da economia e a acumuladas no ano, 16,3% e 23,4%, expansão do crédito, bem como a respectivamente. Quando tomados os utilização crescente de cartões de últimos doze meses também saem na crédito, patrocinados pelas próprias f r e n t e c o m 1 5 % e 2 2 , 1 % , lojas, continua a explicar tal respectivamente. Segundo o IBGE, o comportamento. Dentro do terceiro comportamento do item Móveis e trimestre, pode-se inferir que o eletrodomésticos pode ser explicado aumento nos preços dos produtos que pela expansão do crédito, redução do compõem o grupo Alimentação no preço de eletroeletrônicos e elevação Domicílio, verificado de junho a agosto da massa de salários. Vale destacar pelo IPCA, afetou o comportamento ainda que o segmento Outros artigos deste segmento nos meses de julho e, de uso pessoal e doméstico inclui lojas principalmente, agosto. Porém, em de departamentos, óticas, joalherias, setembro, há uma reação na taxa de artigos esportivos, brinquedos, entre crescimento, 3%, a segunda maior outros e seu crescimento está dentre todas as apresentadas pelos associado à melhoria do quadro geral outros segmentos do Comércio. da economia. No Espírito Santo, este O Espírito Santo acompanhou o item não apresenta o desempenho crescimento brasileiro neste item, observado na média nacional, tanto apresentando taxas de 4,7%, 10,6% e que se tomarmos o acumulado de 7,6% para julho, agosto e setembro, janeiro a setembro de 2007 e respectivamente, em comparação com os mesmos meses de 2006. Entre os segmentos do varejo, Tecidos, vestuários e calçados apresentaram a segunda maior taxa de crescimento no acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano Tabela 3.7 – Número de consultas a cheques e SPC – Espírito Santo (variação real%) Mês/Mês anterior Junho Julho Agosto Setembro Consultas SPC+Cheque -6,05 -0,94 10,07 -17,15 Mês 2006/Mês 2007 Junho Julho Agosto Setembro Consultas SPC+Cheque 17,18 6,79 9,16 -0,81 Fonte: SPC/TI
  • 17. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 17 4.EMPREGOS E SALÁRIOS Apesar da incerteza gerada pela verifica-se a mesma estabilidade instabilidade das economias mundiais, quanto à taxa de atividade (proporção decorrente da crise norte-americana, de pessoas economicamente ativas o Brasil pôde gozar de relativa em relação ao número de pessoas de estabilidade em relação ao mercado 10 anos ou mais de idade), estimada de trabalho, motivada, entre outros em setembro de 2007, em 57,5%, em fatores, pelo controle da inflação e relação ao mesmo período do ano pelo aumento da formalização do anterior, no total das seis regiões emprego. investigadas. Mesmo usando metodologias Tendência semelhante foi apresentada diferentes, os dados apresentados pelo DIEESE, que estimou uma taxa pelo IBGE (Instituto Brasileiro de de desemprego constante para os Geografia e Estatística) e pelo DIEESE meses de julho e agosto, com uma (Departamento Intersindical de pequena elevação para o mês de Estudos e Estatísticas Sócio- setembro na Região Metropolitana de Econômicas) confirmam o acima São Paulo. Segundo esta Instituição, disposto. nas outras regiões pesquisadas De acordo com a tabela 4.1, a taxa de (Distrito Federal, Belo Horizonte, desemprego estimada pelo IBGE Porto Alegre, Salvador e Recife) manteve-se constante em 9,5% ao também houve diminuição da taxa de longo dos dois primeiros meses do trimestre, apresentando queda no mês de setembro em 0,5 ponto percentual, que, por sua vez, representou uma q u e d a d e 1 p o n t o percentual em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o IBGE, Tabela 4.1 – Taxa de Desemprego (%) Meses IBGE** DIEESE* 2006 2007 2006 2007 Julho 10,7 9,5 16,7 15 Agosto 10,6 9,5 16 15 Setembro 10 9 15,3 15,1 * Região Metropolitana de São Paulo **Média das seis maiores Regiões Metropolitanas do país Fonte: IBGE/PME e DIEESE/PED compararmos com igual período de similar para o Estado do Espírito Santo, a mesma taxa aponta para2006, teremos taxa negativa, -0,7%, 20,6%. No acumulado dos últimosindicando recuo no volume de vendas doze meses, o crescimento deste itemdesta atividade. foi de 20,2% para o Brasil e 19,9%As vendas de veículos, motos, partes e para o Estado. A ampliação dos prazospeças, componente do indicador do de financiamento e a redução dascomércio varejista ampliado, taxas de juros são fatores quecontinuaram a tendência de explicam a expansão das vendas nocrescimento apresentada desde o ramo.início do ano, registrando elevação de 22,9% no acumulado de janeiro a setembro em relação ao mesmo período do ano anterior. Numa análise
  • 18. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 18 desemprego. da Indústria de Transformação, que Segundo a maioria dos analistas, as criou 112.114 novos postos de perspectivas para o mercado do trabalho formal. trabalho brasileiro até o final deste O salto na criação de novos empregos ano são amplamente favoráveis, dado n o s e t o r d a I n d ú s t r i a d e o contínuo aumento do emprego Transformação, para o mês de formal no país e a tendência natural de setembro, pode ser explicado pelo aumento do consumo, própria dos início da produção para atender às últimos meses do ano, com a d e m a n d a s d e f i m d e a n o , proximidade das festas e do 13º apresentando, portanto, um aspecto salário. sazonal. Porém, não se pode deixar de Pelos dados do CAGED (Cadastro enfatizar que este resultado foi maior G e r a l d e E m p r e g a d o s e do que o obtido para o mês de Desempregados), tabela 4.2, o setembro do ano de 2004, 101.101 terceiro trimestre de 2007 apresentou novos postos de trabalho, quando a resultado considerável do ponto de taxa de crescimento do PIB brasileiro vista da criação de novos postos de (5,7% no ano) foi a maior do Governo trabalho formal, com 511.489 novas Lula. Isto significa que o resultado é vagas. representativo, apesar do aspecto Como nos últimos meses, os números sazonal. positivos foram puxados pela O setor de Construção Civil I n d ú s t r i a d e Tra n s f o r m a ç ã o apresentou resultados recordes no (180.509), setor de Serviços acumulado do ano. Segundo o CAGED, (170.162) e Comércio (114.461). a Construção Civil registrou recordes Somente o setor da Agropecuária com criação de 142.743 novos postos apresentou resultados negativos com de trabalho”. Para o terceiro trimestre, a retirada de 41.183 postos de o aumento do número de celetistas trabalho formal. neste setor ficou em 75.569. Tais O setor de Serviços foi o que mais resultados podem ser interpretados contribuiu para o crescimento do pela maior facilidade de crédito de número de celetistas nos meses de longo prazo oferecido pelo mercado, julho e agosto, 38.154 e 58.954, que implica numa maior demanda por respectivamente, sendo expressivo, bens oferecidos pelo setor, que, por para o mês de setembro, o resultado sua vez, contrata novos empregados. Além disso, pode-se atribuir este aumento à redução da alíquota de IPI (Imposto sobre P r o d u t o s Industrializados), entre outros, para p r o d u t o s d a Construção Civil. Segundo veiculado na mídia, a desoneração fiscal ocorre como TABELA 4.2 - Saldo de admitidos e desligados para o Brasil Atividade Econômica jul/07 ago/07 set/07 Total Extrativa Mineral 1.163 703 777 2.643 Ind. Transformação 28.996 39.399 112.114 180.509 Serv. Ind. Utilid. Pública 465 486 630 1.581 Construção Civil 18.896 26.276 30.397 75.569 ércio 27.921 36.188 50.352 114.461 Serviços 38.154 58.954 73.054 170.162 Adm. Pública 3.411 2.129 2.207 7.747 Agropecuária 7.986 -30.806 -18.363 -41.183 Total 126.992 133.329 251.168 511.489 Fonte: CAGED
  • 19. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 19 estratégia para fazer o PAC (Programa nos meses de agosto e setembro, de Aceleração do Crescimento) quando o saldo foi negativo em 30.086 funcionar e propiciar aumento e 18.363. Para o mês de julho o substancial do setor da Construção resultado foi positivo em 7.986 (tabela Civil no cômputo do PIB. 4.2). Este resultado é considerado sazonal, dado que este é o período de O setor de Comércio também entressafra da região Centro-Sul do apresentou bons resultados neste país. No acumulado do ano, a terceiro trimestre. Alguns dos agricultura gerou 197.254 postos, resultados obtidos estão entre os resultado bem inferior ao de 2004 melhores da série histórica do CAGED quando o acumulado apresentou em relação ao mesmo mês do ano crescimento do número de celetistas anterior. Em certa medida, os bons em 265.654. Porém, o resultado números podem ter sido um reflexo do acumulado para 2007 é superior aos aumento expressivo da atividade de 2006 e 2005 que representaram, comercial que neste terceiro trimestre respectivamente, 184.373 e 175.641 cresceu a taxas elevadas. acréscimos ao número de celetistas. O s e t o r A g r o p e c u á r i o , e m Pelo acima exposto, os resultados contrapartida aos demais setores, foi obtidos a partir do CAGED para o Brasil o único a apresentar resultados p o d e m s e r e x p l i c a d o s p e l o negativos na criação de novos postos aquecimento da demanda interna, de trabalho para este terceiro com o conseqüente crescimento do trimestre. A constatação é verificada produto, e por fatores sazonais TABELA 4.3 – Saldo entre ligados e desligados do Brasil por Regiões – Total no trimestre Setor Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste Adm. Pública 6.737 158 571 156 126 Agropecuária -61.856 1.111 18.621 2.845 -1.904 Comércio 66.676 54.623 13.981 6.712 7.725 Construção Civil 38.682 9.815 11.868 8.271 6.933 Ext. Mineral 1.378 143 664 250 208 Ind. Transformação 68.061 19.863 79.846 8.374 4.365 Serv. Ind. Util. Pública -537 113 1.625 7 373 Serviços 107.496 21.872 24.735 5.904 10.155 Total 226.637 107.698 151.911 32.519 27.981 Fonte: CAGED Tabela 4.4 - Rendimento Médio Real - em R$ e Variação percentual em relação ao mesmo mês do ano anterior IBGE DIEESE* Meses 2006 2007 Var. (%) 2006* 2007* Var. (%) Julho 1.089,46 1.117,13 2,54% 1.267,43 1.118,23 -11,77% Agosto 1.098,77 1.111,89 -1,19% 1.175,12 1.128,00 -4,01% Setembro 1.088,12 1.115,00 2,47% 1.119,64 -- -- * Região Metropolitana de São Paulo. Deflator: IPCA (preços ago. 2007=1) FONTE: IBGE/PME e DIEESE/PED
  • 20. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 20 característicos de cada setor. precarização do trabalho. Olhando pelo prisma das disparidades A pesquisa DIEESE/PED apontou regionais, os dados fornecidos pelo crescimento no rendimento entre os CAGED, desagregados por região, meses de agosto e julho, porém muito apontam que no terceiro trimestre do aquém dos valores referentes ao ano corrente a região Sudeste foi a mesmo período de 2006. que mais contribuiu para o crescimento do número de celetistas, Empregos e Salários no Espírito 226.367, ou seja, 41,45% do total. Santo Resultado natural dado que esta é a De julho a setembro de 2007, segundo região mais dinâmica do país, porém dados do CAGED (tabela 4.5), houve a denota ainda grande concentração na criação de 5.803 postos de trabalho, geração de novos empregos nesta 6.920 a menos que no trimestre região. anterior e 2.726 a menos que o Um dado positivo foi o fato de a região terceiro trimestre de 2006. Nordeste ter ficado em segundo lugar A queda deveu-se, principalmente, a na geração de novos postos de variações negativas em setores que trabalho, 151.911 (27,78%). sempre mantiveram níveis elevados Segundo Sumário Executivo do de saldo. Apesar da queda verificada, CAGED, o resultado ocorreu “devido à ocorreu um aumento expressivo na presença de fatores sazonais geração de empregos formais no mês vinculados às atividades de usina da de setembro (3.345 postos). cana-de-açúcar”. O destaque negativo ficou por conta Em relação ao rendimento médio dos da agropecuária, que apresentou um trabalhadores, os dados coletados saldo negativo de 3.421 vagas ao pela pesquisa IBGE/PME (tabela 4.4) longo do trimestre. A explicação indicam uma pequena variação repousa no período de entressafra no positiva de setembro para agosto, Estado e em fatores climáticos que sem indicações nítidas de tendência. contribuíram para queda da produção Apesar dessa mesma variação agrícola e seca de pastagens, o que positiva ser em relação ao mesmo exerceu influência sobre a produção período de 2006, no ano corrente, de de leite e sobre a criação de gado de fevereiro a setembro, o aumento no corte. rendimento médio do trabalhador foi O setor de Serviços, porém, manteve de apenas R$5,13. Tem-se, pois, saldos positivos no decorrer do crescimento do emprego com trimestre, bem com em períodos c r e s c i m e n t o proporcionalment e m e n o r d o r e n d i m e n t o m é d i o d o s trabalhadores, o que pode ter como elemento e x p l i c a t i v o a TABELA 4.5 - Saldo de admitidos e desligados para o Espírito Santo Atividade Econômica Julho/2007 Agosto/2007 Setembro/2007 Extrativa Mineral 416 157 -63 Ind.Transformação 517 -483 1.103 Serv.Ind.Util.Pub. 12 118 13 Construção Civil 306 283 -155 Comércio 334 489 2.065 Serviços 924 1.641 1.350 Admin.Pública 147 -11 61 Agropecuária -920 -1.472 -1.029 Total 1.736 722 3.345 Fonte: MTE-CAGED
  • 21. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 21 anteriores, tendo seu menor saldo em houve no mês de agosto uma variação julho. Vale ressaltar que no mês de negativa no número de admitidos, agosto, o saldo desse setor foi sendo o segmento de produção de superior à soma total dos setores. alimentos e bebidas o responsável, em O comércio que se mostrou bastante grande medida, por esse fenômeno. desaquecido nos meses de julho e De acordo com dados do IEL (Instituto agosto, apresentou-se positivo em Euvaldo Lodi), tabela 4.6, a indústria setembro (2.065, aproximadamente capixaba registrou uma ligeira 62% do saldo total), em especial o redução na criação de novas vagas no comércio varejista, cujas vagas mês de junho (-0,22%), em relação ao criadas corresponderam à cerca de mês anterior, mas com crescimento 77% da criação de vagas do setor. em julho da ordem de 1,48%, Esse aumento na contratação pode ser destacando-se a indústria extrativa. creditado ao aumento da demanda Ainda quanto ao mês de julho, decorrente da expansão do crédito, destacaram-se na geração de queda dos juros, e aumento da renda empregos os setores têxtil, alimentos dos consumidores. Apesar disso, as e bebidas, petróleo e álcool, produtos e x p e c t a t i v a s p a r a o s e t o r metálicos e veículos automotores. supermercadista, em particular, é de Além disso, há expectativas positivas que não deverá haver contratação de quanto ao aumento nas contratações mão-de-obra temporária para o por parte da indústria, que costuma período das festas de fim de ano. elevar o número de promotores de Quanto à Indústria de Transformação, vendas para o período de fim de ano. Tabela 4.6 - Variação m ensal do p essoal ocup ado p or g ênero de atividad e no ES (%) ATIVIDADE ECONOMICA JUN/MAI J UL/JUN Indústrias Extrativas -1,44 7,25 Alimentos e Bebidas -2,59 2,72 Produtos Têxteis 1,65 2,95 Vestuário e A cessórios -0,34 0,87 Couros e Calçados -2,48 -1,49 Celulose e Papel 2,19 0,12 Edição e Impressão -1,09 1,47 Coque, Refino Petróleo, Álcool 1,34 2,06 Produtos Químicos 0,79 1,74 Artigos de Borracha e Plástico 0,21 1,60 Minerais não-metálicos 0,20 -3,94 Metalurgia B ásica -0,57 -0,79 Prod. Metálicos – Excl. Máquinas -1,53 2,88 Máq., Aparelhos e Mat. Elétricos -8,62 -6,75 Veículos Automotores 2,51 2,81 Móveis e Indústrias Diversas 0,00 -2,12 Eletricidade e Gás -0,13 0,50 Captação, Tratam., Distr. Á gua 3,52 -0,41 Construção 0,41 1,19 Total da Indústria -0,22 1,48 Fonte: IEL-ES
  • 22. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 22 Desde setembro de 2005 a política base monetária permaneceu em monetária vem sendo flexibilizada. A constante crescimento, ainda que em partir de então, a taxa de juros Selic agosto tenha ocorrido uma sensível foi reduzida 18 vezes consecutivas, redução, encerrando em R$ 114,49 diminuindo 15,25 pontos percentuais, bilhões, valor 14% superior ao mesmo quando observada desde o inicio do mês de 2006. A redução da base governo Lula, em 2003. O Copom monetária nesse mês é conseqüência (Comitê de Política Monetária) afirma da crise causada pelo estouro da bolha que as reduções realizadas foram imobiliária nos Estados Unidos garantidas pela taxa de inflação iniciada em julho, que exigiu um compatível com meta estabelecida e comportamento mais cauteloso na pelo cenário macroeconômico política monetária. equilibrado. Contudo, apesar dos Assim como a base monetária, o sucessivos cortes na taxa básica, os componente papel moeda emitido efeitos da flexibilização da política manteve seu crescimento, atingindo monetária não fomentaram o nível de em setembro seu maior valor, R$ atividade, da mesma forma que não 83,96 bilhões. Entretanto as reserva elevou a inflação consideravelmente. bancárias apresentaram crescimento Seguindo a política de flexibilização, o pouco variável entre os meses Copom decidiu em sua última reunião analisados. O mês de agosto encerrou do terceiro trimestre, realizada nos em R$ 34,65 bilhões, decorrente da dias 04 e 05 de setembro, estabelecer administração da liquidez do mercado a taxa de juros Selic em 11,25%. A de reservas bancárias. O Banco redução de 0,25 p.p. da taxa Selic foi Central atuou em 37 oportunidades tomada de forma cautelosa, devido ao (no período de 17 de julho a 3 de momento de turbulência internacional setembro) por meio de operações gerado pela crise imobiliária compromissadas de curtíssimo prazo americana, e pelo aquecimento da destinadas a retirar recursos demanda agregada observada excedentes do sistema bancário. durante o terceiro trimestre. Nesse Os Meios de Pagamento (M1), sentido é possível que o Copom constituído por papel moeda em poder e n c e r r e a p o l í t i c a d e flexibilização em suas futuras reuniões. Os resultados dos agregados m o n e t á r i o s , apresentados na t a b e l a 5 . 1 , mostram que a Tabela 5.1 - Base Monetária, componentes e meios de pagamentos Saldo em final de período (em R$ milhões) e variação anual (%) jul/07 ago/07 set/07 Componentes R$ % R$ % R$ % Base Monetária 115 812 22,4 114 488 14,6 120 340 19,9 Papel moeda emitido 78 423 19,2 79 835 20,3 83 963 17,7 Reservas Bancárias 37 389 29,7 34 654 3,5 36 377 25,3 Meios de Pagamentos 167 678 22,3 170 698 23,8 175 759 22,5 Moeda em poder do público 64 453 19,6 65 257 19,5 68 171 18,5 Depósitos à vista 103 226 24,0 105 440 26,5 107 588 25,1 Meios de Pagamentos referem-se à média dos saldos nos dias úteis Fonte:BCB - Nota para a imprensa 5.POLÍTICA MONETÁRIA
  • 23. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 23 A Tabela 5.3 reflete os fatoresdo público e depósitos à vista, condicionantes da base monetária,apresentou variação superior ao tanto aqueles que estão sobre otrimestre anterior ao encerrar em controle mais direto do Banco Central,setembro no valor de R$ 175,76 como as rubricas Tesouro Nacional,bilhões. operações com títulos públicos eDe acordo com a tabela 5.2, observa- redesconto, quanto àqueles quese que todos os meios de pagamentos d e p e n d e m t a m b é m d omantiveram-se em crescimento no comportamento dos agentes e doterceiro trimestre do ano. O M2, c o m p o r t a m e n t o d o s i s t e m aagregado constituído por M1 mais financeiro. Assim, o sinal negativo dadepósitos para investimentos , coluna do Tesouro Nacional significadepósito de poupança e títulos que a maquina pública está gerandoprivados, atingiu em setembro R$ superávits em suas receitas, ou seja,711,16 bilhões, valor 16% maior que gastando menos e enxugando a baseo mesmo mês em 2006. O meio de monetária. No terceiro trimestrepagamentos M3 que compreende desse ano, a variação dessa rubrica foiquotas de fundos de renda fixa e de 184,5%, comportamento esse queoperações compromissadas com vem se mantendo desde o início dotítulos federais apresentaram ano. O Banco Central, com o objetivovariação expressiva em relação ao de controlar a liquidez, resgatou noano anterior, motivado em grande mercado secundário um montanteparte pelo crescimento das quotas de líquido de R$ 9,9 bilhões e colocou nofundos de renda fixa, que encerrou mercado primário títulos do Tesourosetembro do presente ano em R$ Nacional na ordem líquida de R$ 1782,01 bilhões. Finalmente, o bilhão.agregado M4, composto por títulos Em relação às Operações do Setorfederais anexados a taxa SELIC e Externo, no mês de setembro, estastítulos estaduais e municipais p e l a p r i m e i r a v e z n o a n opermaneceu em expansão, devido às apresentaram efeito negativo sobre anegociações com títulos públicos base monetária, R$ 3 milhões. Assim,federais anexados a taxa SELIC, que a entrada de divisas no país, com aapresentaram crescimento de 20% posterior troca por moeda nacional,em doze meses, demonstrando que n ã o r e p r e s e n t o u a u m e n t o sapesar da redução da taxa básica, os substanciais da quantidade de moedatítulos indexados a mesma continuam nacional no mercado interno, dada aatraentes. Mês Depósitos para investimen- tos Depósito de poupança Títulos privados M2 Quotas de fundos de renda fixa Operações Compromissadas com títulos federais M3 Títulos federais (SELIC) Títulos estaduais e municipais M4 Jul 3.113 208 214 304 393 682 611 774 627 41 879 1 499 116 253 145 23 1 752 284 Agos 3.236 212 971 311 831 698 066 771 294 40 017 1 509 377 252 730 23 1 762 130 Set 3.364 218 293 315 272 711 159 782 013 40 149 1 533 321 257 600 24 1 790 944 Fonte:BCB - Nota para a imprensa Tabela 5.2 - Meios de Pagamentos (M4) - Saldos em R$ milhões
  • 24. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 24 valorização do real perante o dólar e o maior nível de recolhimento do aumento substancial observado no compulsório, ou pelo aumento das nível de reservas nesse período. O reservas voluntários dos bancos Redesconto do Banco Central também comerciais junto ao Banco Central. não pressionou a expansão da base Entretanto, a falta de dados monetária, evidenciando que os fluxos desagregados impede que um estudo de caixa dos bancos comerciais não mais preciso a cerca desses fatores estão sendo motivos de atenção maior seja realizado. para o Bacen. As Operações com Derivativos, que Já os Depósitos de Instituições registram a liquidação dos contratos Financeiras apresentaram a menor futuros de dólares, apresentaram pela pressão da base monetária do primeira vez no ano a menor pressão trimestre e do ano, na ordem de R$ da base monetária chegando ao valor 2,4 bilhões negativos. Em termos de R$ 1,8 bilhões negativos no mês de p e r c e n t u a i s , o s p r i n c i p a i s agosto, um possível sinal no período recolhimentos dos compulsórios e dos de tensão do mercado financeiro encaixes obrigatórios sobre os internacional com o fundo da recursos à vista, depósitos a prazo, “subprime” nos EUA, que inicia em poupança e exigibilidade adicional, julho e termina no meio de agosto. estão orientados pela CIRCULAR Em última análise, em nada foi 3.274, de 10 de fevereiro de 2005, modificada a condução da política que estabelece as alíquotas de 45%, monetária, com a base monetária 15%, 20%, respectivamente. A única ainda variando muito em picos e vales alíquota que sofreu revisão foi a de no ano e trimestre e evidenciando que recursos à vista com a CIRCULAR a inversão do comportamento de 3.323, de 30 de maio de 2006, que alguns fatores condicionantes não é passou a estipular o valor de 40%. efeito de mudança do rumo da política Assim, o aumento dos depósitos de m o n e t á r i a , m a s s i m d o instituições financeiras neste c o m p o r t a m e n t o d o m e r c a d o trimestre não está ligado a uma financeiro em razão das turbulências m u d a n ç a n a s a l í q u o t a s d o no mercado internacional. compulsório. Esse aumento no As Operações de Crédito do Sistema volume de depósitos pode ser Financeiro mantiveram-se em explicado ou pelo o aumento do crescimento nesse terceiro trimestre, volume de operações do setor encerrando o período com um total financeiro, que expôs o sistema a um geral de mais de R$ 854 bilhões, um Tabela5.3–FatoresCondicionantesdaBaseMonetária Fluxosacumuladosnomês(R$milhões) Período Tesouro Nacional Operações comtítulos públicos federais Operações doSetor externo Redesconto doBanco Central Depósitos de instituições financeiras Operações com derivativos -ajustes Outras contas Variação dabase monetária Jul/07 -1284 -12009 13106 37 -878 1144 92 208 Ago/0/ -7570 3257 5794 - 39 -976 -1892 101 -1324 Set/07 -3654 8917 -3 0 -2401 2861 131 5852 Fonte:Bacen–Notaparaaimprensa
  • 25. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 25 aumento de 6,8 p.p. em relação ao das Entidades de crédito Imobiliário e segundo trimestre. Esse crescimento Poupança (ABECIP), a quantidade de acompanhou a tendência dos meses imóveis financiados apresentou alta anteriores e foi impulsionado de 64,99%, atingindo um total de principalmente pelas operações de 135.363 imóveis. Devem ser crédito a pessoas físicas, que ressaltados os recursos advindos da apresentaram um aumento de 8,4 p.p. caderneta de poupança e do Fundo de Essa elevação da procura por crédito Garantia por Tempo de Serviço pela pessoa física é reflexo do (FGTS), que também fortaleceram a crescimento do consumo, bem como expansão do setor. das facilidades do acesso ao crédito, As operações de crédito do setor tais como o aumento dos prazos público apresentaram alta de 1,4% em médios de pagamento. Este aumento agosto, o que não ocorria desde abril. possibilitou financiamentos em Esse resultado reflete o aumento de parcelas menores e redução da taxa 1,6% dos financiamentos a Governos de juros pré-fixadas para pessoa estaduais e municipais, em grande física, que encerraram o trimestre em parte vinculados à variação cambial 46,3% a.a., queda de 1,5% no dos contratos, e ao aumento de 0,5% trimestre e de 5,8% no ano. das operações com o Governo federal, O crédito rural apresentou uma com destaque para a atividade pequena queda em julho (-0,8%), em petroquímica. relação ao mês de junho, devido ao O setor comércio manteve seu período de entressafra, que faz com crescimento elevado nas operações e que a procura por esses recursos se acumula um crescimento de 12,2% contraia. Contudo, a partir de julho os neste ano, o que representa operações financiamentos para o setor rural de R$ 88,97 bilhões. voltaram a crescer, devido ao início do Com o total geral das operações plantio da safra de verão. crescentes, o volume de crédito Outro setor que se destacou no encerrou o trimestre em 33,1% do trimestre foi o habitacional, cujas PIB. operações de crédito cresceram 5,9%, A taxa de juros geral consolidada, que no trimestre, e 26,5%, em um ano. De inclui operações pactuadas a taxas acordo com a Associação Brasileira pré-fixadas, pós-fixadas referenciada Tabela5.4–Operações deCréditodoSistemaFinanceiro Saldopor Atividade Econômica (R$milhões) Setor Público Setor Privado Total Geral Meses Governo federal Governos estaduaise municipais Total do Setor Público Indústria Habitação Rural Comércio Pessoas Físicas Outros Serviços Total do Setor Privado Jul/07 3762 14491 18254 181430 40967 81144 83866 279990 132216 799613 817866 Ago/07 3776 14723 18499 188568 41878 82180 86701 287730 136739 823796 842295 Set/07 3638 14672 18310 191104 42698 83998 87970 292525 137527 835823 854133 FaixadeRisco(setembro2007em%) AA+A 100,0 87,7 90,2 80,1 87,3 60,6 69,1 76,2 74,8 74,9 74,9 BatéG 0,0 12,3 10,0 18,8 11,7 38,0 28,5 18,7 23,8 22,1 22,0 H 0,0 0,0 0,0 1,1 1,0 1,3 2,4 5,1 1,4 3,0 3,0 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: Bacen – Nota para a imprensa
  • 26. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 26 6.POLÍTICA FISCAL A análise das contas nacionais desse mesma, ou seja, baseada em acúmulo último trimestre deixa claro que a de superávits primários, promoção da política fiscal do Governo permanece a diminuição da relação dívida/PIB e o Tabela 6.1 - Resultado Primário do Governo Central (R$ milhões) Discriminação set/06 jan - set/06 jul/07 ago/07 set/07 jan -set/07 I. RECEITA TOTAL 44.716,8 396.141,3 50.874,9 48.673,0 49.294,9 444.507,2 I.1. Receitas do Tesouro Nacional 34.232,2 309.673,0 39.608,0 36.891,7 37.834,8 346.546,6 I.2. Receitas da Previdência Social 10.419,9 85.400,1 11.195,1 11.684,0 11.392,6 97.108,1 I.3. Receitas do Banco Central 110,1 1.068,1 71,8 97,3 67,5 852,5 II. TRANSF. A EST. E MUNICÍPIOS 6.749,3 67.683,7 7.733,1 8.487,2 7.896,9 76.464,3 III. RECEITA LÍQUIDA TOTAL (I-II) 38.013,0 328.457,5 43.141,8 40.185,8 41.398,0 368.042.9 IV. DESPESA TOTAL 37.637,6 279.988,6 37.972,0 36.522,2 41.354,0 316.391,5 IV.1. Pessoal e Encargos Sociais 8.543,5 74.422,5 11.104,7 8.682,0 8.962,2 84.091,8 IV.2. Benefícios Previdenciários 18.986,5 119.480,3 14.407,9 14.270,4 20.550,4 132.848,9 IV.3. Custeio e Capital 9.908,4 84.402,0 12.298,8 13.362,0 11.672,9 97.769,6 IV.4. Transferência do Tesouro ao BC 50,1 458,0 11,7 38,1 11,1 287,4 IV.5. Despesas do Banco Central 149,2 1.225,9 148,9 169,7 157,4 1.393,8 V. RES. PRIM. GOV. CENTRAL 375,4 48.468,9 5.169,9 3.663,5 44,0 51.651,5 V.1. Tesouro Nacional 8.981,1 82.706,8 8.459,8 6.322,3 9.291,7 87.933,5 V.2. Prev. Social (RGPS) -8.566,6 -34.080,2 -3.212,8 -2.586,4 -9.157,7 -35.740,8 V.3. Banco Central -39,1 -157,7 -77,1 -72,5 -89,9 -541,3 VI. RES. PRIMÁRIO/ PIB(%) 2,84 2,77 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional - Ministério da Fazenda em câmbio e flutuantes referenciadas Como um cenário de taxas em queda, em CDI, terminou o trimestre em porém ainda elevadas, o crédito queda de 1,2 p.p., o que representa consignado em folha de pagamento taxa de 35,5% a.a.. Essa taxa aparece como uma opção de captação apresentou queda nos últimos 12 feita pelos trabalhadores formais. As meses, de 41,5% a.a. para 35,5% taxas de juros se situam em torno de a.a., mas ainda é considerada elevada 30%a.a., enquanto operações com tendo em vista o crescimento das cheque especial apresentam juros de operações de crédito. Um dos fatores 140%a.a.. As concessões de utilizados para justificar taxas de juros consignados são crescentes e, em elevadas é a inadimplência de 2,3%, setembro, atingiram o volume de R$ para pessoa jurídica, e de 7,1%, para 60,86 bilhões, o que representa pessoa física. Dos elementos que 56,7% do total do crédito pessoal. contabilizam a inadimplência da Desse total, 87% é captado por pessoa física, o que mais se destaca é trabalhadores do setor público. a aquisição de bens (exceto veículos) com vencimento de 15 a 90 dias, com 12,6% de inadimplência em setembro. Outro fator que justifica taxas elevadas de juros é o spread, que terminou o período em 24,6%.
  • 27. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 27 c u m p r i m e n t o d o e q u i l í b r i o montante previsto para o ano tenha orçamentário. Essas medidas têm por sido empenhado, apenas cerca de objetivo auxiliar a política monetária 30% foi efetivamente pago. na obtenção da estabilização no nível A tabela 6.1 mostra os dados geral de preços. referentes ao resultado primário do O Plano de Aceleração do Crescimento Governo Central. Apesar dos (PAC), anunciado em janeiro desse investimentos previstos e realizados ano, previa o investimento de R$ 14,7 pelo PAC, ainda houve uma expansão bilhões por parte do governo nas no superávit primário no acumulado obras do projeto. No entanto, desses nove meses (R$ 51,6 bilhões), verificou-se que em meados de em relação ao mesmo período do ano setembro apenas R$ 1,37 bilhões passado (R$ 48,4 bilhões), um foram gastos, menos de 10% do crescimento de 6,5%. Apesar desse previsto. Em outubro foram aplicados c r e s c i m e n t o , o r e s u l t a d o R$ 4,4 bilhões, o que significa menos primário/PIB, que até setembro de de 30% do orçamento. O setor de 2006 foi de 2,84%, caiu para 2,77% transportes lidera o recebimento das no ano corrente. verbas do PAC, com R$ 2,2 bilhões. O superávit primário nesse terceiro Todavia, cerca de R$ 1,4 bilhão foi trimestre do ano apresentou uma destinado a quitar dívidas de redução, principalmente no mês de governos anteriores, o chamado setembro, quando o resultado chegou “restos a pagar”. No que diz respeito à a um patamar de R$ 0,4 bilhão, r e s e r v a d e c o m p r o m i s s o s 15,9% menor que o de setembro do o r ç a m e n t á r i o s ( e m p e n h o s ) ano anterior. Tal queda no superávit é garantidos pelo governo para a devido ao pagamento antecipado do realização do programa, estas foram 13º salário aos aposentados e de R$ 7,7 bilhões até outubro, cerca pensionistas. de 50% do previsto para o ano. Há As despesas com benefícios uma preocupação com a realização do previdenciários aumentaram de R$ que foi planejado para o PAC, visto 18,9 bilhões em setembro 2006 para que, já é chegado o final de 2007 e, R$ 20,5 bilhões no mesmo período do embora aproximadamente 50% do ano corrente, uma variação de 8,2%, Tabela 6.2 – Necessidades de Financiamento do Setor Público (R$ milhões) Discriminação set/06 jan-set/06 jul/07 ago/07 set/07 jan-set/07 I. Resultado Primário -4.575 -80.526 -7.904 -8.091 -3.554 -91.223 I.1. Governo Central -65 -46.424 -4.952 -3.446 -812 -53.326 I.2. Governos Regionais -1.996 -16.061 -2.224 -2.401 -1.389 -25.588 I.3. Empresas Estatais -2.516 -15.041 -728 -2.244 -1.353 -12.310 II. Juros Nominais 10.989 121.653 14.087 10.948 15.473 119.363 II.1. Governo Central 7.678 99.543 11.756 7.562 9.622 93.737 II.2. Governos Regionais 3.465 23.559 2.424 3.355 6.198 27.145 II.3. Empresas Estatais -154 -1.449 -93 32 -347 -1.520 III. Resultado Nominal 6.414 41.127 6.184 2.858 11.919 28.140 III.1. Governo Central 7.613 50.119 6.804 4.116 8.811 40.412 III.2. Governos Regionais 1.471 7.498 200 953 4.809 1.558 III.3. Empresas Estatais -2.671 -16.491 -820 -2.212 -1.701 -13.829 (+) déficit (-) superávit Fonte: BCB – Nota para a imprensa de 29/08/2007, 26/09/2007 e 25/10/2007.
  • 28. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 28 explicada principalmente pelo mês de setembro registrou um reajuste do salário mínimo em abril, resultado primário positivo bem que surtiu efeito no pagamento menor do que os dois meses desses benefícios. anteriores que compõem o terceiro As despesas com pessoal e encargos trimestre: R$ 3,6 bilhões, em apresentaram um forte aumento em setembro, contra R$ 7,9 bilhões e R$ 8 julho de R$ 11,1 bilhões, causado pelo bilhões, em julho e agosto, pagamento da primeira parcela do 13º respectivamente. salário aos funcionários. Em agosto, o Em relação aos juros nominais, resultado desta rubrica caiu para R$ principal fator condicionante da dívida 8,6 bilhões, redução de 29%. pública, o montante pago pelo Entretanto, não contribuiu para o governo foi de R$ 14 bilhões, em aumento do resultado primário nesse julho, R$ 10,9 bilhões, em agosto, e mês, pois a receita total do mês de R$ 15,4 bilhões, em setembro. A agosto foi a menor do trimestre. queda no montante de juros pagos em O Tesouro Nacional tradicionalmente agosto é explicada pela apreciação do continua como a instituição que real perante o dólar de 6,3% ocorrida apresenta o maior superávit, na neste mês. Leva-se em consideração ordem de R$ 51,6 bilhões no também os reflexos da trajetória de acumulado de janeiro a setembro queda da taxa Selic sobre o volume de desse ano, compensando os déficits juros apropriados, este se traduziu em da Previdência e do Banco Central. uma redução do volume pago pelo Vale ressaltar que os investimentos do menos no mês de agosto. PAC até setembro são 2,6% do O resultado nominal, o qual inclui os resultado primário acumulado. resultados primários e pagamentos de A Necessidade de Financiamento do juros nominais, apresentou-se Setor Público (NFSP) refere-se à deficitário por todo o terceiro variação mensal da Dívida Fiscal trimestre. Tal resultado contraria de Líquida (DFL). Observa-se na tabela certa forma os superávits nominais 6.2 que as necessidades de registrados no segundo trimestre do financiamento no conceito primário ano com exceção de maio. Julho permaneceram negativas, isto é, os registrou déficit nominal de R$ 6,1 esforços do setor público não bilhões, em agosto, o déficit foi de R$ financeiro para tornar suas receitas 2,8 bilhões e, em setembro, a maiores que seus gastos foram bem necessidade de financiamento no sucedidos. Apesar de superavitário, o conceito nominal totalizou R$ 11,9 T a b e la 6 .3 – D ív id a L íq u id a d o S e to r P ú b lic o ( R $ m ilh õ e s ) D iscr im ina çã o se t/0 6 d e z /0 6 j ul/0 7 a g o / 07 se t /0 7 D ív id a T o ta l L íq u id a 1. 03 9. 82 3 1. 06 7. 36 3 1. 10 4. 7 06 1. 0 96 .0 37 1 . 12 0. 50 9 Go v e rno C e n tra l 71 2. 53 2 73 5. 80 0 78 5. 5 58 7 79 .4 56 79 8. 76 8 Go v e rno s R e g io na is 35 5. 08 8 36 3. 93 7 35 6. 9 86 3 58 .4 64 36 2. 51 7 Em p re sa s Esta t a is - 2 7. 79 7 -3 2. 37 3 -3 7. 83 8 -4 1. 8 83 - 40 . 77 6 D ív id a T o ta l L íq u id a 1. 03 9. 82 3 1. 06 7. 36 3 1. 10 4. 7 06 1. 0 96 .0 37 1 . 12 0. 50 9 Dív id a L íq uid a In te rna 1. 07 0. 55 8 1. 13 0. 90 2 1. 30 9. 8 44 1. 3 23 .7 19 1 . 33 6. 84 0 Dív id a L íq uid a Ex te r na - 3 0. 73 5 -6 3. 53 8 - 20 5. 1 39 -2 27 .6 83 - 21 6. 33 0 D L SP e m % d o P IB 5 0, 1 4 4, 9 4 4 43 43 , 5 Fo n t e: B C B – N o t a p a r a a im p r en s a d e 2 9 /0 8 / 2 0 0 7 , 2 6 /0 9 /2 0 0 7 e 2 5 /1 0 / 2 0 0 7 .
  • 29. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 29 bilhões. dívida. Conjuntamente a esse fato, o Em setembro, a dívida líquida do setor crescimento do PIB contribuiu para a público apresentou redução de 1,4 diminuição da relação dívida/PIB que p.p. do PIB, em relação a dezembro de passou de 48,5% para 46,6%. Do 2006. Os fatores que contribuíram ponto de vista da política fiscal para a redução da dívida foram o efeito ortodoxa do governo este resultado é do crescimento do PIB valorizado (PIB importante, pois é um dos critérios valorizado a preços do fim do período, apontados nos relatórios de no caso, o 3° trimestre) e o resultado classificação de risco país, realizado primário, ambos com 3,5 p.p. do PIB. pela Standard & Poor's. No entanto, os juros nominais O perfil da dívida através dos apropriados contribuíram para o indexadores também acompanhou o crescimento da dívida com 4,6 p.p. do cenário de estabilidade. Em setembro, PIB. Vale ressaltar ainda que o ajuste os títulos indexados à Selic oriundo da apreciação do real de 14%, representaram 37,7% da dívida, os acumulada até setembro deste ano, prefixados, 32,5%, os títulos contribuiu com 0,8 p.p. para o indexados aos índices de preços, aumento da dívida. Já o ajuste de 22,4%, à TR, 2%, os atrelados ao paridade da cesta de moedas câmbio, -2% e as operações de mercado aberto, 12,8%. Um ponto de d e s t a q u e é a diminuição de 0,8 p.p. nos títulos indexados à taxa Selic. Esta redução, s e g u n d o a s declarações do Banco Central à imprensa, contribuiu com 0,1 p.p. do PIB para ocorreu graças aos resgates líquidos esse aumento. de LTF. Esse fato foi acompanhado A tabela 6.4 mostra a composição da pelo aumento de mais de 1 p.p. dos dívida pública federal por indexador. títulos prefixados, melhorando ainda Ao analisar o comportamento da mais o perfil da dívida para o Governo. dívida total, observa-se um aumento Levando em consideração às acumulado de 15,36% desde o início operações de swap (troca do de julho, totalizando R$ 1,38 trilhão. A indexador cambial pela Selic), as maior parte desse crescimento deveu- aquisições de títulos referentes ao se ao desempenho dos meses de julho câmbio ganharam maior espaço, e agosto, que obtiveram uma variação tendo em vista as freqüentes d e a p r o x i m a d a m e n t e 1 2 % . apreciações cambiais. Entretanto, a partir de setembro, o Posição de menos destaque ficou para ritmo não acompanhou os meses os títulos indexados à TR (taxa anteriores, e registrou uma referencial do governo para o longo diminuição da taxa de crescimento da prazo) que se manteve estável a 2,0% Tabela 6.4 – Títulos públicos federais e oper. de mercado aberto Discriminação Set/06 Jul/07 Ago/07 Set/07 Dívida Total (R$ bilhões) 1.133,8 1.361,4 1.373,6 1.376,9 Indexadores (%) Over/Selic* 41,9 33,5 33,7 32,7 Câmbio* -1,2 -2,1 -2,2 -2,0 Prefixado 30,7 31,2 31,5 32,5 TR 2,1 2,0 2,0 2,0 Índice de Preços 20,1 21,1 21,5 22,4 Oper. de merc. aberto 6,3 14,0 13,4 12,8 *com operações de Swap. Fonte: BCB – Notas para imprensa de 25/10/2007
  • 30. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 30 7.SETOR EXTERNO durante os três meses analisados. Já de crédito e a liquidez internacional a participação dos títulos referentes que desencadeou num movimento de aos índices de preços acumulou um capitais para rendimentos mais aumento de um ponto percentual em seguros. Conseqüentemente, o temor relação a julho, esperando a de que a crise se alastrasse pelo setor aceleração dos preços com a chegada real, motivou a queda no Índice da do período de festas de fim de ano. Bolsa de Valores de São Paulo As Operações de mercado aberto, (IBOVESPA) e a elevação do risco mecanismo usado para a manutenção país. Entretanto, o desespero inicial da taxa de juros básica, apresentou sobre a crise foi amenizado graças à seu pico no mês de julho, o qual ação conjunta do Fed (Federal atingiu o recorde em 2007 de 14% na Reserve) e de diversos bancos participação no montante da dívida. centrais que injetaram recursos no Isto graças à onda de desconfiança mercado interbancário, possibilitando que assolou o mercado financeiro a diminuição da incerteza e o retorno internacional, provocando um à estabilidade internacional, o que aumento do volume de transações permitiu a redução das operações de para tentar manter a taxa de juros no mercado aberto para o controle da mesmo patamar e assim evitar o taxa de juros. descontrole sobre a política monetária adotada. Segundo a ata do COPOM do mês de setembro, tal abalo afetou principalmente o câmbio, o mercado Nos nove primeiros meses de 2007, o bilhões. O fator mais importante para balanço de pagamentos acumulou um esse resultado continua sendo a conta superávit de US$ 73,7 bilhões. Esse capital e financeira, que apresentou montante é bem superior ao resultado um saldo de U$$ 9,1 bilhões no acumulado em igual período do ano terceiro trimestre de 2007, aumento passado, que foi positivo em US$ 18,5 de mais de 200% em relação ao Tabela 7.1 - Transações Correntes (US$ milhões) Discriminação 2006 2007 Jul-Set Julho Agosto Setembro Jul-Set Balança comercial (FOB) 14 682 3 347 3 534 3 471 10 352 Exportações 39 900 14 120 15 100 14 166 43 386 Importações 25 218 10 773 11 556 10 695 33 024 Serviços e rendas - 8 369 - 4 456 - 2 542 - 3 269 - 10 267 Receitas 6 234 2 806 3 093 2 908 8 807 Despesas 14 602 7 262 5 635 6 176 19 073 Transferências unilaterais correntes (líquido) 1 175 392 362 268 1 022 Transações correntes 7 489 - 717 1 354 471 1 108 Fonte: BCB – Notas para imprensa
  • 31. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 31 terceiro trimestre do ano de 2006 segurança para o país, apesar da (US$ 2,6 bilhões), conforme mostra a valorização cambial. tabela 7.2. A projeção dessa tendência de Com relação às transações correntes, comportamento, observada até o o saldo foi US$ 1,1 bilhão no referido momento, mostra que as exportações trimestre. Esse valor é bem menor do do Brasil deverão garantir um que o saldo do mesmo período de superávit comercial em torno de US$ 2006, cujo valor atingiu US$ 7,5 40 bilhões até o final do ano. Esse bilhões. Embora pouco expressivos, os resultado aliado à evolução observada resultados dos meses de agosto e nas reservas cambiais, que giram em setembro tiveram saldos positivos de torno de US$ 160 bilhões, são os US$ 1,35 bilhão e US$ 471 milhões, responsáveis pela segurança nas respectivamente, e no mês de julho o contas externas, apesar do saldo total resultado foi negativo em US$ 717 das transações correntes ter milhões. Esse resultado é explicado apresentado um declínio importante. principalmente pela conta serviços e Em contrapartida, as importações rendas, que aumentou seu déficit de também cresceram no período, US$ 8,4 bilhões no terceiro trimestre atingindo saldo de US$ 33,0 bilhões no de 2006 para US$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre. A análise de tais mesmo trimestre de 2007 e, em saldos, desde o primeiro trimestre do segundo lugar, pelas importações que ano, mostra que as importações cresceram mais do que exportações, cresceram num ritmo levemente reflexo da valorização cambial, superior ao das exportações, o que confirmando a tendência já observada pode denotar uma fragilidade maior nos meses anteriores. das contas externas no caso de No entanto, a balança comercial aumento do ritmo de crescimento da apresentou um resultado no terceiro economia. trimestre de 2007 de US$ 10,35 Nesse sentido, a conta serviços e bilhões. Portanto, as exportações rendas (segundo item das transações continuam sendo importante fator de correntes) parecem agravar a Tabela 7. 2 - Conta Capital e Financeira (US$ milhões) Discriminação 2006 2007 Jul-Set Ano Jul Ago Set Jul- Set Ano Conta capital e financeira 2 651 15 982 7 024 1 800 334 9 158 73 643 Conta capital 194 869 67 100 44 211 501 Conta financeira 2 457 15 113 6 957 1 699 291 8 947 73 141 Invest. Direto (líquido) 1 217 - 9 420 3 762 3 792 - 520 7 034 31 348 Invest. Em carteira 3 215 9 573 7 570 1 480 2 404 11 455 35 467 Derivativos 17 383 60 - 102 51 8 123 Outros investimentos - 1 993 14 577 - 4 435 - 3 470 - 1 644 - 9 550 6 203 Erros e omissões 167 965 1 345 720 - 198 1 867 - 5 539 Var. reservas (- = aumento) - 10 307 - 30 569 - 7 652 - 3 874 - 607 - 12 133 - 73 743 Resultado global do balanço 10 307 30 569 7 652 3 874 607 12 133 73 743 Fonte: BCB - Notas para imprensa
  • 32. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 32 situação. Essa conta apresentou conta capital e financeira para o déficit de US$ 10,3 bilhões. balanço de pagamentos, conforme Especificamente o mês de julho, com o mencionado acima, observamos uma maior déficit no trimestre em análise, redução considerável no ritmo de seu de US$ 4,45 bilhões, contribuiu crescimento quando comparado ao bastante para déficit corrente desse primeiro e ao segundo trimestre de item. 2007, que atingira U$ 21,7 bilhões e No que tange a sub-conta serviços, o U$ 34,9 bilhões, respectivamente. O balanço foi de US$ 3,47 bilhões saldo do terceiro trimestre de 2007 negativos. Os itens que mais representou apenas 12,4% do saldo contribuíram para esse saldo acumulado no ano, de US$ 73,6 deficitário foram aluguel de bilhões conforme tabela 7.2. equipamentos, transportes e viagens É importante observar que a conta internacionais, que totalizaram US$ financeira é a grande responsável pelo 3,5 bilhões negativos. Esse valor foi resultado final de U$$ 9,1 bilhões compensado em parte pelo resultado dessa rubrica, no terceiro trimestre de positivo da conta outros serviços, com 2007. Isto porque a conta capital, que saldo de US$ 1,4 bilhão. registra as transferências unilaterais O saldo da conta renda atingiu um de capital relacionadas com déficit de US$ 6,8 bilhões. O que mais patrimônio de migrantes e a contribuiu para esse saldo foi renda de aquisição/alienação de bens não i n v e s t i m e n t o d i r e t o , m a i s financeiros não produzidos, tais como especificamente, lucros e dividendos cessão de patentes e marcas, atingiu que são remetidos para fora do país. apenas saldo final de US$ 211 Seu montante atingiu um valor de US$ milhões. As contas financeiras que 4,3 bilhões negativos. mais contribuíram para esse resultado As transferências unilaterais foram: investimento direto (líquido), apresentaram saldo positivo de US$ investimento em carteira e outros 1,0 bilhão. Essa conta, que investimentos. A conta investimento geralmente apresentava pequena direto (líquido) fechou o terceiro oscilação, vem tendo cada vez mais trimestre de 2007 com saldo de US$ 7 importância para o resultado final das bilhões, frente ao saldo de US$ 1,2 transações correntes. No primeiro bilhão, no mesmo período de 2006. O trimestre, o saldo foi de US$ 982 saldo de aproximadamente US$ 7 milhões; no segundo, esse valor b i l h õ e s d o s i n v e s t i m e n t o s aumentou para US$ 995 milhões; e no estrangeiros no país, um aumento de terceiro trimestre o montante cresceu 58,4% em relação ao mesmo período ainda mais, alcançando saldo de US$ do ano anterior, tem grande peso 1,0 bilhão. Quando comparado com o nesse resultado. Segundo análises do saldo total das transações correntes IPEA, no acumulado deste ano, os no mesmo trimestre, de U$ 1,1 bilhão investimentos originários da União percebe-se a importância das Européia representaram cerca de remessas de não residentes para o 62%, ao passo que, no mesmo país. período do ano passado, eram de Com relação à importância do saldo da apenas 38%.
  • 33. Vitória/ES - Boletim N.39º - 33 Ta be la 7.3 - Dívida ex ter na (US$ m ilhõ es) Discrim in ação 2006 2007 Set J ul Ago Set Dívida médio e long o prazo 141 379 148 756 150 501 152 668 Setor público não financeiro 74 892 73 725 71 114 71 459 Setor priv. e pú bl. Finan ceiro 66 486 75 031 79 387 81 209 Dívida curto prazo 19 461 46 688 43 837 41 052 Setor público não financeiro - 465 0 0 Setor priv. e pú bl. Finan ceiro 19 461 46 223 43 837 41 052 Dívida extern a total 160 839 195 444 194 338 193 720 Fo nte: B CB - No tas para im prens a A c o n t a investimento em carteira obteve um saldo ainda maior, fechando em US$ 11,4 b i l h õ e s , u m a u m e n t o e m mais de 250% em relação ao mesmo período de 2006, que fechoumesmo período em US$ 160,8 bilhões. A dívidade 2006. Este aumento pode ser externa total no mês de janeiroexplicado, levando-se em conta o apresentava um resultado de US$passivo dos investimentos em 163,2 bilhões, tendo sofrido umc a r t e i r a , p e l a e l e v a ç ã o d o aumento até o mês de setembro deinvestimento em ações, de US$ 606 aproximadamente US$ 30 bilhões. Amilhões, em 2006, para US$ 7,1 dívida de médio e longo prazobilhões, em 2007, e pelo aumento dos representa 78,8% da dívida total, mastítulos de renda fixa negociados no ao longo do ano a dívida externa depaís de US$ 2,8 bilhões, em 2006, curto prazo vem mostrando cada vezpara US$ 4,5 bilhões, em 2007. No mais relevância, fechando noentanto, todo esse saldo apurado nas trimestre com resultado de US$ 41contas investimento direto (líquido) e bilhões frente ao saldo de US$ 19,4investimento em carteira foram, em bilhões, no mesmo período de 2006.certa medida, compensados pelo As reservas internacionais, conceitosaldo negativo de conta outros de liquidez internacional, fecharam oinvestimentos, que apresentou um mês de setembro com saldo de US$resultado negativo de U$ 9,5 bilhões. 161 bilhões. Até o final do terceiroEssa conta compreende créditos trimestre de 2007, as reservascomerciais, empréstimos, moeda e aumentaram aproximadamente US$depósitos, outros ativos e passivos e 78 bilhões. Isso pode ser explicadooperações de regularização. pelas compras sucessivas do BancoConsiderando que no mesmo período Central ao longo do ano. Apenas nosde 2006 o resultado foi de primeiros sete meses de 2007, asaproximadamente US$ 2 bilhões, compras totais foram de US$ 64infere-se que houve ruptura da bilhões. A relação reservasseqüência de saldos positivos da conta internacionais/dívida externa fechouao longo do ano, que apresentou saldo em setembro com 0,83.acumulado de US$ 6,2 bilhões. No que tange à dívida externa, observa-se que ela vem se mantendo estável ao longo do terceiro trimestre de 2007, fechando em US$ 193,7 bilhões. No entanto, este resultado é bem superior ao computado no
  • 34. Vitória/ES - Boletim Nº.39 - 34 Grupo de Estudos e Pesquisa em Conjuntura Departamento de Economia Curso de Ciências Econômicas Universidade Federal do Espírito Santo Av. Fernando Ferrari, 514 - Campus Goiabeiras Vitória/ES CEP 29075-910 - Tel/fax 27 -3335-2605/2645 Coordenador: Ana Carolina Giuberti e Fabrício Augusto de Oliveira. Professores Pesquisadores: Adriano Teixeira, Luiz Jorge V. P. Mendonça e Vinícius Vieira Pereira. Participaram neste número: Camilla dos Santos Nogueira Daniel Pereira Sampaio Danielle S. do Nascimento David Sacramento Carvalho Dihego Pansini de Souza Eduardo Borchart Gabriela Almeida João Roberto de A. Rocha Karoline Pereira Ferreira Luiz Eugênio de M. Xavier Nádia Delarmelina Parlei Busatto Prando Rafael da Silva Barbosa Rafaela Bermond Caliman Samira Erbiste de Moura Thalles Vinícius de Moraes Thiago de Faria Dias Victor Nunes Toscano IMPRESSO NA GRÁFICA DA UFES COM O APOIO DO CCJE