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Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 01
APRESENTAÇÃO
No primeiro semestre de 2008, a diagnosticou a inflação interna como
economia brasileira passou por uma inflação oriunda do crescimento
diversos acontecimentos internos e da demanda e do aumento da massa
externos que influenciaram direta e salarial. No entanto, o remédio
indiretamente o seu desempenho. adotado deve reduzir também o
Iniciando o ano sob as indagações crescimento dos investimentos e,
acerca das conseqüências econômicas conseqüentemente, do produto
da crise financeira deflagrada no interno, que cresceram 15,2% e 5,8%,
mercado imobiliário americano, em respectivamente, no primeiro
agosto de 2007, com alguns analistas trimestre deste ano. E desta vez, a
achando que ela já tinha se dissipado e julgar pelo desempenho do setor
outros apostando que o pior ainda externo no primeiro trimestre, o
estava por vir, a economia foi governo não pode contar com o
perturbada pelo forte aumento dos crescimento das exportações para
preços dos alimentos no mercado impulsionar a economia como em
externo, e a conseqüente elevação 2004: as exportações de bens e
desses preços também no mercado serviços registraram queda de 2,1%,
interno; pelo aumento do preço do enquanto que as importações
petróleo; e pelas recentes notícias da aumentaram em 18,9%, segundo
queda no ritmo de crescimento dos dados do IBGE.
EUA e da Europa. A boa notícia, pelo menos para os
Enquanto o aumento do preço do adeptos da ortodoxia, é que a política
petróleo no mercado externo refletiu, fiscal do governo tem sido exemplar,
principalmente, na elevação dos com alongamento do perfil da dívida,
preços dos insumos agrícolas – em elevações no superávit fiscal e redução
grande parte importados -, uma vez no déficit nominal, que fechou o
que medidas do governo como a semestre em 0,14% do PIB. Vale
redução dos impostos conseguiram ressaltar, entretanto, que esse
segurar os preços dos combustíveis, o resultado deveu-se mais ao aumento
aumento dos preços dos alimentos da receita, via elevação da
acelerou o crescimento do nível de arrecadação de impostos, do que da
preços da economia, levando o Banco tão recomendada redução da despesa
Central a aumentar a taxa de juros pública, uma vez que esta cresceu
Selic para 13% a.a.. Embora esse 9,8% no semestre.
aumento interno nos preços dos Este edição do Boletim de Conjuntura
alimentos tenha grande ligação com o traz uma nova seção, elaborada pelo
aumento verificado no mercado Observatório da Crise, com a análise
externo - este último fruto não apenas da crise do endividamento no mercado
das condições de oferta e demanda imobiliário americano e as suas
mundiais, mas também influenciado conseqüências para o mercado
pelo especulação no mercado de financeiro mundial.
commodities -, o Banco Central
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 02
1. POLÍTICA ECONÔMICA
Mesmo com a ligeira desaceleração do fortalecendo o dólar. Como também já
ritmo do aumento de preços na se observa uma migração dos fundos
economia brasileira – o mercado já de investimentos dos mercados
reduziu suas previsões da inflação futuros de commodities em direção aos
neste ano para um nível inferior a EUA, a tendência é de que os preços
6,5% - o Banco Central deve manter- destes produtos continuem em queda,
se firme na trajetória de elevação dos reforçando o processo.
juros até o final do ano. Primeiro, A tendência de desvalorização do Real
porque é seu objetivo trazê-la para o deve-se à deterioração das contas
centro da meta, que é de 4,5%. externas brasileiras: até junho, o saldo
Segundo, porque está ocorrendo uma da balança comercial havia conhecido
inversão da tendência de derretimento uma contração de 40% em relação ao
do dólar ante as principais moedas do mesmo período do ano passado, com
mundo, inclusive do Real, aumentando um resultado positivo de pouco mais
o risco cambial das aplicações de US$ 13 bilhões. Mas o déficit em
externas no Brasil. Para evitar saídas conta-corrente já alcançara, neste
indesejadas de recursos do país (em período, US$ 17,4 bilhões (1,32% do
junho e julho registrou-se um fluxo PIB no fluxo acumulado dos últimos
cambial negativo de US$ 4,3 bilhões), doze meses), com todas as projeções
não há, para o BC, afora a alternativa indicando que poderá ser superior a
de começar a queimar parte das US$ 25 bilhões e que deve atingir US$
reservas de US$ 200 bilhões, outra 35 bilhões em 2009. A desaceleração
saída senão a de compensar o da economia mundial, juntamente com
aumento deste risco com a elevação as pressões que têm garantido uma
dos juros. trajetória de declínio dos preços das
A tendência de valorização do dólar commodities, podem tornar esses
deve-se, de um lado, ao desempenho resultados ainda piores. Tal fato
menos desfavorável que vem coloca, para o Brasil, uma tendência de
apresentando a economia norte- desvalorização do Real, o que, além de
americana, ajudada pelo aumento das alimentar as forças da inflação (e exigir
exportações e pelos “pacotes maior rigor da política monetária)
keynesianos” de redução de impostos afeta negativamente o cupom cambial,
do Governo Bush; de outro, à maior reforçando o papel dos juros como
desaceleração conhecida pelas instrumento para deter a saída de
economias da zona do euro no capitais.
segundo trimestre deste ano (variação Se essas tendências se confirmarem,
de -0,2% em relação ao trimestre será inevitável a progressiva
anterior), que tem levado à desaceleração da atividade econômica
interrupção da elevação das taxas de no país, abortando-se, mais uma vez,
juros pelos países deste bloco o período de crescimento mais forte
econômico (e a sinalizações de sua iniciado em 2006, que o governo tem
redução) e contribuído para a queda vendido para a população e para o
dos preços das commodities, setor produtivo, como um mantra,
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 03
como perfeitamente sustentável. Não economia brasileira”, como tem
sem razão, as projeções para o repetido o Governo Lula, o país poderá
crescimento deste ano têm sido estar caminhando, dentro de pouco
revistas, periodicamente, para baixo. E tempo, para um viver um novo
“do momento mágico vivido pela “momento trágico”.
2. INFLAÇÃO
A inflação, no segundo trimestre de decidiram elevar a taxa básica de
2008, manteve a tendência de alta juros, a SELIC, para 13% ao ano “com
iniciada no segundo semestre do ano vistas a promover tempestivamente a
passado. Assim como no primeiro convergência da inflação para a
trimestre, o aumento registrado pelos trajetória de metas”, conforme ata
principais índices de preço ao divulgada em 31 de julho.
consumidor deveu-se à elevação dos Analisando os principais grupos de
preços dos alimentos. bens e serviços que compõem o cálculo
Dentre os índices calculados para São do índice, não há dúvida que os
Paulo, o IPC, da FIPE, apresentou alimentos e bebidas apresentaram a
variações de 0,54% em abril, 1,23% maior contribuição para a elevação do
em maio e 0,96% em junho, IPCA. Nos últimos doze meses, a
acumulando no ano variação positiva variação do grupo alimentos e bebidas
de 3,81%. Já o índice calculado pelo foi de 15,79%. Há, entretanto, grupos
DIEESE, o ICV, subiu 0,42%, 0,87% e que estão contribuindo para manter a
0,97%, respectivamente nos três inflação sob controle. Dentre eles é
meses, sendo a inflação acumulada em possível citar habitação (2,20% em 12
2008 de 3,61%. meses), transportes (2,46%) e
O IPCA, índice calculado pelo IBGE e comunicação (1,18%), compostos por
oficialmente adotado pelo governo itens cujos preços são controlados pelo
para o cumprimento do sistema de governo; e artigos de residência, que
metas de inflação, apresentou, para os apresentaram queda de 0,64% em
meses de abril, maio e junho, doze meses, em boa parte influenciada
variações de 0,55%, 0,79% e 0,74%, pelo câmbio, que ajudou a reduzir o
respectivamente. Com isso, a inflação preço de aparelhos eletrônicos
calculada pelo índice resultou em fabricados com componentes
3,64% no acumulado dos primeiros importados.
seis meses e 6,06% no acumulado dos O INPC, índice calculado pelo IBGE
últimos 12 meses. Esse resultado está para faixas de renda menores, de 1 a 6
acima do centro da meta estipulada salários mínimos, mais uma vez
pelo Conselho Monetário Nacional, que apresentou variação maior que o IPCA,
é de 4,50%, porém está dentro da índice calculado para rendas de 1 a 40
faixa de tolerância superior, que é de salários mínimos. Reitera-se aqui a
6,5%. Com base nestes dados, os explicação apresentada no boletim
integrantes do COPOM, em sua 136ª anterior: o peso de alimentos e
reunião nos dias 22 e 23 de julho, bebidas é maior para faixas de renda
Tabela 2.1 – Índices de preços (%)
Indicadores Abr/08 Mai/08 Jun/08
Acumulado
no ano
Acumulado nos
últimos 12
meses
IPCA 0,55 0,79 0,74 3,64 6,06
INPC 0,64 0,96 0,91 4,26 7,28
IPC-FIPE 0,54 1,23 0,96 3,81 5,84
ICV-DIEESE 0,42 0,87 0,97 3,61 5,80
IGP-M 0,69 1,61 1,98 6,82 13,44
IGP-DI 1,12 1,88 1,89 7,15 13,97
Fonte: IBGE, FIPE, DIEESE e FGV
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 04
menores. Assim, a variação foi de positiva de 4,26% e nos últimos doze
0,64%, 0,96% e 0,91% nos meses de meses a inflação calculada foi de
abril, maio e junho, respectivamente. 7,28%.
Nesse ano o índice acumula variação
No segundo trimestre do ano, o IGP-DI 0,62% para 1,69%).
e o IGP-M seguiram trajetórias de Em maio, o IGP-DI avançou ainda
elevação, sendo o grupo Alimentação mais, para 1,88%. O IPA e o IPC, que
o principal responsável pelo juntos correspondem a 90% do IGP-
movimento ascendente dos índices, DI, mantiveram a trajetória de alta,
visto que apresentou maior variação respectivamente 2,22% e 0,87%. O
positiva do período. De janeiro a grupo Produtos Agrícolas foi o que
junho, o IGP-DI acumula alta de mais colaborou para a alta no IPA,
7,15%, enquanto o IGP-M acumula dado que passou de 0,08% em abril
alta de 6,82%. para 2,47% em maio. A aceleração no
No mês de abril, o IGD-DI (Índice IPC foi especialmente influenciada
Geral de Preços – Disponibilidade pela alta no grupo Alimentação,
Interna) apresentou aceleração de 2,33% em maio ante 1,69% em abril.
1,12% ante a alta de 0,7% no mês O IGP-DI fechou o mês de junho com
anterior. Essa aceleração deveu-se leve alta, passando de 1,88% para
principalmente à alta registrada pelo 1,89%. O IPA subiu 2,29% contra
IPA-DI (Índice de Preços por Atacado - 2,22% no mês anterior. Já o IPC
Disponibilidade Interna), que fechou o registrou queda, fechando em 0,77%.
mês de abril em 1,3% contra 0,8% em Três das sete classes de despesas
março. No mesmo período, o IPC-DI d e s s e í n d i c e a p r e s e n t a r a m
(Índice de Preços ao Consumidor - decréscimos, sendo Alimentação o
Disponibilidade Interna) também grupo onde o decréscimo foi mais
apresentou alta, passando de 0,66% expressivo (de 2,33% em abril para
em março para 0,72% em abril, 1,85% em junho).
principalmente em decorrência da O IGP-M registrou alta de 0,69% em
aceleração do grupo Alimentação (de abril, o que representa uma
T a b e la 2 .2 – D ec o m p o siç ã o d o I P C A
I P C A A b r / 0 8 M a i/ 0 8 J u n / 0 8
A cu m u l ad o n o s
ú l tim o s 1 2 m e s e s
Í n d ice g e r a l 0 , 5 5 0 ,7 9 0 ,7 4 6 ,0 6
A l im en to s e b eb id as 1 ,2 9 1 ,9 5 2 ,1 1 1 5 ,7 9
H ab it aç ão 0 ,1 9 0 ,3 2 0 ,2 6 2 ,2 0
A r t ig os d e r es id ên c ia 0 ,3 2 0 ,1 7 0 ,1 3 -0 ,6 4
V e st uá r io 1 ,5 3 0 ,9 8 0 ,4 2 5 ,4 2
Tr a ns p or t es -0 ,0 5 0 ,3 3 0 ,2 6 2 ,4 6
S a úd e e c ui da do s pe ss o ais 0 ,7 6 0 ,6 5 0 ,6 6 5 ,3 8
D es p es as p es so ai s 0 ,4 9 1 ,1 1 0 ,5 4 6 ,6 9
E du c aç ão , l eit u r a e pa pe lar i a 0 ,0 5 0 ,0 3 0 ,0 5 4 ,5 1
C o m un ic aç ã o 0 ,0 6 -0 ,0 2 0 ,2 9 1 ,1 8
F o nt e: I B G E
Vitória/ES - Boletim Nº 42 - 05
desaceleração em relação a março, grupo Habitação foi o componente do
quando houve alta de 0,74%. O IPA índice que mais contribuiu para o
também desacelerou, passando de recuo, passando de 0,38 em abril para
0,95% em março para 0,65% no mês 0,02 em maio.
subseqüente. O IPC acelerou de Em junho, o IGP-M manteve a
0 , 1 9 % p a ra 0 , 7 6 % , d e v i d o trajetória de alta, avançando para
principalmente a alta no grupo 1,98%, com aceleração do IPA em
Alimentação, de 0,02% para 1,76% no 2,27%, Dentro deste indicador, o
período referido. grupo Bens Intermediários foi o que
No mês de maio, o IGP-M aumentou mais subiu, com alta de 2,50% ante a
em 1,61%. O IPA foi o componente elevação de 1,79% em maio. O IPC
que mais se destacou, apresentando apresentou avanço em relação a maio,
alta de 2,01%, devido aos produtos passando de 0,68% em maio para
agrícolas que aumentaram 2,29% 0,89% em junho. O grupo Alimentação
ante 1,19% em abril. O IPC elevou-se de 1,77% para 2,26% no
desacelerou, fechando em 0,68%. O período.
No mês de abril, o preço da cesta apresentaram as maiores altas,
básica de alimentos subiu nas 16 43,65% e 40,88%, respectivamente.
capitais pesquisadas pelo DIEESE – Já no caso do pão, destacaram-se
Departamento Intersindical de Vitória (14,01%) e Belo Horizonte
E s t a t í s t i c a s e E s t u d o s (13,71%). A alta no preço do pão
Socioeconômicos. As maiores altas deveu-se à necessidade do país em
foram registradas em Fortaleza e Belo importar trigo canadense e norte-
Horizonte - 7,84% e 6,95%, americano, visando suprir a
respectivamente. A cesta mais cara foi insuficiência no mercado interno,
apurada na capital mineira R$ 228,32. causada pela falta do produto
Já a capital capixaba apresentou argentino. A carne, produto de maior
variação positiva de 2,70%, elevando peso na cesta básica, aumentou em 14
o custo da cesta básica para R$ capitais, sendo em Aracaju, 9,21% e
212,39. Grande parte dos produtos Brasília, 7,96%, as maiores. O feijão
analisados na pesquisa apresentou foi o único produto que apresentou
comportamento altista. O óleo de soja, predomínio de queda em 13 das 16
o leite e o arroz registraram alta, capitais pesquisadas, lideradas por
porém as mais significativas Salvador, -14,96, e Aracaju, -14,36.
ocorreram com o tomate e o pão, Em maio, houve alta no custo da cesta
ambos apresentaram altas nas 16 básica em 14 das 16 capitais
capitais pesquisadas. No caso do pesquisadas. Apenas Goiânia (-
tomate, Salvador e Brasília, 1,19%), e Salvador (-0,35%)
Tabela2.3– Componentesdo IGP-DI (em%)
Indicadores Abr/08 Mai/08 Jun/08 Acumulado Ano Acumulado12 Meses
IGP-DI 1,12 1,88 1,89 7,15 13,97
INCC 0,87 2,02 1,92 6,40 9,13
IPA-DI 1,30 2,22 2,29 8,48 17,90
IPC 0,72 0,87 0,77 3,84 5,96
Fonte: FGV
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 06
apresentaram quedas. No período, destacou-se no período com a maior
Porto Alegre registrou a cesta mais queda, -1,13%, reduzindo o custo da
cara R$ 236,58, já em Vitória o custo cesta para R$220,46. Grande parte
apurado foi de R$ 222,98. Entre os dos produtos apresentou aumento,
alimentos que apresentaram com destaque para o arroz, cujo preço
aumento, destacaram-se a carne, o a u m e n t o u n a s 1 6 c a p i t a i s
arroz e o tomate. No caso da carne, pesquisadas. O preço da carne
houve aumento em 15 capitais, sendo continuou a subir em junho, das 15
que Florianópolis e Curitiba c a p i t a i s q u e a p r e s e n t a r a m
registraram as maiores altas, 9,92% e comportamento altista, Goiânia e
6,20%, respectivamente. O arroz Curitiba destacaram-se com 14,99% e
também teve alta em 15 das 16 10,51%, respectivamente. O feijão
capitais pesquisadas, lideradas que vinha de sucessivas quedas, em
novamente por Florianópolis 36,77%. junho, apresentou alta em 14 cidades,
O tomate aumentou em 12 capitais, as sendo em João Pessoa (31,09%) a
mais significativas em Recife maior delas. Entre os produtos que
(119,86%) e Natal (43,23%). O feijão apresentaram queda destacou-se o
destacou-se, tal como em abril, pela óleo de soja, que reduziu em 11
predominância de queda, sendo que as cidades, sendo a maior queda em
mais expressivas ocorreram em Curitiba, -8,55%.
Fortaleza, -16,85%, e João Pessoa, No trimestre, todas as capitais
16,30%. apresentaram alta. Recife liderou com
No mês de junho, o preço da cesta variação de 16,65%. Belo Horizonte
básica elevou-se em 14 das 16 capitais obteve a menor variação no período,
pesquisadas pelo DIEESE. As maiores de 3,38%. O tomate e o pão
altas foram registradas em Goiânia, d e s t a c a r a m - s e , a m b o s p e l o
10,64% e Brasília, 6,43%. A cesta c o m p o r t a m e n t o a l t i s t a ,
mais cara continuou a ser registrada principalmente em abril e maio.
em Porto Alegre, R$ 246,72. Vitória
T a b e la 2 . 4 – p r e ç o m é d i o d a c e s t a b á s ic a – R $ c o r r en te s
C a p ita l A b r / 0 8 ( % ) M a i/ 0 8 ( % ) J u n / 0 8 ( % ) V a r. (% )
A ra c aju 1 7 3, 29 1 8 3 ,4 0 1 9 1, 75 10 ,6 5
B e lé m 2 0 2, 60 2 0 6 ,4 0 2 0 9, 91 3 ,6 1
B e lo H or i zo nt e 2 2 8, 32 2 3 0 ,5 5 2 3 6, 03 3 ,3 8
B ra s íli a 2 1 4, 22 2 1 7 ,6 0 2 31 ,6 8 ,1 1
C ur i ti ba 2 0 9, 52 2 2 0 ,7 4 2 2 7, 58 8 ,6 2
F lo ri an óp o lis 2 1 0, 42 2 2 6 ,4 3 2 3 8, 15 13 ,1 8
F or ta le za 1 8 8, 83 1 9 6 ,7 9 1 9 6, 11 3 ,8 6
G o iâ ni a 1 9 3, 68 1 9 1 ,3 8 2 1 1, 74 9 ,3 2
Jo ão Pe ss o a 1 8 0, 90 1 8 7 ,2 1 1 9 4, 43 7 ,4 8
N at al 1 8 7, 89 2 0 4 ,6 4 2 1 1, 41 12 ,5 2
P or t o A le g r e 2 2 6, 78 2 3 6 ,5 8 2 4 6, 72 8 ,7 9
R e c ife 1 7 2, 18 1 9 6 ,6 2 2 0 0, 85 16 ,6 5
R io de Jan e i r o 2 2 2, 24 2 2 2 ,9 3 2 3 6, 16 6 ,2 6
S alv ad or 1 7 6, 66 1 7 6 ,0 5 1 8 5, 53 5 ,0 2
S ão Pa ul o 2 2 7, 81 2 3 3 ,9 2 2 4 5, 24 7 ,6 5
V itó r ia 2 1 2, 39 2 2 2 ,9 8 2 2 0, 46 3 ,8 0
F o nt e : D I E ES E
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 07
Segundo dados do IBGE, a economia equipamentos e material eletrônico.
brasileira cresceu neste ano Por outro lado, há quem diga que a
estimulada pelo desempenho da diminuição do ritmo foi positiva, pois
indústria, dos investimentos, do deverá ajudar a conter a inflação.
consumo das famílias e das despesas A agropecuária teve fraco desempenho
do governo (em se tratando de ano no período devido a fatores sazonais e,
eleitoral), setores esses que ainda, por mudança na metodologia de
impulsionaram o crescimento da cálculo do Produto Interno Bruto (PIB)
produção no período. O PIB a preços de para este setor. Segundo a gerente de
mercado cresceu 5,8% no primeiro contas trimestrais do IBGE, Rebeca
trimestre de 2008 em relação ao Palis, a metodologia de cálculo do PIB
mesmo período de 2007 (Tabela 3.1). do setor agora incorpora produtividade
O valor adicionado a preços básicos das culturas, e não apenas estimativa
apresentou um aumento de 5,5% e os de colheita, como antes. Assim, a soja,
impostos sobre produtos uma elevação principal produto agropecuário do
de 8,0%. Em valores correntes o primeiro trimestre e que registrou uma
principal agregado econômico do país pequena queda de produtividade,
alcançou a cifra de R$ 665,5 bilhões. acabou influenciando negativamente
Deste total, R$ 560,7 bilhões referem- os resultados finais do setor.
se ao Valor Adicionado à produção Na indústria, o destaque ficou por
interna, enquanto R$ 104,8 bilhões conta do segmento de Veículos
totalizam os Impostos sobre Produtos. Automotores, com alta de 18,42%.
A Indústria foi, dentre os setores, a que Outro que obteve boa taxa de
mais contribuiu para a geração do crescimento foi o de Máquinas e
Valor Adicionado, com uma taxa Equipamentos, com 9,4%. No setor de
positiva de 6,27%, seguida pelo setor Serviços, os maiores destaques foram
de Serviços, elevação de 5,0%, e para Intermediação Financeira e
Agropecuária, que cresceu 2,4%, em Seguros, com uma taxa de
comparação com o mesmo período de crescimento de 15,2%; Serviços de
2007. Informação e Comércio, com taxas
Mas, tal ritmo de crescimento já positivas de 9,5% e 7,7%,
mostra sinais de desaceleração. respectivamente.
Segundo analistas, a redução da taxa Pela ótica da demanda, a Despesa de
de crescimento do PIB está associada Consumo das Famílias cresceu a uma
ao resultado negativo do setor taxa de 6,6%, sendo o décimo oitavo
externo, pois parte considerável da a u m e n t o c o n s e c u t i v o n e s t a
demanda está sendo atendida por comparação. Essa taxa foi sustentada
importações, uma vez que a produção pelo aumento de 6,9% na massa
nacional não está sendo suficiente para salarial real do trimestre. A Formação
suprir o crescimento da demanda Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou
doméstica. Dentre os produtos crescimento de 15,2%, tendo
importados, destaque para máquinas e contribuído para este resultado o
3. NÍVEL DE ATIVIDADE
TABELA 3.1 - Brasil: Produto Interno Bruto ( em % ) variação em volume em relação ao
mesmo período do ano anterior – (%)
Setor de Atividade 2007.I 2007.II 2007.III 2007.IV 2008.I
Agropecuária 3,7 2,3 4,5 5,3 2,4
Indústria 3,2 5,1 5,0 4,9 6,9
Extrativa Mineral 4,0 5,0 3,9 3,0 3,3
Transformação 3,1 5,3 5,5 5,1 7,3
Construção Civil 2,3 4,3 4,6 5,0 8,8
Prod. e distrib. de eletricidade, gás e água 3,8 4,9 4,5 5,0 5,5
Serviços 4,5 4,5 4,5 4,7 5,0
Comércio 6,1 7,1 7,2 7,6 7,7
Transporte, amarzenagem e correio 3,8 4,9 4,8 4,8 3,7
Serviços de informação 7,3 7,1 7,6 8,0 9,5
Interm. financ. seguros, prev. compl. e serv. rel. 9,3 9,4 10,7 13,0 15,2
Outros serviços 3,5 2,9 2,5 2,3 2,6
Ativ. imob ilárias e aluguel 4,5 4,2 3,9 3,5 2,1
Adm. saúde e educação públicas 1,5 1,1 1,1 0,9 1,1
Valor adicionado a preços básicos 4,0 4,4 4,6 4,8 5,5
Imp ostos líquidos sob re produtos 6,9 8,1 8,3 9,1 8,0
PIB a preços de m ercado 4,4 4,9 5,1 5,4 5,8
Despesa de consumo das famílias 5,7 5,7 5,8 6,5 6,6
Despesa de consumo da administração púb lica 3,7 3,5 3,4 3,1 5,8
Formação bruta de capital fixo 8,8 11,4 12,5 13,4 15,2
Exportação de b ens e serviços 6,0 9,7 6,7 6,6 (-) 2,1
Imp ortação de bens e serviços (-) 19,8 19,2 19,6 20,7 18,9
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 08
aumento tanto da produção interna bem maior do que a previsão de
como também da demanda de crescimento do PIB (em torno de
importação (18,9%), neste último caso 5,4%).
devido à continuidade da apreciação do Ainda no que tange aos investimentos,
real frente ao dólar. é importante destacar que os projetos
O u t r o f a t o r q u e c o n t r i b u i u voltados à infra-estrutura, como
consideravelmente para a ampliação concessões rodoviárias, energia,
da FBCF foi o bom desempenho (8,8%) saneamento, entre outros, não devem
apresentado pela Construção Civil. De sofrer cortes devido à elevação da taxa
acordo com o economista Gomes de de juros e do aperto monetário,
Almeida, consultor do Instituto de principalmente pelo fato de tais
Estudos para o Desenvolvimento investimentos refletirem um horizonte
Industrial – IEDI, a expansão dos de longo prazo que contempla,
investimentos no segundo trimestre do geralmente, de 5 a 10 anos de
corrente é fruto do crescimento da maturação.
economia e da forte demanda No caso da demanda externa, as
observados no último trimestre de Exportações de Bens e Serviços
2007 e primeiro trimestre de 2008. No tiveram uma queda de 2,1%, em
entanto, vários especialistas acreditam
contraste com as taxas positivas
numa redução do dinamismo do
registradas desde o terceiro trimestrecrescimento dos investimentos já a
de 2006, diferentemente daspartir do segundo semestre deste ano.
Importações de Bens e Serviços, queAinda assim, há um consenso quase
geral de que a FBCF feche o exercício obtiveram uma taxa de crescimento de
de 2008 registrando expansão acima 18,9%.
da casa dos 11%, ficando, portanto,
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 09
Em nota, o IBGE afirma que “os índices
de março revelaram um quadro
positivo da atividade fabril, porém
pesquisados
marcado por um menor ritmo de pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
crescimento”. Semelhante conclusã Estatística (IBGE). Houve incremento
pode ser obtida na comparação entre de 6,27% na comparação com os
primeiros seis meses de 2007 (Tabelatrimestres imediatamente anteriores
3.2). Em nota, o Instituto afirma: "Naquando tomados desde o segundo
maioria desses locais, confirma-se otrimestre de 2006, apresentada no
padrão de crescimento observado para
gráfico 3.1, no qual se observa a forte
o total da indústria brasileira ao longo
queda no ritmo de crescimento do de 2008, uma vez que suas estruturas
setor industrial brasileiro. Vale industriais têm forte presença de
salientar que tal desaceleração foi setores produtores de bens de capital e
de bens de consumo duráveis, além daobservada em todas as categorias de
elevada produção de commoditiesuso, com exceção de bens de consumo
para exportação".duráveis, que registrou grande
Para o Espírito Santo a notícia é ainda
expansão na taxa de crescimento, de
melhor, o resultado registrado pelo
0,5% para 5,9%. Mesmo no resultado Estado foi o maior dentre os entes da
acumulado nos últimos doze meses, o F e d e r a ç ã o . I m p u l s i o n a d o
período que se encerra em março principalmente pelo setor extrativo,
também registra queda no ritmo de com destaque para os itens gás natural
e minério de ferro e, na indústria deexpansão, 6,6%, frente aos 6,9%
transformação, pela metalurgia básicaregistrados até fevereiro.
e pelo ramo de alimentos e bebidas, o
Indústria
incremento da produção local foi de
A produção física industrial do primeiro
16,1%, bem acima da média nacional.
semestre de 2008 cresceu em todos os
Paraná (11,3%) e Goiás (11,1%)
Estados brasileiros (
completam o pódio.
Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas
Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro,
São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul e Goiás)
Amazonas, Pará,
TABELA 3.2 - Produção física industrial por tipo de índice e seções e atividades industriais
(Variação % acumulada em relação à igual período do ano anterior)
Seções e atividades industriais / Mês jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 mai/08 jun/08
Brasil
1.Indústria geral 8,71 9,19 6,31 7,24 6,2 6,27
2.Indústria extrativa 7,72 8,47 6,54 5,86 6,13 6,39
3.Indústria de transformação 8,77 9,23 6,3 7,33 6,21 6,26
Espírito
Santo
1.Indústria geral 12,08 14,06 14,43 16,25 17,1 16,11
2.Indústria extrativa 21,24 21,78 18 20,82 22,69 20,46
3.Indústria de transformação 8,13 10,74 12,84 14,22 14,58 14,09
FONTE: IBGE / Sidra - Pesquisa da Indústria Mensal Produção Física
Observou-se, neste trimestre, a consecutivos, e o ritmo do crescimento
manutenção nos resultados positivos, manteve-se praticamente no mesmo
já presentes há dezenove semestres patamar (6,2% frente a 6,3% no
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 10
primeiro trimestre). Entre abril e indicador.
junho, 21 das 27 atividades Aspecto interessante no setor
apresentaram ganhos na produção, automobilístico, de grande importância
com destaque para o setor relativa na pesquisa do Instituto, é o
automobilístico, com alta de 18,4%
crescimento das concessões de
(Tabela 3.3). Este segmento, bem
empréstimos ao consumidor (43,7%como a metalurgia básica, apresentou,
em doze meses de acordo com o Bancono semestre, utilização superior a 90%
Central), que a despeito das altas nada capacidade instalada (índice que
mede o uso de máquinas e taxa básica de juros, SELIC, segue
equipamentos das indústrias). A firme e é atualmente a vedete no
marca está bem acima da média das mercado de crédito, correspondendo a
demais indústrias, 83% neste segundo
quase dois terços dos recursos para
semestre, valor semelhante ao
p e s s o a s f í s i c a s . T a m b é mregistrado nos últimos nove meses,
apresentaram crescimento assugerindo certa estabilidade no
indústrias de Outros Equipamentos de
Tabela 3.3 - Produção Física Industrial por Atividades (Variação % Acumulada em relação à
igual período do Ano Anterior)
N° Atividade / Mês JAN FEV MAR ABR MAI JUN
1 Indústria Geral 8,71 9,19 6,31 7,24 6,20 6,27
2 Indústrias Extrativas 7,72 8,47 6,54 5,86 6,13 6,39
3 Indústria de Transformação 8,77 9,23 6,3 7,33 6,21 6,26
3.1 Alimentos 4,58 5,27 2,63 3,79 3,00 2,48
3.2 Bebidas 7,32 4,26 0,51 -0,59 -0,70 0,29
3.3 Fumo -1,02 -2,43 -9,97 -7,74 -11,8 -11,2
3.4 Têxtil 0,53 3,24 0,83 2,15 0,47 0,11
3.5 Vestuário e acessórios 15,83 11,25 7,73 10,49 7,01 6,71
3.6 Calçados e artigos de couro -0,34 2,12 -0,04 0,09 -2,41 -3,69
3.7 Madeira -3,49 -1,71 -2,67 -2,46 -4,57 -5,16
3.8 Celulose, pap el e produtos de papel 3,60 6,26 5,51 5,75 6,40 6,35
3.9 Ed ição, impressão e reprod ução de gravações -1,85 0,07 0,98 0,21 1,59 1,11
3.10 Refino de petróleo e álcool 8,05 7,53 1,66 1,22 2,02 2,20
3.11 Farmacêutica 14,2 -6,4 -4,37 4,08 4,94 4,67
3.12 Perfumaria, sabões, detergentes e prod. de limpeza 1,56 2,85 -1,47 -0,43 -2,23 -3,14
3.13 Outros produtos químicos 13,05 12,84 9,46 7,02 5,64 5,35
3.14 Borracha e plástico 10,78 11,45 7,84 9,42 8,45 8,95
3.15 Minerais não metálicos 10,9 8,97 7,42 7,62 7,13 7,8
3.16 Metalurgia básica 6,59 9,02 7,77 8,14 7,41 7,56
3.17 Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos 11,23 10,34 6,06 8,99 8,46 8,95
3.18 Máquinas e equipamentos 9,82 14,31 11,48 12,77 10,39 9,4
3.19 Máquinas para escritório e equips. de informática -10,9 -9,48 -12,46 -8,42 -8,69 -5,56
3.20 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 8,63 11,53 8,61 8,2 6,28 6,97
3.21 Material eletrônico, ap arelhos e equips. de comunicações 5,11 12,23 7,95 8,77 6,85 7,37
3.22 Eq uips. de instrument. médico-hospitalar, ópicos e outros 23,95 17,75 14,58 15,84 12,08 12,1
3.23 Veículos automotores 24,03 24,34 19,51 21,68 18,22 18,42
3.24 Outros equipamentos de transporte 25,58 30,17 27,41 34,08 31,84 33,14
3.25 Mobiliário 12,4 12,08 4,2 5,97 4,51 5,16
3.26 Diversos -2,23 -1,54 -4,19 -1,03 -2,25 -0,62
FONTE: IBGE / Sidra - Pesquisa da Indústria Mensal Produção Física
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 11
Transporte (33,1%) e Máquinas e os seis primeiros meses deste ano
Equipamentos (9,4%), em relação ao repetem a marca observada em igual
período de janeiro a junho de 2007. período do ano anterior, 3,15%. O
Estes três setores, aliados à ganho é resultado do incremento na
construção civil, respondem por boa produção, já descrito, e no total de
parte do recorde no consumo horas trabalhadas (aumento de 2,5%).
semestral de aço, índice 21,5% Entretanto, observa-se uma tendência
superior ao observado em igual de acomodação nessa variável. Ainda
intervalo de 2007. Observando os assim, os ganhos de produtividade
resultados do segundo trimestre do vêm ajudando a indústria a se proteger
ano pelas categorias de uso, indicados parcialmente da valorização cambial.
na tabela 3.4, bens de capital e bens Esse ganho de eficiência pode ajudar
de consumo duráveis apontam bons na amortização dos impactos do
resultados, prosseguindo como líderes aumento nos custos industriais,
da expansão industrial, 17,5% e contribuindo para o processo de
14,1%. desaceleração da inflação para o
Acerca da produtividade na Indústria segundo semestre.
A expansão na geração de empregos faturamento da indústria brasileira, o
na indústria alcançou 2,7%, o melhor índice cresceu 8,4% no primeiro
resultado para o fechamento de um semestre de 2008, segundo dados da
primeiro semestre de toda a série. CNI. Trata-se, novamente de boas
Segundo a CNI (Confederação notícias, do melhor resultado para um
Nacional da Indústria), os dados primeiro semestre de toda a série
mostram uma tendência de expansão histórica, iniciada em 2003.
no emprego que vem sendo registrada Em suma, os indicadores segundo
há quase três anos. Em Mato Grosso do diferentes períodos de comparação
Sul o setor industrial já responde por apresentaram taxas positivas, e, além
51,6% dos 17.942 dos empregos disso, recordes de relevância
formais criados nos últimos meses, de considerável para a indústria nacional.
acordo com dados do Caged (Cadastro Nos confrontos contra iguais períodos
G e r a l d e E m p r e g a d o s e de 2007, os resultados também foram
Desempregados). Quanto ao positivos e atingiram a maioria dos
TABELA 3.4 - Produção Física Industrial Trimestral por Categorias de Uso (Variação % em
Acumulada relação à igual período do ano anterior)
Atividade / Trimestre T. I/08 T. II/08
Bens de Capital 16,60 17,50
Bens Intermediários 6,00 4,70
Bens de Consumo Duráveis 13,70 14,10
Bens de Consumo Semi e Não Duráveis 1,30 2,00
Indústria Geral 6,30 6,20
FONTE: IBGE / Sidra - Pesquisa da Indústria Mensal Produção Física
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 12
segmentos industriais investigados, positivos, como acima da média do
com destaque para os setores varejo, ainda continuam sendo
produtores de bens de capital e de explicados pela expansão de crédito,
bens de consumo duráveis, refletindo r e d u ç ã o d o s p r e ç o s d o s
os sinais favoráveis vindos dos eletroeletrônicos e a melhoria da
investimentos e da manutenção das massa real de salários da economia, o
condições favoráveis do crédito. que influencia positivamente no poder
Entretanto, para o segundo semestre, de compra da população, assim como a
economistas esperam um crescimento valorização do real que estimula o
menor, devido principalmente à aumento da demanda por tais
política monetária que vem sendo produtos.
adotada pelo BACEN, caracterizada O segmento de Hipermercados,
pelo aumento da taxa de juros básica S u p e r m e r c a d o s , P r o d u t o s
da economia. Alimentícios, Bebidas e Fumo obteve
Comércio aumento de 3,4% em relação ao
O comércio varejista do país registrou trimestre anterior, e 5,9% no
no primeiro semestre de 2008 um acumulado de 12 meses. O resultado
aumento de 10,6% em relação ao abaixo do comportamento médio desta
mesmo período do ano anterior, atividade ao longo do primeiro
resultado superior não apenas ao do semestre de 2008 pode ser explicado,
segundo semestre de 2007, que segundo o IBGE, pelo efeito da inflação
alcançou 9,6%, mas também ao de sobre o consumo de produtos
toda a série histórica da Pesquisa alimentícios. Desempenho este, não
Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, perceptível nos meses anteriores, em
iniciada em 2001 (Tabela 3.5). Numa função de datas comemorativas
análise trimestral, o período causadoras de impacto nas vendas do
compreendido entre janeiro e março setor, como Páscoa, Dia das Mães e
de 2008 alcançou taxa de crescimento Corpus Christi.
de 12% em relação à igual período de O s e t o r d e C o m b u s t í ve i s e
2007, recorde também na série Lubrificantes fechou o trimestre com
histórica do Instituto. Porém, o um aumento de 11,35% em relação ao
segundo trimestre apresentou queda trimestre anterior, sendo que a
no ritmo de crescimento do setor variação nas taxas, com ajuste
(crescimento 9,4% em comparação sazonal, de abril, maio e junho foram,
com igual período de 2007). respectivamente, 0,7%, 1,7% e 2,1%.
Na comparação do segundo trimestre No acumulado dos últimos 12 meses, o
de 2008 com o mesmo período de crescimento foi de 6,5%. Em junho, tal
2007, todas as atividades do varejo atividade alcançou variação de 12,8%
apresentaram crescimento. O item no volume de vendas em relação a
Outros Artigos de Uso Pessoal e junho de 2007, o que representa 16%
Doméstico foi o que apresentou a da taxa global do varejo. Em termos de
maior taxa de crescimento do desempenho acumulado, a taxa de
Comércio Varejista (21,7%), seguido variação chegou a 6,5% nos últimos 12
de Móveis e Eletrodomésticos meses. Este resultado pode ser
(16,5%). Esses resultados não só atribuído à estabilidade de preços dos
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 13
combustíveis, conjuntamente com a deveu-se à redução das taxas de juros
melhoria das condições econômicas do e a ampliação dos prazos de
País. f i n a n c i a m e n t o , a s s i m c o m o
O Comércio Varejista Ampliado, que expectativas positivas quanto à
inclui as categorias de Veículos, Motos, manutenção do emprego.
Partes e Peças e ainda, Material de O segmento material de construção
Construção, obteve desempenho obteve crescimento de 11,8% no
superior ao Comércio Varejista, segundo trimestre deste ano, e 11,4%
atingindo 13,9% no volume
no acumulado em doze meses. Na
acumulado de vendas neste segundo
comparação de junho de 2008 comtrimestre de 2008, e 13,9% no
junho de 2007, apresentou variaçãoacumulado dos últimos doze meses. As
positiva de 26,52%. Segundo o IBGE,taxas mês a mês, com ajuste sazonal,
dos meses de abril, maio e junho este resultado positivo continua sendo
alcançaram 3,8%, 5,2% e 0,2%, explicado pela expansão do crédito,
respectivamente (tabela 3.6). aumento da massa de salários, além de
A atividade Veículos, Motos, Partes e
medidas oficiais de incentivo à
Peças registrou uma expansão de
construção civil, tais como a23,3%, no segundo trimestre de 2008.
diminuição da carga tributáriaCom esse resultado, a atividade
incidente sobre produtos utilizados nocontinua a apresentar a principal
contribuição para a taxa global do setor.
varejo ampliado. Tal desempenho
No Espírito Santo, o Comércio (tabela 3.6). Os segmentos que
Varejista obteve variação positiva de a p r e s e n t a ra m m a i o r e s a l t a s
9,4%, 12,8% e 8,5% nos meses de t r i m e s t ra i s f o ra m M ó v e i s e
abril, maio e junho, respectivamente, Eletrodomésticos com crescimento de
fechando o trimestre de 2008 com 27,5%, seguido de Tecidos, Vestuários
crescimento de 9,4%, e 10,1% no e Calçados com variação de 23,6%,
acumulado dos últimos doze meses em relação ao trimestre anterior. O
Tabela 3.5 – Volume de vendas no varejo por atividade (variação real% mês a mês)
Atividades Abr/08* Mai/08* Jun/08* Trimestre**
Acumulado
12 Meses**
Comércio Varejista 0,4 1,0 1,3 9,40 10,1
Combustíveis e Lubrificantes 0,7 1,7 2,1 11,3 6,50
Hiper., Super., Alim., Beb. E Fumo 0,7 0,5 0,4 3,40 5,90
Supermercados e Hipermercados 0,4 0,7 0,4 3,20 5,90
Tecidos, vestuário e calçados 0,6 -0,5 1,7 11,2 11,3
Móveis e eletrodomésticos 0,5 0,4 0,4 20,0 16,5
Outros artigos de uso pessoal e doméstico -0,9 4,6 -0,8 15,6 21,7
Comércio Varejista Ampliado 1,5 1,1 1,3 13,9 13,9
Veículos, motos, partes e peças 2,7 0,4 1,7 23,3 22,3
Material de Construção 1,0 1,0 1,2 11,8 11,4
Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE).
*variação percentual real mês/mês com ajuste sazonal.
**variação percentual em relação à igual período do ano anterior.
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 14
No Espírito Santo, o Comércio Varejista relação ao trimestre anterior. O
obteve variação positiva de 9,4%, s e g m e n t o S u p e r m e r c a d o s e
12,8% e 8,5% nos meses de abril, Hipermercados obteve crescimento de
maio e junho, respectivamente, apenas 3% em relação ao trimestre
fechando o trimestre de 2008 com anterior.
crescimento de 9,4%, e 10,1% no O Comércio Varejista Ampliado obteve
acumulado dos últimos doze meses crescimento de 28,3% no segundo
(tabela 3.6). Os segmentos que t r i m e s t r e d e 2 0 0 8 , s e n d o
a p r e s e n t a ra m m a i o r e s a l t a s
impulsionado pelo crescimento de
t r i m e s t ra i s f o ra m M ó v e i s e
57,3% do segmento Veículos, Motos,Eletrodomésticos com crescimento de
Partes e Peças e 8,9% do segmento27,5%, seguido de Tecidos, Vestuários
material de construção.e Calçados com variação de 23,6%, em
Tabela 3.6 – Volume de vendas no varejo por atividade – Espírito Santo (variação real% em
relação ao mesmo período do ano anterior)
Atividades Abr/08 Mai/08 Jun/08 Trimestre
Acumulado
12 Meses*
Comércio Varejista 9,4 12,8 8,5 10,2 8,5
Combustíveis e Lubrificantes 10,3 12,4 14,2 12,3 1,4
Hiper., Super., Alim., Beb. E Fumo -0,1 8,1 2,7 3,5 6,4
Supermercados e Hipermercados -0,7 7,6 2,1 3 6,2
Tecidos, vestuário e calçados 26,5 19,2 25,3 23,6 13,9
Móveis e eletrodomésticos 38,4 22,9 21,2 27,5 18,9
Outros artigos de uso pessoal e doméstico 19,6 21,6 4,8 15,3 3,7
Comércio Varejista Ampliado 32,2 25,6 27,1 28,3 20,7
Veículos, motos, partes e peças 69,3 47,8 55,0 57,3 41,3
Material de Construção 10,9 0,7 15,2 8,9 4,6
Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE).
*variação percentual em relação ao período imediatamente anterior.
4. EMPREGO E SALÁRIOS
Durante todo o segundo trimestre de E s t a t í s t i c a ) e p e l o D I E E S E
2008 houve queda nas taxas de (Departamento Intersindical de
desemprego calculadas pelo IBGE Estatísticas Sócio-Econômicas), como
(Instituto Brasileiro de Geografia e se pode observar na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Taxa de Desemprego (%)
Meses IBGE* DIEESE**
2007 2008 2007 2008
Janeiro 9,3 8,0 14,4 13,6
Fevereiro 9,9 8,7 15,3 13,6
Março 10,1 8,6 15,9 14,3
* Média das seis maiores regiões metropolitanas do país
** Região Metropolitana de São Paulo
Fonte: IBGE/PME e DIEESE/PED
Segundo os dados do IBGE, a taxa de
desemprego no fim do segundo
semestre de 2008 foi 1,9 p.p.
menor do que no mesmo
período do ano anterior. Além
disso, acumulou queda de 0,7
p.p. ao longo do período, tendo
obtido resultado de 7,8% em
junho, ante 8,5% em abril de
2008. A taxa de desemprego em
junho foi a segunda menor de
toda a série histórica do IBGE,
sendo a mais baixa a de
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 15
dezembro de 2007 (7,4%). queda na taxa de desemprego foi o
Pelo DIEESE, o resultado de junho de crescimento industrial verificado no
2008 em comparação com o mesmo período.
mês de 2007 apresentou queda de 1 De acordo com a Tabela 4.2, houve
p.p., enquanto que ao longo do período uma melhora da renda real média do
a taxa de desemprego acumulou queda trabalhador no período em questão,
de 0,3 p.p., sendo de 13,9%, em
tanto segundo o IBGE quanto o
junho, ante 14,2%, em abril de 2008.
DIEESE. O contraste ficou por conta doA taxa de desemprego para o mês de
mês de abril, em relação ao qual ojunho representou o nível mais baixo
IBGE estima uma elevação de 3,24% eda série histórica do DIEESE desde
janeiro de 2007, e foi uma surpresa o DIEESE uma variação negativa de -
para o período. Como afirma Alexandre 4,39%, em relação ao mesmo mês em
Loloian, da Fundação Seade: "O 2007.No boletim de conjuntura do
comércio apresentou um desempenho
IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica
fora de linha, muito forte para o mês
Aplicada), referente ao mês de junhoem questão [junho], quando não há
de 2008, destaca-se a afirmação deuma data comemorativa que
que a taxa de crescimento dos saláriosimpulsione as vendas, como o Dia das
Mães (maio) e Natal (dezembro). É um reduziu neste segundo semestre.
mês morto”¹. Outro fator a explicar a
Tabela 4.2 - Rendimento Médio Real - em R$ e variação percentual em relação ao mesmo mês
do ano anterior
Meses IBGE DIEESE*
2007 2008 Var (%) 2007 2008 Var (%)
Abril 1.188,14 1.226,66 3,24 1.231,87 1.177,82 -4,39
Maio 1.191,52 1.217,14 2,15 1.164,61 1.214,93 4,32
Junho 1.187,03 1.216,50 2,48 1.136,97 - -
* Região Metropolitana de São Paulo.
Deflator: IPCA. Mês: Junho=100.
Fonte: IBGE/PME e DIEESE/PED
Segundo este documento, uma rigidez dos salários nominais frente ao
“explicação para tal movimento de aumento de preços em um curto
perda de fôlego está ligada, por um intervalo de tempo.
lado, à aceleração da inflação ao longo Por outro lado, o IPEA, em Carta de
dos últimos meses e, por outro lado, ao Conjuntura referente ao mês de junho
próprio dinamismo do mercado de de 2008, observou que o aumento do
trabalho, em que a taxa de ocupação é número de empregos com registro foi
puxada pelo crescimento do emprego de trabalhadores com baixa
com registro”. qualificação e, portanto, baixos
A aceleração da inflação, que é salários.
explicada principalmente pela
elevação dos preços dos alimentos no
período analisado, provoca uma
corrosão dos salários reais dos Para ilustrar informa, a partir de dados
trabalhadores, uma vez que há certa do CAGED, que em maio 82% dos
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 16
novos postos de trabalho estão 23.569 mil pessoas (Tabela 4.3). Este
enquadrados na faixa de remuneração
dado representou um crescimento de
de zero até dois salários mínimos.
2,41% (554 mil pessoas), em relação
A PEA (População Economicamente
ao mesmo mês do ano anterior, e
Ativa), estimada pelo IBGE, para junho
0,81% (191 mil pessoas) no trimestre.
de 2008 e nas seis principais regiões
No que tange ao número de pessoas
metropolitanas do país, totalizou ocupadas, este cresceu em proporção
Tabela 4.3 - População Economicamente Ativa (Regiões Metropolitanas - em mil
pessoas)
Meses Ocupadas Desocupadas Total
2007 2008 2007 2008 2007 2008
Abril 20.501 21.387 2.313 1.991 22.814 23.378
Maio 20.522 21.476 2.314 1.842 22.836 23.318
Junho 20.790 21.723 2.225 1.846 23.015 23.569
Fonte: IBGE/PME
maior do que a PEA. Em comparação Em relação ao emprego formal, os
com junho de 2007, observou-se uma
dados do CAGED (Cadastro Geral de
elevação de 4,49% (933 mil pessoas),
Empregados e Desempregados)
enquanto que no segundo trimestre de
indicam, para o segundo trimestre de2008 a elevação foi de 1,57% (336 mil
2008, que 806.948 novos empregospessoas). São dados esclarecedores,
na medida em que indicam um foram criados, como mostra a Tabela
resultado líquido de cerca de 380 mil 4.4. Tal desempenho significou um
pessoas absorvidas pelo mercado de aumento de 252.508 novos empregos
trabalho, no período de junho de 2007 formais, com relação ao trimestre
a junho de 2008.
anterior, e de 111.073 novas vagas,
Segundo o IBGE, o crescimento do
com relação ao mesmo trimestre donúmero de ocupados ocorreu
ano passado.substancialmente pelo aumento do
No trimestre, o maior número denúmero de empregados com carteira
assinada no setor privado. A empregos criados foi no setor de
participação dos trabalhadores serviços (178.314 vagas), com
ocupados no setor privado passou de destaque, em abril, para três dos seis
41,9% para 43,9%, aumento de 2 p.p,
ramos que compõem o setor
entre junho de 2007 e junho de 2008.
(atividades de informática e serviçosMilitares e funcionários públicos
r e l a c i o n a d o s ; a l o j a m e n t o ,estatutários mantiveram praticamente
alimentação e manutenção; transporteestável sua participação em 7,5%.
Para o segundo trimestre do ano, e comunicação), e, em maio e junho,
verificou-se uma redução no número de forma mais específica, para o
de desocupados de 145 mil, enquanto subsetor de atividades de informática e
que no mesmo período de 2007, a
serviços relacionados, com 20.587 e
redução havia totalizado 88 mil
28.999 empregos, respectivamente.
pessoas.
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 17
A indústria de transformação Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp),
destacou-se no mês de abril com esses números refletem também o
82.740 novos postos de trabalho, impacto da melhora da renda das
42.351 vagas a mais que o mês de famílias, influenciando a produção de
março. O subsetor produção de bens de consumo de massa.
alimentos e bebidas (46.354 Cabe ressaltar o desempenho do setor
empregos) foi responsável por quase agropecuário, que em abril gerou
50% do total de empregos criados. 15.442 empregos a mais que no mês
Isto pode ser explicado pela abertura anterior, em virtude das safras do café,
de 62 mil vagas na indústria paulista do feijão, da soja, do milho e do arroz.
nesse mês. Segundo uma pesquisa da O período de safra da cana-de-açúcar
Federação e Centro das Indústrias do e do café contribuiu para explicar os
T abela 4. 4 – Saldo entr e emp regad os e d esemp rega dos n o B ras il po r
setor – 2 00 8
Ativ id ad e E con ôm ica Ab ril M aio Ju n ho
T otal no
Trime stre
Ex tra tiva Mine ral 2 .0 6 8 1. 86 4 1 .7 4 5 5. 67 7
Ind . T ran sform ação 8 2 .7 4 0 3 6. 70 1 5 2 .2 1 4 1 7 1. 65 5
Serv . In d. Util. Pú b lica 1 .6 0 6 70 8 8 6 9 3. 18 3
Co nstrução Civil 3 2 .0 7 1 2 8. 67 0 3 6 .7 5 8 9 7. 49 9
Co mé rcio 3 4 .7 3 3 2 9. 92 1 4 8 .2 1 3 1 1 2. 86 7
Serv iços 9 7 .4 2 6 5 5. 36 1 7 3 .4 3 6 2 2 6. 22 3
Ad m. Pú b lica 5 .2 5 1 2. 65 2 3 .6 2 7 1 1. 53 0
Ag ro p ecuá ria 3 8 .6 2 7 4 7. 10 7 9 2 .5 8 0 1 7 8. 31 4
To ta l 29 4 .5 2 2 2 0 2. 98 4 30 9 .4 4 2 8 0 6. 94 8
Fo nte: MT E – C AG ED
altos números dos meses seguintes aproximadamente 28% das vagas,
neste setor, com 47.107 e 92.580 seguido pela agropecuária e pela
novos postos de trabalho. indústria de transformação. Vale dizer
O comércio apresentou uma forte que esses três setores responderam
recuperação, fechando o trimestre por 71,4% da criação de empregos no
com 112.867 novas vagas, contra período analisado.
19.256 empregos no período Em termos regionais (tabela 4.5), o
imediatamente anterior. Isso deveu-se Sudeste mais uma vez liderou a
ao impulso dado pelo comércio geração de postos de trabalho com
varejista ao longo dos três meses do aproximadamente 67,6% do total no
segundo trimestre de 2008. trimestre, com destaque para os
Percebe-se, portanto, que durante o estados de São Paulo (323.399) e
segundo trimestre, assim como no Minas Gerais (147.222). É digno de
primeiro, o setor de serviços foi a nota o bom desempenho do setor
atividade econômica que mais gerou agropecuário nesta Região, conhecida
empregos, num percentual de por concentrar as principais indústrias
T abela 4.6 - Evoluçã o do Emprego Formal por Setor de Ativida de Eco nômica
Atividade Econômica
Espírito
Santo
Região
Metropolitana*
Vitória
Extrativa Mineral -38 16 46
Indústria de Transformação 3.247 2.568 278
Serv. Ind. Util. Pública 161 157 140
Construção Civil 3.209 3.396 2.067
Comércio 3.020 746 88
Serviços 4.775 3.298 1.183
Adm. Pública 290 78 22
Agric., Silvicultura 5.768 115 11
Total 20.432 11.929 3.835
*Região Metropolitana da Grande Vitória: Vitória, V ila V elha, Serra, Cariacica, V iana,
Guarapari exceto Fundão
Fonte: CA GED
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 18
do país. A Região Nordeste recuperou o postos de trabalho
saldo negativo do primeiro trimestre de
2008, com a criação de 61.800 novos Espírito Santo
No segundo trimestre de 2008, foram formais no Espírito Santo refletiu
criados 20.432 novos postos de quase que na sua integralidade a
trabalho celetistas no Espírito Santo situação do país como um todo,
(Tabela 4.6). O setor que mais gerou reproduzindo as mesmas proporções
novos empregos foi o setor de da tabela 4.4.. Observou-se expansão
agropecuária, seguindo tendência no comércio, comparada a contração
nacional devido a fatores sazonais no trimestre anterior (-143 postos),
relativos ao cultivo do café e cana-de- devido ao aquecimento da demanda
açúcar. A geração de empregos proveniente de datas comemorativas
ao trimestre anterior.durante o período (Dia das Mães, Dia
O único setor a apresentar saldo
dos Namorados, etc.).
negativo no período foi o setor
Vale destacar também a continuidade
extrativo mineral (-38), afetado não só
do movimento de expansão da
pela inadimplência da crise americana
indústria de transformação, puxada
presente no primeiro trimestre, mas
pela expansão das grandes empresas,
também pela greve dos auditores
e o boom imobiliário capixaba,
fiscais. No entanto, segundo
refletido no crescimento de 114% no
empresários do setor, prevê-se uma
setor de construção civil, em relação
Tabela 4.5 – Saldo entre ligados e desligados no Brasil por região (total no trimestre)
Fonte: MTE – CAGED
Setor Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste
Extrativa Mineral 2.552 660 572 570 920
Ind. Transformação 119.936 38.252 -6.432 1.913 17.986
Serv. Ind. Util. Pública 1.345 324 747 314 453
Construção Civil 50.773 12.881 14.060 7.817 11.968
Comércio 61.346 23.771 13.980 4.853 8.917
Serviços 123.089 28.849 24.326 9.474 15.262
Adm. Pública 9.582 1.482 104 168 194
Agropecuária 159.549 -6.762 14.443 2.266 8.818
Total 528.172 99.457 61.800 27.375 64.518
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 19
possibilidade de recuperação deste, Estado, os dados do Instituto Euvaldo
tendo em vista as vantagens
Lodi (IEL-ES) indicam uma variação
potenciais que podem ser obtidas não
positiva no emprego de 0,97%, na
só pelos pacotes de isenção fiscal e
comparação entre abril e março desteestímulo à exportação oferecidos pelo
ano, seguida de uma variação tambémgoverno (acrescidos de facilidades de
crédito oferecidas pelo Bandes para o positiva de 0,43%, entre maio e abril
setor)², como também aproveitando o (Tabela 4.7). No primeiro período, as
boom imobiliário capixaba, que vem variações positivas mais significativas
registrando crescimento de 10% ao foram nos setores de coque, refino e
ano³. São previstas, ainda, melhoras
álcool, com impressionante variação
no setor indústria de transformação,
de 15,72%, veículos automotorescom a iminente vinda de grandes
(3,53%) e edição e impressãoempresas estrangeiras para o Estado,
(2,48%). A variação no primeiro setorcomo a asiática Jurong Shipyard, uma
gigante naval de Cingapura, para a refletiu o fator sazonal relativo ao
4
cidade de Aracruz . c u l t i v o d e c a n a - d e - a ç ú c a r,
A Região Metropolitana (exclusive o mencionado anteriormente. O
município de Fundão) foi responsável destaque negativo de maior
pela criação de 11.929 postos de
significância verificou-se no setor de
trabalho (Tabela 4.6), representando
produtos químicos (-5,74%). Já no
58,4% do total criado para o Espírito
segundo período, o destaque positivoSanto, mantendo esta região como
coube, além do setor de coque, refino ecentro dinâmico do Estado frente aos
outros 71 municípios, em que pesem álcool (9,93%), aos setores de couro e
os números expressivos apresentados calçados (4,9%), mantendo o
por alguns poucos municípios, como movimento de aquecimento do
Linhares e São Mateus, entre outros. primeiro trimestre, seguido de celulose
A capital, Vitória, concentra a maior e papel (4,05%) e produtos têxteis
parte da criação de novos postos de (4,04%). O destaque negativo de
trabalho (3.835 postos), puxada, maior significância coube ao setor de
principalmente, pelos setores de veículos automotores (-1,12%).
serviços e construção civil. Em ²Revista Inforochas. PACOTÃO do Governo
seguida, vem o município da Serra Federal reduz tributos para empresas. Vila
(3.120 postos), impulsionado pelos Velha, Junho 2008, p. 13-14.
mesmos setores. Embora ainda haja ³Revista Inforochas. CONSTRUÇÃO Civil
atravessa ciclo de outro. Vila Velha, abrildisparidades entre os municípios da
2008, p. 08-10.
própria Região Metropolitana, estas 4
VALOR ON LINE. Jurong terá estaleiro no
diminuíram no segundo trimestre em E s p í r i t o S a n t o . R e t i r a d o d e :
http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?relação ao primeiro, havendo uma
noticiaId=99685086. Publicado em: 20 de
maior participação na criação de agosto 2008. Acesso em: 20 agosto 2008.
empregos.
Em relação ao setor industrial no
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 20
Tabela 4.7 - Variação Mensal do pessoal ocupado por gênero de atividade econômica no ES
(%)
Atividade Econômica ABR/MAR MAI/ABR
Indústrias Extrativas 0,49 -0,15
Alimentos e Bebidas 0,19 1,14
Produtos Têxteis -0,09 4,04
Vestuário e Acessórios 0,38 0,14
Couros e Calçados 0,45 4,9
Celulose e Papel 0,17 4,05
Edição e Impressão 2,48 -0,19
Coque, Refino Petróleo, Álcool 15,72 9,93
Produtos Químicos -5,74 0,45
Artigos de Borracha e Plástico -0,14 2,14
Minerais não metálicos 0,68 -0,77
Metalurgia Básica 0,36 0,21
Prod. Metálicos - Excl. Máquinas 1,38 -0,78
Máq., Aparelhos e Mat. Elétricos -1,37 0,46
Veículos Automotores 3,53 -1,12
Móveis e Indústrias Diversas 0,83 0,7
Eletricidade e Gás -0,26 0,46
Captação Tratam. Distr. Água -0,13 -0,07
Construção 1,91 0,62
Total da Indústria 0,97 0,43
Fonte: IEL-ES
5. POLÍTICA MONETÁRIA
Nos meses de abril e junho de 2008 Nota Técnica intitulada Reversão
ocorreram duas reuniões do Comitê de Preventiva na Política Monetária,
Política Monetária (Copom) que apresenta fortes argumentos
fixaram por unanimidade, a taxa Selic contrários a essa política comandada
em 11,75% a.a. em abril e 12,25% pelo Banco Central. Além de refutar os
a . a . e m j u n h o , s e m v i é s , argumentos de que o crescimento da
respectivamente. Os argumentos renda pressiona a inflação devido ao
sustentados pelo Copom para tais crescimento do salário, mostra que o
aumentos, contidos nas atas 134º e custo unitário por trabalhador
135º das reuniões, são, entre outros decresceu enquanto os ganhos de
fatores: aquecimento da demanda, produtividade foram crescentes a
aumento da massa salarial e restrições partir de maio de 2007. Nesta nota,
setoriais de oferta. Ademais, defendem o ponto de vista de que o
justificam que neste “contexto, a aumento na taxa de juros conduz à
redução consistente do descompasso retração na oferta monetária e
entre o ritmo de ampliação da oferta constitui um “tremendo banho de água
de bens e serviços e o da demanda fria no espírito empresarial” que
torna-se ainda mais relevante na poderá reverter a tendência de
avaliação das diferentes possibilidades crescimento da economia brasileira.
que se apresentam para a política Enfim, consideram que “trata-se de
monetária”. perigosa distorção do mandato do
Todavia, o Instituto de Pesquisa BCB. Isso compromete ainda mais a já
Econômica Aplicada (IPEA), em sua precária coordenação da política
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 21
e c o n ô m i c a , c i n d i d a e n t r e o cresceu 0,4% e 1,0% nos dois
conservadorismo agressivo do BCB e primeiros meses e diminuiu 1,2% no
o s t í m i d o s a n s e i o s terceiro.
desenvolvimentistas da Fazenda Os meios de pagamentos, M1, como
(p.15).” média dos saldos nos dias úteis,
A tabela 5.1 mostra o comportamento apresentaram uma estabilidade muito
dos agregados monetários básicos da maior do que a base monetária. A
economia brasileira no segundo conversão da base monetária em M1,
trimestre de 2008. A base monetária através da criação secundária de
cresceu 9,0%, 23,0% e 14,9% a cada moeda pelo sistema bancário,
mês, em relação aos mesmos meses manteve-se bastante estável no
do ano anterior. Entretanto, diminuiu trimestre, apresentando uma relação
3,3%, em abril, aumentou 6,8%, em entre 1,41 e 1,42, ou seja, de pouco
maio, e diminuiu novamente em 0,3%, mais de quarenta centavos para cada
em junho, quando a comparação é real emitido. Assim, a demanda por
feita em relação ao mês anterior. moeda manteve-se bastante estável,
Considerando a média dos saldos nos mas com ligeira queda, fixando-se em
dias úteis, o comportamento da base 6,6%, em abril, e 6,4%, em maio e
monetária foi muito mais estável, junho, em relação ao PIB
A tabela 5.2 mostra que o conjunto dos depósitos de poupança representam
ativos monetários e financeiros da 12,1% e os meios de pagamentos,
economia, acumulado no sistema 9,1%.
bancário, já ultrapassou os dois Dessa forma, a política de juros
trilhões de reais, o que representa comandada pelo Banco Central
cerca de 70% do PIB. Desse total, constitui o principal meio de
57,8% estão lastreados na dívida remuneração da riqueza financeira
pública federal, registrados nas quotas acumulada. Mais ainda, a maior parte
de fundos de renda fixa, nas operações dessa riqueza foi criada e impulsionada
compromissadas e nos títulos federais, pela própria política de juros elevados
e 20,8%, estão lastreados em títulos que caracteriza a política econômica
privados que incluem depósitos a nacional. Como, desde o início do Plano
prazo, letras de câmbio, letras Real, os superávits primários gerados
hipotecárias e letras imobiliárias. Os pela política fiscal são insuficientes
Tabela 5.1: Base Monetária, componentes e meios de pagamentos
Saldo em final de período (em R$ milhões) e variação em 12 meses (%)
Meios de Pagamentos referem-se à média dos saldos nos dias úteis.
Fonte: BCB. Nota para a imprensa
abr/08 mai/08 jun/08
Componentes R$ % R$ % R$ %
Base Monetária 124 684 9,0 133 159 23,0 132 793 14,9
Papel moeda emitido 89 876 19,0 90 912 21,1 92 568 19,5
Reservas Bancárias 34 808 -10,5 42 247 27,4 40 225 5,5
Meios de Pagamentos 186 885 17,7 187 612 18,3 186 313 14,6
Moeda em poder do público 73 066 19,0 73 342 18,5 74 575 18,5
Depósitos à vista 113 819 16,8 114 270 18,2 111 738 12,1
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 22
para o pagamento da conta de juros, dois primeiros meses do trimestre,
uma parte dos juros foi sendo como pode ser observado nos dados
acrescida, continuamente, ao saldo da sobre as operações do Tesouro
dívida mobiliária federal. Nacional, na tabela 5.3. O esforço do
Considerando que, com exceção do M1 Tesouro Nacional pressionou
e dos depósitos de poupança, apenas negativamente a base monetária em
1% da população detém cerca de 80% R$ 14,2 bilhões e resultou em um
dos demais ativos financeiros, todo superávit nominal de R$ 3,8 bilhões.
aumento na taxa básica de juros Essa política se manteve em maio,
beneficia imediatamente essa porém não foi suficiente para manter o
pequena parcela da população. superávit nominal, tendo o resultado
Durante o segundo trimestre do ano, a nominal fechado o mês com déficit de
preocupação do governo com a R$ 2,9 bilhões. Em junho, as operações
inflação teve grande destaque, o que do Tesouro produziram um resultado
ocupou o espaço das discussões sobre primário menor e o déficit nominal
o grau de investimento e da crise da cresceu para R$ 5,8 bilhões.
economia dos Estados Unidos. Como a Entretanto, durante o trimestre a
política monetária é a forma utilizada busca na geração de superávits
pelo governo para controle da inflação, primários foi mantida, acumulando R$
os instrumentos que possibilitam 88,0 bilhões no semestre ou 6,32% do
administração da inflação voltaram-se PIB. Em termos monetários, essas
para o seu controle. operações resultaram em uma redução
O esforço fiscal para o aumento do de R$ 28,5 bilhões na base monetária.
superávit primário foi mais intenso nos As operações com títulos públicos
federais e as operações do setor retirados pelo tesouro nacional e pelos
externo foram os principais meios de depósitos das instituições financeiras.
criação primária de moeda no As operações com o setor externo
trimestre. Os resgates de títulos foram as que mais contribuíram para a
públicos feitos pelo Banco Central expansão da base monetária durante o
expandiram a base monetária em R$ segundo trimestre. Nos dois primeiros
18,9 bilhões no trimestre e as meses, a expansão foi provocada
aquisições de divisas acrescentaram principalmente pelo movimento do
m a i s R $ 1 4 , 2 b i l h õ e s , q u e capital especulativo de curto prazo,
compensaram os R$ 33,6 bilhões conhecido como investimentos em
Tabela 5.2 - Meios de Pagamentos (M4) - Saldos em R$ milhões
Fonte: BCB. Nota para a imprensa
Mês
Depósit
os para
investi
men-
tos
Depósito
de
poupança
Títulos
privados
M2
Quotas
de
fundos
de
renda
fixa
Operações
Compromissa
das com
títulos
federais
M3
Títulos
federais
(SELIC)
Títulos
estaduais
e
municipais
M4
Abr 3.760 242699 379067,8 812326,6 814156,4 60723,17 1687206 302122 24,19117 1989352
Mai 3.531 244977,8 405149,1 836909,7 806410,5 67785,91 1711106 309382,2 36,9481 2020525
Jun 3.364 247732,6 424176,3 861825,3 797171,1 68801,12 1727797 313436,8 37,87479 2041272
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 23
carteira, com US$ 4,69 bilhões e US$ ingresso a título de investimento
2,5 bilhões, em abril e maio, estrangeiro direto apresentou um
respectivamente, e US$ 402 milhões saldo de US$ 16,7 bilhões, com
em junho, além de compras líquidas de ingressos no montante de US$ 27,6
divisas feitas pelo BCB no mercado bilhões e saídas de US$ 10,9 bilhões,
interbancário. Esses números uma queda de 19,9% em relação ao
escondem, no entanto, o volume real mesmo período do ano passado.
d e n e g ó c i o s e s p e c u l a t i v o s , Assim, o acelerado crescimento das
principalmente na bolsa de valores, reservas internacionais sofreu uma
cujo volume de entradas mais saídas queda brutal na comparação entre o
atingiu US$ 230,8 bilhões, no primeiro semestre de 2007 e o de
semestre. Em contrapartida, o 2008, de US$ 61,6 bilhões para US$
19,2 bilhões. Brasil é único no mundo a realizar
As operações com derivativos, através essas operações, em todos os países, a
dos contratos de swap cambial e swap especulação com contratos futuros de
cambial reverso, contribuíram para o câmbio e swaps é realizada nas bolsas
aumento da base monetária. Essas de valores ou de mercadorias e
operações correspondem a rigor à futuros.
especulação financeira no mercado Em relação aos fatores internos da
futuro de câmbio e o Banco Central economia brasileira, o governo
funciona como banqueiro da considera a demanda agregada como
especulação. O ajuste dessas fator impulsionador da inflação. A
operações no trimestre correspondeu postura política híbrida adotada pela
à criação de R$ 4,2 bilhões em moeda, política econômica, crescimento
referente às perdas sofridas pelo atrelado ao controle da inflação, não
Banco Central devido às valorizações parece ser eficiente: a um pequeno
do Real frente ao dólar. Esse é um sinal de crescimento da economia
mercado peculiar no qual os brasileira, a inflação parece escapar ao
compradores de dólar não querem controle das autoridades.
dólar e os vendedores não entregam Crédito
os dólares vendidos. Mais, ainda, no As operações de crédito do sistema
computo final das operações é a banca financeiro, no segundo trimestre de
que sempre perde e os apostadores 2008, mantiveram a trajetória de
sempre ganham, ao contrário dos expansão observada ao longo do ano e
cassinos stricto sensu nos quais atingiram um total de R$ 1,07 trilhão
sempre ocorre o contrário, a banca em junho, o que representou um
sempre ganha. O Banco Central do aumento de 7,5% no trimestre. No
Tabela 5.3 – Fatores Condicionantes da Base Monetária
Fluxos acumulados no mês (R$ milhões)
Período Tesouro
Nacional
Operações
com títulos
públicos
federais
Operações
do Setor
externo
Redesconto
do Banco
Central
Depósitos
de
instituições
financeiras
Operações
com
derivativos
- ajustes
Outras
contas
Variação
da base
monetária
Abr/08 -14 212 4 491 6 690 18 -2 266 996 91 -4 193
Mai/08 -11 468 14 928 4 203 -19 -1 239 2 014 55 8 475
Jun/08 -2 799 -481 3 276 -0 -1 622 1 199 62 -366
Fonte: BCB. Nota para a imprensa.
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 24
ano, esse crescimento acumula alta de alternativa aos juros exorbitantes das
33,4%, de acordo com Banco Central, p r i n c i p a i s m o d a l i d a d e s d e
e atingiu a marca histórica de 36,5% financiamento.
do PIB brasileiro. Entretanto, devido à O estoque de crédito destinado ao
tendência inflacionária o governo setor privado atingiu um total de R$
estabeleceu, nos últimos meses, 1,05 trilhão em junho, uma expansão
medidas que vêm provocando a de 7,6% no trimestre. Dentre os
desaceleração da expansão do crédito, setores da atividade econômica o que
como o aumento de impostos e juros, apresentou maior crescimento no
com o intuito de controlar a inflação. período em questão foi o segmento de
As medidas adotadas vêm surtindo outros serviços, com um incremento
efeito nos financiamentos contratados de 11,3%, atingindo um volume de R$
pelas pessoas físicas, exceto nas 184,7 bilhões, devido à demanda dos
operações de arrendamento mercantil setores de transportes e imóveis. Os
de veículos. Já os empréstimos empréstimos concedidos à indústria
destinados às pessoas jurídicas somaram R$ 244,7 bilhões, o que
a m p l i a ra m - s e , b a s i c a m e n t e , significa um incremento trimestral de
sustentados pela queda de 0,3 p.p. na 6,1%, causado principalmente pelo
taxa de juros, situando-se em 26,6% fomento as atividades dos setores de
no mês de junho, e na redução do geração de energia, metalurgia e
spread bancário para pessoa jurídica. petroquímica.
A taxa média de juros cobrados pelas Os financiamentos direcionados à
instituições financeiras para as habitação expandiram-se 8,6% no
pessoas físicas, no mês de junho, trimestre, registrando um volume de
subiu nas principais modalidades de R$ 52,6 bilhões por circunstância da
crédito, como as taxas do cheque utilização de recursos do FGTS. Já a
especial (de 157,1% para 159,1% ao carteira de crédito para o comércio
ano) e empréstimo pessoal (de 48,4% ampliou-se em 8,7% no período, e
para 51,4% ao ano). Na média, os atingiu R$ 110,8 bilhões, em junho.
juros passaram de 47,4% para 49,1% O saldo dos créditos destinados ao
ao ano, a maior taxa desde abril de financiamento dos empreendimentos
2007. Parte deste movimento deve-se rurais sofreu um crescimento de 6,6%
ao aumento na taxa básica de juros, no trimestre, principalmente, devido
para 13% a.a. em julho, e outra parte ao fomento fornecido ao setor para
refere-se à elevação do spread que se expanda a produção de
bancário e às novas regras alimentos, como uma medida para
estabelecidas para o IOF. controlar o atual aumento dos preços,
No entanto, neste período ocorreu, principal vilão da inflação. O volume
também, segundo o Banco Central, o deste tipo de financiamento no mês de
crescimento das operações de leasing junho foi de R$ 98,3 bilhões.
para pessoas físicas, que envolvem As carteiras de crédito destinadas ao
predominantemente o arrendamento setor público finalizaram o trimestre
de veículos, o que demonstra que este com um decréscimo de 0,4%,
tipo de crédito encontra-se cada vez somando um volume total de R$
mais consolidado como uma 19,3% bilhões. Essa variação,
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 25
segundo os dados do Banco Central, foi segmento de energia elétrica. A
influenciada pela redução de 1,5% nos carteira destinada aos créditos
financiamentos contratados pelos correspondentes à esfera federal
governos estaduais e municipais, no também registrou uma retração de
mês de junho, que totalizaram um 1,2% no trimestre.
volume de R$ 15,4 bilhões, refletindo a
liquidação de contratos com o
6. POLÍTICA FISCAL
O Governo Central, no primeiro f a v o r á v e i s p e l o s a n a l i s t a s ,
semestre de 2008, aprofundou sua notadamente a relação dívida líquida
política de ajuste fiscal estrutural por do setor público (DLSP)/PIB.
meio da elevação do superávit Por outro lado, a principal estratégia
primário. Essa estratégia, associada a fiscal de longo prazo do governo
u m a p o l í t i c a f i n a n c e i r a d e federal, o Plano de Aceleração do
administração da dívida pública no Crescimento (PAC), vem patinando.
plano cambial, tem resultado até então Anunciado em janeiro de 2007, o PAC
em indicadores fiscais considerados previu para 2008 um investimento de
Tabela 5.4 – Operações de Crédito do Sistema Financeiro
Saldo por Atividade Econômica (R$ milhões)
Setor
Público
Setor
Privado
Total
Geral
Meses
Governo
federal
Governos
estaduais e
municipais
Total do
Setor
Público
Indústria Habitação Rural Comércio
Pessoas
Físicas
Outros
Serviços
Total do
Setor
Privado
Abr/08 3 947 15 556 19 503 237 429 49 699 94 021 104 585 342 920 169 967 998 621 1 018 124
Mai/08 3 927 15 662 19 588 241 514 51 018 96 234 106 976 351 439 178 155 1 025 336 1 044 924
Jun/08 3 901 15 430 19 331 244 712 52 583 98 346 110 808 356 865 184 711 1 048 024 1 067 355
Faixa de Risco (junho 2008 em %)
AA+A 99,8 64,7 71,8 73,2 48,2 51,1 60,8 65,8 67,2 65,0 65,1
B até
G
0,2 34,1 27,2 25,8 46,5 45,7 37,3 29,8 31,1 32,2 32,2
H 0,0 1,2 1,0 1,0 5,3 3,2 1,9 4,4 1,7 2,8 2,7
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: BCB. Nota para a imprensa
Dentre os principais motivos para a relação ao mês anterior.
expansão das taxas de inadimplência, Por fim, as expectativas das
nos últimos meses, encontra-se a instituições financeiras até o fim do
elevação dos índices de inflação e dos ano mantêm-se, em geral, otimistas,
níveis de crédito. Porém, no mês de apesar das medidas adotadas de
junho, como uma confirmação das desaceleração da expansão do crédito
expectativas de estabilização da pelo governo, principalmente porque
situação, ocorreu um decréscimo de as carteiras de crédito para
0,2 p.p. na taxa de inadimplência dos financiamento de automóveis e
créditos classificados na faixa H. imóveis, micro e pequenas empresas
Entretanto, a taxa de inadimplência e consignados cresceram neste
das dívidas com atraso a partir de 15 período e ainda possuem uma grande
dias, faixas B até H, manteve-se expectativa de alta nos seus índices.
constante no mês de junho, em
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 26
R$ 15,8 bilhões, mas dessa quantia R$ bilhões, consistindo em 3,45% do PIB
4,4 bilhões são de reserva de daquele ano. O superávit semestral de
c o m p r o m i s s o s o r ç a m e n t á r i o s 2008 assentou-se no incremento
(empenhos). De janeiro a maio nominal de 16,7% da receita total em
corrente, a despesa orçada era de R$ relação ao ano anterior, capaz de
6,5 bilhões, mas apenas cerca de R$ 3 compensar um crescimento de 9,8%
bilhões foram executados. Já no da despesa total em igual período.
acumulado, desde a implantação do A análise do último trimestre de 2008,
PAC em 2007 até maio de 2008, mostra um comportamento da receita
executou-se pelo Programa R$ 10,5 mais favorável no mês de abril. Neste
bilhões em despesas, significando 88 mês ressalta-se o aumento da receita
obras concluídas. A quantia relativa bruta devido ao pagamento sazonal do
aos empenhos em igual período foi de Imposto de Renda das Pessoas Físicas
R$ 20,4 bilhões. (IRPF) relativo à declaração de ajuste
No primeiro semestre de 2008, a do ano base de 2007; soma-se a isso o
estratégia de ampliação do superávit pagamento da primeira cota do
primário pode ser avaliada com base Imposto de Renda das Pessoas
no resultado primário do Governo Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição
Central. Esse indicador fiscal, Social dos Lucros Líquidos (CSLL)
calculado acima da linha pela referente à apuração trimestral
Secretaria do Tesouro Nacional, encerrada em março de 2008.
equivaleu, no acumulado do ano, a R$ Observou-se também no mês de maio
61,4 bilhões, ou 4,41% do PIB (tabela c o r r e n t e u m a e l e va ç ã o n a s
6.1). Nesse mesmo período de 2007, o transferências aos estados e
superávit primário foi menor, R$ 42,6 municípios de 14% em relação ao mês
Tabela 6.1Resultado Primário do Governo Central (emmilhões R$)
Discriminação jun/07 jan-jun/07 abr/08 mai/08 jun/08 jan-jun/08
I. RECEITA TOTAL 49.433,2 295.664,0 63.541,3 54.830,0 56.207,5 344.945,5
I.1. Receitas do Tesouro 38.405,3 232.211,6 50.766,4 42.038,1 43.132,7 270.637,5
I.2. Receitas da Previdência Social 10.928,8 62.836,4 12.641,6 12.650,0 12.942,8 73.502,7
I.3. Receitas do Banco Central 99,1 616,0 133,3 141,9 132,0 805,2
II. TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E MUNICÍPIOS 9.678,0 52.347,2 10.442,0 11.894,4 9.442,9 63.239,0
III. RECEITA LÍQUIDA TOTAL(I-II) 39.755,2 243.316,8 53.099,3 42.935,7 46.764,6 281.706,5
IV. DESPESA TOTAL 34.556,8 200.686,5 36.380,6 37.387,5 38.842,1 220.336,2
IV.1. Pessoal e Encargos Sociais 9.030,9 55.342,9 9.074,9 9.387,7 10.029,8 59.601,5
IV.2. Benefícios Previdenciários 14.315,3 83.620,2 15.428,8 15.403,5 15.806,1 91.658,9
IV.3. Custeio e Capital 11.031,8 60.579,2 11.630,6 12.372,0 12.781,5 67.719,7
IV.4. Transferência do Tesouro ao Banco Central 11,3 226,5 74,0 63,3 72,3 383,2
IV.5. Despesas do Banco Central 167,6 917,8 172,3 161,0 152,4 972,9
V. RESULTADO PRIMÁRIO GOVERNO CENTRAL (III - IV) 5.198,4 42.630,3 16.718,7 5.548,1 7.922,5 61.370,3
V.1. Tesouro Nacional 8.653,4 63.715,9 19.544,9 8.320,7 10.806,2 79.694,2
V.2. Previdência Social -3.386,4 -20.783,9 -2.787,2 -2.753,5 -2.863,3 -18.156,2
V.3. Banco Central -68,5 -301,8 -39,0 -19,1 -20,4 -167,7
VI. RESULTADO PRIMÁRIO/PIB (%) 3,45 4,41
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 27
anterior. Explica esse desempenho 3,3% em relação ao mês anterior, com
uma ampliação de R$ 439,6 milhões destaque para o acréscimo de R$
nas transferências aos fundos de 129,5 milhões nas despesas com
participação, além do acréscimo de R$ créditos extraordinários.A despesa
1,5 bilhão em repasses de recursos total apresentou uma trajetória
provenientes de royalties de petróleo e crescente no último trimestre,
gás natural. alcançando o maior patamar em
A despesa total apresentou uma junho. Isso se deveu principalmente à
trajetória crescente no último elevação em 6,8% do dispêndio
trimestre, alcançando o maior nominal com pessoal e encargos
patamar em junho. Isso se deveu sociais, comparando-se com o mês
principalmente à elevação em 6,8% do anterior. Tal elevação ocorreu devido
dispêndio nominal com pessoal e ao adiantamento da parcela do décimo
encargos sociais, comparando-se com terceiro salário aos servidores dos
o mês anterior. Tal elevação ocorreu Poderes Legislativo, Judiciário e do
devido ao adiantamento da parcela do Ministério Público da União. Com
décimo terceiro salário aos servidores relação aos gastos de Custeio e Capital
dos Poderes Legislativo, Judiciário e do no mesmo mês, houve um aumento de
Ministério Público da União. Com 3,3% em relação ao mês anterior, com
relação aos gastos de Custeio e Capital destaque para o acréscimo de R$
no mesmo mês, houve um aumento de 129,5 milhões nas despesas com
créditos extraordinários. primeiro semestre de 2008, uma
As contas fiscais para o governo intensificação do ajuste fiscal do
consolidado, no critério abaixo da linha governo por meio da elevação do
obtido pelo Banco Central, mostram o superávit primário. O resultado
desempenho fiscal do governo através primário consolidado, no acumulado
da variação do endividamento líquido. do ano, registrou um superávit de R$
Essa medida também indica, para o 86,1 bilhões, 6,19% do PIB, valor
Tabela 6.2 – Necessidades de Financiamento do Setor Público (R$ milhões)
Discriminação jun/07 jan-jun/07 abr/08 mai/08 jun/08 jan-jun/08
I. Resultado Primário -11647 -71674 -18712 -13207 -11166 -86116
I.1. Governo Central -5474 -44116 -16861 -4916 -7067 -60677
I.2. Governos Regionais -3332 -19574 -2459 -3704 -3096 -19217
I.3. Empresas Estatais -2842 -7985 608 -4586 -1002 -6222
II. Juros Nominais 10970 78854 14870 16173 16994 88026
II.1. Governo Central 8248 64796 10473 10397 8215 53756
II.2. Governos Regionais 2466 15169 4461 5871 8747 35127
II.3. Empresas Estatais 256 -1112 -63 -94 33 -857
III. Resultado Nominal -677 7179 -3842 2966 5829 1910
III.1. Governo Central 2774 20680 -6387 5480 1148 -6921
III.2. Governos Regionais -865 -4405 2002 2166 5650 15910
III.3. Empresas Estatais -2586 -9096 544 -4680 -969 -7079
(+) déficit (-) superávit
Fonte: BCB – Notas para a imprensa de 31/07/2007 e 30/07/2008
Tabela 6.3 – Dívida Líquida do Setor Público (R$ milhões)
Discriminação jun/07 dez/07 abr/08 mai/08 jun/08
Dívida Líquida Total 1095042 1150357 1153289 1168271 1180009
Governo Central 774910 816680 810855 827043 833290
Governos Regionais 358216,8 373323 381251 383085 388464
Empresas Estatais -38085 -39647 -38817 -41857 -41746
Dívida Líquida Total 1095042 1150357 1153289 1168271 1180009
Dívida Interna Líquida 1285308 1393139 1420114 1431943 1442387
Dívida Externa Líquida -190266 -242782 -1266825 -263672 -262378
DLSP em % do PIB 44,3 42,8 40,9 40,6 40,4
Fonte: BCB – Notas para a imprensa de 31/07/2007, 30/01/2008 e 30/07/2008
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 28
20,1% superior ao superávit primário pelas Empresas Estatais.
verificado em igual período em 2007. No mesmo mês, as despesas com juros
Essa ampliação do superávit no nominais, principal fator condicionante
acumulado do ano resulta diretamente da dívida pública, totalizaram R$ 16,9
de um maior esforço fiscal do Governo bilhões. No acumulado do ano, essas
Central, com um incremento de 37,5% despesas registraram R$ 88 bilhões
frente ao valor obtido em 2007, ao (6,32% do PIB), R$ 10 bilhões a mais
contrário das demais instâncias que que o mesmo período (janeiro a junho)
reduziram o nível de superávit, do ano de 2007. Apesar do aumento
notadamente as empresas estatais (- das despesas com juros em termos
22%). nominais no acumulado do ano a
No mês de junho de 2008, a relação com o PIB sofreu queda de
Necessidade de Financiamento do 0,07 p.p. em comparação ao valor
Setor Público (NFSP) do governo registrado no mesmo período (janeiro
consolidado indicou um superávit a junho) de 2007. Segundo o BACEN,
primário de R$ 11,1 bilhões. Deste isto reflete a redução de 0,06 p.p.
valor, R$ 7 bilhões foram realizados ocorrida na Selic entre o primeiro
pelo Governo Central, R$ 3,1 bilhões semestre de 2007 e o de 2008.
pelos Governos Regionais e R$ 1 bilhão O esforço fiscal do Governo ainda não
equivaleu a uma relação resultado esse valor, com um déficit R$ 5,6
nominal/PIB nula, como desejam bilhões. O Governo Central participou
muitos analistas fiscais. Não obstante, com um déficit de R$ 1,1 bilhão,
caminhou nesta direção no primeiro enquanto que as Empresas Estatais
semestre de 2008, contabilizando um apresentaram um superávit nominal
déficit para o setor público consolidado de R$ 969 milhões.
de R$ 1,9 bilhão, correspondente a A Dívida Líquida do Setor Público
0,14% do PIB. (DLSP) alcançou a cifra de R$ 1,18
Em junho de 2008 o resultado trilhão em junho de 2008 (40,4% do
nominal, resultado primário mais PIB). Este resultado é levemente
despesas com juros nominais, superior ao registrado no mês anterior,
apresentou um déficit da ordem de R$ maio, de R$ 1,17 trilhão (40,6% do
5,8 bilhões. Os Governos Regionais PIB). Comparando-se o resultado
foram os que mais contribuíram para registrado em junho de 2008 (40,4%
T abe la 6 .4 - T ítu los Pú blico s Fede rais e op er. e m erca do a ber to
Discrim ina çã o Jun/07 A br/ 08 Ma i/ 08 Jun/ 08
D ívida Total ( R$ bilhões) 1 335 663 1 464 73 0 1 463 66 6 1 480 41 8
Ind exador es (%)
O ver/ Selic* 36,0 32,0 32,5 31,4
C âmbio* - 1,8 -1,8 -1,8 -1,7
Prefixado 32,9 28,3 29,1 29,3
TR 2,1 1,8 1,7 1,7
Índ ice de preços 21,2 23,0 23,2 23,5
O per. De Merc. A berto 9,1 16,8 15,3 15,7
*com ope ra çõ es de Sw ap
F onte: B CB - Notas para imprensa de j unho de 200 8
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 29
do PIB) com o valor em junho de 2007, efeito do crescimento do produto, que
R$ 1,10 trilhão (44,3% do PIB), são contribuiu com 3,3 p.p.. Por outro
expressivos os resultados positivos lado, os juros nominais apropriados
atingidos pelo governo em suas metas contribuíram para elevar a dívida em 3
fiscais. p.p. do PIB e o ajuste decorrente da
É interessante notar que a trajetória de valorização cambial de 10,1%
queda da DLSP, em termos acumulada no ano de 2008 colaborou
monetários, foi interrompida em abril, para a elevação da dívida em 0,9 p.p.
quando a variável alcançou R$ 1,15 do PIB.
trilhão (40,9% do PIB). Em março de De acordo com Mario Torós, diretor de
2008, último mês do primeiro Política Monetária do Banco Central,
trimestre, o valor da DLSP havia também as operações de compra de
registrado R$ 1,14 trilhão (41,2% do dólares no mercado futuro feitas pelo
PIB). Os meses subseqüentes BACEN seriam um importante
seguiram registrando valores instrumento utilizado pelo governo
monetários crescentes da DLSP, mas para minimizar os impactos das crises
suas proporções em relação ao PIB externas sobre a relação dívida PIB. As
continuaram no caminho da queda, operações com o chamado “swap”
como aconteceu no primeiro trimestre. cambial reverso, além de reduzirem a
As variáveis que mais contribuíram vulnerabilidade no Balanço de
para a redução da relação dívida/PIB Pagamentos nesses contextos teriam
no ano foram o superávit primário, o esse tipo de efeito indireto.
qual participou com 2,9 p.p. do PIB e o
É no plano da dívida mobiliária total, de juros básica. Por outro lado, o maior
não obstante, que os efeitos do controle da liquidez imediata junto aos
contexto internacional adverso Dealers, por meio do incremento de R$
aparecem de forma mais explícita. O 60 bilhões no volume dos títulos em
risco de inflação, desencadeado no carteira do Banco Central, é um indício
mercado de commodities, refletiu-se de uma maior cautela do governo
na decisão do BC de elevação da taxa frente à crise financeira internacional.
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 30
Os dados da dívida mobiliária segundo que pode ser explicado pelo aumento
os indexadores, por outro lado, considerável dos índices de preços
indicam, no último trimestre, uma nacionais frente à elevação dos preços
recuperação da estratégia de dos alimentos. A migração para tais
alongamento de seu perfil nos moldes títulos reflete principalmente a
praticados em 2007. Pode-se destacar expectativa pessimista dos agentes
uma maior participação dos títulos q u e q u e r e m a n t e c i p a r s e u s
públicos prefixados acompanhados rendimentos sem que a inflação os
pela diminuição da participação dos corroa acima do planejado. Em
títulos indexados à Selic. A participação entrevista num seminário interno ao
do prefixado acumulou uma variação BACEN¹, o presidente do Banco
de 1 p.p. durante o segundo trimestre, Central argumentou que todos os
ainda abaixo do nível alcançado em esforços da política monetária se
junho de 2007, enquanto os títulos debruçariam no controle de preços
indexados à Selic acumularam um dentro da meta estabelecida e que as
recuo 0,6 p.p. ao final de junho. expectativas do BC são de um
Outro ponto a ser mencionado é a comportamento mais estável dos
maior participação dos títulos preços até o final do ano.
indexados aos índices de preços, fato As operações de mercado aberto,
Tabela 6.5 - Títulos públicos federais - R$ milhões
dez/07 abr/08 mai/08 jun/08
Títulos emitidos 1.511.685 1.580.967 1.606.953 1.670.955
Carteira do BACEN 312.781 362.253 367.345 423.665
TesouroNacional
LTN 349.895 275.462 282.702 287.882
LFT 406.966 430.655 439.056 429.755
NTN 401.677 472.885 478.650 490.180
Dívida Securt. 21.499 21.109 20.512 20.611
CFT/ 14.362 13.733 13.857 13.989
TODA 4.472 4.846 4.808 4.850
BTN 32 24 23 23
Total 1.198.904 1.218.714 1.239.608 1.247.290
% do PIB 48,0 43,2 43,1 42,7
Fonte: BCB - Notas para imprensa de julho de 2008
principal instrumento para a definição instrumento das operações de
da taxa básica de juros, apresentaram mercado aberto são títulos em
seu recorde de participação em abril, operações compromissadas. Estas
16,8 % do montante da dívida. Após operações consistem na emissão de
este ápice, o volume de negociações um título com compromisso de
de títulos nesse mercado apresentou, r e c o m p r a a p ó s u m p e r í o d o
nos meses seguintes, redução de sua determinado. Por meio dessas
fração em 1,1 p.p.. Das operações de operações o Banco Central controla a
mercado aberto, cerca de 90% foram liquidez do sistema, via disponibilidade
aplicados em operações de overnight, de recursos para crédito, atuando
alternativa mais rentável para os diretamente nas reservas bancárias.
bancos comerciais. O principal Um maior volume dessas operações
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 31
significa que o Banco Central precisa 5,3 p.p. Dos títulos emitidos pelo
de um esforço maior para manter o Tesouro Nacional, podemos destacar a
nível de liquidez adequado. participação de LTN e NTN, ambos com
Por fim, os títulos emitidos têm rendimentos prefixados, que durante o
apresentado uma trajetória crescente, trimestre aumentou o volume de
conforme se observa na tabela 6.5. títulos negociados, fato que indica o
Não obstante, a relação título empenho do Governo em melhorar o
emitido/PIB caiu sensivelmente, perfil da dívida interna.
comparando-se junho de 2007 com o ¹ Banco Central do Brasil. X Seminário de
Metas para a Inflação. Disponível em:mesmo mês em 2008, com queda de
http://www.bcb.gov.br/?XSMI082008a1
Tabela 6.6 - Detentores dos Títulos Federais em Poder do Público (a) - R$ Milhões
Mês
CARTEIRA
PRÓPRIA
TÍTULOS
VINCULADOS
(b)
C L I E N T E S
TOTAL
MERCADO
(1)
EXTRA-
MERCADO
(2)
EM PODER
DO
PÚBLICO
(1+2)
PESSOA
FÍSICA
PESSOA
JURÍD NÃO
FINANC
PESSOA
JURÍD
FINANCEIRA
(c)
FUNDOS
DE
INVEST
(d)
OUTROS
FUNDOS
TOTAL
CLIENTES
dez/07 370.114 167.109 2.542 102.415 22.148 513.111 717 640.933 1.178.157 7.175 1.185.332
jan/08 349.027 170.175 2.543 103.112 24.146 507.438 998 638.237 1.157.442 7.165 1.164.606
fev/08 371.753 165.722 2.642 106.242 27.344 521.060 1.045 658.332 1.195.808 6.886 1.202.694
mar/08 363.586 166.338 2.807 113.440 31.395 524.700 1.121 673.463 1.203.387 7.180 1.210.568
abr/08 348.757 170.399 2.926 112.951 31.544 504.739 950 653.109 1.172.266 6.760 1.179.026
mai/08 346.423 183.825 3.030 114.131 32.625 513.081 758 663.625 1.193.874 6.557 1.200.431
jun/08 350.550 191.830 3.079 116.781 34.115 504.107 941 659.023 1.201.404 6.435 1.207.840
Fonte: BCB - Notas para imprensa de julho de 2008
(a) Valores apurados com base na posição de carteira avaliada pelo preço da curva de rentabilidade intrínseca dos títulos.
(b) Títulos vinculados a depósito compulsório sobre poupança, sobre depósitos a prazo e sobre recursos de depósitos interfinanceiros de
sociedades de arrendamento mercantil; reserva técnica; constituição e aumento de capital; caução; e câmaras.
(c) Pessoa jurídica financeira abrange instituições sem conta individualizada no Selic.
(d) Os dados referem-se às contas Cliente Especial dos fundos de investimento regulados pela CVM.
(e) Títulos emitidos por meio de colocação direta.
7. SETOR EXTERNO
O balanço de pagamentos, no segundo saldo positivo de US$ 8,53 bilhões no
trimestre de 2008, sofreu alteração segundo trimestre. Dessa forma, as
significativa na evolução de suas despesas de serviços e rendas
contas. Registrou um resultado de US$ contribuíram de forma significativa
11 bilhões, totalizando ao longo do ano para o agravamento do saldo em
um superávit de US$ 19,2 bilhões, transações correntes, que vêm
contra US$ 61,61 bilhões no mesmo sofrendo quedas desde o último
período de 2007, uma queda trimestre de 2007. Em relação à
vertiginosa (68,8%) do superávit em balança comercial, a comparação do
relação ao mesmo período anterior. segundo trimestre de 2008 com o de
Nas transações correntes, o déficit no 2007 mostra que as importações
trimestre foi US$ 6,66 bilhões. A conta tiveram um crescimento de 58,73%
serviços e rendas foi a responsável por contra 32,49% das exportações. Em
esse desempenho, com resultado contrapartida, comparando o segundo
líquido negativo de U$ 16,05 bilhões, com o primeiro trimestre de 2008
enquanto a balança comercial obteve observamos que a situação se altera:
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 32
há um crescimento maior de 34,28% taxas de crescimento dos seguintes
das exportações contra 21,03% das setores: produtos alimentícios
importações. (25,6%), extração de petróleo (57%),
As exportações foram alavancadas, no agricultura e pecuária (48,4%) e
semestre, pelos produtos básicos, alta coque, refino de petróleo e
de 43% em relação ao mesmo período combustíveis (37,2%). As classes de
do ano anterior. Esse resultado foi produtos tiveram que registraram alta
bastante influenciado pela evolução f o r a m b á s i c o s ( 4 3 % ) ,
recente dos preços dos produtos semimanufaturados (19,8%),
exportados: aumento da receita das manufaturados (12%). As categorias
e x p o r t a ç õ e s d e 2 5 , 3 % , e m de uso também tiveram alta: bens de
comparação com o mesmo período do capital (21,7%), bens intermediários
ano anterior, enquanto o quantum (21,2%), bens de consumo duráveis
registrou uma queda de 1,6%. No (6,1%) e não duráveis (25,6%), e
acumulado do ano, dentre os produtos combustíveis (49,6%).
exportados, vale destacar as maiores
Tabela 7.1 - Transações Correntes (US$ milhões)
2007 2008
Discriminação
Abr-Jun Abril Maio Jun Abr-Jun
Balança comercial (FOB) 11.858 1.742 4.073 2.718 8.534
Exportação de bens 39.212 14.058 19.303 18.593 51.955
Importação de bens -27.354 -12.316 -15.230 -15.875 -43.421
Serviços e rendas (líquido) -10.659 -5.386 -5.029 -5.635 -16.050
Serviços -3.296 -1.315 -1.657 -1.728 -4.700
Receita 5.273 2.370 2.165 2.444 6.979
Despesa -8.569 -3.685 -3.822 -4.172 -11.679
Rendas -7.363 -4.072 -3.371 -3.907 -11.349
Receita 2.989 973 939 1.251 3.164
Despesa -10.352 -5.045 -4.310 -5.158 -14.513
Transferências unilaterais correntes (líquido) 983 276 264 320 861
Transações correntes 2.182 -3.368 -691 -2.596 -6.655
Fonte: BCB – Séries temporais
A conta capital e financeira permanece Analisando apenas o resultado do
como principal responsável pelo segundo trimestre de 2008, a queda é
superávit do Balanço de Pagamentos. ainda maior: US$ 17,9 bilhões frente a
No entanto, neste ano o saldo US$ 35,9 bilhões no segundo trimestre
apresentou queda em relação aos anos de 2007. Portanto, observamos um
anteriores. No primeiro semestre de decréscimo considerável, tanto em
2008 o saldo foi de US$ 40,8 bilhões volumes absolutos quanto no fluxo de
frente a US$ 60,7 bilhões no primeiro recursos. Desse modo, a crise
semestre de 2007, correspondendo a americana, o alto nível de incerteza e
uma diminuição percentual de 32,9%. de volatilidade do movimento de
Vitória/ES - Boletim Nº42 - 33
capitais ao redor do mundo tem apresentou bons resultados. No
comprometido a captação de recursos segundo trimestre de 2008, essa
financeiros pelo Brasil. rubrica apresentou superávit de US$
As rubricas mais impactadas por esse 6,5 bilhões frente a um superávit de
resultado foram os investimentos US$ 5,4 bilhões no mesmo período de
diretos e os investimentos em carteira. 2007. O principal responsável por esse
Embora o investimento em carteira no a u m e n t o f o i o a u m e n t o d e
segundo trimestre de 2008 ainda empréstimos e financiamentos, tanto
tenha apresentado saldo positivo, US$ para longo prazo quanto para curto
7,6 bilhões, houve diminuição prazo. No entanto, em linhas gerais,
substancial desta rubrica em relação percebe-se um aumento do risco nas
ao mesmo período de 2007, superávit contas externas do País, devido ao
de US$ 14,6 bilhões. Observa-se aumento do déficit em transações
resultado semelhante com o correntes e aos efeitos sobre a conta
investimento direto líquido, que financeira da crise no cenário
atingiu o total de US$ 3,8 bilhões neste internacional.
trimestre contra US$ 15,8 bilhões no Com relação à variação das reservas
mesmo período do ano passado. internacionais, o Balanço de
Já a conta outros investimentos Pagamentos continua apresentando
Tabela 7.2 - Conta Capital e Financeira (US$ milhões)
Discriminação
2007 2008
Jan-Jun Abr-Jun Ano Jan-Jun Abr Mai Jun Abr-jun
Conta capital e financeira 60.686 35.937 88.924 40.794 8.265 3.703 6.023 17.992
Conta capital 342 136 756 423 64 89 105 258
Conta financeira 60.345 35.801 88.168 40.371 8.202 3.615 5.918 17.734
Investimento direto (líquido) 24.278 15.776 27.518 8.124 2.228 -127 1.677 3.778
Investimentos em carteira 24.128 14.680 48.390 13.292 4.690 2.548 402 7.640
Derivativos -248 -137 -710 -380 -38 -45 -103 -185
Outros investimentos 12.187 5.481 12.970 19.335 1.322 1.237 3.942 6.501
Erros e omissões -1.489 123 -3.152 -4.154 -524 1.018 -809 -316
Var. reservas (- = aumento) -61.610 -38.241 -87.484 -19.238 -4.373 -4.030 -2.618 -11.021
Resultado global do balanço 61.610 38.241 87.484 19.238 4.373 4.030 2.618 11.021
Fonte: BCB - Séries Temporais
saldos positivos: US$ 11,02 bilhões de comprometendo a capacidade do país
janeiro a junho deste ano. No entanto, de financiar seus déficits em
esse resultado está bem aquém dos transações correntes e revertendo a
resultados obtidos em 2007, quando posição confortável do nível de
atingiu variação positiva de US$ 61,6 reservas.
bilhões. Desse modo, a tendência da As reservas internacionais na casa dos
conta capital e financeira no ano de US$ 200,0 bilhões equivalem a
2008 é de que tenhamos um saldo 326,5% do serviço da dívida a vencer
cada vez menor se comparado com o em doze meses, o que segundo o
saldo observado nessa conta no Banco Central possibilita o país e ter
m e s m o p e r í o d o d e 2 0 0 7 , uma maior estabilidade frente às
Tabela 7.3 - Dívida Externa (US$ milhões)
Discriminação
2007 2008
Mar Jun Mar Jun
Dívida de médio e longo prazos 147 509 145 453 162 646 165 489
Setor público não financeiro 76 337 73 297 69 503 68 856
Setor privado e setor público financeiro 71 172 72 156 93 143 96 633
Dívida de curto prazo 34 573 45 905 38 991 39 765
Setor público não financeiro 465 0 21 21
Setor privado e setor público financeiro 34 108 45 905 38 970 39 744
Dívida externa total (A) 182 082 191 358 201 637 205 254
Fonte: BCB - Notas para a imprensa
Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 34
turbulências que se manifestem na especuladores captam recursos no
economia. A dívida externa brasileira, mercado internacional a taxas bem
em junho de 2008, atingiu o valor de mais baixas e ganham com o
US$ 205,2 bilhões. No entanto, essa diferencial, enquanto o governo
estabilidade na evolução da dívida aumenta suas reservas. Desse modo,
deve-se à troca de dívida externa por o preço pago pela sociedade para
dívida interna efetuada pelo Banco manter níveis altos de reserva e a
Central. O BACEN emite títulos transferência de renda para o exterior,
públicos remunerados com base na via diferencial da taxa de juros, é
SELIC, que está ao longo do ano em elevadíssimo.
torno dos 13%. Investidores e
8.OBSERVATÓRIO DA CRISE
A conjuntura do mercado imobiliário Sob tal conjuntura, as expectativas
da economia norte-americana, que das empresas e de capitalistas que
antecedeu o desenrolar da crise, se investiram neste setor levaram à
mostrava como típica de uma época de expansão imobiliária e creditícia,
abundância. O período de 1997 a 2006 estimulada pelo grande volume de
foi de boom no setor imobiliário, com a capital dinheiro ofertado como
maior valorização nos preços dos conseqüência da reduzida taxa de
imóveis norte-americanos em mais de juros. Quando os tradicionais usuários
50 anos. O mercado passou por uma de crédito não foram mais capazes de
fase de expansão estimulada pela absorver todo o capital disponível, as
política do Federal Reserve (FED), instituições financeiras procuraram
comandado por Alan Greenspan, que novos tomadores para esse capital.
reduziu a taxa de juros para 1% em Surgiram, assim, as linhas de crédito
valores nominais, até meados de para o público subprime – nome dado
2004, com taxas negativas em termos àqueles com histórico ruim de
reais. cumprimento de dívidas, falta de
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Inflação sobe no Brasil impulsionada por alimentos

  • 1. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 01 APRESENTAÇÃO No primeiro semestre de 2008, a diagnosticou a inflação interna como economia brasileira passou por uma inflação oriunda do crescimento diversos acontecimentos internos e da demanda e do aumento da massa externos que influenciaram direta e salarial. No entanto, o remédio indiretamente o seu desempenho. adotado deve reduzir também o Iniciando o ano sob as indagações crescimento dos investimentos e, acerca das conseqüências econômicas conseqüentemente, do produto da crise financeira deflagrada no interno, que cresceram 15,2% e 5,8%, mercado imobiliário americano, em respectivamente, no primeiro agosto de 2007, com alguns analistas trimestre deste ano. E desta vez, a achando que ela já tinha se dissipado e julgar pelo desempenho do setor outros apostando que o pior ainda externo no primeiro trimestre, o estava por vir, a economia foi governo não pode contar com o perturbada pelo forte aumento dos crescimento das exportações para preços dos alimentos no mercado impulsionar a economia como em externo, e a conseqüente elevação 2004: as exportações de bens e desses preços também no mercado serviços registraram queda de 2,1%, interno; pelo aumento do preço do enquanto que as importações petróleo; e pelas recentes notícias da aumentaram em 18,9%, segundo queda no ritmo de crescimento dos dados do IBGE. EUA e da Europa. A boa notícia, pelo menos para os Enquanto o aumento do preço do adeptos da ortodoxia, é que a política petróleo no mercado externo refletiu, fiscal do governo tem sido exemplar, principalmente, na elevação dos com alongamento do perfil da dívida, preços dos insumos agrícolas – em elevações no superávit fiscal e redução grande parte importados -, uma vez no déficit nominal, que fechou o que medidas do governo como a semestre em 0,14% do PIB. Vale redução dos impostos conseguiram ressaltar, entretanto, que esse segurar os preços dos combustíveis, o resultado deveu-se mais ao aumento aumento dos preços dos alimentos da receita, via elevação da acelerou o crescimento do nível de arrecadação de impostos, do que da preços da economia, levando o Banco tão recomendada redução da despesa Central a aumentar a taxa de juros pública, uma vez que esta cresceu Selic para 13% a.a.. Embora esse 9,8% no semestre. aumento interno nos preços dos Este edição do Boletim de Conjuntura alimentos tenha grande ligação com o traz uma nova seção, elaborada pelo aumento verificado no mercado Observatório da Crise, com a análise externo - este último fruto não apenas da crise do endividamento no mercado das condições de oferta e demanda imobiliário americano e as suas mundiais, mas também influenciado conseqüências para o mercado pelo especulação no mercado de financeiro mundial. commodities -, o Banco Central
  • 2. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 02 1. POLÍTICA ECONÔMICA Mesmo com a ligeira desaceleração do fortalecendo o dólar. Como também já ritmo do aumento de preços na se observa uma migração dos fundos economia brasileira – o mercado já de investimentos dos mercados reduziu suas previsões da inflação futuros de commodities em direção aos neste ano para um nível inferior a EUA, a tendência é de que os preços 6,5% - o Banco Central deve manter- destes produtos continuem em queda, se firme na trajetória de elevação dos reforçando o processo. juros até o final do ano. Primeiro, A tendência de desvalorização do Real porque é seu objetivo trazê-la para o deve-se à deterioração das contas centro da meta, que é de 4,5%. externas brasileiras: até junho, o saldo Segundo, porque está ocorrendo uma da balança comercial havia conhecido inversão da tendência de derretimento uma contração de 40% em relação ao do dólar ante as principais moedas do mesmo período do ano passado, com mundo, inclusive do Real, aumentando um resultado positivo de pouco mais o risco cambial das aplicações de US$ 13 bilhões. Mas o déficit em externas no Brasil. Para evitar saídas conta-corrente já alcançara, neste indesejadas de recursos do país (em período, US$ 17,4 bilhões (1,32% do junho e julho registrou-se um fluxo PIB no fluxo acumulado dos últimos cambial negativo de US$ 4,3 bilhões), doze meses), com todas as projeções não há, para o BC, afora a alternativa indicando que poderá ser superior a de começar a queimar parte das US$ 25 bilhões e que deve atingir US$ reservas de US$ 200 bilhões, outra 35 bilhões em 2009. A desaceleração saída senão a de compensar o da economia mundial, juntamente com aumento deste risco com a elevação as pressões que têm garantido uma dos juros. trajetória de declínio dos preços das A tendência de valorização do dólar commodities, podem tornar esses deve-se, de um lado, ao desempenho resultados ainda piores. Tal fato menos desfavorável que vem coloca, para o Brasil, uma tendência de apresentando a economia norte- desvalorização do Real, o que, além de americana, ajudada pelo aumento das alimentar as forças da inflação (e exigir exportações e pelos “pacotes maior rigor da política monetária) keynesianos” de redução de impostos afeta negativamente o cupom cambial, do Governo Bush; de outro, à maior reforçando o papel dos juros como desaceleração conhecida pelas instrumento para deter a saída de economias da zona do euro no capitais. segundo trimestre deste ano (variação Se essas tendências se confirmarem, de -0,2% em relação ao trimestre será inevitável a progressiva anterior), que tem levado à desaceleração da atividade econômica interrupção da elevação das taxas de no país, abortando-se, mais uma vez, juros pelos países deste bloco o período de crescimento mais forte econômico (e a sinalizações de sua iniciado em 2006, que o governo tem redução) e contribuído para a queda vendido para a população e para o dos preços das commodities, setor produtivo, como um mantra,
  • 3. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 03 como perfeitamente sustentável. Não economia brasileira”, como tem sem razão, as projeções para o repetido o Governo Lula, o país poderá crescimento deste ano têm sido estar caminhando, dentro de pouco revistas, periodicamente, para baixo. E tempo, para um viver um novo “do momento mágico vivido pela “momento trágico”. 2. INFLAÇÃO A inflação, no segundo trimestre de decidiram elevar a taxa básica de 2008, manteve a tendência de alta juros, a SELIC, para 13% ao ano “com iniciada no segundo semestre do ano vistas a promover tempestivamente a passado. Assim como no primeiro convergência da inflação para a trimestre, o aumento registrado pelos trajetória de metas”, conforme ata principais índices de preço ao divulgada em 31 de julho. consumidor deveu-se à elevação dos Analisando os principais grupos de preços dos alimentos. bens e serviços que compõem o cálculo Dentre os índices calculados para São do índice, não há dúvida que os Paulo, o IPC, da FIPE, apresentou alimentos e bebidas apresentaram a variações de 0,54% em abril, 1,23% maior contribuição para a elevação do em maio e 0,96% em junho, IPCA. Nos últimos doze meses, a acumulando no ano variação positiva variação do grupo alimentos e bebidas de 3,81%. Já o índice calculado pelo foi de 15,79%. Há, entretanto, grupos DIEESE, o ICV, subiu 0,42%, 0,87% e que estão contribuindo para manter a 0,97%, respectivamente nos três inflação sob controle. Dentre eles é meses, sendo a inflação acumulada em possível citar habitação (2,20% em 12 2008 de 3,61%. meses), transportes (2,46%) e O IPCA, índice calculado pelo IBGE e comunicação (1,18%), compostos por oficialmente adotado pelo governo itens cujos preços são controlados pelo para o cumprimento do sistema de governo; e artigos de residência, que metas de inflação, apresentou, para os apresentaram queda de 0,64% em meses de abril, maio e junho, doze meses, em boa parte influenciada variações de 0,55%, 0,79% e 0,74%, pelo câmbio, que ajudou a reduzir o respectivamente. Com isso, a inflação preço de aparelhos eletrônicos calculada pelo índice resultou em fabricados com componentes 3,64% no acumulado dos primeiros importados. seis meses e 6,06% no acumulado dos O INPC, índice calculado pelo IBGE últimos 12 meses. Esse resultado está para faixas de renda menores, de 1 a 6 acima do centro da meta estipulada salários mínimos, mais uma vez pelo Conselho Monetário Nacional, que apresentou variação maior que o IPCA, é de 4,50%, porém está dentro da índice calculado para rendas de 1 a 40 faixa de tolerância superior, que é de salários mínimos. Reitera-se aqui a 6,5%. Com base nestes dados, os explicação apresentada no boletim integrantes do COPOM, em sua 136ª anterior: o peso de alimentos e reunião nos dias 22 e 23 de julho, bebidas é maior para faixas de renda
  • 4. Tabela 2.1 – Índices de preços (%) Indicadores Abr/08 Mai/08 Jun/08 Acumulado no ano Acumulado nos últimos 12 meses IPCA 0,55 0,79 0,74 3,64 6,06 INPC 0,64 0,96 0,91 4,26 7,28 IPC-FIPE 0,54 1,23 0,96 3,81 5,84 ICV-DIEESE 0,42 0,87 0,97 3,61 5,80 IGP-M 0,69 1,61 1,98 6,82 13,44 IGP-DI 1,12 1,88 1,89 7,15 13,97 Fonte: IBGE, FIPE, DIEESE e FGV Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 04 menores. Assim, a variação foi de positiva de 4,26% e nos últimos doze 0,64%, 0,96% e 0,91% nos meses de meses a inflação calculada foi de abril, maio e junho, respectivamente. 7,28%. Nesse ano o índice acumula variação No segundo trimestre do ano, o IGP-DI 0,62% para 1,69%). e o IGP-M seguiram trajetórias de Em maio, o IGP-DI avançou ainda elevação, sendo o grupo Alimentação mais, para 1,88%. O IPA e o IPC, que o principal responsável pelo juntos correspondem a 90% do IGP- movimento ascendente dos índices, DI, mantiveram a trajetória de alta, visto que apresentou maior variação respectivamente 2,22% e 0,87%. O positiva do período. De janeiro a grupo Produtos Agrícolas foi o que junho, o IGP-DI acumula alta de mais colaborou para a alta no IPA, 7,15%, enquanto o IGP-M acumula dado que passou de 0,08% em abril alta de 6,82%. para 2,47% em maio. A aceleração no No mês de abril, o IGD-DI (Índice IPC foi especialmente influenciada Geral de Preços – Disponibilidade pela alta no grupo Alimentação, Interna) apresentou aceleração de 2,33% em maio ante 1,69% em abril. 1,12% ante a alta de 0,7% no mês O IGP-DI fechou o mês de junho com anterior. Essa aceleração deveu-se leve alta, passando de 1,88% para principalmente à alta registrada pelo 1,89%. O IPA subiu 2,29% contra IPA-DI (Índice de Preços por Atacado - 2,22% no mês anterior. Já o IPC Disponibilidade Interna), que fechou o registrou queda, fechando em 0,77%. mês de abril em 1,3% contra 0,8% em Três das sete classes de despesas março. No mesmo período, o IPC-DI d e s s e í n d i c e a p r e s e n t a r a m (Índice de Preços ao Consumidor - decréscimos, sendo Alimentação o Disponibilidade Interna) também grupo onde o decréscimo foi mais apresentou alta, passando de 0,66% expressivo (de 2,33% em abril para em março para 0,72% em abril, 1,85% em junho). principalmente em decorrência da O IGP-M registrou alta de 0,69% em aceleração do grupo Alimentação (de abril, o que representa uma T a b e la 2 .2 – D ec o m p o siç ã o d o I P C A I P C A A b r / 0 8 M a i/ 0 8 J u n / 0 8 A cu m u l ad o n o s ú l tim o s 1 2 m e s e s Í n d ice g e r a l 0 , 5 5 0 ,7 9 0 ,7 4 6 ,0 6 A l im en to s e b eb id as 1 ,2 9 1 ,9 5 2 ,1 1 1 5 ,7 9 H ab it aç ão 0 ,1 9 0 ,3 2 0 ,2 6 2 ,2 0 A r t ig os d e r es id ên c ia 0 ,3 2 0 ,1 7 0 ,1 3 -0 ,6 4 V e st uá r io 1 ,5 3 0 ,9 8 0 ,4 2 5 ,4 2 Tr a ns p or t es -0 ,0 5 0 ,3 3 0 ,2 6 2 ,4 6 S a úd e e c ui da do s pe ss o ais 0 ,7 6 0 ,6 5 0 ,6 6 5 ,3 8 D es p es as p es so ai s 0 ,4 9 1 ,1 1 0 ,5 4 6 ,6 9 E du c aç ão , l eit u r a e pa pe lar i a 0 ,0 5 0 ,0 3 0 ,0 5 4 ,5 1 C o m un ic aç ã o 0 ,0 6 -0 ,0 2 0 ,2 9 1 ,1 8 F o nt e: I B G E
  • 5. Vitória/ES - Boletim Nº 42 - 05 desaceleração em relação a março, grupo Habitação foi o componente do quando houve alta de 0,74%. O IPA índice que mais contribuiu para o também desacelerou, passando de recuo, passando de 0,38 em abril para 0,95% em março para 0,65% no mês 0,02 em maio. subseqüente. O IPC acelerou de Em junho, o IGP-M manteve a 0 , 1 9 % p a ra 0 , 7 6 % , d e v i d o trajetória de alta, avançando para principalmente a alta no grupo 1,98%, com aceleração do IPA em Alimentação, de 0,02% para 1,76% no 2,27%, Dentro deste indicador, o período referido. grupo Bens Intermediários foi o que No mês de maio, o IGP-M aumentou mais subiu, com alta de 2,50% ante a em 1,61%. O IPA foi o componente elevação de 1,79% em maio. O IPC que mais se destacou, apresentando apresentou avanço em relação a maio, alta de 2,01%, devido aos produtos passando de 0,68% em maio para agrícolas que aumentaram 2,29% 0,89% em junho. O grupo Alimentação ante 1,19% em abril. O IPC elevou-se de 1,77% para 2,26% no desacelerou, fechando em 0,68%. O período. No mês de abril, o preço da cesta apresentaram as maiores altas, básica de alimentos subiu nas 16 43,65% e 40,88%, respectivamente. capitais pesquisadas pelo DIEESE – Já no caso do pão, destacaram-se Departamento Intersindical de Vitória (14,01%) e Belo Horizonte E s t a t í s t i c a s e E s t u d o s (13,71%). A alta no preço do pão Socioeconômicos. As maiores altas deveu-se à necessidade do país em foram registradas em Fortaleza e Belo importar trigo canadense e norte- Horizonte - 7,84% e 6,95%, americano, visando suprir a respectivamente. A cesta mais cara foi insuficiência no mercado interno, apurada na capital mineira R$ 228,32. causada pela falta do produto Já a capital capixaba apresentou argentino. A carne, produto de maior variação positiva de 2,70%, elevando peso na cesta básica, aumentou em 14 o custo da cesta básica para R$ capitais, sendo em Aracaju, 9,21% e 212,39. Grande parte dos produtos Brasília, 7,96%, as maiores. O feijão analisados na pesquisa apresentou foi o único produto que apresentou comportamento altista. O óleo de soja, predomínio de queda em 13 das 16 o leite e o arroz registraram alta, capitais pesquisadas, lideradas por porém as mais significativas Salvador, -14,96, e Aracaju, -14,36. ocorreram com o tomate e o pão, Em maio, houve alta no custo da cesta ambos apresentaram altas nas 16 básica em 14 das 16 capitais capitais pesquisadas. No caso do pesquisadas. Apenas Goiânia (- tomate, Salvador e Brasília, 1,19%), e Salvador (-0,35%) Tabela2.3– Componentesdo IGP-DI (em%) Indicadores Abr/08 Mai/08 Jun/08 Acumulado Ano Acumulado12 Meses IGP-DI 1,12 1,88 1,89 7,15 13,97 INCC 0,87 2,02 1,92 6,40 9,13 IPA-DI 1,30 2,22 2,29 8,48 17,90 IPC 0,72 0,87 0,77 3,84 5,96 Fonte: FGV
  • 6. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 06 apresentaram quedas. No período, destacou-se no período com a maior Porto Alegre registrou a cesta mais queda, -1,13%, reduzindo o custo da cara R$ 236,58, já em Vitória o custo cesta para R$220,46. Grande parte apurado foi de R$ 222,98. Entre os dos produtos apresentou aumento, alimentos que apresentaram com destaque para o arroz, cujo preço aumento, destacaram-se a carne, o a u m e n t o u n a s 1 6 c a p i t a i s arroz e o tomate. No caso da carne, pesquisadas. O preço da carne houve aumento em 15 capitais, sendo continuou a subir em junho, das 15 que Florianópolis e Curitiba c a p i t a i s q u e a p r e s e n t a r a m registraram as maiores altas, 9,92% e comportamento altista, Goiânia e 6,20%, respectivamente. O arroz Curitiba destacaram-se com 14,99% e também teve alta em 15 das 16 10,51%, respectivamente. O feijão capitais pesquisadas, lideradas que vinha de sucessivas quedas, em novamente por Florianópolis 36,77%. junho, apresentou alta em 14 cidades, O tomate aumentou em 12 capitais, as sendo em João Pessoa (31,09%) a mais significativas em Recife maior delas. Entre os produtos que (119,86%) e Natal (43,23%). O feijão apresentaram queda destacou-se o destacou-se, tal como em abril, pela óleo de soja, que reduziu em 11 predominância de queda, sendo que as cidades, sendo a maior queda em mais expressivas ocorreram em Curitiba, -8,55%. Fortaleza, -16,85%, e João Pessoa, No trimestre, todas as capitais 16,30%. apresentaram alta. Recife liderou com No mês de junho, o preço da cesta variação de 16,65%. Belo Horizonte básica elevou-se em 14 das 16 capitais obteve a menor variação no período, pesquisadas pelo DIEESE. As maiores de 3,38%. O tomate e o pão altas foram registradas em Goiânia, d e s t a c a r a m - s e , a m b o s p e l o 10,64% e Brasília, 6,43%. A cesta c o m p o r t a m e n t o a l t i s t a , mais cara continuou a ser registrada principalmente em abril e maio. em Porto Alegre, R$ 246,72. Vitória T a b e la 2 . 4 – p r e ç o m é d i o d a c e s t a b á s ic a – R $ c o r r en te s C a p ita l A b r / 0 8 ( % ) M a i/ 0 8 ( % ) J u n / 0 8 ( % ) V a r. (% ) A ra c aju 1 7 3, 29 1 8 3 ,4 0 1 9 1, 75 10 ,6 5 B e lé m 2 0 2, 60 2 0 6 ,4 0 2 0 9, 91 3 ,6 1 B e lo H or i zo nt e 2 2 8, 32 2 3 0 ,5 5 2 3 6, 03 3 ,3 8 B ra s íli a 2 1 4, 22 2 1 7 ,6 0 2 31 ,6 8 ,1 1 C ur i ti ba 2 0 9, 52 2 2 0 ,7 4 2 2 7, 58 8 ,6 2 F lo ri an óp o lis 2 1 0, 42 2 2 6 ,4 3 2 3 8, 15 13 ,1 8 F or ta le za 1 8 8, 83 1 9 6 ,7 9 1 9 6, 11 3 ,8 6 G o iâ ni a 1 9 3, 68 1 9 1 ,3 8 2 1 1, 74 9 ,3 2 Jo ão Pe ss o a 1 8 0, 90 1 8 7 ,2 1 1 9 4, 43 7 ,4 8 N at al 1 8 7, 89 2 0 4 ,6 4 2 1 1, 41 12 ,5 2 P or t o A le g r e 2 2 6, 78 2 3 6 ,5 8 2 4 6, 72 8 ,7 9 R e c ife 1 7 2, 18 1 9 6 ,6 2 2 0 0, 85 16 ,6 5 R io de Jan e i r o 2 2 2, 24 2 2 2 ,9 3 2 3 6, 16 6 ,2 6 S alv ad or 1 7 6, 66 1 7 6 ,0 5 1 8 5, 53 5 ,0 2 S ão Pa ul o 2 2 7, 81 2 3 3 ,9 2 2 4 5, 24 7 ,6 5 V itó r ia 2 1 2, 39 2 2 2 ,9 8 2 2 0, 46 3 ,8 0 F o nt e : D I E ES E
  • 7. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 07 Segundo dados do IBGE, a economia equipamentos e material eletrônico. brasileira cresceu neste ano Por outro lado, há quem diga que a estimulada pelo desempenho da diminuição do ritmo foi positiva, pois indústria, dos investimentos, do deverá ajudar a conter a inflação. consumo das famílias e das despesas A agropecuária teve fraco desempenho do governo (em se tratando de ano no período devido a fatores sazonais e, eleitoral), setores esses que ainda, por mudança na metodologia de impulsionaram o crescimento da cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) produção no período. O PIB a preços de para este setor. Segundo a gerente de mercado cresceu 5,8% no primeiro contas trimestrais do IBGE, Rebeca trimestre de 2008 em relação ao Palis, a metodologia de cálculo do PIB mesmo período de 2007 (Tabela 3.1). do setor agora incorpora produtividade O valor adicionado a preços básicos das culturas, e não apenas estimativa apresentou um aumento de 5,5% e os de colheita, como antes. Assim, a soja, impostos sobre produtos uma elevação principal produto agropecuário do de 8,0%. Em valores correntes o primeiro trimestre e que registrou uma principal agregado econômico do país pequena queda de produtividade, alcançou a cifra de R$ 665,5 bilhões. acabou influenciando negativamente Deste total, R$ 560,7 bilhões referem- os resultados finais do setor. se ao Valor Adicionado à produção Na indústria, o destaque ficou por interna, enquanto R$ 104,8 bilhões conta do segmento de Veículos totalizam os Impostos sobre Produtos. Automotores, com alta de 18,42%. A Indústria foi, dentre os setores, a que Outro que obteve boa taxa de mais contribuiu para a geração do crescimento foi o de Máquinas e Valor Adicionado, com uma taxa Equipamentos, com 9,4%. No setor de positiva de 6,27%, seguida pelo setor Serviços, os maiores destaques foram de Serviços, elevação de 5,0%, e para Intermediação Financeira e Agropecuária, que cresceu 2,4%, em Seguros, com uma taxa de comparação com o mesmo período de crescimento de 15,2%; Serviços de 2007. Informação e Comércio, com taxas Mas, tal ritmo de crescimento já positivas de 9,5% e 7,7%, mostra sinais de desaceleração. respectivamente. Segundo analistas, a redução da taxa Pela ótica da demanda, a Despesa de de crescimento do PIB está associada Consumo das Famílias cresceu a uma ao resultado negativo do setor taxa de 6,6%, sendo o décimo oitavo externo, pois parte considerável da a u m e n t o c o n s e c u t i v o n e s t a demanda está sendo atendida por comparação. Essa taxa foi sustentada importações, uma vez que a produção pelo aumento de 6,9% na massa nacional não está sendo suficiente para salarial real do trimestre. A Formação suprir o crescimento da demanda Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou doméstica. Dentre os produtos crescimento de 15,2%, tendo importados, destaque para máquinas e contribuído para este resultado o 3. NÍVEL DE ATIVIDADE
  • 8. TABELA 3.1 - Brasil: Produto Interno Bruto ( em % ) variação em volume em relação ao mesmo período do ano anterior – (%) Setor de Atividade 2007.I 2007.II 2007.III 2007.IV 2008.I Agropecuária 3,7 2,3 4,5 5,3 2,4 Indústria 3,2 5,1 5,0 4,9 6,9 Extrativa Mineral 4,0 5,0 3,9 3,0 3,3 Transformação 3,1 5,3 5,5 5,1 7,3 Construção Civil 2,3 4,3 4,6 5,0 8,8 Prod. e distrib. de eletricidade, gás e água 3,8 4,9 4,5 5,0 5,5 Serviços 4,5 4,5 4,5 4,7 5,0 Comércio 6,1 7,1 7,2 7,6 7,7 Transporte, amarzenagem e correio 3,8 4,9 4,8 4,8 3,7 Serviços de informação 7,3 7,1 7,6 8,0 9,5 Interm. financ. seguros, prev. compl. e serv. rel. 9,3 9,4 10,7 13,0 15,2 Outros serviços 3,5 2,9 2,5 2,3 2,6 Ativ. imob ilárias e aluguel 4,5 4,2 3,9 3,5 2,1 Adm. saúde e educação públicas 1,5 1,1 1,1 0,9 1,1 Valor adicionado a preços básicos 4,0 4,4 4,6 4,8 5,5 Imp ostos líquidos sob re produtos 6,9 8,1 8,3 9,1 8,0 PIB a preços de m ercado 4,4 4,9 5,1 5,4 5,8 Despesa de consumo das famílias 5,7 5,7 5,8 6,5 6,6 Despesa de consumo da administração púb lica 3,7 3,5 3,4 3,1 5,8 Formação bruta de capital fixo 8,8 11,4 12,5 13,4 15,2 Exportação de b ens e serviços 6,0 9,7 6,7 6,6 (-) 2,1 Imp ortação de bens e serviços (-) 19,8 19,2 19,6 20,7 18,9 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 08 aumento tanto da produção interna bem maior do que a previsão de como também da demanda de crescimento do PIB (em torno de importação (18,9%), neste último caso 5,4%). devido à continuidade da apreciação do Ainda no que tange aos investimentos, real frente ao dólar. é importante destacar que os projetos O u t r o f a t o r q u e c o n t r i b u i u voltados à infra-estrutura, como consideravelmente para a ampliação concessões rodoviárias, energia, da FBCF foi o bom desempenho (8,8%) saneamento, entre outros, não devem apresentado pela Construção Civil. De sofrer cortes devido à elevação da taxa acordo com o economista Gomes de de juros e do aperto monetário, Almeida, consultor do Instituto de principalmente pelo fato de tais Estudos para o Desenvolvimento investimentos refletirem um horizonte Industrial – IEDI, a expansão dos de longo prazo que contempla, investimentos no segundo trimestre do geralmente, de 5 a 10 anos de corrente é fruto do crescimento da maturação. economia e da forte demanda No caso da demanda externa, as observados no último trimestre de Exportações de Bens e Serviços 2007 e primeiro trimestre de 2008. No tiveram uma queda de 2,1%, em entanto, vários especialistas acreditam contraste com as taxas positivas numa redução do dinamismo do registradas desde o terceiro trimestrecrescimento dos investimentos já a de 2006, diferentemente daspartir do segundo semestre deste ano. Importações de Bens e Serviços, queAinda assim, há um consenso quase geral de que a FBCF feche o exercício obtiveram uma taxa de crescimento de de 2008 registrando expansão acima 18,9%. da casa dos 11%, ficando, portanto,
  • 9. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 09 Em nota, o IBGE afirma que “os índices de março revelaram um quadro positivo da atividade fabril, porém pesquisados marcado por um menor ritmo de pelo Instituto Brasileiro de Geografia e crescimento”. Semelhante conclusã Estatística (IBGE). Houve incremento pode ser obtida na comparação entre de 6,27% na comparação com os primeiros seis meses de 2007 (Tabelatrimestres imediatamente anteriores 3.2). Em nota, o Instituto afirma: "Naquando tomados desde o segundo maioria desses locais, confirma-se otrimestre de 2006, apresentada no padrão de crescimento observado para gráfico 3.1, no qual se observa a forte o total da indústria brasileira ao longo queda no ritmo de crescimento do de 2008, uma vez que suas estruturas setor industrial brasileiro. Vale industriais têm forte presença de salientar que tal desaceleração foi setores produtores de bens de capital e de bens de consumo duráveis, além daobservada em todas as categorias de elevada produção de commoditiesuso, com exceção de bens de consumo para exportação".duráveis, que registrou grande Para o Espírito Santo a notícia é ainda expansão na taxa de crescimento, de melhor, o resultado registrado pelo 0,5% para 5,9%. Mesmo no resultado Estado foi o maior dentre os entes da acumulado nos últimos doze meses, o F e d e r a ç ã o . I m p u l s i o n a d o período que se encerra em março principalmente pelo setor extrativo, também registra queda no ritmo de com destaque para os itens gás natural e minério de ferro e, na indústria deexpansão, 6,6%, frente aos 6,9% transformação, pela metalurgia básicaregistrados até fevereiro. e pelo ramo de alimentos e bebidas, o Indústria incremento da produção local foi de A produção física industrial do primeiro 16,1%, bem acima da média nacional. semestre de 2008 cresceu em todos os Paraná (11,3%) e Goiás (11,1%) Estados brasileiros ( completam o pódio. Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás) Amazonas, Pará, TABELA 3.2 - Produção física industrial por tipo de índice e seções e atividades industriais (Variação % acumulada em relação à igual período do ano anterior) Seções e atividades industriais / Mês jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 Brasil 1.Indústria geral 8,71 9,19 6,31 7,24 6,2 6,27 2.Indústria extrativa 7,72 8,47 6,54 5,86 6,13 6,39 3.Indústria de transformação 8,77 9,23 6,3 7,33 6,21 6,26 Espírito Santo 1.Indústria geral 12,08 14,06 14,43 16,25 17,1 16,11 2.Indústria extrativa 21,24 21,78 18 20,82 22,69 20,46 3.Indústria de transformação 8,13 10,74 12,84 14,22 14,58 14,09 FONTE: IBGE / Sidra - Pesquisa da Indústria Mensal Produção Física Observou-se, neste trimestre, a consecutivos, e o ritmo do crescimento manutenção nos resultados positivos, manteve-se praticamente no mesmo já presentes há dezenove semestres patamar (6,2% frente a 6,3% no
  • 10. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 10 primeiro trimestre). Entre abril e indicador. junho, 21 das 27 atividades Aspecto interessante no setor apresentaram ganhos na produção, automobilístico, de grande importância com destaque para o setor relativa na pesquisa do Instituto, é o automobilístico, com alta de 18,4% crescimento das concessões de (Tabela 3.3). Este segmento, bem empréstimos ao consumidor (43,7%como a metalurgia básica, apresentou, em doze meses de acordo com o Bancono semestre, utilização superior a 90% Central), que a despeito das altas nada capacidade instalada (índice que mede o uso de máquinas e taxa básica de juros, SELIC, segue equipamentos das indústrias). A firme e é atualmente a vedete no marca está bem acima da média das mercado de crédito, correspondendo a demais indústrias, 83% neste segundo quase dois terços dos recursos para semestre, valor semelhante ao p e s s o a s f í s i c a s . T a m b é mregistrado nos últimos nove meses, apresentaram crescimento assugerindo certa estabilidade no indústrias de Outros Equipamentos de Tabela 3.3 - Produção Física Industrial por Atividades (Variação % Acumulada em relação à igual período do Ano Anterior) N° Atividade / Mês JAN FEV MAR ABR MAI JUN 1 Indústria Geral 8,71 9,19 6,31 7,24 6,20 6,27 2 Indústrias Extrativas 7,72 8,47 6,54 5,86 6,13 6,39 3 Indústria de Transformação 8,77 9,23 6,3 7,33 6,21 6,26 3.1 Alimentos 4,58 5,27 2,63 3,79 3,00 2,48 3.2 Bebidas 7,32 4,26 0,51 -0,59 -0,70 0,29 3.3 Fumo -1,02 -2,43 -9,97 -7,74 -11,8 -11,2 3.4 Têxtil 0,53 3,24 0,83 2,15 0,47 0,11 3.5 Vestuário e acessórios 15,83 11,25 7,73 10,49 7,01 6,71 3.6 Calçados e artigos de couro -0,34 2,12 -0,04 0,09 -2,41 -3,69 3.7 Madeira -3,49 -1,71 -2,67 -2,46 -4,57 -5,16 3.8 Celulose, pap el e produtos de papel 3,60 6,26 5,51 5,75 6,40 6,35 3.9 Ed ição, impressão e reprod ução de gravações -1,85 0,07 0,98 0,21 1,59 1,11 3.10 Refino de petróleo e álcool 8,05 7,53 1,66 1,22 2,02 2,20 3.11 Farmacêutica 14,2 -6,4 -4,37 4,08 4,94 4,67 3.12 Perfumaria, sabões, detergentes e prod. de limpeza 1,56 2,85 -1,47 -0,43 -2,23 -3,14 3.13 Outros produtos químicos 13,05 12,84 9,46 7,02 5,64 5,35 3.14 Borracha e plástico 10,78 11,45 7,84 9,42 8,45 8,95 3.15 Minerais não metálicos 10,9 8,97 7,42 7,62 7,13 7,8 3.16 Metalurgia básica 6,59 9,02 7,77 8,14 7,41 7,56 3.17 Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos 11,23 10,34 6,06 8,99 8,46 8,95 3.18 Máquinas e equipamentos 9,82 14,31 11,48 12,77 10,39 9,4 3.19 Máquinas para escritório e equips. de informática -10,9 -9,48 -12,46 -8,42 -8,69 -5,56 3.20 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 8,63 11,53 8,61 8,2 6,28 6,97 3.21 Material eletrônico, ap arelhos e equips. de comunicações 5,11 12,23 7,95 8,77 6,85 7,37 3.22 Eq uips. de instrument. médico-hospitalar, ópicos e outros 23,95 17,75 14,58 15,84 12,08 12,1 3.23 Veículos automotores 24,03 24,34 19,51 21,68 18,22 18,42 3.24 Outros equipamentos de transporte 25,58 30,17 27,41 34,08 31,84 33,14 3.25 Mobiliário 12,4 12,08 4,2 5,97 4,51 5,16 3.26 Diversos -2,23 -1,54 -4,19 -1,03 -2,25 -0,62 FONTE: IBGE / Sidra - Pesquisa da Indústria Mensal Produção Física
  • 11. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 11 Transporte (33,1%) e Máquinas e os seis primeiros meses deste ano Equipamentos (9,4%), em relação ao repetem a marca observada em igual período de janeiro a junho de 2007. período do ano anterior, 3,15%. O Estes três setores, aliados à ganho é resultado do incremento na construção civil, respondem por boa produção, já descrito, e no total de parte do recorde no consumo horas trabalhadas (aumento de 2,5%). semestral de aço, índice 21,5% Entretanto, observa-se uma tendência superior ao observado em igual de acomodação nessa variável. Ainda intervalo de 2007. Observando os assim, os ganhos de produtividade resultados do segundo trimestre do vêm ajudando a indústria a se proteger ano pelas categorias de uso, indicados parcialmente da valorização cambial. na tabela 3.4, bens de capital e bens Esse ganho de eficiência pode ajudar de consumo duráveis apontam bons na amortização dos impactos do resultados, prosseguindo como líderes aumento nos custos industriais, da expansão industrial, 17,5% e contribuindo para o processo de 14,1%. desaceleração da inflação para o Acerca da produtividade na Indústria segundo semestre. A expansão na geração de empregos faturamento da indústria brasileira, o na indústria alcançou 2,7%, o melhor índice cresceu 8,4% no primeiro resultado para o fechamento de um semestre de 2008, segundo dados da primeiro semestre de toda a série. CNI. Trata-se, novamente de boas Segundo a CNI (Confederação notícias, do melhor resultado para um Nacional da Indústria), os dados primeiro semestre de toda a série mostram uma tendência de expansão histórica, iniciada em 2003. no emprego que vem sendo registrada Em suma, os indicadores segundo há quase três anos. Em Mato Grosso do diferentes períodos de comparação Sul o setor industrial já responde por apresentaram taxas positivas, e, além 51,6% dos 17.942 dos empregos disso, recordes de relevância formais criados nos últimos meses, de considerável para a indústria nacional. acordo com dados do Caged (Cadastro Nos confrontos contra iguais períodos G e r a l d e E m p r e g a d o s e de 2007, os resultados também foram Desempregados). Quanto ao positivos e atingiram a maioria dos TABELA 3.4 - Produção Física Industrial Trimestral por Categorias de Uso (Variação % em Acumulada relação à igual período do ano anterior) Atividade / Trimestre T. I/08 T. II/08 Bens de Capital 16,60 17,50 Bens Intermediários 6,00 4,70 Bens de Consumo Duráveis 13,70 14,10 Bens de Consumo Semi e Não Duráveis 1,30 2,00 Indústria Geral 6,30 6,20 FONTE: IBGE / Sidra - Pesquisa da Indústria Mensal Produção Física
  • 12. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 12 segmentos industriais investigados, positivos, como acima da média do com destaque para os setores varejo, ainda continuam sendo produtores de bens de capital e de explicados pela expansão de crédito, bens de consumo duráveis, refletindo r e d u ç ã o d o s p r e ç o s d o s os sinais favoráveis vindos dos eletroeletrônicos e a melhoria da investimentos e da manutenção das massa real de salários da economia, o condições favoráveis do crédito. que influencia positivamente no poder Entretanto, para o segundo semestre, de compra da população, assim como a economistas esperam um crescimento valorização do real que estimula o menor, devido principalmente à aumento da demanda por tais política monetária que vem sendo produtos. adotada pelo BACEN, caracterizada O segmento de Hipermercados, pelo aumento da taxa de juros básica S u p e r m e r c a d o s , P r o d u t o s da economia. Alimentícios, Bebidas e Fumo obteve Comércio aumento de 3,4% em relação ao O comércio varejista do país registrou trimestre anterior, e 5,9% no no primeiro semestre de 2008 um acumulado de 12 meses. O resultado aumento de 10,6% em relação ao abaixo do comportamento médio desta mesmo período do ano anterior, atividade ao longo do primeiro resultado superior não apenas ao do semestre de 2008 pode ser explicado, segundo semestre de 2007, que segundo o IBGE, pelo efeito da inflação alcançou 9,6%, mas também ao de sobre o consumo de produtos toda a série histórica da Pesquisa alimentícios. Desempenho este, não Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, perceptível nos meses anteriores, em iniciada em 2001 (Tabela 3.5). Numa função de datas comemorativas análise trimestral, o período causadoras de impacto nas vendas do compreendido entre janeiro e março setor, como Páscoa, Dia das Mães e de 2008 alcançou taxa de crescimento Corpus Christi. de 12% em relação à igual período de O s e t o r d e C o m b u s t í ve i s e 2007, recorde também na série Lubrificantes fechou o trimestre com histórica do Instituto. Porém, o um aumento de 11,35% em relação ao segundo trimestre apresentou queda trimestre anterior, sendo que a no ritmo de crescimento do setor variação nas taxas, com ajuste (crescimento 9,4% em comparação sazonal, de abril, maio e junho foram, com igual período de 2007). respectivamente, 0,7%, 1,7% e 2,1%. Na comparação do segundo trimestre No acumulado dos últimos 12 meses, o de 2008 com o mesmo período de crescimento foi de 6,5%. Em junho, tal 2007, todas as atividades do varejo atividade alcançou variação de 12,8% apresentaram crescimento. O item no volume de vendas em relação a Outros Artigos de Uso Pessoal e junho de 2007, o que representa 16% Doméstico foi o que apresentou a da taxa global do varejo. Em termos de maior taxa de crescimento do desempenho acumulado, a taxa de Comércio Varejista (21,7%), seguido variação chegou a 6,5% nos últimos 12 de Móveis e Eletrodomésticos meses. Este resultado pode ser (16,5%). Esses resultados não só atribuído à estabilidade de preços dos
  • 13. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 13 combustíveis, conjuntamente com a deveu-se à redução das taxas de juros melhoria das condições econômicas do e a ampliação dos prazos de País. f i n a n c i a m e n t o , a s s i m c o m o O Comércio Varejista Ampliado, que expectativas positivas quanto à inclui as categorias de Veículos, Motos, manutenção do emprego. Partes e Peças e ainda, Material de O segmento material de construção Construção, obteve desempenho obteve crescimento de 11,8% no superior ao Comércio Varejista, segundo trimestre deste ano, e 11,4% atingindo 13,9% no volume no acumulado em doze meses. Na acumulado de vendas neste segundo comparação de junho de 2008 comtrimestre de 2008, e 13,9% no junho de 2007, apresentou variaçãoacumulado dos últimos doze meses. As positiva de 26,52%. Segundo o IBGE,taxas mês a mês, com ajuste sazonal, dos meses de abril, maio e junho este resultado positivo continua sendo alcançaram 3,8%, 5,2% e 0,2%, explicado pela expansão do crédito, respectivamente (tabela 3.6). aumento da massa de salários, além de A atividade Veículos, Motos, Partes e medidas oficiais de incentivo à Peças registrou uma expansão de construção civil, tais como a23,3%, no segundo trimestre de 2008. diminuição da carga tributáriaCom esse resultado, a atividade incidente sobre produtos utilizados nocontinua a apresentar a principal contribuição para a taxa global do setor. varejo ampliado. Tal desempenho No Espírito Santo, o Comércio (tabela 3.6). Os segmentos que Varejista obteve variação positiva de a p r e s e n t a ra m m a i o r e s a l t a s 9,4%, 12,8% e 8,5% nos meses de t r i m e s t ra i s f o ra m M ó v e i s e abril, maio e junho, respectivamente, Eletrodomésticos com crescimento de fechando o trimestre de 2008 com 27,5%, seguido de Tecidos, Vestuários crescimento de 9,4%, e 10,1% no e Calçados com variação de 23,6%, acumulado dos últimos doze meses em relação ao trimestre anterior. O Tabela 3.5 – Volume de vendas no varejo por atividade (variação real% mês a mês) Atividades Abr/08* Mai/08* Jun/08* Trimestre** Acumulado 12 Meses** Comércio Varejista 0,4 1,0 1,3 9,40 10,1 Combustíveis e Lubrificantes 0,7 1,7 2,1 11,3 6,50 Hiper., Super., Alim., Beb. E Fumo 0,7 0,5 0,4 3,40 5,90 Supermercados e Hipermercados 0,4 0,7 0,4 3,20 5,90 Tecidos, vestuário e calçados 0,6 -0,5 1,7 11,2 11,3 Móveis e eletrodomésticos 0,5 0,4 0,4 20,0 16,5 Outros artigos de uso pessoal e doméstico -0,9 4,6 -0,8 15,6 21,7 Comércio Varejista Ampliado 1,5 1,1 1,3 13,9 13,9 Veículos, motos, partes e peças 2,7 0,4 1,7 23,3 22,3 Material de Construção 1,0 1,0 1,2 11,8 11,4 Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE). *variação percentual real mês/mês com ajuste sazonal. **variação percentual em relação à igual período do ano anterior.
  • 14. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 14 No Espírito Santo, o Comércio Varejista relação ao trimestre anterior. O obteve variação positiva de 9,4%, s e g m e n t o S u p e r m e r c a d o s e 12,8% e 8,5% nos meses de abril, Hipermercados obteve crescimento de maio e junho, respectivamente, apenas 3% em relação ao trimestre fechando o trimestre de 2008 com anterior. crescimento de 9,4%, e 10,1% no O Comércio Varejista Ampliado obteve acumulado dos últimos doze meses crescimento de 28,3% no segundo (tabela 3.6). Os segmentos que t r i m e s t r e d e 2 0 0 8 , s e n d o a p r e s e n t a ra m m a i o r e s a l t a s impulsionado pelo crescimento de t r i m e s t ra i s f o ra m M ó v e i s e 57,3% do segmento Veículos, Motos,Eletrodomésticos com crescimento de Partes e Peças e 8,9% do segmento27,5%, seguido de Tecidos, Vestuários material de construção.e Calçados com variação de 23,6%, em Tabela 3.6 – Volume de vendas no varejo por atividade – Espírito Santo (variação real% em relação ao mesmo período do ano anterior) Atividades Abr/08 Mai/08 Jun/08 Trimestre Acumulado 12 Meses* Comércio Varejista 9,4 12,8 8,5 10,2 8,5 Combustíveis e Lubrificantes 10,3 12,4 14,2 12,3 1,4 Hiper., Super., Alim., Beb. E Fumo -0,1 8,1 2,7 3,5 6,4 Supermercados e Hipermercados -0,7 7,6 2,1 3 6,2 Tecidos, vestuário e calçados 26,5 19,2 25,3 23,6 13,9 Móveis e eletrodomésticos 38,4 22,9 21,2 27,5 18,9 Outros artigos de uso pessoal e doméstico 19,6 21,6 4,8 15,3 3,7 Comércio Varejista Ampliado 32,2 25,6 27,1 28,3 20,7 Veículos, motos, partes e peças 69,3 47,8 55,0 57,3 41,3 Material de Construção 10,9 0,7 15,2 8,9 4,6 Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE). *variação percentual em relação ao período imediatamente anterior. 4. EMPREGO E SALÁRIOS Durante todo o segundo trimestre de E s t a t í s t i c a ) e p e l o D I E E S E 2008 houve queda nas taxas de (Departamento Intersindical de desemprego calculadas pelo IBGE Estatísticas Sócio-Econômicas), como (Instituto Brasileiro de Geografia e se pode observar na Tabela 4.1. Tabela 4.1 – Taxa de Desemprego (%) Meses IBGE* DIEESE** 2007 2008 2007 2008 Janeiro 9,3 8,0 14,4 13,6 Fevereiro 9,9 8,7 15,3 13,6 Março 10,1 8,6 15,9 14,3 * Média das seis maiores regiões metropolitanas do país ** Região Metropolitana de São Paulo Fonte: IBGE/PME e DIEESE/PED Segundo os dados do IBGE, a taxa de desemprego no fim do segundo semestre de 2008 foi 1,9 p.p. menor do que no mesmo período do ano anterior. Além disso, acumulou queda de 0,7 p.p. ao longo do período, tendo obtido resultado de 7,8% em junho, ante 8,5% em abril de 2008. A taxa de desemprego em junho foi a segunda menor de toda a série histórica do IBGE, sendo a mais baixa a de
  • 15. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 15 dezembro de 2007 (7,4%). queda na taxa de desemprego foi o Pelo DIEESE, o resultado de junho de crescimento industrial verificado no 2008 em comparação com o mesmo período. mês de 2007 apresentou queda de 1 De acordo com a Tabela 4.2, houve p.p., enquanto que ao longo do período uma melhora da renda real média do a taxa de desemprego acumulou queda trabalhador no período em questão, de 0,3 p.p., sendo de 13,9%, em tanto segundo o IBGE quanto o junho, ante 14,2%, em abril de 2008. DIEESE. O contraste ficou por conta doA taxa de desemprego para o mês de mês de abril, em relação ao qual ojunho representou o nível mais baixo IBGE estima uma elevação de 3,24% eda série histórica do DIEESE desde janeiro de 2007, e foi uma surpresa o DIEESE uma variação negativa de - para o período. Como afirma Alexandre 4,39%, em relação ao mesmo mês em Loloian, da Fundação Seade: "O 2007.No boletim de conjuntura do comércio apresentou um desempenho IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica fora de linha, muito forte para o mês Aplicada), referente ao mês de junhoem questão [junho], quando não há de 2008, destaca-se a afirmação deuma data comemorativa que que a taxa de crescimento dos saláriosimpulsione as vendas, como o Dia das Mães (maio) e Natal (dezembro). É um reduziu neste segundo semestre. mês morto”¹. Outro fator a explicar a Tabela 4.2 - Rendimento Médio Real - em R$ e variação percentual em relação ao mesmo mês do ano anterior Meses IBGE DIEESE* 2007 2008 Var (%) 2007 2008 Var (%) Abril 1.188,14 1.226,66 3,24 1.231,87 1.177,82 -4,39 Maio 1.191,52 1.217,14 2,15 1.164,61 1.214,93 4,32 Junho 1.187,03 1.216,50 2,48 1.136,97 - - * Região Metropolitana de São Paulo. Deflator: IPCA. Mês: Junho=100. Fonte: IBGE/PME e DIEESE/PED Segundo este documento, uma rigidez dos salários nominais frente ao “explicação para tal movimento de aumento de preços em um curto perda de fôlego está ligada, por um intervalo de tempo. lado, à aceleração da inflação ao longo Por outro lado, o IPEA, em Carta de dos últimos meses e, por outro lado, ao Conjuntura referente ao mês de junho próprio dinamismo do mercado de de 2008, observou que o aumento do trabalho, em que a taxa de ocupação é número de empregos com registro foi puxada pelo crescimento do emprego de trabalhadores com baixa com registro”. qualificação e, portanto, baixos A aceleração da inflação, que é salários. explicada principalmente pela elevação dos preços dos alimentos no período analisado, provoca uma corrosão dos salários reais dos Para ilustrar informa, a partir de dados trabalhadores, uma vez que há certa do CAGED, que em maio 82% dos
  • 16. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 16 novos postos de trabalho estão 23.569 mil pessoas (Tabela 4.3). Este enquadrados na faixa de remuneração dado representou um crescimento de de zero até dois salários mínimos. 2,41% (554 mil pessoas), em relação A PEA (População Economicamente ao mesmo mês do ano anterior, e Ativa), estimada pelo IBGE, para junho 0,81% (191 mil pessoas) no trimestre. de 2008 e nas seis principais regiões No que tange ao número de pessoas metropolitanas do país, totalizou ocupadas, este cresceu em proporção Tabela 4.3 - População Economicamente Ativa (Regiões Metropolitanas - em mil pessoas) Meses Ocupadas Desocupadas Total 2007 2008 2007 2008 2007 2008 Abril 20.501 21.387 2.313 1.991 22.814 23.378 Maio 20.522 21.476 2.314 1.842 22.836 23.318 Junho 20.790 21.723 2.225 1.846 23.015 23.569 Fonte: IBGE/PME maior do que a PEA. Em comparação Em relação ao emprego formal, os com junho de 2007, observou-se uma dados do CAGED (Cadastro Geral de elevação de 4,49% (933 mil pessoas), Empregados e Desempregados) enquanto que no segundo trimestre de indicam, para o segundo trimestre de2008 a elevação foi de 1,57% (336 mil 2008, que 806.948 novos empregospessoas). São dados esclarecedores, na medida em que indicam um foram criados, como mostra a Tabela resultado líquido de cerca de 380 mil 4.4. Tal desempenho significou um pessoas absorvidas pelo mercado de aumento de 252.508 novos empregos trabalho, no período de junho de 2007 formais, com relação ao trimestre a junho de 2008. anterior, e de 111.073 novas vagas, Segundo o IBGE, o crescimento do com relação ao mesmo trimestre donúmero de ocupados ocorreu ano passado.substancialmente pelo aumento do No trimestre, o maior número denúmero de empregados com carteira assinada no setor privado. A empregos criados foi no setor de participação dos trabalhadores serviços (178.314 vagas), com ocupados no setor privado passou de destaque, em abril, para três dos seis 41,9% para 43,9%, aumento de 2 p.p, ramos que compõem o setor entre junho de 2007 e junho de 2008. (atividades de informática e serviçosMilitares e funcionários públicos r e l a c i o n a d o s ; a l o j a m e n t o ,estatutários mantiveram praticamente alimentação e manutenção; transporteestável sua participação em 7,5%. Para o segundo trimestre do ano, e comunicação), e, em maio e junho, verificou-se uma redução no número de forma mais específica, para o de desocupados de 145 mil, enquanto subsetor de atividades de informática e que no mesmo período de 2007, a serviços relacionados, com 20.587 e redução havia totalizado 88 mil 28.999 empregos, respectivamente. pessoas.
  • 17. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 17 A indústria de transformação Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), destacou-se no mês de abril com esses números refletem também o 82.740 novos postos de trabalho, impacto da melhora da renda das 42.351 vagas a mais que o mês de famílias, influenciando a produção de março. O subsetor produção de bens de consumo de massa. alimentos e bebidas (46.354 Cabe ressaltar o desempenho do setor empregos) foi responsável por quase agropecuário, que em abril gerou 50% do total de empregos criados. 15.442 empregos a mais que no mês Isto pode ser explicado pela abertura anterior, em virtude das safras do café, de 62 mil vagas na indústria paulista do feijão, da soja, do milho e do arroz. nesse mês. Segundo uma pesquisa da O período de safra da cana-de-açúcar Federação e Centro das Indústrias do e do café contribuiu para explicar os T abela 4. 4 – Saldo entr e emp regad os e d esemp rega dos n o B ras il po r setor – 2 00 8 Ativ id ad e E con ôm ica Ab ril M aio Ju n ho T otal no Trime stre Ex tra tiva Mine ral 2 .0 6 8 1. 86 4 1 .7 4 5 5. 67 7 Ind . T ran sform ação 8 2 .7 4 0 3 6. 70 1 5 2 .2 1 4 1 7 1. 65 5 Serv . In d. Util. Pú b lica 1 .6 0 6 70 8 8 6 9 3. 18 3 Co nstrução Civil 3 2 .0 7 1 2 8. 67 0 3 6 .7 5 8 9 7. 49 9 Co mé rcio 3 4 .7 3 3 2 9. 92 1 4 8 .2 1 3 1 1 2. 86 7 Serv iços 9 7 .4 2 6 5 5. 36 1 7 3 .4 3 6 2 2 6. 22 3 Ad m. Pú b lica 5 .2 5 1 2. 65 2 3 .6 2 7 1 1. 53 0 Ag ro p ecuá ria 3 8 .6 2 7 4 7. 10 7 9 2 .5 8 0 1 7 8. 31 4 To ta l 29 4 .5 2 2 2 0 2. 98 4 30 9 .4 4 2 8 0 6. 94 8 Fo nte: MT E – C AG ED altos números dos meses seguintes aproximadamente 28% das vagas, neste setor, com 47.107 e 92.580 seguido pela agropecuária e pela novos postos de trabalho. indústria de transformação. Vale dizer O comércio apresentou uma forte que esses três setores responderam recuperação, fechando o trimestre por 71,4% da criação de empregos no com 112.867 novas vagas, contra período analisado. 19.256 empregos no período Em termos regionais (tabela 4.5), o imediatamente anterior. Isso deveu-se Sudeste mais uma vez liderou a ao impulso dado pelo comércio geração de postos de trabalho com varejista ao longo dos três meses do aproximadamente 67,6% do total no segundo trimestre de 2008. trimestre, com destaque para os Percebe-se, portanto, que durante o estados de São Paulo (323.399) e segundo trimestre, assim como no Minas Gerais (147.222). É digno de primeiro, o setor de serviços foi a nota o bom desempenho do setor atividade econômica que mais gerou agropecuário nesta Região, conhecida empregos, num percentual de por concentrar as principais indústrias
  • 18. T abela 4.6 - Evoluçã o do Emprego Formal por Setor de Ativida de Eco nômica Atividade Econômica Espírito Santo Região Metropolitana* Vitória Extrativa Mineral -38 16 46 Indústria de Transformação 3.247 2.568 278 Serv. Ind. Util. Pública 161 157 140 Construção Civil 3.209 3.396 2.067 Comércio 3.020 746 88 Serviços 4.775 3.298 1.183 Adm. Pública 290 78 22 Agric., Silvicultura 5.768 115 11 Total 20.432 11.929 3.835 *Região Metropolitana da Grande Vitória: Vitória, V ila V elha, Serra, Cariacica, V iana, Guarapari exceto Fundão Fonte: CA GED Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 18 do país. A Região Nordeste recuperou o postos de trabalho saldo negativo do primeiro trimestre de 2008, com a criação de 61.800 novos Espírito Santo No segundo trimestre de 2008, foram formais no Espírito Santo refletiu criados 20.432 novos postos de quase que na sua integralidade a trabalho celetistas no Espírito Santo situação do país como um todo, (Tabela 4.6). O setor que mais gerou reproduzindo as mesmas proporções novos empregos foi o setor de da tabela 4.4.. Observou-se expansão agropecuária, seguindo tendência no comércio, comparada a contração nacional devido a fatores sazonais no trimestre anterior (-143 postos), relativos ao cultivo do café e cana-de- devido ao aquecimento da demanda açúcar. A geração de empregos proveniente de datas comemorativas ao trimestre anterior.durante o período (Dia das Mães, Dia O único setor a apresentar saldo dos Namorados, etc.). negativo no período foi o setor Vale destacar também a continuidade extrativo mineral (-38), afetado não só do movimento de expansão da pela inadimplência da crise americana indústria de transformação, puxada presente no primeiro trimestre, mas pela expansão das grandes empresas, também pela greve dos auditores e o boom imobiliário capixaba, fiscais. No entanto, segundo refletido no crescimento de 114% no empresários do setor, prevê-se uma setor de construção civil, em relação Tabela 4.5 – Saldo entre ligados e desligados no Brasil por região (total no trimestre) Fonte: MTE – CAGED Setor Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste Extrativa Mineral 2.552 660 572 570 920 Ind. Transformação 119.936 38.252 -6.432 1.913 17.986 Serv. Ind. Util. Pública 1.345 324 747 314 453 Construção Civil 50.773 12.881 14.060 7.817 11.968 Comércio 61.346 23.771 13.980 4.853 8.917 Serviços 123.089 28.849 24.326 9.474 15.262 Adm. Pública 9.582 1.482 104 168 194 Agropecuária 159.549 -6.762 14.443 2.266 8.818 Total 528.172 99.457 61.800 27.375 64.518
  • 19. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 19 possibilidade de recuperação deste, Estado, os dados do Instituto Euvaldo tendo em vista as vantagens Lodi (IEL-ES) indicam uma variação potenciais que podem ser obtidas não positiva no emprego de 0,97%, na só pelos pacotes de isenção fiscal e comparação entre abril e março desteestímulo à exportação oferecidos pelo ano, seguida de uma variação tambémgoverno (acrescidos de facilidades de crédito oferecidas pelo Bandes para o positiva de 0,43%, entre maio e abril setor)², como também aproveitando o (Tabela 4.7). No primeiro período, as boom imobiliário capixaba, que vem variações positivas mais significativas registrando crescimento de 10% ao foram nos setores de coque, refino e ano³. São previstas, ainda, melhoras álcool, com impressionante variação no setor indústria de transformação, de 15,72%, veículos automotorescom a iminente vinda de grandes (3,53%) e edição e impressãoempresas estrangeiras para o Estado, (2,48%). A variação no primeiro setorcomo a asiática Jurong Shipyard, uma gigante naval de Cingapura, para a refletiu o fator sazonal relativo ao 4 cidade de Aracruz . c u l t i v o d e c a n a - d e - a ç ú c a r, A Região Metropolitana (exclusive o mencionado anteriormente. O município de Fundão) foi responsável destaque negativo de maior pela criação de 11.929 postos de significância verificou-se no setor de trabalho (Tabela 4.6), representando produtos químicos (-5,74%). Já no 58,4% do total criado para o Espírito segundo período, o destaque positivoSanto, mantendo esta região como coube, além do setor de coque, refino ecentro dinâmico do Estado frente aos outros 71 municípios, em que pesem álcool (9,93%), aos setores de couro e os números expressivos apresentados calçados (4,9%), mantendo o por alguns poucos municípios, como movimento de aquecimento do Linhares e São Mateus, entre outros. primeiro trimestre, seguido de celulose A capital, Vitória, concentra a maior e papel (4,05%) e produtos têxteis parte da criação de novos postos de (4,04%). O destaque negativo de trabalho (3.835 postos), puxada, maior significância coube ao setor de principalmente, pelos setores de veículos automotores (-1,12%). serviços e construção civil. Em ²Revista Inforochas. PACOTÃO do Governo seguida, vem o município da Serra Federal reduz tributos para empresas. Vila (3.120 postos), impulsionado pelos Velha, Junho 2008, p. 13-14. mesmos setores. Embora ainda haja ³Revista Inforochas. CONSTRUÇÃO Civil atravessa ciclo de outro. Vila Velha, abrildisparidades entre os municípios da 2008, p. 08-10. própria Região Metropolitana, estas 4 VALOR ON LINE. Jurong terá estaleiro no diminuíram no segundo trimestre em E s p í r i t o S a n t o . R e t i r a d o d e : http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?relação ao primeiro, havendo uma noticiaId=99685086. Publicado em: 20 de maior participação na criação de agosto 2008. Acesso em: 20 agosto 2008. empregos. Em relação ao setor industrial no
  • 20. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 20 Tabela 4.7 - Variação Mensal do pessoal ocupado por gênero de atividade econômica no ES (%) Atividade Econômica ABR/MAR MAI/ABR Indústrias Extrativas 0,49 -0,15 Alimentos e Bebidas 0,19 1,14 Produtos Têxteis -0,09 4,04 Vestuário e Acessórios 0,38 0,14 Couros e Calçados 0,45 4,9 Celulose e Papel 0,17 4,05 Edição e Impressão 2,48 -0,19 Coque, Refino Petróleo, Álcool 15,72 9,93 Produtos Químicos -5,74 0,45 Artigos de Borracha e Plástico -0,14 2,14 Minerais não metálicos 0,68 -0,77 Metalurgia Básica 0,36 0,21 Prod. Metálicos - Excl. Máquinas 1,38 -0,78 Máq., Aparelhos e Mat. Elétricos -1,37 0,46 Veículos Automotores 3,53 -1,12 Móveis e Indústrias Diversas 0,83 0,7 Eletricidade e Gás -0,26 0,46 Captação Tratam. Distr. Água -0,13 -0,07 Construção 1,91 0,62 Total da Indústria 0,97 0,43 Fonte: IEL-ES 5. POLÍTICA MONETÁRIA Nos meses de abril e junho de 2008 Nota Técnica intitulada Reversão ocorreram duas reuniões do Comitê de Preventiva na Política Monetária, Política Monetária (Copom) que apresenta fortes argumentos fixaram por unanimidade, a taxa Selic contrários a essa política comandada em 11,75% a.a. em abril e 12,25% pelo Banco Central. Além de refutar os a . a . e m j u n h o , s e m v i é s , argumentos de que o crescimento da respectivamente. Os argumentos renda pressiona a inflação devido ao sustentados pelo Copom para tais crescimento do salário, mostra que o aumentos, contidos nas atas 134º e custo unitário por trabalhador 135º das reuniões, são, entre outros decresceu enquanto os ganhos de fatores: aquecimento da demanda, produtividade foram crescentes a aumento da massa salarial e restrições partir de maio de 2007. Nesta nota, setoriais de oferta. Ademais, defendem o ponto de vista de que o justificam que neste “contexto, a aumento na taxa de juros conduz à redução consistente do descompasso retração na oferta monetária e entre o ritmo de ampliação da oferta constitui um “tremendo banho de água de bens e serviços e o da demanda fria no espírito empresarial” que torna-se ainda mais relevante na poderá reverter a tendência de avaliação das diferentes possibilidades crescimento da economia brasileira. que se apresentam para a política Enfim, consideram que “trata-se de monetária”. perigosa distorção do mandato do Todavia, o Instituto de Pesquisa BCB. Isso compromete ainda mais a já Econômica Aplicada (IPEA), em sua precária coordenação da política
  • 21. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 21 e c o n ô m i c a , c i n d i d a e n t r e o cresceu 0,4% e 1,0% nos dois conservadorismo agressivo do BCB e primeiros meses e diminuiu 1,2% no o s t í m i d o s a n s e i o s terceiro. desenvolvimentistas da Fazenda Os meios de pagamentos, M1, como (p.15).” média dos saldos nos dias úteis, A tabela 5.1 mostra o comportamento apresentaram uma estabilidade muito dos agregados monetários básicos da maior do que a base monetária. A economia brasileira no segundo conversão da base monetária em M1, trimestre de 2008. A base monetária através da criação secundária de cresceu 9,0%, 23,0% e 14,9% a cada moeda pelo sistema bancário, mês, em relação aos mesmos meses manteve-se bastante estável no do ano anterior. Entretanto, diminuiu trimestre, apresentando uma relação 3,3%, em abril, aumentou 6,8%, em entre 1,41 e 1,42, ou seja, de pouco maio, e diminuiu novamente em 0,3%, mais de quarenta centavos para cada em junho, quando a comparação é real emitido. Assim, a demanda por feita em relação ao mês anterior. moeda manteve-se bastante estável, Considerando a média dos saldos nos mas com ligeira queda, fixando-se em dias úteis, o comportamento da base 6,6%, em abril, e 6,4%, em maio e monetária foi muito mais estável, junho, em relação ao PIB A tabela 5.2 mostra que o conjunto dos depósitos de poupança representam ativos monetários e financeiros da 12,1% e os meios de pagamentos, economia, acumulado no sistema 9,1%. bancário, já ultrapassou os dois Dessa forma, a política de juros trilhões de reais, o que representa comandada pelo Banco Central cerca de 70% do PIB. Desse total, constitui o principal meio de 57,8% estão lastreados na dívida remuneração da riqueza financeira pública federal, registrados nas quotas acumulada. Mais ainda, a maior parte de fundos de renda fixa, nas operações dessa riqueza foi criada e impulsionada compromissadas e nos títulos federais, pela própria política de juros elevados e 20,8%, estão lastreados em títulos que caracteriza a política econômica privados que incluem depósitos a nacional. Como, desde o início do Plano prazo, letras de câmbio, letras Real, os superávits primários gerados hipotecárias e letras imobiliárias. Os pela política fiscal são insuficientes Tabela 5.1: Base Monetária, componentes e meios de pagamentos Saldo em final de período (em R$ milhões) e variação em 12 meses (%) Meios de Pagamentos referem-se à média dos saldos nos dias úteis. Fonte: BCB. Nota para a imprensa abr/08 mai/08 jun/08 Componentes R$ % R$ % R$ % Base Monetária 124 684 9,0 133 159 23,0 132 793 14,9 Papel moeda emitido 89 876 19,0 90 912 21,1 92 568 19,5 Reservas Bancárias 34 808 -10,5 42 247 27,4 40 225 5,5 Meios de Pagamentos 186 885 17,7 187 612 18,3 186 313 14,6 Moeda em poder do público 73 066 19,0 73 342 18,5 74 575 18,5 Depósitos à vista 113 819 16,8 114 270 18,2 111 738 12,1
  • 22. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 22 para o pagamento da conta de juros, dois primeiros meses do trimestre, uma parte dos juros foi sendo como pode ser observado nos dados acrescida, continuamente, ao saldo da sobre as operações do Tesouro dívida mobiliária federal. Nacional, na tabela 5.3. O esforço do Considerando que, com exceção do M1 Tesouro Nacional pressionou e dos depósitos de poupança, apenas negativamente a base monetária em 1% da população detém cerca de 80% R$ 14,2 bilhões e resultou em um dos demais ativos financeiros, todo superávit nominal de R$ 3,8 bilhões. aumento na taxa básica de juros Essa política se manteve em maio, beneficia imediatamente essa porém não foi suficiente para manter o pequena parcela da população. superávit nominal, tendo o resultado Durante o segundo trimestre do ano, a nominal fechado o mês com déficit de preocupação do governo com a R$ 2,9 bilhões. Em junho, as operações inflação teve grande destaque, o que do Tesouro produziram um resultado ocupou o espaço das discussões sobre primário menor e o déficit nominal o grau de investimento e da crise da cresceu para R$ 5,8 bilhões. economia dos Estados Unidos. Como a Entretanto, durante o trimestre a política monetária é a forma utilizada busca na geração de superávits pelo governo para controle da inflação, primários foi mantida, acumulando R$ os instrumentos que possibilitam 88,0 bilhões no semestre ou 6,32% do administração da inflação voltaram-se PIB. Em termos monetários, essas para o seu controle. operações resultaram em uma redução O esforço fiscal para o aumento do de R$ 28,5 bilhões na base monetária. superávit primário foi mais intenso nos As operações com títulos públicos federais e as operações do setor retirados pelo tesouro nacional e pelos externo foram os principais meios de depósitos das instituições financeiras. criação primária de moeda no As operações com o setor externo trimestre. Os resgates de títulos foram as que mais contribuíram para a públicos feitos pelo Banco Central expansão da base monetária durante o expandiram a base monetária em R$ segundo trimestre. Nos dois primeiros 18,9 bilhões no trimestre e as meses, a expansão foi provocada aquisições de divisas acrescentaram principalmente pelo movimento do m a i s R $ 1 4 , 2 b i l h õ e s , q u e capital especulativo de curto prazo, compensaram os R$ 33,6 bilhões conhecido como investimentos em Tabela 5.2 - Meios de Pagamentos (M4) - Saldos em R$ milhões Fonte: BCB. Nota para a imprensa Mês Depósit os para investi men- tos Depósito de poupança Títulos privados M2 Quotas de fundos de renda fixa Operações Compromissa das com títulos federais M3 Títulos federais (SELIC) Títulos estaduais e municipais M4 Abr 3.760 242699 379067,8 812326,6 814156,4 60723,17 1687206 302122 24,19117 1989352 Mai 3.531 244977,8 405149,1 836909,7 806410,5 67785,91 1711106 309382,2 36,9481 2020525 Jun 3.364 247732,6 424176,3 861825,3 797171,1 68801,12 1727797 313436,8 37,87479 2041272
  • 23. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 23 carteira, com US$ 4,69 bilhões e US$ ingresso a título de investimento 2,5 bilhões, em abril e maio, estrangeiro direto apresentou um respectivamente, e US$ 402 milhões saldo de US$ 16,7 bilhões, com em junho, além de compras líquidas de ingressos no montante de US$ 27,6 divisas feitas pelo BCB no mercado bilhões e saídas de US$ 10,9 bilhões, interbancário. Esses números uma queda de 19,9% em relação ao escondem, no entanto, o volume real mesmo período do ano passado. d e n e g ó c i o s e s p e c u l a t i v o s , Assim, o acelerado crescimento das principalmente na bolsa de valores, reservas internacionais sofreu uma cujo volume de entradas mais saídas queda brutal na comparação entre o atingiu US$ 230,8 bilhões, no primeiro semestre de 2007 e o de semestre. Em contrapartida, o 2008, de US$ 61,6 bilhões para US$ 19,2 bilhões. Brasil é único no mundo a realizar As operações com derivativos, através essas operações, em todos os países, a dos contratos de swap cambial e swap especulação com contratos futuros de cambial reverso, contribuíram para o câmbio e swaps é realizada nas bolsas aumento da base monetária. Essas de valores ou de mercadorias e operações correspondem a rigor à futuros. especulação financeira no mercado Em relação aos fatores internos da futuro de câmbio e o Banco Central economia brasileira, o governo funciona como banqueiro da considera a demanda agregada como especulação. O ajuste dessas fator impulsionador da inflação. A operações no trimestre correspondeu postura política híbrida adotada pela à criação de R$ 4,2 bilhões em moeda, política econômica, crescimento referente às perdas sofridas pelo atrelado ao controle da inflação, não Banco Central devido às valorizações parece ser eficiente: a um pequeno do Real frente ao dólar. Esse é um sinal de crescimento da economia mercado peculiar no qual os brasileira, a inflação parece escapar ao compradores de dólar não querem controle das autoridades. dólar e os vendedores não entregam Crédito os dólares vendidos. Mais, ainda, no As operações de crédito do sistema computo final das operações é a banca financeiro, no segundo trimestre de que sempre perde e os apostadores 2008, mantiveram a trajetória de sempre ganham, ao contrário dos expansão observada ao longo do ano e cassinos stricto sensu nos quais atingiram um total de R$ 1,07 trilhão sempre ocorre o contrário, a banca em junho, o que representou um sempre ganha. O Banco Central do aumento de 7,5% no trimestre. No Tabela 5.3 – Fatores Condicionantes da Base Monetária Fluxos acumulados no mês (R$ milhões) Período Tesouro Nacional Operações com títulos públicos federais Operações do Setor externo Redesconto do Banco Central Depósitos de instituições financeiras Operações com derivativos - ajustes Outras contas Variação da base monetária Abr/08 -14 212 4 491 6 690 18 -2 266 996 91 -4 193 Mai/08 -11 468 14 928 4 203 -19 -1 239 2 014 55 8 475 Jun/08 -2 799 -481 3 276 -0 -1 622 1 199 62 -366 Fonte: BCB. Nota para a imprensa.
  • 24. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 24 ano, esse crescimento acumula alta de alternativa aos juros exorbitantes das 33,4%, de acordo com Banco Central, p r i n c i p a i s m o d a l i d a d e s d e e atingiu a marca histórica de 36,5% financiamento. do PIB brasileiro. Entretanto, devido à O estoque de crédito destinado ao tendência inflacionária o governo setor privado atingiu um total de R$ estabeleceu, nos últimos meses, 1,05 trilhão em junho, uma expansão medidas que vêm provocando a de 7,6% no trimestre. Dentre os desaceleração da expansão do crédito, setores da atividade econômica o que como o aumento de impostos e juros, apresentou maior crescimento no com o intuito de controlar a inflação. período em questão foi o segmento de As medidas adotadas vêm surtindo outros serviços, com um incremento efeito nos financiamentos contratados de 11,3%, atingindo um volume de R$ pelas pessoas físicas, exceto nas 184,7 bilhões, devido à demanda dos operações de arrendamento mercantil setores de transportes e imóveis. Os de veículos. Já os empréstimos empréstimos concedidos à indústria destinados às pessoas jurídicas somaram R$ 244,7 bilhões, o que a m p l i a ra m - s e , b a s i c a m e n t e , significa um incremento trimestral de sustentados pela queda de 0,3 p.p. na 6,1%, causado principalmente pelo taxa de juros, situando-se em 26,6% fomento as atividades dos setores de no mês de junho, e na redução do geração de energia, metalurgia e spread bancário para pessoa jurídica. petroquímica. A taxa média de juros cobrados pelas Os financiamentos direcionados à instituições financeiras para as habitação expandiram-se 8,6% no pessoas físicas, no mês de junho, trimestre, registrando um volume de subiu nas principais modalidades de R$ 52,6 bilhões por circunstância da crédito, como as taxas do cheque utilização de recursos do FGTS. Já a especial (de 157,1% para 159,1% ao carteira de crédito para o comércio ano) e empréstimo pessoal (de 48,4% ampliou-se em 8,7% no período, e para 51,4% ao ano). Na média, os atingiu R$ 110,8 bilhões, em junho. juros passaram de 47,4% para 49,1% O saldo dos créditos destinados ao ao ano, a maior taxa desde abril de financiamento dos empreendimentos 2007. Parte deste movimento deve-se rurais sofreu um crescimento de 6,6% ao aumento na taxa básica de juros, no trimestre, principalmente, devido para 13% a.a. em julho, e outra parte ao fomento fornecido ao setor para refere-se à elevação do spread que se expanda a produção de bancário e às novas regras alimentos, como uma medida para estabelecidas para o IOF. controlar o atual aumento dos preços, No entanto, neste período ocorreu, principal vilão da inflação. O volume também, segundo o Banco Central, o deste tipo de financiamento no mês de crescimento das operações de leasing junho foi de R$ 98,3 bilhões. para pessoas físicas, que envolvem As carteiras de crédito destinadas ao predominantemente o arrendamento setor público finalizaram o trimestre de veículos, o que demonstra que este com um decréscimo de 0,4%, tipo de crédito encontra-se cada vez somando um volume total de R$ mais consolidado como uma 19,3% bilhões. Essa variação,
  • 25. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 25 segundo os dados do Banco Central, foi segmento de energia elétrica. A influenciada pela redução de 1,5% nos carteira destinada aos créditos financiamentos contratados pelos correspondentes à esfera federal governos estaduais e municipais, no também registrou uma retração de mês de junho, que totalizaram um 1,2% no trimestre. volume de R$ 15,4 bilhões, refletindo a liquidação de contratos com o 6. POLÍTICA FISCAL O Governo Central, no primeiro f a v o r á v e i s p e l o s a n a l i s t a s , semestre de 2008, aprofundou sua notadamente a relação dívida líquida política de ajuste fiscal estrutural por do setor público (DLSP)/PIB. meio da elevação do superávit Por outro lado, a principal estratégia primário. Essa estratégia, associada a fiscal de longo prazo do governo u m a p o l í t i c a f i n a n c e i r a d e federal, o Plano de Aceleração do administração da dívida pública no Crescimento (PAC), vem patinando. plano cambial, tem resultado até então Anunciado em janeiro de 2007, o PAC em indicadores fiscais considerados previu para 2008 um investimento de Tabela 5.4 – Operações de Crédito do Sistema Financeiro Saldo por Atividade Econômica (R$ milhões) Setor Público Setor Privado Total Geral Meses Governo federal Governos estaduais e municipais Total do Setor Público Indústria Habitação Rural Comércio Pessoas Físicas Outros Serviços Total do Setor Privado Abr/08 3 947 15 556 19 503 237 429 49 699 94 021 104 585 342 920 169 967 998 621 1 018 124 Mai/08 3 927 15 662 19 588 241 514 51 018 96 234 106 976 351 439 178 155 1 025 336 1 044 924 Jun/08 3 901 15 430 19 331 244 712 52 583 98 346 110 808 356 865 184 711 1 048 024 1 067 355 Faixa de Risco (junho 2008 em %) AA+A 99,8 64,7 71,8 73,2 48,2 51,1 60,8 65,8 67,2 65,0 65,1 B até G 0,2 34,1 27,2 25,8 46,5 45,7 37,3 29,8 31,1 32,2 32,2 H 0,0 1,2 1,0 1,0 5,3 3,2 1,9 4,4 1,7 2,8 2,7 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: BCB. Nota para a imprensa Dentre os principais motivos para a relação ao mês anterior. expansão das taxas de inadimplência, Por fim, as expectativas das nos últimos meses, encontra-se a instituições financeiras até o fim do elevação dos índices de inflação e dos ano mantêm-se, em geral, otimistas, níveis de crédito. Porém, no mês de apesar das medidas adotadas de junho, como uma confirmação das desaceleração da expansão do crédito expectativas de estabilização da pelo governo, principalmente porque situação, ocorreu um decréscimo de as carteiras de crédito para 0,2 p.p. na taxa de inadimplência dos financiamento de automóveis e créditos classificados na faixa H. imóveis, micro e pequenas empresas Entretanto, a taxa de inadimplência e consignados cresceram neste das dívidas com atraso a partir de 15 período e ainda possuem uma grande dias, faixas B até H, manteve-se expectativa de alta nos seus índices. constante no mês de junho, em
  • 26. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 26 R$ 15,8 bilhões, mas dessa quantia R$ bilhões, consistindo em 3,45% do PIB 4,4 bilhões são de reserva de daquele ano. O superávit semestral de c o m p r o m i s s o s o r ç a m e n t á r i o s 2008 assentou-se no incremento (empenhos). De janeiro a maio nominal de 16,7% da receita total em corrente, a despesa orçada era de R$ relação ao ano anterior, capaz de 6,5 bilhões, mas apenas cerca de R$ 3 compensar um crescimento de 9,8% bilhões foram executados. Já no da despesa total em igual período. acumulado, desde a implantação do A análise do último trimestre de 2008, PAC em 2007 até maio de 2008, mostra um comportamento da receita executou-se pelo Programa R$ 10,5 mais favorável no mês de abril. Neste bilhões em despesas, significando 88 mês ressalta-se o aumento da receita obras concluídas. A quantia relativa bruta devido ao pagamento sazonal do aos empenhos em igual período foi de Imposto de Renda das Pessoas Físicas R$ 20,4 bilhões. (IRPF) relativo à declaração de ajuste No primeiro semestre de 2008, a do ano base de 2007; soma-se a isso o estratégia de ampliação do superávit pagamento da primeira cota do primário pode ser avaliada com base Imposto de Renda das Pessoas no resultado primário do Governo Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Central. Esse indicador fiscal, Social dos Lucros Líquidos (CSLL) calculado acima da linha pela referente à apuração trimestral Secretaria do Tesouro Nacional, encerrada em março de 2008. equivaleu, no acumulado do ano, a R$ Observou-se também no mês de maio 61,4 bilhões, ou 4,41% do PIB (tabela c o r r e n t e u m a e l e va ç ã o n a s 6.1). Nesse mesmo período de 2007, o transferências aos estados e superávit primário foi menor, R$ 42,6 municípios de 14% em relação ao mês Tabela 6.1Resultado Primário do Governo Central (emmilhões R$) Discriminação jun/07 jan-jun/07 abr/08 mai/08 jun/08 jan-jun/08 I. RECEITA TOTAL 49.433,2 295.664,0 63.541,3 54.830,0 56.207,5 344.945,5 I.1. Receitas do Tesouro 38.405,3 232.211,6 50.766,4 42.038,1 43.132,7 270.637,5 I.2. Receitas da Previdência Social 10.928,8 62.836,4 12.641,6 12.650,0 12.942,8 73.502,7 I.3. Receitas do Banco Central 99,1 616,0 133,3 141,9 132,0 805,2 II. TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E MUNICÍPIOS 9.678,0 52.347,2 10.442,0 11.894,4 9.442,9 63.239,0 III. RECEITA LÍQUIDA TOTAL(I-II) 39.755,2 243.316,8 53.099,3 42.935,7 46.764,6 281.706,5 IV. DESPESA TOTAL 34.556,8 200.686,5 36.380,6 37.387,5 38.842,1 220.336,2 IV.1. Pessoal e Encargos Sociais 9.030,9 55.342,9 9.074,9 9.387,7 10.029,8 59.601,5 IV.2. Benefícios Previdenciários 14.315,3 83.620,2 15.428,8 15.403,5 15.806,1 91.658,9 IV.3. Custeio e Capital 11.031,8 60.579,2 11.630,6 12.372,0 12.781,5 67.719,7 IV.4. Transferência do Tesouro ao Banco Central 11,3 226,5 74,0 63,3 72,3 383,2 IV.5. Despesas do Banco Central 167,6 917,8 172,3 161,0 152,4 972,9 V. RESULTADO PRIMÁRIO GOVERNO CENTRAL (III - IV) 5.198,4 42.630,3 16.718,7 5.548,1 7.922,5 61.370,3 V.1. Tesouro Nacional 8.653,4 63.715,9 19.544,9 8.320,7 10.806,2 79.694,2 V.2. Previdência Social -3.386,4 -20.783,9 -2.787,2 -2.753,5 -2.863,3 -18.156,2 V.3. Banco Central -68,5 -301,8 -39,0 -19,1 -20,4 -167,7 VI. RESULTADO PRIMÁRIO/PIB (%) 3,45 4,41 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional
  • 27. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 27 anterior. Explica esse desempenho 3,3% em relação ao mês anterior, com uma ampliação de R$ 439,6 milhões destaque para o acréscimo de R$ nas transferências aos fundos de 129,5 milhões nas despesas com participação, além do acréscimo de R$ créditos extraordinários.A despesa 1,5 bilhão em repasses de recursos total apresentou uma trajetória provenientes de royalties de petróleo e crescente no último trimestre, gás natural. alcançando o maior patamar em A despesa total apresentou uma junho. Isso se deveu principalmente à trajetória crescente no último elevação em 6,8% do dispêndio trimestre, alcançando o maior nominal com pessoal e encargos patamar em junho. Isso se deveu sociais, comparando-se com o mês principalmente à elevação em 6,8% do anterior. Tal elevação ocorreu devido dispêndio nominal com pessoal e ao adiantamento da parcela do décimo encargos sociais, comparando-se com terceiro salário aos servidores dos o mês anterior. Tal elevação ocorreu Poderes Legislativo, Judiciário e do devido ao adiantamento da parcela do Ministério Público da União. Com décimo terceiro salário aos servidores relação aos gastos de Custeio e Capital dos Poderes Legislativo, Judiciário e do no mesmo mês, houve um aumento de Ministério Público da União. Com 3,3% em relação ao mês anterior, com relação aos gastos de Custeio e Capital destaque para o acréscimo de R$ no mesmo mês, houve um aumento de 129,5 milhões nas despesas com créditos extraordinários. primeiro semestre de 2008, uma As contas fiscais para o governo intensificação do ajuste fiscal do consolidado, no critério abaixo da linha governo por meio da elevação do obtido pelo Banco Central, mostram o superávit primário. O resultado desempenho fiscal do governo através primário consolidado, no acumulado da variação do endividamento líquido. do ano, registrou um superávit de R$ Essa medida também indica, para o 86,1 bilhões, 6,19% do PIB, valor Tabela 6.2 – Necessidades de Financiamento do Setor Público (R$ milhões) Discriminação jun/07 jan-jun/07 abr/08 mai/08 jun/08 jan-jun/08 I. Resultado Primário -11647 -71674 -18712 -13207 -11166 -86116 I.1. Governo Central -5474 -44116 -16861 -4916 -7067 -60677 I.2. Governos Regionais -3332 -19574 -2459 -3704 -3096 -19217 I.3. Empresas Estatais -2842 -7985 608 -4586 -1002 -6222 II. Juros Nominais 10970 78854 14870 16173 16994 88026 II.1. Governo Central 8248 64796 10473 10397 8215 53756 II.2. Governos Regionais 2466 15169 4461 5871 8747 35127 II.3. Empresas Estatais 256 -1112 -63 -94 33 -857 III. Resultado Nominal -677 7179 -3842 2966 5829 1910 III.1. Governo Central 2774 20680 -6387 5480 1148 -6921 III.2. Governos Regionais -865 -4405 2002 2166 5650 15910 III.3. Empresas Estatais -2586 -9096 544 -4680 -969 -7079 (+) déficit (-) superávit Fonte: BCB – Notas para a imprensa de 31/07/2007 e 30/07/2008
  • 28. Tabela 6.3 – Dívida Líquida do Setor Público (R$ milhões) Discriminação jun/07 dez/07 abr/08 mai/08 jun/08 Dívida Líquida Total 1095042 1150357 1153289 1168271 1180009 Governo Central 774910 816680 810855 827043 833290 Governos Regionais 358216,8 373323 381251 383085 388464 Empresas Estatais -38085 -39647 -38817 -41857 -41746 Dívida Líquida Total 1095042 1150357 1153289 1168271 1180009 Dívida Interna Líquida 1285308 1393139 1420114 1431943 1442387 Dívida Externa Líquida -190266 -242782 -1266825 -263672 -262378 DLSP em % do PIB 44,3 42,8 40,9 40,6 40,4 Fonte: BCB – Notas para a imprensa de 31/07/2007, 30/01/2008 e 30/07/2008 Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 28 20,1% superior ao superávit primário pelas Empresas Estatais. verificado em igual período em 2007. No mesmo mês, as despesas com juros Essa ampliação do superávit no nominais, principal fator condicionante acumulado do ano resulta diretamente da dívida pública, totalizaram R$ 16,9 de um maior esforço fiscal do Governo bilhões. No acumulado do ano, essas Central, com um incremento de 37,5% despesas registraram R$ 88 bilhões frente ao valor obtido em 2007, ao (6,32% do PIB), R$ 10 bilhões a mais contrário das demais instâncias que que o mesmo período (janeiro a junho) reduziram o nível de superávit, do ano de 2007. Apesar do aumento notadamente as empresas estatais (- das despesas com juros em termos 22%). nominais no acumulado do ano a No mês de junho de 2008, a relação com o PIB sofreu queda de Necessidade de Financiamento do 0,07 p.p. em comparação ao valor Setor Público (NFSP) do governo registrado no mesmo período (janeiro consolidado indicou um superávit a junho) de 2007. Segundo o BACEN, primário de R$ 11,1 bilhões. Deste isto reflete a redução de 0,06 p.p. valor, R$ 7 bilhões foram realizados ocorrida na Selic entre o primeiro pelo Governo Central, R$ 3,1 bilhões semestre de 2007 e o de 2008. pelos Governos Regionais e R$ 1 bilhão O esforço fiscal do Governo ainda não equivaleu a uma relação resultado esse valor, com um déficit R$ 5,6 nominal/PIB nula, como desejam bilhões. O Governo Central participou muitos analistas fiscais. Não obstante, com um déficit de R$ 1,1 bilhão, caminhou nesta direção no primeiro enquanto que as Empresas Estatais semestre de 2008, contabilizando um apresentaram um superávit nominal déficit para o setor público consolidado de R$ 969 milhões. de R$ 1,9 bilhão, correspondente a A Dívida Líquida do Setor Público 0,14% do PIB. (DLSP) alcançou a cifra de R$ 1,18 Em junho de 2008 o resultado trilhão em junho de 2008 (40,4% do nominal, resultado primário mais PIB). Este resultado é levemente despesas com juros nominais, superior ao registrado no mês anterior, apresentou um déficit da ordem de R$ maio, de R$ 1,17 trilhão (40,6% do 5,8 bilhões. Os Governos Regionais PIB). Comparando-se o resultado foram os que mais contribuíram para registrado em junho de 2008 (40,4%
  • 29. T abe la 6 .4 - T ítu los Pú blico s Fede rais e op er. e m erca do a ber to Discrim ina çã o Jun/07 A br/ 08 Ma i/ 08 Jun/ 08 D ívida Total ( R$ bilhões) 1 335 663 1 464 73 0 1 463 66 6 1 480 41 8 Ind exador es (%) O ver/ Selic* 36,0 32,0 32,5 31,4 C âmbio* - 1,8 -1,8 -1,8 -1,7 Prefixado 32,9 28,3 29,1 29,3 TR 2,1 1,8 1,7 1,7 Índ ice de preços 21,2 23,0 23,2 23,5 O per. De Merc. A berto 9,1 16,8 15,3 15,7 *com ope ra çõ es de Sw ap F onte: B CB - Notas para imprensa de j unho de 200 8 Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 29 do PIB) com o valor em junho de 2007, efeito do crescimento do produto, que R$ 1,10 trilhão (44,3% do PIB), são contribuiu com 3,3 p.p.. Por outro expressivos os resultados positivos lado, os juros nominais apropriados atingidos pelo governo em suas metas contribuíram para elevar a dívida em 3 fiscais. p.p. do PIB e o ajuste decorrente da É interessante notar que a trajetória de valorização cambial de 10,1% queda da DLSP, em termos acumulada no ano de 2008 colaborou monetários, foi interrompida em abril, para a elevação da dívida em 0,9 p.p. quando a variável alcançou R$ 1,15 do PIB. trilhão (40,9% do PIB). Em março de De acordo com Mario Torós, diretor de 2008, último mês do primeiro Política Monetária do Banco Central, trimestre, o valor da DLSP havia também as operações de compra de registrado R$ 1,14 trilhão (41,2% do dólares no mercado futuro feitas pelo PIB). Os meses subseqüentes BACEN seriam um importante seguiram registrando valores instrumento utilizado pelo governo monetários crescentes da DLSP, mas para minimizar os impactos das crises suas proporções em relação ao PIB externas sobre a relação dívida PIB. As continuaram no caminho da queda, operações com o chamado “swap” como aconteceu no primeiro trimestre. cambial reverso, além de reduzirem a As variáveis que mais contribuíram vulnerabilidade no Balanço de para a redução da relação dívida/PIB Pagamentos nesses contextos teriam no ano foram o superávit primário, o esse tipo de efeito indireto. qual participou com 2,9 p.p. do PIB e o É no plano da dívida mobiliária total, de juros básica. Por outro lado, o maior não obstante, que os efeitos do controle da liquidez imediata junto aos contexto internacional adverso Dealers, por meio do incremento de R$ aparecem de forma mais explícita. O 60 bilhões no volume dos títulos em risco de inflação, desencadeado no carteira do Banco Central, é um indício mercado de commodities, refletiu-se de uma maior cautela do governo na decisão do BC de elevação da taxa frente à crise financeira internacional.
  • 30. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 30 Os dados da dívida mobiliária segundo que pode ser explicado pelo aumento os indexadores, por outro lado, considerável dos índices de preços indicam, no último trimestre, uma nacionais frente à elevação dos preços recuperação da estratégia de dos alimentos. A migração para tais alongamento de seu perfil nos moldes títulos reflete principalmente a praticados em 2007. Pode-se destacar expectativa pessimista dos agentes uma maior participação dos títulos q u e q u e r e m a n t e c i p a r s e u s públicos prefixados acompanhados rendimentos sem que a inflação os pela diminuição da participação dos corroa acima do planejado. Em títulos indexados à Selic. A participação entrevista num seminário interno ao do prefixado acumulou uma variação BACEN¹, o presidente do Banco de 1 p.p. durante o segundo trimestre, Central argumentou que todos os ainda abaixo do nível alcançado em esforços da política monetária se junho de 2007, enquanto os títulos debruçariam no controle de preços indexados à Selic acumularam um dentro da meta estabelecida e que as recuo 0,6 p.p. ao final de junho. expectativas do BC são de um Outro ponto a ser mencionado é a comportamento mais estável dos maior participação dos títulos preços até o final do ano. indexados aos índices de preços, fato As operações de mercado aberto, Tabela 6.5 - Títulos públicos federais - R$ milhões dez/07 abr/08 mai/08 jun/08 Títulos emitidos 1.511.685 1.580.967 1.606.953 1.670.955 Carteira do BACEN 312.781 362.253 367.345 423.665 TesouroNacional LTN 349.895 275.462 282.702 287.882 LFT 406.966 430.655 439.056 429.755 NTN 401.677 472.885 478.650 490.180 Dívida Securt. 21.499 21.109 20.512 20.611 CFT/ 14.362 13.733 13.857 13.989 TODA 4.472 4.846 4.808 4.850 BTN 32 24 23 23 Total 1.198.904 1.218.714 1.239.608 1.247.290 % do PIB 48,0 43,2 43,1 42,7 Fonte: BCB - Notas para imprensa de julho de 2008 principal instrumento para a definição instrumento das operações de da taxa básica de juros, apresentaram mercado aberto são títulos em seu recorde de participação em abril, operações compromissadas. Estas 16,8 % do montante da dívida. Após operações consistem na emissão de este ápice, o volume de negociações um título com compromisso de de títulos nesse mercado apresentou, r e c o m p r a a p ó s u m p e r í o d o nos meses seguintes, redução de sua determinado. Por meio dessas fração em 1,1 p.p.. Das operações de operações o Banco Central controla a mercado aberto, cerca de 90% foram liquidez do sistema, via disponibilidade aplicados em operações de overnight, de recursos para crédito, atuando alternativa mais rentável para os diretamente nas reservas bancárias. bancos comerciais. O principal Um maior volume dessas operações
  • 31. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 31 significa que o Banco Central precisa 5,3 p.p. Dos títulos emitidos pelo de um esforço maior para manter o Tesouro Nacional, podemos destacar a nível de liquidez adequado. participação de LTN e NTN, ambos com Por fim, os títulos emitidos têm rendimentos prefixados, que durante o apresentado uma trajetória crescente, trimestre aumentou o volume de conforme se observa na tabela 6.5. títulos negociados, fato que indica o Não obstante, a relação título empenho do Governo em melhorar o emitido/PIB caiu sensivelmente, perfil da dívida interna. comparando-se junho de 2007 com o ¹ Banco Central do Brasil. X Seminário de Metas para a Inflação. Disponível em:mesmo mês em 2008, com queda de http://www.bcb.gov.br/?XSMI082008a1 Tabela 6.6 - Detentores dos Títulos Federais em Poder do Público (a) - R$ Milhões Mês CARTEIRA PRÓPRIA TÍTULOS VINCULADOS (b) C L I E N T E S TOTAL MERCADO (1) EXTRA- MERCADO (2) EM PODER DO PÚBLICO (1+2) PESSOA FÍSICA PESSOA JURÍD NÃO FINANC PESSOA JURÍD FINANCEIRA (c) FUNDOS DE INVEST (d) OUTROS FUNDOS TOTAL CLIENTES dez/07 370.114 167.109 2.542 102.415 22.148 513.111 717 640.933 1.178.157 7.175 1.185.332 jan/08 349.027 170.175 2.543 103.112 24.146 507.438 998 638.237 1.157.442 7.165 1.164.606 fev/08 371.753 165.722 2.642 106.242 27.344 521.060 1.045 658.332 1.195.808 6.886 1.202.694 mar/08 363.586 166.338 2.807 113.440 31.395 524.700 1.121 673.463 1.203.387 7.180 1.210.568 abr/08 348.757 170.399 2.926 112.951 31.544 504.739 950 653.109 1.172.266 6.760 1.179.026 mai/08 346.423 183.825 3.030 114.131 32.625 513.081 758 663.625 1.193.874 6.557 1.200.431 jun/08 350.550 191.830 3.079 116.781 34.115 504.107 941 659.023 1.201.404 6.435 1.207.840 Fonte: BCB - Notas para imprensa de julho de 2008 (a) Valores apurados com base na posição de carteira avaliada pelo preço da curva de rentabilidade intrínseca dos títulos. (b) Títulos vinculados a depósito compulsório sobre poupança, sobre depósitos a prazo e sobre recursos de depósitos interfinanceiros de sociedades de arrendamento mercantil; reserva técnica; constituição e aumento de capital; caução; e câmaras. (c) Pessoa jurídica financeira abrange instituições sem conta individualizada no Selic. (d) Os dados referem-se às contas Cliente Especial dos fundos de investimento regulados pela CVM. (e) Títulos emitidos por meio de colocação direta. 7. SETOR EXTERNO O balanço de pagamentos, no segundo saldo positivo de US$ 8,53 bilhões no trimestre de 2008, sofreu alteração segundo trimestre. Dessa forma, as significativa na evolução de suas despesas de serviços e rendas contas. Registrou um resultado de US$ contribuíram de forma significativa 11 bilhões, totalizando ao longo do ano para o agravamento do saldo em um superávit de US$ 19,2 bilhões, transações correntes, que vêm contra US$ 61,61 bilhões no mesmo sofrendo quedas desde o último período de 2007, uma queda trimestre de 2007. Em relação à vertiginosa (68,8%) do superávit em balança comercial, a comparação do relação ao mesmo período anterior. segundo trimestre de 2008 com o de Nas transações correntes, o déficit no 2007 mostra que as importações trimestre foi US$ 6,66 bilhões. A conta tiveram um crescimento de 58,73% serviços e rendas foi a responsável por contra 32,49% das exportações. Em esse desempenho, com resultado contrapartida, comparando o segundo líquido negativo de U$ 16,05 bilhões, com o primeiro trimestre de 2008 enquanto a balança comercial obteve observamos que a situação se altera:
  • 32. Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 32 há um crescimento maior de 34,28% taxas de crescimento dos seguintes das exportações contra 21,03% das setores: produtos alimentícios importações. (25,6%), extração de petróleo (57%), As exportações foram alavancadas, no agricultura e pecuária (48,4%) e semestre, pelos produtos básicos, alta coque, refino de petróleo e de 43% em relação ao mesmo período combustíveis (37,2%). As classes de do ano anterior. Esse resultado foi produtos tiveram que registraram alta bastante influenciado pela evolução f o r a m b á s i c o s ( 4 3 % ) , recente dos preços dos produtos semimanufaturados (19,8%), exportados: aumento da receita das manufaturados (12%). As categorias e x p o r t a ç õ e s d e 2 5 , 3 % , e m de uso também tiveram alta: bens de comparação com o mesmo período do capital (21,7%), bens intermediários ano anterior, enquanto o quantum (21,2%), bens de consumo duráveis registrou uma queda de 1,6%. No (6,1%) e não duráveis (25,6%), e acumulado do ano, dentre os produtos combustíveis (49,6%). exportados, vale destacar as maiores Tabela 7.1 - Transações Correntes (US$ milhões) 2007 2008 Discriminação Abr-Jun Abril Maio Jun Abr-Jun Balança comercial (FOB) 11.858 1.742 4.073 2.718 8.534 Exportação de bens 39.212 14.058 19.303 18.593 51.955 Importação de bens -27.354 -12.316 -15.230 -15.875 -43.421 Serviços e rendas (líquido) -10.659 -5.386 -5.029 -5.635 -16.050 Serviços -3.296 -1.315 -1.657 -1.728 -4.700 Receita 5.273 2.370 2.165 2.444 6.979 Despesa -8.569 -3.685 -3.822 -4.172 -11.679 Rendas -7.363 -4.072 -3.371 -3.907 -11.349 Receita 2.989 973 939 1.251 3.164 Despesa -10.352 -5.045 -4.310 -5.158 -14.513 Transferências unilaterais correntes (líquido) 983 276 264 320 861 Transações correntes 2.182 -3.368 -691 -2.596 -6.655 Fonte: BCB – Séries temporais A conta capital e financeira permanece Analisando apenas o resultado do como principal responsável pelo segundo trimestre de 2008, a queda é superávit do Balanço de Pagamentos. ainda maior: US$ 17,9 bilhões frente a No entanto, neste ano o saldo US$ 35,9 bilhões no segundo trimestre apresentou queda em relação aos anos de 2007. Portanto, observamos um anteriores. No primeiro semestre de decréscimo considerável, tanto em 2008 o saldo foi de US$ 40,8 bilhões volumes absolutos quanto no fluxo de frente a US$ 60,7 bilhões no primeiro recursos. Desse modo, a crise semestre de 2007, correspondendo a americana, o alto nível de incerteza e uma diminuição percentual de 32,9%. de volatilidade do movimento de
  • 33. Vitória/ES - Boletim Nº42 - 33 capitais ao redor do mundo tem apresentou bons resultados. No comprometido a captação de recursos segundo trimestre de 2008, essa financeiros pelo Brasil. rubrica apresentou superávit de US$ As rubricas mais impactadas por esse 6,5 bilhões frente a um superávit de resultado foram os investimentos US$ 5,4 bilhões no mesmo período de diretos e os investimentos em carteira. 2007. O principal responsável por esse Embora o investimento em carteira no a u m e n t o f o i o a u m e n t o d e segundo trimestre de 2008 ainda empréstimos e financiamentos, tanto tenha apresentado saldo positivo, US$ para longo prazo quanto para curto 7,6 bilhões, houve diminuição prazo. No entanto, em linhas gerais, substancial desta rubrica em relação percebe-se um aumento do risco nas ao mesmo período de 2007, superávit contas externas do País, devido ao de US$ 14,6 bilhões. Observa-se aumento do déficit em transações resultado semelhante com o correntes e aos efeitos sobre a conta investimento direto líquido, que financeira da crise no cenário atingiu o total de US$ 3,8 bilhões neste internacional. trimestre contra US$ 15,8 bilhões no Com relação à variação das reservas mesmo período do ano passado. internacionais, o Balanço de Já a conta outros investimentos Pagamentos continua apresentando Tabela 7.2 - Conta Capital e Financeira (US$ milhões) Discriminação 2007 2008 Jan-Jun Abr-Jun Ano Jan-Jun Abr Mai Jun Abr-jun Conta capital e financeira 60.686 35.937 88.924 40.794 8.265 3.703 6.023 17.992 Conta capital 342 136 756 423 64 89 105 258 Conta financeira 60.345 35.801 88.168 40.371 8.202 3.615 5.918 17.734 Investimento direto (líquido) 24.278 15.776 27.518 8.124 2.228 -127 1.677 3.778 Investimentos em carteira 24.128 14.680 48.390 13.292 4.690 2.548 402 7.640 Derivativos -248 -137 -710 -380 -38 -45 -103 -185 Outros investimentos 12.187 5.481 12.970 19.335 1.322 1.237 3.942 6.501 Erros e omissões -1.489 123 -3.152 -4.154 -524 1.018 -809 -316 Var. reservas (- = aumento) -61.610 -38.241 -87.484 -19.238 -4.373 -4.030 -2.618 -11.021 Resultado global do balanço 61.610 38.241 87.484 19.238 4.373 4.030 2.618 11.021 Fonte: BCB - Séries Temporais saldos positivos: US$ 11,02 bilhões de comprometendo a capacidade do país janeiro a junho deste ano. No entanto, de financiar seus déficits em esse resultado está bem aquém dos transações correntes e revertendo a resultados obtidos em 2007, quando posição confortável do nível de atingiu variação positiva de US$ 61,6 reservas. bilhões. Desse modo, a tendência da As reservas internacionais na casa dos conta capital e financeira no ano de US$ 200,0 bilhões equivalem a 2008 é de que tenhamos um saldo 326,5% do serviço da dívida a vencer cada vez menor se comparado com o em doze meses, o que segundo o saldo observado nessa conta no Banco Central possibilita o país e ter m e s m o p e r í o d o d e 2 0 0 7 , uma maior estabilidade frente às
  • 34. Tabela 7.3 - Dívida Externa (US$ milhões) Discriminação 2007 2008 Mar Jun Mar Jun Dívida de médio e longo prazos 147 509 145 453 162 646 165 489 Setor público não financeiro 76 337 73 297 69 503 68 856 Setor privado e setor público financeiro 71 172 72 156 93 143 96 633 Dívida de curto prazo 34 573 45 905 38 991 39 765 Setor público não financeiro 465 0 21 21 Setor privado e setor público financeiro 34 108 45 905 38 970 39 744 Dívida externa total (A) 182 082 191 358 201 637 205 254 Fonte: BCB - Notas para a imprensa Vitória/ES - Boletim Nº.42 - 34 turbulências que se manifestem na especuladores captam recursos no economia. A dívida externa brasileira, mercado internacional a taxas bem em junho de 2008, atingiu o valor de mais baixas e ganham com o US$ 205,2 bilhões. No entanto, essa diferencial, enquanto o governo estabilidade na evolução da dívida aumenta suas reservas. Desse modo, deve-se à troca de dívida externa por o preço pago pela sociedade para dívida interna efetuada pelo Banco manter níveis altos de reserva e a Central. O BACEN emite títulos transferência de renda para o exterior, públicos remunerados com base na via diferencial da taxa de juros, é SELIC, que está ao longo do ano em elevadíssimo. torno dos 13%. Investidores e 8.OBSERVATÓRIO DA CRISE A conjuntura do mercado imobiliário Sob tal conjuntura, as expectativas da economia norte-americana, que das empresas e de capitalistas que antecedeu o desenrolar da crise, se investiram neste setor levaram à mostrava como típica de uma época de expansão imobiliária e creditícia, abundância. O período de 1997 a 2006 estimulada pelo grande volume de foi de boom no setor imobiliário, com a capital dinheiro ofertado como maior valorização nos preços dos conseqüência da reduzida taxa de imóveis norte-americanos em mais de juros. Quando os tradicionais usuários 50 anos. O mercado passou por uma de crédito não foram mais capazes de fase de expansão estimulada pela absorver todo o capital disponível, as política do Federal Reserve (FED), instituições financeiras procuraram comandado por Alan Greenspan, que novos tomadores para esse capital. reduziu a taxa de juros para 1% em Surgiram, assim, as linhas de crédito valores nominais, até meados de para o público subprime – nome dado 2004, com taxas negativas em termos àqueles com histórico ruim de reais. cumprimento de dívidas, falta de