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CURRENT ISSUES
Janeiro 2007 volume 7 número 1
Perspectivas Econômicas para 2007
Luiz Nelson Porto Araujo
A taxa de crescimento da economia brasileira é uma das baixas dentre todos os países em de-
senvolvimento. Apesar dos avanços significativos nas áreas econômica e social nos últimos anos,
ainda restam alguns ajustes estruturais fundamentais para assegurar o crescimento sustentado.
O cenário é favorável, em especial, em alguns setores, como a petroquímica, mineração, teleco-
municações, bancário, papel e varejo, em geral
Para muitos países em desenvolvimento os
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bilidade que a política econômica destes pa-
íses se concentrou na busca de ajustes es-
truturais, uma combinação de medidas de
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ças estruturais nas instituições, objetivando
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mento.
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onal – desde reformas ministeriais até as de
cunho administrativo – de fato, objetivavam
alcançar maior eficiência. No entanto, os re-
sultados neste caso foram, no mínimo, pífios
quando comparados às propostas formula-
das e às promessas feitas.
No entanto, a partir de 1994 a situação co-
meçou a mudar para melhor e dá sinais de
continuidade. De fato, nas Américas a conti-
nuidade da política econômica em países tão
distintos quanto Canadá, Chile, Cuba e Esta-
dos Unidos é digna de nota – seja ela qual
for. No Brasil, conseguimos, depois de muito
suor e críticas – muitas delas desinformadas
e sem fundamentos – manter uma mesma
política por 12 anos. Esta conquista não
deve ser subestimada: ela implica no reco-
nhecimento de que a estabilidade macroeco-
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nômica é condição necessária para o cresci-
mento. Aquelas economias que não a con-
seguem estão sujeitos aos custos de crises
internas e externas, onde as classes sociais
menos favorecidas são ainda mais prejudica-
das. Para se assegurar esta estabilidade é
necessário, principalmente, controle sobre a
inflação, disciplina fiscal e monetária e uma
gestão pública eficiente. O Brasil busca cum-
prir esta agenda.
Em consequência, as perspectivas de reto-
mada do crescimento do País, com redução
das taxas de juros e controle do processo in-
flacionário, apesar de ainda não serem aque-
las que todos desejamos, ao menos é sus-
tentável e, com uma pequena, mas relevante
correção de rota, pode-se esperar um su-
cesso ainda maior.
Cenário Internacional
Na última década, o crescimento mundial foi
alavancado pelo comportamento das econo-
mias americana e chinesa. Desde o início da
década de 90 os Estados Unidos apresentam
taxas de crescimento bastante elevadas,
apesar do fantasma sempre presente dos
déficits gêmeos (público e em transações
correntes). Depois de um longo período com
taxas de crescimento superiores à 3,0% a.a.
esperam-se taxas um pouco inferiores para
os próximos anos, sustentadas particular-
mente pelo consumo das famílias. A inflação
naquele país também deve permanecer um
pouco superior à 2,0% a.a. Em consequên-
cia, espera-se uma desaceleração econô-
mica controlada, sem riscos de um processo
recessivo, o que deve manter a estabilidade
da taxa de juros básica, ao redor de 5,0%
a.a.
O crescimento sustentado da China, média
de 9,0% ao ano, tem contribuído fortemente
– de forma direta e indireta – para o cresci-
mento das demais economias, dentre elas, o
Brasil. Este crescimento tem sido baseado
em grandes investimentos em infraestrutura,
o que tem implicado em uma demanda bas-
tante forte por matérias-primas (em particu-
lar, petróleo, minério de ferro, carvão, ci-
mento e alumínio). Além disso, a China tam-
bém se tornou um dos países mais importan-
tes do comércio internacional: é o terceiro
maior importador e exportador de bens e ser-
viços, respondendo por aproximadamente
7,0% do fluxo total. Em 2006, mais de 40%
do total das exportações chinesas foram des-
tinadas aos Estados Unidos. A expectativa é
de que o crescimento permaneça forte para
o período próximo, assim como o comporta-
mento da balança comercial.
Crescimento
A taxa de crescimento da economia brasileira
é uma das baixas dentre todos os países em
desenvolvimento. Na América Latina, situa-
se acima apenas da estimada para o Haiti e
muito inferior à da Argentina, Chile e Vene-
zuela. Em relação à Rússia, Índia e China –
que juntamente com o Brasil definem as
economias emergentes com maior potencial
de crescimento – é inferior à um terço da
taxa média. Em termos absolutos e relativos
o país tem perdido posições relevantes no
ranking mundial.
Desde 2000 a taxa de crescimento oscilou
entre 0,5% (em 2003) e 4,9% (em 2004).
Em 2006 a estimativa é que tenha sido de
aproximadamente 2,7%. Esta taxa é inferior
à média histórica dos últimos 60 anos (ou
seja, desde que o país começou a apurar as
contas nacionais). Neste período, os princi-
pais responsáveis pelo crescimento foram as
exportações e os investimentos. Estes com-
ponentes da demanda devem continuar a ter
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DELTA ECONOMICS & FINANCE 3
papel importante no futuro próximo: não se
esperam grandes ajustes positivos no con-
sumo das famílias e o consumo do governo
tem tido participação cada vez menos rele-
vante na composição da demanda agregada.
As limitações na infraestrutura continuam a
ser o maior obstáculo ao crescimento mais
acelerado do PIB, seguida da elevada e dis-
torciva carga tributária, da péssima distribui-
ção da renda e do baixo nível de escolaridade
da população economicamente ativa. A ex-
pectativa é de que o PIB real cresça ao redor
de 3,5% em 2007, sem pressões sobre a
taxa de inflação. A partir de então, e supera-
dos alguns desafios estruturais, é possível
imaginar um crescimento sustentado um
pouco mais elevado.
Investimento
A formação bruta de capital fixo (investi-
mento bruto) é um dos principais componen-
tes da demanda. Um dos efeitos positivos do
investimento é aumentar a capacidade ins-
talada da economia o que permite um cres-
cimento mais acelerado sem pressões infla-
cionárias.
Desde o início da década passada o investi-
mento como proporção do PIB corrente si-
tuou-se no intervalo entre 18,0 e 21,0%,
sendo que o menor valor da série foi obser-
vado em 2003. Desde então, este percen-
tual tem aumentado e a expectativa é que
tenha sido muito próximo ao limite superior
no ano de 2006: desde 2003 o investimento
aumentou à uma taxa próxima a 5,0% a.a.,
superior à taxa de crescimento do PIB. A de-
composição desta taxa mostra a relevância
cada vez maior do investimento privado e a
incapacidade do Estado de investir.
A expectativa é que a participação da inicia-
tiva privada como financiadora e executora
da infraestrutura necessária para o desenvol-
vimento seja cada vez mais importante, ape-
sar da intenção manifestada do governo em
aumentar os investimentos públicos.
Desde 2003 o país tem sido beneficiado pelo
aumento dos investimentos diretos estran-
geiros: de US$ 10 bilhões naquele ano para
algo próximo à US$ 17 bilhões em 2006. O
Brasil ainda é um dos principais receptores
de investimentos estrangeiros, mas gargalos
diversos (tributação, regulação da infraestru-
tura, oportunidades de investimento, custo
de transação) tem atuado como uma forte
barreira à entrada de novos recursos.
No período recente, o Brasil subiu patamares
na classificação internacional de risco – me-
dida pelas três principais agências, S&P, Mo-
ody’s e Fitch – e deve atingir o grau de inves-
timento até o final de 2008, mantidos o
atual cenário doméstico e internacional. Esta
classificação deve ter efeitos importantes so-
bre o custo financeiro das operações de em-
préstimo internacional e o volume de recur-
sos internados, com impactos muito positi-
vos sobre a competitividade das empresas
brasileiras.
Inflação e Juros
Um processo de crescimento econômico
sustentado pressupõe a manutenção de
condições, senão ideais, ao menos não pre-
judiciais. Dentre estas últimas, ressalta-se a
manutenção de patamares inflacionários ele-
vados, conjugado com uma volatilidade rele-
vante na própria taxa. Além disso, a taxa de
inflação também é um indicador da compe-
tência do governo em administrar a econo-
mia. Como não existe na teoria econômica
qualquer argumento plausível para que a
taxa de inflação seja elevada, um governo
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DELTA ECONOMICS & FINANCE 4
que induza taxas inflacionárias altas é um go-
verno que perdeu o controle sobre o sistema.
Neste caso, é provável que todo o potencial
de crescimento não esteja sendo efetivado,
com implicações distributivas importantes,
principalmente em uma economia como a
brasileira, onde o grau de pobreza de uma
parcela bastante grande da população ainda
é muito elevado.
Depois de inúmeras fantasias heterodoxas o
Brasil conseguiu reduzir e estabilizar a taxa
de inflação. A partir da mudança do regime
cambial em janeiro de 1999, e da introdução
do regime de metas de inflação naquele
mesmo ano, o comportamento dos índices
de inflação tem sido fantástico. Especial-
mente no período mais recente, mesmo de-
pois de um choque adverso significativo (elei-
ções em 2002), a convergência do IPCA para
a meta foi muito rápida. A expectativa é que
o IPCA fique abaixo de 3,2% em 2007, muito
abaixo da meta de 4,5%, e próximo ao valor
estimado para 2006.
A taxa Selic deve continuar a sua trajetória
de queda em 2007, como aconteceu ao
longo de 2006. No entanto, a velocidade
desta redução deve ser menos acentuada,
dadas as incertezas sobre a magnitude dos
efeitos do relaxamento monetário sobre a
demanda. A defasagem da política monetá-
ria (período entre a redução da taxa e o im-
pacto final sobre os preços) é longa, de no
mínimo seis meses, o que leva o Banco Cen-
tral a esperar por maiores informações antes
de continuar a trajetória de queda na mesma
intensidade. A expectativa é que a taxa es-
teja em 10,5% ao final de 2007, caso o ce-
nário de pequena variação da taxa de câmbio
não seja muito alterado.
Por outro lado, a taxa Selic poderia cair mais
rápido caso a situação das contas públicas
(inclusive a previdência) não estivesse tão
ruim. Em outras palavras, a parcela mais im-
portante do comportamento da política mo-
netária mais apertada está associada ao
comportamento mais frouxo da política fis-
cal. Apesar dos ganhos relevantes obtidos
com a Lei de Responsabilidade Fiscal a situ-
ação ainda exige muito cuidado e atenção,
para se evitar uma deterioração que possa
comprometer, ainda mais, o crescimento
sustentado do país.
A carga tributária é extremamente elevada e
viesada contra o sistema produtivo, o que re-
duz a competitividade das empresas brasilei-
ras no mercado internacional. Além disso,
também onera sobremaneira a renda dispo-
nível dos agentes econômicos, diminuindo a
capacidade de investimento e o poder de
compra. Apesar desta alta carga a razão dí-
vida pública/PIB não tem diminuído de forma
mais rápida, colocando-se como um empe-
cilho ao crescimento econômico.
Comércio Exterior e Câmbio
Desde 2003 o Brasil apresenta superávit na
balança comercial após amargar déficits im-
portantes nos anos após a introdução do
Real. Este resultado está correlacionado com
o forte crescimento das exportações a partir
daquele ano, de US$ 73 bilhões, para quase
US$ 140 bilhões em 2006. No mesmo perí-
odo as importações cresceram de US$ 48
bilhões para aproximadamente US$ 93 bi-
lhões. A expectativa é que o superávit comer-
cial em 2007 fique ao redor de US$ 38 bi-
lhões, um pouco inferior ao observado no
ano anterior, em razão do crescimento mais
rápido das importações (principalmente vo-
lume) e da menor expansão das exportações
(preço e volume).
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DELTA ECONOMICS & FINANCE 5
A conta de serviços deve manter o seu déficit
estrutural, dadas as despesas com o paga-
mento de empréstimos externos, a manuten-
ção das remessas de lucros e dividendos (em
função do estoque de capital estrangeiro e
da taxa cambial abaixo da paridade real mé-
dia), o turismo (em função do câmbio baixo)
e os fretes e seguros (devido ao crescimento
mais rápido em 2007).
A partir de 2002, com a geração de superá-
vits comerciais cada vez maiores, as reservas
internacionais do Brasil cresceram bastante:
de US$ 32,8 bilhões naquele ano para apro-
ximadamente US$ 85 bilhões ao final de
2006. A expectativa é que cheguem à US$
115 bilhões em dezembro de 2007, sendo
que as principais fontes de divisas devem ser
o superávit comercial, o investimento direto
estrangeiro e o investimento em carteira.
Apesar desta evolução, as reservas brasilei-
ras ainda são relativamente menores do que
aquelas de outros países em desenvolvi-
mento (como China, Rússia e Índia).
O comportamento da balança comercial teve
impacto importante sobre a taxa de câmbio
nos últimos três anos e deve continuar a ter
em 2007. O saldo líquido de recursos na
conta comercial e de capital deve manter a
taxa de câmbio vis-à-vis o dólar americano
ao redor de R$ 2,16. Apenas em um cenário
de choques adversos pode-se esperar uma
desvalorização mais acentuada do real. Es-
perar-se, também, uma redução marginal da
volatilidade da taxa, sem efeitos relevantes
sobre o câmbio médio do período.
Perspectivas e Desafios
Para 2007, com a manutenção da política
macroeconômica, e na ausência de choques
externos, pode-se esperar um crescimento
do PIB ao redor de 3,5% e uma taxa de in-
flação abaixo da meta de 4,5%. Além disto,
espera-se que as contas públicas sejam
mantidas equilibradas, com um superávit fis-
cal ao redor próximo ao dos últimos anos (su-
pondo que os novos projetos de investimento
do governo não superem 0,5% do PIB). Com
relação à produtividade das empresas, é pro-
vável que aumente, assim como a competi-
tividade. O ganho da agilidade do Estado e a
diminuição das desigualdades sociais tam-
bém devem ser sentidas no ano que vem. No
âmbito empresarial, o cenário é favorável,
em especial, em alguns setores, como a pe-
troquímica, mineração, telecomunicações,
bancário, papel e varejo, em geral.
Apesar dos avanços significativos nas áreas
econômica e social nos últimos anos, ainda
restam alguns ajustes estruturais fundamen-
tais para assegurar o crescimento susten-
tado – a taxas superiores à 5% a.a., com in-
flação baixa e distribuição de renda – quais
sejam:
 redução do estoque da dívida pública
em relação ao PIB;
 aumento das exportações e do saldo
da balança comercial;
 choque de gestão pública;
 reformas e fiscal e previdenciária;
 definição de política industrial e de
competitividade;
 fortalecimento das agências regulado-
ras;
 manutenção, otimizada dos investimen-
tos sociais, particularmente, em educa-
ção, saúde e segurança.
Concretizados, estes ajustes poderão repre-
sentar ao País, de imediato, um crescimento
mais forte do PIB e da renda per capita, e da
distribuição da renda, a partir de 2008. A
médio e longo prazos, os ajustes também po-
dem significar uma melhoria da mão-de-obra
disponível, a redução da pobreza e o foco
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DELTA ECONOMICS & FINANCE 6
efetivo do governo em ações e projetos de
cunho social.
Assim, nesse contexto, com ou sem ajustes,
resta aos investidores compreenderem que,
em qualquer cenário, o potencial de cresci-
mento é grande. O mercado consumidor bra-
sileiro é, com certeza, um dos maiores do
mundo, juntamente com os da China, Índia
e Rússia. A possibilidade de se desenvolve-
rem parcerias e acordos de empresas estran-
geiras com grupos nacionais é também ex-
pressiva. O governo tem feito, em certa me-
dida, a gradativa redução das barreiras de
importação e exportação e buscado uma
maior inserção comercial do país em merca-
dos internacionais já estabelecidos e tam-
bém em novas fronteiras. Cabe às empresas
aproveitaram as oportunidades abertas.
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Luiz Nelson Porto Araujo, economista, é sócio-diretor da Delta Economics & Finance. Foi Professor do
Departamento de Planejamento e Análise Econômica da EAESP-FGV e da FCECA da Universidade Macken-
zie.
As opiniões expressas nesse estudo são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es) e não expressam,
necessariamente, a opinião da Delta Economics & Finance.
Sobre a Delta
Fundada em 2000, a Delta é uma empresa brasileira de consultoria econômica e financeira. Nossa missão
é oferecer soluções de qualidade aos nossos clientes mediante um compromisso com ética, inovação,
trabalho em equipe, alianças estratégicas e capacidade analítica.
Disponibilizamos sofisticadas soluções em Desenvolvimento Local & Logística, Estratégia & Operações, Fi-
nanças Corporativas e Regulação Econômica. O diferencial destas soluções está na utilização de modernos
métodos analíticos.
Nossos profissionais possuem extensa experiência em vários setores de atividade econômica, dentre eles,
automotivo, bancário, construção, energético, imobiliário, óleo e gás, petroquímico, transportes e saúde.
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www.deltaef.com
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Perspectivas Econômicas Brasil 2007 Crescimento Inflação Investimento

  • 1. CURRENT ISSUES Janeiro 2007 volume 7 número 1 Perspectivas Econômicas para 2007 Luiz Nelson Porto Araujo A taxa de crescimento da economia brasileira é uma das baixas dentre todos os países em de- senvolvimento. Apesar dos avanços significativos nas áreas econômica e social nos últimos anos, ainda restam alguns ajustes estruturais fundamentais para assegurar o crescimento sustentado. O cenário é favorável, em especial, em alguns setores, como a petroquímica, mineração, teleco- municações, bancário, papel e varejo, em geral Para muitos países em desenvolvimento os anos 80 e 90 ficaram conhecidos como a década perdida: de fato, em muitos casos, foi uma década de crescimento econômico negativo. Ao longo daquele período crises in- ternas e choques externos acabaram por le- var a uma situação de tamanha insustenta- bilidade que a política econômica destes pa- íses se concentrou na busca de ajustes es- truturais, uma combinação de medidas de estabilização macroeconômica para restabe- lecer o equilíbrio interno e externo, e mudan- ças estruturais nas instituições, objetivando maior eficiência e, em consequência, cresci- mento. O Brasil foi um destes países. Os diversos Planos de Estabilização adotados a partir de 1986, e até 1994, indicam a busca frenética por um ajuste estrutural que demorou dez anos para ser conseguido. Ao mesmo tempo, as inúmeras propostas de alteração instituci- onal – desde reformas ministeriais até as de cunho administrativo – de fato, objetivavam alcançar maior eficiência. No entanto, os re- sultados neste caso foram, no mínimo, pífios quando comparados às propostas formula- das e às promessas feitas. No entanto, a partir de 1994 a situação co- meçou a mudar para melhor e dá sinais de continuidade. De fato, nas Américas a conti- nuidade da política econômica em países tão distintos quanto Canadá, Chile, Cuba e Esta- dos Unidos é digna de nota – seja ela qual for. No Brasil, conseguimos, depois de muito suor e críticas – muitas delas desinformadas e sem fundamentos – manter uma mesma política por 12 anos. Esta conquista não deve ser subestimada: ela implica no reco- nhecimento de que a estabilidade macroeco-
  • 2. C U R R E N T I S S U E S __________________________________________________________________________________ DELTA ECONOMICS & FINANCE 2 nômica é condição necessária para o cresci- mento. Aquelas economias que não a con- seguem estão sujeitos aos custos de crises internas e externas, onde as classes sociais menos favorecidas são ainda mais prejudica- das. Para se assegurar esta estabilidade é necessário, principalmente, controle sobre a inflação, disciplina fiscal e monetária e uma gestão pública eficiente. O Brasil busca cum- prir esta agenda. Em consequência, as perspectivas de reto- mada do crescimento do País, com redução das taxas de juros e controle do processo in- flacionário, apesar de ainda não serem aque- las que todos desejamos, ao menos é sus- tentável e, com uma pequena, mas relevante correção de rota, pode-se esperar um su- cesso ainda maior. Cenário Internacional Na última década, o crescimento mundial foi alavancado pelo comportamento das econo- mias americana e chinesa. Desde o início da década de 90 os Estados Unidos apresentam taxas de crescimento bastante elevadas, apesar do fantasma sempre presente dos déficits gêmeos (público e em transações correntes). Depois de um longo período com taxas de crescimento superiores à 3,0% a.a. esperam-se taxas um pouco inferiores para os próximos anos, sustentadas particular- mente pelo consumo das famílias. A inflação naquele país também deve permanecer um pouco superior à 2,0% a.a. Em consequên- cia, espera-se uma desaceleração econô- mica controlada, sem riscos de um processo recessivo, o que deve manter a estabilidade da taxa de juros básica, ao redor de 5,0% a.a. O crescimento sustentado da China, média de 9,0% ao ano, tem contribuído fortemente – de forma direta e indireta – para o cresci- mento das demais economias, dentre elas, o Brasil. Este crescimento tem sido baseado em grandes investimentos em infraestrutura, o que tem implicado em uma demanda bas- tante forte por matérias-primas (em particu- lar, petróleo, minério de ferro, carvão, ci- mento e alumínio). Além disso, a China tam- bém se tornou um dos países mais importan- tes do comércio internacional: é o terceiro maior importador e exportador de bens e ser- viços, respondendo por aproximadamente 7,0% do fluxo total. Em 2006, mais de 40% do total das exportações chinesas foram des- tinadas aos Estados Unidos. A expectativa é de que o crescimento permaneça forte para o período próximo, assim como o comporta- mento da balança comercial. Crescimento A taxa de crescimento da economia brasileira é uma das baixas dentre todos os países em desenvolvimento. Na América Latina, situa- se acima apenas da estimada para o Haiti e muito inferior à da Argentina, Chile e Vene- zuela. Em relação à Rússia, Índia e China – que juntamente com o Brasil definem as economias emergentes com maior potencial de crescimento – é inferior à um terço da taxa média. Em termos absolutos e relativos o país tem perdido posições relevantes no ranking mundial. Desde 2000 a taxa de crescimento oscilou entre 0,5% (em 2003) e 4,9% (em 2004). Em 2006 a estimativa é que tenha sido de aproximadamente 2,7%. Esta taxa é inferior à média histórica dos últimos 60 anos (ou seja, desde que o país começou a apurar as contas nacionais). Neste período, os princi- pais responsáveis pelo crescimento foram as exportações e os investimentos. Estes com- ponentes da demanda devem continuar a ter
  • 3. C U R R E N T I S S U E S __________________________________________________________________________________ DELTA ECONOMICS & FINANCE 3 papel importante no futuro próximo: não se esperam grandes ajustes positivos no con- sumo das famílias e o consumo do governo tem tido participação cada vez menos rele- vante na composição da demanda agregada. As limitações na infraestrutura continuam a ser o maior obstáculo ao crescimento mais acelerado do PIB, seguida da elevada e dis- torciva carga tributária, da péssima distribui- ção da renda e do baixo nível de escolaridade da população economicamente ativa. A ex- pectativa é de que o PIB real cresça ao redor de 3,5% em 2007, sem pressões sobre a taxa de inflação. A partir de então, e supera- dos alguns desafios estruturais, é possível imaginar um crescimento sustentado um pouco mais elevado. Investimento A formação bruta de capital fixo (investi- mento bruto) é um dos principais componen- tes da demanda. Um dos efeitos positivos do investimento é aumentar a capacidade ins- talada da economia o que permite um cres- cimento mais acelerado sem pressões infla- cionárias. Desde o início da década passada o investi- mento como proporção do PIB corrente si- tuou-se no intervalo entre 18,0 e 21,0%, sendo que o menor valor da série foi obser- vado em 2003. Desde então, este percen- tual tem aumentado e a expectativa é que tenha sido muito próximo ao limite superior no ano de 2006: desde 2003 o investimento aumentou à uma taxa próxima a 5,0% a.a., superior à taxa de crescimento do PIB. A de- composição desta taxa mostra a relevância cada vez maior do investimento privado e a incapacidade do Estado de investir. A expectativa é que a participação da inicia- tiva privada como financiadora e executora da infraestrutura necessária para o desenvol- vimento seja cada vez mais importante, ape- sar da intenção manifestada do governo em aumentar os investimentos públicos. Desde 2003 o país tem sido beneficiado pelo aumento dos investimentos diretos estran- geiros: de US$ 10 bilhões naquele ano para algo próximo à US$ 17 bilhões em 2006. O Brasil ainda é um dos principais receptores de investimentos estrangeiros, mas gargalos diversos (tributação, regulação da infraestru- tura, oportunidades de investimento, custo de transação) tem atuado como uma forte barreira à entrada de novos recursos. No período recente, o Brasil subiu patamares na classificação internacional de risco – me- dida pelas três principais agências, S&P, Mo- ody’s e Fitch – e deve atingir o grau de inves- timento até o final de 2008, mantidos o atual cenário doméstico e internacional. Esta classificação deve ter efeitos importantes so- bre o custo financeiro das operações de em- préstimo internacional e o volume de recur- sos internados, com impactos muito positi- vos sobre a competitividade das empresas brasileiras. Inflação e Juros Um processo de crescimento econômico sustentado pressupõe a manutenção de condições, senão ideais, ao menos não pre- judiciais. Dentre estas últimas, ressalta-se a manutenção de patamares inflacionários ele- vados, conjugado com uma volatilidade rele- vante na própria taxa. Além disso, a taxa de inflação também é um indicador da compe- tência do governo em administrar a econo- mia. Como não existe na teoria econômica qualquer argumento plausível para que a taxa de inflação seja elevada, um governo
  • 4. C U R R E N T I S S U E S __________________________________________________________________________________ DELTA ECONOMICS & FINANCE 4 que induza taxas inflacionárias altas é um go- verno que perdeu o controle sobre o sistema. Neste caso, é provável que todo o potencial de crescimento não esteja sendo efetivado, com implicações distributivas importantes, principalmente em uma economia como a brasileira, onde o grau de pobreza de uma parcela bastante grande da população ainda é muito elevado. Depois de inúmeras fantasias heterodoxas o Brasil conseguiu reduzir e estabilizar a taxa de inflação. A partir da mudança do regime cambial em janeiro de 1999, e da introdução do regime de metas de inflação naquele mesmo ano, o comportamento dos índices de inflação tem sido fantástico. Especial- mente no período mais recente, mesmo de- pois de um choque adverso significativo (elei- ções em 2002), a convergência do IPCA para a meta foi muito rápida. A expectativa é que o IPCA fique abaixo de 3,2% em 2007, muito abaixo da meta de 4,5%, e próximo ao valor estimado para 2006. A taxa Selic deve continuar a sua trajetória de queda em 2007, como aconteceu ao longo de 2006. No entanto, a velocidade desta redução deve ser menos acentuada, dadas as incertezas sobre a magnitude dos efeitos do relaxamento monetário sobre a demanda. A defasagem da política monetá- ria (período entre a redução da taxa e o im- pacto final sobre os preços) é longa, de no mínimo seis meses, o que leva o Banco Cen- tral a esperar por maiores informações antes de continuar a trajetória de queda na mesma intensidade. A expectativa é que a taxa es- teja em 10,5% ao final de 2007, caso o ce- nário de pequena variação da taxa de câmbio não seja muito alterado. Por outro lado, a taxa Selic poderia cair mais rápido caso a situação das contas públicas (inclusive a previdência) não estivesse tão ruim. Em outras palavras, a parcela mais im- portante do comportamento da política mo- netária mais apertada está associada ao comportamento mais frouxo da política fis- cal. Apesar dos ganhos relevantes obtidos com a Lei de Responsabilidade Fiscal a situ- ação ainda exige muito cuidado e atenção, para se evitar uma deterioração que possa comprometer, ainda mais, o crescimento sustentado do país. A carga tributária é extremamente elevada e viesada contra o sistema produtivo, o que re- duz a competitividade das empresas brasilei- ras no mercado internacional. Além disso, também onera sobremaneira a renda dispo- nível dos agentes econômicos, diminuindo a capacidade de investimento e o poder de compra. Apesar desta alta carga a razão dí- vida pública/PIB não tem diminuído de forma mais rápida, colocando-se como um empe- cilho ao crescimento econômico. Comércio Exterior e Câmbio Desde 2003 o Brasil apresenta superávit na balança comercial após amargar déficits im- portantes nos anos após a introdução do Real. Este resultado está correlacionado com o forte crescimento das exportações a partir daquele ano, de US$ 73 bilhões, para quase US$ 140 bilhões em 2006. No mesmo perí- odo as importações cresceram de US$ 48 bilhões para aproximadamente US$ 93 bi- lhões. A expectativa é que o superávit comer- cial em 2007 fique ao redor de US$ 38 bi- lhões, um pouco inferior ao observado no ano anterior, em razão do crescimento mais rápido das importações (principalmente vo- lume) e da menor expansão das exportações (preço e volume).
  • 5. C U R R E N T I S S U E S __________________________________________________________________________________ DELTA ECONOMICS & FINANCE 5 A conta de serviços deve manter o seu déficit estrutural, dadas as despesas com o paga- mento de empréstimos externos, a manuten- ção das remessas de lucros e dividendos (em função do estoque de capital estrangeiro e da taxa cambial abaixo da paridade real mé- dia), o turismo (em função do câmbio baixo) e os fretes e seguros (devido ao crescimento mais rápido em 2007). A partir de 2002, com a geração de superá- vits comerciais cada vez maiores, as reservas internacionais do Brasil cresceram bastante: de US$ 32,8 bilhões naquele ano para apro- ximadamente US$ 85 bilhões ao final de 2006. A expectativa é que cheguem à US$ 115 bilhões em dezembro de 2007, sendo que as principais fontes de divisas devem ser o superávit comercial, o investimento direto estrangeiro e o investimento em carteira. Apesar desta evolução, as reservas brasilei- ras ainda são relativamente menores do que aquelas de outros países em desenvolvi- mento (como China, Rússia e Índia). O comportamento da balança comercial teve impacto importante sobre a taxa de câmbio nos últimos três anos e deve continuar a ter em 2007. O saldo líquido de recursos na conta comercial e de capital deve manter a taxa de câmbio vis-à-vis o dólar americano ao redor de R$ 2,16. Apenas em um cenário de choques adversos pode-se esperar uma desvalorização mais acentuada do real. Es- perar-se, também, uma redução marginal da volatilidade da taxa, sem efeitos relevantes sobre o câmbio médio do período. Perspectivas e Desafios Para 2007, com a manutenção da política macroeconômica, e na ausência de choques externos, pode-se esperar um crescimento do PIB ao redor de 3,5% e uma taxa de in- flação abaixo da meta de 4,5%. Além disto, espera-se que as contas públicas sejam mantidas equilibradas, com um superávit fis- cal ao redor próximo ao dos últimos anos (su- pondo que os novos projetos de investimento do governo não superem 0,5% do PIB). Com relação à produtividade das empresas, é pro- vável que aumente, assim como a competi- tividade. O ganho da agilidade do Estado e a diminuição das desigualdades sociais tam- bém devem ser sentidas no ano que vem. No âmbito empresarial, o cenário é favorável, em especial, em alguns setores, como a pe- troquímica, mineração, telecomunicações, bancário, papel e varejo, em geral. Apesar dos avanços significativos nas áreas econômica e social nos últimos anos, ainda restam alguns ajustes estruturais fundamen- tais para assegurar o crescimento susten- tado – a taxas superiores à 5% a.a., com in- flação baixa e distribuição de renda – quais sejam:  redução do estoque da dívida pública em relação ao PIB;  aumento das exportações e do saldo da balança comercial;  choque de gestão pública;  reformas e fiscal e previdenciária;  definição de política industrial e de competitividade;  fortalecimento das agências regulado- ras;  manutenção, otimizada dos investimen- tos sociais, particularmente, em educa- ção, saúde e segurança. Concretizados, estes ajustes poderão repre- sentar ao País, de imediato, um crescimento mais forte do PIB e da renda per capita, e da distribuição da renda, a partir de 2008. A médio e longo prazos, os ajustes também po- dem significar uma melhoria da mão-de-obra disponível, a redução da pobreza e o foco
  • 6. C U R R E N T I S S U E S __________________________________________________________________________________ DELTA ECONOMICS & FINANCE 6 efetivo do governo em ações e projetos de cunho social. Assim, nesse contexto, com ou sem ajustes, resta aos investidores compreenderem que, em qualquer cenário, o potencial de cresci- mento é grande. O mercado consumidor bra- sileiro é, com certeza, um dos maiores do mundo, juntamente com os da China, Índia e Rússia. A possibilidade de se desenvolve- rem parcerias e acordos de empresas estran- geiras com grupos nacionais é também ex- pressiva. O governo tem feito, em certa me- dida, a gradativa redução das barreiras de importação e exportação e buscado uma maior inserção comercial do país em merca- dos internacionais já estabelecidos e tam- bém em novas fronteiras. Cabe às empresas aproveitaram as oportunidades abertas.
  • 7. C U R R E N T I S S U E S __________________________________________________________________________________ DELTA ECONOMICS & FINANCE 7 Luiz Nelson Porto Araujo, economista, é sócio-diretor da Delta Economics & Finance. Foi Professor do Departamento de Planejamento e Análise Econômica da EAESP-FGV e da FCECA da Universidade Macken- zie. As opiniões expressas nesse estudo são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es) e não expressam, necessariamente, a opinião da Delta Economics & Finance. Sobre a Delta Fundada em 2000, a Delta é uma empresa brasileira de consultoria econômica e financeira. Nossa missão é oferecer soluções de qualidade aos nossos clientes mediante um compromisso com ética, inovação, trabalho em equipe, alianças estratégicas e capacidade analítica. Disponibilizamos sofisticadas soluções em Desenvolvimento Local & Logística, Estratégia & Operações, Fi- nanças Corporativas e Regulação Econômica. O diferencial destas soluções está na utilização de modernos métodos analíticos. Nossos profissionais possuem extensa experiência em vários setores de atividade econômica, dentre eles, automotivo, bancário, construção, energético, imobiliário, óleo e gás, petroquímico, transportes e saúde. Para maiores informações, visite nosso site: www.deltaef.com Disclaimer A Delta não realizou uma verificação independente das informações de fontes públicas (nacional e internacional) contidas nesses Documentos. A Delta e seus profissionais, direta ou indiretamente, não expressam nenhuma opinião, nem assumem qualquer responsabilidade pela veracidade, qualidade, suficiência, consistência ou completude de qualquer das informações e conclusões apresentadas em cada um dos Documentos, ou por qualquer omissão com relação a elas. As informações e conclusões de cada Documento refletem o julgamento do autor original quando da publicação, sem levar em conta a data em que o Usuário tomou conhecimento, e estão sujeitas a alteração sem aviso prévio. A Delta reserva-se o direito de modificar as informações e conclusões de cada Documento a qualquer momento sem aviso prévio, bem como de não as atualizar ou interrompê-las completamente. A Delta pode ter elaborado Documentos que consideram conceitos, hipóteses e métodos analíticos distintos e chegar a conclusões diferentes. Esses Documentos podem refletir diferentes conceitos, hipóteses e métodos analíticos dos profissionais que participaram da sua elaboração. Cada uma das conclusões não deve ser tomada como uma indicação, ou mesmo garantia, de conclusões futuras, e nenhuma representação ou garantia, expressa ou implícita, é dada em relação a conclusões futuras. Cada um desses Documentos é protegido por direitos autorais, sendo que copiar e/ou transmitir, no todo ou em parte, qualquer Documento sem autorização prévia e expressa da Delta implica em violação destes direitos. A Delta incentiva a divulgação do seu trabalho e, em geral, poderá conceder prontamente permissão para a cópia ou transmissão. © 2007 – all rights reserved Delta Economics & Finance