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CCJE - Departamento de Economia
Grupo de Estudos e Pesquisas em Conjuntura
Universidade Federal do Espírito Santo
Av. Fernando Ferrari, 514 Campus de Goiabeiras
29 075-910 Vitória ES
Tel/Fax: (27) 4009 2605
Boletim Nº 46 - Setembro/2009
B r a s i l
Universidade Federal
Espírito Santodo
Com o crescimento do PIB de 1,9% de agosto indica que também a
no segundo trimestre deste ano indústria começa a retornar ao
ante o trimestre anterior, o Brasil patamar pré-crise. Tanto que o
saiu tecnicamente da recessão em Índice de utilização da Capacidade
que mergulhou nos últimos três Instalada da Indústria (NUCI)
meses de 2009, como resultado da fechou o mesmo mês em 81,3%,
crise econômica mundial. Embora aproximando-se dos 86% atingido
no semestre o crescimento tenha se naquele período. Trata-se ainda,
mantido negativo (-1,5%) em portanto, de uma recuperação, não
relação ao mesmo período do ano de uma expansão, mas que melhora
anterior, a recuperação registrada consideravelmente as perspectivas
no trimestre parece indicar que o para 2010.
país conseguiu, mais cedo do que se Em meio a essas melhores
imaginava, começar a deixar para perspectivas, velhos problemas
trás os efeitos da crise que começam, todavia, a retornar. A
nublavam os horizonte e as forte apreciação da moeda nacional
e x p e c t a t i v a s d o s a g e n t e s (o Real) provocada pela ainda
econômicos. Como conseqüência, elevada taxa real de juros interna
prognósticos mais otimistas de que combinada com um espectro de
poderá encerrar o ano com um juros nominais negativos nos países
crescimento de 1% retornaram com d e s e n v o l v i d o s e c o m o
vigor à cena e já há apostas de que, enfraquecimento do dólar, indica
em 2010, este poderá alcançar 5% que desequilíbrios mais acentuados
e até mesmo 6%. na balança de transações correntes
Resultados da atividade produtiva podem ocorrer. A queda espetacular
não deixam dúvidas sobre essa de 25% das exportações entre
recuperação: além do aquecimento janeiro e agosto, em termos de
das vendas da indústria e do valor, foi mais do que compensada
comércio, a criação líquida de 242 por uma queda ainda maior das
mil postos de trabalho em agosto importações de 32% no mesmo
praticamente zerou as perdas de período, garantindo um saldo na
emprego provocadas pela crise balança comercial de US$ 20
mundial a partir de agosto de 2008. bilhões neste período. Com o
Mais importante, foi que a indústria, ingresso de investimentos diretos
o setor que foi mais afetado pela previsto de US$ 20 bilhões, este
turbulência econômica demonstrou, comportamento das exportações
pela primeira vez desde essa época, ainda não desperta maiores
maior vigor nas contratações: preocupações, mesmo por que o
foram 66.564 vagas criadas contra Brasil se encontra com reservas
1/3 deste total em julho. Embora o superiores a US$ 210 bilhões. Mas a
resultado do emprego industrial no continuidade de apreciação do Real
ano continue negativo, a expansão traz de volta, contudo, o temor
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 01
1. POLÍTICA ECONÔMICA
dominante, antes da crise mundial justificada também pelo objetivo de
em agosto de 2008, de que tanto a também compensar a queda da
indústria e as exportações poderão arrecadação, é que 97% de seu
ser prejudicadas com um câmbio total explicam-se pelo aumento dos
não competitivo, como também de gastos correntes (28% com o
que a vulnerabilidade externa pode reajuste dos salários dos servidores
encontrar maiores espaços para sua e 69% com outras despesas
re-entrada no país. correntes, entre as quais se incluem
Mais preocupante, no entanto, é a os benefícios previdenciários) e
questão fiscal, menos pelos apenas 3% com investimentos, os
resultados que vem apresentando componentes que podem, de fato,
na atualidade, justificados pelos ser considerados anticíclicos. Como
efeitos da crise e pelas medidas os efeitos das Medidas Provisórias
adotadas pelo governo para 431, 441 e 442, por meio das quais
revertê-la ou atenuá-la e mais pelas foram concedidos reajustes
perspectivas que descortinam para salariais para o funcionalismo
o futuro. Como resultado da queda público, devem continuar gerando
da arrecadação federal (-7,4% efeitos até 2012 – ou seja,
entre janeiro e agosto ante o garantindo anualmente a ampliação
mesmo período de 2008), da dos gastos com os servidores -, e o
redução do superávit para 2,5% do ano de 2010 carrega a certeza, por
PIB e do aumento dos gastos gerais se tratar de um ano de eleições, de
do governo (+2,8% do PIB no ampliação dos gastos para a
primeiro trimestre em relação ao obtenção de dividendos políticos,
mesmo período do ano anterior), não parecem favoráveis as
tanto o resultado das contas do perspectivas, neste campo, para o
setor público consolidado como a próximo governo, que poderá ter de
relação dívida/PIB ingressaram enfrentar, desde o início, essa nova
numa rota de progressiva bomba fiscal que está sendo
deterioração: até julho, o superávit armada.
primário do setor público alcançado Por isso, se é justificável algum
foi de apenas 1,76% do PIB nos otimismo pelo comportamento que
últimos doze meses do ano a economia brasileira começa a
(distante da nova meta de 2,5% e apresentar, especialmente se
mais ainda da atingida em comparada à situação dos demais
dezembro de 2008 de 3,69% do países desenvolvidos, a política
PIB); a relação dívida/PIB saltou, econômica pode estar caminhando,
por sua vez, de 38,8% em neste quadro, para enfrentar velhos
dezembro de 2008 para 44,1% em p r o b l e m a s d e p r e s s õ e s
junho de 2009 (um aumento de 5,3 inflacionárias decorrentes de
pontos percentuais do PIB em maiores desequilíbrios fiscais e de
apenas seis meses). maior aquecimento do consumo
O grave neste aumento dos gastos, interno e de se ver, novamente, às
viabilizado pela redução da meta do voltas com o dilema de retornar à
superávit primário, medida trajetória de elevação dos juros
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 02
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 03
para contê-las. É o cenário que, na para 2010.
atualidade, começa a se descortinar
O Relatório de Inflação do Banco reaquecimento da economia interna
Central do Brasil tem um capítulo devido ao arrefecimento da crise e
onde o Copom avalia a economia às medidas internas (a queda na
brasileira e a internacional e faz taxa SELIC e os incentivos dados
uma análise para a inflação e o PIB. pelo Governo).
Suas projeções são estimativas que O IPCA, índice geral de preços
servem para dar bases às decisões m e d i d o p e l o I B G E , v e m
de política monetária do BCB, e apresentando uma desaceleração
adquirem dois caracteres: o cenário nos últimos três meses e em julho a
de referência, que leva em variação foi de 0,24%. A inflação
consideração taxa de juros e câmbio acumulada nos últimos 12 meses
em vigor atualmente, e o cenário de ficou no centro da meta, em 4,5%,
mercado, que é baseado nas menor taxa para o acumulado de 12
trajetórias da pesquisa da Gerin do meses desde dezembro de 2007.
BCB. Em julho, o grupo Habitação teve a
No capítulo Perspectivas para a maior alta, de 1,11%, devido
Inflação, do acima citado relatório principalmente ao aumento do
do BCB, o cenário analisado é de preço da energia elétrica em São
uma economia desaquecida pela Paulo. Este estado tem grande peso
crise financeira mundial, com queda no cálculo do índice devido à sua
na produção, no consumo e na numerosa população. Já o grupo
formação bruta de capital fixo no alimentos apresentou variação de -
primeiro trimestre de 2009. Mas, o 0,06% em relação a junho,
relatório fala de sinais como a alta contribuindo para a desaceleração
nos preços das commodities, que a da inflação geral. No acumulado do
exemplo do petróleo começam a se ano, o grupo com a maior alta foi do
recuperar, e da valorização da grupo de Despesas Pessoais (no
moeda de países emergentes para subgrupo Recreação, fumo e
uma possível melhora do cenário filmes), acumulando 6,9% de
mundial. inflação, devido principalmente à
A perspectiva para o longo prazo do mudança no imposto sobre o preço
BCB é de que o IPCA, índice que do cigarro. Já a maior queda ficou
mede a inflação no país, se por conta dos Artigos de residência
aproxime cada vez mais da meta da ( n o s u b g r u p o A p a r e l h o s
inflação até 2011, mas que o valor eletrônicos) com variação de -
esteja abaixo do centro da meta de 3,01% devido ao incentivo à
4,5%, em 2009. A perspectiva é de produção dado pelo Governo
queda, mas necessita cautela através da redução do IPI.
d e v i d o a u m p o s s í v e l Já o INPC, que abrange um grupo
2.INFLAÇÃO
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 04
menor que o IPCA, computando acordo com os dados do IGP-DI,
apenas famílias que ganham entre Í n d i c e G e ra l d e P r e ç o s –
1 e 6 salários mínimos (o IPCA Disponibilidade Interna, divulgados
abrange famílias com rendimentos pela FGV, em julho houve uma
de 1 a 40 salários mínimos), teve deflação nos preços de -0,64%,
uma desaceleração mais forte no dando continuidade à queda já
segundo trimestre e em julho verificada para os preços em junho
variou 0,23%. A variação de -0,32%. Em 2009 o índice já
acumulada nos últimos doze meses acumula variação de -1,64%.
foi de 4,57%. Dada a composição O principal componente do IGP é o
da cesta de consumo dessas IPA, com peso de 60%, que mede a
famílias, os grupos Alimentação e inflação dos produtos agrícolas e
Habitação têm peso maior neste industriais no atacado. Já o IPC tem
índice do que no IPCA. um peso de 30% e mede a inflação
O IGP, Índice Geral de Preços, é da cesta de consumo das famílias
resultado de uma média ponderada com rendimentos de até 33 salários
de três outros índices: o Índice de mínimos. Por fim, o INCC tem peso
Preços no Atacado (IPA), o Índice de 10% e mede a inflação do setor
de Preços ao Consumidor (IPC) no de construção civil. A Tabela 2.1
Rio de Janeiro e em São Paulo e mostra os principais indicadores de
também o Índice Nacional Custo da preços e suas variações nos meses
Construção (INCC). É normalmente de maio a julho de 2009, acumulado
utilizado em contratos de prazos no ano e acumulado nos últimos
mais longos como aluguéis. De doze meses.
Tabela 2.2– Decomposição do IPCA
IPCA Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ac. 12 meses
Índice geral 0,47 0,36 0,24 4,5
Alimentos e bebidas 0,44 0,7 -0,06 2,2
Habitação 0,72 0,27 1,11 6,8
Artigos de residência 0,05 0,84 0,37 3,4
Vestuário 1,16 0,53 -0,01 7,2
Transportes -0,18 0,02 0,14 3,5
Saúde e cuidados pessoais 0,68 0,49 0,31 5,7
Despesas pessoais 1,57 0,49 0,26 11,7
Educação 0,03 0,03 0,11 5,3
Comunicação -0,01 -0,16 -0,1 1,1
Fonte: IBGE
Tabela 2.1 – Índices de preços (%)
Indicadores Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ac. no ano Ac. 12 meses
IPCA 0,47 0,36 0,24 2,81 4,50
INPC 0,60 0,42 0,23 2,99 4,57
IPC-FIPE 0,33 0,13 0,33 2,25 4,11
ICV-DIEESE 0,23 0,05 0,49 2,22 3,78
IGP-DI 0,18 -0,32 -0,64 -1,64 -1,0
Fonte: IBGE, FIPE, FGV e DIEESE
Vitória/ES - Boletim Nº 46 - 05
Tabela 2.3 – Variação mensal da Cesta Básica (%)
Capital mai/09 jun/09 jul/09 ago/09
Florianópolis 1,93 1,53 -1,01 0,59
Belo Horizonte 0,72 0,97 -1,66 -0,48
João Pessoa 2,71 -0,90 -1,94 -3,02
Curitiba 0,76 1,04 -3,19 2,30
Porto Alegre 3,67 0,09 -2,55 0,51
Rio de Janeiro -0,71 -0,37 -3,78 0,88
Salvador 3,90 0,19 -1,66 -2,34
São Paulo 0,77 0,33 -0,41 -0,65
Brasília 0,07 -2,28 0,69 -0,23
Goiânia 0,39 0,07 -8,11 0,58
Fortaleza -0,51 1,80 -3,47 -3,05
Recife 8,57 -0,45 -0,34 -2,09
Belém 0,19 0,35 0,05 0,49
Vitória 2,80 0,82 -1,84 -0,01
Natal 4,90 -0,12 -0,17 -3,22
Aracaju 3,08 4,47 -1,63 -3,12
Manaus 1,42 0,07 0,75 1,15
Fonte: DIEESE
Nos meses de maio, junho e julho registraram majorações no custo da
do ano de 2009, a cesta básica, cesta, revelando um arrefecimento
conjunto de produtos alimentícios na elevação dos preços em relação à
c o n s i d e r a d o s e s s e n c i a i s , q u a n t i d a d e d e a u m e n t o s
apresentou um comportamento observados no mês anterior e
irregular em seus preços com uma verifica-se também que a alta mais
queda generalizada no mês de expressiva no mês de junho
julho. Em maio, não se pode definir (4,47%), observada em Aracaju, foi
uma clara tendência visto que, muito inferior à alta mais expressiva
apesar de ter sido verificada alta em do mês anterior.
15 das 17 capitais pesquisadas, seis O mês de julho ficou marcado pela
dessas capitais que apresentaram reversão na tendência inflacionária
movimento de elevação nos preços visto que, 15 das 17 capitais
da Cesta Básica tiveram uma pesquisadas apresentaram quedas
majoração inferior a 1%. em seus preços configurando uma
Apesar da tendência inflacionária redução generalizada nos preços
verificada em maio, seguindo a d o s p r o d u t o s a l i m e n t í c i o s
recuperação nos preços da cesta e s s e n c i a i s . E m V i t ó r i a o
vista no mês anterior, esse comportamento da cesta se deu de
comportamento é puxado por altas acordo com as tendências traçadas,
mais expressivas em Recife, Natal, apresentando uma elevação mais
Salvador, Porto Alegre e Aracaju que expressiva no mês de maio
apresentaram de 8,57%, 4,90%, (2,80%), um arrefecimento na
3,90%, 3,67% e 3,08%. inflação em junho (0,82%) e queda
No mês de junho 12 capitais no mês de julho (-1,84%).
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 06
Em agosto o que se viu foi uma Recife (1,47%) apresentaram
tímida recuperação nos preços da elevação nos preços. Nas outras 15
cesta no país. As capitais que capitais o custo da cesta esteve em
apresentaram as majorações mais queda, com destaque para Aracaju,
elevadas foram Curitiba e Manaus João Pessoa, Rio de Janeiro e
c o m 2 , 3 0 % e 1 , 1 5 % Fortaleza que apresentaram
respectivamente. variações de -13,05%, -11,18%, -
Levando-se em conta a variação 1 0 , 8 6 % e - 1 0 , 5 2 % ,
acumulada no ano, entre janeiro e respectivamente.
agosto, apenas Belém (1,83%) e
3. NÍVEL DE ATIVIDADE
PIB estimulam uma projeção de
Segundo dados mais recentes, as recuperação por parte do governo
projeções de recuperação do que já começa a arriscar taxa de
crescimento da economia vêm se crescimento de 1% para a
confirmando. O 2° trimestre de economia brasileira neste ano. Já
2009 mostra uma ampliação da as instituições do mercado, um
produção industrial (ótica da pouco mais pessimistas, preferem
oferta) e do Consumo das Famílias trabalhar ainda com queda de
(ótica da demanda). Houve 0,16% do PIB em 2009, conforme
aumento de 1,9% do Produto aponta pesquisa semanal do Banco
Interno Bruto (PIB) quando Central.
comparado com o trimestre Em valores correntes, o principal
imediatamente anterior. Tal agregado do Brasil somou, de abril
resultado é bastante positivo, haja a junho, R$ 756,2 bilhões contra
vista quebrar um sequência de dois R$ 684,6 bilhões, de janeiro a
resultados negativos para este março. No segundo trimestre, R$
corte (-1,0% e -3,4%) rompendo 652,4 bilhões dizem respeito ao
com o cenário de recessão técnica. Valor Adicionado a preços básicos,
Apesar disso, quando comparamos que teve crescimento de 5,2% em
os meses de abril, maio e junho relação ao mesmo período de
com igual período do ano anterior, 2008, enquanto R$ 100,0 bilhões
ainda nos deparamos com uma referem-se aos Impostos sobre
queda de 1,2% do principal Produtos, conta que apresentou
agregado macroeconômico comportamento oposto, retraindo-
brasileiro. Outro sinal de que ainda se 4,9%. A variação negativa do
é um pouco cedo para euforia, é a montante dos impostos deve-se
constatação de queda no primeiro principalmente à queda da
semestre do ano em comparação a p a r t i c i p a ç ã o d a I n d ú s t r i a
igual período de 2008. (principalmente a Indústria da
No entanto, os resultados já Transformação) e à diminuição do
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 07
volume das Importações de Bens e p r o d u ç ã o d e m á q u i n a s e
Serviços. Apesar dessa variação equipamentos, além de redução nos
positiva quando medidos em setores de metalurgia, veículos
valores correntes, em volume de a u t o m o t o r e s , m o b i l i á r i o e
produção tanto o Valor Adicionado vestuário-calçados.
quanto os impostos indiretos ainda O resultado da Indústria, além de
apresentaram retrações de 0,9% e intervir na variação dos Impostos
2,8%, respectivamente, quando sobre Produtos, influenciou
comparados ao segundo trimestre negativamente também em dois
de 2008 (Tabela 3.1). subsetores dos Serviços, a saber,
Ótica da Oferta C o m é r c i o e Tr a n s p o r t e ,
Analisando-se comparativamente a armazenagem e correio, que foram
contribuição de cada setor para a os únicos, no setor Serviços, a
geração do Valor Adicionado entre o realizarem resultados negativos, -
segundo trimestre de 2009 e o 4,0% e -5,3%, respectivamente
mesmo período de 2008, observa- (Tabela 3.1)
se que, enquanto a Agropecuária Destaque para a Indústria de
manteve sua contribuição em torno Transformação e para a Construção
de 9%, a Indústria passou de 27% Civil, que pressionaram para baixo o
para 25% e o setor serviços ampliou setor industrial brasileiro, com
sua participação de 64% para 66%. q u e d a s d e 1 0 % e 9 , 5 % ,
Pode-se dizer que este resultado, respectivamente, quando em
um indicador de queda na comparação com o segundo
participação industrial, foi trimestre de 2008.
influenciado pela diminuição da
Tabela 3.1: Brasil– Produto InternoBruto
Variação em volume em relação aomesmo
trimestre do ano anterior- %
Setor de Atividade 2008.II 2008.III 2008.IV 2009.I 2009.II
Agropecuária 9,3 6,4 2,2 (-)1,6 (-)4,2
Indústria 5,7 7,1 (-)2,1 (-)9,3 (-)7,9
Extrativa Mineral 5,4 7,8 0,2 (-)1,1 (-)0,8
Transformação 5,0 5,9 (-)4,9 (-)12,6 (-)10,0
Construção Civil 9,8 11,7 2,1 (-)9,8 (-)9,5
Prod. e distrib. de eletricidade, gás e água 3,8 5,7 3,2 (-)4,2 (-)4,0
Serviços 5,4 5,9 2,5 1,7 2,4
Comércio 8,2 9,8 (-)1,3 (-)6,0 (-)4,0
Transporte, armazenagem e correio 5,0 5,7 (-)2,0 (-)5,6 (-)5,3
Serviços de informação 8,2 10,0 9,1 5,4 6,8
Interm. financ. seg, prev. compl. e serv. rel. 10,2 8,8 4,9 5,8 8,2
Outros serviços 4,9 5,8 4,1 7,0 7,3
Ativ. imobiliárias ealuguel 3,3 2,9 2,2 1,6 1,4
Adm. saúde e educação públicas 2,1 2,5 3,1 3,1 2,8
Valor adicionado a preços básicos 5,9 6,3 1,0 (-)1,5 (-)0,9
Impostos líq. sobre produtos 8,1 10,1 2,6 (-)3,3 (-)2,8
PIB a preços de mercado 6,2 6,8 1,3 (-)1,8 (-)1,2
Despesa de cons. das famílias 5,9 7,3 2,2 1,3 3,2
Despesa de consumo das adm. pública 4,3 6,4 5,5 2,7 2,2
Formação bruta de capital fixo 16,6 19,7 3,8 (-)14,0 (-)17,0
Exportação de bens e serviços 4,9 2,0 (-)7,0 (-)15,2 (-)11,4
Importação de bens e serviços (-) 26,0 22,8 7,6 (-)16,0 (-)16,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
Vitória/ES - Boletim Nº.45 - 08
Ótica da Demanda famílias diminui a pressão sobre o
Dentre os itens que compõem a nível de preços da economia,
demanda interna, a Despesa de levando o governo a certo otimismo
Consumo das Famílias ultrapassou a no que se refere ao controle da
casa dos R$ 471,0 bilhões, a inflação.
Despesa de Consumo do Governo O Consumo do Governo, quando
aproximou-se de R$ 156,0 bilhões e comparado nas mesmas bases,
a Formação Bruta de Capital Fixo R$ a p r e s e n t a s e m e l h a n t e
118,8 bilhões. c o m p o r t a m e n t o , o u s e j a ,
Quanto a FBCF, variável que reflete o desaceleração no ritmo de
volume de investimentos realizado, crescimento dos gastos da
vale ressaltar que após duas quedas administração pública para os dois
consecutivas (2008.IV em relação a primeiros trimestres do ano.
2008.III e 2009.I em relação a N a d e m a n d a e x t e r n a , a s
2008.IV) esta rubrica apresentou Exportações e as Importações de
recuperação de 4,4% no segundo Bens e Serviços apresentaram
trimestre de 2009 quando fortes quedas no segundo trimestre
comparado com o trimestre deste ano, 11,4% e 16,5%,
imediatamente anterior, apesar de respectivamente, se comparadas
ainda registrar forte queda, de 17%, ao mesmo período do ano anterior.
quando comparado com o segundo As taxas negativas para esses dois
trimestre de 2008. agregados repetem semelhante
Com tais resultados, as Despesas comportamento apresentado no
das Famílias ficaram 3,2% acima do trimestre anterior. No caso das
registrado no segundo trimestre de importações, foi o segundo declínio
2008 tornando-se o vigésimo em uma série de resultados
segundo período de crescimento positivos que vinham se sucedendo
consecutivo, ainda que nos dois d e s d e 2 0 0 3 . O s p r o d u t o s
primeiros trimestres de 2009 importados que mais contribuíram
tenham sido menos expressivas que para esse resultado foram: material
as taxas apresentadas nas eletrônico, material elétrico, outros
comparações trimestrais de 2008. produtos do refino, peças e
Essa desaceleração, expressa na a c e s s ó r i o s p a r a v e í c u l o s
tabela 3.1, pode ser explicada, entre automotores e químicos diversos.
outros fatores, pela redução para INDÚSTRIA
22,1%, em termos nominais, do Confirmando a saída de um período
saldo das operações de crédito do de recessão técnica no Brasil no
sistema financeiro com recursos segundo trimestre de 2009, dada a
livres para pessoas físicas, bem r e c u p e r a ç ã o d a t a x a d e
como pela redução do crescimento crescimento do PIB, 1,9%, pode-se
da massa salarial, de 7,6% no dizer que um dos fatores que puxou
quarto trimestre de 2008 para 5,2% a alta desse indicador foi o setor
no primeiro trimestre de 2009. Por i n d u s t r i a l b ra s i l e i r o, c u j o
outro lado, essa desaceleração do crescimento em relação ao primeiro
crescimento do consumo das trimestre foi de 2,1%, um resultado
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 09
Tabela 3.2 - Produçãoindustrial por atividades(Var % acum. em relaçãoao ano anterior)
Atividade/Mês jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09
1.Indústria geral -17,46 -17,14 -14,58 -14,64 -13,91 -13,39
2.Indústria extrativa -18,36 -18,59 -15,79 -14,74 -14,61 -13,7
3.Indústria de transformação -17,41 -17,05 -14,5 -14,63 -13,87 -13,37
Alimentos -5,72 -5,02 -2,76 -2,48 -2,39 -2,39
Bebidas -2,72 0,51 5,48 5,78 5,78 5,24
Fumo -4,82 -5,68 -4,87 -2,53 -1,13 -0,56
Têxtil -7,8 -11,97 -10,63 -11,61 -10,97 -10,98
Vestuárioe acessórios -18,5 -17,24 -13,6 -14,58 -13,6 -12,27
Calçados e artigos de couro -22,69 -21,65 -19,36 -18,95 -17,6 -17,05
Madeira -23,16 -27,06 -25,53 -25,47 -24,52 -24,29
Celulose, papel e produtos de papel -5,06 -5,69 -5,43 -5,27 -5,22 -5,16
Edição, impressão e reprodução de gravações -9,5 -4,52 -3,29 -3,46 -4,77 -4,6
Refino de petróleo e álcool -6,82 -6,24 -1,51 -1,83 -2,42 -2,63
Farmacêutica -2,2 6,49 13,1 8,14 9,73 10,32
Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza -7,06 -6,14 -2,89 -2,87 -0,71 -0,17
Outros produtos químicos -30,08 -26,43 -20,99 -18,33 -16,49 -14,36
Borracha e plástico -23,3 -22,94 -20,67 -20,52 -20,18 -19,64
Minerais não metálicos -6,57 -7,22 -6,71 -7,38 -7,04 -7,44
Metalurgia básica -31,54 -31,6 -30,79 -30,04 -28,89 -27,85
Produtos de metal- exclusive máquinas e equipamentos -23,27 -24,71 -21,64 -20,74 -20,43 -20,59
Máquinas e equipamentos -25,46 -28,87 -28,24 -29,57 -29,3 -28,99
Máquinas para escritório e equipamentos de informática -25,37 -25,68 -21,92 -24,88 -22,25 -20,59
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos -24,96 -26,5 -26,97 -26,82 -25,94 -25,04
Material eletrônico, aparelhos e equip. de comunicações -45,91 -45,02 -42,72 -43,05 -41,24 -40,07
Equip. de instrumentação médico-hosp., ópticos e outros -11,54 -10,9 -4,31 -7,19 -8,53 -8,62
Veículos automotores -34,21 -32,08 -27,22 -26,5 -24,66 -23,62
Outros equipamentos de transporte 39,24 33,88 26,23 18,99 16,68 13,98
Mobiliário -22,49 -20,54 -14,84 -15,6 -14,9 -13,59
Diversos -26,81 -24,28 -17,73 -17,88 -15,81 -16,01
Fonte: IBGE/ SIDRA- Pesquisa Industrial Mensal Produção Física
positivo depois de dois períodos de Indústria (CNI) vislumbre um
queda. Com isso, aqueles mais "desempenho negativo" até o
otimistas já arriscam que o Brasil quarto trimestre desse ano. Na
e s t á e m r e c u p e r a ç ã o o u comparação atual, segundo a
plenamente recuperado da crise m e s m a i n s t i t u i ç ã o , u m
econômica. Essa idéia é tão forte desempenho positivo só se dará em
que pesquisas recentes apontam 2010.
que o nível de otimismo brasileiro é A análise dos primeiros seis meses
o maior entre os países do BRIC – do ano, nas mais diversas
Brasil, Rússia, Índia e China. categorias pode ser visualizado na
Entretanto, se observarmos o Tabela 3.2. Os dados do Instituto
mesmo período do ano anterior, o Brasileiro de Geografia e Estatísitica
segundo trimestre na indústria (IBGE) mostram a produção física
apresentou queda de 7,9%. E, (em variação comparada ao mesmo
comparando todo o primeiro período do ano passado) com uma
semestre de 2009 com o mesmo de forte disparidade entre os setores.
2008, o produto industrial caiu Assim como no primeiro trimestre
8,6%. Esses dados fazem com que, de 2009, apenas 3 das 27 atividades
a p e s a r d a s p r o j e ç õ e s i nves t i g ad as ap r es en t aram
proporcionadas pelos resultados do aumento; o ramo de Bebidas
PIB, a Confederação Nacional da (5,24%), puxada pela bonança no
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 10
setor sucroalcooleiro; a Indústria capacidade de produção.
farmacêutica (10,32%), que Outro importante elemento de
continua em uma trajetória análise da produção industrial
expressiva de crescimento e brasileira se dá por meio das
também o setor de Outros categorias de uso. Segundo a tabela
equipamentos de transporte 3.3, quase todos os itens vêm
(13,98%). As quedas significativas apresentando série histórica de
se mantêm entre Material quedas (a exceção fica por conta do
e l e t r ô n i c o , A p a r e l h o s e setor de bens semiduráveis e
equipamentos de comunicação (- duráveis, que obteve crescimento
4 0 , 0 7 % ) e M á q u i n a s e em março). Em junho, o principal
equipamentos (-28,99%), ambos recuo ocorreu em bens de capital (-
fortemente influenciados pelo setor 24,37%); no setor de bens de
externo. consumo duráveis, os principais
Já o exame da indústria em geral pesos foram na fabricação de
mostra o mês de junho com uma automóveis (-8,7%) e telefones
queda de 13,39% (também em celulares (-27%); Na categoria de
relação ao período anterior). Trata- bens intermediários, a queda foi
se do pior desempenho desde 1975, puxada pelos veículos automotores
quando se começou a avaliar as (-25,8%).
séries históricas. Ainda assim, para Outra comparação de dados pode
Isabella Nunes, economista do ser feita examinando-se a indústria
IBGE, "A indústria brasileira seguiu em geral, tendo como base o mês
a tendência mundial. O número foi imediatamente anterior (com ajuste
muito negativo, mas não foi sazonal). Numa trajetória incerta,
diferente do que ocorreu em outros temos um crescimento de 0,2%
países". entre maio e junho, menor do que o
Um complemento a esses dados se apresentado de abril para maio, que
dá com a análise do Nível de foi de 1,2%. Mas podemos avançar
Utilização de Capacidade Instalada mais um pouco e analisar
(Nuci), que, segundo a Fundação previamente os resultados do mês
Getúlio Vargas (FGV), se encontra de julho, fornecido pela Pesquisa
no patamar de 79,8% em julho. Industrial Mensal, do IBGE.
Sendo sua média histórica algo em Segundo o instituto, a produção
torno de 82%, percebe-se redução industrial brasileira apresentou
na expectativa dos empresários crescimento de 2,2%, o sétimo mês
para investir e aumentar a seguido de dados positivos para o
Tabela 3.3- Produçãoindustrialpor categorias de uso (var.% em relação a igual
mês do ano anterior)
Categorias jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09
Bens de capital -14,45 -24,39 -21,42 -29,29 -22,66 -24,37
Bens intermediários -20,46 -20,92 -13,26 -15,51 -13,45 -11,76
Bens de consumo duráveis -30,95 -24,29 -13,44 -21,72 -13,7 -12,7
Semi-duráveis e não duráveis -8,56 -2,89 3,22 -3,82 -2,1 -3,97
Fonte: IBGE- Pesquisa Industrial Mensal- Produção Física
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 11
país, puxado pelo setor de bens de crescimento de 5,1%, em
c o n s u mo – p r i n c i p a l men t e comparação ao mesmo período do
automóveis e motos, além dos ano anterior, segundo a Pesquisa
chamados eletrodoméstico brancos Mensal do Comércio do IBGE, como
(geladeiras e fogões). Apesar disso, reflexo da alta registrada em todos
o mesmo mês apresenta queda de os meses analisados (7,1% em
9,9% em relação à igual período do abril, 2,9% em maio e 5,6% em
ano anterior. junho). Este resultado demonstra
Esses indicadores mostram que os que após a desaceleração do ritmo
impactos da crise não serão de expansão das vendas ocorrida
revertidos de uma hora para a outra, nos meses finais de 2008,
já que as comparações com os ocasionada principalmente pela
mesmos períodos do exercício crise financeira mundial, o comércio
anterior ainda indicam quedas. Há r e t o m a u m a s i t u a ç ã o d e
incertezas relacionadas ao mercado crescimento. Entretanto, ao se
externo, aos investimentos e ao observar a expansão do volume de
nível de emprego. Por isso, o vendas no acumulado do ano, 4,4%,
Governo vem tentando estimular a tem-se o pior desempenho
economia através de redução na semestral desde o segundo
carga tributária e aumento de linhas semestre de 2003 (Tabela 3.4).
de crédito, além de criar políticas O mês de abril, quando comparado
como a redução do Imposto sobre ao mês anterior, apresentou uma
Produtos Industrializados (IPI), a contração de 0,2%, mas se
fim de incentivar o consumo e analisado sob a ótica do ano de
aumentar a demanda interna, 2008, demonstrou um crescimento
criando assim um ambiente mais d e 7 , 1 % o c a s i o n a d o ,
propício aos investimentos no setor principalmente, por conta do efeito
industrial. calendário pois, a páscoa, período
COMÉRCIO de grande movimento comercial, foi
O volume de vendas no comércio celebrada este ano em abril e no ano
varejista do país apresentou, no anterior, em março. Já o mês de
segundo trimestre de 2009, um maio obteve um pequeno acréscimo
Atividades
mês/mês (1) mensal (2) acumulado
abril maio junho abril maio junh trimestr ano 12 meses
Combustíveis e lubrificantes -0,5 1,5 -2,7 3,6 1,9 -1,5 1,3 2,2 6,2
Hipermercados, superm, prod. alimentícios, beb.e fumo 0,8 0,2 0,9 14,1 6,7 8,2 9,6 6,8 6,0
Hipermercados e supermercados 0,4 0,7 0,4 14,1 6,6 8,1 9,5 6,6 5,7
Tecidos, vestuário e calçados -1,8 -2,5 10,1 -9,6 -10,7 -1,0 -7,1 -6,9 -3,3
Móveis e eletrodomésticos
Tabela 3.4- Volume de vendas do comércio varejista e comércio varejista ampliado segundo tipos de atividades do Brasil
-1,9 0,7 3,3 -9,8 -6,1 -1,0 -5,7 -2,3 5,0
Artigos farm., médicos, ortopédicos, de perf. ecosméticos -1,3 0,8 -0,1 11,3 10,1 12,5 11,3 11,8 12,8
Livros, jornais, revistas e papelaria -2,3 2,1 -0,7 -0,3 6,9 5,3 3,6 8,6 9,5
Equip. e materiais deescritório, informática e 8,8 -10,7 15,6 27,6 5,3 22,3 18,2 16,7 26,0
Outros artigos de uso pessoal e doméstico -2,1 3,2 2,7 14,5 11,1 11,5 12,3 9,5 10,3
Varejo -0,2 0,4 1,7 7,1 2,9 5,6 5,1 4,4 6,2
Veículos, motocicletas, partes e peças -7,1 10,6 11,1 11,4 4,4 20,8 4,7 5,3 4,2
Material de construção -4,0 3,9 -1,9 -15,8 -8,3 -7,8 -10,5 - -2,4
Varejo Ampliado -3,3 4,9 6,5 -0,8 2,8 10,2 4,1 3,9 5,0
(1) Variação em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal
(2) Variação em relação ao mesmo período do ano anterior
Fonte: IBGE - PMC
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 12
no volume de vendas em relação a O setor de Outros artigos de uso
abril (0,4%), assim como em pessoal e doméstico, que engloba as
comparação a maio de 2008 a t i v i d a d e s d e l o j a s d e
(2,9%). E no mês de junho, departamento, óticas, joalherias,
especialmente, a recuperação dos artigos esportivos, brinquedos,
setores que dependem de crédito foi entre outros, apresentou taxas
decisiva para que as vendas do expressivas de crescimento, quando
comércio varejista apresentassem analisado em relação mesmo
crescimento de 1,7%, em relação a período do ano anterior. Tal
maio, sendo este o melhor resultado crescimento é explicado pela
observado desde fevereiro, e de evolução da massa salarial, que teve
5,6%, em comparação a junho de um aumento nos últimos 12 meses,
2008. e deste modo aumenta o poder de
As principais atividades que compra do trabalhador.
contribuíram para a expansão do A atividade Artigos farmacêuticos,
comércio varejista no trimestre médicos, ortopédicos e de
foram: Equipamentos e materiais perfumaria registrou elevadas taxas
para escritório, informática e acumuladas no ano (11,8%) e em
comunicação (16,7%); Outros 1 2 m e s e s ( 1 2 , 8 % ) . E s t e s
artigos de uso pessoal e doméstico percentuais são explicados pela
(12,3%); Artigos farmacêuticos, expansão da massa salarial
m é d i c o s , o r t o p é d i c o s , d e trabalhista, acrescido do caráter
perfumaria e cosméticos (11,3%). essencial dos produtos e, também,
Em contrapartida, os setores agravado pelo surto de gripe que
Tecido, vestuário e calçado (-7,1%) ocorreu neste período.
e Móveis e Eletrodomésticos (- O segmento de Hipermercados,
5,7%) apresentaram resultados s u p e r m e r c a d o s , p r o d u t o s
negativos no período. alimentícios, bebidas e fumo obteve
O segmento de Equipamentos e um crescimento de 9,6% no
m a t e r i a i s p a ra e s c r i t ó r i o, trimestre analisado, em virtude,
informática e comunicação obteve principalmente, do aumento da
taxas de crescimento elevadas no massa salarial e da evolução dos
comparativo mensal da tabela preços em patamar abaixo da
apresentada, além de ter registrado inflação oficial, destes produtos. A
o maior percentual de aumento no atividade de Livros, jornais, revistas
índice acumulado no trimestre, no e papelaria, que apresentou uma
ano (16,7%) e em 12 meses taxa de aumento de volume
(26,0%). A principal explicação comercializado no período de 3,6%,
para tal desempenho é a redução tem como explicação a evolução do
dos preços dos produtos do gênero, poder de compra do trabalhador. Já
aliada a facilidade de financiamento a estabilidade dos preços e a
e a crescente importância que os a c o m o d a ç ã o d o s e t o r d e
produtos de informática possuem Combustíveis e lubrificantes, por
nos hábitos de consumo das conta da contração do ritmo da
famílias. atividade econômica, ocasionaram
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 13
um crescimento no comércio de partes e peças, no segundo
1,3% no trimestre. trimestre de 2009, apresentou uma
A a t i v i d a d e d e M ó v e i s e taxa de crescimento de 4,7%. A
eletrodomésticos, apesar do p o l í t i c a d e i n c e n t i v o s
incentivo governamental fornecido governamentais, através da
por meio da redução do IPI para manutenção da redução do IPI, e a
eletrodomésticos da chamada retomada dos níveis de concessão
“linha branca”, demonstrou uma de crédito tornaram possível a
contração no trimestre de 5,7%, em expansão das vendas destes
relação ao mesmo período do ano produtos.
anterior. Este fato pode ser O segmento de Materiais de
explicado pela elevada taxa de juros construção registrou uma queda de
aplicada para aquisição de bens 10,5% no período trimestral
que, em média, para o período analisado. Tal desempenho é
analisado, vem sendo calculada em resultante do quadro não estável da
32,3% a.a., segundo o Banco economia, em que pese as medidas
Central, assim como, pelo nível de de incentivo governamental à
endividamento das famílias que construção civil, como contração da
situou-se no patamar de 34,8% da tarifa de IPI para os produtos deste
renda atual e, deste modo, reduz a setor.
iniciativa de consumo da mesma. Já A tabela 3.5 mostra que no segundo
o segmento de Tecidos, vestuário e trimestre deste ano houve uma
calçados registrou uma contração contração de 4,0% nas vendas do
no trimestre analisado de 7,1%, por comércio varejista do estado do
conta do comportamento dos Espírito Santo, em comparação com
preços da atividade que, segundo o mesmo período do ano anterior,
IPCA, nos últimos 12 meses refletindo a queda verificada em
elevaram-se em 7,5%, enquanto todos os meses analisados (-1,0%
que o nível geral ficou em 4,8%. em abril, -2,0% em maio e -7,2%
O comércio varejista ampliado, que em junho). Este resultado revela um
considera, também, a venda de comportamento distinto daquele
materiais de construção e de observado nacionalmente, e reflete
veículos e afins, apresentou, no a posição do estado como o de pior
trimestre, uma taxa de variação de desempenho no trimestre, em
4,1%, em relação ao mesmo relação as outras unidades da
período do ano anterior. Já na federação. A tímida expansão das
observação dos resultados vendas na taxa acumulada no
mensais, quando comparados ao trimestre, de 0,8%, também
mesmo mês no ano anterior, foi corrobora com a evolução em menor
possível verificar que o volume de magnitude da economia capixaba.
c o m é r c i o a p r e s e n t o u u m A s a t i v i d a d e s a n a l i s a d a s
decréscimo de 0,8% em abril, apresentaram, majoritariamente,
seguido por uma elevação de 2,8% um patamar contracionista de
em maio e 10,2% em junho. volume comercializado, sendo que
O setor de Veículos, motocicletas, apenas os segmentos de Artigos
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 14
f a r m a c ê u t i c o s , m é d i c o s , p e s s o a l e d o m é s t i c o q u e
ortopédicos, de perfumaria e demonstrou o pior desempenho na
cosméticos (4,7%) e de Móveis e análise trimestral capixaba (-
e l e t r o d o m é s t i c o s ( 3 , 2 % ) 23,2%), assim como no saldo
demonstraram saldos positivos na acumulado no ano (-24%), em
análise trimestral, em relação a contrário do observado para o
igual trimestre de 2008. A Brasil, onde este setor apresentou
explicação para a maioria dos um representativo crescimento.
resultados é a mesma verificada A atividade de Hipermercados,
para o Brasil, entretanto, um dos s u p e r m e r c a d o s , p r o d u t o s
fatores distintos é que a expansão alimentícios, bebidas e fumo,
da oferta de crédito no estado t a m b é m d e m o n s t r o u u m
ocorre em um ritmo inferior, em c o m p o r t a m e n t o b a s t a n t e
comparação com o que acontece no diferenciado do que foi observado
Brasil. De acordo com dados do para o país, apresentado no
Banco Central, o volume de trimestre uma variação de -2,7%.
operações de crédito realizadas no J á o s e t o r d e m ó v e i s e
Espírito Santo no período de janeiro eletrodomésticos capixaba,
a junho de 2009 demonstrou um refletindo os impactos da redução
crescimento de 13,5% em do IPI sobre alguns produtos,
comparação ao mesmo momento do obteve um crescimento de 3,2% no
ano anterior, enquanto o Brasil trimestre e 15,7% no acumulado
apresentou uma expansão de nos últimos 12 meses.
31,3%. O comércio varejista ampliado do
O efeito do nível de preços do varejo estado demonstrou uma taxa de
capixaba sobre o consumo, também contração no período trimestral de -
constitui outra explicação para o 0,4%, mas no período acumulado
desempenho pois, o aumento do de 12 meses apresentou um
índice de preço do comércio acaba aumento de 5,6% no volume
por resultar em uma maior comercializado. Os níveis obtidos
contração da renda real das famílias pelo comércio ampliado ocorreram,
e assim, estes optam por suprir, principalmente, devido a influência
primeiramente, suas necessidades do setor de Veículos, motocicletas,
essenciais. No trimestre analisado o partes e peças que sofreu uma alta
preço implícito do comércio de 4,2% no trimestre, por conta da
varejista, calculado com base no expansão de 16% da venda de
índice de receita nominal e no veículos novos no mesmo período,
volume de vendas no comércio, segundo a FENABRAVE. Já o
obteve um crescimento de 1,07% segmento de Materiais de
no estado, enquanto que no Brasil Construção no estado demonstrou,
ocorreu um aumento de 0,50%. concomitantemente com o
Este fator ajuda a esclarecer, observado para o Brasil, uma
principalmente o que ocorreu com retração no volume de vendas no
segmento de Outros artigos de uso trimestre de 12,3% ocasionada,
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 15
p r i n c i p a l m e n t e , p e l o construção civil.
desaquecimento do mercado da
N o s p a í s e s c a p i t a l i s t a s 7,7% na Alemanha. A Confederação
desenvolvidos o desemprego teve sindical internacional (CSI), com
tendência de alta ao longo dos sede na Bélgica, indica que o
últimos meses. Nos EUA, a taxa desemprego afetará 59 milhões de
oficial de desemprego foi de 9,5% pessoas no mundo, em 2009, em
em junho, sendo a maior desde comparação a 2007, elevando a
agosto de 1983, o que elevou o taxa mundial de desemprego para
saldo para 14,7 milhões de 7,4%, no ano corrente, o que
desempregados; o setor industrial corresponde a 239 milhões de
foi o mais afetado. No Reino Unido, desempregados. Esses efeitos
verificou-se um total de 2,47 negativos levaram a OIT a lançar,
milhões de desempregados entre em junho, um documento intitulado
maio e julho, equivalente a 7,9% da “Superar a crise: um pacto mundial
PEA, o nível mais alto em 14 anos. pelo emprego”, que contém várias
Segundo a OCDE, a taxa média de proposições, dentre as quais:
d e s e m p r e g o d o s p a í s e s reforçar o sistema de proteção
pertencentes à organização se social, garantir as normas
aproximará de 10% até o fim de internacionais do trabalho, bem
2010. Cerca de 15 milhões de como estabelecer diálogo social
postos de trabalho foram perdidos entre capital e trabalho. Apesar da
entre fins de 2007 e meados de clara preocupação em relação aos
2009. Nos países pertencentes à efeitos diretos sobre o mercado de
zona do euro, a taxa média de t r a b a l h o , n ã o a p a r e c e m
desemprego foi de 9,5%, em julho, proposições explícitas quanto ao
destacando-se 9,8% na França e combate e prevenção das causas da
4. EMPREGO E SALÁRIOS
Tabela 3.5 - Volume de vendas do comércio varejista e comércio varejista ampliado segundo tipos de
atividades no Espírito Santo
Atividades
mensal (1) acumulado
abril maio junho trimestre ano 12 meses
Combustíveis e lubrificantes -3,0 -3,2 -5,2 -3,8 2,8 8,7
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo 3,5 -8,1 -3,3 -2,7 -4,2 -1,3
Hipermercados e supermercados 3,5 -8,2 -3,3 -2,7 -4,5 -1,5
Tecidos, vestuário e calçados -10,4 -11,0 -16,2 -12,6 -8,0 0,2
Móveis e eletrodomésticos -4,8 1,7 13,3 3,2 6,2 15,7
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos -0,8 5,8 9,1 4,7 10,4 15,8
Livros, jornais, revistas e papelaria -7,2 5,4 -3,9 -2,0 0,0 6,0
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação -21,2 9,6 -7,1 -6,8 -3,8 12,7
Outros artigos de uso pessoal e doméstico -28,8 -24,7 -14,6 -23,2 -24,0 -12,4
Varejo -2,0 -7,2 -2,5 -4,0 -3,5 1,6
Veículos, motocicletas, partes e peças -12,9 3,2 22,7 4,2 6,8 11,6
Material de construção -17,0 -10,2 -9,9 -12,3 -14,6 -8,9
Varejo Ampliado -7,8 -2,7 9,4 -0,4 0,8 5,6
(1) Variação em relação ao mesmo período do ano anterior
Fonte: IBGE - PMC
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 16
crise, sobretudo no que se refere às c r i a d o e o a u m e n t o n a
suas origens especulativas.No i n f o r m a l i d a d e i n d i c a m a
Brasil, os efeitos negativos da crise continuidade à precarização do
sobre o mercado de trabalho foram trabalho. Os dados do SIDRA/IBGE
menores do que o esperado pelos m o s t ra m u m a u m e n t o n o
analistas econômicos, sobretudo coeficiente de informalidade
quando se observa que a taxa de (empregados sem carteira assinada
desemprego aberto, estimada pelo + conta própria) de 37,3% dos
IBGE, aumentou no primeiro ocupados em janeiro 2009 para
trimestre de 2009 (de 8,2% em 37,5% em março, 37,5% em junho
janeiro para 9% em março), mas 2009, 37,8% em agosto, chegando
ficou estável com tendência à queda a 38% em setembro. Em termos
no segundo e terceiro trimestres absolutos, existiam 7,9 milhões de
(8,9% em abril, 8,8% em maio, pessoas ocupadas em alguma
8,1% em junho, 8% em julho, 8,1% atividade informal no trabalho
em agosto e 7,7% em setembro). principal em janeiro, passando para
Apesar das melhoras e dos indícios 8,2 milhões em setembro.A
de recuperação econômica, devido evolução dos indicadores entre os
à política expansionista sobre a meses de abril e agosto indica uma
demanda interna, esse resultado melhora no nível de emprego, a
deve ser mais bem contextualizado. taxa de desemprego aberto caiu de
Em primeiro lugar, a criação de 8,9% em abril para cerca de 8% da
vagas ainda é menor do que em PEA, nos últimos três meses da
2008, não significando, portanto, série. Apesar dessa melhora, o
uma total recuperação em relação contingente de desempregados
ao período anterior a eclosão da continua elevado, mais de 1,9
crise; segundo, os efeitos milhão, em agosto, segundo os
estatísticos da menor procura por dados do IBGE. Esse total
emprego (devido desalento) permaneceu estável em relação ao
ajudaram na redução da taxa de mês de julho de 2009, mas
desemprego; terceiro, o emprego aumentou em 7,8% durante o ano.
na indústria, setor mais dinâmico, Segundo a Pesquisa Mensal de
apresentou uma retração de 3,8%, Emprego do IBGE, constatou-se
sobretudo na região da Grande São uma pequena inflexão (-0,1 ponto
Paulo; quarto, o tipo de emprego percentual) entre abril e maio e
Tabela 4.1- Taxa de Desemprego (%)
IBGE* DIEESE**
Meses 2008 2009 2008 2009
Abril 8,5 8,9 14,2 15,0
Maio 7,9 8,8 14,1 14,8
Junho 7,9 8,1 13,9 14,2
Julho 8,1 8,0 14,1 14,8
Agosto 7,6 8,1 14,0 14,2
*Média das seis maiores regiões metropolitanas do país
**Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)
Fonte: IBGE/PME e DIEESE/PED
u m a d i m i n u i ç ã o
considerável entre maio
e junho de 2009 (-0,7
ponto percentual).
Apesar dessa melhora,
as taxas de desemprego
foram maiores em
quatro dos cinco meses
de 2009, em relação a
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 17
2008 (tabela 4.1). velocidade da redução da taxa de
Em agosto 2009, a taxa de pobreza é diferente nas áreas
desemprego foi 0,5 ponto p e s q u i s a d a s . A s r e g i õ e s
percentual maior do que no mesmo metropolitanas de Belo Horizonte
período do ano anterior, esses (35,5%), Porto Alegre (33,6%) e
dados indicam a situação não está Rio de Janeiro (31,2%) diminuíram
muito melhor do que em 2008. mais rapidamente a taxa de pobreza
Nas regiões metropolitanas que a média nacional. Já nas regiões
pesquisadas, o número total de metropolitanas de São Paulo
ocupados foi estimado em 21,4 (25,2%), Salvador (23,9%) e Recife
milhões de pessoas e a PEA (14,1%) a queda foi menos intensa
(ocupadas + desempregadas) foi de que a média nacional” (FSP,
23,3 milhões de pessoas, um 04/08/2009). Essa retração da
crescimento de 1,4% em relação a pobreza também é resultado dos
2008. Os dados sobre o rendimento programas sociais ampliados do
mensal, segundo posição na governo brasileiro, como o Bolsa-
ocupação, indicaram ganhos Família, que atende à uma
salariais para os empregados do expressiva parcela da população.
setor privado sem carteira de Os dados da PED/DIEESE (Pesquisa
trabalho assinada (4,7%), de Emprego e Desemprego da RMSP
enquanto aqueles com carteira – Região Metropolitana de São
assinada tiveram diminuição de Paulo) mostram uma melhora nos
0,7%. três primeiros meses da série, de
Segundo o IBGE, o rendimento 15% em abril para 14,2% em junho,
médio do trabalhador sofreu uma seguido de uma piora em julho
a l t a p o u c o e x p r e s s i va n a (14,8%) e nova redução em agosto
comparação de junho de 2009 (R$ 2009 (14,2%). Apesar da
1.323,30) com o mês anterior (0,5 diminuição ao longo dos meses, as
ponto percentual), mas foi a taxas de 2009 foram maiores que as
primeira alta após cinco quedas de 2008. A redução de 0,6 ponto
consecutivas. Além disso, constata- percentual, em agosto, deveu-se
se um aumento considerável no tanto à queda na taxa de
poder de compra do trabalhador desemprego aberto (de 10,5% para
(3,4 pontos percentuais) no mês de 10,1%) quanto na taxa de
junho em comparação ao mesmo desemprego oculto (de 4,3% para
mês do ano anterior. 4,1%). Em agosto, o número de
Esses resultados contribuíram para desempregados foi de 1,5 milhão de
a redução da população que se pessoas, sendo o contingente de
encontrava abaixo da linha de ocupados estimado em 9 milhões de
pobreza. Em março de 2002, 42% pessoas. Por setores da atividade
d a p o p u l a ç ã o p e s q u i s a d a econômica, o aumento na ocupação
encontrava-se nessa faixa, caindo ocorreu, sobretudo, nas atividades
para 26,8%, em junho 2009, de serviços (1,9%), o que
segundo levantamento feito pelo compensou a retração na indústria
IPEA. Por região, notou-se que “a (1,5%) e no comércio (0,4%).
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 18
Deve-se destacar o papel deste período, os saldos mensais
desempenhado pelo setor público foram todos superiores a cem mil,
na oferta de emprego. Segundo a com destaque para os 138.402
posição na ocupação, o total de admitidos em julho.
assalariados aumentou em 1,1% Considerando os setores de
devido a criação de 59 mil empregos a t i v i d a d e e c o n ô m i c a , a
n o s e t o r p ú b l i c o ( 9 % d e agropecuária e os serviços foram os
crescimento ao mês), sendo que o maiores responsáveis pelo
emprego privado manteve-se resultado positivo verificado no
estável com 8 mil novas vagas, uma período, com saldos de 162.263 e
variação de apenas 0,1% em 153.840, respectivamente; o de
relação ao mês anterior. Extração Mineral, ao contrário dos
O rendimento médio dos ocupados, demais, fechou o quadrimestre com
entre maio e junho deste ano, saldo negativo de 339 pessoas.
diminuiu em 0,3 ponto percentual, Espírito Santo
entretanto, o rendimento dos Após a fase de maior turbulência
assalariados aumentou em 0,7 advinda da crise que afetou
ponto percentual. Entre junho de f o r t e m e n t e o c o m é r c i o
2009 e 2008, o rendimento médio internacional, as grandes empresas
real caiu 2,3 pontos percentuais produtoras de commodities e a
para os ocupados e 2,8 pontos economia do Espírito Santo, foram
percentuais para os assalariados. anunciados novos projetos
Por outro lado, nos meses de junho industriais para a economia local.
e julho 2009 ocorreu um aumento Um desses novos empreendimentos
no rendimento médio real dos foi a unidade de equipamentos
ocupados (1,2%). elétricos Weg que pretende
Quanto ao emprego formal, no construir sua fábrica em Linhares,
período de abril a julho de 2009, o gerando, em até quatro anos, mil
saldo total do emprego formal empregos diretos. Já a Samarco
registrado pelo CAGED foi de, anunciou a construção da usina de
aproximadamente, 500 mil postos, pelotização em Ubu, com a criação
cerca da metade do que foi de 5.500 novos postos de trabalho a
observado no ano anterior. Ao longo partir de 2010. Naturalmente, esses
Tabela 4.2- Saldo entre admitidos e desligados no Brasil
Atividade Econômica Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ago/09
Extrativa mineral -582 171 -26 98 -339
Ind. Transformação 183 700 2.001 17.354 20.238
Serviço Ind. Util. Pública 574 266 803 2.497 4.140
Const. Civil 13.388 17.407 18.321 32.175 81.291
Comércio 5.647 14.606 17.522 27.336 65.11
Serviços. 59.279 44.029 22.877 27.655 153.840
Administração Pública 5.032 1.451 828 1.804 9.115
Agropecuária 22.684 52.927 57.169 29.483 162.263
Total 106.205 131.557 119.495 138.402 459.659
Fonte: CAGED
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 19
projetos anunciados pela iniciativa observado em 2009 demonstra os
privada não resolveram os efeitos impactos negativos da crise,
da crise no estado, mas reforçou o sobretudo quando comparamos
otimismo de vários segmentos para com o mesmo período de anos
uma possível recuperação da anteriores. Em 2007, por exemplo,
economia capixaba, estimulando o saldo acumulado no período foi de
positivamente o ambiente 22.142 postos de trabalho
econômico. foi a unidade de (variação de 3,97%) e em 2008 o
equipamentos elétricos Weg que saldo foi de 36.448, com variação
pretende construir sua fábrica em de 6,27% no mesmo período.
Linhares, gerando, em até quatro Por setor da atividade econômica,
anos, mil empregos diretos. Já a os maiores saldos no mês de agosto
Samarco anunciou a construção da foram nos Serviços (1.410),
usina de pelotização em Ubu, com a s e g u i d o d a i n d ú s t r i a d e
criação de 5.500 novos postos de t r a n s f o r m a ç ã o ( 1 . 3 3 5 ) e
trabalho a partir de 2010. Construção Civil (1.312), que
Naturalmente, esses projetos retomou gradativamente a oferta
anunciados pela iniciativa privada de créditos, repercutindo nas
não resolveram os efeitos da crise contratações. O excelente
no estado, mas reforçou o resultado do setor Agropecuária
otimismo de vários segmentos para (9,4 mil em maio) reverteu-se nos
uma possível recuperação da meses seguintes de junho, julho e
economia capixaba, estimulando agosto, chegando a um saldo
positivamente o ambiente negativo nos três meses de cerca
econômico. de 10 mil postos de trabalho.
Segundo os dados do CAGED O setor Comércio que iniciou o ano
(tabela 4.3), o saldo entre bastante desaquecido com
admitidos e desligados entre os variações negativas constantes,
meses de maio a agosto de 2009 foi trouxe, no período de maio a
positivo no primeiro mês, negativos agosto, melhora para a economia
nos outros dois e positivo no local, reflexo do aumento na
último. No acumulado do ano, o demanda, com variações positivas
saldo totalizou apenas 8.102 no saldo de empregos. Porém, o
vagas, uma variação de 1,27%. resultado acumulado no ano foi
Apesar de positivo, o saldo ainda negativo em 3.063 postos de
Tabela 4.3- Saldo entre admitidos e desligado no Espírito Santo
Atividade econômica Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ago/09
Extrativa Mineral 2 -65 21 31
Ind.transformação -818 -655 -114 1.335
Ser. Ind. Util. Pub. 58 35 8 -2
Construção Civil 35 603 337 1.312
Comércio 182 -2 584 433
Serviços 1.246 323 1.356 1.410
Administração Pública -12 23 -30 37
Agropecuária 9.368 -6.913 -2.261 -908
Total 10.061 -6.651 -99 3.648
Fonte: CAGED
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 20
trabalho, uma variação de -1,95%. diminuição na produção dos setores
Do ponto de vista regional, os de veículos automotores (-26,8%),
municípios que mais contribuíram máquinas/aparelhos e materiais
para o resultado positivo dos postos elétricos (-23,4%) e móveis e
de trabalho no estado foram indústrias diversas (-12,8%). Em
Linhares (1.593), Vitória (857) e contrapartida, porém não na
Aracruz (625) e os que se mesma proporção, apenas os
destacaram negativamente foram: setores couros e calçados (8,9%),
Vila Velha (-1.108), Serra (-1.043) captação/tratamento e distribuição
e Guarapari (-847). Os outros de água (4,9%) e indústrias
municípios da Grande Vitória extrativas (3,8%) apresentaram
contribuíram negativamente para a uma ampliação de vagas.
criação de novos postos de trabalho Em suma, o pessoal ocupado na
e o interior tem contribuído produção capixaba diminuiu -1,8%,
positivamente para a criação de durante o primeiro semestre,
novos empregos. porém menos do que os -2,7% da
A indústria capixaba, de acordo com esfera nacional, no mesmo período.
dados do IEL (Instituto Euvaldo Tendo em vista os números
Lodi), tabela 4.4, registrou uma negativos dos diversos setores da
ligeira queda na criação de novas economia capixaba, há certa
vagas no mês de junho em relação expectativa por parte dos agentes
ao mês anterior (-0,7%). Quando econômicos de que haja uma
comparado ao mesmo período do reversão desse quadro até o fim de
ano passado, essa queda se agrava 2009, amenizando os efeitos diretos
chegando a -5,4%. É interessante negativos sobre o mercado de
observar que essa retração se trabalho local.
d e v e u , p r i n c i p a l m e n t e , à
Tabela 4.4- Variação mensal do pessoal ocupado por atividade no Espírito Santo (%)
Atividades Econômicas Jun.09/Jun.08 Jun/Mai 09 Ac. no Ano
Indústrias Extrativas 3,8 -1,7 -2,1
Alimentos e bebidas 1,8 1,6 -1,6
Produtos têxteis -11,9 1,5 8,6
Vestuário e acessórios -6,9 -1,2 0,6
Couros e calçados 8,9 3,0 18,0
Celulose e papel -10,2 -0,1 -8,9
Edição e impressão 1,4 0,7 0,7
Coque, refino petróleo, álcool -6,7 6,2 2,3
Produtos químicos -8,9 0,3 -6,3
Artigos de borracha e plástico -7,7 -0,5 -6,2
Minerais não-metálicos -9,4 -1,3 -5,5
Metalurgia básica -6,2 -1,7 -7,9
Prod. metálicos - excl. máquinas -9,8 -3,0 -10,0
Máq., aparelhos e mat. Elétricos -23,4 -2,7 -2,8
Veículos automotores -26,8 -2,5 -19,1
Móveis e indústrias diversas -12,8 -1,1 -5,4
Eletricidade e gás -0,9 0,7 -0,2
Captação, tratam. distr. Água 4,9 0,0 3,5
Construção -7,2 -1,2 -1,9
Total da indústria -5,4 -0,7 -1,8
Fonte: IEL/ES
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 21
A política monetária do segundo Nos últimos boletins apontamos a
trimestre de 2009 contou com três provável alteração da remuneração
reuniões do Comitê de Política da poupança em virtude da redução
M o n e t á r i a ( C O P O M ) q u e , progressiva da taxa SELIC; o que
continuando o processo de poderia levar os fundos de renda
flexibilização monetária iniciado f i x a a r e a l o c a r e m s e u s
este ano, reduziu a taxa básica de investimentos, procedimento este
juros, a taxa SELIC. Com mais três prejudicial à rolagem da dívida por
cortes consecutivos, a taxa de juros parte do governo. Outro ponto
caiu de 11,25% para 8,75%. O preocupante, para o BC e o
comportamento da inflação Ministério da Fazenda, é que grande
permaneceu em queda, com o parte do crédito direcionado para
IPCA, índice de preços oficial habitação é oriundo dos recursos
utilizado para o cumprimento do depositados na poupança; sendo o
sistema de metas de inflação (a diagnóstico da inflação feito pelo BC
meta para 2009 é de 4,50%) de que o Brasil enfrenta uma
acumulando em 12 meses variação inflação de demanda, estes
de 4,80%, ante 6,06% no mesmo recursos poderiam “aquecer“ a
período em 2008. O IGP-DI também economia de maneira a desalinhar a
aponta forte desaceleração da inflação do seu patamar atual.
inflação, com 0,76% acumulado em Neste sentido, a secretaria de
doze meses em junho. Quanto à Política Econômica divulgou no dia
capacidade de oferta da economia, 17 de setembro o projeto para
o Nível de Utilização da Capacidade alteração da remuneração da
Instalada registrou 79,10% em cardeneta de poupança. O governo
junho, ante 86,30% no mesmo mês estipulou que as cadernetas com
de 2008. depósitos superiores à R$
O corte, entretanto, pode ter sido o 50.000,00 terá um desconto único
último deste ano, dado que a ata da de 22,5% sobre os rendimentos
144ª reunião do COPOM divulgada advindos dos depósitos que
pelo Banco Central indica que seus excederem R$50.000,00. Ou seja, o
membros entendem que “uma governo taxa a remuneração da
postura mais cautelosa contribuirá poupança, 22,5%, no mesmo
para mitigar o risco de reversões patamar da alíquota teto do
abruptas da política monetária no imposto de renda dos fundos de
futuro”. No boletim FOCUS, renda fixa. Após as alterações
divulgado pelo Banco Central e no propostas para a poupança, é
qual são expostas as consultas possível auspiciar que as próximas
feitas a analistas financeiros, da alterações a serem implementadas
última semana de agosto há pela equipe econômica do governo
previsão de que em 2009 a taxa devem recair sobre a taxa de juros
SELIC encerrará em 8,75%. de longo prazo e sobre o cálculo da
5. POLÍTICA MONETÁRIA
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 22
taxa referencial, pois em virtude reduzir sua lucratividade, afetando
das prováveis reduções futuras da o governo como um todo
t a x a b á s i c a S E L I C e s t e s Meios de pagamento e fatores
instrumentos perdem o caráter e a condicionantes da base monetária.
funcionalidade que possuíam em A base monetária não apresentou
um cenário de altas taxas de juros. mudança de trajetória em relação
Quanto ao regime de metas, o ao observado no primeiro trimestre.
Conselho Monetário Nacional (CMN) Tanto a base monetária quanto os
definiu a meta central para 2011 em m e i o s d e p a g a m e n t o s
4,50%, com intervalo de tolerância apresentaram elevação moderada.
de dois pontos percentuais para Na base monetária há uma
cima e para baixo. Trata-se das expansão do papel moeda emitido e
mesmas metas estipuladas pelo uma contração das reservas
CMN desde 2005. bancárias que têm correlação com o
Na operacionalização da política observado com a moeda em poder
monetária, o Banco Central tem do público e os depósitos à vista.
emitido títulos públicos para Tal comportamento destoa com o
levantar recursos, o que equivale a observado no mesmo período do
despesas do Tesouro Nacional, para ano passado cuja elevação foi
capitalizar o BNDES. A medida já aproximadamente duas vezes
havia sido anunciada no início do maior que a atual. Também significa
ano pelo Ministro Guido Mantega, que a redução da taxa Selic não
dos quais R$ 64 bilhões já foram trouxe consigo impactos na
repassados dos R$ 100 bilhões condução da política monetária uma
autorizados. vez que o Banco Central, ao definir
O papel dos bancos públicos este uma meta menor para a taxa de
ano tem cooperado para amenizar juros, poderia se confrontar com
os efeitos da crise. Entretanto essa uma fuga dos títulos públicos
atuação tem recebido diversas f e d e ra i s e u m a e x p a n s ã o
c r í t i c a s . E l a s r e s i d e m expressiva e indesejada dos meios
fundamentalmente no excesso de de pagamento. Atualmente, a base
interferência do governo no monetária (e consequentemente os
mercado e que o aumento de oferta meios de pagamento – que são um
de crédito a taxas de juros menores múltiplo da base) é controlada pelo
irá comprometer os bancos com Banco Central para definir o nível da
níveis de inadimplência maior e taxa de juros. Sua fraca expansão,
Tabela 5.1 – Base monetária, componentes e meios de pagamentos
Média dos saldos nos dias úteis (R$ milhões) e variação em 12 meses
Componentes
Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09
R$ % R$ % R$ % R$ %
Base monetária 132.422,2 0,8 134.772,2 1,6 136.247,3 4,0 138.420,9 2,8
Papel moeda emitido 101.623,0 12,5 102.412,5 12,4 103.769,9 12,5 104.921,3 11,4
Reservas bancárias 30.799,1 -24,9 32.359,8 -22,1 32.477,4 -16,3 33.499,6 -17,2
Meios de pagamentos (M1) 196.087,9 4,9 197.655,3 5,4 200.394,1 7,6 203.570,6 7,2
Moeda em poder do público 82.171,2 12,5 83.104,7 13,3 84.185,6 12,9 85.252,9 12,1
Depósitos à vista 113.916,8 0,1 114.550,6 0,2 116.208,4 4,0 118.317,6 3,9
Fonte: BCB. Notas para a imprensa.
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 23
p o r t a n t o , i n d i c a a q u ã o divisas no mercado de câmbio, o
conservadora ainda é a condução da Banco Central voltou a acumular
política monetária no que tange à reservas, expandindo a base ao
definição da Selic. trocar dólares por reais. Destarte as
A nossa interpretação acerca da ações do Banco Central, a taxa de
interrupção na queda da taxa básica câmbio voltou a apreciar-se
de juros adotada pelo COPOM na significativamente, rompendo
ú l t i m a r e u n i ã o , p o r t a n t o , novamente a barreira dos R$ 2,00,
permanece no sentido de que se saindo de uma taxa média de R$
trata mais de questões estruturais, 2,31 em março para R$ 1,93 em
como a remuneração da poupança e julho. No que tange ao semestre o
da TJLP, do que em relação ao BC registrou um impacto negativo
cumprimento da meta de inflação. em seu balanço de R$ 93,7 bilhões
Dentre os fatores condicionantes da devido à variação de reservas e
base monetária, o Tesouro Nacional operações de swap cambial,
contribuiu nos meses de junho e realizadas para impedir uma
agosto com a expansão da base valorização abrupta do câmbio.
monetária, voltando a registrar Logo, o Tesouro deverá repassar 95
déficits primários. No acumulado do bilhões em títulos para o BC
ano, o Tesouro Nacional “enxugou” recompor seus ativos.
a base monetária em R$ 15 bilhões, Mais uma vez, a taxa básica de
valor bem inferior aos R$ 36 bilhões juros no Brasil é um dos principais
do mesmo período do ano passado. fatores para o comportamento da
O resultado está diretamente taxa de câmbio, pois embora se
relacionado à crise econômica, uma encontre no menor patamar da
vez que as renúncias fiscais para história recente, o Brasil ainda está
incentivar alguns setores e a em quarto lugar no ranking mundial
redução do nível de atividade de taxa de juros real – o que
levaram à queda de arrecadação. continua atraindo investidores para
Também contribuiu para o aumento o país. E com a política monetária
da base monetária as operações do expansionista praticada pelos EUA,
setor externo. Com novas cuja meta para a taxa básica de
intervenções de compra à vista de juros permanece entre zero e
Tabela 5.2 – Fatores condicionantes da Base Monetária
Fluxos acumulados no mês (R$ milhões) e em 12 meses
Discriminação Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09
Operações do Tesouro Nacional -10.218,7 -5.518,8 2.739,5 1.946,6
Operações com títulos públicos federais 19.209,1 -12.857,2 -8.664,9 -12.591,3
Operações do setor externo 2.322,5 6.823,3 11.025,5 7.519,5
Redesconto do Banco Central 0,7 -0,8 22,1 -22,5
Depósitos de instituições financeiras -299,5 93,3 -322,4 -816,3
Operações com derivativos – ajustes -1.391,1 -80,0 -14,5 -2,7
Outras contas 83,2 100,6 1.077,7 326,7
VARIAÇÃO DA BASE MONETÁRIA 9.706,2 -11.439,6 5.862,9 -3.640,0
Fonte: BCB. Notas para a imprensa.
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 24
0,25%, a tendência é de que a taxa O conjunto de ativos de menor
de câmbio permaneça nesse liquidez – classificados do maior
patamar. A soma dos fluxos de para o menor grau como M2, M3 e
compra e venda em operações entre M4, respectivamente – tiveram
abril e julho, por exemplo, elevação expressiva nos últimos
totalizaram US$ 231,9 bilhões, meses seguindo a trajetória do ano
contra US$ 92,6 bilhões da soma passado. Todos, entretanto,
das exportações e importações. apresentaram recuo no ritmo de
Como contrapartida dos resultados crescimento acumulado em doze
do Tesouro Nacional e do Setor meses em relação ao final do ano
Externo, o Banco Central ajustou o passado. Os meios de pagamento
nível de reservas com operações M2 saíram de uma expansão de
com títulos públicos federais nos 40,7% em novembro para 21,3%
meses de maio, junho e julho, em julho. Já o M4, no qual estão
reduzindo a base monetária em incluídos os títulos públicos
mais de R$ 34 bilhões nos três federais, a expansão reduziu de
meses. O multiplicador monetário – 18,8% em dezembro para 14m7%
razão entre os meios de pagamento em julho. A expansão maior de M2
e a base monetária – permaneceu em relação a M4 sugere a
estável e foi de 1,50 em julho. preferência dos investidores em
Tabela 5.3 – Meios de pagamentos (M4) – Saldos (R$ milhões)
Discriminação Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09
M2 1.063.982,39 1.074.868,21 1.095.022,29 1.099.018,98
Depósitos para investimentos 3.059,42 2.917,20 2.838,36 2.886,79
Depósitos de poupança 276.043,85 279.463,48 282.912,83 290.891,18
Títulos privados 588.557,29 597.382,87 606.091,56 605.114,00
M3 1.960.113,81 1.989.058,89 2.009.714,49 2.039.357,29
Quotas de fundos de renda fixa 819.793,83 828.405,76 827.271,24 853.551,21
Operações compromissadas com títulos federais 76.337,58 85.784,92 87.420,96 86.787,10
M4 2.290.500,22 2.314.723,97 2.339.473,32 2.393.399,68
Títulos federais (SELIC) 330.386,41 325.665,08 329.758,83 354.042,39
Títulos estaduais e municipais 0,00 0,00 0,00 0,00
Fonte: BCB. Notas para a imprensa.
Tabela 5.4 - Operações de Crédito do Sistema Financeiro Saldo por Atividade Econômica (R$ milhões)
Setor público Setor privado
Meses
Gov
Federal
Estados
e munic
Total Indústria Habitação Rural Comércio
Pessoas
físicas
Outros
serviços
Total
Abr/09 9 496 18 822 28 318 297 305 69 510 107 398 119 815 411 422 215 052 1 248 821
Mai/09 9 461 18 973 28 434 295 471 71 545 107 710 120 404 422 534 215 174 1 261 272
Jun/09* 9 294 19 201 28 495 299 413 74 110 106 742 120 969 428 058 219 053 1 276 841
Jul/09* 33 962 19 988 53 950 296 661 76 939 106 544 121 877 431 615 219 262 1 306 847
Ago/09* 34 083 21 202 55 286 296 643 79 852 108 585 124 388 437 695 224 294 1 326 742
Faixa de Risco (Agosto 2009)
AA+A 100,00 89,00 92,00 72,90 93,10 61,80 68,30 75,60 68,50 72,80
B até G 0,00 11.00 8,00 24,90 6,60 35,20 28,00 18,60 18,80 23,20
H 0,00 0,00 0,00 2,20 0,30 3,00 3,70 5,80 2,70 4,00
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: BCB. Notas para a imprensa.
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 25
depósitos de poupança do que em para 29%). Os bancos privados
títulos federais, conseqüência cortaram as taxas em 4,2 pontos
esperada da redução da taxa Selic. (de 47,3% para 43,1%). Isso
A migração, entretanto, não foi tão provocou uma quase igualdade na
expressiva quanto era esperado, carteira total de crédito do sistema
uma vez que em muitos fundos de financeiro, entre setor privado e
investimento em renda fixa, ao setor público, em agosto, este
descontar-se o Imposto de Renda, o último representou 40,1% no total
rendimento já está abaixo do da de crédito, em comparação com as
poupança. Neste ano a poupança instituições privadas e estrangeiras
captou R$ 19,7 bilhões a mais que que tiveram uma participação
no final do ano passado, contra R$ 40,7% e 18,9%, respectivamente.
20,1 bilhões de expansão dos Além de aumentarem a sua
títulos públicos. participação as instituições públicas
Operações de crédito têm taxa de juros equivalente ou,
As operações de crédito no sistema na maioria das vezes, menor que os
financeiro nacional, no segundo grandes bancos privados. Entre os
q u a d r i m e s t r e d e 2 0 0 9 , cinco maiores bancos do país, na
apresentaram relativa melhora. E grande maioria das modalidades de
confirma em parte o que tem sido crédito, tanto para pessoa física
dito por autoridades do governo e quanto para pessoa jurídica, Caixa
membros do mercado financeiro, e Banco do Brasil cobram juros
que a maioria das operações de menores do que os três maiores
crédito voltou ao nível anterior à bancos privados Santander Real,
crise. Mas, desde já, podemos Bradesco e Itaú Unibanco.
perceber que a melhora se deu em A grande crítica por parte do
grande parte pelo aumento do mercado financeiro e economistas
volume de crédito das instituições foi sobre a qualidade de crédito do
públicas. Segundo um estudo feito setor financeiro público brasileiro e
pela FIESP (Federação das como esse aumento no crédito e
Indústrias do Estado de São Paulo) diminuição nos juros cobrados iria
baseado em dados do Banco impactar nos balanços destes
Central, entre outubro de 2008 e bancos. Comparando os balanços
junho deste ano, os bancos públicos dos dois principais bancos privados
reduziram seus juros médios anuais brasileiros com os dois maiores
para empresas e pessoas físicas em bancos comerciais públicos
8,5 pontos percentuais (de 37,5% percebemos números bastante
Fonte: BCB - Informações sobre operações bancárias
Bancos
Pessoa Física (% a.m)
Cheque Especial Credito Pessoal Aquisição de Veículos Aquisição de Bens
Banco do Brasil 7,75 2,34 1,60 1,99
Caixa Econômica 6,13 2,18 1,52 4,20
Santander 8,51 3,33 1,61 1,60
Itaú Unibanco 8,46 4,18 1,98 2,48
Bradesco 8,44 4,98 1,97 3,25
Menor Taxa 2,01 0,97 1,35 0,60
Tabela 5.5-Taxas de juros de operações de crédito - Pessoa Física - Mês de Outubro
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 26
superior destes últimos. uma alta de 120% no ano, até
A Caixa Econômica Federal (CEF) 2/10/2009, bem melhor que as dos
aumentou a oferta de credito em demais bancos concorrentes como
56,1%, no 1° semestre 2009, se Bradesco e Itaú Unibanco que
comparado com o mesmo período apresentaram uma alta entre 55%
de 2008. Entretanto, o lucro líquido e 60%, no ano, em sua ações
da CEF apresentou uma piora preferências.
considerável, caindo de R$ 1,7 Os resultados dos dois maiores
bilhão para R$ 706 milhões. Em bancos privados do país, Itaú
contrapartida, evidencia um U n i b a n c o e B r a d e s c o ,
aumento de 65,3% para 69,3% no apresentaram pouca variação nos
índice de eficiência, no mesmo seus indicadores. Sem duvida o
período, e seu índice de destaque maior fica com aumento
inadimplência foi o que menos do índice de inadimplência: no Itaú
subiu, passando de 2,7% para Unibanco saltou de 4% para 5,4% e
2,8%. Apesar de ser a instituição no Bradesco de 3,4% para 4,6%,
financeira que apresenta a maior além do aumento das provisões
quantidade de recursos para cobrir sobre créditos duvidosos, que
créditos duvidosos, R$ 7,9 bilhões. saltou de R$ 1,7 bilhão para R$ 4,4
O Banco do Brasil, por sua vez, bilhões no Bradesco, entre o 2°
recuperou o posto de maior banco trimestre de 2009 e o 2° trimestre
do hemisfério sul em numero de de 2008. No maior banco privado
ativos ultrapassando o Itaú- do país as provisões atingiram R$
Unibanco, e apresentou um lucro 5,5 bilhões.
liquido de R$ 2,3 bilhões, no Em linha com bancos comerciais
segundo trimestre, melhor do que públicos, os financiamentos
no mesmo período do ano anterior, efetuados pelo BNDES registraram
que foi de R$ 1,6 bilhão. Mesmo evolução mensal de 2,1%, R$
c o m a q u e d a 3 , 8 p o n t o s 252,6 bilhões, destacando-se a
percentuais no seu índice de maior demanda de recursos para a
eficiência. área de infra-estrutura, sobretudo
O índice de Basiléia, ou seja, a para os setores de energia e
proporção entre o capital das transportes.
instituições financeiras e o valor de Em termos gerais a elevação total
seus ativos ponderados pelos do credito, que atingiu 1.327
correspondentes riscos, indicador bilhões de reais em agosto,
chave da resistência a choques, foi registraram aumentos de 1,5% no
de 15,3%, pior que os de outras mês e de 19,5% em doze meses.
grandes instituições, mas ficou Em decorrência, a relação
quase 3 p.p melhor que no 2° crédito/PIB subiu para 45,2%, ante
trimestre de 2008. 44,8% em julho e 36,7% em agosto
U m r e f l e x o d e s t a m e l h o r de 2008. Vale o destaque do
performance no período pode ser aumento do crédito ao setor público
visto no preço das ações ordinárias federal que mais do que triplicaram
do Banco do Brasil que apresentam nos dois últimos meses, em
Bancos
Pessoa Jurídica (% a.m)
Desconto de
duplicatas
Capital de giro
prefixado
Conta
garantida
Aquisição de
Bens
Capital de giro
flutuante
Banco do Brasil 2,17 1,85 5,05 1,29 1,27
Caixa Econômica 2,53 1,59 - - 0,91
Santander 2,59 2,23 5,40 1,60 1,60
Itaú Unibanco 3,34 2,46 6,12 1,84 1,73
Bradesco 3,13 2,74 3,72 1,94 1,32
Menor Taxa 0,93 0,71 1,40 0,15 0,45
Tabela 5.6-Taxas de juros de operações de crédito - Pessoa Jurídica - Mês de Outubro
Fonte:BCB - Informações sobre operações bancárias
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 27
decorrência do menor nível de crédito, puxada pelo plano
arrecadação devido à recessão governamental “Minha Casa Minha
econômica e ao aumento nos Vida” que propiciou não só um
gastos do governo. aumento nos créditos dos bancos
Em agosto, o spread apresentou públicos, como também estimulou
uma queda de 0,5 p.p frente a o aumento dos financiamentos
julho, com uma taxa média de privados, que aumentaram em
26,3% a.a., ficando praticamente 5,4% com trimestre anterior. A CEF
em linha do que era cobrado um ano aumentou os empréstimos
antes. Para pessoa jurídica o spread habitacionais em 71,2% na
ficou em 17,8% a.a., alta de 2,9% comparação com junho de 2008, o
em 12 meses. Enquanto para as que totalizou R$ 17,4 bilhões em
famílias o spread ficou em 34,3% empréstimos.
queda de 3,3% em 12 meses. Cabe O crédito para setor industrial
destacar a queda de 6,3 p.p. nos continua sendo o mais atingindo.
juros do cheque especial. Mas, as grandes empresas
Entre as principais modalidades de brasileiras, em contraposição às
crédito, o leasing, que foi a que pequenas e médias, não estão com
mais cresceu em 2008, mas com tantas dificuldades, além dos
taxas de crescimento diferentes lançamentos de debêntures no
para empresas e para as famílias. O mercado doméstico, empresas
leasing para pessoa jurídica brasileiras tais como Petrobras,
apresentou um declínio de 0,6% em Telemar e Odebrecht captaram
comparação de agosto com julho. E sozinhas este ano quase US$ 2,5
por isso a modalidade continua com bilhões no mercado externo.
forte queda de 10,7% no ano. Já o Cabe ressaltar que o governo
leasing a pessoa física apresentou brasileiro captou US$ 500 milhões,
uma alta de 0,9% comparação com no mês de julho, vendendo os
julho, e um aumento de 15,9% no títulos da divida externa brasileira
ano. com prazo de vencimento em 2037
O u t r o s t i p o s d e c r é d i t o s a uma taxa de 6,63% a.a o que
importantes, principalmente para abriu espaço para novas empresas
pessoa física, como financiamento brasileiras de grande porte
para aquisição de veículos e crédito buscarem recursos no exterior.
habitacional apresentaram dados Com o aumento do desemprego no
distintos. Este último foi o que mais Brasil as intuições bancárias
cresceu nas modalidades de aumentaram consideravelmente as
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 28
6. POLÍTICA FISCAL
A Ministra Dilma Rousseff Online).
apresentou um balanço do Com isso, o PAC passou a somar R$
Programa de Aceleração do 1,14 trilhão, R$ 455 bilhões a mais
Crescimento - PAC, no início de do que o previsto no seu
setembro corrente, anunciando a lançamento em 2007. No inicio a
decisão do governo de aumentar em previsão era de gastar R$ 503,9
R$ 142 bilhões o montante previsto bilhões, entre 2007 e 2010, e R$
para as obras nessa iniciativa, até 189 bilhões, a partir de 2010.
2010. Para o período pós 2010 Agora, estão previstos gastos de R$
foram anunciadas obras adicionais 646 bilhões e R$ 502 bilhões,
que montam R$ 313 bilhões (Folha respectivamente. Não obstante,
provisões para possíveis calotes, de instituições foram compradas ou
R$ 58,0 bilhões em agosto de 2008 iniciaram processos de fusão.
para R$ 96,0 bilhões no mesmo mês Nesse ultimo trimestre cabe
de 2009, alta de 64,3%, somente ressaltar a compra do Ibi pelo
neste ultimo mês, foram colocados Bradesco e a união da carteira de
R$ 4,0 bilhões de reais para cobrir crédito da Nossa Caixa e do Banco
possíveis perdas com créditos do Brasil. Além do fato do mercado
duvidosos. b a n c á r i o e s t a r a l t a m e n t e
O índice de inadimplência por parte concentrado, o mercado de seguros
das pessoas físicas ficou estável está seguindo o mesmo caminho.
nesse último mês, em 8,4%, e Espécies de joint-ventures entre
continua lentamente invertendo a grandes empresas desse setor
alta observada no inicio do ano, e estão ocorrendo com freqüência
afasta cada vez mais a previsão nestes últimos tempos, como na
feita pelos bancos que chegaria aos aliança entre Banco do Brasil e Sul
dois dígitos no fim do ano. Já a América e a “parceria” Itaú
inadimplência das pessoas jurídicas Unibanco e Porto Seguros.
ficou em 3,9%, alta de 0,1 p.p. Entretanto, devem ser destacados
comparativamente com mês o papel do Banco Central do Brasil,
anterior. da Secretaria de Direito Econômico
Nos próximos meses, o cenário do Ministério da Justiça (SDE) e da
mais provável é de melhoria no Secretaria de Acompanhamento
crédito e possivelmente uma Econômico do Ministério da
diminuição dos spreads. Já que, a Fazenda (Seae), nas tentantivas de
taxa selic indica uma estabilidade m u d a r e s s e p a n o r a m a .
na casa de 8,75% para este ano. Recentemente essas três agências
Um obstáculo contra a diminuição impuseram novas regras para
dos spreads, sem dúvida, é a alta aumento da concorrência no setor
concentração bancaria. Desde o de cartões de crédito que é duopólio
começo da crise financeira varias entre Visanet e Redecard.
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 29
esses números anunciados d e r o y a l t i e s r e c e b i d a
contrastam com os valores do PAC trimestralmente. Esse incremento
que já foram autorizados entre de receita compensou, inclusive, o
2007/2009, apenas R$ 57,4 aumento sazonal da despesa, de
bilhões, dos quais cerca de metade 12,1% com relação a junho. O mês
pagos (46% do autorizado) a de julho corrente computou gastos
despeito de 78% já terem sido adicionais com pessoal relativos ao
empenhados (Site Contas Abertas). adiantamento de parcela do 13º dos
servidores do Executivo Federal,O Governo Central aposta todas as
além da ampliação dos gastos emsuas fichas nessa iniciativa e nos
Outras Despesas de Custeio einvestimentos da Petrobrás, com
Capital (OCC), especialmente asvistas a deslanchar o crescimento
devidas ao inicio do pagamento doda economia brasileira ao menos no
abono salarial pelo FAT paraano que vem, ano eleitoral. O
2009/2010. Amenizou essaProjeto de Lei Orçamentária 2010,
elevação de gastos a apresentaçãor e c e n t e m e n t e e n v i a d o a o
de retorno líquido pelo FundoC o n g r e s s o , p r e v ê u m
Nacional de Desenvolvimentocomprometimento de R$ 23,4
(FND), que compõe o subitembilhões do Orçamento do governo
Subsídios e Subvenções.com o PAC. A Petrobrás também
terá um papel estratégico na No balanço do primeiro semestre de
dinamização dos investimentos 2009 percebeu-se uma sensível
públicos, com previsão de investir redução do superávit primário do
R$ 79,3 bilhões em 2010, 20% a Governo Central, que caiu a menos
mais do que em 2009, sendo do de um terço do valor apresentado
valor previsto para a empresa R$ em igual período em 2008, R$ 20,1
55,5 bilhões referentes ao PAC. bilhões contra R$ 68,6 bilhões no
a n o p a s s a d o . D o q u a d r oNo curto prazo, por outro lado, as
extremamente favorável no queiniciativas do Governo Central para
tange ao crescimento da receita, oreativar o crescimento têm surtido
governo se deparou, esse ano, compouco efeito. Os meses de maio e
uma leve queda da mesma (-1,5%),junho acusaram déficits primários
tendo em vista a redução de 5,0%de R$ 269 e R$ 617 milhões,
das receitas do tesouro, sórespectivamente, segundo o cálculo
amenizada pelo crescimento deacima da linha feito pela STN. Essa
11,0% das receitas da Previdênciasituação se reverteu em julho, com
Social. As receitas do tesouroum superávit primário de R$ 1,44
refletiram os efeitos negativos dabilhão, tendo em vista a elevação de
crise sobre a atividade econômica,receita de 9,6%. Essa elevação de
manifestos especialmente na quedareceita deveu-se especialmente a
da produção industrial (13,4%) e naarrecadação trimestral do Imposto
redução da lucratividade dasde Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da
empresas. Sua queda também seContribuição Social sobre o Lucro
associou aos incentivos fiscaisLíquido (CSLL) bem como a receita
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 30
dados pelo governo com base no funcionalismo federal. No caso de
IPI, numa política anticíclica. A OCC o destaque ficou para o gasto
redução dos preços do petróleo no com custeio, 43% a maior na rubrica
m e r c a d o i n t e r n a c i o n a l , do FAT, refletindo a ampliação dos
adicionalmente, fez cair as benefícios ligados ao trabalhador
receitas com royalties do Governo desempregado conseqüente da crise.
Federal. A Previdência Social, A previdência também ampliou seus
distintamente, ampliou sua gastos com benefícios o que resultou
receita em função do crescimento numa ampliação de seu déficit de
de 14,2% da massa de salários no 1,23% do PIB, em igual período de
mercado formal e urbano (entre 2008, para 1,42% do PIB em 2009.
dezembro de 2008 e junho de A relativa reversão da política fiscal do
2009). G ove r n o C e n t ra l n e s t e a n o
O comportamento das despesas manifestou-se, como visto, na
no primeiro semestre de 2009, redução dos níveis de superávit fiscal
por outro lado, foi de elevação de praticados, visando amenizar os
15,9% notadamente pela efeitos deletérios da crise sobre a
ampliação de gastos com pessoal economia. Essa mudança se
e OCC. O gasto com pessoal, 19% evidenciou também nas contas fiscais
superior ao ano passado, é do Setor Público Consolidado (SPC),
justificado, segundo a STN, por considerando-se o conceito “abaixo
m a i o r e s d e s p e s a s c o m da linha”, que analisa o resultado
precatórios e com reestruturação fiscal pela ótica do financiamento. O
de carreiras e remunerações do mês de julho de 2009 registrou um
Discriminação
Tabela 6.1 - Resultado Primário do Governo Central (R$ milhões)
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional
jul/08 jan-jul/08 maio/09 jun/09 jul/09 jan-jul/09
I. RECEITA TOTAL 62.844,4 407.790,4 56.336,7 55.031,9 60.323,9 401.680,4
I.1. Receitas do Tesouro 49.488,4 320.126,1 41.756,3 40.775,0 45.857,3 304.249,6
I.2. Receitas da Previdência Social 13.230,2 86.732,9 14.400,8 14.063,9 14.287,4 96.252,4
I.3. Receitas do Banco Central 125,7 930,9 179,6 193,1 179,2 1.178,4
II. TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E MUNICÍPIOS 9.265,8 72.504,8 12.835,0 12.915,2 7.796,1 72.460,4
III. RECEITA LÍQUIDA TOTAL (I -II) 53.578,6 335.285,2 43.501,7 42.116,7 52.527,8 329.220,1
IV. DESPESA TOTAL 46.376,8 266.705,1 43.760,2 42.732,6 51.088,5 309.136,2
IV.1. Pessoal e Encargos Sociais 13.016,3 72.617,8 10.867,4 11.348,2 14.375,4 86.512,2
IV.2. Benefícios Previdenciários 15.407,5 107.066,4 17.140,5 17.445,3 17.380,8 120.622,0
IV.3. Custeio e Capital 17.706,0 85.417,8 15.460,2 13.631,2 18.999,6 99.915,9
IV.4. Transferência do Tesou ro ao Banco Central 68,1 451,3 88,8 88,5 89,6 621,0
IV.5. Despesas do Banco Central 178,9 1.151,8 203,2 219,4 243,1 1.465,1
V. FUNDO SOBERANO DO BRASIL - FSB 0 0 0 0 0 0
VI. RESULTADO PRIMÁRIO GOVERNO CENTRAL (III -IV-V) 7.201,8 68.580,1 -258,5 -615,8 1.439,4 20.083,9
V.1. Tesouro Nacional 9.432,3 89.134,5 2.504,8 2.792,0 4.596,7 44.740,2
V.2. Previdência Social -2.177,3 -20.333,5 -2.739,7 -3.381,4 -3,093,5 -24.369,6
V.3. Banco Central -53,2 -220,9 -23,6 -26,3 -63,8 -286,7
VII. RESULTADO PRIMÁRIO/PIB (%) 4,2 1,2
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 31
superávit primário, para o SPC, de reduziram seu gasto com juros,
R$ 3,18 bilhões, contra R$ 11,06 respectivamente em 69% e 79%.
bilhões acusados no mesmo mês do Ambos apresentaram déficit
ano anterior. É o Governo Central nominal em julho, o qual atingiu R$
quem mais reduziu a sua 13,12 bilhões para o Governo
participação no superávit primário, Central, com o SPC acusando déficit
a despeito dos Governos Regionais nominal 65% maior do que o
também retrocederem nessa mesmo mês do ano anterior.
frente. Mas no mês de julho de 2009 No acumulado do ano a redução do
o Governo Central saiu do vermelho, superávit primário para o SPC se
posto que acumulou déficits manifestou de forma mais explícita,
primários seguidos em maio e de R$ 92,77 bilhões, no primeiro
junho. No sentido oposto, os semestre de 2008, chegou a
Governos Regionais e as Estatais representar quase um terço desse
reduziram de forma sensível o seu valor em igual período de 2009 (R$
superávit primário exatamente no 38,44 bilhões). Na relação com o
mesmo mês de julho. PIB houve uma queda de 4,83%
Comparada com igual mês do ano p a r a 2 , 2 5 % . O p r i n c i p a l
anterior, a apropriação de juros em responsável por essa queda foi o
julho corrente, segundo o critério de Governo Central, que reduziu a mais
competência, foi menor para o SPC, de um terço seu esforço fiscal.
atingindo R$ 16,16 bilhões contra A queda do superávit primário foi
R$ 18,94 bilhões em julho de 2008. em parte compensada pela redução
O gasto com esse item sofreu do gasto com juros para o SPC, que,
elevação para o Governo Central em no entanto, ainda equivaleu a
julho de 2009 tanto em comparação exorbitante quantia de R$ 95,11
com igual mês do ano anterior bilhões, 5,56% do PIB. Não
(35%) quanto frente ao mês obstante, a despesa com juros para
anterior (39%). Os Governos o Governo Central ainda se elevou
R e g i o n a i s , d i s t i n t a m e n t e ,
6.2 - Necessidade de Financiamento do Setor Público (R$ milhões)
Discriminação jul/08 jan-jul/08 maio/09 jun/09 jul/09 jan-jul/09
Primário -11 057 -92 770 -1 119 -3 376 -3 180 -38 435
Governo central -7 774 -68 451 291 1 137 -1 691 -22 640
Governos regionais -2 847 -22 063 -3 214 -2 523 - 797 -16 117
Empresas estatais - 436 -2 256 1 804 -1 989 - 692 323
Juros nominais 18 939 107 833 12 593 13 506 16 169 95 106
Governo central 9 883 63 639 11 173 10 667 14 815 86 009
Governos regionais 9 008 44 135 1 908 2 838 868 9 136
Empresas estatais 48 59 - 487 1 485 - 39
Resultado Nominal 7 883 15 063 11 474 10 130 12 989 56 671
Governo central 2 109 -4 812 11 464 11 803 13 125 63 370
Governos regionais 6 162 22 072 -1 307 314 71 -6 982
Empresas estatais - 388 -2 196 1 317 -1 988 - 207 284
Fonte: BCB - Notas para a imprensa de 30.08.2009
(+) déficit (-) superávit
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 32
de R$ 63,64 bilhões para R$ 86,01 (SPC), considerando-se o conceito
bilhões, sendo os grandes “abaixo da linha”, que analisa o
beneficiários da queda global dessa resultado fiscal pela ótica do
despesa no semestre os Governos financiamento. O mês de julho de
Regionais. 2009 registrou um superávit
primário, para o SPC, de R$ 3,18Com isso o Governo Central e os
bilhões, contra R$ 11,06 bilhõesGovernos Regionais trocaram de
acusados no mesmo mês do anoposição em termos do Resultado
anterior. É o Governo Central quemNominal (soma do resultado
mais reduziu a sua participação noprimário com a despesa com juros),
superávit primário, a despeito dosno comparativo entre o primeiro
Governos Regionais tambémsemestre de 2008 e 2009. O
retrocederem nessa frente. Mas noGoverno Central acusou forte déficit
mês de julho de 2009 o Governonominal no primeiro semestre deste
Central saiu do vermelho, posto queano (R$ 63,37 bilhões) e os
acumulou déficits primáriosGovernos Regionais apresentaram
seguidos em maio e junho. Nosuperávit nominal (R$ 6,98
sentido oposto, os Governosbilhões). No global, o SPC foi
Regionais e as Estatais reduziramdeficitário em R$ 56,67 bilhões no
de forma sensível o seu superávitprimeiro semestre de 2009, o que
primário exatamente no mesmoequivaleu a 3,31% do PIB, deixando
mês de julho.a posição de quase equilíbrio
orçamentário explicitada no Comparada com igual mês do ano
primeiro semestre de 2008 (0,91% anterior, a apropriação de juros em
do PIB). julho corrente, segundo o critério de
competência, foi menor para o SPC,A relativa reversão da política fiscal
atingindo R$ 16,16 bilhões contrado Governo Central neste ano
R$ 18,94 bilhões em julho de 2008.manifestou-se, como visto, na
O gasto com esse item sofreuredução dos níveis de superávit
elevação para o Governo Central emfiscal praticados, visando amenizar
julho de 2009 tanto em comparaçãoos efeitos deletérios da crise sobre a
com igual mês do ano anterioreconomia. Essa mudança se
(35%) quanto frente ao mêsevidenciou também nas contas
anterior (39%). Os Governosfiscais do Setor Público Consolidado
Tabela 6.3 – Dívida Líquida do Setor Público (R$ milhões)
Discriminação dez/08 maio/09 jun/09 jul/09
Dívida Líquida Total 1.153.631 1.245.026 1.259.116 1.283.417
Governo Central 728.327 829.480 845.870 871.504
Governos Regionais 414.954 404.166 403.958 403.942
Estatais 10.351 11.379 9.288 7.971
Dívida Líquida Total 1.153.631 1.245.026 1.259.116 1.283.417
Dívida líquida interna 1.482.193 1.516.981 1.533.432 1.552.620
Dívida líquida externa -328.561 -271.955 -274.316 -269.202
Em % do PIB 38,8 42,6 43,2 44,1
Fonte: BCB – Nota para a imprensa, 30.08.09.
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 33
R e g i o n a i s , d i s t i n t a m e n t e , beneficiários da queda global dessa
reduziram seu gasto com juros, despesa no semestre os Governos
respectivamente em 69% e 79%. Regionais.
Ambos apresentaram déficit Com isso o Governo Central e os
nominal em julho, o qual atingiu R$ Governos Regionais trocaram de
13,12 bilhões para o Governo posição em termos do Resultado
Central, com o SPC acusando déficit Nominal (soma do resultado
nominal 65% maior do que o primário com a despesa com juros),
mesmo mês do ano anterior. no comparativo entre o primeiro
No acumulado do ano a redução do semestre de 2008 e 2009. O
superávit primário para o SPC se Governo Central acusou forte déficit
manifestou de forma mais explícita, nominal no primeiro semestre deste
de R$ 92,77 bilhões, no primeiro ano (R$ 63,37 bilhões) e os
semestre de 2008, chegou a Governos Regionais apresentaram
representar quase um terço desse superávit nominal (R$ 6,98
valor em igual período de 2009 (R$ bilhões). No global, o SPC foi
38,44 bilhões). Na relação com o deficitário em R$ 56,67 bilhões no
PIB houve uma queda de 4,83% primeiro semestre de 2009, o que
p a r a 2 , 2 5 % . O p r i n c i p a l equivaleu a 3,31% do PIB, deixando
responsável por essa queda foi o a posição de quase equilíbrio
Governo Central, que reduziu a orçamentário explicitada no
mais de um terço seu esforço fiscal. primeiro semestre de 2008 (0,91%
do PIB).A queda do superávit primário foi
em parte compensada pela redução C o m o c o n s e q ü ê n c i a d e s s a
do gasto com juros para o SPC, que, n e c e s s i d a d e p o s i t i v a d e
no entanto, ainda equivaleu a financiamento e da desvalorização
exorbitante quantia de R$ 95,11 cambial de 4% a dívida líquida do
bilhões, 5,56% do PIB. Não SPC ampliou-se em cerca de 11%
obstante, a despesa com juros para desde dezembro de 2008, atingindo
o Governo Central ainda se elevou em julho corrente o montante de R$
de R$ 63,64 bilhões para R$ 86,01 1,28 trilhão, equivalente à 44,1%
bilhões, sendo os grandes do PIB. O Governo Central foi quem
Tabela 6.4 - Títulos públicos federais (R$ milhões)
jul/08 mai/09 jun/09 jul/09
Títulos emitidos 1.602.987 1.749.820 1.821.522 1.840.687
Carteira do BACEN 398.582 475.565 499.646 490.801
LTN 226.630 199.825 232.028 217.223
LFT 443.454 500.768 499.212 537.903
NTN 495.430 540.660 557.666 562.521
Dívida Securit. 19.793 14.830 14.823 14.269
CFT/CTN 14.177 13.351 13.308 13.184
TODA 4.898 4.797 4.816 4.765
BTN 22 23 23 22
Total 1.204.405 1.274.255 1.321.876 1.349.886
% do PIB 40,7 43,6 45,4 46,3
Fonte: BCB - Notas para a imprensa de 27/08/2009.
Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 34
mais ampliou seu endividamento, falsa melhora na dívida, se não
em cerca de 20%, sendo que os observarmos seu prazo. Entre os
Governos Regionais e as Estatais meses de junho e julho houve uma
r e d u z i ra m s e u s n í v e i s d e redução no prazo de vencimento de
endividamento no mesmo período. LFT de 30,5 meses para 24,5 meses.
Na sua composição entre dívida A queda na participação dos títulos
interna e externa, esta última indexados aos índices de preços
continuou negativa e a primeira pode ser explicada pela expectativa
atingiu o montante de R$ 1,55 de baixa inflação devido ao
trilhão (53,3% do PIB), num acirramento da crise acontecido no
crescimento de 5% em comparação primeiro semestre de 2009. Este
com dezembro de 2008. fenômeno leva os aplicadores a
O saldo da dívida mobiliária federal procurarem formas alternativas de
no mercado atingiu em julho r e n d i m e n t o, j á q u e e s t ã o
corrente R$ 1,35 trilhão. Com relativamente protegidos de uma
relação ao PIB obteve um corrosão via aumento de preços.
crescimento de 5,6 p.p. se O aumento das operações de
comparado com o mesmo período mercado aberto mostra um esforço
do ano passado. também pontual do Banco central
Segundo os indexadores, há uma (BC) para manter a taxa básica
pontual melhora na composição da definida pelo Comitê de Política
dívida no mês de agosto devido a Monetária (COPOM), já que houve
um resgate líquido de Nota do um aumento de 1,9 p.p. entre os
Tesouro Nacional F (NTN-F) e Letra meses de junho e julho. Geralmente
do Tesouro Nacional (LTN), o BC atua com títulos em operações
passando de 24,6% para 22,7% no compromissadas, de forma que há
período entre junho e julho. Porém, um compromisso de recompra após
observando que os títulos em Letra um período determinado. Assim, o
Financeira do Tesouro (LFT) BC controla a liquidez do sistema
compõem 30,1% da dívida total através de disponibilidade de
(Tabela 6.5) e, têm um prazo de crédito, ou seja, diretamente nas
24,5 meses (Tabela 6.6) há uma reservas bancárias.
Tabela 6.5 – Dívida Mobiliária Federal e Participação por Indexadores
Discriminação jul-08 maio-09 jun-09 jul-09
Dívida Mobiliária (R$ bilhões) 1.504,2 1.659,0 1.707,5 1.788,2
Indexadores (%)
Over/Selic (*) 31,8 30,1 29,2 30,1
Câmbio (*) -1,7 0,7 0,7 0,6
Prefixado 24,7 22,9 24,6 22,7
TR 1,6 1,2 1,2 1,1
Índices de preço 23,6 21,8 21,8 21,0
Oper.mercado aberto 19,9 23,2 22,6 24,5
FONTE: BCB– Notas para a imprensa de 30-08-09
(*) com operações Swap
Vitória/ES - Boletim Nº46 - 35
Tabela 6.6 - Prazo dos títulos federais
Discriminação
Prazo médio dos títulos federais em meses
jul/08 mai/09 jun/09 jul/09
LTN 10,1 7,9 7,7 39,1
NTN-B 63,3 66,9 67,0 66,7
NTN-C 98,8 94,1 93,1 95,0
NTN-D - - - -
NTN-F 33,8 26,4 26,1 27,0
LFT 31,2 30,2 30,5 24,5
Fonte: BCB - Notas para a imprensa de 27/08/2009.
7. SETOR EXTERNO
O segundo trimestre de 2009 quantidade e não devido à alta de
registrou déficit nas transações preços, já que estes se mantiveram
correntes de US$ 2,130 bilhões, praticamente estáveis, pelos
resultado 43% melhor do que o produtos semimanufaturados (aço,
trimestre anterior em que o saldo ferro, etc.) e em menor parte pelos
das transações correntes registrou manufaturados (automóveis,
déficit de US$ 4,944 bilhões. aviões, etc.).
Contudo, apresenta uma melhora A Balança comercial apresentou em
de 67,8% em relação ao mesmo junho, um saldo positivo US$ 4,6
período do ano anterior, devido o bilhões, apresentando um aumento
menor déficit da conta de Serviços e de 28,6% em relação ao mesmo
Rendas. período de 2008. Vale ressaltar que
Essa melhora foi também devido ao este resultado foi atingido apesar da
bom desempenho das exportações queda de 25,4% nas exportações.
brasileiras que registraram um As importações tiveram uma
crescimento de 24% em relação ao diminuição em 36%.
trimestre anterior, fechando em Analisando estes dados em mais
US$ 38,774 bilhões e também em detalhes, podemos notar a queda
virtude da queda de quase 1% das continuada da demanda externa, o
importações que fecharam em US$ que prejudica consideravelmente as
27, 787 bilhões, possibilitando a exportações brasileiras. Apesar da
balança comercial obter um queda dos preços, o quantum vem
superávit de US$ 10, 987 bilhões, apresentado melhoras desde
contra um superávit de US$ 3, 010 Janeiro, quando atingiu seu menor
bilhões no primeiro trimestre. Essa patamar desde o início da crise.
recuperação ocorreu no mês de Fenômeno similar acontece com as
maio no qual as vendas para o importações, que tem seu índice de
exterior foram puxadas pelos preço em queda, mas com um
produtos básicos (commodities), o aumento da quantidade importada
que se mostra um bom resultado, desde fevereiro.
pois esse crescimento foi em No acumulado do ano, a exportação
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  • 1. CCJE - Departamento de Economia Grupo de Estudos e Pesquisas em Conjuntura Universidade Federal do Espírito Santo Av. Fernando Ferrari, 514 Campus de Goiabeiras 29 075-910 Vitória ES Tel/Fax: (27) 4009 2605 Boletim Nº 46 - Setembro/2009 B r a s i l Universidade Federal Espírito Santodo
  • 2. Com o crescimento do PIB de 1,9% de agosto indica que também a no segundo trimestre deste ano indústria começa a retornar ao ante o trimestre anterior, o Brasil patamar pré-crise. Tanto que o saiu tecnicamente da recessão em Índice de utilização da Capacidade que mergulhou nos últimos três Instalada da Indústria (NUCI) meses de 2009, como resultado da fechou o mesmo mês em 81,3%, crise econômica mundial. Embora aproximando-se dos 86% atingido no semestre o crescimento tenha se naquele período. Trata-se ainda, mantido negativo (-1,5%) em portanto, de uma recuperação, não relação ao mesmo período do ano de uma expansão, mas que melhora anterior, a recuperação registrada consideravelmente as perspectivas no trimestre parece indicar que o para 2010. país conseguiu, mais cedo do que se Em meio a essas melhores imaginava, começar a deixar para perspectivas, velhos problemas trás os efeitos da crise que começam, todavia, a retornar. A nublavam os horizonte e as forte apreciação da moeda nacional e x p e c t a t i v a s d o s a g e n t e s (o Real) provocada pela ainda econômicos. Como conseqüência, elevada taxa real de juros interna prognósticos mais otimistas de que combinada com um espectro de poderá encerrar o ano com um juros nominais negativos nos países crescimento de 1% retornaram com d e s e n v o l v i d o s e c o m o vigor à cena e já há apostas de que, enfraquecimento do dólar, indica em 2010, este poderá alcançar 5% que desequilíbrios mais acentuados e até mesmo 6%. na balança de transações correntes Resultados da atividade produtiva podem ocorrer. A queda espetacular não deixam dúvidas sobre essa de 25% das exportações entre recuperação: além do aquecimento janeiro e agosto, em termos de das vendas da indústria e do valor, foi mais do que compensada comércio, a criação líquida de 242 por uma queda ainda maior das mil postos de trabalho em agosto importações de 32% no mesmo praticamente zerou as perdas de período, garantindo um saldo na emprego provocadas pela crise balança comercial de US$ 20 mundial a partir de agosto de 2008. bilhões neste período. Com o Mais importante, foi que a indústria, ingresso de investimentos diretos o setor que foi mais afetado pela previsto de US$ 20 bilhões, este turbulência econômica demonstrou, comportamento das exportações pela primeira vez desde essa época, ainda não desperta maiores maior vigor nas contratações: preocupações, mesmo por que o foram 66.564 vagas criadas contra Brasil se encontra com reservas 1/3 deste total em julho. Embora o superiores a US$ 210 bilhões. Mas a resultado do emprego industrial no continuidade de apreciação do Real ano continue negativo, a expansão traz de volta, contudo, o temor Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 01 1. POLÍTICA ECONÔMICA
  • 3. dominante, antes da crise mundial justificada também pelo objetivo de em agosto de 2008, de que tanto a também compensar a queda da indústria e as exportações poderão arrecadação, é que 97% de seu ser prejudicadas com um câmbio total explicam-se pelo aumento dos não competitivo, como também de gastos correntes (28% com o que a vulnerabilidade externa pode reajuste dos salários dos servidores encontrar maiores espaços para sua e 69% com outras despesas re-entrada no país. correntes, entre as quais se incluem Mais preocupante, no entanto, é a os benefícios previdenciários) e questão fiscal, menos pelos apenas 3% com investimentos, os resultados que vem apresentando componentes que podem, de fato, na atualidade, justificados pelos ser considerados anticíclicos. Como efeitos da crise e pelas medidas os efeitos das Medidas Provisórias adotadas pelo governo para 431, 441 e 442, por meio das quais revertê-la ou atenuá-la e mais pelas foram concedidos reajustes perspectivas que descortinam para salariais para o funcionalismo o futuro. Como resultado da queda público, devem continuar gerando da arrecadação federal (-7,4% efeitos até 2012 – ou seja, entre janeiro e agosto ante o garantindo anualmente a ampliação mesmo período de 2008), da dos gastos com os servidores -, e o redução do superávit para 2,5% do ano de 2010 carrega a certeza, por PIB e do aumento dos gastos gerais se tratar de um ano de eleições, de do governo (+2,8% do PIB no ampliação dos gastos para a primeiro trimestre em relação ao obtenção de dividendos políticos, mesmo período do ano anterior), não parecem favoráveis as tanto o resultado das contas do perspectivas, neste campo, para o setor público consolidado como a próximo governo, que poderá ter de relação dívida/PIB ingressaram enfrentar, desde o início, essa nova numa rota de progressiva bomba fiscal que está sendo deterioração: até julho, o superávit armada. primário do setor público alcançado Por isso, se é justificável algum foi de apenas 1,76% do PIB nos otimismo pelo comportamento que últimos doze meses do ano a economia brasileira começa a (distante da nova meta de 2,5% e apresentar, especialmente se mais ainda da atingida em comparada à situação dos demais dezembro de 2008 de 3,69% do países desenvolvidos, a política PIB); a relação dívida/PIB saltou, econômica pode estar caminhando, por sua vez, de 38,8% em neste quadro, para enfrentar velhos dezembro de 2008 para 44,1% em p r o b l e m a s d e p r e s s õ e s junho de 2009 (um aumento de 5,3 inflacionárias decorrentes de pontos percentuais do PIB em maiores desequilíbrios fiscais e de apenas seis meses). maior aquecimento do consumo O grave neste aumento dos gastos, interno e de se ver, novamente, às viabilizado pela redução da meta do voltas com o dilema de retornar à superávit primário, medida trajetória de elevação dos juros Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 02
  • 4. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 03 para contê-las. É o cenário que, na para 2010. atualidade, começa a se descortinar O Relatório de Inflação do Banco reaquecimento da economia interna Central do Brasil tem um capítulo devido ao arrefecimento da crise e onde o Copom avalia a economia às medidas internas (a queda na brasileira e a internacional e faz taxa SELIC e os incentivos dados uma análise para a inflação e o PIB. pelo Governo). Suas projeções são estimativas que O IPCA, índice geral de preços servem para dar bases às decisões m e d i d o p e l o I B G E , v e m de política monetária do BCB, e apresentando uma desaceleração adquirem dois caracteres: o cenário nos últimos três meses e em julho a de referência, que leva em variação foi de 0,24%. A inflação consideração taxa de juros e câmbio acumulada nos últimos 12 meses em vigor atualmente, e o cenário de ficou no centro da meta, em 4,5%, mercado, que é baseado nas menor taxa para o acumulado de 12 trajetórias da pesquisa da Gerin do meses desde dezembro de 2007. BCB. Em julho, o grupo Habitação teve a No capítulo Perspectivas para a maior alta, de 1,11%, devido Inflação, do acima citado relatório principalmente ao aumento do do BCB, o cenário analisado é de preço da energia elétrica em São uma economia desaquecida pela Paulo. Este estado tem grande peso crise financeira mundial, com queda no cálculo do índice devido à sua na produção, no consumo e na numerosa população. Já o grupo formação bruta de capital fixo no alimentos apresentou variação de - primeiro trimestre de 2009. Mas, o 0,06% em relação a junho, relatório fala de sinais como a alta contribuindo para a desaceleração nos preços das commodities, que a da inflação geral. No acumulado do exemplo do petróleo começam a se ano, o grupo com a maior alta foi do recuperar, e da valorização da grupo de Despesas Pessoais (no moeda de países emergentes para subgrupo Recreação, fumo e uma possível melhora do cenário filmes), acumulando 6,9% de mundial. inflação, devido principalmente à A perspectiva para o longo prazo do mudança no imposto sobre o preço BCB é de que o IPCA, índice que do cigarro. Já a maior queda ficou mede a inflação no país, se por conta dos Artigos de residência aproxime cada vez mais da meta da ( n o s u b g r u p o A p a r e l h o s inflação até 2011, mas que o valor eletrônicos) com variação de - esteja abaixo do centro da meta de 3,01% devido ao incentivo à 4,5%, em 2009. A perspectiva é de produção dado pelo Governo queda, mas necessita cautela através da redução do IPI. d e v i d o a u m p o s s í v e l Já o INPC, que abrange um grupo 2.INFLAÇÃO
  • 5. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 04 menor que o IPCA, computando acordo com os dados do IGP-DI, apenas famílias que ganham entre Í n d i c e G e ra l d e P r e ç o s – 1 e 6 salários mínimos (o IPCA Disponibilidade Interna, divulgados abrange famílias com rendimentos pela FGV, em julho houve uma de 1 a 40 salários mínimos), teve deflação nos preços de -0,64%, uma desaceleração mais forte no dando continuidade à queda já segundo trimestre e em julho verificada para os preços em junho variou 0,23%. A variação de -0,32%. Em 2009 o índice já acumulada nos últimos doze meses acumula variação de -1,64%. foi de 4,57%. Dada a composição O principal componente do IGP é o da cesta de consumo dessas IPA, com peso de 60%, que mede a famílias, os grupos Alimentação e inflação dos produtos agrícolas e Habitação têm peso maior neste industriais no atacado. Já o IPC tem índice do que no IPCA. um peso de 30% e mede a inflação O IGP, Índice Geral de Preços, é da cesta de consumo das famílias resultado de uma média ponderada com rendimentos de até 33 salários de três outros índices: o Índice de mínimos. Por fim, o INCC tem peso Preços no Atacado (IPA), o Índice de 10% e mede a inflação do setor de Preços ao Consumidor (IPC) no de construção civil. A Tabela 2.1 Rio de Janeiro e em São Paulo e mostra os principais indicadores de também o Índice Nacional Custo da preços e suas variações nos meses Construção (INCC). É normalmente de maio a julho de 2009, acumulado utilizado em contratos de prazos no ano e acumulado nos últimos mais longos como aluguéis. De doze meses. Tabela 2.2– Decomposição do IPCA IPCA Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ac. 12 meses Índice geral 0,47 0,36 0,24 4,5 Alimentos e bebidas 0,44 0,7 -0,06 2,2 Habitação 0,72 0,27 1,11 6,8 Artigos de residência 0,05 0,84 0,37 3,4 Vestuário 1,16 0,53 -0,01 7,2 Transportes -0,18 0,02 0,14 3,5 Saúde e cuidados pessoais 0,68 0,49 0,31 5,7 Despesas pessoais 1,57 0,49 0,26 11,7 Educação 0,03 0,03 0,11 5,3 Comunicação -0,01 -0,16 -0,1 1,1 Fonte: IBGE Tabela 2.1 – Índices de preços (%) Indicadores Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ac. no ano Ac. 12 meses IPCA 0,47 0,36 0,24 2,81 4,50 INPC 0,60 0,42 0,23 2,99 4,57 IPC-FIPE 0,33 0,13 0,33 2,25 4,11 ICV-DIEESE 0,23 0,05 0,49 2,22 3,78 IGP-DI 0,18 -0,32 -0,64 -1,64 -1,0 Fonte: IBGE, FIPE, FGV e DIEESE
  • 6. Vitória/ES - Boletim Nº 46 - 05 Tabela 2.3 – Variação mensal da Cesta Básica (%) Capital mai/09 jun/09 jul/09 ago/09 Florianópolis 1,93 1,53 -1,01 0,59 Belo Horizonte 0,72 0,97 -1,66 -0,48 João Pessoa 2,71 -0,90 -1,94 -3,02 Curitiba 0,76 1,04 -3,19 2,30 Porto Alegre 3,67 0,09 -2,55 0,51 Rio de Janeiro -0,71 -0,37 -3,78 0,88 Salvador 3,90 0,19 -1,66 -2,34 São Paulo 0,77 0,33 -0,41 -0,65 Brasília 0,07 -2,28 0,69 -0,23 Goiânia 0,39 0,07 -8,11 0,58 Fortaleza -0,51 1,80 -3,47 -3,05 Recife 8,57 -0,45 -0,34 -2,09 Belém 0,19 0,35 0,05 0,49 Vitória 2,80 0,82 -1,84 -0,01 Natal 4,90 -0,12 -0,17 -3,22 Aracaju 3,08 4,47 -1,63 -3,12 Manaus 1,42 0,07 0,75 1,15 Fonte: DIEESE Nos meses de maio, junho e julho registraram majorações no custo da do ano de 2009, a cesta básica, cesta, revelando um arrefecimento conjunto de produtos alimentícios na elevação dos preços em relação à c o n s i d e r a d o s e s s e n c i a i s , q u a n t i d a d e d e a u m e n t o s apresentou um comportamento observados no mês anterior e irregular em seus preços com uma verifica-se também que a alta mais queda generalizada no mês de expressiva no mês de junho julho. Em maio, não se pode definir (4,47%), observada em Aracaju, foi uma clara tendência visto que, muito inferior à alta mais expressiva apesar de ter sido verificada alta em do mês anterior. 15 das 17 capitais pesquisadas, seis O mês de julho ficou marcado pela dessas capitais que apresentaram reversão na tendência inflacionária movimento de elevação nos preços visto que, 15 das 17 capitais da Cesta Básica tiveram uma pesquisadas apresentaram quedas majoração inferior a 1%. em seus preços configurando uma Apesar da tendência inflacionária redução generalizada nos preços verificada em maio, seguindo a d o s p r o d u t o s a l i m e n t í c i o s recuperação nos preços da cesta e s s e n c i a i s . E m V i t ó r i a o vista no mês anterior, esse comportamento da cesta se deu de comportamento é puxado por altas acordo com as tendências traçadas, mais expressivas em Recife, Natal, apresentando uma elevação mais Salvador, Porto Alegre e Aracaju que expressiva no mês de maio apresentaram de 8,57%, 4,90%, (2,80%), um arrefecimento na 3,90%, 3,67% e 3,08%. inflação em junho (0,82%) e queda No mês de junho 12 capitais no mês de julho (-1,84%).
  • 7. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 06 Em agosto o que se viu foi uma Recife (1,47%) apresentaram tímida recuperação nos preços da elevação nos preços. Nas outras 15 cesta no país. As capitais que capitais o custo da cesta esteve em apresentaram as majorações mais queda, com destaque para Aracaju, elevadas foram Curitiba e Manaus João Pessoa, Rio de Janeiro e c o m 2 , 3 0 % e 1 , 1 5 % Fortaleza que apresentaram respectivamente. variações de -13,05%, -11,18%, - Levando-se em conta a variação 1 0 , 8 6 % e - 1 0 , 5 2 % , acumulada no ano, entre janeiro e respectivamente. agosto, apenas Belém (1,83%) e 3. NÍVEL DE ATIVIDADE PIB estimulam uma projeção de Segundo dados mais recentes, as recuperação por parte do governo projeções de recuperação do que já começa a arriscar taxa de crescimento da economia vêm se crescimento de 1% para a confirmando. O 2° trimestre de economia brasileira neste ano. Já 2009 mostra uma ampliação da as instituições do mercado, um produção industrial (ótica da pouco mais pessimistas, preferem oferta) e do Consumo das Famílias trabalhar ainda com queda de (ótica da demanda). Houve 0,16% do PIB em 2009, conforme aumento de 1,9% do Produto aponta pesquisa semanal do Banco Interno Bruto (PIB) quando Central. comparado com o trimestre Em valores correntes, o principal imediatamente anterior. Tal agregado do Brasil somou, de abril resultado é bastante positivo, haja a junho, R$ 756,2 bilhões contra vista quebrar um sequência de dois R$ 684,6 bilhões, de janeiro a resultados negativos para este março. No segundo trimestre, R$ corte (-1,0% e -3,4%) rompendo 652,4 bilhões dizem respeito ao com o cenário de recessão técnica. Valor Adicionado a preços básicos, Apesar disso, quando comparamos que teve crescimento de 5,2% em os meses de abril, maio e junho relação ao mesmo período de com igual período do ano anterior, 2008, enquanto R$ 100,0 bilhões ainda nos deparamos com uma referem-se aos Impostos sobre queda de 1,2% do principal Produtos, conta que apresentou agregado macroeconômico comportamento oposto, retraindo- brasileiro. Outro sinal de que ainda se 4,9%. A variação negativa do é um pouco cedo para euforia, é a montante dos impostos deve-se constatação de queda no primeiro principalmente à queda da semestre do ano em comparação a p a r t i c i p a ç ã o d a I n d ú s t r i a igual período de 2008. (principalmente a Indústria da No entanto, os resultados já Transformação) e à diminuição do
  • 8. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 07 volume das Importações de Bens e p r o d u ç ã o d e m á q u i n a s e Serviços. Apesar dessa variação equipamentos, além de redução nos positiva quando medidos em setores de metalurgia, veículos valores correntes, em volume de a u t o m o t o r e s , m o b i l i á r i o e produção tanto o Valor Adicionado vestuário-calçados. quanto os impostos indiretos ainda O resultado da Indústria, além de apresentaram retrações de 0,9% e intervir na variação dos Impostos 2,8%, respectivamente, quando sobre Produtos, influenciou comparados ao segundo trimestre negativamente também em dois de 2008 (Tabela 3.1). subsetores dos Serviços, a saber, Ótica da Oferta C o m é r c i o e Tr a n s p o r t e , Analisando-se comparativamente a armazenagem e correio, que foram contribuição de cada setor para a os únicos, no setor Serviços, a geração do Valor Adicionado entre o realizarem resultados negativos, - segundo trimestre de 2009 e o 4,0% e -5,3%, respectivamente mesmo período de 2008, observa- (Tabela 3.1) se que, enquanto a Agropecuária Destaque para a Indústria de manteve sua contribuição em torno Transformação e para a Construção de 9%, a Indústria passou de 27% Civil, que pressionaram para baixo o para 25% e o setor serviços ampliou setor industrial brasileiro, com sua participação de 64% para 66%. q u e d a s d e 1 0 % e 9 , 5 % , Pode-se dizer que este resultado, respectivamente, quando em um indicador de queda na comparação com o segundo participação industrial, foi trimestre de 2008. influenciado pela diminuição da Tabela 3.1: Brasil– Produto InternoBruto Variação em volume em relação aomesmo trimestre do ano anterior- % Setor de Atividade 2008.II 2008.III 2008.IV 2009.I 2009.II Agropecuária 9,3 6,4 2,2 (-)1,6 (-)4,2 Indústria 5,7 7,1 (-)2,1 (-)9,3 (-)7,9 Extrativa Mineral 5,4 7,8 0,2 (-)1,1 (-)0,8 Transformação 5,0 5,9 (-)4,9 (-)12,6 (-)10,0 Construção Civil 9,8 11,7 2,1 (-)9,8 (-)9,5 Prod. e distrib. de eletricidade, gás e água 3,8 5,7 3,2 (-)4,2 (-)4,0 Serviços 5,4 5,9 2,5 1,7 2,4 Comércio 8,2 9,8 (-)1,3 (-)6,0 (-)4,0 Transporte, armazenagem e correio 5,0 5,7 (-)2,0 (-)5,6 (-)5,3 Serviços de informação 8,2 10,0 9,1 5,4 6,8 Interm. financ. seg, prev. compl. e serv. rel. 10,2 8,8 4,9 5,8 8,2 Outros serviços 4,9 5,8 4,1 7,0 7,3 Ativ. imobiliárias ealuguel 3,3 2,9 2,2 1,6 1,4 Adm. saúde e educação públicas 2,1 2,5 3,1 3,1 2,8 Valor adicionado a preços básicos 5,9 6,3 1,0 (-)1,5 (-)0,9 Impostos líq. sobre produtos 8,1 10,1 2,6 (-)3,3 (-)2,8 PIB a preços de mercado 6,2 6,8 1,3 (-)1,8 (-)1,2 Despesa de cons. das famílias 5,9 7,3 2,2 1,3 3,2 Despesa de consumo das adm. pública 4,3 6,4 5,5 2,7 2,2 Formação bruta de capital fixo 16,6 19,7 3,8 (-)14,0 (-)17,0 Exportação de bens e serviços 4,9 2,0 (-)7,0 (-)15,2 (-)11,4 Importação de bens e serviços (-) 26,0 22,8 7,6 (-)16,0 (-)16,5 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
  • 9. Vitória/ES - Boletim Nº.45 - 08 Ótica da Demanda famílias diminui a pressão sobre o Dentre os itens que compõem a nível de preços da economia, demanda interna, a Despesa de levando o governo a certo otimismo Consumo das Famílias ultrapassou a no que se refere ao controle da casa dos R$ 471,0 bilhões, a inflação. Despesa de Consumo do Governo O Consumo do Governo, quando aproximou-se de R$ 156,0 bilhões e comparado nas mesmas bases, a Formação Bruta de Capital Fixo R$ a p r e s e n t a s e m e l h a n t e 118,8 bilhões. c o m p o r t a m e n t o , o u s e j a , Quanto a FBCF, variável que reflete o desaceleração no ritmo de volume de investimentos realizado, crescimento dos gastos da vale ressaltar que após duas quedas administração pública para os dois consecutivas (2008.IV em relação a primeiros trimestres do ano. 2008.III e 2009.I em relação a N a d e m a n d a e x t e r n a , a s 2008.IV) esta rubrica apresentou Exportações e as Importações de recuperação de 4,4% no segundo Bens e Serviços apresentaram trimestre de 2009 quando fortes quedas no segundo trimestre comparado com o trimestre deste ano, 11,4% e 16,5%, imediatamente anterior, apesar de respectivamente, se comparadas ainda registrar forte queda, de 17%, ao mesmo período do ano anterior. quando comparado com o segundo As taxas negativas para esses dois trimestre de 2008. agregados repetem semelhante Com tais resultados, as Despesas comportamento apresentado no das Famílias ficaram 3,2% acima do trimestre anterior. No caso das registrado no segundo trimestre de importações, foi o segundo declínio 2008 tornando-se o vigésimo em uma série de resultados segundo período de crescimento positivos que vinham se sucedendo consecutivo, ainda que nos dois d e s d e 2 0 0 3 . O s p r o d u t o s primeiros trimestres de 2009 importados que mais contribuíram tenham sido menos expressivas que para esse resultado foram: material as taxas apresentadas nas eletrônico, material elétrico, outros comparações trimestrais de 2008. produtos do refino, peças e Essa desaceleração, expressa na a c e s s ó r i o s p a r a v e í c u l o s tabela 3.1, pode ser explicada, entre automotores e químicos diversos. outros fatores, pela redução para INDÚSTRIA 22,1%, em termos nominais, do Confirmando a saída de um período saldo das operações de crédito do de recessão técnica no Brasil no sistema financeiro com recursos segundo trimestre de 2009, dada a livres para pessoas físicas, bem r e c u p e r a ç ã o d a t a x a d e como pela redução do crescimento crescimento do PIB, 1,9%, pode-se da massa salarial, de 7,6% no dizer que um dos fatores que puxou quarto trimestre de 2008 para 5,2% a alta desse indicador foi o setor no primeiro trimestre de 2009. Por i n d u s t r i a l b ra s i l e i r o, c u j o outro lado, essa desaceleração do crescimento em relação ao primeiro crescimento do consumo das trimestre foi de 2,1%, um resultado
  • 10. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 09 Tabela 3.2 - Produçãoindustrial por atividades(Var % acum. em relaçãoao ano anterior) Atividade/Mês jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 1.Indústria geral -17,46 -17,14 -14,58 -14,64 -13,91 -13,39 2.Indústria extrativa -18,36 -18,59 -15,79 -14,74 -14,61 -13,7 3.Indústria de transformação -17,41 -17,05 -14,5 -14,63 -13,87 -13,37 Alimentos -5,72 -5,02 -2,76 -2,48 -2,39 -2,39 Bebidas -2,72 0,51 5,48 5,78 5,78 5,24 Fumo -4,82 -5,68 -4,87 -2,53 -1,13 -0,56 Têxtil -7,8 -11,97 -10,63 -11,61 -10,97 -10,98 Vestuárioe acessórios -18,5 -17,24 -13,6 -14,58 -13,6 -12,27 Calçados e artigos de couro -22,69 -21,65 -19,36 -18,95 -17,6 -17,05 Madeira -23,16 -27,06 -25,53 -25,47 -24,52 -24,29 Celulose, papel e produtos de papel -5,06 -5,69 -5,43 -5,27 -5,22 -5,16 Edição, impressão e reprodução de gravações -9,5 -4,52 -3,29 -3,46 -4,77 -4,6 Refino de petróleo e álcool -6,82 -6,24 -1,51 -1,83 -2,42 -2,63 Farmacêutica -2,2 6,49 13,1 8,14 9,73 10,32 Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza -7,06 -6,14 -2,89 -2,87 -0,71 -0,17 Outros produtos químicos -30,08 -26,43 -20,99 -18,33 -16,49 -14,36 Borracha e plástico -23,3 -22,94 -20,67 -20,52 -20,18 -19,64 Minerais não metálicos -6,57 -7,22 -6,71 -7,38 -7,04 -7,44 Metalurgia básica -31,54 -31,6 -30,79 -30,04 -28,89 -27,85 Produtos de metal- exclusive máquinas e equipamentos -23,27 -24,71 -21,64 -20,74 -20,43 -20,59 Máquinas e equipamentos -25,46 -28,87 -28,24 -29,57 -29,3 -28,99 Máquinas para escritório e equipamentos de informática -25,37 -25,68 -21,92 -24,88 -22,25 -20,59 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos -24,96 -26,5 -26,97 -26,82 -25,94 -25,04 Material eletrônico, aparelhos e equip. de comunicações -45,91 -45,02 -42,72 -43,05 -41,24 -40,07 Equip. de instrumentação médico-hosp., ópticos e outros -11,54 -10,9 -4,31 -7,19 -8,53 -8,62 Veículos automotores -34,21 -32,08 -27,22 -26,5 -24,66 -23,62 Outros equipamentos de transporte 39,24 33,88 26,23 18,99 16,68 13,98 Mobiliário -22,49 -20,54 -14,84 -15,6 -14,9 -13,59 Diversos -26,81 -24,28 -17,73 -17,88 -15,81 -16,01 Fonte: IBGE/ SIDRA- Pesquisa Industrial Mensal Produção Física positivo depois de dois períodos de Indústria (CNI) vislumbre um queda. Com isso, aqueles mais "desempenho negativo" até o otimistas já arriscam que o Brasil quarto trimestre desse ano. Na e s t á e m r e c u p e r a ç ã o o u comparação atual, segundo a plenamente recuperado da crise m e s m a i n s t i t u i ç ã o , u m econômica. Essa idéia é tão forte desempenho positivo só se dará em que pesquisas recentes apontam 2010. que o nível de otimismo brasileiro é A análise dos primeiros seis meses o maior entre os países do BRIC – do ano, nas mais diversas Brasil, Rússia, Índia e China. categorias pode ser visualizado na Entretanto, se observarmos o Tabela 3.2. Os dados do Instituto mesmo período do ano anterior, o Brasileiro de Geografia e Estatísitica segundo trimestre na indústria (IBGE) mostram a produção física apresentou queda de 7,9%. E, (em variação comparada ao mesmo comparando todo o primeiro período do ano passado) com uma semestre de 2009 com o mesmo de forte disparidade entre os setores. 2008, o produto industrial caiu Assim como no primeiro trimestre 8,6%. Esses dados fazem com que, de 2009, apenas 3 das 27 atividades a p e s a r d a s p r o j e ç õ e s i nves t i g ad as ap r es en t aram proporcionadas pelos resultados do aumento; o ramo de Bebidas PIB, a Confederação Nacional da (5,24%), puxada pela bonança no
  • 11. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 10 setor sucroalcooleiro; a Indústria capacidade de produção. farmacêutica (10,32%), que Outro importante elemento de continua em uma trajetória análise da produção industrial expressiva de crescimento e brasileira se dá por meio das também o setor de Outros categorias de uso. Segundo a tabela equipamentos de transporte 3.3, quase todos os itens vêm (13,98%). As quedas significativas apresentando série histórica de se mantêm entre Material quedas (a exceção fica por conta do e l e t r ô n i c o , A p a r e l h o s e setor de bens semiduráveis e equipamentos de comunicação (- duráveis, que obteve crescimento 4 0 , 0 7 % ) e M á q u i n a s e em março). Em junho, o principal equipamentos (-28,99%), ambos recuo ocorreu em bens de capital (- fortemente influenciados pelo setor 24,37%); no setor de bens de externo. consumo duráveis, os principais Já o exame da indústria em geral pesos foram na fabricação de mostra o mês de junho com uma automóveis (-8,7%) e telefones queda de 13,39% (também em celulares (-27%); Na categoria de relação ao período anterior). Trata- bens intermediários, a queda foi se do pior desempenho desde 1975, puxada pelos veículos automotores quando se começou a avaliar as (-25,8%). séries históricas. Ainda assim, para Outra comparação de dados pode Isabella Nunes, economista do ser feita examinando-se a indústria IBGE, "A indústria brasileira seguiu em geral, tendo como base o mês a tendência mundial. O número foi imediatamente anterior (com ajuste muito negativo, mas não foi sazonal). Numa trajetória incerta, diferente do que ocorreu em outros temos um crescimento de 0,2% países". entre maio e junho, menor do que o Um complemento a esses dados se apresentado de abril para maio, que dá com a análise do Nível de foi de 1,2%. Mas podemos avançar Utilização de Capacidade Instalada mais um pouco e analisar (Nuci), que, segundo a Fundação previamente os resultados do mês Getúlio Vargas (FGV), se encontra de julho, fornecido pela Pesquisa no patamar de 79,8% em julho. Industrial Mensal, do IBGE. Sendo sua média histórica algo em Segundo o instituto, a produção torno de 82%, percebe-se redução industrial brasileira apresentou na expectativa dos empresários crescimento de 2,2%, o sétimo mês para investir e aumentar a seguido de dados positivos para o Tabela 3.3- Produçãoindustrialpor categorias de uso (var.% em relação a igual mês do ano anterior) Categorias jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 Bens de capital -14,45 -24,39 -21,42 -29,29 -22,66 -24,37 Bens intermediários -20,46 -20,92 -13,26 -15,51 -13,45 -11,76 Bens de consumo duráveis -30,95 -24,29 -13,44 -21,72 -13,7 -12,7 Semi-duráveis e não duráveis -8,56 -2,89 3,22 -3,82 -2,1 -3,97 Fonte: IBGE- Pesquisa Industrial Mensal- Produção Física
  • 12. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 11 país, puxado pelo setor de bens de crescimento de 5,1%, em c o n s u mo – p r i n c i p a l men t e comparação ao mesmo período do automóveis e motos, além dos ano anterior, segundo a Pesquisa chamados eletrodoméstico brancos Mensal do Comércio do IBGE, como (geladeiras e fogões). Apesar disso, reflexo da alta registrada em todos o mesmo mês apresenta queda de os meses analisados (7,1% em 9,9% em relação à igual período do abril, 2,9% em maio e 5,6% em ano anterior. junho). Este resultado demonstra Esses indicadores mostram que os que após a desaceleração do ritmo impactos da crise não serão de expansão das vendas ocorrida revertidos de uma hora para a outra, nos meses finais de 2008, já que as comparações com os ocasionada principalmente pela mesmos períodos do exercício crise financeira mundial, o comércio anterior ainda indicam quedas. Há r e t o m a u m a s i t u a ç ã o d e incertezas relacionadas ao mercado crescimento. Entretanto, ao se externo, aos investimentos e ao observar a expansão do volume de nível de emprego. Por isso, o vendas no acumulado do ano, 4,4%, Governo vem tentando estimular a tem-se o pior desempenho economia através de redução na semestral desde o segundo carga tributária e aumento de linhas semestre de 2003 (Tabela 3.4). de crédito, além de criar políticas O mês de abril, quando comparado como a redução do Imposto sobre ao mês anterior, apresentou uma Produtos Industrializados (IPI), a contração de 0,2%, mas se fim de incentivar o consumo e analisado sob a ótica do ano de aumentar a demanda interna, 2008, demonstrou um crescimento criando assim um ambiente mais d e 7 , 1 % o c a s i o n a d o , propício aos investimentos no setor principalmente, por conta do efeito industrial. calendário pois, a páscoa, período COMÉRCIO de grande movimento comercial, foi O volume de vendas no comércio celebrada este ano em abril e no ano varejista do país apresentou, no anterior, em março. Já o mês de segundo trimestre de 2009, um maio obteve um pequeno acréscimo Atividades mês/mês (1) mensal (2) acumulado abril maio junho abril maio junh trimestr ano 12 meses Combustíveis e lubrificantes -0,5 1,5 -2,7 3,6 1,9 -1,5 1,3 2,2 6,2 Hipermercados, superm, prod. alimentícios, beb.e fumo 0,8 0,2 0,9 14,1 6,7 8,2 9,6 6,8 6,0 Hipermercados e supermercados 0,4 0,7 0,4 14,1 6,6 8,1 9,5 6,6 5,7 Tecidos, vestuário e calçados -1,8 -2,5 10,1 -9,6 -10,7 -1,0 -7,1 -6,9 -3,3 Móveis e eletrodomésticos Tabela 3.4- Volume de vendas do comércio varejista e comércio varejista ampliado segundo tipos de atividades do Brasil -1,9 0,7 3,3 -9,8 -6,1 -1,0 -5,7 -2,3 5,0 Artigos farm., médicos, ortopédicos, de perf. ecosméticos -1,3 0,8 -0,1 11,3 10,1 12,5 11,3 11,8 12,8 Livros, jornais, revistas e papelaria -2,3 2,1 -0,7 -0,3 6,9 5,3 3,6 8,6 9,5 Equip. e materiais deescritório, informática e 8,8 -10,7 15,6 27,6 5,3 22,3 18,2 16,7 26,0 Outros artigos de uso pessoal e doméstico -2,1 3,2 2,7 14,5 11,1 11,5 12,3 9,5 10,3 Varejo -0,2 0,4 1,7 7,1 2,9 5,6 5,1 4,4 6,2 Veículos, motocicletas, partes e peças -7,1 10,6 11,1 11,4 4,4 20,8 4,7 5,3 4,2 Material de construção -4,0 3,9 -1,9 -15,8 -8,3 -7,8 -10,5 - -2,4 Varejo Ampliado -3,3 4,9 6,5 -0,8 2,8 10,2 4,1 3,9 5,0 (1) Variação em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal (2) Variação em relação ao mesmo período do ano anterior Fonte: IBGE - PMC
  • 13. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 12 no volume de vendas em relação a O setor de Outros artigos de uso abril (0,4%), assim como em pessoal e doméstico, que engloba as comparação a maio de 2008 a t i v i d a d e s d e l o j a s d e (2,9%). E no mês de junho, departamento, óticas, joalherias, especialmente, a recuperação dos artigos esportivos, brinquedos, setores que dependem de crédito foi entre outros, apresentou taxas decisiva para que as vendas do expressivas de crescimento, quando comércio varejista apresentassem analisado em relação mesmo crescimento de 1,7%, em relação a período do ano anterior. Tal maio, sendo este o melhor resultado crescimento é explicado pela observado desde fevereiro, e de evolução da massa salarial, que teve 5,6%, em comparação a junho de um aumento nos últimos 12 meses, 2008. e deste modo aumenta o poder de As principais atividades que compra do trabalhador. contribuíram para a expansão do A atividade Artigos farmacêuticos, comércio varejista no trimestre médicos, ortopédicos e de foram: Equipamentos e materiais perfumaria registrou elevadas taxas para escritório, informática e acumuladas no ano (11,8%) e em comunicação (16,7%); Outros 1 2 m e s e s ( 1 2 , 8 % ) . E s t e s artigos de uso pessoal e doméstico percentuais são explicados pela (12,3%); Artigos farmacêuticos, expansão da massa salarial m é d i c o s , o r t o p é d i c o s , d e trabalhista, acrescido do caráter perfumaria e cosméticos (11,3%). essencial dos produtos e, também, Em contrapartida, os setores agravado pelo surto de gripe que Tecido, vestuário e calçado (-7,1%) ocorreu neste período. e Móveis e Eletrodomésticos (- O segmento de Hipermercados, 5,7%) apresentaram resultados s u p e r m e r c a d o s , p r o d u t o s negativos no período. alimentícios, bebidas e fumo obteve O segmento de Equipamentos e um crescimento de 9,6% no m a t e r i a i s p a ra e s c r i t ó r i o, trimestre analisado, em virtude, informática e comunicação obteve principalmente, do aumento da taxas de crescimento elevadas no massa salarial e da evolução dos comparativo mensal da tabela preços em patamar abaixo da apresentada, além de ter registrado inflação oficial, destes produtos. A o maior percentual de aumento no atividade de Livros, jornais, revistas índice acumulado no trimestre, no e papelaria, que apresentou uma ano (16,7%) e em 12 meses taxa de aumento de volume (26,0%). A principal explicação comercializado no período de 3,6%, para tal desempenho é a redução tem como explicação a evolução do dos preços dos produtos do gênero, poder de compra do trabalhador. Já aliada a facilidade de financiamento a estabilidade dos preços e a e a crescente importância que os a c o m o d a ç ã o d o s e t o r d e produtos de informática possuem Combustíveis e lubrificantes, por nos hábitos de consumo das conta da contração do ritmo da famílias. atividade econômica, ocasionaram
  • 14. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 13 um crescimento no comércio de partes e peças, no segundo 1,3% no trimestre. trimestre de 2009, apresentou uma A a t i v i d a d e d e M ó v e i s e taxa de crescimento de 4,7%. A eletrodomésticos, apesar do p o l í t i c a d e i n c e n t i v o s incentivo governamental fornecido governamentais, através da por meio da redução do IPI para manutenção da redução do IPI, e a eletrodomésticos da chamada retomada dos níveis de concessão “linha branca”, demonstrou uma de crédito tornaram possível a contração no trimestre de 5,7%, em expansão das vendas destes relação ao mesmo período do ano produtos. anterior. Este fato pode ser O segmento de Materiais de explicado pela elevada taxa de juros construção registrou uma queda de aplicada para aquisição de bens 10,5% no período trimestral que, em média, para o período analisado. Tal desempenho é analisado, vem sendo calculada em resultante do quadro não estável da 32,3% a.a., segundo o Banco economia, em que pese as medidas Central, assim como, pelo nível de de incentivo governamental à endividamento das famílias que construção civil, como contração da situou-se no patamar de 34,8% da tarifa de IPI para os produtos deste renda atual e, deste modo, reduz a setor. iniciativa de consumo da mesma. Já A tabela 3.5 mostra que no segundo o segmento de Tecidos, vestuário e trimestre deste ano houve uma calçados registrou uma contração contração de 4,0% nas vendas do no trimestre analisado de 7,1%, por comércio varejista do estado do conta do comportamento dos Espírito Santo, em comparação com preços da atividade que, segundo o mesmo período do ano anterior, IPCA, nos últimos 12 meses refletindo a queda verificada em elevaram-se em 7,5%, enquanto todos os meses analisados (-1,0% que o nível geral ficou em 4,8%. em abril, -2,0% em maio e -7,2% O comércio varejista ampliado, que em junho). Este resultado revela um considera, também, a venda de comportamento distinto daquele materiais de construção e de observado nacionalmente, e reflete veículos e afins, apresentou, no a posição do estado como o de pior trimestre, uma taxa de variação de desempenho no trimestre, em 4,1%, em relação ao mesmo relação as outras unidades da período do ano anterior. Já na federação. A tímida expansão das observação dos resultados vendas na taxa acumulada no mensais, quando comparados ao trimestre, de 0,8%, também mesmo mês no ano anterior, foi corrobora com a evolução em menor possível verificar que o volume de magnitude da economia capixaba. c o m é r c i o a p r e s e n t o u u m A s a t i v i d a d e s a n a l i s a d a s decréscimo de 0,8% em abril, apresentaram, majoritariamente, seguido por uma elevação de 2,8% um patamar contracionista de em maio e 10,2% em junho. volume comercializado, sendo que O setor de Veículos, motocicletas, apenas os segmentos de Artigos
  • 15. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 14 f a r m a c ê u t i c o s , m é d i c o s , p e s s o a l e d o m é s t i c o q u e ortopédicos, de perfumaria e demonstrou o pior desempenho na cosméticos (4,7%) e de Móveis e análise trimestral capixaba (- e l e t r o d o m é s t i c o s ( 3 , 2 % ) 23,2%), assim como no saldo demonstraram saldos positivos na acumulado no ano (-24%), em análise trimestral, em relação a contrário do observado para o igual trimestre de 2008. A Brasil, onde este setor apresentou explicação para a maioria dos um representativo crescimento. resultados é a mesma verificada A atividade de Hipermercados, para o Brasil, entretanto, um dos s u p e r m e r c a d o s , p r o d u t o s fatores distintos é que a expansão alimentícios, bebidas e fumo, da oferta de crédito no estado t a m b é m d e m o n s t r o u u m ocorre em um ritmo inferior, em c o m p o r t a m e n t o b a s t a n t e comparação com o que acontece no diferenciado do que foi observado Brasil. De acordo com dados do para o país, apresentado no Banco Central, o volume de trimestre uma variação de -2,7%. operações de crédito realizadas no J á o s e t o r d e m ó v e i s e Espírito Santo no período de janeiro eletrodomésticos capixaba, a junho de 2009 demonstrou um refletindo os impactos da redução crescimento de 13,5% em do IPI sobre alguns produtos, comparação ao mesmo momento do obteve um crescimento de 3,2% no ano anterior, enquanto o Brasil trimestre e 15,7% no acumulado apresentou uma expansão de nos últimos 12 meses. 31,3%. O comércio varejista ampliado do O efeito do nível de preços do varejo estado demonstrou uma taxa de capixaba sobre o consumo, também contração no período trimestral de - constitui outra explicação para o 0,4%, mas no período acumulado desempenho pois, o aumento do de 12 meses apresentou um índice de preço do comércio acaba aumento de 5,6% no volume por resultar em uma maior comercializado. Os níveis obtidos contração da renda real das famílias pelo comércio ampliado ocorreram, e assim, estes optam por suprir, principalmente, devido a influência primeiramente, suas necessidades do setor de Veículos, motocicletas, essenciais. No trimestre analisado o partes e peças que sofreu uma alta preço implícito do comércio de 4,2% no trimestre, por conta da varejista, calculado com base no expansão de 16% da venda de índice de receita nominal e no veículos novos no mesmo período, volume de vendas no comércio, segundo a FENABRAVE. Já o obteve um crescimento de 1,07% segmento de Materiais de no estado, enquanto que no Brasil Construção no estado demonstrou, ocorreu um aumento de 0,50%. concomitantemente com o Este fator ajuda a esclarecer, observado para o Brasil, uma principalmente o que ocorreu com retração no volume de vendas no segmento de Outros artigos de uso trimestre de 12,3% ocasionada,
  • 16. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 15 p r i n c i p a l m e n t e , p e l o construção civil. desaquecimento do mercado da N o s p a í s e s c a p i t a l i s t a s 7,7% na Alemanha. A Confederação desenvolvidos o desemprego teve sindical internacional (CSI), com tendência de alta ao longo dos sede na Bélgica, indica que o últimos meses. Nos EUA, a taxa desemprego afetará 59 milhões de oficial de desemprego foi de 9,5% pessoas no mundo, em 2009, em em junho, sendo a maior desde comparação a 2007, elevando a agosto de 1983, o que elevou o taxa mundial de desemprego para saldo para 14,7 milhões de 7,4%, no ano corrente, o que desempregados; o setor industrial corresponde a 239 milhões de foi o mais afetado. No Reino Unido, desempregados. Esses efeitos verificou-se um total de 2,47 negativos levaram a OIT a lançar, milhões de desempregados entre em junho, um documento intitulado maio e julho, equivalente a 7,9% da “Superar a crise: um pacto mundial PEA, o nível mais alto em 14 anos. pelo emprego”, que contém várias Segundo a OCDE, a taxa média de proposições, dentre as quais: d e s e m p r e g o d o s p a í s e s reforçar o sistema de proteção pertencentes à organização se social, garantir as normas aproximará de 10% até o fim de internacionais do trabalho, bem 2010. Cerca de 15 milhões de como estabelecer diálogo social postos de trabalho foram perdidos entre capital e trabalho. Apesar da entre fins de 2007 e meados de clara preocupação em relação aos 2009. Nos países pertencentes à efeitos diretos sobre o mercado de zona do euro, a taxa média de t r a b a l h o , n ã o a p a r e c e m desemprego foi de 9,5%, em julho, proposições explícitas quanto ao destacando-se 9,8% na França e combate e prevenção das causas da 4. EMPREGO E SALÁRIOS Tabela 3.5 - Volume de vendas do comércio varejista e comércio varejista ampliado segundo tipos de atividades no Espírito Santo Atividades mensal (1) acumulado abril maio junho trimestre ano 12 meses Combustíveis e lubrificantes -3,0 -3,2 -5,2 -3,8 2,8 8,7 Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo 3,5 -8,1 -3,3 -2,7 -4,2 -1,3 Hipermercados e supermercados 3,5 -8,2 -3,3 -2,7 -4,5 -1,5 Tecidos, vestuário e calçados -10,4 -11,0 -16,2 -12,6 -8,0 0,2 Móveis e eletrodomésticos -4,8 1,7 13,3 3,2 6,2 15,7 Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos -0,8 5,8 9,1 4,7 10,4 15,8 Livros, jornais, revistas e papelaria -7,2 5,4 -3,9 -2,0 0,0 6,0 Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação -21,2 9,6 -7,1 -6,8 -3,8 12,7 Outros artigos de uso pessoal e doméstico -28,8 -24,7 -14,6 -23,2 -24,0 -12,4 Varejo -2,0 -7,2 -2,5 -4,0 -3,5 1,6 Veículos, motocicletas, partes e peças -12,9 3,2 22,7 4,2 6,8 11,6 Material de construção -17,0 -10,2 -9,9 -12,3 -14,6 -8,9 Varejo Ampliado -7,8 -2,7 9,4 -0,4 0,8 5,6 (1) Variação em relação ao mesmo período do ano anterior Fonte: IBGE - PMC
  • 17. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 16 crise, sobretudo no que se refere às c r i a d o e o a u m e n t o n a suas origens especulativas.No i n f o r m a l i d a d e i n d i c a m a Brasil, os efeitos negativos da crise continuidade à precarização do sobre o mercado de trabalho foram trabalho. Os dados do SIDRA/IBGE menores do que o esperado pelos m o s t ra m u m a u m e n t o n o analistas econômicos, sobretudo coeficiente de informalidade quando se observa que a taxa de (empregados sem carteira assinada desemprego aberto, estimada pelo + conta própria) de 37,3% dos IBGE, aumentou no primeiro ocupados em janeiro 2009 para trimestre de 2009 (de 8,2% em 37,5% em março, 37,5% em junho janeiro para 9% em março), mas 2009, 37,8% em agosto, chegando ficou estável com tendência à queda a 38% em setembro. Em termos no segundo e terceiro trimestres absolutos, existiam 7,9 milhões de (8,9% em abril, 8,8% em maio, pessoas ocupadas em alguma 8,1% em junho, 8% em julho, 8,1% atividade informal no trabalho em agosto e 7,7% em setembro). principal em janeiro, passando para Apesar das melhoras e dos indícios 8,2 milhões em setembro.A de recuperação econômica, devido evolução dos indicadores entre os à política expansionista sobre a meses de abril e agosto indica uma demanda interna, esse resultado melhora no nível de emprego, a deve ser mais bem contextualizado. taxa de desemprego aberto caiu de Em primeiro lugar, a criação de 8,9% em abril para cerca de 8% da vagas ainda é menor do que em PEA, nos últimos três meses da 2008, não significando, portanto, série. Apesar dessa melhora, o uma total recuperação em relação contingente de desempregados ao período anterior a eclosão da continua elevado, mais de 1,9 crise; segundo, os efeitos milhão, em agosto, segundo os estatísticos da menor procura por dados do IBGE. Esse total emprego (devido desalento) permaneceu estável em relação ao ajudaram na redução da taxa de mês de julho de 2009, mas desemprego; terceiro, o emprego aumentou em 7,8% durante o ano. na indústria, setor mais dinâmico, Segundo a Pesquisa Mensal de apresentou uma retração de 3,8%, Emprego do IBGE, constatou-se sobretudo na região da Grande São uma pequena inflexão (-0,1 ponto Paulo; quarto, o tipo de emprego percentual) entre abril e maio e Tabela 4.1- Taxa de Desemprego (%) IBGE* DIEESE** Meses 2008 2009 2008 2009 Abril 8,5 8,9 14,2 15,0 Maio 7,9 8,8 14,1 14,8 Junho 7,9 8,1 13,9 14,2 Julho 8,1 8,0 14,1 14,8 Agosto 7,6 8,1 14,0 14,2 *Média das seis maiores regiões metropolitanas do país **Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) Fonte: IBGE/PME e DIEESE/PED u m a d i m i n u i ç ã o considerável entre maio e junho de 2009 (-0,7 ponto percentual). Apesar dessa melhora, as taxas de desemprego foram maiores em quatro dos cinco meses de 2009, em relação a
  • 18. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 17 2008 (tabela 4.1). velocidade da redução da taxa de Em agosto 2009, a taxa de pobreza é diferente nas áreas desemprego foi 0,5 ponto p e s q u i s a d a s . A s r e g i õ e s percentual maior do que no mesmo metropolitanas de Belo Horizonte período do ano anterior, esses (35,5%), Porto Alegre (33,6%) e dados indicam a situação não está Rio de Janeiro (31,2%) diminuíram muito melhor do que em 2008. mais rapidamente a taxa de pobreza Nas regiões metropolitanas que a média nacional. Já nas regiões pesquisadas, o número total de metropolitanas de São Paulo ocupados foi estimado em 21,4 (25,2%), Salvador (23,9%) e Recife milhões de pessoas e a PEA (14,1%) a queda foi menos intensa (ocupadas + desempregadas) foi de que a média nacional” (FSP, 23,3 milhões de pessoas, um 04/08/2009). Essa retração da crescimento de 1,4% em relação a pobreza também é resultado dos 2008. Os dados sobre o rendimento programas sociais ampliados do mensal, segundo posição na governo brasileiro, como o Bolsa- ocupação, indicaram ganhos Família, que atende à uma salariais para os empregados do expressiva parcela da população. setor privado sem carteira de Os dados da PED/DIEESE (Pesquisa trabalho assinada (4,7%), de Emprego e Desemprego da RMSP enquanto aqueles com carteira – Região Metropolitana de São assinada tiveram diminuição de Paulo) mostram uma melhora nos 0,7%. três primeiros meses da série, de Segundo o IBGE, o rendimento 15% em abril para 14,2% em junho, médio do trabalhador sofreu uma seguido de uma piora em julho a l t a p o u c o e x p r e s s i va n a (14,8%) e nova redução em agosto comparação de junho de 2009 (R$ 2009 (14,2%). Apesar da 1.323,30) com o mês anterior (0,5 diminuição ao longo dos meses, as ponto percentual), mas foi a taxas de 2009 foram maiores que as primeira alta após cinco quedas de 2008. A redução de 0,6 ponto consecutivas. Além disso, constata- percentual, em agosto, deveu-se se um aumento considerável no tanto à queda na taxa de poder de compra do trabalhador desemprego aberto (de 10,5% para (3,4 pontos percentuais) no mês de 10,1%) quanto na taxa de junho em comparação ao mesmo desemprego oculto (de 4,3% para mês do ano anterior. 4,1%). Em agosto, o número de Esses resultados contribuíram para desempregados foi de 1,5 milhão de a redução da população que se pessoas, sendo o contingente de encontrava abaixo da linha de ocupados estimado em 9 milhões de pobreza. Em março de 2002, 42% pessoas. Por setores da atividade d a p o p u l a ç ã o p e s q u i s a d a econômica, o aumento na ocupação encontrava-se nessa faixa, caindo ocorreu, sobretudo, nas atividades para 26,8%, em junho 2009, de serviços (1,9%), o que segundo levantamento feito pelo compensou a retração na indústria IPEA. Por região, notou-se que “a (1,5%) e no comércio (0,4%).
  • 19. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 18 Deve-se destacar o papel deste período, os saldos mensais desempenhado pelo setor público foram todos superiores a cem mil, na oferta de emprego. Segundo a com destaque para os 138.402 posição na ocupação, o total de admitidos em julho. assalariados aumentou em 1,1% Considerando os setores de devido a criação de 59 mil empregos a t i v i d a d e e c o n ô m i c a , a n o s e t o r p ú b l i c o ( 9 % d e agropecuária e os serviços foram os crescimento ao mês), sendo que o maiores responsáveis pelo emprego privado manteve-se resultado positivo verificado no estável com 8 mil novas vagas, uma período, com saldos de 162.263 e variação de apenas 0,1% em 153.840, respectivamente; o de relação ao mês anterior. Extração Mineral, ao contrário dos O rendimento médio dos ocupados, demais, fechou o quadrimestre com entre maio e junho deste ano, saldo negativo de 339 pessoas. diminuiu em 0,3 ponto percentual, Espírito Santo entretanto, o rendimento dos Após a fase de maior turbulência assalariados aumentou em 0,7 advinda da crise que afetou ponto percentual. Entre junho de f o r t e m e n t e o c o m é r c i o 2009 e 2008, o rendimento médio internacional, as grandes empresas real caiu 2,3 pontos percentuais produtoras de commodities e a para os ocupados e 2,8 pontos economia do Espírito Santo, foram percentuais para os assalariados. anunciados novos projetos Por outro lado, nos meses de junho industriais para a economia local. e julho 2009 ocorreu um aumento Um desses novos empreendimentos no rendimento médio real dos foi a unidade de equipamentos ocupados (1,2%). elétricos Weg que pretende Quanto ao emprego formal, no construir sua fábrica em Linhares, período de abril a julho de 2009, o gerando, em até quatro anos, mil saldo total do emprego formal empregos diretos. Já a Samarco registrado pelo CAGED foi de, anunciou a construção da usina de aproximadamente, 500 mil postos, pelotização em Ubu, com a criação cerca da metade do que foi de 5.500 novos postos de trabalho a observado no ano anterior. Ao longo partir de 2010. Naturalmente, esses Tabela 4.2- Saldo entre admitidos e desligados no Brasil Atividade Econômica Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ago/09 Extrativa mineral -582 171 -26 98 -339 Ind. Transformação 183 700 2.001 17.354 20.238 Serviço Ind. Util. Pública 574 266 803 2.497 4.140 Const. Civil 13.388 17.407 18.321 32.175 81.291 Comércio 5.647 14.606 17.522 27.336 65.11 Serviços. 59.279 44.029 22.877 27.655 153.840 Administração Pública 5.032 1.451 828 1.804 9.115 Agropecuária 22.684 52.927 57.169 29.483 162.263 Total 106.205 131.557 119.495 138.402 459.659 Fonte: CAGED
  • 20. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 19 projetos anunciados pela iniciativa observado em 2009 demonstra os privada não resolveram os efeitos impactos negativos da crise, da crise no estado, mas reforçou o sobretudo quando comparamos otimismo de vários segmentos para com o mesmo período de anos uma possível recuperação da anteriores. Em 2007, por exemplo, economia capixaba, estimulando o saldo acumulado no período foi de positivamente o ambiente 22.142 postos de trabalho econômico. foi a unidade de (variação de 3,97%) e em 2008 o equipamentos elétricos Weg que saldo foi de 36.448, com variação pretende construir sua fábrica em de 6,27% no mesmo período. Linhares, gerando, em até quatro Por setor da atividade econômica, anos, mil empregos diretos. Já a os maiores saldos no mês de agosto Samarco anunciou a construção da foram nos Serviços (1.410), usina de pelotização em Ubu, com a s e g u i d o d a i n d ú s t r i a d e criação de 5.500 novos postos de t r a n s f o r m a ç ã o ( 1 . 3 3 5 ) e trabalho a partir de 2010. Construção Civil (1.312), que Naturalmente, esses projetos retomou gradativamente a oferta anunciados pela iniciativa privada de créditos, repercutindo nas não resolveram os efeitos da crise contratações. O excelente no estado, mas reforçou o resultado do setor Agropecuária otimismo de vários segmentos para (9,4 mil em maio) reverteu-se nos uma possível recuperação da meses seguintes de junho, julho e economia capixaba, estimulando agosto, chegando a um saldo positivamente o ambiente negativo nos três meses de cerca econômico. de 10 mil postos de trabalho. Segundo os dados do CAGED O setor Comércio que iniciou o ano (tabela 4.3), o saldo entre bastante desaquecido com admitidos e desligados entre os variações negativas constantes, meses de maio a agosto de 2009 foi trouxe, no período de maio a positivo no primeiro mês, negativos agosto, melhora para a economia nos outros dois e positivo no local, reflexo do aumento na último. No acumulado do ano, o demanda, com variações positivas saldo totalizou apenas 8.102 no saldo de empregos. Porém, o vagas, uma variação de 1,27%. resultado acumulado no ano foi Apesar de positivo, o saldo ainda negativo em 3.063 postos de Tabela 4.3- Saldo entre admitidos e desligado no Espírito Santo Atividade econômica Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ago/09 Extrativa Mineral 2 -65 21 31 Ind.transformação -818 -655 -114 1.335 Ser. Ind. Util. Pub. 58 35 8 -2 Construção Civil 35 603 337 1.312 Comércio 182 -2 584 433 Serviços 1.246 323 1.356 1.410 Administração Pública -12 23 -30 37 Agropecuária 9.368 -6.913 -2.261 -908 Total 10.061 -6.651 -99 3.648 Fonte: CAGED
  • 21. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 20 trabalho, uma variação de -1,95%. diminuição na produção dos setores Do ponto de vista regional, os de veículos automotores (-26,8%), municípios que mais contribuíram máquinas/aparelhos e materiais para o resultado positivo dos postos elétricos (-23,4%) e móveis e de trabalho no estado foram indústrias diversas (-12,8%). Em Linhares (1.593), Vitória (857) e contrapartida, porém não na Aracruz (625) e os que se mesma proporção, apenas os destacaram negativamente foram: setores couros e calçados (8,9%), Vila Velha (-1.108), Serra (-1.043) captação/tratamento e distribuição e Guarapari (-847). Os outros de água (4,9%) e indústrias municípios da Grande Vitória extrativas (3,8%) apresentaram contribuíram negativamente para a uma ampliação de vagas. criação de novos postos de trabalho Em suma, o pessoal ocupado na e o interior tem contribuído produção capixaba diminuiu -1,8%, positivamente para a criação de durante o primeiro semestre, novos empregos. porém menos do que os -2,7% da A indústria capixaba, de acordo com esfera nacional, no mesmo período. dados do IEL (Instituto Euvaldo Tendo em vista os números Lodi), tabela 4.4, registrou uma negativos dos diversos setores da ligeira queda na criação de novas economia capixaba, há certa vagas no mês de junho em relação expectativa por parte dos agentes ao mês anterior (-0,7%). Quando econômicos de que haja uma comparado ao mesmo período do reversão desse quadro até o fim de ano passado, essa queda se agrava 2009, amenizando os efeitos diretos chegando a -5,4%. É interessante negativos sobre o mercado de observar que essa retração se trabalho local. d e v e u , p r i n c i p a l m e n t e , à Tabela 4.4- Variação mensal do pessoal ocupado por atividade no Espírito Santo (%) Atividades Econômicas Jun.09/Jun.08 Jun/Mai 09 Ac. no Ano Indústrias Extrativas 3,8 -1,7 -2,1 Alimentos e bebidas 1,8 1,6 -1,6 Produtos têxteis -11,9 1,5 8,6 Vestuário e acessórios -6,9 -1,2 0,6 Couros e calçados 8,9 3,0 18,0 Celulose e papel -10,2 -0,1 -8,9 Edição e impressão 1,4 0,7 0,7 Coque, refino petróleo, álcool -6,7 6,2 2,3 Produtos químicos -8,9 0,3 -6,3 Artigos de borracha e plástico -7,7 -0,5 -6,2 Minerais não-metálicos -9,4 -1,3 -5,5 Metalurgia básica -6,2 -1,7 -7,9 Prod. metálicos - excl. máquinas -9,8 -3,0 -10,0 Máq., aparelhos e mat. Elétricos -23,4 -2,7 -2,8 Veículos automotores -26,8 -2,5 -19,1 Móveis e indústrias diversas -12,8 -1,1 -5,4 Eletricidade e gás -0,9 0,7 -0,2 Captação, tratam. distr. Água 4,9 0,0 3,5 Construção -7,2 -1,2 -1,9 Total da indústria -5,4 -0,7 -1,8 Fonte: IEL/ES
  • 22. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 21 A política monetária do segundo Nos últimos boletins apontamos a trimestre de 2009 contou com três provável alteração da remuneração reuniões do Comitê de Política da poupança em virtude da redução M o n e t á r i a ( C O P O M ) q u e , progressiva da taxa SELIC; o que continuando o processo de poderia levar os fundos de renda flexibilização monetária iniciado f i x a a r e a l o c a r e m s e u s este ano, reduziu a taxa básica de investimentos, procedimento este juros, a taxa SELIC. Com mais três prejudicial à rolagem da dívida por cortes consecutivos, a taxa de juros parte do governo. Outro ponto caiu de 11,25% para 8,75%. O preocupante, para o BC e o comportamento da inflação Ministério da Fazenda, é que grande permaneceu em queda, com o parte do crédito direcionado para IPCA, índice de preços oficial habitação é oriundo dos recursos utilizado para o cumprimento do depositados na poupança; sendo o sistema de metas de inflação (a diagnóstico da inflação feito pelo BC meta para 2009 é de 4,50%) de que o Brasil enfrenta uma acumulando em 12 meses variação inflação de demanda, estes de 4,80%, ante 6,06% no mesmo recursos poderiam “aquecer“ a período em 2008. O IGP-DI também economia de maneira a desalinhar a aponta forte desaceleração da inflação do seu patamar atual. inflação, com 0,76% acumulado em Neste sentido, a secretaria de doze meses em junho. Quanto à Política Econômica divulgou no dia capacidade de oferta da economia, 17 de setembro o projeto para o Nível de Utilização da Capacidade alteração da remuneração da Instalada registrou 79,10% em cardeneta de poupança. O governo junho, ante 86,30% no mesmo mês estipulou que as cadernetas com de 2008. depósitos superiores à R$ O corte, entretanto, pode ter sido o 50.000,00 terá um desconto único último deste ano, dado que a ata da de 22,5% sobre os rendimentos 144ª reunião do COPOM divulgada advindos dos depósitos que pelo Banco Central indica que seus excederem R$50.000,00. Ou seja, o membros entendem que “uma governo taxa a remuneração da postura mais cautelosa contribuirá poupança, 22,5%, no mesmo para mitigar o risco de reversões patamar da alíquota teto do abruptas da política monetária no imposto de renda dos fundos de futuro”. No boletim FOCUS, renda fixa. Após as alterações divulgado pelo Banco Central e no propostas para a poupança, é qual são expostas as consultas possível auspiciar que as próximas feitas a analistas financeiros, da alterações a serem implementadas última semana de agosto há pela equipe econômica do governo previsão de que em 2009 a taxa devem recair sobre a taxa de juros SELIC encerrará em 8,75%. de longo prazo e sobre o cálculo da 5. POLÍTICA MONETÁRIA
  • 23. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 22 taxa referencial, pois em virtude reduzir sua lucratividade, afetando das prováveis reduções futuras da o governo como um todo t a x a b á s i c a S E L I C e s t e s Meios de pagamento e fatores instrumentos perdem o caráter e a condicionantes da base monetária. funcionalidade que possuíam em A base monetária não apresentou um cenário de altas taxas de juros. mudança de trajetória em relação Quanto ao regime de metas, o ao observado no primeiro trimestre. Conselho Monetário Nacional (CMN) Tanto a base monetária quanto os definiu a meta central para 2011 em m e i o s d e p a g a m e n t o s 4,50%, com intervalo de tolerância apresentaram elevação moderada. de dois pontos percentuais para Na base monetária há uma cima e para baixo. Trata-se das expansão do papel moeda emitido e mesmas metas estipuladas pelo uma contração das reservas CMN desde 2005. bancárias que têm correlação com o Na operacionalização da política observado com a moeda em poder monetária, o Banco Central tem do público e os depósitos à vista. emitido títulos públicos para Tal comportamento destoa com o levantar recursos, o que equivale a observado no mesmo período do despesas do Tesouro Nacional, para ano passado cuja elevação foi capitalizar o BNDES. A medida já aproximadamente duas vezes havia sido anunciada no início do maior que a atual. Também significa ano pelo Ministro Guido Mantega, que a redução da taxa Selic não dos quais R$ 64 bilhões já foram trouxe consigo impactos na repassados dos R$ 100 bilhões condução da política monetária uma autorizados. vez que o Banco Central, ao definir O papel dos bancos públicos este uma meta menor para a taxa de ano tem cooperado para amenizar juros, poderia se confrontar com os efeitos da crise. Entretanto essa uma fuga dos títulos públicos atuação tem recebido diversas f e d e ra i s e u m a e x p a n s ã o c r í t i c a s . E l a s r e s i d e m expressiva e indesejada dos meios fundamentalmente no excesso de de pagamento. Atualmente, a base interferência do governo no monetária (e consequentemente os mercado e que o aumento de oferta meios de pagamento – que são um de crédito a taxas de juros menores múltiplo da base) é controlada pelo irá comprometer os bancos com Banco Central para definir o nível da níveis de inadimplência maior e taxa de juros. Sua fraca expansão, Tabela 5.1 – Base monetária, componentes e meios de pagamentos Média dos saldos nos dias úteis (R$ milhões) e variação em 12 meses Componentes Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 R$ % R$ % R$ % R$ % Base monetária 132.422,2 0,8 134.772,2 1,6 136.247,3 4,0 138.420,9 2,8 Papel moeda emitido 101.623,0 12,5 102.412,5 12,4 103.769,9 12,5 104.921,3 11,4 Reservas bancárias 30.799,1 -24,9 32.359,8 -22,1 32.477,4 -16,3 33.499,6 -17,2 Meios de pagamentos (M1) 196.087,9 4,9 197.655,3 5,4 200.394,1 7,6 203.570,6 7,2 Moeda em poder do público 82.171,2 12,5 83.104,7 13,3 84.185,6 12,9 85.252,9 12,1 Depósitos à vista 113.916,8 0,1 114.550,6 0,2 116.208,4 4,0 118.317,6 3,9 Fonte: BCB. Notas para a imprensa.
  • 24. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 23 p o r t a n t o , i n d i c a a q u ã o divisas no mercado de câmbio, o conservadora ainda é a condução da Banco Central voltou a acumular política monetária no que tange à reservas, expandindo a base ao definição da Selic. trocar dólares por reais. Destarte as A nossa interpretação acerca da ações do Banco Central, a taxa de interrupção na queda da taxa básica câmbio voltou a apreciar-se de juros adotada pelo COPOM na significativamente, rompendo ú l t i m a r e u n i ã o , p o r t a n t o , novamente a barreira dos R$ 2,00, permanece no sentido de que se saindo de uma taxa média de R$ trata mais de questões estruturais, 2,31 em março para R$ 1,93 em como a remuneração da poupança e julho. No que tange ao semestre o da TJLP, do que em relação ao BC registrou um impacto negativo cumprimento da meta de inflação. em seu balanço de R$ 93,7 bilhões Dentre os fatores condicionantes da devido à variação de reservas e base monetária, o Tesouro Nacional operações de swap cambial, contribuiu nos meses de junho e realizadas para impedir uma agosto com a expansão da base valorização abrupta do câmbio. monetária, voltando a registrar Logo, o Tesouro deverá repassar 95 déficits primários. No acumulado do bilhões em títulos para o BC ano, o Tesouro Nacional “enxugou” recompor seus ativos. a base monetária em R$ 15 bilhões, Mais uma vez, a taxa básica de valor bem inferior aos R$ 36 bilhões juros no Brasil é um dos principais do mesmo período do ano passado. fatores para o comportamento da O resultado está diretamente taxa de câmbio, pois embora se relacionado à crise econômica, uma encontre no menor patamar da vez que as renúncias fiscais para história recente, o Brasil ainda está incentivar alguns setores e a em quarto lugar no ranking mundial redução do nível de atividade de taxa de juros real – o que levaram à queda de arrecadação. continua atraindo investidores para Também contribuiu para o aumento o país. E com a política monetária da base monetária as operações do expansionista praticada pelos EUA, setor externo. Com novas cuja meta para a taxa básica de intervenções de compra à vista de juros permanece entre zero e Tabela 5.2 – Fatores condicionantes da Base Monetária Fluxos acumulados no mês (R$ milhões) e em 12 meses Discriminação Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 Operações do Tesouro Nacional -10.218,7 -5.518,8 2.739,5 1.946,6 Operações com títulos públicos federais 19.209,1 -12.857,2 -8.664,9 -12.591,3 Operações do setor externo 2.322,5 6.823,3 11.025,5 7.519,5 Redesconto do Banco Central 0,7 -0,8 22,1 -22,5 Depósitos de instituições financeiras -299,5 93,3 -322,4 -816,3 Operações com derivativos – ajustes -1.391,1 -80,0 -14,5 -2,7 Outras contas 83,2 100,6 1.077,7 326,7 VARIAÇÃO DA BASE MONETÁRIA 9.706,2 -11.439,6 5.862,9 -3.640,0 Fonte: BCB. Notas para a imprensa.
  • 25. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 24 0,25%, a tendência é de que a taxa O conjunto de ativos de menor de câmbio permaneça nesse liquidez – classificados do maior patamar. A soma dos fluxos de para o menor grau como M2, M3 e compra e venda em operações entre M4, respectivamente – tiveram abril e julho, por exemplo, elevação expressiva nos últimos totalizaram US$ 231,9 bilhões, meses seguindo a trajetória do ano contra US$ 92,6 bilhões da soma passado. Todos, entretanto, das exportações e importações. apresentaram recuo no ritmo de Como contrapartida dos resultados crescimento acumulado em doze do Tesouro Nacional e do Setor meses em relação ao final do ano Externo, o Banco Central ajustou o passado. Os meios de pagamento nível de reservas com operações M2 saíram de uma expansão de com títulos públicos federais nos 40,7% em novembro para 21,3% meses de maio, junho e julho, em julho. Já o M4, no qual estão reduzindo a base monetária em incluídos os títulos públicos mais de R$ 34 bilhões nos três federais, a expansão reduziu de meses. O multiplicador monetário – 18,8% em dezembro para 14m7% razão entre os meios de pagamento em julho. A expansão maior de M2 e a base monetária – permaneceu em relação a M4 sugere a estável e foi de 1,50 em julho. preferência dos investidores em Tabela 5.3 – Meios de pagamentos (M4) – Saldos (R$ milhões) Discriminação Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 M2 1.063.982,39 1.074.868,21 1.095.022,29 1.099.018,98 Depósitos para investimentos 3.059,42 2.917,20 2.838,36 2.886,79 Depósitos de poupança 276.043,85 279.463,48 282.912,83 290.891,18 Títulos privados 588.557,29 597.382,87 606.091,56 605.114,00 M3 1.960.113,81 1.989.058,89 2.009.714,49 2.039.357,29 Quotas de fundos de renda fixa 819.793,83 828.405,76 827.271,24 853.551,21 Operações compromissadas com títulos federais 76.337,58 85.784,92 87.420,96 86.787,10 M4 2.290.500,22 2.314.723,97 2.339.473,32 2.393.399,68 Títulos federais (SELIC) 330.386,41 325.665,08 329.758,83 354.042,39 Títulos estaduais e municipais 0,00 0,00 0,00 0,00 Fonte: BCB. Notas para a imprensa. Tabela 5.4 - Operações de Crédito do Sistema Financeiro Saldo por Atividade Econômica (R$ milhões) Setor público Setor privado Meses Gov Federal Estados e munic Total Indústria Habitação Rural Comércio Pessoas físicas Outros serviços Total Abr/09 9 496 18 822 28 318 297 305 69 510 107 398 119 815 411 422 215 052 1 248 821 Mai/09 9 461 18 973 28 434 295 471 71 545 107 710 120 404 422 534 215 174 1 261 272 Jun/09* 9 294 19 201 28 495 299 413 74 110 106 742 120 969 428 058 219 053 1 276 841 Jul/09* 33 962 19 988 53 950 296 661 76 939 106 544 121 877 431 615 219 262 1 306 847 Ago/09* 34 083 21 202 55 286 296 643 79 852 108 585 124 388 437 695 224 294 1 326 742 Faixa de Risco (Agosto 2009) AA+A 100,00 89,00 92,00 72,90 93,10 61,80 68,30 75,60 68,50 72,80 B até G 0,00 11.00 8,00 24,90 6,60 35,20 28,00 18,60 18,80 23,20 H 0,00 0,00 0,00 2,20 0,30 3,00 3,70 5,80 2,70 4,00 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: BCB. Notas para a imprensa.
  • 26. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 25 depósitos de poupança do que em para 29%). Os bancos privados títulos federais, conseqüência cortaram as taxas em 4,2 pontos esperada da redução da taxa Selic. (de 47,3% para 43,1%). Isso A migração, entretanto, não foi tão provocou uma quase igualdade na expressiva quanto era esperado, carteira total de crédito do sistema uma vez que em muitos fundos de financeiro, entre setor privado e investimento em renda fixa, ao setor público, em agosto, este descontar-se o Imposto de Renda, o último representou 40,1% no total rendimento já está abaixo do da de crédito, em comparação com as poupança. Neste ano a poupança instituições privadas e estrangeiras captou R$ 19,7 bilhões a mais que que tiveram uma participação no final do ano passado, contra R$ 40,7% e 18,9%, respectivamente. 20,1 bilhões de expansão dos Além de aumentarem a sua títulos públicos. participação as instituições públicas Operações de crédito têm taxa de juros equivalente ou, As operações de crédito no sistema na maioria das vezes, menor que os financeiro nacional, no segundo grandes bancos privados. Entre os q u a d r i m e s t r e d e 2 0 0 9 , cinco maiores bancos do país, na apresentaram relativa melhora. E grande maioria das modalidades de confirma em parte o que tem sido crédito, tanto para pessoa física dito por autoridades do governo e quanto para pessoa jurídica, Caixa membros do mercado financeiro, e Banco do Brasil cobram juros que a maioria das operações de menores do que os três maiores crédito voltou ao nível anterior à bancos privados Santander Real, crise. Mas, desde já, podemos Bradesco e Itaú Unibanco. perceber que a melhora se deu em A grande crítica por parte do grande parte pelo aumento do mercado financeiro e economistas volume de crédito das instituições foi sobre a qualidade de crédito do públicas. Segundo um estudo feito setor financeiro público brasileiro e pela FIESP (Federação das como esse aumento no crédito e Indústrias do Estado de São Paulo) diminuição nos juros cobrados iria baseado em dados do Banco impactar nos balanços destes Central, entre outubro de 2008 e bancos. Comparando os balanços junho deste ano, os bancos públicos dos dois principais bancos privados reduziram seus juros médios anuais brasileiros com os dois maiores para empresas e pessoas físicas em bancos comerciais públicos 8,5 pontos percentuais (de 37,5% percebemos números bastante Fonte: BCB - Informações sobre operações bancárias Bancos Pessoa Física (% a.m) Cheque Especial Credito Pessoal Aquisição de Veículos Aquisição de Bens Banco do Brasil 7,75 2,34 1,60 1,99 Caixa Econômica 6,13 2,18 1,52 4,20 Santander 8,51 3,33 1,61 1,60 Itaú Unibanco 8,46 4,18 1,98 2,48 Bradesco 8,44 4,98 1,97 3,25 Menor Taxa 2,01 0,97 1,35 0,60 Tabela 5.5-Taxas de juros de operações de crédito - Pessoa Física - Mês de Outubro
  • 27. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 26 superior destes últimos. uma alta de 120% no ano, até A Caixa Econômica Federal (CEF) 2/10/2009, bem melhor que as dos aumentou a oferta de credito em demais bancos concorrentes como 56,1%, no 1° semestre 2009, se Bradesco e Itaú Unibanco que comparado com o mesmo período apresentaram uma alta entre 55% de 2008. Entretanto, o lucro líquido e 60%, no ano, em sua ações da CEF apresentou uma piora preferências. considerável, caindo de R$ 1,7 Os resultados dos dois maiores bilhão para R$ 706 milhões. Em bancos privados do país, Itaú contrapartida, evidencia um U n i b a n c o e B r a d e s c o , aumento de 65,3% para 69,3% no apresentaram pouca variação nos índice de eficiência, no mesmo seus indicadores. Sem duvida o período, e seu índice de destaque maior fica com aumento inadimplência foi o que menos do índice de inadimplência: no Itaú subiu, passando de 2,7% para Unibanco saltou de 4% para 5,4% e 2,8%. Apesar de ser a instituição no Bradesco de 3,4% para 4,6%, financeira que apresenta a maior além do aumento das provisões quantidade de recursos para cobrir sobre créditos duvidosos, que créditos duvidosos, R$ 7,9 bilhões. saltou de R$ 1,7 bilhão para R$ 4,4 O Banco do Brasil, por sua vez, bilhões no Bradesco, entre o 2° recuperou o posto de maior banco trimestre de 2009 e o 2° trimestre do hemisfério sul em numero de de 2008. No maior banco privado ativos ultrapassando o Itaú- do país as provisões atingiram R$ Unibanco, e apresentou um lucro 5,5 bilhões. liquido de R$ 2,3 bilhões, no Em linha com bancos comerciais segundo trimestre, melhor do que públicos, os financiamentos no mesmo período do ano anterior, efetuados pelo BNDES registraram que foi de R$ 1,6 bilhão. Mesmo evolução mensal de 2,1%, R$ c o m a q u e d a 3 , 8 p o n t o s 252,6 bilhões, destacando-se a percentuais no seu índice de maior demanda de recursos para a eficiência. área de infra-estrutura, sobretudo O índice de Basiléia, ou seja, a para os setores de energia e proporção entre o capital das transportes. instituições financeiras e o valor de Em termos gerais a elevação total seus ativos ponderados pelos do credito, que atingiu 1.327 correspondentes riscos, indicador bilhões de reais em agosto, chave da resistência a choques, foi registraram aumentos de 1,5% no de 15,3%, pior que os de outras mês e de 19,5% em doze meses. grandes instituições, mas ficou Em decorrência, a relação quase 3 p.p melhor que no 2° crédito/PIB subiu para 45,2%, ante trimestre de 2008. 44,8% em julho e 36,7% em agosto U m r e f l e x o d e s t a m e l h o r de 2008. Vale o destaque do performance no período pode ser aumento do crédito ao setor público visto no preço das ações ordinárias federal que mais do que triplicaram do Banco do Brasil que apresentam nos dois últimos meses, em
  • 28. Bancos Pessoa Jurídica (% a.m) Desconto de duplicatas Capital de giro prefixado Conta garantida Aquisição de Bens Capital de giro flutuante Banco do Brasil 2,17 1,85 5,05 1,29 1,27 Caixa Econômica 2,53 1,59 - - 0,91 Santander 2,59 2,23 5,40 1,60 1,60 Itaú Unibanco 3,34 2,46 6,12 1,84 1,73 Bradesco 3,13 2,74 3,72 1,94 1,32 Menor Taxa 0,93 0,71 1,40 0,15 0,45 Tabela 5.6-Taxas de juros de operações de crédito - Pessoa Jurídica - Mês de Outubro Fonte:BCB - Informações sobre operações bancárias Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 27 decorrência do menor nível de crédito, puxada pelo plano arrecadação devido à recessão governamental “Minha Casa Minha econômica e ao aumento nos Vida” que propiciou não só um gastos do governo. aumento nos créditos dos bancos Em agosto, o spread apresentou públicos, como também estimulou uma queda de 0,5 p.p frente a o aumento dos financiamentos julho, com uma taxa média de privados, que aumentaram em 26,3% a.a., ficando praticamente 5,4% com trimestre anterior. A CEF em linha do que era cobrado um ano aumentou os empréstimos antes. Para pessoa jurídica o spread habitacionais em 71,2% na ficou em 17,8% a.a., alta de 2,9% comparação com junho de 2008, o em 12 meses. Enquanto para as que totalizou R$ 17,4 bilhões em famílias o spread ficou em 34,3% empréstimos. queda de 3,3% em 12 meses. Cabe O crédito para setor industrial destacar a queda de 6,3 p.p. nos continua sendo o mais atingindo. juros do cheque especial. Mas, as grandes empresas Entre as principais modalidades de brasileiras, em contraposição às crédito, o leasing, que foi a que pequenas e médias, não estão com mais cresceu em 2008, mas com tantas dificuldades, além dos taxas de crescimento diferentes lançamentos de debêntures no para empresas e para as famílias. O mercado doméstico, empresas leasing para pessoa jurídica brasileiras tais como Petrobras, apresentou um declínio de 0,6% em Telemar e Odebrecht captaram comparação de agosto com julho. E sozinhas este ano quase US$ 2,5 por isso a modalidade continua com bilhões no mercado externo. forte queda de 10,7% no ano. Já o Cabe ressaltar que o governo leasing a pessoa física apresentou brasileiro captou US$ 500 milhões, uma alta de 0,9% comparação com no mês de julho, vendendo os julho, e um aumento de 15,9% no títulos da divida externa brasileira ano. com prazo de vencimento em 2037 O u t r o s t i p o s d e c r é d i t o s a uma taxa de 6,63% a.a o que importantes, principalmente para abriu espaço para novas empresas pessoa física, como financiamento brasileiras de grande porte para aquisição de veículos e crédito buscarem recursos no exterior. habitacional apresentaram dados Com o aumento do desemprego no distintos. Este último foi o que mais Brasil as intuições bancárias cresceu nas modalidades de aumentaram consideravelmente as
  • 29. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 28 6. POLÍTICA FISCAL A Ministra Dilma Rousseff Online). apresentou um balanço do Com isso, o PAC passou a somar R$ Programa de Aceleração do 1,14 trilhão, R$ 455 bilhões a mais Crescimento - PAC, no início de do que o previsto no seu setembro corrente, anunciando a lançamento em 2007. No inicio a decisão do governo de aumentar em previsão era de gastar R$ 503,9 R$ 142 bilhões o montante previsto bilhões, entre 2007 e 2010, e R$ para as obras nessa iniciativa, até 189 bilhões, a partir de 2010. 2010. Para o período pós 2010 Agora, estão previstos gastos de R$ foram anunciadas obras adicionais 646 bilhões e R$ 502 bilhões, que montam R$ 313 bilhões (Folha respectivamente. Não obstante, provisões para possíveis calotes, de instituições foram compradas ou R$ 58,0 bilhões em agosto de 2008 iniciaram processos de fusão. para R$ 96,0 bilhões no mesmo mês Nesse ultimo trimestre cabe de 2009, alta de 64,3%, somente ressaltar a compra do Ibi pelo neste ultimo mês, foram colocados Bradesco e a união da carteira de R$ 4,0 bilhões de reais para cobrir crédito da Nossa Caixa e do Banco possíveis perdas com créditos do Brasil. Além do fato do mercado duvidosos. b a n c á r i o e s t a r a l t a m e n t e O índice de inadimplência por parte concentrado, o mercado de seguros das pessoas físicas ficou estável está seguindo o mesmo caminho. nesse último mês, em 8,4%, e Espécies de joint-ventures entre continua lentamente invertendo a grandes empresas desse setor alta observada no inicio do ano, e estão ocorrendo com freqüência afasta cada vez mais a previsão nestes últimos tempos, como na feita pelos bancos que chegaria aos aliança entre Banco do Brasil e Sul dois dígitos no fim do ano. Já a América e a “parceria” Itaú inadimplência das pessoas jurídicas Unibanco e Porto Seguros. ficou em 3,9%, alta de 0,1 p.p. Entretanto, devem ser destacados comparativamente com mês o papel do Banco Central do Brasil, anterior. da Secretaria de Direito Econômico Nos próximos meses, o cenário do Ministério da Justiça (SDE) e da mais provável é de melhoria no Secretaria de Acompanhamento crédito e possivelmente uma Econômico do Ministério da diminuição dos spreads. Já que, a Fazenda (Seae), nas tentantivas de taxa selic indica uma estabilidade m u d a r e s s e p a n o r a m a . na casa de 8,75% para este ano. Recentemente essas três agências Um obstáculo contra a diminuição impuseram novas regras para dos spreads, sem dúvida, é a alta aumento da concorrência no setor concentração bancaria. Desde o de cartões de crédito que é duopólio começo da crise financeira varias entre Visanet e Redecard.
  • 30. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 29 esses números anunciados d e r o y a l t i e s r e c e b i d a contrastam com os valores do PAC trimestralmente. Esse incremento que já foram autorizados entre de receita compensou, inclusive, o 2007/2009, apenas R$ 57,4 aumento sazonal da despesa, de bilhões, dos quais cerca de metade 12,1% com relação a junho. O mês pagos (46% do autorizado) a de julho corrente computou gastos despeito de 78% já terem sido adicionais com pessoal relativos ao empenhados (Site Contas Abertas). adiantamento de parcela do 13º dos servidores do Executivo Federal,O Governo Central aposta todas as além da ampliação dos gastos emsuas fichas nessa iniciativa e nos Outras Despesas de Custeio einvestimentos da Petrobrás, com Capital (OCC), especialmente asvistas a deslanchar o crescimento devidas ao inicio do pagamento doda economia brasileira ao menos no abono salarial pelo FAT paraano que vem, ano eleitoral. O 2009/2010. Amenizou essaProjeto de Lei Orçamentária 2010, elevação de gastos a apresentaçãor e c e n t e m e n t e e n v i a d o a o de retorno líquido pelo FundoC o n g r e s s o , p r e v ê u m Nacional de Desenvolvimentocomprometimento de R$ 23,4 (FND), que compõe o subitembilhões do Orçamento do governo Subsídios e Subvenções.com o PAC. A Petrobrás também terá um papel estratégico na No balanço do primeiro semestre de dinamização dos investimentos 2009 percebeu-se uma sensível públicos, com previsão de investir redução do superávit primário do R$ 79,3 bilhões em 2010, 20% a Governo Central, que caiu a menos mais do que em 2009, sendo do de um terço do valor apresentado valor previsto para a empresa R$ em igual período em 2008, R$ 20,1 55,5 bilhões referentes ao PAC. bilhões contra R$ 68,6 bilhões no a n o p a s s a d o . D o q u a d r oNo curto prazo, por outro lado, as extremamente favorável no queiniciativas do Governo Central para tange ao crescimento da receita, oreativar o crescimento têm surtido governo se deparou, esse ano, compouco efeito. Os meses de maio e uma leve queda da mesma (-1,5%),junho acusaram déficits primários tendo em vista a redução de 5,0%de R$ 269 e R$ 617 milhões, das receitas do tesouro, sórespectivamente, segundo o cálculo amenizada pelo crescimento deacima da linha feito pela STN. Essa 11,0% das receitas da Previdênciasituação se reverteu em julho, com Social. As receitas do tesouroum superávit primário de R$ 1,44 refletiram os efeitos negativos dabilhão, tendo em vista a elevação de crise sobre a atividade econômica,receita de 9,6%. Essa elevação de manifestos especialmente na quedareceita deveu-se especialmente a da produção industrial (13,4%) e naarrecadação trimestral do Imposto redução da lucratividade dasde Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da empresas. Sua queda também seContribuição Social sobre o Lucro associou aos incentivos fiscaisLíquido (CSLL) bem como a receita
  • 31. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 30 dados pelo governo com base no funcionalismo federal. No caso de IPI, numa política anticíclica. A OCC o destaque ficou para o gasto redução dos preços do petróleo no com custeio, 43% a maior na rubrica m e r c a d o i n t e r n a c i o n a l , do FAT, refletindo a ampliação dos adicionalmente, fez cair as benefícios ligados ao trabalhador receitas com royalties do Governo desempregado conseqüente da crise. Federal. A Previdência Social, A previdência também ampliou seus distintamente, ampliou sua gastos com benefícios o que resultou receita em função do crescimento numa ampliação de seu déficit de de 14,2% da massa de salários no 1,23% do PIB, em igual período de mercado formal e urbano (entre 2008, para 1,42% do PIB em 2009. dezembro de 2008 e junho de A relativa reversão da política fiscal do 2009). G ove r n o C e n t ra l n e s t e a n o O comportamento das despesas manifestou-se, como visto, na no primeiro semestre de 2009, redução dos níveis de superávit fiscal por outro lado, foi de elevação de praticados, visando amenizar os 15,9% notadamente pela efeitos deletérios da crise sobre a ampliação de gastos com pessoal economia. Essa mudança se e OCC. O gasto com pessoal, 19% evidenciou também nas contas fiscais superior ao ano passado, é do Setor Público Consolidado (SPC), justificado, segundo a STN, por considerando-se o conceito “abaixo m a i o r e s d e s p e s a s c o m da linha”, que analisa o resultado precatórios e com reestruturação fiscal pela ótica do financiamento. O de carreiras e remunerações do mês de julho de 2009 registrou um Discriminação Tabela 6.1 - Resultado Primário do Governo Central (R$ milhões) Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional jul/08 jan-jul/08 maio/09 jun/09 jul/09 jan-jul/09 I. RECEITA TOTAL 62.844,4 407.790,4 56.336,7 55.031,9 60.323,9 401.680,4 I.1. Receitas do Tesouro 49.488,4 320.126,1 41.756,3 40.775,0 45.857,3 304.249,6 I.2. Receitas da Previdência Social 13.230,2 86.732,9 14.400,8 14.063,9 14.287,4 96.252,4 I.3. Receitas do Banco Central 125,7 930,9 179,6 193,1 179,2 1.178,4 II. TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E MUNICÍPIOS 9.265,8 72.504,8 12.835,0 12.915,2 7.796,1 72.460,4 III. RECEITA LÍQUIDA TOTAL (I -II) 53.578,6 335.285,2 43.501,7 42.116,7 52.527,8 329.220,1 IV. DESPESA TOTAL 46.376,8 266.705,1 43.760,2 42.732,6 51.088,5 309.136,2 IV.1. Pessoal e Encargos Sociais 13.016,3 72.617,8 10.867,4 11.348,2 14.375,4 86.512,2 IV.2. Benefícios Previdenciários 15.407,5 107.066,4 17.140,5 17.445,3 17.380,8 120.622,0 IV.3. Custeio e Capital 17.706,0 85.417,8 15.460,2 13.631,2 18.999,6 99.915,9 IV.4. Transferência do Tesou ro ao Banco Central 68,1 451,3 88,8 88,5 89,6 621,0 IV.5. Despesas do Banco Central 178,9 1.151,8 203,2 219,4 243,1 1.465,1 V. FUNDO SOBERANO DO BRASIL - FSB 0 0 0 0 0 0 VI. RESULTADO PRIMÁRIO GOVERNO CENTRAL (III -IV-V) 7.201,8 68.580,1 -258,5 -615,8 1.439,4 20.083,9 V.1. Tesouro Nacional 9.432,3 89.134,5 2.504,8 2.792,0 4.596,7 44.740,2 V.2. Previdência Social -2.177,3 -20.333,5 -2.739,7 -3.381,4 -3,093,5 -24.369,6 V.3. Banco Central -53,2 -220,9 -23,6 -26,3 -63,8 -286,7 VII. RESULTADO PRIMÁRIO/PIB (%) 4,2 1,2
  • 32. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 31 superávit primário, para o SPC, de reduziram seu gasto com juros, R$ 3,18 bilhões, contra R$ 11,06 respectivamente em 69% e 79%. bilhões acusados no mesmo mês do Ambos apresentaram déficit ano anterior. É o Governo Central nominal em julho, o qual atingiu R$ quem mais reduziu a sua 13,12 bilhões para o Governo participação no superávit primário, Central, com o SPC acusando déficit a despeito dos Governos Regionais nominal 65% maior do que o também retrocederem nessa mesmo mês do ano anterior. frente. Mas no mês de julho de 2009 No acumulado do ano a redução do o Governo Central saiu do vermelho, superávit primário para o SPC se posto que acumulou déficits manifestou de forma mais explícita, primários seguidos em maio e de R$ 92,77 bilhões, no primeiro junho. No sentido oposto, os semestre de 2008, chegou a Governos Regionais e as Estatais representar quase um terço desse reduziram de forma sensível o seu valor em igual período de 2009 (R$ superávit primário exatamente no 38,44 bilhões). Na relação com o mesmo mês de julho. PIB houve uma queda de 4,83% Comparada com igual mês do ano p a r a 2 , 2 5 % . O p r i n c i p a l anterior, a apropriação de juros em responsável por essa queda foi o julho corrente, segundo o critério de Governo Central, que reduziu a mais competência, foi menor para o SPC, de um terço seu esforço fiscal. atingindo R$ 16,16 bilhões contra A queda do superávit primário foi R$ 18,94 bilhões em julho de 2008. em parte compensada pela redução O gasto com esse item sofreu do gasto com juros para o SPC, que, elevação para o Governo Central em no entanto, ainda equivaleu a julho de 2009 tanto em comparação exorbitante quantia de R$ 95,11 com igual mês do ano anterior bilhões, 5,56% do PIB. Não (35%) quanto frente ao mês obstante, a despesa com juros para anterior (39%). Os Governos o Governo Central ainda se elevou R e g i o n a i s , d i s t i n t a m e n t e , 6.2 - Necessidade de Financiamento do Setor Público (R$ milhões) Discriminação jul/08 jan-jul/08 maio/09 jun/09 jul/09 jan-jul/09 Primário -11 057 -92 770 -1 119 -3 376 -3 180 -38 435 Governo central -7 774 -68 451 291 1 137 -1 691 -22 640 Governos regionais -2 847 -22 063 -3 214 -2 523 - 797 -16 117 Empresas estatais - 436 -2 256 1 804 -1 989 - 692 323 Juros nominais 18 939 107 833 12 593 13 506 16 169 95 106 Governo central 9 883 63 639 11 173 10 667 14 815 86 009 Governos regionais 9 008 44 135 1 908 2 838 868 9 136 Empresas estatais 48 59 - 487 1 485 - 39 Resultado Nominal 7 883 15 063 11 474 10 130 12 989 56 671 Governo central 2 109 -4 812 11 464 11 803 13 125 63 370 Governos regionais 6 162 22 072 -1 307 314 71 -6 982 Empresas estatais - 388 -2 196 1 317 -1 988 - 207 284 Fonte: BCB - Notas para a imprensa de 30.08.2009 (+) déficit (-) superávit
  • 33. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 32 de R$ 63,64 bilhões para R$ 86,01 (SPC), considerando-se o conceito bilhões, sendo os grandes “abaixo da linha”, que analisa o beneficiários da queda global dessa resultado fiscal pela ótica do despesa no semestre os Governos financiamento. O mês de julho de Regionais. 2009 registrou um superávit primário, para o SPC, de R$ 3,18Com isso o Governo Central e os bilhões, contra R$ 11,06 bilhõesGovernos Regionais trocaram de acusados no mesmo mês do anoposição em termos do Resultado anterior. É o Governo Central quemNominal (soma do resultado mais reduziu a sua participação noprimário com a despesa com juros), superávit primário, a despeito dosno comparativo entre o primeiro Governos Regionais tambémsemestre de 2008 e 2009. O retrocederem nessa frente. Mas noGoverno Central acusou forte déficit mês de julho de 2009 o Governonominal no primeiro semestre deste Central saiu do vermelho, posto queano (R$ 63,37 bilhões) e os acumulou déficits primáriosGovernos Regionais apresentaram seguidos em maio e junho. Nosuperávit nominal (R$ 6,98 sentido oposto, os Governosbilhões). No global, o SPC foi Regionais e as Estatais reduziramdeficitário em R$ 56,67 bilhões no de forma sensível o seu superávitprimeiro semestre de 2009, o que primário exatamente no mesmoequivaleu a 3,31% do PIB, deixando mês de julho.a posição de quase equilíbrio orçamentário explicitada no Comparada com igual mês do ano primeiro semestre de 2008 (0,91% anterior, a apropriação de juros em do PIB). julho corrente, segundo o critério de competência, foi menor para o SPC,A relativa reversão da política fiscal atingindo R$ 16,16 bilhões contrado Governo Central neste ano R$ 18,94 bilhões em julho de 2008.manifestou-se, como visto, na O gasto com esse item sofreuredução dos níveis de superávit elevação para o Governo Central emfiscal praticados, visando amenizar julho de 2009 tanto em comparaçãoos efeitos deletérios da crise sobre a com igual mês do ano anterioreconomia. Essa mudança se (35%) quanto frente ao mêsevidenciou também nas contas anterior (39%). Os Governosfiscais do Setor Público Consolidado Tabela 6.3 – Dívida Líquida do Setor Público (R$ milhões) Discriminação dez/08 maio/09 jun/09 jul/09 Dívida Líquida Total 1.153.631 1.245.026 1.259.116 1.283.417 Governo Central 728.327 829.480 845.870 871.504 Governos Regionais 414.954 404.166 403.958 403.942 Estatais 10.351 11.379 9.288 7.971 Dívida Líquida Total 1.153.631 1.245.026 1.259.116 1.283.417 Dívida líquida interna 1.482.193 1.516.981 1.533.432 1.552.620 Dívida líquida externa -328.561 -271.955 -274.316 -269.202 Em % do PIB 38,8 42,6 43,2 44,1 Fonte: BCB – Nota para a imprensa, 30.08.09.
  • 34. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 33 R e g i o n a i s , d i s t i n t a m e n t e , beneficiários da queda global dessa reduziram seu gasto com juros, despesa no semestre os Governos respectivamente em 69% e 79%. Regionais. Ambos apresentaram déficit Com isso o Governo Central e os nominal em julho, o qual atingiu R$ Governos Regionais trocaram de 13,12 bilhões para o Governo posição em termos do Resultado Central, com o SPC acusando déficit Nominal (soma do resultado nominal 65% maior do que o primário com a despesa com juros), mesmo mês do ano anterior. no comparativo entre o primeiro No acumulado do ano a redução do semestre de 2008 e 2009. O superávit primário para o SPC se Governo Central acusou forte déficit manifestou de forma mais explícita, nominal no primeiro semestre deste de R$ 92,77 bilhões, no primeiro ano (R$ 63,37 bilhões) e os semestre de 2008, chegou a Governos Regionais apresentaram representar quase um terço desse superávit nominal (R$ 6,98 valor em igual período de 2009 (R$ bilhões). No global, o SPC foi 38,44 bilhões). Na relação com o deficitário em R$ 56,67 bilhões no PIB houve uma queda de 4,83% primeiro semestre de 2009, o que p a r a 2 , 2 5 % . O p r i n c i p a l equivaleu a 3,31% do PIB, deixando responsável por essa queda foi o a posição de quase equilíbrio Governo Central, que reduziu a orçamentário explicitada no mais de um terço seu esforço fiscal. primeiro semestre de 2008 (0,91% do PIB).A queda do superávit primário foi em parte compensada pela redução C o m o c o n s e q ü ê n c i a d e s s a do gasto com juros para o SPC, que, n e c e s s i d a d e p o s i t i v a d e no entanto, ainda equivaleu a financiamento e da desvalorização exorbitante quantia de R$ 95,11 cambial de 4% a dívida líquida do bilhões, 5,56% do PIB. Não SPC ampliou-se em cerca de 11% obstante, a despesa com juros para desde dezembro de 2008, atingindo o Governo Central ainda se elevou em julho corrente o montante de R$ de R$ 63,64 bilhões para R$ 86,01 1,28 trilhão, equivalente à 44,1% bilhões, sendo os grandes do PIB. O Governo Central foi quem Tabela 6.4 - Títulos públicos federais (R$ milhões) jul/08 mai/09 jun/09 jul/09 Títulos emitidos 1.602.987 1.749.820 1.821.522 1.840.687 Carteira do BACEN 398.582 475.565 499.646 490.801 LTN 226.630 199.825 232.028 217.223 LFT 443.454 500.768 499.212 537.903 NTN 495.430 540.660 557.666 562.521 Dívida Securit. 19.793 14.830 14.823 14.269 CFT/CTN 14.177 13.351 13.308 13.184 TODA 4.898 4.797 4.816 4.765 BTN 22 23 23 22 Total 1.204.405 1.274.255 1.321.876 1.349.886 % do PIB 40,7 43,6 45,4 46,3 Fonte: BCB - Notas para a imprensa de 27/08/2009.
  • 35. Vitória/ES - Boletim Nº.46 - 34 mais ampliou seu endividamento, falsa melhora na dívida, se não em cerca de 20%, sendo que os observarmos seu prazo. Entre os Governos Regionais e as Estatais meses de junho e julho houve uma r e d u z i ra m s e u s n í v e i s d e redução no prazo de vencimento de endividamento no mesmo período. LFT de 30,5 meses para 24,5 meses. Na sua composição entre dívida A queda na participação dos títulos interna e externa, esta última indexados aos índices de preços continuou negativa e a primeira pode ser explicada pela expectativa atingiu o montante de R$ 1,55 de baixa inflação devido ao trilhão (53,3% do PIB), num acirramento da crise acontecido no crescimento de 5% em comparação primeiro semestre de 2009. Este com dezembro de 2008. fenômeno leva os aplicadores a O saldo da dívida mobiliária federal procurarem formas alternativas de no mercado atingiu em julho r e n d i m e n t o, j á q u e e s t ã o corrente R$ 1,35 trilhão. Com relativamente protegidos de uma relação ao PIB obteve um corrosão via aumento de preços. crescimento de 5,6 p.p. se O aumento das operações de comparado com o mesmo período mercado aberto mostra um esforço do ano passado. também pontual do Banco central Segundo os indexadores, há uma (BC) para manter a taxa básica pontual melhora na composição da definida pelo Comitê de Política dívida no mês de agosto devido a Monetária (COPOM), já que houve um resgate líquido de Nota do um aumento de 1,9 p.p. entre os Tesouro Nacional F (NTN-F) e Letra meses de junho e julho. Geralmente do Tesouro Nacional (LTN), o BC atua com títulos em operações passando de 24,6% para 22,7% no compromissadas, de forma que há período entre junho e julho. Porém, um compromisso de recompra após observando que os títulos em Letra um período determinado. Assim, o Financeira do Tesouro (LFT) BC controla a liquidez do sistema compõem 30,1% da dívida total através de disponibilidade de (Tabela 6.5) e, têm um prazo de crédito, ou seja, diretamente nas 24,5 meses (Tabela 6.6) há uma reservas bancárias. Tabela 6.5 – Dívida Mobiliária Federal e Participação por Indexadores Discriminação jul-08 maio-09 jun-09 jul-09 Dívida Mobiliária (R$ bilhões) 1.504,2 1.659,0 1.707,5 1.788,2 Indexadores (%) Over/Selic (*) 31,8 30,1 29,2 30,1 Câmbio (*) -1,7 0,7 0,7 0,6 Prefixado 24,7 22,9 24,6 22,7 TR 1,6 1,2 1,2 1,1 Índices de preço 23,6 21,8 21,8 21,0 Oper.mercado aberto 19,9 23,2 22,6 24,5 FONTE: BCB– Notas para a imprensa de 30-08-09 (*) com operações Swap
  • 36. Vitória/ES - Boletim Nº46 - 35 Tabela 6.6 - Prazo dos títulos federais Discriminação Prazo médio dos títulos federais em meses jul/08 mai/09 jun/09 jul/09 LTN 10,1 7,9 7,7 39,1 NTN-B 63,3 66,9 67,0 66,7 NTN-C 98,8 94,1 93,1 95,0 NTN-D - - - - NTN-F 33,8 26,4 26,1 27,0 LFT 31,2 30,2 30,5 24,5 Fonte: BCB - Notas para a imprensa de 27/08/2009. 7. SETOR EXTERNO O segundo trimestre de 2009 quantidade e não devido à alta de registrou déficit nas transações preços, já que estes se mantiveram correntes de US$ 2,130 bilhões, praticamente estáveis, pelos resultado 43% melhor do que o produtos semimanufaturados (aço, trimestre anterior em que o saldo ferro, etc.) e em menor parte pelos das transações correntes registrou manufaturados (automóveis, déficit de US$ 4,944 bilhões. aviões, etc.). Contudo, apresenta uma melhora A Balança comercial apresentou em de 67,8% em relação ao mesmo junho, um saldo positivo US$ 4,6 período do ano anterior, devido o bilhões, apresentando um aumento menor déficit da conta de Serviços e de 28,6% em relação ao mesmo Rendas. período de 2008. Vale ressaltar que Essa melhora foi também devido ao este resultado foi atingido apesar da bom desempenho das exportações queda de 25,4% nas exportações. brasileiras que registraram um As importações tiveram uma crescimento de 24% em relação ao diminuição em 36%. trimestre anterior, fechando em Analisando estes dados em mais US$ 38,774 bilhões e também em detalhes, podemos notar a queda virtude da queda de quase 1% das continuada da demanda externa, o importações que fecharam em US$ que prejudica consideravelmente as 27, 787 bilhões, possibilitando a exportações brasileiras. Apesar da balança comercial obter um queda dos preços, o quantum vem superávit de US$ 10, 987 bilhões, apresentado melhoras desde contra um superávit de US$ 3, 010 Janeiro, quando atingiu seu menor bilhões no primeiro trimestre. Essa patamar desde o início da crise. recuperação ocorreu no mês de Fenômeno similar acontece com as maio no qual as vendas para o importações, que tem seu índice de exterior foram puxadas pelos preço em queda, mas com um produtos básicos (commodities), o aumento da quantidade importada que se mostra um bom resultado, desde fevereiro. pois esse crescimento foi em No acumulado do ano, a exportação