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B2 Economia SEGUNDA-FEIRA, 9 DE MAIO DE 2016 O ESTADO DE S. PAULO
Primeira pessoa
Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário
A
poucos dias da muito prová-
velmudançadegoverno,bra-
sileiros que há dois anos so-
fremosefeitosdeumaprofundacri-
se política, econômica, social e mo-
ral continuam em dúvida: ainda po-
depiorar?Setomarmosuminteres-
sante indicador conhecido como
“índice de mal-estar”, construído
pelaequipedeanáliseeconômicade
umainstituiçãofinanceira,arespos-
ta é ruim: pode, sim. Resultado da
combinaçãodeinflaçãoedesempre-
go – aferido pela Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílio (Pnad)
Contínua, de abrangência nacional
e divulgada mensalmente pelo IB-
GE –, esse índice alcançou em mar-
ço seu ponto mais alto desde que
começouasercalculadopeloBanco
Fibra e talvez continue a subir. Em-
bora alguns dados apontem que a
inflação está se desacelerando, ou-
trossugeremqueodesempregocon-
tinuacrescendo.Ascondiçõesdevi-
daestãoruins etendemasemanter
– ou piorar, pelo menos por algum
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Naiminênciadeosprincipaiscar-
gos do Poder Executivo federal te-
rem novos ocupantes, no entanto,
surgem também alguns sinais de
que,pelomenosnoqueserefereàativi-
dade de alguns setores da economia, o
fundodopoçoparecetersidoatingido.
São tênues, ressalve-se, as indicações
derecuperaçãodaindústria,masainda
assimauspiciosas.Estefoiosetormais
afetado pela crise e que por mais de
umadezenademesesconsecutivosacu-
mulou resultados negativos. Em mar-
ço,segundooIBGE,aproduçãoindus-
trialfoi1,4%maiordoqueadefevereiro
(no primeiro trimestre do ano, porém,
houve queda de 11,7% na comparação
com igual período de 2015). O cresci-
mento no mês é pequeno e se dá sobre
umabase muito baixa.Mas é positiva a
evoluçãodoinvestimento,expressana
produçãodebensdecapital,cujaexpan-
são tem evitado há meses resultados
piores da indústria de transformação.
Háindicaçõestambémdeque,dian-
te da provável mudança dos rumos na
condução da política econômica, co-
meçaamelhorarohumordoempresa-
riado, que, como se sabe, influi decisi-
vamentenoritmodosnegócios.Opau-
latino afastamento das incertezas e
dos temores alimentados pelos desas-
tres fiscais, econômicos e sociais acu-
mulados durante o governo Dilma
Rousseff abre espaço para a mudança
no ambiente empresarial. Na popula-
ção, a expectativa de superação da cri-
sequeparalisouogovernoeafetoufor-
temente a economia tende a criar um
novo estado de ânimo.
O anúncio, há alguns meses, do pro-
gramade governo do PMDBintitulado
Uma ponte para o futuro – previsível e
duramente atacado pelo governo Dil-
maeseusapoiadores,queoconsidera-
ram parte do “golpe” que se preparava
contraapresidentedaRepública–teve
como principal objetivo conquistar o
apoiodoempresariadoparaumgover-
no Michel Temer, que já então a cada
dia pareciamais provável.
Estãolá,defato,pontosquehámuito
parte significativa do setor produtivo
considera indispensáveis para recolo-
car o País nos trilhos da estabilidade e
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gramaque,comodizoPMDB,sedesti-
na a “preservar a economia brasileira e
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tam efetivamente a pobreza e criem
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Alisedestaca,entreoutrosobjetivos,
a redução rápida do desajuste das con-
tas públicas, que “chegou a um ponto
crítico”. Para isso, será preciso “o con-
curso de muitos atores”, deixando de
lado “divergências e interesses pró-
prios”. O ajuste deveria, como princí-
pio, “evitar o aumento de impostos”,
dizodocumento,comaressalvadeque
isso poderia ser feito “em situação de
extremaemergênciaecomamplocon-
sentimento social”. Talvez venha a ser
necessário fazê-lo.
O texto refere-se também à necessi-
dade de acabar com todas as vincula-
ções orçamentárias, bem como a de se
instituiroorçamentointeiramenteim-
positivo.Acabarcomvinculaçõessigni-
fica retirar a exigência de aplicações
mínimasemdeterminadossetores,co-
mosaúde e educação.
A questão da Previdência, cujo défi-
cit cresce a velocidades assustadoras
em razão das regras de concessão dos
benefíciosedamudançadopadrãode-
mográfico–alémdeseralimentado,no
presente,pelarecessãoquereduzoem-
pregoe,consequentemente,onúmero
decontribuintesdosistema–,étratada
com prioridade. Prudentemente,o do-
cumento do PMDB fala em preservar
direitos adquiridos, mas faz propostas
que podem afetar a vida dos aposenta-
dos e as expectativas dos que hoje ain-
dacontribuemparaosistemadeprevi-
dência.Defende,porexemplo,ofimda
indexação dos benefícios e a institui-
çãoderegrasmaisdurasparaaconces-
sãodenovosbenefícios,comoaexigên-
cia de idade mínima.
São propostas sensatas, mas algu-
mas contrariam interesses de grupos
comforterepresentaçãopolítica.Mes-
mo assim, um governo determinado,
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çar, pavimentando o caminho do
progresso que beneficiaria a todos.
O início de um governo, ainda que
decorrente de um processo trau-
mático como o do afastamento da
presidente Dilma Rousseff, é uma
grandeoportunidade para iniciaras
mudanças necessárias.
O que se tem visto nas conversa-
ções para a constituição de um go-
verno Temer, porém, com raras ex-
ceções, é a repetição da negociação
rasteira por cargos e verbas em tro-
ca de apoio parlamentar, como a
que fez do agonizante governo Dil-
ma um conjunto disforme e disfun-
cional. Surgiram também exigên-
cias absurdas, entre elas a realiza-
ção de uma impossível reforma po-
lítica no prazo que o PSDB impôs
como condição para integrar o go-
verno Temer. Supostos apoiadores
de primeira hora do impeachment
de Dilma e de um novo governo Te-
mer, como sindicalistas controla-
dospelodeputadoPaulinhodaFor-
ça, afirmaram que não aceitarão
“perdadedireitos”–ouseja,mudan-
ças na legislação trabalhista e nas
regras das aposentadorias.
Nãosãoboasindicações dequeas
coisascomeçarão a melhorarlogo.
]
JORNALISTA, É AUTOR DE ‘O SÚDITO (BAN-
ZAI, MASSATERU!)’, ED. TERCEIRO NOME
Algumas propostas do PMDB,
apesar de sensatas, contrariam
interesses de grupos com forte
representação política
Colaboraram:
Aline Bronzati, Clarice Couto, Fernando Scheller e Renée Pereira
l]
JORGE J.
OKUBARO
Opinião
Esperançaseinquietações
SEGUROS
Fábio
Rodrigues,
sócio da Bisup
Consulting
catia.luz@estadao.com
‘Volta da credibilidade
vai intensificar as
fusões e aquisições’
Mesmo com uma possível mudan-
ça de governo, a situação financei-
ra das empresas continuará bas-
tante delicada este ano, afirma Fá-
bio Rodrigues, sócio fundador da
Bizup Consulting – empresa re-
cém lançada no mercado, com fo-
co em reestruturação de dívidas e
assessoria de fusões e aquisições.
Na avaliação dele, entretanto, o
componente “expectativa” vai me-
lhorar o ambiente de negócios,
com aumento de fusões e aquisi-
ções e de novos investimentos.
l O que veremos mais nos próximos
meses: fusões e aquisições ou que-
bra de empresas?
Em quantidade, haverá mais que-
bra de empresas. Entretanto, as
fusões e aquisições vão se intensi-
ficar com a volta da credibilidade
do País. Será a hora de ir às com-
pras no Brasil. O dólar está favorá-
vel e os indicadores das empresas
em baixa, como o Ebitda e o múlti-
plo de Ebitda (instrumento de ava-
liação de empresas).
l Como está a vida financeira das em-
presas neste momento de recessão?
Com certeza muito difícil. Além
da queda dos negócios, a redução
do crédito tem afetado de manei-
ra dramática a vida das empresas.
Quem não tinha um colchão de
liquidez está em situação delicada.
l Qual a previsão para os próximos
meses?
O componente “expectativa” é
um dos principais fatores nas deci-
sões econômicas. Portanto, a pos-
sibilidade de um governo com me-
nos problemas políticos poderá
conduzir a economia de forma
mais objetiva e produtiva. A pró-
pria possibilidade de privatização
da infraestrutura do Brasil por si
só, traz boas expectativas, princi-
palmente de investimentos e de
movimentação da economia. Isso
não vai ocorrer rapidamente, mas
vai estabelecer uma nova expecta-
tiva de futuro, com um 2017 mais
positivo.
BrasilAgropodeanunciar
aquisiçõesneste trimestre
“O Brasil precisa de menos Estado e de mais livre economia.”
MARCIO FERNANDES /ESTADÃO - 9/8/2012
O MAPA DA BOLSA
● As ações que mais subiram e
as que mais caíram na semana
entre 29 de abril e 6 de maio
NA SEMANA
Piores
NA SEMANA
Melhores
INFOGRÁFICO/ESTADÃOFONTE: ECONOMATICA
Empresas com volume
diário de negociação
superior a R$ 1 milhão e
presentes em 80% dos
pregões na semana
30%-30%
15%
-15%
7,5%
-7,5%
45%
-45%
22,5%
-22,5% 37,5%
-37,5%
-11,67%
-14,10%
-14,27%
-15,22%
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Ser Educação ON
EM UM MÊS
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Profarma ON
EM UM MÊS
34,43%
0%
0%
ComChubb, Porto Seguro
dobrabase decarrosde luxo
A Porto Seguro vai dobrar sua base de
clientes de automóveis de luxo com a
aquisição da carteira da Chubb Segu-
ros. Além de se firmar junto ao públi-
co de alta renda, de quebra ainda tira
do jogo sua principal concorrente nes-
te segmento. O valor do negócio não
foi revelado por questões estratégicas
e outras companhias, conforme apu-
rou o Broadcast, também disputaram
o ativo, como a SulAmérica, da Famí-
lia Larragoiti, e a japonesa Yasuda Ma-
rítima. Com a aquisição, a Porto Segu-
ro adiciona outros cerca de 50 mil
itens em sua base de automóveis pre-
mium num total de cerca de R$ 250
milhões em prêmios. A Porto Seguro
lidera o segmento de auto no Brasil.
COSMÉTICOS
AvontransferesededosEUA
epromove‘diáspora’daequipe
Ao transferir seu quartel-general glo-
bal dos Estados Unidos para o Reino
Unido – como consequência da venda
para o fundo Cerberus, especializado
em ativos com dificuldades –, a com-
panhia de venda direta de cosméticos
Avon deverá promover uma “diáspo-
ra” de sua equipe – além de corte de
parte dos funcionários.
Segundo a presidente da Avon,
Sherry McCoy, durante teleconferên-
cia com analistas, a empresa “vai dis-
persar as pessoas que hoje estão no
escritório de Nova York”. Entre os
destinos estão a Suécia (onde há uma
capacidade grande na área de marke-
ting), Polônia (onde se concentra a
área financeira) e Brasil (maior merca-
do para a marca).
Editado por:
Cátia Luz
Paíspodefechar150milrestaurantes
PANORÂMICA
A
contenção de gastos dos bra-
sileiros fez encolher o movi-
mento em bares e restauran-
tes e está levando empresários a
considerar a possibilidade de fe-
char as portas. Um levantamento
da Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel) obtido
com exclusividade pelo Broadcast,
serviço em tempo real da Agência
Estado, mostra que um a cada seis
empresários avalia dar fim ao negó-
cio ou repassar o ponto nos próxi-
mos meses. São 150 mil pontos em
todo o País que correm o risco de
não resistirem à crise.
O motivo para a decisão, em 84%
dos casos, é o prejuízo acumulado
diante do aumento de custos e da
queda no faturamento. “São núme-
ros assustadores, com reflexos dra-
máticos. Isso vai impactar a econo-
mia e pode gerar mais demissões”,
diz o presidente da Abrasel, Paulo
Solmucci Jr. A vontade de trocar de
ramo ou de arrumar um emprego
também são motivações citadas.
Em 2015, esses estabelecimentos
acabaram sofrendo um baque nas
contas. A tarifa de energia elétrica,
uma despesa básica, subiu mais de
50%. Taxa de água e esgoto e alimen-
tos também ficaram mais caros. Hou-
ve ainda, no início do ano, o reajuste
de 11,68% no salário mínimo, para
R$ 880, remuneração base para mui-
tos trabalhadores do ramo.
“Conta de energia não fecha loja,
mas, quando soma tudo e ainda tem
perspectiva de retorno pequeno,
complica. Boa parte dos empresários
não está com fôlego para esperar a
crise passar”, diz o economista Fabio
Bentes, da Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Tu-
rismo (CNC). “A perversidade não é
o tamanho do tombo, mas sim a du-
ração da crise.”
PROPRIEDADES RURAIS
O presidente da BrasilAgro, Julio Pi-
za, afirmou na sexta-feira que investi-
mentos e aquisições continuam no
radar da companhia, apesar das incer-
tezas no País. “Se tudo correr bem, no
próximo balanço teremos novidades
sobre novas aquisições”, disse, em
teleconferência sobre os resultados.
A BrasilAgro atua na aquisição, desen-
volvimento e venda de propriedades
rurais. A cautela da empresa é justifi-
cada, em parte, pelo fato de que os
preços das terras não vêm caindo, ape-
sar da crise. Segundo dados da Infor-
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Algumas propostas do PMDB contrariam interesses de grupos

  • 1. %HermesFileInfo:B-2:20160509: B2 Economia SEGUNDA-FEIRA, 9 DE MAIO DE 2016 O ESTADO DE S. PAULO Primeira pessoa Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário A poucos dias da muito prová- velmudançadegoverno,bra- sileiros que há dois anos so- fremosefeitosdeumaprofundacri- se política, econômica, social e mo- ral continuam em dúvida: ainda po- depiorar?Setomarmosuminteres- sante indicador conhecido como “índice de mal-estar”, construído pelaequipedeanáliseeconômicade umainstituiçãofinanceira,arespos- ta é ruim: pode, sim. Resultado da combinaçãodeinflaçãoedesempre- go – aferido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, de abrangência nacional e divulgada mensalmente pelo IB- GE –, esse índice alcançou em mar- ço seu ponto mais alto desde que começouasercalculadopeloBanco Fibra e talvez continue a subir. Em- bora alguns dados apontem que a inflação está se desacelerando, ou- trossugeremqueodesempregocon- tinuacrescendo.Ascondiçõesdevi- daestãoruins etendemasemanter – ou piorar, pelo menos por algum tempo. Naiminênciadeosprincipaiscar- gos do Poder Executivo federal te- rem novos ocupantes, no entanto, surgem também alguns sinais de que,pelomenosnoqueserefereàativi- dade de alguns setores da economia, o fundodopoçoparecetersidoatingido. São tênues, ressalve-se, as indicações derecuperaçãodaindústria,masainda assimauspiciosas.Estefoiosetormais afetado pela crise e que por mais de umadezenademesesconsecutivosacu- mulou resultados negativos. Em mar- ço,segundooIBGE,aproduçãoindus- trialfoi1,4%maiordoqueadefevereiro (no primeiro trimestre do ano, porém, houve queda de 11,7% na comparação com igual período de 2015). O cresci- mento no mês é pequeno e se dá sobre umabase muito baixa.Mas é positiva a evoluçãodoinvestimento,expressana produçãodebensdecapital,cujaexpan- são tem evitado há meses resultados piores da indústria de transformação. Háindicaçõestambémdeque,dian- te da provável mudança dos rumos na condução da política econômica, co- meçaamelhorarohumordoempresa- riado, que, como se sabe, influi decisi- vamentenoritmodosnegócios.Opau- latino afastamento das incertezas e dos temores alimentados pelos desas- tres fiscais, econômicos e sociais acu- mulados durante o governo Dilma Rousseff abre espaço para a mudança no ambiente empresarial. Na popula- ção, a expectativa de superação da cri- sequeparalisouogovernoeafetoufor- temente a economia tende a criar um novo estado de ânimo. O anúncio, há alguns meses, do pro- gramade governo do PMDBintitulado Uma ponte para o futuro – previsível e duramente atacado pelo governo Dil- maeseusapoiadores,queoconsidera- ram parte do “golpe” que se preparava contraapresidentedaRepública–teve como principal objetivo conquistar o apoiodoempresariadoparaumgover- no Michel Temer, que já então a cada dia pareciamais provável. Estãolá,defato,pontosquehámuito parte significativa do setor produtivo considera indispensáveis para recolo- car o País nos trilhos da estabilidade e do crescimento econômico. É um pro- gramaque,comodizoPMDB,sedesti- na a “preservar a economia brasileira e tornar viável o seu desenvolvimento, devolvendo ao Estado a capacidade de executar políticas sociais que comba- tam efetivamente a pobreza e criem oportunidades para todos”. Alisedestaca,entreoutrosobjetivos, a redução rápida do desajuste das con- tas públicas, que “chegou a um ponto crítico”. Para isso, será preciso “o con- curso de muitos atores”, deixando de lado “divergências e interesses pró- prios”. O ajuste deveria, como princí- pio, “evitar o aumento de impostos”, dizodocumento,comaressalvadeque isso poderia ser feito “em situação de extremaemergênciaecomamplocon- sentimento social”. Talvez venha a ser necessário fazê-lo. O texto refere-se também à necessi- dade de acabar com todas as vincula- ções orçamentárias, bem como a de se instituiroorçamentointeiramenteim- positivo.Acabarcomvinculaçõessigni- fica retirar a exigência de aplicações mínimasemdeterminadossetores,co- mosaúde e educação. A questão da Previdência, cujo défi- cit cresce a velocidades assustadoras em razão das regras de concessão dos benefíciosedamudançadopadrãode- mográfico–alémdeseralimentado,no presente,pelarecessãoquereduzoem- pregoe,consequentemente,onúmero decontribuintesdosistema–,étratada com prioridade. Prudentemente,o do- cumento do PMDB fala em preservar direitos adquiridos, mas faz propostas que podem afetar a vida dos aposenta- dos e as expectativas dos que hoje ain- dacontribuemparaosistemadeprevi- dência.Defende,porexemplo,ofimda indexação dos benefícios e a institui- çãoderegrasmaisdurasparaaconces- sãodenovosbenefícios,comoaexigên- cia de idade mínima. São propostas sensatas, mas algu- mas contrariam interesses de grupos comforterepresentaçãopolítica.Mes- mo assim, um governo determinado, com um núcleo operacional coeso e competente, poderia fazê-las avan- çar, pavimentando o caminho do progresso que beneficiaria a todos. O início de um governo, ainda que decorrente de um processo trau- mático como o do afastamento da presidente Dilma Rousseff, é uma grandeoportunidade para iniciaras mudanças necessárias. O que se tem visto nas conversa- ções para a constituição de um go- verno Temer, porém, com raras ex- ceções, é a repetição da negociação rasteira por cargos e verbas em tro- ca de apoio parlamentar, como a que fez do agonizante governo Dil- ma um conjunto disforme e disfun- cional. Surgiram também exigên- cias absurdas, entre elas a realiza- ção de uma impossível reforma po- lítica no prazo que o PSDB impôs como condição para integrar o go- verno Temer. Supostos apoiadores de primeira hora do impeachment de Dilma e de um novo governo Te- mer, como sindicalistas controla- dospelodeputadoPaulinhodaFor- ça, afirmaram que não aceitarão “perdadedireitos”–ouseja,mudan- ças na legislação trabalhista e nas regras das aposentadorias. Nãosãoboasindicações dequeas coisascomeçarão a melhorarlogo. ] JORNALISTA, É AUTOR DE ‘O SÚDITO (BAN- ZAI, MASSATERU!)’, ED. TERCEIRO NOME Algumas propostas do PMDB, apesar de sensatas, contrariam interesses de grupos com forte representação política Colaboraram: Aline Bronzati, Clarice Couto, Fernando Scheller e Renée Pereira l] JORGE J. OKUBARO Opinião Esperançaseinquietações SEGUROS Fábio Rodrigues, sócio da Bisup Consulting catia.luz@estadao.com ‘Volta da credibilidade vai intensificar as fusões e aquisições’ Mesmo com uma possível mudan- ça de governo, a situação financei- ra das empresas continuará bas- tante delicada este ano, afirma Fá- bio Rodrigues, sócio fundador da Bizup Consulting – empresa re- cém lançada no mercado, com fo- co em reestruturação de dívidas e assessoria de fusões e aquisições. Na avaliação dele, entretanto, o componente “expectativa” vai me- lhorar o ambiente de negócios, com aumento de fusões e aquisi- ções e de novos investimentos. l O que veremos mais nos próximos meses: fusões e aquisições ou que- bra de empresas? Em quantidade, haverá mais que- bra de empresas. Entretanto, as fusões e aquisições vão se intensi- ficar com a volta da credibilidade do País. Será a hora de ir às com- pras no Brasil. O dólar está favorá- vel e os indicadores das empresas em baixa, como o Ebitda e o múlti- plo de Ebitda (instrumento de ava- liação de empresas). l Como está a vida financeira das em- presas neste momento de recessão? Com certeza muito difícil. Além da queda dos negócios, a redução do crédito tem afetado de manei- ra dramática a vida das empresas. Quem não tinha um colchão de liquidez está em situação delicada. l Qual a previsão para os próximos meses? O componente “expectativa” é um dos principais fatores nas deci- sões econômicas. Portanto, a pos- sibilidade de um governo com me- nos problemas políticos poderá conduzir a economia de forma mais objetiva e produtiva. A pró- pria possibilidade de privatização da infraestrutura do Brasil por si só, traz boas expectativas, princi- palmente de investimentos e de movimentação da economia. Isso não vai ocorrer rapidamente, mas vai estabelecer uma nova expecta- tiva de futuro, com um 2017 mais positivo. BrasilAgropodeanunciar aquisiçõesneste trimestre “O Brasil precisa de menos Estado e de mais livre economia.” MARCIO FERNANDES /ESTADÃO - 9/8/2012 O MAPA DA BOLSA ● As ações que mais subiram e as que mais caíram na semana entre 29 de abril e 6 de maio NA SEMANA Piores NA SEMANA Melhores INFOGRÁFICO/ESTADÃOFONTE: ECONOMATICA Empresas com volume diário de negociação superior a R$ 1 milhão e presentes em 80% dos pregões na semana 30%-30% 15% -15% 7,5% -7,5% 45% -45% 22,5% -22,5% 37,5% -37,5% -11,67% -14,10% -14,27% -15,22% -16,24% 8,61% 8,78% 8,88% 18,43% 19,19% Lojas Americanas PN EM UM MÊS 7,09% Vale PNA EM UM MÊS 45,62% Vale ON EM UM MÊS 12,01% CSN EM UM MÊS 18,60% Rossi Residencial ON EM UM MÊS -10,78% Gol PN EM UM MÊS 6,85% M. Dias Branco ON EM UM MÊS 27,19% São Martinho ON EM UM MÊS 13,26% Ser Educação ON EM UM MÊS 26,73% Profarma ON EM UM MÊS 34,43% 0% 0% ComChubb, Porto Seguro dobrabase decarrosde luxo A Porto Seguro vai dobrar sua base de clientes de automóveis de luxo com a aquisição da carteira da Chubb Segu- ros. Além de se firmar junto ao públi- co de alta renda, de quebra ainda tira do jogo sua principal concorrente nes- te segmento. O valor do negócio não foi revelado por questões estratégicas e outras companhias, conforme apu- rou o Broadcast, também disputaram o ativo, como a SulAmérica, da Famí- lia Larragoiti, e a japonesa Yasuda Ma- rítima. Com a aquisição, a Porto Segu- ro adiciona outros cerca de 50 mil itens em sua base de automóveis pre- mium num total de cerca de R$ 250 milhões em prêmios. A Porto Seguro lidera o segmento de auto no Brasil. COSMÉTICOS AvontransferesededosEUA epromove‘diáspora’daequipe Ao transferir seu quartel-general glo- bal dos Estados Unidos para o Reino Unido – como consequência da venda para o fundo Cerberus, especializado em ativos com dificuldades –, a com- panhia de venda direta de cosméticos Avon deverá promover uma “diáspo- ra” de sua equipe – além de corte de parte dos funcionários. Segundo a presidente da Avon, Sherry McCoy, durante teleconferên- cia com analistas, a empresa “vai dis- persar as pessoas que hoje estão no escritório de Nova York”. Entre os destinos estão a Suécia (onde há uma capacidade grande na área de marke- ting), Polônia (onde se concentra a área financeira) e Brasil (maior merca- do para a marca). Editado por: Cátia Luz Paíspodefechar150milrestaurantes PANORÂMICA A contenção de gastos dos bra- sileiros fez encolher o movi- mento em bares e restauran- tes e está levando empresários a considerar a possibilidade de fe- char as portas. Um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, mostra que um a cada seis empresários avalia dar fim ao negó- cio ou repassar o ponto nos próxi- mos meses. São 150 mil pontos em todo o País que correm o risco de não resistirem à crise. O motivo para a decisão, em 84% dos casos, é o prejuízo acumulado diante do aumento de custos e da queda no faturamento. “São núme- ros assustadores, com reflexos dra- máticos. Isso vai impactar a econo- mia e pode gerar mais demissões”, diz o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci Jr. A vontade de trocar de ramo ou de arrumar um emprego também são motivações citadas. Em 2015, esses estabelecimentos acabaram sofrendo um baque nas contas. A tarifa de energia elétrica, uma despesa básica, subiu mais de 50%. Taxa de água e esgoto e alimen- tos também ficaram mais caros. Hou- ve ainda, no início do ano, o reajuste de 11,68% no salário mínimo, para R$ 880, remuneração base para mui- tos trabalhadores do ramo. “Conta de energia não fecha loja, mas, quando soma tudo e ainda tem perspectiva de retorno pequeno, complica. Boa parte dos empresários não está com fôlego para esperar a crise passar”, diz o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Tu- rismo (CNC). “A perversidade não é o tamanho do tombo, mas sim a du- ração da crise.” PROPRIEDADES RURAIS O presidente da BrasilAgro, Julio Pi- za, afirmou na sexta-feira que investi- mentos e aquisições continuam no radar da companhia, apesar das incer- tezas no País. “Se tudo correr bem, no próximo balanço teremos novidades sobre novas aquisições”, disse, em teleconferência sobre os resultados. A BrasilAgro atua na aquisição, desen- volvimento e venda de propriedades rurais. A cautela da empresa é justifi- cada, em parte, pelo fato de que os preços das terras não vêm caindo, ape- sar da crise. Segundo dados da Infor- ma Economics FNP, a valorização mé- dia das propriedades variou de 3% (no Centro-Oeste) a 6,4% (na região Sul), nos últimos 12 meses.