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Béla BalázsDFCH456: Teorias do Cinema e do Audiovisual I
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Prof. Cristiano Canguçu
1
Béla Balázs (1884-1949)
Nome artístico de Herbert Bauer;
Poeta, crítico de cinema, roteirista e teórico da arte húngaro;
Escreveu o libreto da ópera O Castelo de Barba-Azul (Béla
Bartók);
2
Béla Balázs (1884-1949)
Publicações sobre cinema:
• Década de 1920: ensaios e críticas de cinema;
• 1924: livro “O homem visível”, sobre cinema como linguagem, e
que influencia Pudovkin e Eisenstein;
• 1945: tratado “Estética do Filme”.
3
Entre o formalismo e o realismo
Defende a analogia cinema-linguagem e técnicas como o
close-up.
Realismo moderado:
• nem realismo puro, nem abstracionismo;
• mas a manipulação de algo preexistente;
• para revelar algo do mundo.
4
Entre o formalismo e o realismo
Preferência por diretores com técnicas mais vistosas, em
detrimento dos mais sutis ou “realistas”.
Rejeita o documentário e filmes abstratos (Walter Ruttman,
Hans Richter) como exemplares da arte cinematográfica;
Após rejeição inicial, adere entusiasmado ao cinema sonoro.
5
Especificidade do cinema
O cinema gera uma nova compreensão do mundo real a partir
de dois processos:
• Identificação, potencializada pelo close-up;
• Desfamiliarização (desvio da norma e da realidade, pela qual a
arte chama atenção para si) – potencializada pela montagem.
Elogio a Griffith como primeiro cineasta artisticamente atento
aos dois processos.
6
O homem visível
Cinema como invenção que retomará a cultura visual (em
oposição à verbal/escrita) à humanidade;
Expressão gestual de “conceitos indizíveis”, anteriores à razão e
à palavra;
Podendo enfim reunir os povos, ultrapassando a barreira
linguística.
7
O homem visível
A escrita e a literatura limitam a alma humana ao exprimível por
conceitos e pela palavra;
Como toda linguagem, o pensamento gestual é determinado
pelas possibilidade de expressão – as quais são alargadas no
cinema.
O cinema permite novamente a expressão em larga escala de
emoções, estados de espírito “e até pensamentos” não-verbais.
8
Nós estamos no filme
Fim do distanciamento artístico entre espectador e obra;
Identificação: nosso olhar e nossa consciência se funde
completamente com a dos personagens;
Close-up:
• os close-ups não dividem uma cena preexistente;
• e sim constroem uma síntese de imagens que resultam numa
cena total (em nossa consciência).
9
A face das coisas
O que une as visões parciais de cada plano?
• a montagem;
• a participação do espectador;
• e a inclusão de indícios de continuidade.
10
A face das coisas
O som (diferente da imagem) é indivisível e homogêneo em uma
mesma cena;
Todo som tem um timbre que o permite ser localizado no
espaço.
Mas nossa cultura sonora está atrofiada porque o cinema falado
pouco o explora;
11
A face das coisas
O close-up aprofunda nossa visão da vida:
• mostra forças e detalhes despercebidos;
• refletindo as expressões no nosso sentimento subconsciente.
12
A face do homem
O close-up revela a expressão facial enquanto manifestação da
subjetividade humana;
• O público rejeita como artificiais os solilóquios falados, no teatro.
• O close-up os substitui por um “solilóquio silencioso”, que revela
por gestos tudo o que for necessário.
13
A face do homem
Uma nova dimensão (fisionomia):
• Não vemos um “espaço facial”, mas expressões, sentimentos,
intenções e pensamentos;
• Como a melodia transcende o tempo (Bergson), a fisionomia
transcende o espaço físico.
14
Subjetividade do objeto
As variações de enquadramento permitem a identificação com o
olhar dos personagens e da câmera;
Os diferentes enquadramentos conferem características
diferentes (ridículo, imponência, graça, medo) aos objetos
filmados.
15
Subjetividade do objeto
Mundos antropomórficos:
nossa visão antropomórfica de mundo nos faz perceber a
fisionomia humana em cada fenômeno observado.
16
Bibliografia
ANDREW, J. Dudley. As principais teorias do cinema. Rio de
Janeiro: J.Zahar, 1989.
BALÁZS, Béla. “Béla Balázs”. in: XAVIER, Ismail (Org.). A
experiência do cinema. 4.ed. Rio de Janeiro: Graal/Embrafilme,
2008. p.77-100.
STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. Campinas, SP:
Papirus, 2003.
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Teorias de Béla Balázs sobre o cinema como linguagem e revelador da subjetividade humana

  • 1. Béla BalázsDFCH456: Teorias do Cinema e do Audiovisual I Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Prof. Cristiano Canguçu 1
  • 2. Béla Balázs (1884-1949) Nome artístico de Herbert Bauer; Poeta, crítico de cinema, roteirista e teórico da arte húngaro; Escreveu o libreto da ópera O Castelo de Barba-Azul (Béla Bartók); 2
  • 3. Béla Balázs (1884-1949) Publicações sobre cinema: • Década de 1920: ensaios e críticas de cinema; • 1924: livro “O homem visível”, sobre cinema como linguagem, e que influencia Pudovkin e Eisenstein; • 1945: tratado “Estética do Filme”. 3
  • 4. Entre o formalismo e o realismo Defende a analogia cinema-linguagem e técnicas como o close-up. Realismo moderado: • nem realismo puro, nem abstracionismo; • mas a manipulação de algo preexistente; • para revelar algo do mundo. 4
  • 5. Entre o formalismo e o realismo Preferência por diretores com técnicas mais vistosas, em detrimento dos mais sutis ou “realistas”. Rejeita o documentário e filmes abstratos (Walter Ruttman, Hans Richter) como exemplares da arte cinematográfica; Após rejeição inicial, adere entusiasmado ao cinema sonoro. 5
  • 6. Especificidade do cinema O cinema gera uma nova compreensão do mundo real a partir de dois processos: • Identificação, potencializada pelo close-up; • Desfamiliarização (desvio da norma e da realidade, pela qual a arte chama atenção para si) – potencializada pela montagem. Elogio a Griffith como primeiro cineasta artisticamente atento aos dois processos. 6
  • 7. O homem visível Cinema como invenção que retomará a cultura visual (em oposição à verbal/escrita) à humanidade; Expressão gestual de “conceitos indizíveis”, anteriores à razão e à palavra; Podendo enfim reunir os povos, ultrapassando a barreira linguística. 7
  • 8. O homem visível A escrita e a literatura limitam a alma humana ao exprimível por conceitos e pela palavra; Como toda linguagem, o pensamento gestual é determinado pelas possibilidade de expressão – as quais são alargadas no cinema. O cinema permite novamente a expressão em larga escala de emoções, estados de espírito “e até pensamentos” não-verbais. 8
  • 9. Nós estamos no filme Fim do distanciamento artístico entre espectador e obra; Identificação: nosso olhar e nossa consciência se funde completamente com a dos personagens; Close-up: • os close-ups não dividem uma cena preexistente; • e sim constroem uma síntese de imagens que resultam numa cena total (em nossa consciência). 9
  • 10. A face das coisas O que une as visões parciais de cada plano? • a montagem; • a participação do espectador; • e a inclusão de indícios de continuidade. 10
  • 11. A face das coisas O som (diferente da imagem) é indivisível e homogêneo em uma mesma cena; Todo som tem um timbre que o permite ser localizado no espaço. Mas nossa cultura sonora está atrofiada porque o cinema falado pouco o explora; 11
  • 12. A face das coisas O close-up aprofunda nossa visão da vida: • mostra forças e detalhes despercebidos; • refletindo as expressões no nosso sentimento subconsciente. 12
  • 13. A face do homem O close-up revela a expressão facial enquanto manifestação da subjetividade humana; • O público rejeita como artificiais os solilóquios falados, no teatro. • O close-up os substitui por um “solilóquio silencioso”, que revela por gestos tudo o que for necessário. 13
  • 14. A face do homem Uma nova dimensão (fisionomia): • Não vemos um “espaço facial”, mas expressões, sentimentos, intenções e pensamentos; • Como a melodia transcende o tempo (Bergson), a fisionomia transcende o espaço físico. 14
  • 15. Subjetividade do objeto As variações de enquadramento permitem a identificação com o olhar dos personagens e da câmera; Os diferentes enquadramentos conferem características diferentes (ridículo, imponência, graça, medo) aos objetos filmados. 15
  • 16. Subjetividade do objeto Mundos antropomórficos: nossa visão antropomórfica de mundo nos faz perceber a fisionomia humana em cada fenômeno observado. 16
  • 17. Bibliografia ANDREW, J. Dudley. As principais teorias do cinema. Rio de Janeiro: J.Zahar, 1989. BALÁZS, Béla. “Béla Balázs”. in: XAVIER, Ismail (Org.). A experiência do cinema. 4.ed. Rio de Janeiro: Graal/Embrafilme, 2008. p.77-100. STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. Campinas, SP: Papirus, 2003. 17