Aula: Introdução à linguagem audiovisual
Disciplina: Linguagem Audiovisual
Prof. Me. Thiago Assumpção
Publicidade e Propaganda
Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB)
2022.2
2. OBJETIVOS:
Entender como se formou a linguagem do cinema.
Enumerar alguns dos fundamentos da linguagem
cinematográfica.
Perceber o que é a continuidade narrativa audiovisual.
Compreender como os elementos sonoros compõem
a linguagem do cinema.
10. Le voyage dans la lune (1902)
https://youtu.be/UHbpgsD8zCM
11. um filme ainda era, apenas, uma sequência de
tomadas estáticas, fruto direto da visão teatral. Os
acontecimentos vinham, necessariamente, um após o
outro, em sequência ininterrupta, dentro daquele
enquadramento imóvel, e podia-se acompanhar a
ação bem facilmente.
(CARRIÉRE, 2006, p. 6)
12. O cinema começava a criar uma nova linguagem visual,
mas ainda muito calcada no teatro que já se conhecia.
A fixidez do ponto de vista da câmera era, então, uma
das características do início do cinema
A grande mudança no caminho de uma linguagem
própria acontece quando a câmera se livra de suas
amarras e começa a levar o olhar do espectador de um
modo totalmente inexistente em outras artes.
É a criação do plano, o enquadramento retangular, vivo
e móvel.
14. Inicialmente o cinema só conseguia dizer: acontece
isto (primeiro quadro), e depois: acontece aquilo
(segundo quadro), e assim por diante. Um salto
qualitativo é dado quando o cinema deixa de relatar
cenas que se sucedem no tempo e consegue dizer
‘enquanto isso’.
15. O grande roubo do trem (1903)
https://www.youtube.com/watch?v=Vge2KNOZ7bs
16. O grande roubo do trem (1903)
Inovador em vários aspectos, “O Grande Roubo do Trem” era
filmado em cenário real, incluía movimentos de câmera e fazia
uso de montagem paralela, além de efeitos de zoom, avançados
para a época.
O filme usava técnicas simples, cada cena era uma tomada e a
história é, na maior parte do tempo, linear, com alguns poucos
“enquanto isso”, mas já representa um passo importante na
narrativa do cinema, sendo considerado um dos primeiros filmes
narrativos de tamanho significativo. Fez muito sucesso e foi muito
imitado.
Os espectadores consideravam especialmente emocionantes as
cenas em que as armas eram apontadas na direção da plateia.
Havia gritos durante as projeções, seguidos de gargalhadas de
alívio.
18. um filme é constituído por um enorme número de imagens fixas chamadas fotogramas
O filme se apresenta para nós sob a forma de uma imagem plana e delimitada por um
quadro, de forma bidimensional e limitada*
CAMPO FORA DE CAMPO
porção do espaço imaginário que
está contida dentro do quadro
Espaço invisível que prolonga o visível
“Campo” e “fora de campo” formam o espaço fílmico ou cena fílmica, que não se
define apenas visualmente, mas também pelo som que desempenha um papel
importante, principalmente porque reforça a homogeneidade e reversibilidade do campo
e fora de campo.
19. IMPRESSÃO DE REALIDADE
O que acontece é que nós vemos essa imagem
bidimensional como se fosse tridimensional, igual ao
espaço real no qual vivemos e que provoca a chamada
“impressão de realidade”, manifesta principalmente na
ilusão de movimento e na ilusão de profundidade. Isso quer
dizer que reagimos diante da imagem fílmica, assim como
diante de uma representação muito realista de um pedaço
de espaço imaginário, que aparentemente estamos vendo.
20. + O deslocamento da câmera
e a transformação narrativa
Esse deslocamento da câmera abandonou sua
imobilidade e passou a explorar o espaço,
mudando o seu ponto de vista.
Ela deixou a posição de espectadora de um teatro
e passou a se mexer, procurando o melhor lugar
para ver e contar uma história.
A câmera não só se deslocou pelo espaço, ela
agora o recorta, de determinado ângulo, com uma
finalidade expressiva.
21. E no que constituiria essa linguagem cinematográfica?
“homogeneização do significante visual (cenários, iluminação) e do
significado narrativo (relações legendas/imagens, desempenho dos
atores, unidade do roteiro: história, perfil dramático, tonalidade de
conjunto), depois do significante audiovisual (sincronismo da imagem e
dos sons – palavras, ruídos, música);
linearização, pelo modo como se vincula no movimento (no gesto de um
personagem ou no movimento de um veículo), vínculo no olhar (um
personagem olha/enxergamos o que ele enxerga), vínculo no som (existe
até nos filmes ditos mudos: um personagem ouve/vemos o que ele ouve; ou
melhor, num filme sonoro, ouve-se um ruído em um plano; identifica-se sua
fonte no plano seguinte).
22. TEMPO ESPAÇO PALAVRA E SOM
Câmera lenta, câmera rápida, interrupção
do movimento, inversão do movimento
O primeiro plano, os ângulos, os
movimentos de câmera
Os diálogos e a música
Betton (1987) diz que os elementos específicos da linguagem
cinematográfica/audiovisual são:
24. • O som não é algo “dado” na representação
cinematográfica;
• O som do projetor, do pianista e da pequena orquestra;
• O nascimento de uma Nação (1915) - articulação dos
planos, a montagem e o paralelismo na imagem
deveriam também ser aplicados à música;
• A ópera como inspiração para a trilha do filme;
• Alguns “acreditam na imagem” e outros “acreditam na
realidade”. O exemplo da música nos filmes e séries
musicais;
• O som acrescentando um registro descritivo ao que
estava sendo visto (efeitos de sonoplastia, sentimentos
sonoros...).
25. Em busca do ouro (1925) – Dança com pãezinhos
https://youtu.be/u4ru5qL4gSc
Notas do Editor
https://www.youtube.com/watch?v=tpw4IU-pcDk aula sobre cinematografo
A 28 de Dezembro de 1895 ocorreu a primeira projeção pública de cinema efetuada pelos irmãos Lumiére – Auguste Marie Louis Nicholas Lumière e Louis Jean Lumière. Foram eles os inventores do projetor cinematográfico e o primeiro espetáculo aconteceu em Paris, no Grand Café no Boulevard des Capucines. Sortie des ouvriers de l’usine Lumière é o nome do filme – foi visto a primeira vez em Março, por um publico restrito e só em Dezembro aberto à cobrança ao público, depois de incluir sugestões e de se tornar numa «versão melhorada». A primeira câmara pesava 5 quilos, a película de 35 milímetros, perfurada, desenrolava-se à velocidade de 16 quadros por segundo, e as lentes ampliavam as imagens projetadas.
Dizem que é lenda que os espectadores de um café em Paris saíram correndo com medo de serem atropelados pelo trem que chegava na estação.
Dizem que é lenda que os espectadores de um café em Paris saíram correndo com medo de serem atropelados pelo trem que chegava na estação.
Dizem que é lenda que os espectadores de um café em Paris saíram correndo com medo de serem atropelados pelo trem que chegava na estação.
Melie estava na primeira.
Em seu filme mais conhecido, Viagem à Lua (1902), Méliès conta a história de um grupo de astrônomos que constroem uma nave (muito parecida com as que efetivamente chegaram até lá!) e vão até à lua, onde, depois de um contato nada amistoso com seus habitantes, voltam para a terra, caem no mar e são resgatados e rebocados por um barco. Nascia ali o filme ficcional.
Smashing pumpkins
o cinema começava a criar uma nova linguagem visual, mas ainda muito calcada no teatro que já se conhecia.
A fixidez do ponto de vista da câmera era, então, uma das características do início do cinema
A grande mudança no caminho de uma linguagem própria acontece quando a câmera se livra de suas amarras e começa a levar o olhar do espectador de um modo totalmente inexistente em outras artes. É a criação do plano, o enquadramento retangular, vivo e móvel.
“Quando O Homem Mosca foi feito, não era possível inserir um fundo falso usando projeção traseira ou uma tela verde, então eles usaram um truque de perspectiva. O cenário foi construído na altura certa para a altura de Harold Lloyd, mas no telhado de um prédio que dava para a rua.”
“Um bom exemplo de filme clássico que usa a técnica matte painting. Parte do fundo foi pintada em um pedaço de vidro, que foi colocado na frente da câmera.”
“As duas metades do rosto de Colleen Moore foram filmados separadamente, usando uma matte shot. Basicamente, um pedaço de vidro com metade do quadro pintado de preto foi colocado na frente da câmera, de modo que apenas um lado do filme era exposto. O filme foi então enrolado para trás, e o vidro foi trocado por um com fundo preto no outro lado. A chave era evitar que a câmera ou o rosto de Moore mudassem de posição durante a filmagem, ou o efeito seria arruinado.”
Faziam parte deste grupo que se recusou a aceitar o cinema falado, cineastas como Einsenstein e Charles Chaplin.
Na corrente contra o sim havia quem defendia um cinema totalmente mudo enquanto outros entendiam que a linguagem visual deveria forçar uma universalidade para que as pessoas “sentissem” o som.