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Psicanálise Ontem 
Psicanálise Hoje 
Minicurso
Contexto Histórico 
• No século XVIII, a loucura e a 
histeria perdem suas 
prerrogativas divinas que 
tiveram em toda a Idade Média e 
passam a ser vistas como 
doenças da dimensão humana. A 
desconstrução começou com a 
descoberta da Lei da Gravitação 
Universal com os físicos 
Johannes KEPLER (1571-1630) e 
Isaac NEWTON (1642-1727) 
(Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o 
despertar do inconsciente)
Contexto Histórico 
• As Psicoterapias, antes de Freud, 
utilizavam com frequência a 
SUGESTÃO para tratar os 
pacientes. Paracelso, alquimista do 
Renascimento, afirmava que “A 
sugestão confere ao homem um 
poder sobre seu semelhante, 
comparável aquele de um ímã 
sobre o ferro”. (Coleção memórias da 
Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente) 
1493-1541
Franz Anton Mesmer 
• Em 1766, o vienense Mesmer 
afirma que a atração universal 
de Kleper e Newton pode ser 
aplicada ao corpo e à alma 
humana chamando-a de 
“magnetismo animal”. 
• A teoria da “atração universal animal” afirma que os seres 
vivos veiculam um “fluido universal” que é transmitido de 
um corpo a outro através de um ímã e esta transmissão 
reestabelece um afluxo de energia permitindo sua livre 
circulação que estaria bloqueada em um órgão doente. 
(Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente) 
1734-1815
A Cuba de Mesmer 
• Seu tratamento incluía as imposições das mãos e a Cuba 
terapêutica. Na cuba, os doentes eram unidos por uma corda 
e ligados à cuba por uma barra de metal em contato com o 
órgão doente. 
1734-1815 
• A outra parte da barra era 
mergulhada no líquido da 
cuba que possuía em sem 
interior pedaços de vidro, 
areia, limalha de ferro e 
bastões de enxofre moídos 
(Coleção memórias da Psicanálise – 
Freud e o despertar do inconsciente)
A Cuba de Mesmer 
• Grandes espelhos refletiam a imagem do grupo enquanto que 
uma música harmônica era tocada. 
• Com uma vara de ferro 
magnetizada o terapeuta 
estimula as crises por 
meio de “passes”. Quando 
as crises vêm os pacientes 
são transportados para 
outro cômodo junto com 
o terapeuta. (Coleção memórias 
da Psicanálise – Freud e o despertar 
do inconsciente) 
1734-1815
Marquês Chastenet de Puységur 
• Puységur desenvolve a teoria de seu mestre Mesmer 
afirmando que as crises desencadeadas, na verdade, são 
resistências à cura. Ele vai colocar seus pacientes em estado 
de sonambulismo e os deixa guiar as sessões. Na relação 
passa a existir um jogo de submissão-resistência do paciente 
com o terapeuta. O papel do terapeuta passa a ser devolver 
ao paciente seu próprio saber. 
1751–1825 
• É nesse contexto que começa a se 
perceber um movimento que vai 
culminar na Psicanálise. Neste 
momento ainda não é possível 
perceber a dimensão psíquica do que 
é dito pelo paciente. (Coleção memórias da 
Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
Joseph Philippe François Deleuze 
1753-1835 
• Deleuze acredita que o fluido 
magnético tem mais poder do 
que sua ação pessoal. Cria 
sua forma de trabalhar com 
sessões que vão diminuindo 
de tempo e com o paciente 
sonâmbulo ele dá passes 
magnéticos calmantes e 
procura a causa da doença. 
Afirma: “as doenças crônicas 
têm frequentemente como 
causa pesares secretos, dores 
morais, sentimentos 
oprimidos”. (Coleção memórias da 
Psicanálise – Freud e o despertar do 
inconsciente)
Joseph Philippe François Deleuze 
• As diretivas do processo são: “Evite questionar os segredos 
do sonâmbulo quando não é evidentemente útil para ele que 
sejam conhecidos. Ouça-o sem agradecer-lhe, sem lhe fazer 
nenhum elogio. Atingida a cura, a relação dever ser 
interrompida. Qualquer prolongamento pode ser nocivo ao 
sonâmbulo”. 
• Deleuze fala também que o magnetizador normalmente não 
é influenciado pelas dores do paciente, mas algumas vezes 
ele pode experimentar essas dores de modo tão vivo que as 
sente mesmo depois da sessão. Esse movimento na futura 
Psicanálise recebe o nome de contratransferência. (Coleção 
memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente) 
1753-1835
Abade Faria (José Custódio de Faria) 
1756-1819 
• Faria faz do sono o cerne de sua terapêutica abrindo uma reflexão 
para a influência sugestiva da linguagem sendo precursor da 
psicoterapia verbal embora ainda inclui-se massagens 
terapêuticas e o relaxamento em seu trabalho. 
• Ele critica os modelos anteriores que utilizavam a cuba ou fluido 
magnético partindo do princípio que o SONO LÚCIDO como ele 
chamava, é quem promove os sonhos que estão ligados à intuição 
(que deve ser mista – ligada à memória e a sensorialidade) 
• Entretanto não descorporifica por completo o tratamento 
acreditando na influência sanguínea que mostra os pontos de 
fixação através de sua espessura ou debilidade. (Coleção memórias da 
Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
Ambroise-Auguste Liébeault 
1823-1904 
• Liébeault começa a utilizar a palavra hipnose e afirma que o 
sonambulismo é um mecanismo normal ao ser humano e 
pode ser conduzido através da sugestão. 
• Ele diz que favorecendo o ambiente como a penumbra, 
temperatura amena e outros é comum ao ser humano entrar 
em um estado de sonambulismo e o sujeito não esquece 
quem o adormeceu, a não ser aparentemente. Neste estado, 
começa-se a fazer sugestões de melhoria. O toque é o meio 
de manter o contato com quem o adormeceu. (Coleção memórias da 
Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
Ambroise-Auguste Liébeault 
1823-1904 
• São frases de Liébeault: 
• A atenção retira-se da consciência para investir os pensamentos 
latentes 
• O sono abriga uma inteligência, um pensamento que pode 
ultrapassar o pensamento de vigília, o que permite compreender 
racionalmente os sonhos adivinhatórios. 
• “O que não está nos sentidos não pode existir na inteligência”. 
• “As lembranças rememoradas durante o sono lúcido existem 
também no estado de virgília, mas sem que haja atenção 
acumulada que lhes dê vivacidade”. 
• Loucura, criação artística, sonho, pertencem à mesma família 
psíquica, todos os três sendo conectados às experiências do 
passado”. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
Ambroise-Auguste Liébeault 
1823-1904 
• Em 1884 funda junto com Hippolyte Bernheim (1840-1919) a 
Escola de Nancy, que imediatamente faria oposição à Escola de 
Salpêtrière, chefiada pelo parisiense Jean Martin Charcot (1825- 
1893), famoso por seus estudos experimentais sobre a histeria. 
(Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
Hippolyte Bernheim 
• A histeria e a hipnose foram razão da disputa entre Nancy e 
Salpêtriére, que se estendeu por dez anos. Bernheim dizia ser a 
hipnose decorrente da sugestão verbal, e que tal técnica já estava 
desmistificada, desvinculada do simples mesmerismo, desde fins 
de século XIX, quando a clínica da palavra sobrepujava a do olhar. 
Acusava Charcot de fazer mal uso da hipnose, já que dela se 
servia não para fins terapêuticos, senão para provocar crises 
convulsivas em suas pacientes, manipulando-as de modo a 
conferir um status de neurose à histeria. O médico de Nancy 
afirmava ainda que os efeitos alcançados pelo hipnotismo 
poderiam advir por simples sugestão dada em estado de vigília, 
estando aí o prenúncio do que mais tarde veio a se chamar de 
psicoterapia. (http://www.amigodaalma.com.br/2010/01/07/hipnose/) 
1840-1919
Jean Martin Charcot 
• Desde 1870, o médico parisiense Jean Martin Charcot, chefe 
do Hospital Escola de Salpêtriére, tornara-se famoso por seus 
estudos experimentais sobre a histeria. A administração de 
Salpêtriére decidira separar os doentes alienados das 
mulheres histéricas e dos epilépticos, juntando essas duas 
últimas patologias numa mesma enfermaria. Rapidamente as 
histéricas assimilaram os sintomas epilépticos em suas crises 
e aprenderam a simulá-las plasticamente. 
(http://www.amigodaalma.com.br/2010/01/07/hipnose/) 
1825-1893
Jean Martin Charcot 
• Charcot valia-se da hipnose 
para diferenciação 
diagnóstica, capaz que 
era de fabricar sintomas 
extraordinários nas 
histéricas submetidas à 
sugestão hipnótica, de 
modo a provar o caráter 
neurótico dessa doença. 
(http://www.amigodaalma.com.br/201 
0/01/07/hipnose/) 
1825-1893
Josef Breuer 
1842-1925 
• Breuer descobriu, em 1880, que ele 
havia aliviado os sintomas de 
depressão e hipocondria (histeria) de 
uma paciente, BERTHA PAPPENHEIM 
(ANNA O.), depois de induzi-la a 
recordar experiências traumatizantes 
sofridas por ela na infância. Para isso 
Breuer fez uso da hipnose e de um 
método novo, a terapia de conversa. 
Caso que Freud acompanhou. (Coleção 
memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do 
inconsciente)
1856-1939 
Sigmund Freud 
• O termo PSICANÁLISE foi criado por Freud e aparece pela 
primeira vez em um artigo chamado Novas observações 
sobre as neuropsicoses de defesa (1896) e buscava nomear 
um novo método terapêutico para tratar as neuroses. 
• O primeiro caso de Freud, na verdade foi de Breuer: Anna 
O. (Bertha Pappenheim). (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o 
despertar do inconsciente)
1856-1939 
Freud e a Histeria 
• O caso que trouxe a 
possibilidade da cura pela fala 
com Freud foi Sra. Emmy von N. 
(Fanny Moser - 1889) que tinha 
fobia de animais. 
• O tratamento durou seis 
semanas. 
• Sra. Emmy pediu que Freud 
parasse de fazer perguntas e a 
deixasse falar. (QUINODOZ, 2007) 
1872-1953
1856-1939 
Freud e a Histeria 
• Em 1892, Miss Lucy R. não estava respondendo à hipnose e 
Freud passou a aplicar o método da associação livre para o seu 
problema de não sentir odores e suas alucinações olfativas. 
Freud identifica as causas dos sintomas histéricos pelo desejo 
reprimido da consciência de estar apaixonada por seu patrão. 
• Katharina, em 1893, tinha problemas de sufocação 
acompanhados da visão de um rosto assustador e foi 
consultada por Freud em um passeio nas estalagens de sua 
família onde Freud se hospedou. Foi o caso em que Freud 
mostra o papel dos traumatismos sexuais na origem dos 
sintomas histéricos quando elucidou que Katharina presenciara 
uma relação sexual de seu tio (pai) com sua prima dois anos 
antes do aparecimento dos sintomas, tio que já havia tentado 
seduzi-la. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Freud e a Histeria 
• Srta. Elisabeth von R. (Ilona Weiss) foi a primeira paciente que Freud 
fez a análise completa de um caso de histeria. Freud tratou dela do 
outono de 1892 a julho de 1893. Ela sofria de dores violentas nas 
pernas e distúrbios da marcha que apareceram pela primeira vez 
quando ela tratava do pai doente. O pai e em seguida a irmã morreram. 
Freud dividiu seu tratamento em três fases: 
• 1ª fase – impossibilidade de estabelecer uma relação entre os seus sintomas e a 
causa desencadeante não aceitando a hipnose. 
• 2ª fase – recorreu ao procedimento de pressão na cabeça pedindo que lhe 
falasse o que viesse à mente. Sua lembrança foi a de uma rapaz que ela estava 
enamorada e teve que abrir mão dele para tratar do pai. Com essa lembrança, a 
própria pacientes descobriu o motivo da primeira conversão (o pai apoiava a 
perna na sua coxa direta onde a conversão começou). Nesse momento Freud 
ganhou confiança em seu método e se deu conta da resistência. 
• 3ª fase – os sintomas retornaram e Freud manteve o trabalho até descobrir que a 
morte da irmã trouxe o pensamento de que seu cunhado estaria livre para ela. 
Sua consciência moral não permitirá que ela amasse seu cunhado e então ela 
reprimiu esse desejo. Após essa descoberta ela ficou curada. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Construção dos Conceitos 
• Pelo estudo da histeria Freud começa a perceber alguns de seus primeiros conceitos: 
• Transferência – ele já apontada que Breuer não percebeu que a gravidez psicológica 
de Anna O. era uma processo de transferência que ela fez do pai para o médico. 
• Resistência – Com a dificuldade da Srta. Elisabeth von R. de se recordar ou falar de 
lembranças que viessem em sua mente, Freud percebe que existe um mecanismo 
que possui um tipo de censura que inibe os pensamentos no tratamento. 
• Sedução infantil – no curto período de 1895 a 1897 Freud acreditava que suas 
pacientes realmente haviam sida abusadas na primeira infância, mas seus estudos 
posteriores o fazem perceber que isso na verdade só acontecia em fantasia. 
• Complexo de Édipo – com as histéricas e posteriormente com a sua autoanálise, 
Freud se dá conta que deseja a mãe e sente inveja do pai. A esse funcionamento 
inicialmente reprimido, ele irá chamar de Complexo de Édipo. 
• Visando introduzir a psicologia profunda (Psicanálise) no âmbito das ciências naturais 
Freud, em 1895 – mas só publicado em 1950, escreve “Projeto para uma psicologia 
científica” tentando mostrar um modelo integrado de funcionamento psíquico 
inclusive prevendo o auxílio de medicação (em uma bioanálise). (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Freud entre 1894 e 1899 
• Freud continua a desenvolver seus estudos sobre histeria, fobia e 
obsessões nos seguintes textos: “As neuropsicoses de defesa” 
(1894), “Sobre os fundamentos para destacar da neurastenia 
uma síndrome específica denominada ‘neurose de angústia’” 
(1895), “Observações adicionais sobre as neuropsicoses de 
defesa” (1986). 
• Ainda no segundo texto ele delimita a neurose de angústia, hoje 
conhecida como síndrome do pânico. 
• Em “A Sexualidade na etiologia das neuroses” (1898) vai falar da 
importância da sexualidade no adoecimento. 
• E em “Lembranças Encobridoras” (1899) fala da substituição de 
lembranças reprimidas por lembranças que ocupam o lugar 
dessas quem mantêm seu poder patogênico no inconsciente. 
(QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Sobre a Interpretação dos Sonhos (1900) 
• Freud faz um estudo histórico do olhar sobre os sonhos para 
concluir que o sonho é uma produção própria de quem 
sonha e que não provém de uma fonte estranha a ele, 
imposta de fora. 
• É nesse texto que ele traz uma das suas frases mais 
conhecidas: “A interpretação dos sonhos é via régia que 
conduz ao conhecimento do inconsciente da vida psíquica” 
• Através da análise de vários sonhos, inclusive dos seus, ele 
conclui alguns fundamentos que o levarão à forma de se 
trabalhar analiticamente. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Sobre a Interpretação dos Sonhos (1900) 
• Conteúdo manifesto – sonho tal como é relatado e no qual o 
sentido geralmente é obscuro. 
• Conteúdo latente – o seu significado só aparece com toda a 
sua clareza depois que o sonho é decifrado à luz das 
associações do paciente. 
• Trabalho de sonho – conjunto de operações psíquicas que 
transforam o conteúdo latente em conteúdo manifesto com 
o objetivo de torna-lo irreconhecível. 
• Trabalho de análise – é a operação inversa, que visa 
encontrar seus sentido oculto a partir do conteúdo 
manifesto. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Sobre a Interpretação dos Sonhos (1900) 
• O sonho é a realização de 
um desejo inconsciente 
(recalcado/reprimido). Nas 
crianças, muitas vezes, o 
desejo é “límpido” como o 
caso da menina que sonha 
com morangos que lhe 
foram negados no dia 
anterior. Mas no adulto, a 
maioria das vezes o desejo 
vem dissimulado de forma a 
parecer incoerente à 
primeira vista só sendo 
elucidado pelo trabalho de 
análise. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Mecanismos na formação dos sonhos 
• Condensação – é reunir em um único elemento vários elementos – 
imagens, pensamentos, etc. – pertencentes a diferentes cadeias de 
associação. 
• Deslocamento – o trabalho do sonho substitui os pensamentos mais 
significativos de um sonho por pensamentos acessórios, de modo que 
o conteúdo importante de um sonho é desfocado e dissimula a 
realização do desejo. 
• Representação ou representabilidade – é a transformação de 
pensamentos em imagens sobretudo visuais. 
• Elaboração secundária – apresentação do conteúdo onírico de forma a 
ser um cenário coerente e inteligível. 
• Dramatização – transformar um pensamento em uma situação. 
• Substituição pelo seu contrário – inversão pelo oposto. 
(QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Sonhos 
• Restos diurnos + realização de um desejo = sonho 
• O principal motivo para a deformação dos sonhos está ligado 
à CENSURA (posterior Superego) – que é uma instância particular 
na fronteira entre o consciente e o inconsciente que só 
permite passar o que lhe é agradável gerando o processo de 
REPRESSÃO/RECALQUE e constituindo o que é REPRIMIDO. 
No sono, uma parte da censura sofre um relaxamento e o 
que está reprimido se apresenta através dos mecanismos de 
formação dos sonhos citado anteriormente sofrendo 
modificações e formando o compromisso. 
• A função do sonho é a realização de um desejo para a 
permanência do sono, ou seja, “o sonho é o guardião do 
sono, e não um perturbador”. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Sonhos 
• Os desejos reprimidos são desejos sexuais infantis que se 
originam da sexualidade infantil. 
• O SÍMBOLO tem um papel central no sonho pois permite que a 
pessoa que sonha contorne a censura camuflando as representações 
sexuais de sua intelegibilidade. E temos dois tipos de símbolos: 
• Símbolos universais 
• Símbolos individuais 
(QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901) 
• Atos Falhos – desejo se realiza de uma maneira evidente. O 
ato falho é o resultado de um compromisso entre uma 
intenção consciente e um desejo inconsciente ligado a ele 
apresentando assim uma dupla face. Os mecanismos de 
formação dos atos falhos são os mesmos da formação do 
sonhos. 
• São exemplos de atos falhos: esquecimentos, lapsos ou 
substituições, erros de palavras ou frases no discurso, 
deslizes no comportamento. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Os Chistes e a sua relação com o 
inconsciente (1905) 
• O Humor utiliza os recursos dos sonhos 
como a condensação e o deslocamento. A 
representação também está presente e é 
através dela que as palavras ganham 
duplos sentidos ou jogos de palavras ou 
ainda substituindo o pensamento pelo seu 
contrário. 
• Ao contrário dos sonhos, o chiste é um 
produto social que procura obter prazer e 
não possui o mecanismo da repressão. 
• Existem chistes de palavras e chistes de 
pensamento. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Os Chistes e a sua relação com o 
inconsciente (1905) 
• São três procedimentos nas palavras: 
• Condensar duas palavras ou dois fragmentos de palavras 
• Empregar uma única palavra com uma dupla utilização 
• Tomar o duplo sentido ou o múltiplo sentido de uma palavra (jogos de 
palavras) 
• Pensamentos: 
• Deslocamento – usa a lógica para encobrir um erro de raciocínio 
• Nonsense – uma coisa estúpida (nonsense – sem sentido ou 
compreensão) estará ligada e lembrará uma outra coisa estúpida. 
• Sonho = realização de um desejo para evitar desprazer 
• Chiste = obter prazer 
(QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Três Ensaios sobre a teoria da 
sexualidade (1905) 
• Freud traz a luz a sexualidade infantil 
– o que desagrada a muitos. 
• Traz os desvios sexuais em relação ao 
objeto sexual (pessoa) e em relação a 
meta (ato que leva a pulsão). 
• Crianças são perversas polimorfas em 
seu funcionamento normal. 
• O ser humano é um ser bissexual em 
essência. 
• Pulsões parciais – zonas erógenas. 
(QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Fases de desenvolvimento da 
organização da sexualidade 
Oral Anal Fálica 
Período de 
latência 
Genital 
Autoerótica 
Voltada para 
o objeto 
• Freud afirma que as fases não são necessariamente lineares 
podendo existir retrocessos e avanços, mas cada fase deixa 
marcas permanentes atrás de si.
1856-1939 
Fragmento da Análise de um caso de 
histeria – Dora (1905) 
• É no caso Dora que Freud descobre que a transferência vista como algo 
prejudicial na análise (Anna O.) torna-se seu mais poderoso auxiliar. 
• Dora interrompeu seu tratamento com 11 semanas, mas foi o 
suficiente para o insight de Freud de entender que ele assumiu para 
Dora o papel de pai e do Herr. K. 
• HISTÓRIA: O pai de Dora teve um caso com Frau K. e o marido de Frau 
K., Herr K. descobre. Para se vingar, corteja Dora que sentia-se 
apaixonada por ele por lembrar seu pai. Herr K. a surpreende um dia, 
abraça-a e a beija. Chocada ela se afasta dele e lhe dar um tapa. Desde 
então ela sente-se envergonhada por desejar e repulsar o Herr K. e 
generaliza para todos os homens. Ela tentar revelar isso para seu pai 
que a acusa de inventar a história. Ela então começa a sofrer de 
distúrbios nervosos e de depressão ameaçando suicídio. 
• A TRANSFERÊNCIA é uma figura importante do passado sendo 
projetada no presente na pessoa do psicanalista. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Introdução ao Narcisismo (1914) 
• Freud divide o narcisismo em dois: 
• Narcisismo primário – é a libido que a criança toma para si mesma 
como objeto de amor e como centro do mundo antes de se dirigir a 
objetos exteriores. 
• Narcisismo secundário – é o retorno do investimento inicialmente 
feito a um objeto e que retorna ao sujeito desenvolvendo com isso 
a capacidade de amar as pessoas percebidas como separadas e 
diferentes de si. Assume o fundamento da autoestima e coexiste 
com o amor de objeto. 
• Narcisismo como patologia – pessoas que retiram seu 
investimento do mundo exterior tendo um retraimento da 
libido para si. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Introdução ao Narcisismo (1914) 
• O estudo do narcisismo pode ser abordado: 
• Pela psicose = megalomania, onipotência do 
pensamento e magia 
• Pela doença orgânica = sono 
• Pela hipocondria = concentra seus investimentos 
em seus órgãos 
• Pela vida amorosa: 
• Escolha de objeto por apoio (mãe ou seu substituto) 
– homem 
• Escolha de objeto narcísica (na díade mãe/bebê 
escolhem a si – bebê) – mulher 
• Aparece o IDEAL DE EGO (consciência moral) – é o 
substituto do narcisismo perdido de sua infância onde ele 
era seu próprio ideal. (ensaio para o desenvolvimento da 
instância do superego) 
• Todos os pontos acima levam a pessoa a fazer um 
desinvestimento no objeto para investir em si. 
(QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Metapsicologia Freudiana 
• Artigos sobre Metapicologia (1915-1917) 
• Pulsões e destinos das pulsões (1915) 
• Repressão (1915) 
• O Inconsciente (1915) 
• Complemento metapsicológico à teoria dos sonhos (1917) 
• Luto e Melancolia (1917[1915]) 
• Visão de conjunto das neuroses de transferência 
(1985[1915]) 
• Lições de introdução à Psicanálise (1916-1917 [1915-1916])
1856-1939 
Metapsicologia 
• Pulsão – impulso dinâmico que tem uma fonte, uma 
finalidade e um objeto. É uma necessidade que precisa de 
satisfação. 
• Finalidade – obter a satisfação. Ex: com fome – se alimentar é a 
finalidade 
• Objeto da pulsão – pode ser um objeto exterior, uma pessoa do 
meio ou parte do próprio corpo e que pode ser substituído. 
• Fonte – o processo somático que é localizado em um organismo ou 
em uma parte do corpo e cuja excitação é representada na vida 
psíquica pela pulsão. 
• Não se conhece a fonte da pulsão a não ser de maneira 
indireta pelas suas finalidades. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Metapsicologia 
• Princípio do prazer - O princípio do prazer-desprazer tem 
como propósito dominante alcançar prazer e evitar qualquer 
evento que desperte desprazer. 
• Princípio da realidade - tem como propósito obter prazer 
através da realidade, fazendo uma alteração real na mesma, 
para que enfim se possa obter prazer. 
• Prova de realidade – capacidade de distinguir percepção e 
representação, interior e exterior. (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Metapsicologia 
• Definição de pulsão – “um conceito limite entre o psíquico e o 
somático, como o representante psíquico das excitações, 
oriundas do interior do corpo e que chegam ao psiquismo, 
como uma medida da exigência de trabalho que é imposto 
ao psíquico em consequência de sua ligação com o corporal.” 
• 1ª teoria das pulsões (QUINODOZ, 2007)
1856-1939 
Além do Princípio do Prazer (1920) 
1ª fase 2ª fase 
Teoria das 
Pulsões 
Pulsão 
Sexual 
Autopreservação Pulsão de vida 
Pulsão de morte
1856-1939 
1ª Tópica Freudiana 
Ponto de vista topográfico 
• Consciente 
• processo secundário – Princípio da realidade 
• Memória consciente 
• Abstração 
• Representação de coisa + de palavra 
• Pré-consciente: ainda não é consciente mas 
suscetível de se tornar consciente. 
• É onde age a segunda censura 
• Processo sencundário 
• Inconsciente: 
• atemporal 
• Processo primário – submetidos ao princípio do 
prazer 
• Nem negação, nem certeza 
• Traços mnêmicos 
• É onde age a 1ª censura 
• Concretude 
• Representação de coisa
1856-1939 
2ª Tópica Freudiana 
• Id 
• Ego 
• Superego
1856-1939 
2ª Tópica Freudiana
1856-1939 
Dúvidas 
sobre Freud?
1856-1939 
Desenvolvimentos pós-freudianos: 
Análise de Crianças 
ANNA FREUD 
1895 - 1982 
MELANIE KLEIN 
1882 - 1960
1823-1904 
Contribuições de Melanie Klein 
(por Hanna Segal, 1975) 
• 1ª fase – inicia-se com seu artigo “On the development of the 
child” e culmina com a publicação de “The psycho-analysis of 
children” (1932). Nessa fase, Klein estabeleceu os fundamentos 
da análise de crianças e delineou o complexo de Édipo e o 
superego até as raízes primitivas do seu desenvolvimento. 
• 2ª fase – conduziu à formulação do conceito da posição 
depressiva e dos mecanismos de defesa maníaca tendo como 
referência os artigos “A contribution to th psycho-genesis of the 
manic depressive states” (1934) e “Mouring and its relation to 
manic depressive states” (1940). 
• 3ª fase – ocupou-se de um estado mais primitivo chamado 
posição esquizo-paranoide, formulada principalmente em seu 
artigo “Notes on some schizoid mechanisms” (1946) e em seu 
livro “Envy and Gratitude” (1957).
1823-1904 
Análise de Crianças 
• Klein trouxe uma nova ferramenta: a técnica de brincar (play 
technique). Inspirando-se nas observações de Freud (1920) quanto ao 
brincar da criança com o carretel, Klein viu que o brincar da criança 
poderia representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias. Visto 
que não se pode exigir de crianças pequenas que façam associação 
livre, ela tratou de brincar na sala de recreio do mesmo modo como 
tratou suas expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de 
seus conflitos inconscientes. (SEGAL,1975) 
• Klein entra assim no universo infantil inconsciente e suas relações de 
objeto e suas fantasias onipotentes. 
• Uma das suas grandes descobertas é que o SUPEREGO já encontra-se 
presente em crianças muito pequenas e precede o complexo de Édipo 
sendo um dos agentes promotores do desenvolvimento. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Fantasia Inconsciente 
• Para Klein, as fantasias podem ser consideradas como representantes 
psíquicos ou o correlato mental, a expressão mental dos instintos. 
• A formação de fantasias é uma função do EGO. 
• A fantasia não é simplesmente uma fuga da realidade, mas um 
constante e inevitável acompanhamento de experiências reais, com as 
quais está em constante interação. 
• É também uma defesa contra a realidade interna – uma tentativa de 
satisfazer um desejo. 
• O bebê capaz de sustentar uma fantasia não é impulsionado a 
descarregar “como um meio de aliviar o aparelho mental de acréscimos 
de estímulos”. 
• Segal sugere que a origem do pensamento reside no processo de testar 
a fantasia contra a realidade, ou seja, que o pensamento não apenas 
contrasta com a fantasia, mas nela se baseia e dela deriva. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Relações de Objeto 
• As crianças tendem a cindir (Split) seus objetos em bons e maus 
como uma forma primitiva de tentar lidar com esses sentimentos 
ruins tentando afastá-los e incorporar os bons. 
• Os objetos vistos parcialmente são cindidos em bons e maus, 
assim o seio que amamenta pode ser visto como um seio bom 
quando nutri, mas também é um seio mau quando a criança está 
com fome ou sentindo algum desconforto e ele não aparece 
magicamente. Tudo isso se dá no mundo da fantasia infantil. 
• Klein discorda de Freud sobre a sexualidade feminina e 
principalmente no estágio fálico. Ela aparece não como uma 
versão castrada da sexualidade masculina, e a posição feminina 
do menino adquiri maior importância. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Relações de Objeto 
• Existe uma troca constante entre o sujeito (EU) e os objetos. Klein 
afirma que através de processos de introjeção, projeção e identificação 
projetiva ou introjetiva fazemos trocas de investimentos com os 
objetos. 
• IDENTIFICAÇÃO INTROJETIVA – é o resultado da introjeção do objeto 
no ego, o qual, então, se identifica com algumas ou com todas as suas 
características. 
• IDENTIFICAÇÃO PROJETIVA – é o resultado da projeção de partes do eu 
(self) no objeto. Pode ser como resultado não só o fato de que se 
perceba o objeto como tendo adquirido as características da parte 
projetada do eu (self), mas também o de que o eu (self) se torne 
identificado com o objeto de sua projeção. 
• A identificação projetiva patológica é o resultado de uma diminuta desintegração 
do eu (self) ou de partes do eu (self),que, então, são projetadas no objeto e 
desintegradas; resulta na criação de “objetos bizarros”. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Identificação Projetiva 
• A identificação projetiva tem múltiplos objetivos: pode ser 
dirigida para o objeto ideal a fim de evitar separação, ou pode ser 
dirigida para o objeto mau a fim de obter controle sobre a fonte 
de perigo. Várias partes do eu (self) podem ser projetadas, com 
vários objetivos: partes más do eu (self) podem ser projetadas a 
fim de se livrar delas, bem como para atacar e destruir o objeto; 
partes boas podem ser projetadas para evitar separação, ou para 
mantê-las a salvo de coisas más internas, ou, ainda, para 
melhorar o objeto externo através de uma espécie de primitiva 
reparação projetiva. A identificação projetiva tem início quando a 
posição esquizo-paranoide é primeiramente estabelecida em 
relação ao seio, mas persiste e em geral se intensifica quando a 
mãe é percebida como um objeto total e todo o seu corpo é 
penetrado por identificação projetiva. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Desenvolvimento Psíquico 
• Não influi no conceito de fases de Freud (oral, anal, fálica e 
genital), mas fala em funcionamentos em posições. 
• O bebê nasce e funciona primitivamente em um posição 
denominada ESQUIZO-PARANOIDE e através das trocas e das 
relações com os objetos passa para uma posição 
DEPRESSIVA. 
Posição 
Esquizo-paranoide 
Posição 
Depressiva
1823-1904 
Posição Esquizo-paranoide 
• O ego imaturo do bebê é exposto, desde o nascimento, à 
ansiedade provocada pela polaridade inata dos instintos – o 
conflito imediato entro o instinto de vida e o instinto de morte. 
• O ego, buscando se defender, se divide (splits) e projeta essa sua 
parte destrutiva, que contém o instinto de morte, para fora, no 
objeto externo original – o seio (identificação projetiva) e manter 
dentro de si com o objeto ideal ou bom como algo protetor e que 
lhe dar vida. 
• A ANSIEDADE predominante é PARANOIDE/PERSECUTÓRIA e os 
objetos são vistos como OBJETOS PARCIAIS (que podem ser do 
EU e do OBJETO EXTERNO). Existe uma extrema IDEALIZAÇÃO e 
uma NEGAÇÃO mágica onipotente. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Posição Esquizo-paranoide 
• Os objetos ideais e perseguidores introjetados formam as 
primeiras raízes do superego. O objeto perseguidor é 
experimentado como punitivo, de forma retaliativa e 
impiedosa. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Inveja 
• Inveja primitiva (ou primária) – é experimentada pelo bebê 
principalmente em relação ao seio que o alimenta. É 
possivelmente a primeira manifestação externa do INSTINTO 
MORTE, já que ataca o que é sentido como sendo a fonte da vida. 
• Inveja é diferente de ciúme. A inveja é uma relação de duas 
partes no qual o sujeito inveja o objeto ou alguma posse ou 
qualidade (objeto parcial). O ciúme é uma relação de objeto total 
em uma relação triangular. 
• A inveja pode fundir-se com a voracidade (desejo de extrair toda 
a bondade do objeto) e esgotar inteiramente o objeto. 
• A inveja diminui à medida que aumenta a gratificação. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Posição Depressiva 
• Se as condições de desenvolvimento são favoráveis, o bebê sentirá cada vez 
mais que seu objeto ideal e que seus próprios impulsos libidinais são mais 
fortes do que o objeto mau e do que seus impulsos maus; ele será cada vez 
mais capaz de identificar-se com eu objeto ideal e, em virtude dessa 
identificação, bem como em virtude do crescimento fisiológico e do 
desenvolvimento do seu ego, ele sentirá cada vez mais que este se torna mais 
forte e mais capaz de se defender e de defender seu objeto ideal. Quando o 
bebê sentir que seu go está forte e na posse segura de um objeto ideal forte, 
ele se sentirá menos temeroso de seus próprios impulsos maus e, portanto, 
menos impulsionado a projetá-los para fora. Quando diminui a projeção e 
impulsos maus, diminui também o poder atribuído ao objeto mau, ao passo 
que o ego se torna mais forte, já que está menos empobrecido pela projeção. 
Aumenta a tolerância do bebê em relação ao instinto de morte dentro de si 
mesmo e diminuem seus medos paranoides; a divisão (splitting) e a projeção 
diminuem e o impulso para integração do go e do objeto pode tornar-se 
gradualmente preponderante. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Posição Depressiva 
• Quando esses processos integradores se tornam mais estáveis e 
contínuos se inicia uma nova fase da vida – a posição depressiva. 
• O bebê olha a sua mãe por inteiro. Como um OBJETO TOTAL com 
características boas e ruins reunidas. 
• As ansiedades brotam da ambivalência e a principal ansiedade da 
criança é a de que seus próprios impulsos destrutivos tenham 
destruído ou destruam o objeto que ela ama e do qual depende 
totalmente. 
• Os processos introjetivo são intensificados em virtude do estágio oral. 
• Existe um luto e um anseio pelo objeto bom e, a CULPA, vem como 
consequência do medo de sua destrutividade tenha danificado o 
objeto. 
• A CULPA busca o processo de REPARAÇÃO. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Posição Depressiva 
• O bebê se torna consciente de si mesmo e de seus objetos como 
separados dele. Começa a distinguir fantasia da realidade externa pelo 
teste de realidade. 
• Há um fortalecimento do ego pelo crescimento e pela assimilação de 
objetos bons, os quais são introjetados no ego e também no superego. 
• O caráter do superego muda e o objeto ideal se torna parte do ego-ideal 
do superego, muitas vezes também perseguidora, por causa das 
altas exigências de perfeição. 
• Com o ego mais organizado as projeções enfraquecem e a repressão 
toma o lugar da divisão (splitting). Os mecanismos psicóticos 
gradualmente dão lugar aos mecanismos neuróticos, a inibição, 
repressão e deslocamento. Pode-se ver a gênese da formação 
simbólica (e também dos processos de sublimação) pois ela é o 
produto de uma perda sendo um trabalho criativo que envolve o 
sofrimento e todo o trabalho do luto. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Defesas Maníacas 
• As defesas maníacas auxiliam o ego a suportar o sofrimento pois o protegem 
o desespero total. Quando o sofrimento e as ameaças diminuem, as defesas 
maníacas podem dar lugar à reparação. Mas, se elas forem excessivamente 
fortes, formam-se pontos de fixação. 
• Elas incluem mecanismos como a divisão (sliptting), idealização, identificação 
projetiva, negação, etc. Sendo que elas são mais organizadas devido ao 
desenvolvimento egoico e sua nova relação com a realidade e são dirigidas à 
ansiedade depressiva e culpa. 
• Como a experiência depressiva está vinculada a uma tomada de 
conhecimento de um mundo interno, que contém um objeto interno 
altamente valorizado que pode ser danificado pelos próprios impulsos, as 
defesas maníacas serão usadas contra qualquer experiência de ter um mundo 
interno ou de conter nele quaisquer objetos valorizados, bem como contra 
qualquer aspecto da relação entre o eu (self) e o objeto que ameace conter 
dependência, ambivalência e culpa. 
• A relação com os objetos se caracteriza pelos seguintes sentimentos: 
CONTROLE, TRIUNFO e DESPREZO. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Defesas Maníacas 
• A constante necessidade de renovar o ataque ao objeto original 
de amor e dependência coloca em movimento o círculo vicioso 
tão característico das defesas maníacas. Na posição depressiva, o 
objeto é originalmente atacado de fora ambivalente. Quando, 
nessa situação, culpa e perda não podem ser suportadas, as 
defesas maníacas entram em cena. O objeto então é tratado com 
desprezo, controle e triunfo. As atividades reparadoras não 
podem ser levadas a efeito, e os ataques sempre renovados 
aumentam tanto a destruição do objeto quanto sua retaliação 
vingativa, aprofundando assim as ansiedades depressivas e 
tornando a situação depressiva subjacente cada vez mais sem 
esperança e perseguidora. 
• Por vezes, alguma preocupação com o objeto pode ser 
parcialmente preservada, e mecanismos maníacos podem ser 
usados de modo reparador, apresentando a reparação maníaca 
um problema próprio muito especial. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Reparação 
• As fantasias e atividades reparadoras resolvem as ansiedades 
da posição depressiva. A aguda intensidade da ansiedade 
depressiva é mitigada pelas repetidas experiências de perda 
e recuperação do objeto. 
• Quando o ego restaura e recria o objeto internamente, este 
se torna cada vez mais propriedade do ego, sendo assimilado 
e contribuindo para o seu crescimento – por isso o ego 
enriquece no processo de luto e aumenta a frequência do 
teste de realidade. (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Sexualidade Feminina 
• “Segundo seu ponto de vista, a menina, afastando-se do seio para 
o corpo da mãe, exatamente como o menino, tem fantasias de 
escavar e de ela própria possuir todos os conteúdos desse corpo, 
em especial o pênis do pai dentro da mãe e seus bebês. Como o 
menino, desde que suas fantasias são muito ambivalentes, os 
conteúdos do corpo da mãe, incluindo o pênis, podem ser 
sentidos como muito bons ou muito maus, mas sob o impacto da 
frustração e da inveja primitivas ela se volta cada vez mais para o 
pênis de seus pai, antes e tudo dentro do corpo de sua mãe, 
depois como um atributo externo do corpo de seu pai, de um 
modo oral incorporativo. Melanie Klein observou que, na menina, 
há uma tomada de conhecimento primitiva de sua vagina, e a 
atitude oral passiva se torna transferida da boca para a vagina, 
preparando o terreno para um posição edipiana genital.” (SEGAL, 
1975)
1823-1904 
Sexualidade Feminina 
• “Nessa atitude primitiva para com a sua mãe, há elementos tanto do 
desenvolvimento heterossexual como do homossexual. O superego materno 
primitivo pode ser muito terrificante para que a menina enfrente a rivalidade 
com a mãe, contribuindo então para a homossexualidade. Do mesmo modo, 
se o pênis de seu pai se torna um objeto muito mau, pode leva-la a temer 
relações sexuais com esse pênis. Sob o impacto da culpa e do medo, fantasias 
restitutivas em relação ao corpo de sua mãe podem também se tornar um 
forte determinante de homossexualidade. Por outro lado, o desejo primitivo 
de tomar o lugar da mãe e possuir 
suas riquezas, a volta para o pênis 
do pai como um objeto de desejo, 
restituição e reparação em relação 
à mãe interna, e o desejo de suprir 
essa mãe interna com um pênis e 
com bebês – tudo isso contribui 
para o desenvolvimento 
heterossexual.” (SEGAL, 1975)
1823-1904 
Sexualidade Masculina 
• “Em relação ao complexo de Édipo do menino houve também 
uma certa mudança de ênfase. A relação primitiva com o seio da 
mãe e as fantasias sobre seu corpo, segundo Melanie Klein, 
desempenham significativo papel no desenvolvimento do 
complexo de Édipo tanto do menino quanto da menina. O 
afastamento primitivo do seio para o pênis ocorre como na 
menina, estabelecendo os fundamentos para a posição feminina 
do menino; e logo o menino, como a menina, sustenta uma luta 
entre essa posição feminina, na qual ele se afasta da mãe para o 
pênis paterno bom, e sua posição masculina, na qual ele quer 
identificar-se com o pai e deseja sua mãe. As ansiedades 
provocadas por seus objetos internos levam-no cada vez mais a 
dirigir seus desejos sexuais para a sua mãe externa real. 
(SEGAL,1975)
1823-1904 
Dúvidas 
sobre Klein?
1897-1979 
Wilfred Bion e a Teoria do Pensamento 
• O Pensamento, as emoções e o conhecimento são 
indissociados entre si, sendo que o pensamento precede ao 
conhecimento, porquanto o indivíduo necessita pensar e 
criar o que não existe, ou o que ele não conhece. 
• Existe uma diferença entre “pensamento” (como 
substantivo/adjetivo) e a função de “pensar” (como verbo). 
“O pensar é um desenvolvimento forçado sobre o psiquismo, 
pela pressão dos elementos dos pensamentos, e não o 
contrário”. (Zimerman,1995)
1897-1979 
Teoria do Pensamento 
• O Pensamento para Bion tem como ponto de partida a 
frustração das necessidades básicas impostas ao lactante. 
• O essencial é a maior ou menor capacidade do Ego do 
lactante poder tolerar o ódio resultante dessas frustrações. 
E, no trabalho analítico, é importante saber se haverá uma 
fuga ou uma modificação desta frustração. 
• Bion fala de “um pensamento sem pensador” que seria um 
pensamento errante em busca de algum pensador para se 
alojar nele. (Zimerman,1995)
1897-1979 
Teoria do Pensamento 
• Pensamento vazio seria uma forma que está esperando por um 
conteúdo equivalendo a uma preconcepção que está a espera de 
uma realização. 
• Realizações consistem em experiências emocionais resultantes de 
frustrações da onipotência do lactante e que, por isso, ele precisa 
se voltar ao mundo real (daí: real-ização), sendo que essas 
realizações podem ser positivas ou negativas. 
• Realização positiva – confirmação de que o objeto necessitado está 
presente e atende às necessidades do lactante 
• Realização negativa – o lactante não encontra um seio disponível para a 
satisfação e essa ausência é vivenciada como a presença de um seio 
ausente e mau. O ser mau é porque sua ausência gera sofrimento. 
(Zimerman,1995)
1897-1979 
Teoria do Pensamento 
• Se a inata capacidade para tolerar as frustrações for 
suficiente, a experiência do “não seio” torna-se um 
protopensamento e se desenvolve um aparelho psíquico 
para pensá-lo. Se for insuficiente o seio mau é expulso 
através de identificações projetivas e existe uma hipertrofia 
da onipotência. 
• Preconcepção + realização positiva = CONCEPÇÃO 
• Preconcepção + realização negativa = PENSAMENTO 
• Concepção + concepção = conceito 
• Se aprende pela experiência (Zimerman,1995)
1897-1979 
Teoria do Pensamento 
• As experiências de realização negativa são inerentes e indispensáveis à 
vida humana, e elas podem seguir a dois modos de desenvolvimento: 
se o ódio resultante da frustração não for excessivo à capacidade do 
ego do lactante em suportá-lo o resultado será uma sadia formação do 
pensamento, através do que Bion denomina como a “função α”, a qual 
integra as sensações provindas dos órgãos dos sentidos com as 
respectivas emoções. Caso contrário, se o ódio for excessivo, os 
protopensamentos que se formam, denominados por Bion como 
“elementos β”, não se prestam para a função de serem pensados, 
porquanto eles são tão abrumadores que precisam ser imediatamente 
aliviados, portanto descarregados pela criança, o que é feito através de 
uma agitação motora (e, no caso de pacientes, por meio de actings), ou 
pela via de somatizações, mas sempre com um exagerado uso 
expulsivo de identificações projetivas. (Zimerman, 1995)
1897-1979 
Elementos α e Elementos β 
• Os ELEMENTOS α proliferam e se aderem entre si formando um 
conjunto que Bion denomina Barreira de Contato que funciona 
como uma membrana semipermeável demarcando um contato, 
uma separação e o intercâmbio entre o consciente e o 
inconsciente, entre o mundo real externo e o interno impedindo 
que um invada o outro dando inclusive a noção de passado e 
futuro. 
Os ELEMENTOS β se proliferam sob a forma de aglomeração, sem 
integração e vinculação entre si e Bion chamou isso de pantalha (ou 
tela) β e não diferencia nada (fantasia/realidade, 
consciente/inconsciente e nem faz a elaboração dos sonhos) Gera-se 
estados mentais confusionais – em alta intensidade a psicose. 
(Zimerman,1995)
1897-1979 
Teoria do Pensamento 
• Bion fala que a mãe deve ter uma capacidade de continência 
que ele chama de capacidade de reverie sendo um 
continente para dar conta do bombardeio das identificações 
projetivas do bebê e forma o modelo de continente-contido. 
• Para se formar e utilizar os pensamentos faz-se necessário as 
interações dinâmicas entre o modelo continente-contido e 
entre as posições esquizo-paranoide (PS) e depressiva (D). 
PS↔ D 
É pela posição depressiva que se dão as sucessivas 
modificações progressivas. (Zimerman,1995)
1897-1979 
Teoria do Pensamento 
• Mais importante do que tornar o conflito consciente, o interesse 
voltou-se para o intercâmbio comunicativo entre as duas instâncias 
priorizando a passagem do paciente do processo primário para o 
secundário que significa o mesmo que (objetivando e simplificando) 
ensinar o paciente a pensar. 
• O pensar se dá através de várias formas de olhar uma mesma questão. 
Uma integração de perspectivas diferentes. 
• Há um aparente paradoxo na teoria de Bion: é a frustração (não 
excessiva) que mobiliza a capacidade para pensar, porém o pensar 
somente se desenvolve mediante uma tolerância às frustrações. O 
pensamento é doloroso desde a sua origem mais primitiva, porquanto 
o primeiro pensamento útil (a) surge quando se aceita a dor da 
frustração, ao invés de simplesmente evacuar a presença interna do 
“não seio”, sob a forma de elementos β. (Zimerman,1995)
1897-1979 
Modificações progressivas do 
pensamento 
Pela elaboração 
exitosa da posição 
depressiva 
onírico 
Grau abstrativo do 
cálculo algébrico 
Sistema dedutivo 
científico 
Pré-concepções concepções
1897-1979 
Sem memória, sem desejo e sem 
compreensão 
• É a mudança na atitude do analista, com uma certa privação dos 
órgãos do sentidos, que possibilitasse um máximo de intuição. 
• A intuição é considerada uma espécie de percepção do 
inconsciente que se dá por uma comunicação inconsciente vinda 
da atenção flutuante de Freud. 
• O objetivo é não saturar a mente do analista com preconcepções 
que irão cegá-lo para a relação que está se desenvolvendo no 
aqui-e-agora da sessão analítica. 
• Sentimentos e ideias que surjam no analista no momento da 
sessão devem ser pensadas e relacionadas à relação psicanalista-psicanalisando. 
(Zimerman,1995)
1897-1979 
Dúvidas sobre Bion?
1896-1971 
Donald Winnicott 
• Objeto Transicional 
• Mãe suficientemente boa 
• Falso Self 
• Capacidade de estar só
1896-1971 
Objeto Transicional 
• “Observando bebês, Winnicott constatou que entre os 
quatro e os doze meses a criança apega-se a um objeto que 
adquire para ela um valor primordial. Esse objeto é 
manipulado, chupado, acariciado e torna-se indispensável no 
momento do adormecer. Os pais reconhecem-lhe o valor, 
levam-no para todo lugar e aceitam que ele fique sujo. Lavá-lo 
introduziria uma quebra na continuidade da experiência 
da criança, destruindo a significação e o valor desse objeto 
que constitui uma defesa contra a angústia de tipo 
depressivo”. (Scheimberg, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de 
Psicanálise, p. 1304)
1896-1971 
Objeto Transicional 
• O que interessa é a primeira posse “não-Eu” e a zona de 
experiência intermediária entre o polegar e o urso de 
pelúcia, entre o erotismo oral e a verdadeira relação de 
objeto, entre a subjetividade e a objetividade, entre a 
criatividade primária e a projeção do que foi introjetados. 
• A noção de objeto e de fenômenos transicionais foi 
conceituada segundo três eixos: como uma etapa do 
desenvolvimento afetivo normal da criança, como uma 
defesa contra as angústias de separação e, por último, como 
um espaço psíquico, um campo neutro de experiência que 
não será contestado: é a área da atividade lúdica e da ilusão. 
(Scheimberg, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 1305)
1896-1971 
Objeto Transicional 
• A criança só pode utilizar o objeto transicional a partir do 
momento em que o objeto interno “está vivo e é real e 
suficientemente bom”, o que depende da qualidade dos 
cuidados maternos. Se o objeto externo é mau ou ausente, o 
objeto interno adquire um caráter persecutório. Se a 
carência do objeto externo persiste, o objeto interno não 
tem o menor sentido e o objeto transicional perde toda a 
significação, podendo converter-se então num objeto-fetiche. 
/Winnicott cita igualmente a toxicomania, a mentira 
e o roubo como eventualmente ligados a uma patologia de 
transicionalidade. (Scheimberg, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de 
Psicanálise, p. 1305)
1896-1971 
Mãe suficientemente Boa 
• Chama-se “mãe suficientemente boa” à mãe cuja 
harmonização física e emocional consciente e inconsciente 
como o seu bebê a adapta convenientemente aos diversos 
estágios dos primeiros anos da infância dele, assegurando 
assim um ambiente ótimo para a instauração saudável de um 
ser distinto, finalmente capaz de relações de objeto maduras. 
• O conceito engloba a “mãe dedicada comum” e o “ambiente 
suficientemente bom”. Ele afirma que não existe bebê sem 
mãe pois é a mãe que atende as necessidades corporais e 
emocionais do bebê permitindo o início de seu processo de 
integração. (Jennifer Jonhs, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de 
Psicanálise, p. 1117)
1896-1971 
Mãe suficientemente Boa 
• A mãe suficientemente boa é aquela que responde ao gesto 
da criança, que lhe dá a ilusão temporária de onipotência, 
permite a realização da alucinação e a protege da angústia 
impensável (angústias ou agonias primitivas) que ameaça o 
Eu imaturo no estágio da dependência absoluta. Um fracasso 
nesse estágio pode resultar numa psicose. 
• Com o desenvolvimento da criança a mãe, aos poucos, vai se 
tornando menos empática fazendo com que o bebê possa ter 
contato com seus insucessos de forma tolerável e ajudando-o 
a diferenciar o Eu do não-Eu. O fracasso desse processo 
culmina no falso Self. (Jennifer Jonhs, 2005. In: Mijolla. Dicionário 
Internacional de Psicanálise, p. 1117)
1896-1971 
Mãe suficientemente Boa 
• Winnicott mostra como a capacidade para estar só pode se 
desenvolver a partir da experiência que a criança pequena 
tem da solidão na presença de uma outra. A imaturidade do 
Eu é compensada pelo apoio ao Eu assegurado pela mãe. 
Com o tempo, esse apoio é interiorizado, de modo que essa 
solidão passa a ser tolerável. (Winnicott, D. W. 1958 apud Jennifer Jonhs, 
2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 1117)
1896-1971 
Falso Self 
• O “falso self” são certos tipos de falsa personalidade que se 
desenvolvem após um fracasso precoce e repetido por uma mãe 
insuficientemente boa não sendo o potencial do verdadeiro Self que 
fica escondido. 
• As mães insuficientemente boas que não são capazes de preencher as 
necessidades excitadas do bebê ou exigem uma resposta 
inadequadamente integrada de uma criança pequena incapaz de a dar, 
são descritas como intrusivas e traumatizantes. Quando os 
traumatismos repetidos se produzem muito cedo no desenvolvimento, 
a criança pequena vê-se exposta a um pavor impensável ou a uma 
angústia primitiva da qual pode resultar uma psicose. Tornar-se dócil é 
a resposta da criança mais velha e mais integrada a uma mãe desse 
gênero, que se revela incapaz de responder ao gesto da criança e o 
substitui por um dos seus. A criança pode então desenvolver um falso 
Self, o qual começa a instaurar um conjunto de relações baseadas na 
docilidade ou mesmo na imitação, ficando o potencial do verdadeiro 
Self irrealizado e escondido. (Jennifer Johns, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de 
Psicanálise, p. 671)
1896-1971 
Capacidade de estar só 
• É estar só na presença de outro. 
• O autor anuncia de imediato a sua intenção: em lugar do medo 
ou do desejo de solidão, frequentemente descritos, o que chama 
a sua atenção é o que nos permite viver: a solidão concebida não 
como uma retirada defensiva que nos separa de um mundo 
hostil, ou como deserção, abandono, até aniquilamento de si 
mesmo, mas como uma experiência positiva; ainda mais: como 
uma “possessão das mais preciosas”. 
• Eu estou só e ao mesmo tempo não estou só, não porque 
mantenho a presença da mãe em mim, mas porque consegui 
desligar-se da sua “loucura” e não me sentir aniquilado se ela se 
afasta e não se ocupa mais de mim. É possível que cada um de 
nós tenha, por uma parte, que substituir um ambiente materno 
suscetível de converter-se num campo sem fronteiras. Uma 
“elaboração imaginária”, uma vida psíquica com seus fluxos e 
refluxos: “possessão das mais preciosas”, com efeito. (Jean-Bertand 
Pontalis, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 291)
1896-1971 
Dúvidas sobre Winnicott?
1924-2006 
Armando Ferrari 
• Objeto Originário Concreto 
• Não consideramos que o objeto principal da mente seja o seio materno 
(ou a mãe), em todas as suas possíveis representações, mas aquilo que 
chamamos de Objeto Originário Concreto (OOC). Este, porém, não é um 
objeto psíquico em sentido clássico, pois não é nem um objeto externo 
(fornecido pelo ambiente), nem um objeto interno (resultado de um 
processo introjetivo). É um objeto concreto, que existe antes de qualquer 
introjeção; é a matriz originária de uma fisicidade que se exprime por 
sensações e emoções, e está ligado às funções fisiológicas que precedem 
todas as formas de atividade psíquica: nós o compreendemos como um 
núcleo originário de identidade físico-psíquica do qual a criança não pode 
prescindir. Nesse sentido, a acepção de objeto é entendida de modo 
substancialmente diferente da acepção do modelo clássico: entende-se 
por OOC uma espécie de núcleo primogênio de funções somáticas 
(sensoriais, fisiológicas, metabólicas, etc.), já presente no momento do 
nascimento, que se articula com as funções mentais primárias de 
contenção e registro. (Ferrari, A; Carignani, Paulo, 2004, p. 168-169)
1924-2006 
Objeto Originário Concreto 
• Nessas relações, Ferrari irá chamar o objeto primeiro de 
relação do indivíduo, ou seja, o corpo e suas sensações, 
emoções e seu simbolismo psíquico, como sendo Objeto 
Originário Concreto (OOC). É um objeto para a mente que o 
representa para o indivíduo. Ferrari (1995, p. 31) define: “[...] 
o chamamos de objeto e de concreto, porque é o único 
objeto concreto que sentimos como pertencente à 
percepção global de nós mesmos no mundo.” É originário 
por ser o primeiro. (Menezes, 2014)
1924-2006 
Coordenada Vertical – Uno ↔ Binário 
Coordenada Horizontal – Ego ↔Mundo 
• o ser humano nasce e encontra a possibilidade de desenvolver-se 
através do seu interior e das relações que faz com o exterior. Suas 
relações interiores são chamadas de COORDENADA VERTICAL, 
enquanto que as relações com o meio são chamadas de 
COORDENADA HORIZONTAL. A dinâmica, interação dessas duas 
coordenadas que ocorrem ao mesmo tempo, vai constituindo um 
conjunto de experiências e sentimentos únicos que criam a 
identidade ou CONFIGURAÇÃO EGOICA. 
• Na construção e desenvolvimento do ser, o UNO (corpo e 
sensações) está junto ao BINÁRIO (mente e sensações em 
potencial). Com o desenvolvimento da capacidade de pensar, o 
ser humano passa a representar e simbolizar aquilo que sente e, 
assim, pode compreender, acolher e suportar melhor os impulsos 
da vida. (Menezes, 2014)
1924-2006 
Consciente e Inconsciente 
• Consciente – cognoscível 
• Inconsciente – parte cognoscível em potencial e parte 
incognoscível 
• Consciência: 
• a capacidade de conhecer o que está ao seu redor, o objeto, o não-eu; 
• e a capacidade de se reconhecer (autoconsciência)
1924-2006 
O eclipse do corpo 
• Ferrari diz que, quando a mente é capaz de se colocar sobre 
o corpo de forma a lidar em uma outra instância com o que 
emerge, o OOC é eclipsado. Ou seja, os impulsos corporais 
são filtrados pela mente e as sensações podem ser 
suportadas, toleradas. O eclipse do OOC dá a possibilidade 
do indivíduo suportar o sofrimento, melhorando e 
aperfeiçoando sua capacidade de viver. (Menezes, 2014)
1924-2006 Dúvidas sobre Ferrari?
1856-1939 
Considerações sobre o minicurso 
• Essa apresentação não tem a pretensão de enfocar todo o 
conteúdo psicanalítico desenvolvido até os dias atuais. A 
ideia é poder compreender um pouco o desenvolvimento do 
olhar psicanalítico ao longo dos seus cento e poucos anos de 
existência e poder gerar dúvidas e questionamentos que 
levem os curiosos da psicanálise a aprofundar seus 
conhecimentos em cursos mais especializados. 
• É claro que ficaram de fora muitos e importantes autores 
psicanalistas que também poderão ser vistos em uma outra 
oportunidade.
Referências 
• Livros: 
• FERRARI, A; CARIGNANI, Paulo. Vida e Tempo – Reflexões Psicanalíticas. Ed. Casa do Psicólogo, 2004. 
• MIJOLLA, Alain de. Dicionário internacional de psicanálise: conceitos, noções, biografias, obras, eventos, 
instituições. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2005. Vol 1 e 2. 
• QUINODOZ, Jean- Michel. Ler Freud: guia de leitura da obra de S. Freud. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
• SEGAL, Hanna. Introdução à obra de Melanie Klein. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1975 
• ZIMERMAN, David. Bion: da teoria à prática – uma leitura didática. Porto Alegre: artes Médicas, 1995. 
• Revistas: 
• Revista Psique Edição Especial, ano I nº4. Grandes pensadores da psicanálise. Editora Escala. 
• Revista Coleção Memória da psicanálise: Freud e o despertar do inconsciente. Viver mente e cérebro. Duetto 
Editorial. 
• Sites: 
• http://www.heraldomarciogalvao.com.br/cronologia.htm 
• http://www.metapsychique.org/La-parapsychologie-a-Freiburg.html (Fanny Moser) 
• http://segredosdapsicologia.webnode.com.pt/freud-e-o-desenvolvimento-psicossexual-i/freud-e-a-estrutura- 
do-psiquismo/ 
• http://www.saudevida.com/site/artigos/principio-do-prazer-x-principio-da-realidade/ 
• Artigos: 
• MENEZES, Petruska. Hipóteses do despertar da consciência. In: 
http://www.psicanalisearacaju.org.br/?pag=textos&idtexto=135&idcoluna=28

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Psicanalise ontem psicanalise hoje

  • 2. Contexto Histórico • No século XVIII, a loucura e a histeria perdem suas prerrogativas divinas que tiveram em toda a Idade Média e passam a ser vistas como doenças da dimensão humana. A desconstrução começou com a descoberta da Lei da Gravitação Universal com os físicos Johannes KEPLER (1571-1630) e Isaac NEWTON (1642-1727) (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 3. Contexto Histórico • As Psicoterapias, antes de Freud, utilizavam com frequência a SUGESTÃO para tratar os pacientes. Paracelso, alquimista do Renascimento, afirmava que “A sugestão confere ao homem um poder sobre seu semelhante, comparável aquele de um ímã sobre o ferro”. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente) 1493-1541
  • 4. Franz Anton Mesmer • Em 1766, o vienense Mesmer afirma que a atração universal de Kleper e Newton pode ser aplicada ao corpo e à alma humana chamando-a de “magnetismo animal”. • A teoria da “atração universal animal” afirma que os seres vivos veiculam um “fluido universal” que é transmitido de um corpo a outro através de um ímã e esta transmissão reestabelece um afluxo de energia permitindo sua livre circulação que estaria bloqueada em um órgão doente. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente) 1734-1815
  • 5. A Cuba de Mesmer • Seu tratamento incluía as imposições das mãos e a Cuba terapêutica. Na cuba, os doentes eram unidos por uma corda e ligados à cuba por uma barra de metal em contato com o órgão doente. 1734-1815 • A outra parte da barra era mergulhada no líquido da cuba que possuía em sem interior pedaços de vidro, areia, limalha de ferro e bastões de enxofre moídos (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 6. A Cuba de Mesmer • Grandes espelhos refletiam a imagem do grupo enquanto que uma música harmônica era tocada. • Com uma vara de ferro magnetizada o terapeuta estimula as crises por meio de “passes”. Quando as crises vêm os pacientes são transportados para outro cômodo junto com o terapeuta. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente) 1734-1815
  • 7. Marquês Chastenet de Puységur • Puységur desenvolve a teoria de seu mestre Mesmer afirmando que as crises desencadeadas, na verdade, são resistências à cura. Ele vai colocar seus pacientes em estado de sonambulismo e os deixa guiar as sessões. Na relação passa a existir um jogo de submissão-resistência do paciente com o terapeuta. O papel do terapeuta passa a ser devolver ao paciente seu próprio saber. 1751–1825 • É nesse contexto que começa a se perceber um movimento que vai culminar na Psicanálise. Neste momento ainda não é possível perceber a dimensão psíquica do que é dito pelo paciente. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 8. Joseph Philippe François Deleuze 1753-1835 • Deleuze acredita que o fluido magnético tem mais poder do que sua ação pessoal. Cria sua forma de trabalhar com sessões que vão diminuindo de tempo e com o paciente sonâmbulo ele dá passes magnéticos calmantes e procura a causa da doença. Afirma: “as doenças crônicas têm frequentemente como causa pesares secretos, dores morais, sentimentos oprimidos”. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 9. Joseph Philippe François Deleuze • As diretivas do processo são: “Evite questionar os segredos do sonâmbulo quando não é evidentemente útil para ele que sejam conhecidos. Ouça-o sem agradecer-lhe, sem lhe fazer nenhum elogio. Atingida a cura, a relação dever ser interrompida. Qualquer prolongamento pode ser nocivo ao sonâmbulo”. • Deleuze fala também que o magnetizador normalmente não é influenciado pelas dores do paciente, mas algumas vezes ele pode experimentar essas dores de modo tão vivo que as sente mesmo depois da sessão. Esse movimento na futura Psicanálise recebe o nome de contratransferência. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente) 1753-1835
  • 10. Abade Faria (José Custódio de Faria) 1756-1819 • Faria faz do sono o cerne de sua terapêutica abrindo uma reflexão para a influência sugestiva da linguagem sendo precursor da psicoterapia verbal embora ainda inclui-se massagens terapêuticas e o relaxamento em seu trabalho. • Ele critica os modelos anteriores que utilizavam a cuba ou fluido magnético partindo do princípio que o SONO LÚCIDO como ele chamava, é quem promove os sonhos que estão ligados à intuição (que deve ser mista – ligada à memória e a sensorialidade) • Entretanto não descorporifica por completo o tratamento acreditando na influência sanguínea que mostra os pontos de fixação através de sua espessura ou debilidade. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 11. Ambroise-Auguste Liébeault 1823-1904 • Liébeault começa a utilizar a palavra hipnose e afirma que o sonambulismo é um mecanismo normal ao ser humano e pode ser conduzido através da sugestão. • Ele diz que favorecendo o ambiente como a penumbra, temperatura amena e outros é comum ao ser humano entrar em um estado de sonambulismo e o sujeito não esquece quem o adormeceu, a não ser aparentemente. Neste estado, começa-se a fazer sugestões de melhoria. O toque é o meio de manter o contato com quem o adormeceu. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 12. Ambroise-Auguste Liébeault 1823-1904 • São frases de Liébeault: • A atenção retira-se da consciência para investir os pensamentos latentes • O sono abriga uma inteligência, um pensamento que pode ultrapassar o pensamento de vigília, o que permite compreender racionalmente os sonhos adivinhatórios. • “O que não está nos sentidos não pode existir na inteligência”. • “As lembranças rememoradas durante o sono lúcido existem também no estado de virgília, mas sem que haja atenção acumulada que lhes dê vivacidade”. • Loucura, criação artística, sonho, pertencem à mesma família psíquica, todos os três sendo conectados às experiências do passado”. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 13. Ambroise-Auguste Liébeault 1823-1904 • Em 1884 funda junto com Hippolyte Bernheim (1840-1919) a Escola de Nancy, que imediatamente faria oposição à Escola de Salpêtrière, chefiada pelo parisiense Jean Martin Charcot (1825- 1893), famoso por seus estudos experimentais sobre a histeria. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 14. Hippolyte Bernheim • A histeria e a hipnose foram razão da disputa entre Nancy e Salpêtriére, que se estendeu por dez anos. Bernheim dizia ser a hipnose decorrente da sugestão verbal, e que tal técnica já estava desmistificada, desvinculada do simples mesmerismo, desde fins de século XIX, quando a clínica da palavra sobrepujava a do olhar. Acusava Charcot de fazer mal uso da hipnose, já que dela se servia não para fins terapêuticos, senão para provocar crises convulsivas em suas pacientes, manipulando-as de modo a conferir um status de neurose à histeria. O médico de Nancy afirmava ainda que os efeitos alcançados pelo hipnotismo poderiam advir por simples sugestão dada em estado de vigília, estando aí o prenúncio do que mais tarde veio a se chamar de psicoterapia. (http://www.amigodaalma.com.br/2010/01/07/hipnose/) 1840-1919
  • 15. Jean Martin Charcot • Desde 1870, o médico parisiense Jean Martin Charcot, chefe do Hospital Escola de Salpêtriére, tornara-se famoso por seus estudos experimentais sobre a histeria. A administração de Salpêtriére decidira separar os doentes alienados das mulheres histéricas e dos epilépticos, juntando essas duas últimas patologias numa mesma enfermaria. Rapidamente as histéricas assimilaram os sintomas epilépticos em suas crises e aprenderam a simulá-las plasticamente. (http://www.amigodaalma.com.br/2010/01/07/hipnose/) 1825-1893
  • 16. Jean Martin Charcot • Charcot valia-se da hipnose para diferenciação diagnóstica, capaz que era de fabricar sintomas extraordinários nas histéricas submetidas à sugestão hipnótica, de modo a provar o caráter neurótico dessa doença. (http://www.amigodaalma.com.br/201 0/01/07/hipnose/) 1825-1893
  • 17. Josef Breuer 1842-1925 • Breuer descobriu, em 1880, que ele havia aliviado os sintomas de depressão e hipocondria (histeria) de uma paciente, BERTHA PAPPENHEIM (ANNA O.), depois de induzi-la a recordar experiências traumatizantes sofridas por ela na infância. Para isso Breuer fez uso da hipnose e de um método novo, a terapia de conversa. Caso que Freud acompanhou. (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 18. 1856-1939 Sigmund Freud • O termo PSICANÁLISE foi criado por Freud e aparece pela primeira vez em um artigo chamado Novas observações sobre as neuropsicoses de defesa (1896) e buscava nomear um novo método terapêutico para tratar as neuroses. • O primeiro caso de Freud, na verdade foi de Breuer: Anna O. (Bertha Pappenheim). (Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)
  • 19. 1856-1939 Freud e a Histeria • O caso que trouxe a possibilidade da cura pela fala com Freud foi Sra. Emmy von N. (Fanny Moser - 1889) que tinha fobia de animais. • O tratamento durou seis semanas. • Sra. Emmy pediu que Freud parasse de fazer perguntas e a deixasse falar. (QUINODOZ, 2007) 1872-1953
  • 20. 1856-1939 Freud e a Histeria • Em 1892, Miss Lucy R. não estava respondendo à hipnose e Freud passou a aplicar o método da associação livre para o seu problema de não sentir odores e suas alucinações olfativas. Freud identifica as causas dos sintomas histéricos pelo desejo reprimido da consciência de estar apaixonada por seu patrão. • Katharina, em 1893, tinha problemas de sufocação acompanhados da visão de um rosto assustador e foi consultada por Freud em um passeio nas estalagens de sua família onde Freud se hospedou. Foi o caso em que Freud mostra o papel dos traumatismos sexuais na origem dos sintomas histéricos quando elucidou que Katharina presenciara uma relação sexual de seu tio (pai) com sua prima dois anos antes do aparecimento dos sintomas, tio que já havia tentado seduzi-la. (QUINODOZ, 2007)
  • 21. 1856-1939 Freud e a Histeria • Srta. Elisabeth von R. (Ilona Weiss) foi a primeira paciente que Freud fez a análise completa de um caso de histeria. Freud tratou dela do outono de 1892 a julho de 1893. Ela sofria de dores violentas nas pernas e distúrbios da marcha que apareceram pela primeira vez quando ela tratava do pai doente. O pai e em seguida a irmã morreram. Freud dividiu seu tratamento em três fases: • 1ª fase – impossibilidade de estabelecer uma relação entre os seus sintomas e a causa desencadeante não aceitando a hipnose. • 2ª fase – recorreu ao procedimento de pressão na cabeça pedindo que lhe falasse o que viesse à mente. Sua lembrança foi a de uma rapaz que ela estava enamorada e teve que abrir mão dele para tratar do pai. Com essa lembrança, a própria pacientes descobriu o motivo da primeira conversão (o pai apoiava a perna na sua coxa direta onde a conversão começou). Nesse momento Freud ganhou confiança em seu método e se deu conta da resistência. • 3ª fase – os sintomas retornaram e Freud manteve o trabalho até descobrir que a morte da irmã trouxe o pensamento de que seu cunhado estaria livre para ela. Sua consciência moral não permitirá que ela amasse seu cunhado e então ela reprimiu esse desejo. Após essa descoberta ela ficou curada. (QUINODOZ, 2007)
  • 22. 1856-1939 Construção dos Conceitos • Pelo estudo da histeria Freud começa a perceber alguns de seus primeiros conceitos: • Transferência – ele já apontada que Breuer não percebeu que a gravidez psicológica de Anna O. era uma processo de transferência que ela fez do pai para o médico. • Resistência – Com a dificuldade da Srta. Elisabeth von R. de se recordar ou falar de lembranças que viessem em sua mente, Freud percebe que existe um mecanismo que possui um tipo de censura que inibe os pensamentos no tratamento. • Sedução infantil – no curto período de 1895 a 1897 Freud acreditava que suas pacientes realmente haviam sida abusadas na primeira infância, mas seus estudos posteriores o fazem perceber que isso na verdade só acontecia em fantasia. • Complexo de Édipo – com as histéricas e posteriormente com a sua autoanálise, Freud se dá conta que deseja a mãe e sente inveja do pai. A esse funcionamento inicialmente reprimido, ele irá chamar de Complexo de Édipo. • Visando introduzir a psicologia profunda (Psicanálise) no âmbito das ciências naturais Freud, em 1895 – mas só publicado em 1950, escreve “Projeto para uma psicologia científica” tentando mostrar um modelo integrado de funcionamento psíquico inclusive prevendo o auxílio de medicação (em uma bioanálise). (QUINODOZ, 2007)
  • 23. 1856-1939 Freud entre 1894 e 1899 • Freud continua a desenvolver seus estudos sobre histeria, fobia e obsessões nos seguintes textos: “As neuropsicoses de defesa” (1894), “Sobre os fundamentos para destacar da neurastenia uma síndrome específica denominada ‘neurose de angústia’” (1895), “Observações adicionais sobre as neuropsicoses de defesa” (1986). • Ainda no segundo texto ele delimita a neurose de angústia, hoje conhecida como síndrome do pânico. • Em “A Sexualidade na etiologia das neuroses” (1898) vai falar da importância da sexualidade no adoecimento. • E em “Lembranças Encobridoras” (1899) fala da substituição de lembranças reprimidas por lembranças que ocupam o lugar dessas quem mantêm seu poder patogênico no inconsciente. (QUINODOZ, 2007)
  • 24. 1856-1939 Sobre a Interpretação dos Sonhos (1900) • Freud faz um estudo histórico do olhar sobre os sonhos para concluir que o sonho é uma produção própria de quem sonha e que não provém de uma fonte estranha a ele, imposta de fora. • É nesse texto que ele traz uma das suas frases mais conhecidas: “A interpretação dos sonhos é via régia que conduz ao conhecimento do inconsciente da vida psíquica” • Através da análise de vários sonhos, inclusive dos seus, ele conclui alguns fundamentos que o levarão à forma de se trabalhar analiticamente. (QUINODOZ, 2007)
  • 25. 1856-1939 Sobre a Interpretação dos Sonhos (1900) • Conteúdo manifesto – sonho tal como é relatado e no qual o sentido geralmente é obscuro. • Conteúdo latente – o seu significado só aparece com toda a sua clareza depois que o sonho é decifrado à luz das associações do paciente. • Trabalho de sonho – conjunto de operações psíquicas que transforam o conteúdo latente em conteúdo manifesto com o objetivo de torna-lo irreconhecível. • Trabalho de análise – é a operação inversa, que visa encontrar seus sentido oculto a partir do conteúdo manifesto. (QUINODOZ, 2007)
  • 26. 1856-1939 Sobre a Interpretação dos Sonhos (1900) • O sonho é a realização de um desejo inconsciente (recalcado/reprimido). Nas crianças, muitas vezes, o desejo é “límpido” como o caso da menina que sonha com morangos que lhe foram negados no dia anterior. Mas no adulto, a maioria das vezes o desejo vem dissimulado de forma a parecer incoerente à primeira vista só sendo elucidado pelo trabalho de análise. (QUINODOZ, 2007)
  • 27. 1856-1939 Mecanismos na formação dos sonhos • Condensação – é reunir em um único elemento vários elementos – imagens, pensamentos, etc. – pertencentes a diferentes cadeias de associação. • Deslocamento – o trabalho do sonho substitui os pensamentos mais significativos de um sonho por pensamentos acessórios, de modo que o conteúdo importante de um sonho é desfocado e dissimula a realização do desejo. • Representação ou representabilidade – é a transformação de pensamentos em imagens sobretudo visuais. • Elaboração secundária – apresentação do conteúdo onírico de forma a ser um cenário coerente e inteligível. • Dramatização – transformar um pensamento em uma situação. • Substituição pelo seu contrário – inversão pelo oposto. (QUINODOZ, 2007)
  • 28. 1856-1939 Sonhos • Restos diurnos + realização de um desejo = sonho • O principal motivo para a deformação dos sonhos está ligado à CENSURA (posterior Superego) – que é uma instância particular na fronteira entre o consciente e o inconsciente que só permite passar o que lhe é agradável gerando o processo de REPRESSÃO/RECALQUE e constituindo o que é REPRIMIDO. No sono, uma parte da censura sofre um relaxamento e o que está reprimido se apresenta através dos mecanismos de formação dos sonhos citado anteriormente sofrendo modificações e formando o compromisso. • A função do sonho é a realização de um desejo para a permanência do sono, ou seja, “o sonho é o guardião do sono, e não um perturbador”. (QUINODOZ, 2007)
  • 29. 1856-1939 Sonhos • Os desejos reprimidos são desejos sexuais infantis que se originam da sexualidade infantil. • O SÍMBOLO tem um papel central no sonho pois permite que a pessoa que sonha contorne a censura camuflando as representações sexuais de sua intelegibilidade. E temos dois tipos de símbolos: • Símbolos universais • Símbolos individuais (QUINODOZ, 2007)
  • 30. 1856-1939 Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901) • Atos Falhos – desejo se realiza de uma maneira evidente. O ato falho é o resultado de um compromisso entre uma intenção consciente e um desejo inconsciente ligado a ele apresentando assim uma dupla face. Os mecanismos de formação dos atos falhos são os mesmos da formação do sonhos. • São exemplos de atos falhos: esquecimentos, lapsos ou substituições, erros de palavras ou frases no discurso, deslizes no comportamento. (QUINODOZ, 2007)
  • 31. 1856-1939 Os Chistes e a sua relação com o inconsciente (1905) • O Humor utiliza os recursos dos sonhos como a condensação e o deslocamento. A representação também está presente e é através dela que as palavras ganham duplos sentidos ou jogos de palavras ou ainda substituindo o pensamento pelo seu contrário. • Ao contrário dos sonhos, o chiste é um produto social que procura obter prazer e não possui o mecanismo da repressão. • Existem chistes de palavras e chistes de pensamento. (QUINODOZ, 2007)
  • 32. 1856-1939 Os Chistes e a sua relação com o inconsciente (1905) • São três procedimentos nas palavras: • Condensar duas palavras ou dois fragmentos de palavras • Empregar uma única palavra com uma dupla utilização • Tomar o duplo sentido ou o múltiplo sentido de uma palavra (jogos de palavras) • Pensamentos: • Deslocamento – usa a lógica para encobrir um erro de raciocínio • Nonsense – uma coisa estúpida (nonsense – sem sentido ou compreensão) estará ligada e lembrará uma outra coisa estúpida. • Sonho = realização de um desejo para evitar desprazer • Chiste = obter prazer (QUINODOZ, 2007)
  • 33. 1856-1939 Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905) • Freud traz a luz a sexualidade infantil – o que desagrada a muitos. • Traz os desvios sexuais em relação ao objeto sexual (pessoa) e em relação a meta (ato que leva a pulsão). • Crianças são perversas polimorfas em seu funcionamento normal. • O ser humano é um ser bissexual em essência. • Pulsões parciais – zonas erógenas. (QUINODOZ, 2007)
  • 34. 1856-1939 Fases de desenvolvimento da organização da sexualidade Oral Anal Fálica Período de latência Genital Autoerótica Voltada para o objeto • Freud afirma que as fases não são necessariamente lineares podendo existir retrocessos e avanços, mas cada fase deixa marcas permanentes atrás de si.
  • 35. 1856-1939 Fragmento da Análise de um caso de histeria – Dora (1905) • É no caso Dora que Freud descobre que a transferência vista como algo prejudicial na análise (Anna O.) torna-se seu mais poderoso auxiliar. • Dora interrompeu seu tratamento com 11 semanas, mas foi o suficiente para o insight de Freud de entender que ele assumiu para Dora o papel de pai e do Herr. K. • HISTÓRIA: O pai de Dora teve um caso com Frau K. e o marido de Frau K., Herr K. descobre. Para se vingar, corteja Dora que sentia-se apaixonada por ele por lembrar seu pai. Herr K. a surpreende um dia, abraça-a e a beija. Chocada ela se afasta dele e lhe dar um tapa. Desde então ela sente-se envergonhada por desejar e repulsar o Herr K. e generaliza para todos os homens. Ela tentar revelar isso para seu pai que a acusa de inventar a história. Ela então começa a sofrer de distúrbios nervosos e de depressão ameaçando suicídio. • A TRANSFERÊNCIA é uma figura importante do passado sendo projetada no presente na pessoa do psicanalista. (QUINODOZ, 2007)
  • 36. 1856-1939 Introdução ao Narcisismo (1914) • Freud divide o narcisismo em dois: • Narcisismo primário – é a libido que a criança toma para si mesma como objeto de amor e como centro do mundo antes de se dirigir a objetos exteriores. • Narcisismo secundário – é o retorno do investimento inicialmente feito a um objeto e que retorna ao sujeito desenvolvendo com isso a capacidade de amar as pessoas percebidas como separadas e diferentes de si. Assume o fundamento da autoestima e coexiste com o amor de objeto. • Narcisismo como patologia – pessoas que retiram seu investimento do mundo exterior tendo um retraimento da libido para si. (QUINODOZ, 2007)
  • 37. 1856-1939 Introdução ao Narcisismo (1914) • O estudo do narcisismo pode ser abordado: • Pela psicose = megalomania, onipotência do pensamento e magia • Pela doença orgânica = sono • Pela hipocondria = concentra seus investimentos em seus órgãos • Pela vida amorosa: • Escolha de objeto por apoio (mãe ou seu substituto) – homem • Escolha de objeto narcísica (na díade mãe/bebê escolhem a si – bebê) – mulher • Aparece o IDEAL DE EGO (consciência moral) – é o substituto do narcisismo perdido de sua infância onde ele era seu próprio ideal. (ensaio para o desenvolvimento da instância do superego) • Todos os pontos acima levam a pessoa a fazer um desinvestimento no objeto para investir em si. (QUINODOZ, 2007)
  • 38. 1856-1939 Metapsicologia Freudiana • Artigos sobre Metapicologia (1915-1917) • Pulsões e destinos das pulsões (1915) • Repressão (1915) • O Inconsciente (1915) • Complemento metapsicológico à teoria dos sonhos (1917) • Luto e Melancolia (1917[1915]) • Visão de conjunto das neuroses de transferência (1985[1915]) • Lições de introdução à Psicanálise (1916-1917 [1915-1916])
  • 39. 1856-1939 Metapsicologia • Pulsão – impulso dinâmico que tem uma fonte, uma finalidade e um objeto. É uma necessidade que precisa de satisfação. • Finalidade – obter a satisfação. Ex: com fome – se alimentar é a finalidade • Objeto da pulsão – pode ser um objeto exterior, uma pessoa do meio ou parte do próprio corpo e que pode ser substituído. • Fonte – o processo somático que é localizado em um organismo ou em uma parte do corpo e cuja excitação é representada na vida psíquica pela pulsão. • Não se conhece a fonte da pulsão a não ser de maneira indireta pelas suas finalidades. (QUINODOZ, 2007)
  • 40. 1856-1939 Metapsicologia • Princípio do prazer - O princípio do prazer-desprazer tem como propósito dominante alcançar prazer e evitar qualquer evento que desperte desprazer. • Princípio da realidade - tem como propósito obter prazer através da realidade, fazendo uma alteração real na mesma, para que enfim se possa obter prazer. • Prova de realidade – capacidade de distinguir percepção e representação, interior e exterior. (QUINODOZ, 2007)
  • 41. 1856-1939 Metapsicologia • Definição de pulsão – “um conceito limite entre o psíquico e o somático, como o representante psíquico das excitações, oriundas do interior do corpo e que chegam ao psiquismo, como uma medida da exigência de trabalho que é imposto ao psíquico em consequência de sua ligação com o corporal.” • 1ª teoria das pulsões (QUINODOZ, 2007)
  • 42. 1856-1939 Além do Princípio do Prazer (1920) 1ª fase 2ª fase Teoria das Pulsões Pulsão Sexual Autopreservação Pulsão de vida Pulsão de morte
  • 43. 1856-1939 1ª Tópica Freudiana Ponto de vista topográfico • Consciente • processo secundário – Princípio da realidade • Memória consciente • Abstração • Representação de coisa + de palavra • Pré-consciente: ainda não é consciente mas suscetível de se tornar consciente. • É onde age a segunda censura • Processo sencundário • Inconsciente: • atemporal • Processo primário – submetidos ao princípio do prazer • Nem negação, nem certeza • Traços mnêmicos • É onde age a 1ª censura • Concretude • Representação de coisa
  • 44. 1856-1939 2ª Tópica Freudiana • Id • Ego • Superego
  • 47. 1856-1939 Desenvolvimentos pós-freudianos: Análise de Crianças ANNA FREUD 1895 - 1982 MELANIE KLEIN 1882 - 1960
  • 48. 1823-1904 Contribuições de Melanie Klein (por Hanna Segal, 1975) • 1ª fase – inicia-se com seu artigo “On the development of the child” e culmina com a publicação de “The psycho-analysis of children” (1932). Nessa fase, Klein estabeleceu os fundamentos da análise de crianças e delineou o complexo de Édipo e o superego até as raízes primitivas do seu desenvolvimento. • 2ª fase – conduziu à formulação do conceito da posição depressiva e dos mecanismos de defesa maníaca tendo como referência os artigos “A contribution to th psycho-genesis of the manic depressive states” (1934) e “Mouring and its relation to manic depressive states” (1940). • 3ª fase – ocupou-se de um estado mais primitivo chamado posição esquizo-paranoide, formulada principalmente em seu artigo “Notes on some schizoid mechanisms” (1946) e em seu livro “Envy and Gratitude” (1957).
  • 49. 1823-1904 Análise de Crianças • Klein trouxe uma nova ferramenta: a técnica de brincar (play technique). Inspirando-se nas observações de Freud (1920) quanto ao brincar da criança com o carretel, Klein viu que o brincar da criança poderia representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias. Visto que não se pode exigir de crianças pequenas que façam associação livre, ela tratou de brincar na sala de recreio do mesmo modo como tratou suas expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes. (SEGAL,1975) • Klein entra assim no universo infantil inconsciente e suas relações de objeto e suas fantasias onipotentes. • Uma das suas grandes descobertas é que o SUPEREGO já encontra-se presente em crianças muito pequenas e precede o complexo de Édipo sendo um dos agentes promotores do desenvolvimento. (SEGAL, 1975)
  • 50. 1823-1904 Fantasia Inconsciente • Para Klein, as fantasias podem ser consideradas como representantes psíquicos ou o correlato mental, a expressão mental dos instintos. • A formação de fantasias é uma função do EGO. • A fantasia não é simplesmente uma fuga da realidade, mas um constante e inevitável acompanhamento de experiências reais, com as quais está em constante interação. • É também uma defesa contra a realidade interna – uma tentativa de satisfazer um desejo. • O bebê capaz de sustentar uma fantasia não é impulsionado a descarregar “como um meio de aliviar o aparelho mental de acréscimos de estímulos”. • Segal sugere que a origem do pensamento reside no processo de testar a fantasia contra a realidade, ou seja, que o pensamento não apenas contrasta com a fantasia, mas nela se baseia e dela deriva. (SEGAL, 1975)
  • 51. 1823-1904 Relações de Objeto • As crianças tendem a cindir (Split) seus objetos em bons e maus como uma forma primitiva de tentar lidar com esses sentimentos ruins tentando afastá-los e incorporar os bons. • Os objetos vistos parcialmente são cindidos em bons e maus, assim o seio que amamenta pode ser visto como um seio bom quando nutri, mas também é um seio mau quando a criança está com fome ou sentindo algum desconforto e ele não aparece magicamente. Tudo isso se dá no mundo da fantasia infantil. • Klein discorda de Freud sobre a sexualidade feminina e principalmente no estágio fálico. Ela aparece não como uma versão castrada da sexualidade masculina, e a posição feminina do menino adquiri maior importância. (SEGAL, 1975)
  • 52. 1823-1904 Relações de Objeto • Existe uma troca constante entre o sujeito (EU) e os objetos. Klein afirma que através de processos de introjeção, projeção e identificação projetiva ou introjetiva fazemos trocas de investimentos com os objetos. • IDENTIFICAÇÃO INTROJETIVA – é o resultado da introjeção do objeto no ego, o qual, então, se identifica com algumas ou com todas as suas características. • IDENTIFICAÇÃO PROJETIVA – é o resultado da projeção de partes do eu (self) no objeto. Pode ser como resultado não só o fato de que se perceba o objeto como tendo adquirido as características da parte projetada do eu (self), mas também o de que o eu (self) se torne identificado com o objeto de sua projeção. • A identificação projetiva patológica é o resultado de uma diminuta desintegração do eu (self) ou de partes do eu (self),que, então, são projetadas no objeto e desintegradas; resulta na criação de “objetos bizarros”. (SEGAL, 1975)
  • 53. 1823-1904 Identificação Projetiva • A identificação projetiva tem múltiplos objetivos: pode ser dirigida para o objeto ideal a fim de evitar separação, ou pode ser dirigida para o objeto mau a fim de obter controle sobre a fonte de perigo. Várias partes do eu (self) podem ser projetadas, com vários objetivos: partes más do eu (self) podem ser projetadas a fim de se livrar delas, bem como para atacar e destruir o objeto; partes boas podem ser projetadas para evitar separação, ou para mantê-las a salvo de coisas más internas, ou, ainda, para melhorar o objeto externo através de uma espécie de primitiva reparação projetiva. A identificação projetiva tem início quando a posição esquizo-paranoide é primeiramente estabelecida em relação ao seio, mas persiste e em geral se intensifica quando a mãe é percebida como um objeto total e todo o seu corpo é penetrado por identificação projetiva. (SEGAL, 1975)
  • 54. 1823-1904 Desenvolvimento Psíquico • Não influi no conceito de fases de Freud (oral, anal, fálica e genital), mas fala em funcionamentos em posições. • O bebê nasce e funciona primitivamente em um posição denominada ESQUIZO-PARANOIDE e através das trocas e das relações com os objetos passa para uma posição DEPRESSIVA. Posição Esquizo-paranoide Posição Depressiva
  • 55. 1823-1904 Posição Esquizo-paranoide • O ego imaturo do bebê é exposto, desde o nascimento, à ansiedade provocada pela polaridade inata dos instintos – o conflito imediato entro o instinto de vida e o instinto de morte. • O ego, buscando se defender, se divide (splits) e projeta essa sua parte destrutiva, que contém o instinto de morte, para fora, no objeto externo original – o seio (identificação projetiva) e manter dentro de si com o objeto ideal ou bom como algo protetor e que lhe dar vida. • A ANSIEDADE predominante é PARANOIDE/PERSECUTÓRIA e os objetos são vistos como OBJETOS PARCIAIS (que podem ser do EU e do OBJETO EXTERNO). Existe uma extrema IDEALIZAÇÃO e uma NEGAÇÃO mágica onipotente. (SEGAL, 1975)
  • 56. 1823-1904 Posição Esquizo-paranoide • Os objetos ideais e perseguidores introjetados formam as primeiras raízes do superego. O objeto perseguidor é experimentado como punitivo, de forma retaliativa e impiedosa. (SEGAL, 1975)
  • 57. 1823-1904 Inveja • Inveja primitiva (ou primária) – é experimentada pelo bebê principalmente em relação ao seio que o alimenta. É possivelmente a primeira manifestação externa do INSTINTO MORTE, já que ataca o que é sentido como sendo a fonte da vida. • Inveja é diferente de ciúme. A inveja é uma relação de duas partes no qual o sujeito inveja o objeto ou alguma posse ou qualidade (objeto parcial). O ciúme é uma relação de objeto total em uma relação triangular. • A inveja pode fundir-se com a voracidade (desejo de extrair toda a bondade do objeto) e esgotar inteiramente o objeto. • A inveja diminui à medida que aumenta a gratificação. (SEGAL, 1975)
  • 58. 1823-1904 Posição Depressiva • Se as condições de desenvolvimento são favoráveis, o bebê sentirá cada vez mais que seu objeto ideal e que seus próprios impulsos libidinais são mais fortes do que o objeto mau e do que seus impulsos maus; ele será cada vez mais capaz de identificar-se com eu objeto ideal e, em virtude dessa identificação, bem como em virtude do crescimento fisiológico e do desenvolvimento do seu ego, ele sentirá cada vez mais que este se torna mais forte e mais capaz de se defender e de defender seu objeto ideal. Quando o bebê sentir que seu go está forte e na posse segura de um objeto ideal forte, ele se sentirá menos temeroso de seus próprios impulsos maus e, portanto, menos impulsionado a projetá-los para fora. Quando diminui a projeção e impulsos maus, diminui também o poder atribuído ao objeto mau, ao passo que o ego se torna mais forte, já que está menos empobrecido pela projeção. Aumenta a tolerância do bebê em relação ao instinto de morte dentro de si mesmo e diminuem seus medos paranoides; a divisão (splitting) e a projeção diminuem e o impulso para integração do go e do objeto pode tornar-se gradualmente preponderante. (SEGAL, 1975)
  • 59. 1823-1904 Posição Depressiva • Quando esses processos integradores se tornam mais estáveis e contínuos se inicia uma nova fase da vida – a posição depressiva. • O bebê olha a sua mãe por inteiro. Como um OBJETO TOTAL com características boas e ruins reunidas. • As ansiedades brotam da ambivalência e a principal ansiedade da criança é a de que seus próprios impulsos destrutivos tenham destruído ou destruam o objeto que ela ama e do qual depende totalmente. • Os processos introjetivo são intensificados em virtude do estágio oral. • Existe um luto e um anseio pelo objeto bom e, a CULPA, vem como consequência do medo de sua destrutividade tenha danificado o objeto. • A CULPA busca o processo de REPARAÇÃO. (SEGAL, 1975)
  • 60. 1823-1904 Posição Depressiva • O bebê se torna consciente de si mesmo e de seus objetos como separados dele. Começa a distinguir fantasia da realidade externa pelo teste de realidade. • Há um fortalecimento do ego pelo crescimento e pela assimilação de objetos bons, os quais são introjetados no ego e também no superego. • O caráter do superego muda e o objeto ideal se torna parte do ego-ideal do superego, muitas vezes também perseguidora, por causa das altas exigências de perfeição. • Com o ego mais organizado as projeções enfraquecem e a repressão toma o lugar da divisão (splitting). Os mecanismos psicóticos gradualmente dão lugar aos mecanismos neuróticos, a inibição, repressão e deslocamento. Pode-se ver a gênese da formação simbólica (e também dos processos de sublimação) pois ela é o produto de uma perda sendo um trabalho criativo que envolve o sofrimento e todo o trabalho do luto. (SEGAL, 1975)
  • 61. 1823-1904 Defesas Maníacas • As defesas maníacas auxiliam o ego a suportar o sofrimento pois o protegem o desespero total. Quando o sofrimento e as ameaças diminuem, as defesas maníacas podem dar lugar à reparação. Mas, se elas forem excessivamente fortes, formam-se pontos de fixação. • Elas incluem mecanismos como a divisão (sliptting), idealização, identificação projetiva, negação, etc. Sendo que elas são mais organizadas devido ao desenvolvimento egoico e sua nova relação com a realidade e são dirigidas à ansiedade depressiva e culpa. • Como a experiência depressiva está vinculada a uma tomada de conhecimento de um mundo interno, que contém um objeto interno altamente valorizado que pode ser danificado pelos próprios impulsos, as defesas maníacas serão usadas contra qualquer experiência de ter um mundo interno ou de conter nele quaisquer objetos valorizados, bem como contra qualquer aspecto da relação entre o eu (self) e o objeto que ameace conter dependência, ambivalência e culpa. • A relação com os objetos se caracteriza pelos seguintes sentimentos: CONTROLE, TRIUNFO e DESPREZO. (SEGAL, 1975)
  • 62. 1823-1904 Defesas Maníacas • A constante necessidade de renovar o ataque ao objeto original de amor e dependência coloca em movimento o círculo vicioso tão característico das defesas maníacas. Na posição depressiva, o objeto é originalmente atacado de fora ambivalente. Quando, nessa situação, culpa e perda não podem ser suportadas, as defesas maníacas entram em cena. O objeto então é tratado com desprezo, controle e triunfo. As atividades reparadoras não podem ser levadas a efeito, e os ataques sempre renovados aumentam tanto a destruição do objeto quanto sua retaliação vingativa, aprofundando assim as ansiedades depressivas e tornando a situação depressiva subjacente cada vez mais sem esperança e perseguidora. • Por vezes, alguma preocupação com o objeto pode ser parcialmente preservada, e mecanismos maníacos podem ser usados de modo reparador, apresentando a reparação maníaca um problema próprio muito especial. (SEGAL, 1975)
  • 63. 1823-1904 Reparação • As fantasias e atividades reparadoras resolvem as ansiedades da posição depressiva. A aguda intensidade da ansiedade depressiva é mitigada pelas repetidas experiências de perda e recuperação do objeto. • Quando o ego restaura e recria o objeto internamente, este se torna cada vez mais propriedade do ego, sendo assimilado e contribuindo para o seu crescimento – por isso o ego enriquece no processo de luto e aumenta a frequência do teste de realidade. (SEGAL, 1975)
  • 64. 1823-1904 Sexualidade Feminina • “Segundo seu ponto de vista, a menina, afastando-se do seio para o corpo da mãe, exatamente como o menino, tem fantasias de escavar e de ela própria possuir todos os conteúdos desse corpo, em especial o pênis do pai dentro da mãe e seus bebês. Como o menino, desde que suas fantasias são muito ambivalentes, os conteúdos do corpo da mãe, incluindo o pênis, podem ser sentidos como muito bons ou muito maus, mas sob o impacto da frustração e da inveja primitivas ela se volta cada vez mais para o pênis de seus pai, antes e tudo dentro do corpo de sua mãe, depois como um atributo externo do corpo de seu pai, de um modo oral incorporativo. Melanie Klein observou que, na menina, há uma tomada de conhecimento primitiva de sua vagina, e a atitude oral passiva se torna transferida da boca para a vagina, preparando o terreno para um posição edipiana genital.” (SEGAL, 1975)
  • 65. 1823-1904 Sexualidade Feminina • “Nessa atitude primitiva para com a sua mãe, há elementos tanto do desenvolvimento heterossexual como do homossexual. O superego materno primitivo pode ser muito terrificante para que a menina enfrente a rivalidade com a mãe, contribuindo então para a homossexualidade. Do mesmo modo, se o pênis de seu pai se torna um objeto muito mau, pode leva-la a temer relações sexuais com esse pênis. Sob o impacto da culpa e do medo, fantasias restitutivas em relação ao corpo de sua mãe podem também se tornar um forte determinante de homossexualidade. Por outro lado, o desejo primitivo de tomar o lugar da mãe e possuir suas riquezas, a volta para o pênis do pai como um objeto de desejo, restituição e reparação em relação à mãe interna, e o desejo de suprir essa mãe interna com um pênis e com bebês – tudo isso contribui para o desenvolvimento heterossexual.” (SEGAL, 1975)
  • 66. 1823-1904 Sexualidade Masculina • “Em relação ao complexo de Édipo do menino houve também uma certa mudança de ênfase. A relação primitiva com o seio da mãe e as fantasias sobre seu corpo, segundo Melanie Klein, desempenham significativo papel no desenvolvimento do complexo de Édipo tanto do menino quanto da menina. O afastamento primitivo do seio para o pênis ocorre como na menina, estabelecendo os fundamentos para a posição feminina do menino; e logo o menino, como a menina, sustenta uma luta entre essa posição feminina, na qual ele se afasta da mãe para o pênis paterno bom, e sua posição masculina, na qual ele quer identificar-se com o pai e deseja sua mãe. As ansiedades provocadas por seus objetos internos levam-no cada vez mais a dirigir seus desejos sexuais para a sua mãe externa real. (SEGAL,1975)
  • 68. 1897-1979 Wilfred Bion e a Teoria do Pensamento • O Pensamento, as emoções e o conhecimento são indissociados entre si, sendo que o pensamento precede ao conhecimento, porquanto o indivíduo necessita pensar e criar o que não existe, ou o que ele não conhece. • Existe uma diferença entre “pensamento” (como substantivo/adjetivo) e a função de “pensar” (como verbo). “O pensar é um desenvolvimento forçado sobre o psiquismo, pela pressão dos elementos dos pensamentos, e não o contrário”. (Zimerman,1995)
  • 69. 1897-1979 Teoria do Pensamento • O Pensamento para Bion tem como ponto de partida a frustração das necessidades básicas impostas ao lactante. • O essencial é a maior ou menor capacidade do Ego do lactante poder tolerar o ódio resultante dessas frustrações. E, no trabalho analítico, é importante saber se haverá uma fuga ou uma modificação desta frustração. • Bion fala de “um pensamento sem pensador” que seria um pensamento errante em busca de algum pensador para se alojar nele. (Zimerman,1995)
  • 70. 1897-1979 Teoria do Pensamento • Pensamento vazio seria uma forma que está esperando por um conteúdo equivalendo a uma preconcepção que está a espera de uma realização. • Realizações consistem em experiências emocionais resultantes de frustrações da onipotência do lactante e que, por isso, ele precisa se voltar ao mundo real (daí: real-ização), sendo que essas realizações podem ser positivas ou negativas. • Realização positiva – confirmação de que o objeto necessitado está presente e atende às necessidades do lactante • Realização negativa – o lactante não encontra um seio disponível para a satisfação e essa ausência é vivenciada como a presença de um seio ausente e mau. O ser mau é porque sua ausência gera sofrimento. (Zimerman,1995)
  • 71. 1897-1979 Teoria do Pensamento • Se a inata capacidade para tolerar as frustrações for suficiente, a experiência do “não seio” torna-se um protopensamento e se desenvolve um aparelho psíquico para pensá-lo. Se for insuficiente o seio mau é expulso através de identificações projetivas e existe uma hipertrofia da onipotência. • Preconcepção + realização positiva = CONCEPÇÃO • Preconcepção + realização negativa = PENSAMENTO • Concepção + concepção = conceito • Se aprende pela experiência (Zimerman,1995)
  • 72. 1897-1979 Teoria do Pensamento • As experiências de realização negativa são inerentes e indispensáveis à vida humana, e elas podem seguir a dois modos de desenvolvimento: se o ódio resultante da frustração não for excessivo à capacidade do ego do lactante em suportá-lo o resultado será uma sadia formação do pensamento, através do que Bion denomina como a “função α”, a qual integra as sensações provindas dos órgãos dos sentidos com as respectivas emoções. Caso contrário, se o ódio for excessivo, os protopensamentos que se formam, denominados por Bion como “elementos β”, não se prestam para a função de serem pensados, porquanto eles são tão abrumadores que precisam ser imediatamente aliviados, portanto descarregados pela criança, o que é feito através de uma agitação motora (e, no caso de pacientes, por meio de actings), ou pela via de somatizações, mas sempre com um exagerado uso expulsivo de identificações projetivas. (Zimerman, 1995)
  • 73. 1897-1979 Elementos α e Elementos β • Os ELEMENTOS α proliferam e se aderem entre si formando um conjunto que Bion denomina Barreira de Contato que funciona como uma membrana semipermeável demarcando um contato, uma separação e o intercâmbio entre o consciente e o inconsciente, entre o mundo real externo e o interno impedindo que um invada o outro dando inclusive a noção de passado e futuro. Os ELEMENTOS β se proliferam sob a forma de aglomeração, sem integração e vinculação entre si e Bion chamou isso de pantalha (ou tela) β e não diferencia nada (fantasia/realidade, consciente/inconsciente e nem faz a elaboração dos sonhos) Gera-se estados mentais confusionais – em alta intensidade a psicose. (Zimerman,1995)
  • 74. 1897-1979 Teoria do Pensamento • Bion fala que a mãe deve ter uma capacidade de continência que ele chama de capacidade de reverie sendo um continente para dar conta do bombardeio das identificações projetivas do bebê e forma o modelo de continente-contido. • Para se formar e utilizar os pensamentos faz-se necessário as interações dinâmicas entre o modelo continente-contido e entre as posições esquizo-paranoide (PS) e depressiva (D). PS↔ D É pela posição depressiva que se dão as sucessivas modificações progressivas. (Zimerman,1995)
  • 75. 1897-1979 Teoria do Pensamento • Mais importante do que tornar o conflito consciente, o interesse voltou-se para o intercâmbio comunicativo entre as duas instâncias priorizando a passagem do paciente do processo primário para o secundário que significa o mesmo que (objetivando e simplificando) ensinar o paciente a pensar. • O pensar se dá através de várias formas de olhar uma mesma questão. Uma integração de perspectivas diferentes. • Há um aparente paradoxo na teoria de Bion: é a frustração (não excessiva) que mobiliza a capacidade para pensar, porém o pensar somente se desenvolve mediante uma tolerância às frustrações. O pensamento é doloroso desde a sua origem mais primitiva, porquanto o primeiro pensamento útil (a) surge quando se aceita a dor da frustração, ao invés de simplesmente evacuar a presença interna do “não seio”, sob a forma de elementos β. (Zimerman,1995)
  • 76. 1897-1979 Modificações progressivas do pensamento Pela elaboração exitosa da posição depressiva onírico Grau abstrativo do cálculo algébrico Sistema dedutivo científico Pré-concepções concepções
  • 77. 1897-1979 Sem memória, sem desejo e sem compreensão • É a mudança na atitude do analista, com uma certa privação dos órgãos do sentidos, que possibilitasse um máximo de intuição. • A intuição é considerada uma espécie de percepção do inconsciente que se dá por uma comunicação inconsciente vinda da atenção flutuante de Freud. • O objetivo é não saturar a mente do analista com preconcepções que irão cegá-lo para a relação que está se desenvolvendo no aqui-e-agora da sessão analítica. • Sentimentos e ideias que surjam no analista no momento da sessão devem ser pensadas e relacionadas à relação psicanalista-psicanalisando. (Zimerman,1995)
  • 79. 1896-1971 Donald Winnicott • Objeto Transicional • Mãe suficientemente boa • Falso Self • Capacidade de estar só
  • 80. 1896-1971 Objeto Transicional • “Observando bebês, Winnicott constatou que entre os quatro e os doze meses a criança apega-se a um objeto que adquire para ela um valor primordial. Esse objeto é manipulado, chupado, acariciado e torna-se indispensável no momento do adormecer. Os pais reconhecem-lhe o valor, levam-no para todo lugar e aceitam que ele fique sujo. Lavá-lo introduziria uma quebra na continuidade da experiência da criança, destruindo a significação e o valor desse objeto que constitui uma defesa contra a angústia de tipo depressivo”. (Scheimberg, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 1304)
  • 81. 1896-1971 Objeto Transicional • O que interessa é a primeira posse “não-Eu” e a zona de experiência intermediária entre o polegar e o urso de pelúcia, entre o erotismo oral e a verdadeira relação de objeto, entre a subjetividade e a objetividade, entre a criatividade primária e a projeção do que foi introjetados. • A noção de objeto e de fenômenos transicionais foi conceituada segundo três eixos: como uma etapa do desenvolvimento afetivo normal da criança, como uma defesa contra as angústias de separação e, por último, como um espaço psíquico, um campo neutro de experiência que não será contestado: é a área da atividade lúdica e da ilusão. (Scheimberg, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 1305)
  • 82. 1896-1971 Objeto Transicional • A criança só pode utilizar o objeto transicional a partir do momento em que o objeto interno “está vivo e é real e suficientemente bom”, o que depende da qualidade dos cuidados maternos. Se o objeto externo é mau ou ausente, o objeto interno adquire um caráter persecutório. Se a carência do objeto externo persiste, o objeto interno não tem o menor sentido e o objeto transicional perde toda a significação, podendo converter-se então num objeto-fetiche. /Winnicott cita igualmente a toxicomania, a mentira e o roubo como eventualmente ligados a uma patologia de transicionalidade. (Scheimberg, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 1305)
  • 83. 1896-1971 Mãe suficientemente Boa • Chama-se “mãe suficientemente boa” à mãe cuja harmonização física e emocional consciente e inconsciente como o seu bebê a adapta convenientemente aos diversos estágios dos primeiros anos da infância dele, assegurando assim um ambiente ótimo para a instauração saudável de um ser distinto, finalmente capaz de relações de objeto maduras. • O conceito engloba a “mãe dedicada comum” e o “ambiente suficientemente bom”. Ele afirma que não existe bebê sem mãe pois é a mãe que atende as necessidades corporais e emocionais do bebê permitindo o início de seu processo de integração. (Jennifer Jonhs, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 1117)
  • 84. 1896-1971 Mãe suficientemente Boa • A mãe suficientemente boa é aquela que responde ao gesto da criança, que lhe dá a ilusão temporária de onipotência, permite a realização da alucinação e a protege da angústia impensável (angústias ou agonias primitivas) que ameaça o Eu imaturo no estágio da dependência absoluta. Um fracasso nesse estágio pode resultar numa psicose. • Com o desenvolvimento da criança a mãe, aos poucos, vai se tornando menos empática fazendo com que o bebê possa ter contato com seus insucessos de forma tolerável e ajudando-o a diferenciar o Eu do não-Eu. O fracasso desse processo culmina no falso Self. (Jennifer Jonhs, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 1117)
  • 85. 1896-1971 Mãe suficientemente Boa • Winnicott mostra como a capacidade para estar só pode se desenvolver a partir da experiência que a criança pequena tem da solidão na presença de uma outra. A imaturidade do Eu é compensada pelo apoio ao Eu assegurado pela mãe. Com o tempo, esse apoio é interiorizado, de modo que essa solidão passa a ser tolerável. (Winnicott, D. W. 1958 apud Jennifer Jonhs, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 1117)
  • 86. 1896-1971 Falso Self • O “falso self” são certos tipos de falsa personalidade que se desenvolvem após um fracasso precoce e repetido por uma mãe insuficientemente boa não sendo o potencial do verdadeiro Self que fica escondido. • As mães insuficientemente boas que não são capazes de preencher as necessidades excitadas do bebê ou exigem uma resposta inadequadamente integrada de uma criança pequena incapaz de a dar, são descritas como intrusivas e traumatizantes. Quando os traumatismos repetidos se produzem muito cedo no desenvolvimento, a criança pequena vê-se exposta a um pavor impensável ou a uma angústia primitiva da qual pode resultar uma psicose. Tornar-se dócil é a resposta da criança mais velha e mais integrada a uma mãe desse gênero, que se revela incapaz de responder ao gesto da criança e o substitui por um dos seus. A criança pode então desenvolver um falso Self, o qual começa a instaurar um conjunto de relações baseadas na docilidade ou mesmo na imitação, ficando o potencial do verdadeiro Self irrealizado e escondido. (Jennifer Johns, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 671)
  • 87. 1896-1971 Capacidade de estar só • É estar só na presença de outro. • O autor anuncia de imediato a sua intenção: em lugar do medo ou do desejo de solidão, frequentemente descritos, o que chama a sua atenção é o que nos permite viver: a solidão concebida não como uma retirada defensiva que nos separa de um mundo hostil, ou como deserção, abandono, até aniquilamento de si mesmo, mas como uma experiência positiva; ainda mais: como uma “possessão das mais preciosas”. • Eu estou só e ao mesmo tempo não estou só, não porque mantenho a presença da mãe em mim, mas porque consegui desligar-se da sua “loucura” e não me sentir aniquilado se ela se afasta e não se ocupa mais de mim. É possível que cada um de nós tenha, por uma parte, que substituir um ambiente materno suscetível de converter-se num campo sem fronteiras. Uma “elaboração imaginária”, uma vida psíquica com seus fluxos e refluxos: “possessão das mais preciosas”, com efeito. (Jean-Bertand Pontalis, 2005. In: Mijolla. Dicionário Internacional de Psicanálise, p. 291)
  • 89. 1924-2006 Armando Ferrari • Objeto Originário Concreto • Não consideramos que o objeto principal da mente seja o seio materno (ou a mãe), em todas as suas possíveis representações, mas aquilo que chamamos de Objeto Originário Concreto (OOC). Este, porém, não é um objeto psíquico em sentido clássico, pois não é nem um objeto externo (fornecido pelo ambiente), nem um objeto interno (resultado de um processo introjetivo). É um objeto concreto, que existe antes de qualquer introjeção; é a matriz originária de uma fisicidade que se exprime por sensações e emoções, e está ligado às funções fisiológicas que precedem todas as formas de atividade psíquica: nós o compreendemos como um núcleo originário de identidade físico-psíquica do qual a criança não pode prescindir. Nesse sentido, a acepção de objeto é entendida de modo substancialmente diferente da acepção do modelo clássico: entende-se por OOC uma espécie de núcleo primogênio de funções somáticas (sensoriais, fisiológicas, metabólicas, etc.), já presente no momento do nascimento, que se articula com as funções mentais primárias de contenção e registro. (Ferrari, A; Carignani, Paulo, 2004, p. 168-169)
  • 90. 1924-2006 Objeto Originário Concreto • Nessas relações, Ferrari irá chamar o objeto primeiro de relação do indivíduo, ou seja, o corpo e suas sensações, emoções e seu simbolismo psíquico, como sendo Objeto Originário Concreto (OOC). É um objeto para a mente que o representa para o indivíduo. Ferrari (1995, p. 31) define: “[...] o chamamos de objeto e de concreto, porque é o único objeto concreto que sentimos como pertencente à percepção global de nós mesmos no mundo.” É originário por ser o primeiro. (Menezes, 2014)
  • 91. 1924-2006 Coordenada Vertical – Uno ↔ Binário Coordenada Horizontal – Ego ↔Mundo • o ser humano nasce e encontra a possibilidade de desenvolver-se através do seu interior e das relações que faz com o exterior. Suas relações interiores são chamadas de COORDENADA VERTICAL, enquanto que as relações com o meio são chamadas de COORDENADA HORIZONTAL. A dinâmica, interação dessas duas coordenadas que ocorrem ao mesmo tempo, vai constituindo um conjunto de experiências e sentimentos únicos que criam a identidade ou CONFIGURAÇÃO EGOICA. • Na construção e desenvolvimento do ser, o UNO (corpo e sensações) está junto ao BINÁRIO (mente e sensações em potencial). Com o desenvolvimento da capacidade de pensar, o ser humano passa a representar e simbolizar aquilo que sente e, assim, pode compreender, acolher e suportar melhor os impulsos da vida. (Menezes, 2014)
  • 92. 1924-2006 Consciente e Inconsciente • Consciente – cognoscível • Inconsciente – parte cognoscível em potencial e parte incognoscível • Consciência: • a capacidade de conhecer o que está ao seu redor, o objeto, o não-eu; • e a capacidade de se reconhecer (autoconsciência)
  • 93. 1924-2006 O eclipse do corpo • Ferrari diz que, quando a mente é capaz de se colocar sobre o corpo de forma a lidar em uma outra instância com o que emerge, o OOC é eclipsado. Ou seja, os impulsos corporais são filtrados pela mente e as sensações podem ser suportadas, toleradas. O eclipse do OOC dá a possibilidade do indivíduo suportar o sofrimento, melhorando e aperfeiçoando sua capacidade de viver. (Menezes, 2014)
  • 95. 1856-1939 Considerações sobre o minicurso • Essa apresentação não tem a pretensão de enfocar todo o conteúdo psicanalítico desenvolvido até os dias atuais. A ideia é poder compreender um pouco o desenvolvimento do olhar psicanalítico ao longo dos seus cento e poucos anos de existência e poder gerar dúvidas e questionamentos que levem os curiosos da psicanálise a aprofundar seus conhecimentos em cursos mais especializados. • É claro que ficaram de fora muitos e importantes autores psicanalistas que também poderão ser vistos em uma outra oportunidade.
  • 96. Referências • Livros: • FERRARI, A; CARIGNANI, Paulo. Vida e Tempo – Reflexões Psicanalíticas. Ed. Casa do Psicólogo, 2004. • MIJOLLA, Alain de. Dicionário internacional de psicanálise: conceitos, noções, biografias, obras, eventos, instituições. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2005. Vol 1 e 2. • QUINODOZ, Jean- Michel. Ler Freud: guia de leitura da obra de S. Freud. Porto Alegre: Artmed, 2007. • SEGAL, Hanna. Introdução à obra de Melanie Klein. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1975 • ZIMERMAN, David. Bion: da teoria à prática – uma leitura didática. Porto Alegre: artes Médicas, 1995. • Revistas: • Revista Psique Edição Especial, ano I nº4. Grandes pensadores da psicanálise. Editora Escala. • Revista Coleção Memória da psicanálise: Freud e o despertar do inconsciente. Viver mente e cérebro. Duetto Editorial. • Sites: • http://www.heraldomarciogalvao.com.br/cronologia.htm • http://www.metapsychique.org/La-parapsychologie-a-Freiburg.html (Fanny Moser) • http://segredosdapsicologia.webnode.com.pt/freud-e-o-desenvolvimento-psicossexual-i/freud-e-a-estrutura- do-psiquismo/ • http://www.saudevida.com/site/artigos/principio-do-prazer-x-principio-da-realidade/ • Artigos: • MENEZES, Petruska. Hipóteses do despertar da consciência. In: http://www.psicanalisearacaju.org.br/?pag=textos&idtexto=135&idcoluna=28