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Trajetória
Analítica
(Coletânea )
TEORIAS PSICANALÍTICAS -
“Neurose”
Supervisão Prof. Dr. Sérgio Costa
1
TEORIA PSICANALITICA III
1. A NEUROSE
O que quer que, em qualquer quantidade esteja produzindo um mal, é
absolutamente inconsciente, quando de sua atuação .
São as amnésias, que aos poucos vamos constatando que se estendem até
aos primórdios da infância, ligadas as lembranças esparsas daquela época que,
de alguma forma, sobreviveram. Trabalhando em cima delas, acaba o
profissional por descobrir que associadas à elas, poderá haver experiências que
acabaram por se tornar inconscientes para o paciente: são as ditas experiências
encobridoras, que são fragmentos históricos e preenchem assim as deficiências
de lembranças. Quando não é assim, tem-se o caso de nos depararmos com
amnésias totais, o que nos obriga a trabalhar sobre o que não temos... O ser
humano de seus primeiros cinco anos de vida, chega a ser uma regra; mas é
desafiadoramente interessante verificarmos que o esquecimento é referido
como uma impossibilidade.
Há uma doença em que encontramos, via de regra, amnésias totais:
é na histeria, enquanto que noutra, na neurose compulsiva (e também na
esquizofrenia), deparamos com quadros de rememorações compulsivas , que se
localizam em tempos remotos, mas tudo muito desconexo, sem qualquer
ligação e que, por isso mesmo, acabam por se tornarem inúteis.
2
Sobre o sintoma , podemos dizer que é como se fora um engenho: suas
partes componentes são a repetição de experiências marcantes e de impulsos
reprimidos a elas conectadas, resultando daí a nossa compreensão de que o
Consciente(Cs) não aceita a simultaneidade de satisfação de um instinto e a
negação de sua gratificação.
Inconsciente(ICS), se constitui num problema: existe, mas não
conhecemos o seu formato. Dele, nós os Psicanalistas, temos uma concepção
muito nossa: é algo amplamente positivo e não uma simples ausência de
consciência e isso porque, dele percebemos, com nitidez, as ações que
aparecem nos atos falhos, ações involuntárias , sonhos, fantasias, adoções de
algumas práticas religiosas e supersticiosas, que são energia psíquica, o que
habilita a interferir em nosso dia-a-dia, deixando-nos, muitas vezes, em
situações difíceis e delicadas, por serem as suas manifestações absolutamente
incompreensíveis para nós por sua absoluta involuntariedade.
A estas alturas cabe a pergunta: “ Existe uma pré-disposição para a
neurose?’’ A resposta pode ser: Parece que sim, por conta de uma eventual
fraqueza do ego no que tange à função sexual, “...como se a oposição biológica
entre a auto-preservação e a preservação da espécie encontrasse aí, uma
expressão psicológica .”
2. OS MECANISMOS DE DEFESA
Quando um ser humano se depara com o perigo, desenvolve ele medidas
defensivas, que serão função das características pessoais, do grau de
desenvolvimento do ego da natureza do perigo ameaçador.
O desenvolvimento de um sistema de defesa provoca uma grave
perturbação entre as energias psíquicas a serem mobilizadas no esforço
defensivo.
Na verdade, o primeiro sinal de alarme ante o perigo é um sentimento de
angústia, que tem como característica negativa, o fato de ser desconfortável.
3
Mas há muitos outros mecanismos , que podem ser divididos em
eficazes e não-eficazes.
Os eficazes são os que proporcionam o estancamento do que seja
desagradável e os não-eficazes, são aqueles que exigirão um verdadeiro estado
permanente de rejeição, para manter as pulsões perigosas à distância, ou pelo
menos sobre controle.
Algo como alguém que tenha certeza de que sua propriedade será
invadida, despende recursos de toda ordem para evitar os prejuízos, além de
gastar muito tempo com o planejamento e o desenvolvimento de técnicas novas
para reforçar os sistemas já instalados: ao final de alguns anos alguém poderá
lhe dizer: “Você não viveu.Você se defendeu!”
É justamente nas defesas do segundo tipo(as não-eficazes)que as
neuroses se enraízam, pois ao não encontrarem condições de descarga, os
impulsos se mantém “ em suspensão” nos Ics, sendo, ainda, alimentados por
suas fontes físicas, produzindo um estado de tensão, com possibilidade de
irrupção(Fenichel).
Na relação dos mecanismos de defesa eficazes, estão todas as que se
definem como sublimações, como o são as atividades artísticas e pesquisas de
toda ordem, por preencherem a característica principal que é o distanciamento
da sexualidade ao lado dos objetivos de grande significação social.
Entre as não-eficazes (ou patológicas, segundo Fenichel), se encontra
uma longa lista incluindo negação (o negar as sensações dolorosas); a projeção
(o expulsar de si, depositando, no outro, qualidades, sentimentos etc. que
desconhece, ou que não deseja admitir que traz em si); repressão (o pretender
fazer desaparecer da consciência algo desagradável, doloroso ou inoportuno);
formação reativa (é o opor-se a um desejo recalcado: um piro-maníaco tornar-
se bombeiro) e assim por diante.
4
3. A HISTERIA
Na verdade , o que há, são três quadros de histeria: a de conversão, a de
angústia e a traumática.
Acontece, porém, que na prática clínica, tornam-se secundárias as
especificações, vez que o que interessa ao clínico é intervir terapeuticamente no
quadro, visando neutralizar os fatores neuróticos formadores de desejo, ou seja:
a economia neurótica do desejo, chegando aos traços estruturais, ultrapassando,
assim, o superficial, que são os sintomas.
A propósito , lendo o vocabulário da Psicanálise (que traz
conceituações lacanianas, e que , nem por isso, contradiz SF) encontramos uma
conceituação muito elucidativa:
“Classe de neurose (a histeria) que apresenta quadros clínicos muito
variados. As duas formas sintomáticas, mais bem identificadas são a histeria de
conversão, em que o conflito psíquico vem simbolizar-se nos sintomas
corporais mais diversos, paroxísticos (exemplo: crise emocional com
teatralidade) ou mais duradouros (exemplo: anestesias, paralisias histéricas,
sensação de bola faríngica etc.), e a histeria de angústia em que a angústia é
fixada de modo mais menos estável neste ou naquele objeto exterior(fobias).
Foi na medida em que Freud descobriu no caso de histeria de conversão
traços etiopatogênicos importantes, que a Psicanálise pode referir a uma mesma
estrutura histérica quadros clínicos variados, que se traduzem na organização
da personalidade e no modo de existência, mesmo na ausência de sintomas
fóbicos e de conversões patentes.
Pretende-se encontrar na especificidade da histeria na predominância
de um certo tipo de identificação e de certos mecanismos (particularmente a
repressão, muitas vezes manifesta) e no aflorar do conflito edipiano que se
desenrola principalmente nos registros libidinais fálico e oral”.
5
4. O SONHO E A SUA IMPORTÂNCIA
Ouvindo os pacientes a associar livremente, Freud percebeu que no
meio de todo o material que surgia, vinham sonhos, mas ele não os diferenciava
das associações, até o momento em que se deu conta do fato de existirem ,
neles, significados próprios , passíveis de análise.
Todos os sonhos contêm a realização de um desejo frustrado.
A deformação é o efeito deste trabalho , a que chamamos de Trabalho do
Sonho (Traumarbeit). É muito importante que , de saída, atentemos para o
sonho manifesto, mesmo ele sendo carregado de incoerências, pois é com este
material amorfo que trabalhará o Psicanalista, visando trazer à tona o sonho
latente, que sempre se encontra por trás do manifesto, uma transformação do
primeiro, transformação essa que corresponde à satisfação dos desejos e
pulsões inconscientes de que se falou acima.
Mas como transitar do sonho manifesto para latente? Há que ser via
interpretação do relato que se colhe partir de todas as associações livres.
Todo pesadelo trás um componente característico: a ansiedade, que, por
vez, é o produto de um conflito psíquico, em que, de um lado há um desejo de
gratificação e do outro uma oposição imperativa.
(1) a condensação (Verdichtung) que é um fator que aparece em múltiplas
formações inconscientes e, de modo especial, nos sonhos, com o fim
de permitir um escape da censura, complicando, simultaneamente, a
leitura do relato do que é manifesto.
(2) Deslocamento(Verdichtung) é o fenômeno correspondente ao fato de
uma intensidade psíquica ter a propriedade de se deslocar, passando à
outras inicialmente pouco intensas.
6
Um sonho que não tenha compreendido é como uma
carta que não tenha sido aberta.
(3) Consideração da Figurabilidade (Rucksicht auf Darstellbarkeit), que é
a “...exigências a que estão submetidos os pensamentos do sonho:
eles sofrem uma seleção e uma transformação que os torna aptos a
serem representados em imagens”.
(4) Elaboração secundária (sekundare Bearbeitung) é a operação mental
inconsciente , por intermédio da qual o conteúdo latente de um sonho
se transforma em um sonho manifesto, o que é um efeito da censura.
5. AS NEUROSES : TOPOGRAFIA E DINÂMICA
Ante um ser humano, não é difícil ver-se que seu comportamento,
conquanto nitidamente marcado por normas, ditas sociais e adaptações a
valores culturais, apresenta ele sinuosidades, que podem surpreender até quem
o conheça no nível mais íntimo, inclusive a ele próprio: é que há elementos
determinantes de certos atos atuando em diferentes níveis, ao comporem os
processos mentais.
Assim é que, cientes dos sistemas mais evidentes, como o são o Ics e o
Cs, respectivamente Inconsciente e Consciente, acabamos por verificar que há
uma estratificação, ou seja, os processos não se desenvolvem num mesmo nível
e por isso mesmo, constatamos que se uma lembrança aflora provinda do nível
Pcs(pré-consciente), a sua “significação” pode nos ser incompreensível,
porquanto “a chave” se encontra no Ics que nunca é diretamente observável e
sim deduzível , a partir do seu conteúdo, do seu funcionamento, sendo que o
conteúdo corresponde aos representantes dos instintos e das idéias das coisas.
Embora já tenhamos do Ics e do Pcs nos sonhos, convém, neste ponto,
trazer mais uma informação acerca de ambos. Comecemos introduzindo os
conceitos de processo primário e de processo secundário, que são dois modos
de funcionamento do aparelho psíquico , que são estudados sob dois pontos de
vista:
(1) o tópico e
(2) o econômico – dinâmico.
7
O primeiro refere-se ao processo primário (o método do funcionamento
do Ics)que é caracterizado pelo deslocamento das energias psíquicas e pela
condensação e correspondente aos passos iniciais do desenvolvimento infantil,
que acaba por ser substituído por uma atividade psíquica mais organizada, que
recebe a denominação de processo secundário, que se caracteriza por ser o
sistema da prevalência do Pcs e do sistema Pcs-Cs.
Para falar do segundo, vamos transcrever o que nos dizem Laplanche e
Pontalis no Vocabulário da Psicanálise: “do ponto de vista econômico –
dinâmico: no caso do processo primário, a energia psíquica escoa-se
livremente, passando sem barreiras de uma representação para outra, segundo
os mecanismos de deslocamento e de condensação; tende a reinvestir as
representações ligadas as vivências de satisfação constitutivas de desejo
(alucinação primitiva). No caso do processo secundário, a energia começa por
estar “ligada” antes de se escoar de forma controlada: as representações são
investidas de uma maneira mais estável, a satisfação é adiada, permitindo
assim, experiências mentais que põem à prova os diferentes caminhos possíveis
de satisfação.
5.1 – O Inconsciente
Tomado como adjetivo corresponde ao que não é encontrado presente no
campo da consciência.
Já no sentido tópico, é usado para designar um dos sistemas definidos
por SF no conjunto de sua teoria a respeito do aparelho psíquico, constituindo-
se de conteúdos recalcados, aos quais é velado ao acesso ao Pcs-Cs, por
intermédio da repressão . Em resumo, as características são:
(1)os conteúdos são representantes das pulsões, que, por sua vez, são regidos
pelos mecanismos do processo primário (condensação e deslocamento);
(2)atuando sobre estes representantes , há uma grande carga de energia
pulsional, que o induz a retornar à consciência
8
(sistema Pcs-Cs), só o conseguindo, entretanto, após as formações de
compromisso e depois de terem sido submetidos às transformações impostas
pela censura;
(3)são os desejos da infância que se fixam no Ics.
5.2. O Pré-consciente
Tomado como adjetivo , qualifica o que tem saído da consciência atual,
sem, contudo, se tornar inconsciente.
Já como substantivo, qualifica um sistema diverso do sistema Ics, pois
todo o seu material ausente do consciente permanece accessível de uma forma
não-atualizada.
5.3. O Consciente
Definindo, segundo os ensinamentos de SF, Consciente será a qualidade
atual caracterizadora das percepções externas e internas.
5.4 . As Instâncias
Ativas, dentro de cada um de nós , encontram-se três instâncias de suma
importância, que são o Ego, o Superego e o Id , em que o Ego é pré-consciente,
o Superego consciente com componentes inconscientes e pré –conscientes e o
Id inconsciente.
Cada um desses substantivos correspondem a um grupo , ou estrutura,
em que o Ego se define como sendo o conjunto de funções ligadas às relações
do indivíduo com o mundo exterior. O Superego engloba as legislações moral
9
a que nos subordinamos e o Id é composto dos representantes psíquicos dos
instintos, que são presentes desde o nascimento, do mesmo modo que é verdade
que, durante bom tempo, nos primórdios da infância, será o Id que preencherá
tudo o que se entende por aparelho psíquico, até o momento em que comece
uma diferenciação que acabe por constituir o Ego, para que mais tarde, aí pelos
cinco/seis anos , a diferenciação produza um Superego, que só vai cristalizar
entre os dez/onze anos.
Temos , então, que o Ego provém do Id , num processo de diferenciação
e que se pode ser definido como uma agência representante da realidade
circunstante , destinado ao domínio progressivo dos instintos , pelo que se
empenha em fazer prevalecer o princípio da realidade sobre o princípio do
prazer , que é característico do Id.
O Superego (vulgarmente chamado de consciência), tem as funções(1)
de censor em relação ao Ego e é , segundo SF, o responsável pelo
desenvolvimento da consciência moral, da auto-observação, da formação dos
ideais e(2) de protetor e de salvador, conforme aprendemos no que nos ensinou
o nosso mestre maior.
Quando no consultório, acontece serem as funções protetora e salvadora
transferidas para o analista, torna-se então comum, tomá-lo como alguém
portador , também, do atributo do perdão...
Sendo , também , uma instância composta, convém que se destaque o
componente auto-observação, que será o mais característico correspondente das
funções parentais.
Auto-observação origina-se, diretamente, do olhar parental. A
propósito , consideramos, como é comum dizerem as pessoas, que bastava
olhar do pai ou da mãe , para saber se o que estivesse fazendo seria aceitável...
10
“O Superego exerce a mesma ação protetora e
salvadora anteriormente exercida pelos pais”
A TEORIA TOPOGRÁFICA
Quando Freud propõe a teoria topográfica, fica muito claro que ele vai
tomar como axial, a explicação do conflito intrapsíquico que é , muito
especificamente , um conflito entre desejos sexuais e forças inibidoras ,
sendo que, tal conflito, vai desencadear a resistência característica em todo
o processo analítico.
Sua teoria, mostrou ser uma descoberta importantíssima , pois
apresenta a mente humana dividida em sistemas que ele demarcou em função
da constatação , aparentemente simples, de haver duas posições para os seus
conteúdos:
1. a de não estarem accessíveis à consciência : referindo-se ao sistema
inconsciente;
2. a de estarem accessíveis à consciência : referindo-se ao sistema
consciente.
No inconsciente, observa-se , via técnica psicanalítica , haver dois
tipos de material:
11
“A instauração do superego pode ser considerada um caso de
identificação bem sucedida com a instância parental”.
1.Um absolutamente desconhecido(da Unbewusste,que se pode definir como
dinamicamente inconsciente;
2.Um (das Vorbewusste), composto de conhecidos e de recordações que
escaparam da consciência, não sendo , por isso mesmo, inconscientes no
sentido absoluto da palavra , ou seja: há, na mente materiais que podem ser
descritos como inconscientes, já que o são, apenas momentaneamente
inconscientes.
Do exposto , conclui-se então, que para definir substantiva e
adjetivamente, tanto o inconsciente, quanto o consciente , Freud vai tomar
como referencial, a condição de acessibilidade . Pelo que , sem qualquer
choque com a coerência (já que se está a falar de duas posições), vamos ter
três espaços (sistemas ) na teoria topográfica que são o inconsciente, o pré-
consciente e o consciente.
Nos conflitos, vamos ter, então , que eles acontecem entre um desejo
sexual do sistema Ics (por isso mesmo, inacessível à consciência) e os
padrões morais e realísticos do sistema Pcs , que é o sistema que se
encarrega da inibição do desejo sexual que venha a ser tomado como
ofensivo . Sendo bem sucedida a inibição, consegue-se, por algum tempo
solucionar o conflito.
Neste ponto apareceu a expressão sistema, tanto para inconsciente ,
quanto para pré-consciente , que convém , seja esclarecida.
Freud usou as palavras sistema, organização e província, para
descrever partes ou sub-estruturas do aparelho psíquico, acabando, porém ,
por fixar –se em sistema, já com o sentido de instância (agência), mesmo
quando só falava da teoria topográfica, sendo que , mais tarde, a expressão
sistema vai ficar adstrita à concepção topográfica, enquanto que instância
(Laplanche&Pontalis: palavra tomada da organização dos tribunais e sua
autoridade para ditar o que é legal e o que é ilegal) vai ficar adstrita à teoria
estrutural.
12
♣ sistema Ics e suas características.
Só é possível atingir-se a integração psíquica com a aceitação do fato
que, se a nossa consciência possui a capacidade de controlar e direcionar a
trajetória vital pela força da vontade , o Inconsciente escapo ao raio de ação
desta.
O sistema Ics se caracteriza por:
1. Serem os seus elementos inacessíveis à consciência;
2. Funcionar de acordo com as regras do processo primário;
3. Serem os seus resíduos mnésicos não verbais;
4. Operar nos termos do principio do prazer;
5. Estar relacionado com ávida instintual;
6. Caracteriza-se por um caráter infantil;
7. Ser atemporal.
2.1. A questão da Inaccessibilidade ao Inconsciente
Para que qualquer elemento oriundo do Ics alcance a consciência,
há, ele , necessariamente , de passar através do sistema Pcs. Isto é: antes de
se tornar consciente , há que se tornar pré-consciente, acontecendo ,
entretanto , que determinados elementos provenientes do sistema Ics são
excluídos do sistema Pcs pela ação da censura inter-sistêmica, que age em
função da parcela reprimida do sistema Ics, o que recebe o nome de
reprimido .
Os meios comuns, pelos quais elementos inconscientes acessam ao
consciente, são:
♣sintomas: quando estando a censura, por qualquer motivo, enfraquecida ,
ou reprimido se tornando marcadamente forte , os elementos do reprimido
vencem a censura e abrem , à força, caminho até à consciência , não obstante
13
toda a oposição . Tal quebra na repressão vai resultar em sintomas neuróticos
ou psicóticos, pelo que, vamos ter que a censura é, de certo modo, a guardiã
as saúde mental. Assim , à medida em que se alcança êxito, via censura, em
controlar a parte reprimida e em impedir seu acesso à consciência, podemos
nos considerar mentalmente sadios. Falhando esta função , ou se impondo
transigir com o reprimido, ou mesmo a ele submeter-se, vai-se constatar uma
enfermidade mental.
♣Chistes: quando Freud trata do assunto , diz-nos ele que técnicas especiais
foram elaboradas com o propósito de provocar, no jogo das forças mentais,
modificações tais , o que quer que , em outras circunstâncias as provocaria
desprazer , pode noutra, resultar em prazer . Assim , sempre que um
mecanismo técnico dessa natureza entra em funcionamento , a repressão de
um representante instintual que , em outra circunstância seria rechaçada , vê-
se , nesse caso, removida. As referidas técnicas , até o presente , só foram
estudadas no chiste. Via de regra , a repressão é apenas temporariamente
removida , não tardando a reinstalar-se . Do ensinamento, deduz-se que um
elemento inconsciente reprimido pode obter acesso à consciência de diversas
maneiras e circunstâncias , sem vir a comprometer a saúde mental do
indivíduo , conforme se observa no chiste.
♣parapraxias: mantendo-se sob vistas a premissa que estabelece haver meios
pelos quais elementos inconsciente acessam à consciência , há que se trazer,
para cá, os atos falhos. Lendo-se o dorland s , vamos ter:
1.Comportamento irracional.
2.Inabilidade para desempenhar movimentos desejados apropriadamente.
Laplanche & Pontalis, partindo do mesmo conceito, acrescem o que a
Psicanálise ensina e dizem que Freud demonstrou que as parapraxias são ,
como os sintomas, formações de compromisso entre a interação consciente
do sujeito e o que lhe conste como recalcado . Com essa amplitude de
compreensão, vamos ter, então, que o conceito de atos falhos (parapraxias)
não se limita às ações , abrangendo , antes, todo e qualquer tipo de erro , o
14
que levou Ernest Jones e classifica-los muito apropriadamente, em motores e
sensoriais .
De Fliess (1948)vamos ter:
É uma categoria de deslise da língua , que Freud não descreve no seu
Psicopatologia da Vida Cotidiana. Aqui , o inconsciente é reprimido
obstaculiza, de forma indireta , a formação das palavras , mediante uma
formação reativa. Então , a distorção deve ser entendida como uma
interferência e não como um fragmento de outra palavra-imagem e sim como
um efeito inconsciente a impedir a impedir a aparição desse fragmento.
♣Sonhos: enquanto dormimos , elementos reprimidos acessam à
consciência sob formato de sonhos , o que acontece, em parte, em função de
um relaxamento da censura inter-sistêmica durante o sono.
Em parte , porém , decorre do fato de estarem , no sono, as energias do
sistema Ics em condições de atravessar o aparelho psíquico numa direção
inversa e de, então , catexizar resíduos mnésicos (resto diurnos) com uma
intensidade suficiente para torná-los conscientes sob a forma de percepções
sensoriais , e , contam com condições para criar imagens oníricas (condição
de figurabilidade), o que acontecendo durante o estado vigil, seria uma
alucinação , o que , parece, acontece nos primeiros anos da infância e que é
descrito, pela Psicanálise, como realização alucinatória de desejo.
2.2 Processo primário:
As relações entre o sistema Ics e Pcs, foram, até aqui, tratadas em
termos especiais, como se fossem regiões estanques, o que se ajusta ao título
geral de teoria Topográfica, o que, na verdade, conforme o próprio criador
constatou , é uma ficção, pelo que disse (1915), que o correto é definir os
sistemas Ics e Pcs em termos de descarga potencial de energia . Assim , por
exemplo , ter-se-á o sistema Ics compreendendo os elementos e processos
mentais que funcionam em conformidade com o processo primário,
15
enquanto que , os sistemas Pcs e Cs , o fazem nos termos do processo
secundário.
O que é , então, isso de processo primário?
Pois o processo primário é chamado assim, por ser, dos dois tipos de
funcionamento mental, o primeiro a ser caracterizado pela Teoria
Topográfica.
Veja-se que , na primeira infância , é o sistema Ics que vai
compreender, praticamente, a totalidade do aparelho psíquico, considerando
o seu modus operandi. Assim , em função de uma evolução , é que vai surgir
o processo secundário, o que explica que os adjetivos primários e
secundários (este caracterizando o adulto normal), referem-se, apenas, à
conotação temporal.
Como principal característica , tem-se, no processo primário, uma
tendência à descarga total e imediatamente das catexias. Assim, as
catexizações das energias mentais sujeitas ao processo primário, vão exercer
uma pressão contínua para alcançar a descarga, o que chega às conotações de
urgência , como é observável quando das manifestações de desejos
instintuais na primeira infância , em que, sempre, é exteriorizada uma
exigência imperiosa de gratificação ,o que, de resto, vai acontecer ao longo
da vida , antes as exigências instintuais no âmbito do sistema Ics , mas que
será , na idade adulta principalmente, com maior ou menor sucesso ,
controlado nos termos do processo secundário.
Mas há mais duas características no processo primário:
♣a extrema motilidade das energias mentais que lhe são inerentes, o que vai
resultar no fenômeno do deslocamento;
♣a prontidão para a condensação por partes das catexias.
16
2.3 A natureza não- verbal dos resíduos mnésicos
Os resíduos mnésicos , são lembranças , ou ainda , resíduos mentais
de percepções sensoriais ; agrupam-se de maneiras diferenciadas na mente,
bem como se classificam em tipos muito variados ((Freud 1900). Mas há
uma distinção que é muito importante, que é aquela referida aos resíduos
mnésicos de natureza verbal e os de natureza não verbal. Assim, uma resíduo
mnésico de natureza não-verbal, pode consistir, p.ex., na lembrança da
imagem visual de uma fisionomia , ou de uma cena qualquer, ou uma
percepção sensorial , registrada, qualquer uma delas , numa época da vida,
quando ainda não estivessem disponíveis palavras para as descreverem , ou
para identifica-las.
O problema é que a distinção não repousa apenas nas características
citadas, pois se observa que os resíduos mnésicos podem ser mudados de não
verbais para verbais ou vice-versa, resultando, tais mutações, do
deslocamento da catexia no espaço intra psíquico e que, ao ocorrem , mudam
o sistema Ics em sistema Pcs ou vice-versa.
Vamos ter , então , que para que um resíduo mnésico do sistema Ics
se torne resíduo mnésico do sistema Pcs, impõem –se uma ampliação de sua
catexia , pela associação aos correspondentes resíduos mnésicos verbais.
Acontecendo o contrário, um resíduo mnésico do sistema Pcs vai se
decompor em suas duas partes componentes e assim , o resíduo mnésico não
verbal , de catexia mais baixa, constituinte de um dos elementos , vai passar
a fazer parte do sistema Ics , sendo , então , recalcado.
2.4 A operação nos termos do princípio do prazer:
Que será a mesma coisa que dizer-se haver, da parte dos elemento do
sistema Ics , uma total incapacidade para serem apresentados de uma outra
forma de mentalização, que não seja a do desejo. Freud (1900) após seus
estudos do sonhos e dos sintomas neuróticos chegou a constatação de que a
força propulsora fornecida, seja ao sonho, seja ao sintoma , pelo sistema Ics ,
pode ser descrita como uma aspiração à realização de um desejo,
17
estabelecendo(1911) , que o sistema Ics funciona de acordo com o princípio
do prazer. Laplanche & Pontalis, com muita felicidade, vai dizer: um dos
princípios que regem o funcionamento mental: a atividade psíquica, no seu
conjunto, tem por objetivo evitar o desprazer e proporcionar o prazer. É um
princípio econômico , na medida em que o desprazer está ligado ao aumento
das quantidades de excitação e o prazer à sua redução.
2.5 A Relação com a vida instintual:
Freud publicou sua primeira comunicação sobre a tória dos instintos
(1905), dividindos-os em duas categorias : os do Ego e os sexuais ,
dedicando a máxima atenção a estes últimos , por conta de descobertas
alcançadas por meio do método psicanalítico. Destaca-se , entre as
descobertas , a apreciação da sexualidade infantil. Uma vez firmada a teoria
dos impulsos sexuais , toma-os, ele, como fonte da força motriz (ou energia
psíquica) pertencente ao sistema Ics. Assim, em outras palavras, de acordo
com a Teoria Topográfica, vamos ter:
(1)os elementos do sistema Ics são os derivados dos impulsos sexuais e os
representantes mentais;
(2)a energia mental associada a esses derivados , resulta em energia mental
sexual , ou seja, libido . Pelo que , a atividade do sistema Ics resulta de
tensões libidinais , isto é, é direcionada para a satisfação dos desejos sexuais
do indivíduo.
2.6.O Caráter infantil:
A natureza infantil do sistema Ics pode ser aplicada pelo fato de:
18
(1) tratar-se da fase inicial , ou original , do aparelho psíquico. Veja-se que
os sistemas Pcs e Cs só vão se desenvolver mais tarde. Assim o sistema Ics
funciona, vida afora, do mesmo modo como a mente , em seu todo, operou
durante a primeira infância , ou seja, rigorosamente de acordo com o
processamento primário . Assim nos mesmos termos do comportamento de
uma criança pequena , o sistema Ics exige ver seus desejos feitos
imediatamente , pois busca apenas a gratificação.
(2) tender , a mentalização do sistema Ics, a ser não-verbal , como o é na
infância.
Sendo que , no caso de haver alguma função de linguagem, esta será ,
no máximo , primitiva e decorrente da experiência visual.
(3) as exigências libidinais do sistema Ics seguirem o princípio do prazer ,
sem atentar para a realidade externa. O princípio da realidade (Freud ,1911)
se desenvolve paralelamente com o sistema Pcs, já que há um princípio
regulador dos sistemas Pcs e Cs, não acontecendo o mesmo com o sistema
Ics.
(4) uma parte do sistema Ics consistir nas fantasias e experiências da infância
e da adolescência (Freud,1908), rejeitadas pelo sistema Pcs, no curso da
evolução , pelo fato de serem, fantasias e experiências, representantes
psíquicos dos desejos sexuais da infância também rechaçados pelo sistema
Ics é infantil, em função de nele permanecerem , sem qualquer alteração ,
conquanto sejam rejeitados pela parte mais adulta da mente.
2.7.A questão da Atemporalidade:
Como disse Greenson(1967), o material inconsciente tem
um único objetivo: a descarga. Não há noção do tempo, de ordem e as
contradições podem coexistir sem se anular reciprocamente.
O inconsciente não é lógico : é paleológico (de palaioz, antigo). É
primitivo , arcaico, refletindo os processos mentais dos bebês e dos homens
19
primitivos . Não se exprime em palavras racionais ou pensamentos realistas e
sim através de imagens, fantasias e de sensações físicas.
1.Definição e descrição.
Acting out pode ser definido como uma possibilidade de
manifestação tardia da descarga, na atualidade, de impulsos infantis
reprimidos ou de sentimentos de culpa antigos .
Tais associações estão conectadas ao passado, mas o paciente ignora
totalmente tal conexão, ou seja , a ação , ou o comportamento , tem o
propósito inconsciente de proteger a memória da experiência vivida no
passado .
Melhor ainda: o paciente é consciente da sua atividade ou
comportamento , mas não ciente do deu significado .
Eis que a ação é organizada, sem qualquer traço de bizarria e sentida
como egossintônica pelo paciente , conquanto seja uma repetição distorcida
da experiência passada, que mantém , na repetição , a integralidade da
experiência e não um fragmento de uma experiência.
Em ocorrendo durante a análise , o acting out há que ser diferenciado
de outras atividades neuróticas , muito particularmente há de sé-lo das
ações sintomatológicas e das experiências ab-reacionais .
Eis que o acting out difere das ações sintomatológicas , pelo fato de,
nesta situação, estar o Ego inteiramente alheio e por se encontrar , a ação ,
referida à uma parte de uma situação passada. Veja-se que a ação sintomática
é, também, uma repetição com um formato distorcido , servindo ao propósito
de manter , sob repressão, a situação original , mantendo-se, neste caso , o
paciente, freqüentemente , desapercebido do seu ato sintomático e do
significado correspondente.
20
Como exemplo, podemos tomar um paciente que, durante a sessão,
inconsciente , se ponha a fazer certos movimentos rítmicos com as mãos , os
quais possam ser uma inconsciente repetição de um dos aspectos da sua
masturbação infantil , ação que, interpretada, vai deixar claro que:
(1)Não lhe era consciente
(2) Quando da conscientização cessam os movimentos , o que comprova ter
estado o Ego alheio à ação
(3)Se analisada , a ação vai comprovar ser uma repetição , em tom menor, do
seu onanismo infantil.
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Teoria Psicanalítica da Neurose

  • 1. Trajetória Analítica (Coletânea ) TEORIAS PSICANALÍTICAS - “Neurose” Supervisão Prof. Dr. Sérgio Costa 1
  • 2. TEORIA PSICANALITICA III 1. A NEUROSE O que quer que, em qualquer quantidade esteja produzindo um mal, é absolutamente inconsciente, quando de sua atuação . São as amnésias, que aos poucos vamos constatando que se estendem até aos primórdios da infância, ligadas as lembranças esparsas daquela época que, de alguma forma, sobreviveram. Trabalhando em cima delas, acaba o profissional por descobrir que associadas à elas, poderá haver experiências que acabaram por se tornar inconscientes para o paciente: são as ditas experiências encobridoras, que são fragmentos históricos e preenchem assim as deficiências de lembranças. Quando não é assim, tem-se o caso de nos depararmos com amnésias totais, o que nos obriga a trabalhar sobre o que não temos... O ser humano de seus primeiros cinco anos de vida, chega a ser uma regra; mas é desafiadoramente interessante verificarmos que o esquecimento é referido como uma impossibilidade. Há uma doença em que encontramos, via de regra, amnésias totais: é na histeria, enquanto que noutra, na neurose compulsiva (e também na esquizofrenia), deparamos com quadros de rememorações compulsivas , que se localizam em tempos remotos, mas tudo muito desconexo, sem qualquer ligação e que, por isso mesmo, acabam por se tornarem inúteis. 2
  • 3. Sobre o sintoma , podemos dizer que é como se fora um engenho: suas partes componentes são a repetição de experiências marcantes e de impulsos reprimidos a elas conectadas, resultando daí a nossa compreensão de que o Consciente(Cs) não aceita a simultaneidade de satisfação de um instinto e a negação de sua gratificação. Inconsciente(ICS), se constitui num problema: existe, mas não conhecemos o seu formato. Dele, nós os Psicanalistas, temos uma concepção muito nossa: é algo amplamente positivo e não uma simples ausência de consciência e isso porque, dele percebemos, com nitidez, as ações que aparecem nos atos falhos, ações involuntárias , sonhos, fantasias, adoções de algumas práticas religiosas e supersticiosas, que são energia psíquica, o que habilita a interferir em nosso dia-a-dia, deixando-nos, muitas vezes, em situações difíceis e delicadas, por serem as suas manifestações absolutamente incompreensíveis para nós por sua absoluta involuntariedade. A estas alturas cabe a pergunta: “ Existe uma pré-disposição para a neurose?’’ A resposta pode ser: Parece que sim, por conta de uma eventual fraqueza do ego no que tange à função sexual, “...como se a oposição biológica entre a auto-preservação e a preservação da espécie encontrasse aí, uma expressão psicológica .” 2. OS MECANISMOS DE DEFESA Quando um ser humano se depara com o perigo, desenvolve ele medidas defensivas, que serão função das características pessoais, do grau de desenvolvimento do ego da natureza do perigo ameaçador. O desenvolvimento de um sistema de defesa provoca uma grave perturbação entre as energias psíquicas a serem mobilizadas no esforço defensivo. Na verdade, o primeiro sinal de alarme ante o perigo é um sentimento de angústia, que tem como característica negativa, o fato de ser desconfortável. 3
  • 4. Mas há muitos outros mecanismos , que podem ser divididos em eficazes e não-eficazes. Os eficazes são os que proporcionam o estancamento do que seja desagradável e os não-eficazes, são aqueles que exigirão um verdadeiro estado permanente de rejeição, para manter as pulsões perigosas à distância, ou pelo menos sobre controle. Algo como alguém que tenha certeza de que sua propriedade será invadida, despende recursos de toda ordem para evitar os prejuízos, além de gastar muito tempo com o planejamento e o desenvolvimento de técnicas novas para reforçar os sistemas já instalados: ao final de alguns anos alguém poderá lhe dizer: “Você não viveu.Você se defendeu!” É justamente nas defesas do segundo tipo(as não-eficazes)que as neuroses se enraízam, pois ao não encontrarem condições de descarga, os impulsos se mantém “ em suspensão” nos Ics, sendo, ainda, alimentados por suas fontes físicas, produzindo um estado de tensão, com possibilidade de irrupção(Fenichel). Na relação dos mecanismos de defesa eficazes, estão todas as que se definem como sublimações, como o são as atividades artísticas e pesquisas de toda ordem, por preencherem a característica principal que é o distanciamento da sexualidade ao lado dos objetivos de grande significação social. Entre as não-eficazes (ou patológicas, segundo Fenichel), se encontra uma longa lista incluindo negação (o negar as sensações dolorosas); a projeção (o expulsar de si, depositando, no outro, qualidades, sentimentos etc. que desconhece, ou que não deseja admitir que traz em si); repressão (o pretender fazer desaparecer da consciência algo desagradável, doloroso ou inoportuno); formação reativa (é o opor-se a um desejo recalcado: um piro-maníaco tornar- se bombeiro) e assim por diante. 4
  • 5. 3. A HISTERIA Na verdade , o que há, são três quadros de histeria: a de conversão, a de angústia e a traumática. Acontece, porém, que na prática clínica, tornam-se secundárias as especificações, vez que o que interessa ao clínico é intervir terapeuticamente no quadro, visando neutralizar os fatores neuróticos formadores de desejo, ou seja: a economia neurótica do desejo, chegando aos traços estruturais, ultrapassando, assim, o superficial, que são os sintomas. A propósito , lendo o vocabulário da Psicanálise (que traz conceituações lacanianas, e que , nem por isso, contradiz SF) encontramos uma conceituação muito elucidativa: “Classe de neurose (a histeria) que apresenta quadros clínicos muito variados. As duas formas sintomáticas, mais bem identificadas são a histeria de conversão, em que o conflito psíquico vem simbolizar-se nos sintomas corporais mais diversos, paroxísticos (exemplo: crise emocional com teatralidade) ou mais duradouros (exemplo: anestesias, paralisias histéricas, sensação de bola faríngica etc.), e a histeria de angústia em que a angústia é fixada de modo mais menos estável neste ou naquele objeto exterior(fobias). Foi na medida em que Freud descobriu no caso de histeria de conversão traços etiopatogênicos importantes, que a Psicanálise pode referir a uma mesma estrutura histérica quadros clínicos variados, que se traduzem na organização da personalidade e no modo de existência, mesmo na ausência de sintomas fóbicos e de conversões patentes. Pretende-se encontrar na especificidade da histeria na predominância de um certo tipo de identificação e de certos mecanismos (particularmente a repressão, muitas vezes manifesta) e no aflorar do conflito edipiano que se desenrola principalmente nos registros libidinais fálico e oral”. 5
  • 6. 4. O SONHO E A SUA IMPORTÂNCIA Ouvindo os pacientes a associar livremente, Freud percebeu que no meio de todo o material que surgia, vinham sonhos, mas ele não os diferenciava das associações, até o momento em que se deu conta do fato de existirem , neles, significados próprios , passíveis de análise. Todos os sonhos contêm a realização de um desejo frustrado. A deformação é o efeito deste trabalho , a que chamamos de Trabalho do Sonho (Traumarbeit). É muito importante que , de saída, atentemos para o sonho manifesto, mesmo ele sendo carregado de incoerências, pois é com este material amorfo que trabalhará o Psicanalista, visando trazer à tona o sonho latente, que sempre se encontra por trás do manifesto, uma transformação do primeiro, transformação essa que corresponde à satisfação dos desejos e pulsões inconscientes de que se falou acima. Mas como transitar do sonho manifesto para latente? Há que ser via interpretação do relato que se colhe partir de todas as associações livres. Todo pesadelo trás um componente característico: a ansiedade, que, por vez, é o produto de um conflito psíquico, em que, de um lado há um desejo de gratificação e do outro uma oposição imperativa. (1) a condensação (Verdichtung) que é um fator que aparece em múltiplas formações inconscientes e, de modo especial, nos sonhos, com o fim de permitir um escape da censura, complicando, simultaneamente, a leitura do relato do que é manifesto. (2) Deslocamento(Verdichtung) é o fenômeno correspondente ao fato de uma intensidade psíquica ter a propriedade de se deslocar, passando à outras inicialmente pouco intensas. 6 Um sonho que não tenha compreendido é como uma carta que não tenha sido aberta.
  • 7. (3) Consideração da Figurabilidade (Rucksicht auf Darstellbarkeit), que é a “...exigências a que estão submetidos os pensamentos do sonho: eles sofrem uma seleção e uma transformação que os torna aptos a serem representados em imagens”. (4) Elaboração secundária (sekundare Bearbeitung) é a operação mental inconsciente , por intermédio da qual o conteúdo latente de um sonho se transforma em um sonho manifesto, o que é um efeito da censura. 5. AS NEUROSES : TOPOGRAFIA E DINÂMICA Ante um ser humano, não é difícil ver-se que seu comportamento, conquanto nitidamente marcado por normas, ditas sociais e adaptações a valores culturais, apresenta ele sinuosidades, que podem surpreender até quem o conheça no nível mais íntimo, inclusive a ele próprio: é que há elementos determinantes de certos atos atuando em diferentes níveis, ao comporem os processos mentais. Assim é que, cientes dos sistemas mais evidentes, como o são o Ics e o Cs, respectivamente Inconsciente e Consciente, acabamos por verificar que há uma estratificação, ou seja, os processos não se desenvolvem num mesmo nível e por isso mesmo, constatamos que se uma lembrança aflora provinda do nível Pcs(pré-consciente), a sua “significação” pode nos ser incompreensível, porquanto “a chave” se encontra no Ics que nunca é diretamente observável e sim deduzível , a partir do seu conteúdo, do seu funcionamento, sendo que o conteúdo corresponde aos representantes dos instintos e das idéias das coisas. Embora já tenhamos do Ics e do Pcs nos sonhos, convém, neste ponto, trazer mais uma informação acerca de ambos. Comecemos introduzindo os conceitos de processo primário e de processo secundário, que são dois modos de funcionamento do aparelho psíquico , que são estudados sob dois pontos de vista: (1) o tópico e (2) o econômico – dinâmico. 7
  • 8. O primeiro refere-se ao processo primário (o método do funcionamento do Ics)que é caracterizado pelo deslocamento das energias psíquicas e pela condensação e correspondente aos passos iniciais do desenvolvimento infantil, que acaba por ser substituído por uma atividade psíquica mais organizada, que recebe a denominação de processo secundário, que se caracteriza por ser o sistema da prevalência do Pcs e do sistema Pcs-Cs. Para falar do segundo, vamos transcrever o que nos dizem Laplanche e Pontalis no Vocabulário da Psicanálise: “do ponto de vista econômico – dinâmico: no caso do processo primário, a energia psíquica escoa-se livremente, passando sem barreiras de uma representação para outra, segundo os mecanismos de deslocamento e de condensação; tende a reinvestir as representações ligadas as vivências de satisfação constitutivas de desejo (alucinação primitiva). No caso do processo secundário, a energia começa por estar “ligada” antes de se escoar de forma controlada: as representações são investidas de uma maneira mais estável, a satisfação é adiada, permitindo assim, experiências mentais que põem à prova os diferentes caminhos possíveis de satisfação. 5.1 – O Inconsciente Tomado como adjetivo corresponde ao que não é encontrado presente no campo da consciência. Já no sentido tópico, é usado para designar um dos sistemas definidos por SF no conjunto de sua teoria a respeito do aparelho psíquico, constituindo- se de conteúdos recalcados, aos quais é velado ao acesso ao Pcs-Cs, por intermédio da repressão . Em resumo, as características são: (1)os conteúdos são representantes das pulsões, que, por sua vez, são regidos pelos mecanismos do processo primário (condensação e deslocamento); (2)atuando sobre estes representantes , há uma grande carga de energia pulsional, que o induz a retornar à consciência 8
  • 9. (sistema Pcs-Cs), só o conseguindo, entretanto, após as formações de compromisso e depois de terem sido submetidos às transformações impostas pela censura; (3)são os desejos da infância que se fixam no Ics. 5.2. O Pré-consciente Tomado como adjetivo , qualifica o que tem saído da consciência atual, sem, contudo, se tornar inconsciente. Já como substantivo, qualifica um sistema diverso do sistema Ics, pois todo o seu material ausente do consciente permanece accessível de uma forma não-atualizada. 5.3. O Consciente Definindo, segundo os ensinamentos de SF, Consciente será a qualidade atual caracterizadora das percepções externas e internas. 5.4 . As Instâncias Ativas, dentro de cada um de nós , encontram-se três instâncias de suma importância, que são o Ego, o Superego e o Id , em que o Ego é pré-consciente, o Superego consciente com componentes inconscientes e pré –conscientes e o Id inconsciente. Cada um desses substantivos correspondem a um grupo , ou estrutura, em que o Ego se define como sendo o conjunto de funções ligadas às relações do indivíduo com o mundo exterior. O Superego engloba as legislações moral 9
  • 10. a que nos subordinamos e o Id é composto dos representantes psíquicos dos instintos, que são presentes desde o nascimento, do mesmo modo que é verdade que, durante bom tempo, nos primórdios da infância, será o Id que preencherá tudo o que se entende por aparelho psíquico, até o momento em que comece uma diferenciação que acabe por constituir o Ego, para que mais tarde, aí pelos cinco/seis anos , a diferenciação produza um Superego, que só vai cristalizar entre os dez/onze anos. Temos , então, que o Ego provém do Id , num processo de diferenciação e que se pode ser definido como uma agência representante da realidade circunstante , destinado ao domínio progressivo dos instintos , pelo que se empenha em fazer prevalecer o princípio da realidade sobre o princípio do prazer , que é característico do Id. O Superego (vulgarmente chamado de consciência), tem as funções(1) de censor em relação ao Ego e é , segundo SF, o responsável pelo desenvolvimento da consciência moral, da auto-observação, da formação dos ideais e(2) de protetor e de salvador, conforme aprendemos no que nos ensinou o nosso mestre maior. Quando no consultório, acontece serem as funções protetora e salvadora transferidas para o analista, torna-se então comum, tomá-lo como alguém portador , também, do atributo do perdão... Sendo , também , uma instância composta, convém que se destaque o componente auto-observação, que será o mais característico correspondente das funções parentais. Auto-observação origina-se, diretamente, do olhar parental. A propósito , consideramos, como é comum dizerem as pessoas, que bastava olhar do pai ou da mãe , para saber se o que estivesse fazendo seria aceitável... 10 “O Superego exerce a mesma ação protetora e salvadora anteriormente exercida pelos pais”
  • 11. A TEORIA TOPOGRÁFICA Quando Freud propõe a teoria topográfica, fica muito claro que ele vai tomar como axial, a explicação do conflito intrapsíquico que é , muito especificamente , um conflito entre desejos sexuais e forças inibidoras , sendo que, tal conflito, vai desencadear a resistência característica em todo o processo analítico. Sua teoria, mostrou ser uma descoberta importantíssima , pois apresenta a mente humana dividida em sistemas que ele demarcou em função da constatação , aparentemente simples, de haver duas posições para os seus conteúdos: 1. a de não estarem accessíveis à consciência : referindo-se ao sistema inconsciente; 2. a de estarem accessíveis à consciência : referindo-se ao sistema consciente. No inconsciente, observa-se , via técnica psicanalítica , haver dois tipos de material: 11 “A instauração do superego pode ser considerada um caso de identificação bem sucedida com a instância parental”.
  • 12. 1.Um absolutamente desconhecido(da Unbewusste,que se pode definir como dinamicamente inconsciente; 2.Um (das Vorbewusste), composto de conhecidos e de recordações que escaparam da consciência, não sendo , por isso mesmo, inconscientes no sentido absoluto da palavra , ou seja: há, na mente materiais que podem ser descritos como inconscientes, já que o são, apenas momentaneamente inconscientes. Do exposto , conclui-se então, que para definir substantiva e adjetivamente, tanto o inconsciente, quanto o consciente , Freud vai tomar como referencial, a condição de acessibilidade . Pelo que , sem qualquer choque com a coerência (já que se está a falar de duas posições), vamos ter três espaços (sistemas ) na teoria topográfica que são o inconsciente, o pré- consciente e o consciente. Nos conflitos, vamos ter, então , que eles acontecem entre um desejo sexual do sistema Ics (por isso mesmo, inacessível à consciência) e os padrões morais e realísticos do sistema Pcs , que é o sistema que se encarrega da inibição do desejo sexual que venha a ser tomado como ofensivo . Sendo bem sucedida a inibição, consegue-se, por algum tempo solucionar o conflito. Neste ponto apareceu a expressão sistema, tanto para inconsciente , quanto para pré-consciente , que convém , seja esclarecida. Freud usou as palavras sistema, organização e província, para descrever partes ou sub-estruturas do aparelho psíquico, acabando, porém , por fixar –se em sistema, já com o sentido de instância (agência), mesmo quando só falava da teoria topográfica, sendo que , mais tarde, a expressão sistema vai ficar adstrita à concepção topográfica, enquanto que instância (Laplanche&Pontalis: palavra tomada da organização dos tribunais e sua autoridade para ditar o que é legal e o que é ilegal) vai ficar adstrita à teoria estrutural. 12
  • 13. ♣ sistema Ics e suas características. Só é possível atingir-se a integração psíquica com a aceitação do fato que, se a nossa consciência possui a capacidade de controlar e direcionar a trajetória vital pela força da vontade , o Inconsciente escapo ao raio de ação desta. O sistema Ics se caracteriza por: 1. Serem os seus elementos inacessíveis à consciência; 2. Funcionar de acordo com as regras do processo primário; 3. Serem os seus resíduos mnésicos não verbais; 4. Operar nos termos do principio do prazer; 5. Estar relacionado com ávida instintual; 6. Caracteriza-se por um caráter infantil; 7. Ser atemporal. 2.1. A questão da Inaccessibilidade ao Inconsciente Para que qualquer elemento oriundo do Ics alcance a consciência, há, ele , necessariamente , de passar através do sistema Pcs. Isto é: antes de se tornar consciente , há que se tornar pré-consciente, acontecendo , entretanto , que determinados elementos provenientes do sistema Ics são excluídos do sistema Pcs pela ação da censura inter-sistêmica, que age em função da parcela reprimida do sistema Ics, o que recebe o nome de reprimido . Os meios comuns, pelos quais elementos inconscientes acessam ao consciente, são: ♣sintomas: quando estando a censura, por qualquer motivo, enfraquecida , ou reprimido se tornando marcadamente forte , os elementos do reprimido vencem a censura e abrem , à força, caminho até à consciência , não obstante 13
  • 14. toda a oposição . Tal quebra na repressão vai resultar em sintomas neuróticos ou psicóticos, pelo que, vamos ter que a censura é, de certo modo, a guardiã as saúde mental. Assim , à medida em que se alcança êxito, via censura, em controlar a parte reprimida e em impedir seu acesso à consciência, podemos nos considerar mentalmente sadios. Falhando esta função , ou se impondo transigir com o reprimido, ou mesmo a ele submeter-se, vai-se constatar uma enfermidade mental. ♣Chistes: quando Freud trata do assunto , diz-nos ele que técnicas especiais foram elaboradas com o propósito de provocar, no jogo das forças mentais, modificações tais , o que quer que , em outras circunstâncias as provocaria desprazer , pode noutra, resultar em prazer . Assim , sempre que um mecanismo técnico dessa natureza entra em funcionamento , a repressão de um representante instintual que , em outra circunstância seria rechaçada , vê- se , nesse caso, removida. As referidas técnicas , até o presente , só foram estudadas no chiste. Via de regra , a repressão é apenas temporariamente removida , não tardando a reinstalar-se . Do ensinamento, deduz-se que um elemento inconsciente reprimido pode obter acesso à consciência de diversas maneiras e circunstâncias , sem vir a comprometer a saúde mental do indivíduo , conforme se observa no chiste. ♣parapraxias: mantendo-se sob vistas a premissa que estabelece haver meios pelos quais elementos inconsciente acessam à consciência , há que se trazer, para cá, os atos falhos. Lendo-se o dorland s , vamos ter: 1.Comportamento irracional. 2.Inabilidade para desempenhar movimentos desejados apropriadamente. Laplanche & Pontalis, partindo do mesmo conceito, acrescem o que a Psicanálise ensina e dizem que Freud demonstrou que as parapraxias são , como os sintomas, formações de compromisso entre a interação consciente do sujeito e o que lhe conste como recalcado . Com essa amplitude de compreensão, vamos ter, então, que o conceito de atos falhos (parapraxias) não se limita às ações , abrangendo , antes, todo e qualquer tipo de erro , o 14
  • 15. que levou Ernest Jones e classifica-los muito apropriadamente, em motores e sensoriais . De Fliess (1948)vamos ter: É uma categoria de deslise da língua , que Freud não descreve no seu Psicopatologia da Vida Cotidiana. Aqui , o inconsciente é reprimido obstaculiza, de forma indireta , a formação das palavras , mediante uma formação reativa. Então , a distorção deve ser entendida como uma interferência e não como um fragmento de outra palavra-imagem e sim como um efeito inconsciente a impedir a impedir a aparição desse fragmento. ♣Sonhos: enquanto dormimos , elementos reprimidos acessam à consciência sob formato de sonhos , o que acontece, em parte, em função de um relaxamento da censura inter-sistêmica durante o sono. Em parte , porém , decorre do fato de estarem , no sono, as energias do sistema Ics em condições de atravessar o aparelho psíquico numa direção inversa e de, então , catexizar resíduos mnésicos (resto diurnos) com uma intensidade suficiente para torná-los conscientes sob a forma de percepções sensoriais , e , contam com condições para criar imagens oníricas (condição de figurabilidade), o que acontecendo durante o estado vigil, seria uma alucinação , o que , parece, acontece nos primeiros anos da infância e que é descrito, pela Psicanálise, como realização alucinatória de desejo. 2.2 Processo primário: As relações entre o sistema Ics e Pcs, foram, até aqui, tratadas em termos especiais, como se fossem regiões estanques, o que se ajusta ao título geral de teoria Topográfica, o que, na verdade, conforme o próprio criador constatou , é uma ficção, pelo que disse (1915), que o correto é definir os sistemas Ics e Pcs em termos de descarga potencial de energia . Assim , por exemplo , ter-se-á o sistema Ics compreendendo os elementos e processos mentais que funcionam em conformidade com o processo primário, 15
  • 16. enquanto que , os sistemas Pcs e Cs , o fazem nos termos do processo secundário. O que é , então, isso de processo primário? Pois o processo primário é chamado assim, por ser, dos dois tipos de funcionamento mental, o primeiro a ser caracterizado pela Teoria Topográfica. Veja-se que , na primeira infância , é o sistema Ics que vai compreender, praticamente, a totalidade do aparelho psíquico, considerando o seu modus operandi. Assim , em função de uma evolução , é que vai surgir o processo secundário, o que explica que os adjetivos primários e secundários (este caracterizando o adulto normal), referem-se, apenas, à conotação temporal. Como principal característica , tem-se, no processo primário, uma tendência à descarga total e imediatamente das catexias. Assim, as catexizações das energias mentais sujeitas ao processo primário, vão exercer uma pressão contínua para alcançar a descarga, o que chega às conotações de urgência , como é observável quando das manifestações de desejos instintuais na primeira infância , em que, sempre, é exteriorizada uma exigência imperiosa de gratificação ,o que, de resto, vai acontecer ao longo da vida , antes as exigências instintuais no âmbito do sistema Ics , mas que será , na idade adulta principalmente, com maior ou menor sucesso , controlado nos termos do processo secundário. Mas há mais duas características no processo primário: ♣a extrema motilidade das energias mentais que lhe são inerentes, o que vai resultar no fenômeno do deslocamento; ♣a prontidão para a condensação por partes das catexias. 16
  • 17. 2.3 A natureza não- verbal dos resíduos mnésicos Os resíduos mnésicos , são lembranças , ou ainda , resíduos mentais de percepções sensoriais ; agrupam-se de maneiras diferenciadas na mente, bem como se classificam em tipos muito variados ((Freud 1900). Mas há uma distinção que é muito importante, que é aquela referida aos resíduos mnésicos de natureza verbal e os de natureza não verbal. Assim, uma resíduo mnésico de natureza não-verbal, pode consistir, p.ex., na lembrança da imagem visual de uma fisionomia , ou de uma cena qualquer, ou uma percepção sensorial , registrada, qualquer uma delas , numa época da vida, quando ainda não estivessem disponíveis palavras para as descreverem , ou para identifica-las. O problema é que a distinção não repousa apenas nas características citadas, pois se observa que os resíduos mnésicos podem ser mudados de não verbais para verbais ou vice-versa, resultando, tais mutações, do deslocamento da catexia no espaço intra psíquico e que, ao ocorrem , mudam o sistema Ics em sistema Pcs ou vice-versa. Vamos ter , então , que para que um resíduo mnésico do sistema Ics se torne resíduo mnésico do sistema Pcs, impõem –se uma ampliação de sua catexia , pela associação aos correspondentes resíduos mnésicos verbais. Acontecendo o contrário, um resíduo mnésico do sistema Pcs vai se decompor em suas duas partes componentes e assim , o resíduo mnésico não verbal , de catexia mais baixa, constituinte de um dos elementos , vai passar a fazer parte do sistema Ics , sendo , então , recalcado. 2.4 A operação nos termos do princípio do prazer: Que será a mesma coisa que dizer-se haver, da parte dos elemento do sistema Ics , uma total incapacidade para serem apresentados de uma outra forma de mentalização, que não seja a do desejo. Freud (1900) após seus estudos do sonhos e dos sintomas neuróticos chegou a constatação de que a força propulsora fornecida, seja ao sonho, seja ao sintoma , pelo sistema Ics , pode ser descrita como uma aspiração à realização de um desejo, 17
  • 18. estabelecendo(1911) , que o sistema Ics funciona de acordo com o princípio do prazer. Laplanche & Pontalis, com muita felicidade, vai dizer: um dos princípios que regem o funcionamento mental: a atividade psíquica, no seu conjunto, tem por objetivo evitar o desprazer e proporcionar o prazer. É um princípio econômico , na medida em que o desprazer está ligado ao aumento das quantidades de excitação e o prazer à sua redução. 2.5 A Relação com a vida instintual: Freud publicou sua primeira comunicação sobre a tória dos instintos (1905), dividindos-os em duas categorias : os do Ego e os sexuais , dedicando a máxima atenção a estes últimos , por conta de descobertas alcançadas por meio do método psicanalítico. Destaca-se , entre as descobertas , a apreciação da sexualidade infantil. Uma vez firmada a teoria dos impulsos sexuais , toma-os, ele, como fonte da força motriz (ou energia psíquica) pertencente ao sistema Ics. Assim, em outras palavras, de acordo com a Teoria Topográfica, vamos ter: (1)os elementos do sistema Ics são os derivados dos impulsos sexuais e os representantes mentais; (2)a energia mental associada a esses derivados , resulta em energia mental sexual , ou seja, libido . Pelo que , a atividade do sistema Ics resulta de tensões libidinais , isto é, é direcionada para a satisfação dos desejos sexuais do indivíduo. 2.6.O Caráter infantil: A natureza infantil do sistema Ics pode ser aplicada pelo fato de: 18
  • 19. (1) tratar-se da fase inicial , ou original , do aparelho psíquico. Veja-se que os sistemas Pcs e Cs só vão se desenvolver mais tarde. Assim o sistema Ics funciona, vida afora, do mesmo modo como a mente , em seu todo, operou durante a primeira infância , ou seja, rigorosamente de acordo com o processamento primário . Assim nos mesmos termos do comportamento de uma criança pequena , o sistema Ics exige ver seus desejos feitos imediatamente , pois busca apenas a gratificação. (2) tender , a mentalização do sistema Ics, a ser não-verbal , como o é na infância. Sendo que , no caso de haver alguma função de linguagem, esta será , no máximo , primitiva e decorrente da experiência visual. (3) as exigências libidinais do sistema Ics seguirem o princípio do prazer , sem atentar para a realidade externa. O princípio da realidade (Freud ,1911) se desenvolve paralelamente com o sistema Pcs, já que há um princípio regulador dos sistemas Pcs e Cs, não acontecendo o mesmo com o sistema Ics. (4) uma parte do sistema Ics consistir nas fantasias e experiências da infância e da adolescência (Freud,1908), rejeitadas pelo sistema Pcs, no curso da evolução , pelo fato de serem, fantasias e experiências, representantes psíquicos dos desejos sexuais da infância também rechaçados pelo sistema Ics é infantil, em função de nele permanecerem , sem qualquer alteração , conquanto sejam rejeitados pela parte mais adulta da mente. 2.7.A questão da Atemporalidade: Como disse Greenson(1967), o material inconsciente tem um único objetivo: a descarga. Não há noção do tempo, de ordem e as contradições podem coexistir sem se anular reciprocamente. O inconsciente não é lógico : é paleológico (de palaioz, antigo). É primitivo , arcaico, refletindo os processos mentais dos bebês e dos homens 19
  • 20. primitivos . Não se exprime em palavras racionais ou pensamentos realistas e sim através de imagens, fantasias e de sensações físicas. 1.Definição e descrição. Acting out pode ser definido como uma possibilidade de manifestação tardia da descarga, na atualidade, de impulsos infantis reprimidos ou de sentimentos de culpa antigos . Tais associações estão conectadas ao passado, mas o paciente ignora totalmente tal conexão, ou seja , a ação , ou o comportamento , tem o propósito inconsciente de proteger a memória da experiência vivida no passado . Melhor ainda: o paciente é consciente da sua atividade ou comportamento , mas não ciente do deu significado . Eis que a ação é organizada, sem qualquer traço de bizarria e sentida como egossintônica pelo paciente , conquanto seja uma repetição distorcida da experiência passada, que mantém , na repetição , a integralidade da experiência e não um fragmento de uma experiência. Em ocorrendo durante a análise , o acting out há que ser diferenciado de outras atividades neuróticas , muito particularmente há de sé-lo das ações sintomatológicas e das experiências ab-reacionais . Eis que o acting out difere das ações sintomatológicas , pelo fato de, nesta situação, estar o Ego inteiramente alheio e por se encontrar , a ação , referida à uma parte de uma situação passada. Veja-se que a ação sintomática é, também, uma repetição com um formato distorcido , servindo ao propósito de manter , sob repressão, a situação original , mantendo-se, neste caso , o paciente, freqüentemente , desapercebido do seu ato sintomático e do significado correspondente. 20
  • 21. Como exemplo, podemos tomar um paciente que, durante a sessão, inconsciente , se ponha a fazer certos movimentos rítmicos com as mãos , os quais possam ser uma inconsciente repetição de um dos aspectos da sua masturbação infantil , ação que, interpretada, vai deixar claro que: (1)Não lhe era consciente (2) Quando da conscientização cessam os movimentos , o que comprova ter estado o Ego alheio à ação (3)Se analisada , a ação vai comprovar ser uma repetição , em tom menor, do seu onanismo infantil. _______________________________________________________ 21