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Só se Vê a Deus
Com Santificação
Silvio Dutra
NOV/2015
Só se vê a Deus com Santificação
2
Sumário
1 - Introdução 3
2 – O que é Ver a Deus? 5
3 – O que é Estar Santificado 8
4 - Como a Santificação é Forjada? 18
5 – Jesus é a Nossa Santificação 23
6 – Os Componentes da Santificação 31
7 – A Medida da Santificação 39
8 - Estamos Santificados? 44
9 – O Motivo 55
Só se vê a Deus com Santificação
3
1 – Introdução
Quando o texto de Hebreus 12.14 foi escrito, é provável
que o seu autor estivesse pensando no retorno do
Senhor Jesus para arrebatar o seu povo.
Sabedor de tantas instruções e advertências que haviam
sido dadas pelo próprio Cristo para que seus discípulos
estivessem devidamente preparados para recebê-lo por
ocasião da Sua volta, como por exemplo as que
encontramos nas Parábolas dos Talentos e das Dez
Virgens, o autor de Hebreus não tinha então qualquer
dúvida sobre a referida necessidade de santificação para
que os crentes pudessem ver o Senhor na citada ocasião.
Ora, na avaliação que fizermos desta matéria não
podemos esquecer de que temos o exemplo do ladrão
que morreu na cruz ao lado de Jesus e que pôde ver a
face de Deus no paraíso sem que tivesse tido tempo para
receber qualquer medida adicional de santificação além
da que acompanha a conversão (novo nascimento do
Só se vê a Deus com Santificação
4
Espírito Santo) e que ele certamente recebeu quando
ouviu dos lábios do Senhor que estaria com ele ainda
naquele dia no paraíso.
Muito bem, outro ponto também a ser considerado é
que Deus é poderoso o bastante para renovar e
reconciliar consigo mesmo a qualquer crente que tenha
andado desviado da Sua presença, e isto não exclui o
momento da volta de Jesus.
Agora, temos que ter a devida prudência em nossas
afirmações porque a Parábola das Dez Virgens assegura
que não houve tempo hábil para as cinco virgens
insensatas serem renovadas, de modo que não subiram
com o Senhor juntamente com as demais cinco virgens
prudentes.
A conclusão a que chegamos é a de que não somos
chamados a especular com isto e nem tampouco nos
descuidarmos do nosso dever de vigiar, orar e
perseverar diariamente, confirmando cada vez mais a
nossa eleição pela prática da Palavra de Deus, para a
santificação do Espírito Santo.
Só se vê a Deus com Santificação
5
Como dissemos antes, devemos recorrer ao próprio
texto bíblico e analisar cuidadosamente as passagens
que tratam do assunto da santificação para que sejamos
devidamente esclarecidos pelo menos sobre o que seja
estar santificado e o que é necessário fazer para que o
possamos obter.
Só se vê a Deus com Santificação
6
2 – O que é Ver a Deus?
Das várias passagens bíblicas que discorrem sobre o
assunto do nosso título, destaca-se a citação de Jesus no
Sermão do Monte quando disse diretamente que são os
puros de coração que verão a Deus.
A par do verbo estar no tempo futuro, a citação aplica-
se também ao presente pois é notório que só podemos
ter comunhão com o Senhor quando estamos
santificados.
Não pensemos que ver a Deus equivale a uma
contemplação com nossos olhos de carne, uma vez que
Deus é espírito invisível aos nossos olhos, de modo que
a visão aqui referida é de caráter espiritual, indicando
um maior conhecimento da pessoa de Deus e da Sua
vontade, como sucedeu com o patriarca Jó que pôde
declarar que passou a ver a Deus depois de tudo o que
passou, e não somente mais ouvir falar acerca dele.
Só se vê a Deus com Santificação
7
É digno de nota também que quando Moisés manifestou
o desejo de ver a glória do Senhor, em vez de lhe ter sido
concedido uma visão contemplativa, foi-lhe dada a
declaração pelo próprio Deus acerca do Seu caráter
divino, em ser longânimo, misericordioso e justo.
Disto tudo se depreende então que este ver a Deus
equivale a ser admitido à Sua presença, a se privar do
Seu favor e companhia, e a condição necessária para tal
é declarada como sendo a nossa santificação, como no
dizer do Senhor, a purificação do nosso coração.
Só se vê a Deus com Santificação
8
3 – O que é Estar Santificado
O pecador é transformado em santo quando nasce de
novo do Espírito Santo.
Na sua conversão ele é santificado ao ser transformado
em uma nova criatura.
Ele recebe um novo coração, uma nova natureza, a
natureza divina, e assim tem acesso à santidade que o
faz aceitável a Deus.
Esta é a razão pela qual o apóstolo Paulo se refere aos
cristãos em todas as suas epístolas, chamando-os de
santos, apesar de que muitos deles eram ainda carnais,
como, por exemplo, parte dos cristãos coríntios (I Cor
1.2; 6.11; 14.33; II Cor 1.1; 13.12; Ef 1.1; 2.19; Fp 1.1; Col
1.2; Jd 3) que eram santos, separados para Deus, apesar
de não serem ainda cristãos espirituais.
Entretanto, aquele que foi santificado pelo Espírito, é
chamado a prosseguir nesta santificação, através de um
Só se vê a Deus com Santificação
9
processo que não deve cessar ao longo de toda a sua
vida, e pelo qual obterá graus cada vez maiores de
crescimento na graça e no conhecimento pessoal e
íntimo de Jesus (Jo 17.17,19; Ef 4.12;I Tes 5.23; Apo
22.11).
Este processo consiste basicamente no despojamento
das obras da carne (natureza terrena) e do revestimento
das virtudes de Cristo.
O texto de Hebreus 12.14 diz, “segui a paz com todos e
a santificação” – ambas as coisas, tanto a paz quanto a
santificação devem ser seguidas de forma prática.
Se a santificação tivesse sido obtida em sua forma plena
e final na regeneração (novo nascimento), não haveria
necessidade de se mandar segui-la, ordenança que não
se aplica à justificação, por ter sido obtida de uma vez
para sempre na conversão.
Santificação é conformidade à vontade de Deus, e
obediência aos mandamentos do Senhor. Isto é o
trabalho do Espírito na alma, pelo qual o homem é feito
semelhante a Deus, e torna-se participante da natureza
Só se vê a Deus com Santificação
10
divina, sendo livrado da corrupção que há no mundo
através da cobiça.
Não é dito em Heb 12.14 “perfeição de santificação”,
mas, “santificação”.
A santificação é uma coisa que cresce.
Ela pode ser na alma como o grão de mostarda, e ainda
não estar desenvolvida; ela pode ser uma vontade e um
desejo no coração, um suspiro, uma aspiração.
Com as águas do Espírito de Deus, ela crescerá como o
grão de mostarda até se tornar uma árvore.
A santificação, no coração regenerado é como criança,
não está madura – está perfeita em todas as suas partes,
mas não perfeita no seu desenvolvimento.
Uma criança é um ser perfeito, mas não quanto ao
desenvolvimento que ainda terá até ser uma pessoa
madura.
Por conseguinte, quando nós achamos muitas
imperfeições e muitas falhas em nós mesmos, não
Só se vê a Deus com Santificação
11
devemos concluir que isto significa que não temos
interesse na graça de Deus.
A santificação requer que o coração esteja em Deus, e
que pulse de amor por Ele.
“Sem santificação ninguém verá o Senhor”.
Isto quer dizer, nenhum homem pode ter comunhão
com Deus nesta vida, e na vida por vir, sem santidade.
“Podem dois caminharem juntos se não houver entre
eles acordo?”.
Santificação é uma palavra que significa mais do que
purificação, porque ela inclui mais do que a ideia de
sermos limpos, ela inclui também a necessidade de
estarmos adornados com todas as virtudes de Cristo.
“Por causa deles eu me santifico a mim mesmo”. Estas
são palavras que foram proferidas por Jesus em João 17.
No caso do Senhor não pode significar purificação do
pecado, porque ele não tinha pecado.
Só se vê a Deus com Santificação
12
A santificação do Senhor era sua consagração ao
completo propósito divino, sua absorção na vontade do
Pai.
Assim, nossa própria santificação também significa a
nossa consagração à vontade de Deus, além da nossa
purificação, já que somos pecadores.
“Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade”
(João 17.17).
Ninguém pode santificar uma alma mas somente o Todo
Poderoso Deus, o grande Pai dos espíritos.
Somente aquele que nos fez pode fazer-nos santos.
A regeneração é onde a santificação começa, e é
totalmente o trabalho do Espírito de Deus.
Cada pensamento sobre santidade, e cada desejo
posterior por pureza, vêm somente do Senhor, porque
nós, por natureza, somos inclinados ao pecado.
Assim que a última vitória sobre o pecado em nós, e
sermos feitos perfeitamente como o nosso Senhor, deve
Só se vê a Deus com Santificação
13
ser inteiramente o trabalho do Senhor Deus, que faz
novas todas as coisas, desde que não temos nenhum
poder para realizar tão grande trabalho em nós mesmos.
Isto é uma criação (Tg 1.18). Nós podemos criar esta
nova vida?
Isto é uma ressurreição. Nós podemos levantar da
morte, pelo nosso próprio poder?
Nossa natureza degenerada (terrena) pode estar
rumando em direção à putrefação, mas não pode jamais
retornar à pureza ou à perfeição por si mesma; por isto
está sentenciada à morte, pela nossa identificação com
a crucificação de Jesus, e temos recebido uma nova
natureza de Deus pela fé, que está realizando em nosso
espírito um trabalho de santificação, e isto é de Deus, e
de Deus somente.
Veja então que grande coisa é a santificação, e como é
necessário para isto que o nosso Senhor orasse ao seu
Pai: “Santifica-os na verdade”.
Todavia, somente a verdade não santifica o homem.
Só se vê a Deus com Santificação
14
Ele pode permanecer num credo ortodoxo, mas se isto
não tocar o nosso coração e influenciar o nosso caráter,
qual é o valor da nossa ortodoxia?
Não é a doutrina que, de si mesma, nos santifica, mas o
Pai santifica usando a doutrina como meio.
A verdade é o elemento em que nós devemos viver para
sermos santos.
A falsidade (mentira) conduz ao pecado; a verdade
conduz à santidade; mas há o espírito mentiroso, e há
também o Espírito da verdade, e por estes o erro e a
verdade são usados como meios para se atingir o fim,
respectivamente.
A verdade deve ser aplicada com poder espiritual à
mente, à consciência, ao coração, senão o homem pode
receber a verdade, e ainda permanecer na injustiça.
Eu creio que isto é a coroação do trabalho de Deus no
homem, que seu povo seja perfeitamente livre do mal.
Ele os escolheu para que sejam seu povo particular,
zeloso de boas obras; Ele os redimiu para que fossem
Só se vê a Deus com Santificação
15
livres de toda a iniquidade, e purificados; ele os chamou
efetivamente para uma elevada e santa vocação, a saber
para a verdadeira santidade.
Todo o trabalho do Espírito de Deus na nova natureza
tem em mira a purificação, a consagração, o
aperfeiçoamento de todos aqueles que Deus, em amor,
tomou para Si.
Tudo o que nos sucede na caminhada para o céu tem o
propósito de nos preparar para o fim último da nossa
jornada.
Nosso caminho através do deserto tem por objetivo nos
provar, para que possamos conhecer quem realmente
somos, e para que nossos males possam ser
descobertos, e nos arrependermos, e assim, para que
nos apresentemos a Deus, no fim, sem máculas, diante
do Seu trono.
Nós estamos sendo educados pelos céus, para o
encontro na assembleia dos perfeitos.
Só se vê a Deus com Santificação
16
Ainda não se manifestou o que seremos, mas seremos
como Ele, porque o veremos assim como Ele é.
Nós estamos sendo levantados: através de um duro
combate, de longa vigilância, e paciente espera,
estamos sendo levantados em santidade.
Estas tribulações que trilham o nosso trigo e que lançam
a palha para longe, estas aflições que consomem nossas
escórias, e que tornam nosso ouro mais puro, têm um
objetivo glorioso em vista.
Todas as coisas cooperam juntamente para o bem
daqueles que amam a Deus; e o resultado esperado de
tudo isso será a apresentação dos escolhidos a Deus, não
tendo mancha ou ruga ou qualquer coisa semelhante.
Não devemos pensar que a santificação ocorre
instantaneamente, quando se ouve um pregador
sincero.
Este não é o trabalho de um momento, de alguns dias,
ou da habilidade humana, mas é o próprio Deus que
deve trabalhar em nós.
Só se vê a Deus com Santificação
17
Devemos, antes de tudo, ter a habitação do Espírito
Santo.
É pela fé em Cristo que se é renascido pelo Espírito. É
também pela mesma fé que somos santificados, assim
como temos crido para o seu perdão e justificação.
Só se vê a Deus com Santificação
18
4 - Como a Santificação é Forjada?
Jesus disse em João 17: “Santifica-os na verdade, a tua
palavra é a verdade.”.
Observem como Deus tem juntado a verdade e a
santificação.
Tem havido uma tendência recentemente para se dividir
a verdade da doutrina; a verdade do preceito.
Nenhuma vida santa será produzida em nós por crer na
falsidade.
A santificação em seu caráter visível vem da edificação
em fé no interior do coração, ou de outra forma é uma
mera casca.
Boas obras são o fruto da verdadeira fé, e a verdadeira
fé é uma sincera crença na verdade.
Cada verdade conduz à santificação, cada erro de
doutrina, direta ou indiretamente conduz ao pecado.
Só se vê a Deus com Santificação
19
E não estamos falando de mero conhecimento
intelectual, mas de conhecimento espiritual, por
experiência pessoal, na implantação das virtudes de
Cristo em nossa nova natureza, recebida pela fé nEle
(longanimidade, amor, benignidade, paciência, domínio
próprio, alegria etc).
Por isso, somente o ensino que é segundo a Palavra de
Deus revelada, nos santificará.
A Palavra de Deus é viva e demonstrará se estamos
santificados ou não por vermos as realidades afirmadas
por ela implantadas e manifestadas em nossas vidas.
Por isso se diz que a santificação é operada pela Palavra.
A matemática é uma verdade, mas ninguém é
santificado por ela.
O erro pode soprar sobre você, ele pode mesmo levar
você a pensar que você está santificado, mas há uma
grande e séria diferença entre ostentar santificação e
estar santificado de fato, uma grave diferença entre se
Só se vê a Deus com Santificação
20
sentir mais purificado que outros, e estar sendo
realmente aceito por Deus.
A verdade nunca é a sua opinião, nem minha; sua
mensagem, nem minha. Jesus disse, “a tua Palavra é a
verdade”.
O que santifica os homens não é apenas a verdade, mas
a verdade que está revelada na Palavra de Deus.
É uma bênção que toda a verdade que é necessária para
nos santificar esteja revelada na Palavra de Deus, tanto
que nós não temos que gastar nossas energias tentando
descobrir a verdade, mas podemos, para nosso maior
proveito, usar a verdade revelada nas Escrituras.
Não haverá mais revelações da verdade, não são mais
necessárias. E não pensemos esta prática da Palavra
consiste apenas em se cumprir os mandamentos morais,
pois é muito mais do que isso, uma vez que o que se tem
em mira é a nossa transformação à semelhança de Jesus,
então mais do que obedecer ao preceito, temos na
Palavra a direção de como seremos em nosso caráter,
Só se vê a Deus com Santificação
21
mente, coração e espírito quando andarmos no Espírito
em comunhão com Cristo.
O cânon está fixado e completo, e por isso se diz que
nada deve ser retirado ou acrescentado à Palavra, sob a
pena de lhe serem acrescentadas as pragas descritas em
Apo 22.18,19.
O Senhor nunca reescreveu ou reeditou Sua Palavra e
certamente nunca o fará, porque ela, verdade que é,
permanece para sempre.
Nosso ensino pode estar cheio de erros, mas o Espírito
não erra. A fé foi entregue de uma vez por todas aos
santos.
A Escritura sozinha é a verdade absoluta e eterna.
É por isso que nos é ordenado que a Palavra de Deus
habite ricamente em nosso coração, e para tanto, será
necessário que a leiamos e que meditemos nela dia e
noite.
Só se vê a Deus com Santificação
22
É pela leitura e meditação das Escrituras que se chega ao
conhecimento do caráter de Deus, e a termos temor e
tremor em nossa caminhada diante dEle e da Sua justiça.
Quando a verdade for totalmente usada, ela destruirá o
pecado diariamente, nutrirá a graça, inspirará nobres
desejos, e produzirá ações santas em nós.
Agora, ninguém espere ter uma verdadeira santificação
sem isto.
Só se vê a Deus com Santificação
23
5 – Jesus é a Nossa Santificação
(I Cor 1.30)
Quando Deus diz “sede santos por que eu sou santo” o
que está em foco é uma convocação direta a ser imitado.
Jesus é o nosso exemplo de vida que devemos seguir, se
desejamos de fato ser santificados.
E m ais do que exemplo, a sua própria vida em nós é o
que nos santifica, de modo que não pode haver
qualquer santificação verdadeira aparte da comunhão
real e vital com Ele.
Por isso há várias convocações diretas na Palavra neste
sentido em Mt 10.25; Fil 2.5; I Cor 11.1; Ef 5.1; I Ts 1.6; I
Pe 2.21; I Jo 2.6; 4.17, entre outras.
A imitação de Cristo está embutida na ordenança bíblica
que nos manda nos revestirmos de Cristo ou do novo
homem, o que é a mesma coisa (Rom 13.14; Ef 4.24; Col
3.10).
Só se vê a Deus com Santificação
24
Cabe ressaltar que na regeneração já ocorreu um
revestimento do novo homem, e um despojamento do
velho homem, mas tanto uma coisa quanto outra
(revestimento e despojamento) devem prosseguir na
santificação.
Quando encontramos na Palavra de Deus, citações ao
fato de já termos sido lavados, santificados, revestidos
do novo homem e despojados do velho, a referência se
aplica no caso à REGENERAÇÃO (novo nascimento), e
quando há uma exortação no sentido de se prosseguir
com o trabalho de purificação da alma, de
despojamento da carne, mortificação da natureza
terrena e revestimento de Cristo ou do novo homem, a
referência então se aplica ao processo da
SANTIFICAÇÃO, que deve prosseguir por toda a vida, até
que sejamos recebidos na glória.
A santificação consiste basicamente na ordenança de
Rom 13.14: revestir-se de Cristo e nada dispor para a
carne quanto às suas concupiscências.
Só se vê a Deus com Santificação
25
E para revestir-se externamente de Cristo é necessário
primeiro conhecê-lo interiormente.
Jesus deve ser recebido no coração por fé, antes de
poder se manifestar na vida pela santidade.
Para que a luz apareça e ilumine é preciso primeiro
acender a lâmpada.
É assim que a luz do cristão brilha no mundo, pelo
testemunho de sua própria vida, pelas virtudes visíveis
de Cristo que se manifestam na mesma.
Esta luz pode brilhar mais em uns do que em outros,
conforme o nível de sua consagração, e
consequentemente, da sua santificação.
Assim, o exterior e visível deve ser precedido
e inspirado pelo interior e invisível, para que o mundo
não possa negar que somos filhos da luz e do dia (I Tes
5.5,8).
Não basta que Cristo seja o alimento que sustém o
homem interior, é também necessário que seja o
Só se vê a Deus com Santificação
26
vestido que cobre o homem exterior, e que deve ser
visto pelo mundo, através do seu testemunho.
O cristão deve estar vestido de Cristo em todo o tempo,
e deve estar de tal maneira vestido do Senhor, que se
confunda com Ele.
Na conversão, quando é regenerado pelo Espírito esta
exortação é cumprida num sentido parcial, pois o cristão
se reveste de Cristo como um manto de justiça.
A justiça de Cristo que é imputada ao cristão na
justificação, passa a ser dele, porque Cristo agora lhe
pertence e ele a Cristo.
Embora injusto por natureza, o cristão passa a ser justo.
Mas a ordenança de Rom 13.14 não se refere à
justificação, mas à santificação.
Entretanto o ato de se revestir de Cristo só pode ser
cumprido por aqueles que já foram justificados e
regenerados.
Só se vê a Deus com Santificação
27
Devemos nos revestir de Cristo, continuamente, para
que a santidade de Cristo seja reproduzida em nossa
conduta diária.
Se é a Cristo que devemos ir para obter o perdão e a
justificação, não devemos ir a outro para obter a
santificação (I Cor 1.30).
Havendo começado com Jesus, devemos seguir com Ele
até o fim.
Devemos andar no mundo como Cristo andava.
Uma pergunta deve acompanhar o cristão em todas as
áreas de atividades e situações de sua vida:
“o que faria Jesus em meu lugar?”, e sua ação deve ser
norteada pela resposta a tal pergunta.
É pela vida de Jesus que devemos modelar a nossa.
O motivo ativo e potente que nos encoraja a imitar Jesus
como nosso modelo é a santificação das nossas almas.
Só se vê a Deus com Santificação
28
Acheguemo-nos ao Senhor e Ele nos dará o vigor que nos
falta.
Sem a graça que está em Cristo Jesus não é possível ter
a verdadeira santidade.
O próprio Moisés e todos os que agradaram a Deus na
dispensação da lei foram assistidos e fortificados pela
graça, que também operou mediante a fé.
A fonte da verdadeira santidade está em que “o pecado
não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da
lei, e sim, da graça.”.
Todos os que agradam a Deus não são os que se deixam
constranger pela força dos Seus mandamentos, como
quem serve a um rude patrão, mas, são os que O servem
como filhos que estimam e amam a seu Pai.
A motivação do cristão deve repousar na gratidão pela
graça e redenção de Jesus, que lhe trouxe a salvação.
Não é no Sinai que deve buscar o estímulo à sua
santidade, mas no Calvário.
Só se vê a Deus com Santificação
29
Inflamado de amor pelo Salvador, que morreu por ele,
será a sua felicidade estar pronto para viver ou para
morrer, para trabalhar ou para sofrer pelo seu Senhor.
O desejo de ser louvado e o temor de ser censurado não
são motivos para a santidade, são indignos de quem
pertence a Cristo.
O servo do Senhor não pode se fazer servo dos homens,
agindo como que para agradar a homens.
Antes, a glória do seu Mestre é sua paixão, e tudo o mais
é sem importância.
Dizer “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” é o mesmo
que dizer, “revesti-vos da perfeição”.
Assim, o cristão deve se revestir das virtudes que fazem
parte do caráter de Jesus.
Não de parte destas virtudes, mas de todas elas.
Não é somente sua humildade ou doçura, ou amor, ou
zelo o que devemos imitar, mas a sua completa
santidade.
Só se vê a Deus com Santificação
30
A nossa comunhão com Cristo deve ser tão íntima, que
a sua personalidade possa ser reproduzida em nós.
A nossa vontade deve ser conformada à dEle.
É a vontade de Deus que sejamos cada vez mais
semelhantes a Jesus (Rom 8.29).
Só se vê a Deus com Santificação
31
6 – Os Componentes da Santificação
Lendo o texto de Col 3.12-14 vemos que Paulo está
descrevendo o traje do cristão.
As vestes que ali são descritas devem ser usadas
permanentemente.
Nenhuma delas deve ser deixada de lado.
Todas devem ser vestidas.
Não apenas no domingo, mas durante todos os dias da
semana.
As primeiras vestes citadas são a misericórdia e a
bondade.
Somos tão misericordiosos, benignos, ternos e
compassivos com os nossos semelhantes como é o
próprio Cristo?
Pela santificação, obtivemos este traje, e estamos com
ele vestidos?
Só se vê a Deus com Santificação
32
Esforçamo-nos para alcançá-lo?
Se não, a nossa alegada santidade está nua em parte.
Longe de nós a presunção da igreja de Laodiceia que lhe
custou a reprimenda de Apo 3.17.
Em seguida são citadas como parte do vestuário de
Cristo, a mansidão e a humildade.
Jesus não oprime nem tiraniza a ninguém.
Ele foi sempre humilde, manso e cheio de graça, sendo
o Mestre de todos, e o Senhor dos senhores.
Somos arrogantes e duros de coração por natureza. É
somente pelo trabalho de quebrantamento do Espírito
Santo que deixamos de sê-lo.
Há também os vestidos da longanimidade e da
paciência, no trato com os semelhantes.
Há cristãos que se não fazem tudo a seu gosto, logo se
encolerizam.
São egoístas, obstinados, iracundos e suscetíveis.
Só se vê a Deus com Santificação
33
Não se sujeitam à disciplina do Espírito Santo, e nem à
autoridade da Palavra de Deus.
A verdade que servem é a própria, engendrada por sua
imaginação e sentimentos carnais.
Estas vestes da velha natureza devem ser trocadas pelas
vestes de Jesus, da longanimidade (tardio em se irar) e
da paciência.
Devemos ser pacientes ainda quando tenhamos sido
vítimas de grandes injustiças: mais vale sofrer do que
devolver mal por mal (Rom 12.17-21; I Pe 2.19-23; 4.12-
14).
O apóstolo segue dizendo:
“Perdoai-vos mutuamente...”.
Não é evidente que tal ensino não é da terra, mas que
nos veio do céu?
Tratemos pois de colocá-lo em ação.
Só se vê a Deus com Santificação
34
Vesti-vos do Espírito de Cristo, e sua língua não soltará
palavras tão amargas.
Vesti-vos do seu amor, e seu coração não abrigará
sentimentos tão ásperos.
Que suas almas se encham de sua santidade, e de boa
vontade perdoarão, não sete, mas setenta vezes sete.
Agora, o cinturão que mantém em seu lugar cada peça
deste vestuário espiritual é:
“Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o
vínculo da perfeição.”.
Este cinturão é divino: o amor.
Tudo o que temos feito tem muito pouco valor se nossas
animosidades não têm sido sepultadas com o velho
homem.
Ainda que tenhamos muitos defeitos, que não nos falte
o amor pelo Senhor e por nossos semelhantes.
E finalmente:
Só se vê a Deus com Santificação
35
“a paz de Deus governe os seus corações e sejam
agradecidos.”.
A gratidão deve ser achada entre os discípulos de Jesus.
Bem-aventurada a alma que está em plena possessão de
si mesma, sempre tranquila e descansada.
Se desejamos ser semelhantes a Jesus devemos estar
vestidos da Sua paz.
Uma pessoa santa, além das virtudes destacadas em Col
3.12-14 também possui: submissão, domínio próprio,
auto negação, amor fraternal por seus irmãos em Cristo,
pureza de coração, temor de Deus, fidelidade em todos
os deveres e relacionamentos, e todas as demais
virtudes que caracterizam o cristão fiel, segundo o que
está revelado na Bíblia.
Apesar de estarmos revestidos de Jesus, temos
necessidade ainda de lutar contra a carne como se diz
em Rom 13.14.
Não devemos ser indulgentes com a carne, nem
desculpá-la.
Só se vê a Deus com Santificação
36
Nunca digamos: “Cristo me tem perdoado porque tenho
mau gênio, e não posso livrar-me dele.”.
Nunca justifiquemos aquilo que em nós não se encontra
na natureza de Cristo.
Alguém pode dizer: “Sou muito alegre por natureza e
assim, um pouco de prazer mundano me é necessário.”.
Jogo perigoso é este!
Está fazendo o que a Palavra proíbe.
Está adulando a carne para satisfazer os seus desejos.
Cuidado!
Não se deve dar trégua ao pecado, nem por um dia, uma
hora, um minuto, um segundo.
Nossa obediência deve ser sem interrupção.
Não devemos consentir que a carne levante a cabeça,
pois não se pode saber até onde é capaz de nos arrastar.
A carne é voraz e nunca se sacia.
Só se vê a Deus com Santificação
37
Não devemos lhe dar nem ainda as migalhas que caem
da mesa.
Revesti-vos do Senhor Jesus e já não haverá lugar para
as concupiscências da carne.
O pecado está onde Cristo não está.
Qual é o vestido de casamento que nos fará dignos de ir
ao encontro de Cristo e participar do Seu triunfo? É o
próprio Cristo.
Se aqui neste mundo Ele é meu adorno, e minha
formosura, posso estar seguro de que Ele será minha
glória durante a eternidade.
A carne é tão ardilosa que os próprios mandamentos de
Deus, que nos são dados para vida (Rom 7.10), ela os
utiliza para reviver o pecado (a carne gosta do que é
proibido – Rom 7.9), e assim, o pecado, se prevalecendo
do mandamento, pelo próprio mandamento nos engana
e mata (Rom 7.11).
Só se vê a Deus com Santificação
38
Diante de um inimigo tão ardiloso, que ainda opera na
natureza terrena do cristão, toda vigilância e cuidado
são poucos.
Só se vê a Deus com Santificação
39
7 – A Medida da Santificação
Nunca podemos dizer que a santificação chega ao
amadurecimento e perfeição total, ou que todas as
virtudes citadas até aqui, especialmente as de Col 3.12-
14, sejam achadas em total florescimento e força, para
que possamos dizer que a pessoa é santa.
Não, longe disto.
A santificação é sempre um trabalho progressivo, e
consoante a concessão da graça do evangelho, que
trabalha muito mais com a nossa consagração a Deus e
à Sua Palavra, do que com a nossa perfeição presente,
quanto aos nossos pensamentos, motivações,
sentimentos e ações.
As virtudes ou graças de algumas pessoas são como
plantas em germinação, em outras, como plantas
crescidas, e ainda em outras como plantas maduras com
frutos.
Mas todas elas tiveram um começo.
Só se vê a Deus com Santificação
40
Nós nunca devemos desprezar “o dia dos humildes
começos” (Zac 4.10). E a santificação neste mundo, no
melhor dos snaos, é um trabalho imperfeito.
Spurgeon disse:
A história dos maiores santos que já viveram contém
muitos “poréns”, “todavias” e “emboras”.
O ouro nunca será sem algumas escórias e nós nunca
brilharemos sem algumas nuvens, até que alcancemos a
Jerusalém celestial.
Os homens e mulheres mais santificados têm tido
muitas manchas e defeitos, quando comparados com o
padrão elevado e santo da Palavra de Deus.
Suas vidas estão continuamente em guerra com o
pecado, e o diabo; e algumas vezes vocês os verão não
submetendo o Inimigo e a carne, mas sendo
submetidos.
Assim, não é pelo tanto que ainda haja de imperfeições
e fraquezas em nós, que estaremos impedindo ou
desacelerando o processo de santificação, mas o quanto
Só se vê a Deus com Santificação
41
não nos arrependemos do nosso procedimento
contrário à vontade de Deus.
Enquanto tivermos o temor do Senhor e da Sua Palavra,
enquanto confessarmos os nossos pecados, e nos
arrependermos de nossas más obras, buscando andar
do modo que Deus aprova, sempre haverá esperança
para o nosso caso, quanto a fazermos progresso em
santificação.
Afinal, a carne está sempre lutando contra o Espírito, e
o Espírito contra a carne, e “todos nós tropeçamos em
muitas coisas” (Tg 3.2; Gál 5.17).
Mas todo verdadeiro cristão, renascido do Espírito,
perseguirá o alvo da santificação.
E corajosa e confiantemente eu digo, que a verdadeira
santificação é uma grande realidade.
Ela é algo que pode ser visto nos homens e mulheres, e
mesmo em crianças, e que pode ser sentido por todos
ao seu redor.
Só se vê a Deus com Santificação
42
Eu sei que o caminho pode ir de um ponto a outro, e ter
muitas curvas e deformações, e a pessoa pode ser
verdadeiramente santa, e ainda ser rodeada por muitas
fraquezas.
O ouro não é menos ouro porque está misturado com
algum liga metálica; nem a luz é menos luz porque é
fraca e turva; nem a graça é menos graça porque é jovem
e fraca.
Mas depois de todas estas considerações eu não posso
dizer que uma pessoa mereça ser chamada
“santificada”, que deliberadamente se permite
continuar habitualmente nos seus pecados, e que não se
sente envergonhada por causa deles. Eu não ousaria
chamar de “santo” quem faz um hábito deliberado
negligenciar os deveres conhecidos, e que pratica aquilo
que sabe que Deus tem claramente proibido em Sua
Palavra.
John Owen se expressou muito bem quanto a isto: “Eu
não entendo como um homem pode ser um cristão
Só se vê a Deus com Santificação
43
verdadeiro sem que o seu pecado não lhe seja a maior
aflição, tristeza e problema.”.
Só se vê a Deus com Santificação
44
8 - Estamos Santificados?
J. C. Riley nos faz esta pergunta em um de seus
memoráveis sermões.
Esta é a pergunta de maior importância para as nossas
almas.
Se a Bíblia é a verdade, e é certo que é, a menos que nós
sejamos santificados, nós não seremos salvos.
Há três coisas que de acordo com a Bíblia, são
absolutamente necessárias à salvação de cada homem e
mulher cristão.
Estas três coisas são a justificação, a regeneração e a
santificação. Aquele em quem falte alguma destas três
coisas, não poderá ir para o céu quando morrer.
Onde, então está o dano em perguntar, “estamos
santificados?”.
Estranhas doutrinas têm se levantado ultimamente
sobre todo o assunto da santificação.
Só se vê a Deus com Santificação
45
Alguns parecem confundi-la com a justificação. Outros a
fragmentam em nada, sob o pretenso zelo pela livre
graça.
Outros levantam um erro de uma santificação padrão
diante dos seus olhos, e falham ao tentar alcançá-la em
suas vidas através de repetidas mudanças de igreja a
igreja, na vã esperança que eles acharão o que eles
desejam.
Num dia como este, o calmo exame da pergunta em
título, pode ser de grande utilidade para nossas almas.
Quanto maior a santificação, maior a consciência
espiritual de que se estava morto, separado da vida de
Deus, e da comunhão com Ele, porque o oposto disto,
ou seja, vida e comunhão, crescem à medida que a
santificação aumenta em graus.
Muitos se iludem por sentimentos, dizendo que sentem
algo lhes dizendo no seu interior que são salvos.
Apesar de o Espírito Santo testificar com o nosso espírito
que fomos salvos, não se pode ter por seguro que toda
Só se vê a Deus com Santificação
46
voz ouvida no coração seja do Espírito, porque a carne
ou o Inimigo poderão nos enganar.
Então essa testificação do Espírito Santo, aumenta em
graus, naqueles que se santificam.
E é especialmente pela constatação pessoal do aumento
das suas graças transformadoras em nós, que podemos
ter a plena certeza que somos de fato de Cristo (pelo
aumento da longanimidade, do amor aos irmãos e a
Deus, da benignidade, paciência etc).
O Espírito nunca permanece adormecido e ocioso na
alma: Ele sempre faz Sua presença conhecida pelo fruto
que Ele produz no coração, no caráter e na vida.
“O fruto do Espírito”, diz Paulo, “é amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio,” (Gál 5.22,23).
Quando estas coisas são encontradas, há o Espírito:
quando estas coisas não existem, os homens estão
mortos diante de Deus.
Só se vê a Deus com Santificação
47
O Espírito é comparado ao vento, e, como o vento, Ele
não pode ser visto pelos nossos olhos de carne.
Mas assim como nós conhecemos o efeito que o vento
produz nas ondas, nas árvores, na fumaça, assim nós
podemos saber que o Espírito está no homem pelos
efeitos que Ele produz na conduta dos homens.
É possível supor que nós temos o Espírito, se nós
também “andarmos no Espírito” (Gál 5.25), produzindo
o fruto que é consequente dessa santa
Assim, os que são realmente “guiados pelo Espírito de
Deus, são filhos de Deus.” (Rom 8.14).
A santificação, ainda, é uma coisa que sempre será vista,
assim como a Grande Cabeça da Igreja, de quem isto
procede, não pode ser escondida.
Cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto (Lc 6.44).
Uma pessoa verdadeiramente santificada pode ser tão
vestida de humildade, que ela pode ver em si mesma,
nada além de fraquezas e defeitos.
Só se vê a Deus com Santificação
48
Como Moisés, quando ele veio ao monte, ele pode não
ter tido consciência que sua face brilhava.
Como os justos na importante parábola das ovelhas e
dos bodes, que não podiam ver que eles tinham feito
algo para o seu Mestre quando o fizeram a outros (Mt
25.37).
Mas ainda que não vejam isto em si mesmos ou não,
outros sempre verão neles, um tom, um caráter e uma
forma de vida não vista em outros homens.
A luz pode ser muito turva, mas se houver somente uma
centelha num quarto escuro, ela será vista.
A vida pode estar muito débil, mas se houver pulsação,
ainda que fraca, isto será percebido. É exatamente o
mesmo que ocorre com o homem santificado: sua
santificação será algo sentido e visto, embora ele
mesmo não possa compreender isto. Um santo em
quem nada pode ser visto mas mundanismo ou pecado,
é um tipo de monstro não reconhecido pela Bíblia.
Só se vê a Deus com Santificação
49
A santificação, ainda, é uma coisa pela qual cada cristão
é responsável.
Cada homem na terra é responsável diante de Deus, e
todos os perdidos estarão mudos e sem desculpas no
último dia.
Cada homem tem poder para “perder sua própria alma”
(Mt 16.26).
Deus tem dado aos cristãos graça e um novo coração, e
uma nova natureza, de modo que tem negado a eles
toda a desculpa, caso não vivam para o Seu louvor.
Este é um ponto que é muito esquecido.
Um homem que professa ser um verdadeiro cristão,
enquanto se assenta ainda, contente com um muito
baixo grau de santificação (se de fato ele tem alguma), e
friamente diz que ele “nada pode fazer quanto a isto”, é
de fato uma muito lamentável visão, de um homem
muito ignorante.
Contra esta ilusão deixem-nos vigiar e estar em guarda.
Só se vê a Deus com Santificação
50
Se o Salvador de pecadores nos der uma graça
renovadora, e nos chamar, pelo Seu Espírito, nós
podemos estar certos que Ele espera que usemos a
nossa graça, e que não venhamos a dormir como os
demais.
É o esquecimento disto a causa de muitos cristãos
entristecerem o Espírito Santo, e se tornarem inúteis.
A santificação, ainda, é uma coisa que permite o
crescimento e o progresso.
Um homem pode escalar um degrau após outro em
santidade, e ser mais santificado num período de sua
vida do que em outro.
Mais perdoado e mais justificado do que era quando
creu no princípio ele não pode ser, embora ele possa
sentir isto com mais intensidade.
Mais santificado ele certamente pode ser, porque cada
graça em seu novo caráter pode ser fortalecida,
ampliada e aprofundada.
Só se vê a Deus com Santificação
51
Este é o evidente significado da última oração de nosso
Senhor por seus discípulos, quando ele usou as palavras,
“santifica-os” (Jo 17.17), e Paulo orou pelos
tessalonicenses “o mesmo Deus da paz vos santifique
em tudo” (I Tes 5.23).
Em ambos os casos a expressão claramente implica a
possibilidade de aumento da santificação; enquanto que
uma expressão paralela como “justifica-os” nunca é
encontrada uma só vez nas Escrituras, aplicada aos
cristãos, porque eles não podem ser mais justificados do
que eles já estão.
A justificação é recebida de uma vez para sempre na
conversão e não é portanto um processo.
Já a santificação é um processo que dura toda a vida.
A ideia de uma “santificação imputada” numa
experiência de poder em avivamento do Espírito não
tem respaldo bíblico e contraria a verdade da Palavra e
da própria experiência prática, porque não existe uma
santificação completa que se receba de uma vez para
sempre em determinado momento da vida.
Só se vê a Deus com Santificação
52
O que pode ocorrer é um renovo espiritual que desperte
a santidade que estava adormecida, mas esta
necessitará ser sempre mantida e renovada e
aumentada.
A ordem de Cristo em Apocalipse é que o que é santo,
santifique-se mais ainda.
Isto denota a necessidade de exercício espiritual, de
disciplina, de esforço, de vigilância constante,
perseverança e diligência.
Há necessidade de formação progressiva de um hábito
de santidade na vida, em todas as suas áreas.
Se há um ponto em que os santos mais consagrados a
Deus concordam, é este que eles veem mais, e
conhecem mais, e sentem mais, e fazem mais, e se
arrependem mais, e creem mais, à medida que avançam
na vida espiritual, e em proporção à intimidade da sua
caminhada com Deus.
Só se vê a Deus com Santificação
53
Em resumo, eles crescem na graça, como Pedro exorta
os cristãos a fazerem (II Pe 3.18), e progridem cada vez
mais, conforme as palavras de Paulo em I Tes 4.1.
A santificação, ainda, é uma coisa que depende
grandemente do diligente uso dos meios das Escrituras.
Quando eu falo “meios” eu me refiro à leitura da Bíblia,
à sua prática na vida, à presença regular à adoração
pública, a regular escuta da Palavra de Deus, a
constância na oração, e a regular recepção da Ceia do
Senhor.
Eu não posso achar qualquer exemplo de algum santo
eminente que sempre tenha negligenciado tais coisas.
Elas são apontadas como canais através dos quais o
Espírito Santo conduz novos suprimentos da graça à
alma, e fortalece a obra que ele tem começado no
homem interior (nova criatura, nova natureza).
Deixem os homens chamarem isto de deveres legalistas.
Que o façam se lhes agrada, mas eu nunca recuarei em
declarar minha crença de que não há ganhos espirituais
Só se vê a Deus com Santificação
54
sem esforço ou sofrimento. Eu seria como um agricultor
que espera prosperar em seu negócio, se contentando
em semear seu campo e nunca cuidar dele até a
colheita.
Assim é o cristão que espera alcançar muita santidade
mas que nunca foi diligente na leitura da sua Bíblia, em
suas orações, e no uso do dia do Senhor, para a adoração
e serviço.
Só se vê a Deus com Santificação
55
9 – O Motivo
Apesar de tudo que já foi dito anteriormente ainda
há espaço para refletirmos sobre o motivo pelo qual não
se pode ver a Deus sem santificação.
Creio que o principal motivo decorre do fato de ser Deus
santo, decorre da Sua própria santidade que demanda
de todo ser moral e espiritual que seja também santo
para que possa participar da Sua natureza divina.
Por isso Jesus, sendo Deus se fez homem, para que nós
também pudéssemos participar da Sua natureza
essencial.
Há um dito que afirma que arara voa no bando de araras
e não no de urubus.
É a indicação da natureza que temos que nos torna
participantes da unidade com nossos semelhantes.
E então é somente pela santidade que podemos ser
tornados semelhantes a Deus.
Não se exige de nós a Sua Onipotência, a Sua
Onipresença, a Sua Onisciência divina, mas com certeza,
é exigido de nós que sejamos santos assim como ele é
santo. É nisto que consiste a nossa semelhança com
Deus, a propósito, para a qual fomos projetados desde
o princípio da criação.

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Só se vê a Deus com santificação

  • 1. Só se Vê a Deus Com Santificação Silvio Dutra NOV/2015
  • 2. Só se vê a Deus com Santificação 2 Sumário 1 - Introdução 3 2 – O que é Ver a Deus? 5 3 – O que é Estar Santificado 8 4 - Como a Santificação é Forjada? 18 5 – Jesus é a Nossa Santificação 23 6 – Os Componentes da Santificação 31 7 – A Medida da Santificação 39 8 - Estamos Santificados? 44 9 – O Motivo 55
  • 3. Só se vê a Deus com Santificação 3 1 – Introdução Quando o texto de Hebreus 12.14 foi escrito, é provável que o seu autor estivesse pensando no retorno do Senhor Jesus para arrebatar o seu povo. Sabedor de tantas instruções e advertências que haviam sido dadas pelo próprio Cristo para que seus discípulos estivessem devidamente preparados para recebê-lo por ocasião da Sua volta, como por exemplo as que encontramos nas Parábolas dos Talentos e das Dez Virgens, o autor de Hebreus não tinha então qualquer dúvida sobre a referida necessidade de santificação para que os crentes pudessem ver o Senhor na citada ocasião. Ora, na avaliação que fizermos desta matéria não podemos esquecer de que temos o exemplo do ladrão que morreu na cruz ao lado de Jesus e que pôde ver a face de Deus no paraíso sem que tivesse tido tempo para receber qualquer medida adicional de santificação além da que acompanha a conversão (novo nascimento do
  • 4. Só se vê a Deus com Santificação 4 Espírito Santo) e que ele certamente recebeu quando ouviu dos lábios do Senhor que estaria com ele ainda naquele dia no paraíso. Muito bem, outro ponto também a ser considerado é que Deus é poderoso o bastante para renovar e reconciliar consigo mesmo a qualquer crente que tenha andado desviado da Sua presença, e isto não exclui o momento da volta de Jesus. Agora, temos que ter a devida prudência em nossas afirmações porque a Parábola das Dez Virgens assegura que não houve tempo hábil para as cinco virgens insensatas serem renovadas, de modo que não subiram com o Senhor juntamente com as demais cinco virgens prudentes. A conclusão a que chegamos é a de que não somos chamados a especular com isto e nem tampouco nos descuidarmos do nosso dever de vigiar, orar e perseverar diariamente, confirmando cada vez mais a nossa eleição pela prática da Palavra de Deus, para a santificação do Espírito Santo.
  • 5. Só se vê a Deus com Santificação 5 Como dissemos antes, devemos recorrer ao próprio texto bíblico e analisar cuidadosamente as passagens que tratam do assunto da santificação para que sejamos devidamente esclarecidos pelo menos sobre o que seja estar santificado e o que é necessário fazer para que o possamos obter.
  • 6. Só se vê a Deus com Santificação 6 2 – O que é Ver a Deus? Das várias passagens bíblicas que discorrem sobre o assunto do nosso título, destaca-se a citação de Jesus no Sermão do Monte quando disse diretamente que são os puros de coração que verão a Deus. A par do verbo estar no tempo futuro, a citação aplica- se também ao presente pois é notório que só podemos ter comunhão com o Senhor quando estamos santificados. Não pensemos que ver a Deus equivale a uma contemplação com nossos olhos de carne, uma vez que Deus é espírito invisível aos nossos olhos, de modo que a visão aqui referida é de caráter espiritual, indicando um maior conhecimento da pessoa de Deus e da Sua vontade, como sucedeu com o patriarca Jó que pôde declarar que passou a ver a Deus depois de tudo o que passou, e não somente mais ouvir falar acerca dele.
  • 7. Só se vê a Deus com Santificação 7 É digno de nota também que quando Moisés manifestou o desejo de ver a glória do Senhor, em vez de lhe ter sido concedido uma visão contemplativa, foi-lhe dada a declaração pelo próprio Deus acerca do Seu caráter divino, em ser longânimo, misericordioso e justo. Disto tudo se depreende então que este ver a Deus equivale a ser admitido à Sua presença, a se privar do Seu favor e companhia, e a condição necessária para tal é declarada como sendo a nossa santificação, como no dizer do Senhor, a purificação do nosso coração.
  • 8. Só se vê a Deus com Santificação 8 3 – O que é Estar Santificado O pecador é transformado em santo quando nasce de novo do Espírito Santo. Na sua conversão ele é santificado ao ser transformado em uma nova criatura. Ele recebe um novo coração, uma nova natureza, a natureza divina, e assim tem acesso à santidade que o faz aceitável a Deus. Esta é a razão pela qual o apóstolo Paulo se refere aos cristãos em todas as suas epístolas, chamando-os de santos, apesar de que muitos deles eram ainda carnais, como, por exemplo, parte dos cristãos coríntios (I Cor 1.2; 6.11; 14.33; II Cor 1.1; 13.12; Ef 1.1; 2.19; Fp 1.1; Col 1.2; Jd 3) que eram santos, separados para Deus, apesar de não serem ainda cristãos espirituais. Entretanto, aquele que foi santificado pelo Espírito, é chamado a prosseguir nesta santificação, através de um
  • 9. Só se vê a Deus com Santificação 9 processo que não deve cessar ao longo de toda a sua vida, e pelo qual obterá graus cada vez maiores de crescimento na graça e no conhecimento pessoal e íntimo de Jesus (Jo 17.17,19; Ef 4.12;I Tes 5.23; Apo 22.11). Este processo consiste basicamente no despojamento das obras da carne (natureza terrena) e do revestimento das virtudes de Cristo. O texto de Hebreus 12.14 diz, “segui a paz com todos e a santificação” – ambas as coisas, tanto a paz quanto a santificação devem ser seguidas de forma prática. Se a santificação tivesse sido obtida em sua forma plena e final na regeneração (novo nascimento), não haveria necessidade de se mandar segui-la, ordenança que não se aplica à justificação, por ter sido obtida de uma vez para sempre na conversão. Santificação é conformidade à vontade de Deus, e obediência aos mandamentos do Senhor. Isto é o trabalho do Espírito na alma, pelo qual o homem é feito semelhante a Deus, e torna-se participante da natureza
  • 10. Só se vê a Deus com Santificação 10 divina, sendo livrado da corrupção que há no mundo através da cobiça. Não é dito em Heb 12.14 “perfeição de santificação”, mas, “santificação”. A santificação é uma coisa que cresce. Ela pode ser na alma como o grão de mostarda, e ainda não estar desenvolvida; ela pode ser uma vontade e um desejo no coração, um suspiro, uma aspiração. Com as águas do Espírito de Deus, ela crescerá como o grão de mostarda até se tornar uma árvore. A santificação, no coração regenerado é como criança, não está madura – está perfeita em todas as suas partes, mas não perfeita no seu desenvolvimento. Uma criança é um ser perfeito, mas não quanto ao desenvolvimento que ainda terá até ser uma pessoa madura. Por conseguinte, quando nós achamos muitas imperfeições e muitas falhas em nós mesmos, não
  • 11. Só se vê a Deus com Santificação 11 devemos concluir que isto significa que não temos interesse na graça de Deus. A santificação requer que o coração esteja em Deus, e que pulse de amor por Ele. “Sem santificação ninguém verá o Senhor”. Isto quer dizer, nenhum homem pode ter comunhão com Deus nesta vida, e na vida por vir, sem santidade. “Podem dois caminharem juntos se não houver entre eles acordo?”. Santificação é uma palavra que significa mais do que purificação, porque ela inclui mais do que a ideia de sermos limpos, ela inclui também a necessidade de estarmos adornados com todas as virtudes de Cristo. “Por causa deles eu me santifico a mim mesmo”. Estas são palavras que foram proferidas por Jesus em João 17. No caso do Senhor não pode significar purificação do pecado, porque ele não tinha pecado.
  • 12. Só se vê a Deus com Santificação 12 A santificação do Senhor era sua consagração ao completo propósito divino, sua absorção na vontade do Pai. Assim, nossa própria santificação também significa a nossa consagração à vontade de Deus, além da nossa purificação, já que somos pecadores. “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17.17). Ninguém pode santificar uma alma mas somente o Todo Poderoso Deus, o grande Pai dos espíritos. Somente aquele que nos fez pode fazer-nos santos. A regeneração é onde a santificação começa, e é totalmente o trabalho do Espírito de Deus. Cada pensamento sobre santidade, e cada desejo posterior por pureza, vêm somente do Senhor, porque nós, por natureza, somos inclinados ao pecado. Assim que a última vitória sobre o pecado em nós, e sermos feitos perfeitamente como o nosso Senhor, deve
  • 13. Só se vê a Deus com Santificação 13 ser inteiramente o trabalho do Senhor Deus, que faz novas todas as coisas, desde que não temos nenhum poder para realizar tão grande trabalho em nós mesmos. Isto é uma criação (Tg 1.18). Nós podemos criar esta nova vida? Isto é uma ressurreição. Nós podemos levantar da morte, pelo nosso próprio poder? Nossa natureza degenerada (terrena) pode estar rumando em direção à putrefação, mas não pode jamais retornar à pureza ou à perfeição por si mesma; por isto está sentenciada à morte, pela nossa identificação com a crucificação de Jesus, e temos recebido uma nova natureza de Deus pela fé, que está realizando em nosso espírito um trabalho de santificação, e isto é de Deus, e de Deus somente. Veja então que grande coisa é a santificação, e como é necessário para isto que o nosso Senhor orasse ao seu Pai: “Santifica-os na verdade”. Todavia, somente a verdade não santifica o homem.
  • 14. Só se vê a Deus com Santificação 14 Ele pode permanecer num credo ortodoxo, mas se isto não tocar o nosso coração e influenciar o nosso caráter, qual é o valor da nossa ortodoxia? Não é a doutrina que, de si mesma, nos santifica, mas o Pai santifica usando a doutrina como meio. A verdade é o elemento em que nós devemos viver para sermos santos. A falsidade (mentira) conduz ao pecado; a verdade conduz à santidade; mas há o espírito mentiroso, e há também o Espírito da verdade, e por estes o erro e a verdade são usados como meios para se atingir o fim, respectivamente. A verdade deve ser aplicada com poder espiritual à mente, à consciência, ao coração, senão o homem pode receber a verdade, e ainda permanecer na injustiça. Eu creio que isto é a coroação do trabalho de Deus no homem, que seu povo seja perfeitamente livre do mal. Ele os escolheu para que sejam seu povo particular, zeloso de boas obras; Ele os redimiu para que fossem
  • 15. Só se vê a Deus com Santificação 15 livres de toda a iniquidade, e purificados; ele os chamou efetivamente para uma elevada e santa vocação, a saber para a verdadeira santidade. Todo o trabalho do Espírito de Deus na nova natureza tem em mira a purificação, a consagração, o aperfeiçoamento de todos aqueles que Deus, em amor, tomou para Si. Tudo o que nos sucede na caminhada para o céu tem o propósito de nos preparar para o fim último da nossa jornada. Nosso caminho através do deserto tem por objetivo nos provar, para que possamos conhecer quem realmente somos, e para que nossos males possam ser descobertos, e nos arrependermos, e assim, para que nos apresentemos a Deus, no fim, sem máculas, diante do Seu trono. Nós estamos sendo educados pelos céus, para o encontro na assembleia dos perfeitos.
  • 16. Só se vê a Deus com Santificação 16 Ainda não se manifestou o que seremos, mas seremos como Ele, porque o veremos assim como Ele é. Nós estamos sendo levantados: através de um duro combate, de longa vigilância, e paciente espera, estamos sendo levantados em santidade. Estas tribulações que trilham o nosso trigo e que lançam a palha para longe, estas aflições que consomem nossas escórias, e que tornam nosso ouro mais puro, têm um objetivo glorioso em vista. Todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus; e o resultado esperado de tudo isso será a apresentação dos escolhidos a Deus, não tendo mancha ou ruga ou qualquer coisa semelhante. Não devemos pensar que a santificação ocorre instantaneamente, quando se ouve um pregador sincero. Este não é o trabalho de um momento, de alguns dias, ou da habilidade humana, mas é o próprio Deus que deve trabalhar em nós.
  • 17. Só se vê a Deus com Santificação 17 Devemos, antes de tudo, ter a habitação do Espírito Santo. É pela fé em Cristo que se é renascido pelo Espírito. É também pela mesma fé que somos santificados, assim como temos crido para o seu perdão e justificação.
  • 18. Só se vê a Deus com Santificação 18 4 - Como a Santificação é Forjada? Jesus disse em João 17: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.”. Observem como Deus tem juntado a verdade e a santificação. Tem havido uma tendência recentemente para se dividir a verdade da doutrina; a verdade do preceito. Nenhuma vida santa será produzida em nós por crer na falsidade. A santificação em seu caráter visível vem da edificação em fé no interior do coração, ou de outra forma é uma mera casca. Boas obras são o fruto da verdadeira fé, e a verdadeira fé é uma sincera crença na verdade. Cada verdade conduz à santificação, cada erro de doutrina, direta ou indiretamente conduz ao pecado.
  • 19. Só se vê a Deus com Santificação 19 E não estamos falando de mero conhecimento intelectual, mas de conhecimento espiritual, por experiência pessoal, na implantação das virtudes de Cristo em nossa nova natureza, recebida pela fé nEle (longanimidade, amor, benignidade, paciência, domínio próprio, alegria etc). Por isso, somente o ensino que é segundo a Palavra de Deus revelada, nos santificará. A Palavra de Deus é viva e demonstrará se estamos santificados ou não por vermos as realidades afirmadas por ela implantadas e manifestadas em nossas vidas. Por isso se diz que a santificação é operada pela Palavra. A matemática é uma verdade, mas ninguém é santificado por ela. O erro pode soprar sobre você, ele pode mesmo levar você a pensar que você está santificado, mas há uma grande e séria diferença entre ostentar santificação e estar santificado de fato, uma grave diferença entre se
  • 20. Só se vê a Deus com Santificação 20 sentir mais purificado que outros, e estar sendo realmente aceito por Deus. A verdade nunca é a sua opinião, nem minha; sua mensagem, nem minha. Jesus disse, “a tua Palavra é a verdade”. O que santifica os homens não é apenas a verdade, mas a verdade que está revelada na Palavra de Deus. É uma bênção que toda a verdade que é necessária para nos santificar esteja revelada na Palavra de Deus, tanto que nós não temos que gastar nossas energias tentando descobrir a verdade, mas podemos, para nosso maior proveito, usar a verdade revelada nas Escrituras. Não haverá mais revelações da verdade, não são mais necessárias. E não pensemos esta prática da Palavra consiste apenas em se cumprir os mandamentos morais, pois é muito mais do que isso, uma vez que o que se tem em mira é a nossa transformação à semelhança de Jesus, então mais do que obedecer ao preceito, temos na Palavra a direção de como seremos em nosso caráter,
  • 21. Só se vê a Deus com Santificação 21 mente, coração e espírito quando andarmos no Espírito em comunhão com Cristo. O cânon está fixado e completo, e por isso se diz que nada deve ser retirado ou acrescentado à Palavra, sob a pena de lhe serem acrescentadas as pragas descritas em Apo 22.18,19. O Senhor nunca reescreveu ou reeditou Sua Palavra e certamente nunca o fará, porque ela, verdade que é, permanece para sempre. Nosso ensino pode estar cheio de erros, mas o Espírito não erra. A fé foi entregue de uma vez por todas aos santos. A Escritura sozinha é a verdade absoluta e eterna. É por isso que nos é ordenado que a Palavra de Deus habite ricamente em nosso coração, e para tanto, será necessário que a leiamos e que meditemos nela dia e noite.
  • 22. Só se vê a Deus com Santificação 22 É pela leitura e meditação das Escrituras que se chega ao conhecimento do caráter de Deus, e a termos temor e tremor em nossa caminhada diante dEle e da Sua justiça. Quando a verdade for totalmente usada, ela destruirá o pecado diariamente, nutrirá a graça, inspirará nobres desejos, e produzirá ações santas em nós. Agora, ninguém espere ter uma verdadeira santificação sem isto.
  • 23. Só se vê a Deus com Santificação 23 5 – Jesus é a Nossa Santificação (I Cor 1.30) Quando Deus diz “sede santos por que eu sou santo” o que está em foco é uma convocação direta a ser imitado. Jesus é o nosso exemplo de vida que devemos seguir, se desejamos de fato ser santificados. E m ais do que exemplo, a sua própria vida em nós é o que nos santifica, de modo que não pode haver qualquer santificação verdadeira aparte da comunhão real e vital com Ele. Por isso há várias convocações diretas na Palavra neste sentido em Mt 10.25; Fil 2.5; I Cor 11.1; Ef 5.1; I Ts 1.6; I Pe 2.21; I Jo 2.6; 4.17, entre outras. A imitação de Cristo está embutida na ordenança bíblica que nos manda nos revestirmos de Cristo ou do novo homem, o que é a mesma coisa (Rom 13.14; Ef 4.24; Col 3.10).
  • 24. Só se vê a Deus com Santificação 24 Cabe ressaltar que na regeneração já ocorreu um revestimento do novo homem, e um despojamento do velho homem, mas tanto uma coisa quanto outra (revestimento e despojamento) devem prosseguir na santificação. Quando encontramos na Palavra de Deus, citações ao fato de já termos sido lavados, santificados, revestidos do novo homem e despojados do velho, a referência se aplica no caso à REGENERAÇÃO (novo nascimento), e quando há uma exortação no sentido de se prosseguir com o trabalho de purificação da alma, de despojamento da carne, mortificação da natureza terrena e revestimento de Cristo ou do novo homem, a referência então se aplica ao processo da SANTIFICAÇÃO, que deve prosseguir por toda a vida, até que sejamos recebidos na glória. A santificação consiste basicamente na ordenança de Rom 13.14: revestir-se de Cristo e nada dispor para a carne quanto às suas concupiscências.
  • 25. Só se vê a Deus com Santificação 25 E para revestir-se externamente de Cristo é necessário primeiro conhecê-lo interiormente. Jesus deve ser recebido no coração por fé, antes de poder se manifestar na vida pela santidade. Para que a luz apareça e ilumine é preciso primeiro acender a lâmpada. É assim que a luz do cristão brilha no mundo, pelo testemunho de sua própria vida, pelas virtudes visíveis de Cristo que se manifestam na mesma. Esta luz pode brilhar mais em uns do que em outros, conforme o nível de sua consagração, e consequentemente, da sua santificação. Assim, o exterior e visível deve ser precedido e inspirado pelo interior e invisível, para que o mundo não possa negar que somos filhos da luz e do dia (I Tes 5.5,8). Não basta que Cristo seja o alimento que sustém o homem interior, é também necessário que seja o
  • 26. Só se vê a Deus com Santificação 26 vestido que cobre o homem exterior, e que deve ser visto pelo mundo, através do seu testemunho. O cristão deve estar vestido de Cristo em todo o tempo, e deve estar de tal maneira vestido do Senhor, que se confunda com Ele. Na conversão, quando é regenerado pelo Espírito esta exortação é cumprida num sentido parcial, pois o cristão se reveste de Cristo como um manto de justiça. A justiça de Cristo que é imputada ao cristão na justificação, passa a ser dele, porque Cristo agora lhe pertence e ele a Cristo. Embora injusto por natureza, o cristão passa a ser justo. Mas a ordenança de Rom 13.14 não se refere à justificação, mas à santificação. Entretanto o ato de se revestir de Cristo só pode ser cumprido por aqueles que já foram justificados e regenerados.
  • 27. Só se vê a Deus com Santificação 27 Devemos nos revestir de Cristo, continuamente, para que a santidade de Cristo seja reproduzida em nossa conduta diária. Se é a Cristo que devemos ir para obter o perdão e a justificação, não devemos ir a outro para obter a santificação (I Cor 1.30). Havendo começado com Jesus, devemos seguir com Ele até o fim. Devemos andar no mundo como Cristo andava. Uma pergunta deve acompanhar o cristão em todas as áreas de atividades e situações de sua vida: “o que faria Jesus em meu lugar?”, e sua ação deve ser norteada pela resposta a tal pergunta. É pela vida de Jesus que devemos modelar a nossa. O motivo ativo e potente que nos encoraja a imitar Jesus como nosso modelo é a santificação das nossas almas.
  • 28. Só se vê a Deus com Santificação 28 Acheguemo-nos ao Senhor e Ele nos dará o vigor que nos falta. Sem a graça que está em Cristo Jesus não é possível ter a verdadeira santidade. O próprio Moisés e todos os que agradaram a Deus na dispensação da lei foram assistidos e fortificados pela graça, que também operou mediante a fé. A fonte da verdadeira santidade está em que “o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim, da graça.”. Todos os que agradam a Deus não são os que se deixam constranger pela força dos Seus mandamentos, como quem serve a um rude patrão, mas, são os que O servem como filhos que estimam e amam a seu Pai. A motivação do cristão deve repousar na gratidão pela graça e redenção de Jesus, que lhe trouxe a salvação. Não é no Sinai que deve buscar o estímulo à sua santidade, mas no Calvário.
  • 29. Só se vê a Deus com Santificação 29 Inflamado de amor pelo Salvador, que morreu por ele, será a sua felicidade estar pronto para viver ou para morrer, para trabalhar ou para sofrer pelo seu Senhor. O desejo de ser louvado e o temor de ser censurado não são motivos para a santidade, são indignos de quem pertence a Cristo. O servo do Senhor não pode se fazer servo dos homens, agindo como que para agradar a homens. Antes, a glória do seu Mestre é sua paixão, e tudo o mais é sem importância. Dizer “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” é o mesmo que dizer, “revesti-vos da perfeição”. Assim, o cristão deve se revestir das virtudes que fazem parte do caráter de Jesus. Não de parte destas virtudes, mas de todas elas. Não é somente sua humildade ou doçura, ou amor, ou zelo o que devemos imitar, mas a sua completa santidade.
  • 30. Só se vê a Deus com Santificação 30 A nossa comunhão com Cristo deve ser tão íntima, que a sua personalidade possa ser reproduzida em nós. A nossa vontade deve ser conformada à dEle. É a vontade de Deus que sejamos cada vez mais semelhantes a Jesus (Rom 8.29).
  • 31. Só se vê a Deus com Santificação 31 6 – Os Componentes da Santificação Lendo o texto de Col 3.12-14 vemos que Paulo está descrevendo o traje do cristão. As vestes que ali são descritas devem ser usadas permanentemente. Nenhuma delas deve ser deixada de lado. Todas devem ser vestidas. Não apenas no domingo, mas durante todos os dias da semana. As primeiras vestes citadas são a misericórdia e a bondade. Somos tão misericordiosos, benignos, ternos e compassivos com os nossos semelhantes como é o próprio Cristo? Pela santificação, obtivemos este traje, e estamos com ele vestidos?
  • 32. Só se vê a Deus com Santificação 32 Esforçamo-nos para alcançá-lo? Se não, a nossa alegada santidade está nua em parte. Longe de nós a presunção da igreja de Laodiceia que lhe custou a reprimenda de Apo 3.17. Em seguida são citadas como parte do vestuário de Cristo, a mansidão e a humildade. Jesus não oprime nem tiraniza a ninguém. Ele foi sempre humilde, manso e cheio de graça, sendo o Mestre de todos, e o Senhor dos senhores. Somos arrogantes e duros de coração por natureza. É somente pelo trabalho de quebrantamento do Espírito Santo que deixamos de sê-lo. Há também os vestidos da longanimidade e da paciência, no trato com os semelhantes. Há cristãos que se não fazem tudo a seu gosto, logo se encolerizam. São egoístas, obstinados, iracundos e suscetíveis.
  • 33. Só se vê a Deus com Santificação 33 Não se sujeitam à disciplina do Espírito Santo, e nem à autoridade da Palavra de Deus. A verdade que servem é a própria, engendrada por sua imaginação e sentimentos carnais. Estas vestes da velha natureza devem ser trocadas pelas vestes de Jesus, da longanimidade (tardio em se irar) e da paciência. Devemos ser pacientes ainda quando tenhamos sido vítimas de grandes injustiças: mais vale sofrer do que devolver mal por mal (Rom 12.17-21; I Pe 2.19-23; 4.12- 14). O apóstolo segue dizendo: “Perdoai-vos mutuamente...”. Não é evidente que tal ensino não é da terra, mas que nos veio do céu? Tratemos pois de colocá-lo em ação.
  • 34. Só se vê a Deus com Santificação 34 Vesti-vos do Espírito de Cristo, e sua língua não soltará palavras tão amargas. Vesti-vos do seu amor, e seu coração não abrigará sentimentos tão ásperos. Que suas almas se encham de sua santidade, e de boa vontade perdoarão, não sete, mas setenta vezes sete. Agora, o cinturão que mantém em seu lugar cada peça deste vestuário espiritual é: “Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.”. Este cinturão é divino: o amor. Tudo o que temos feito tem muito pouco valor se nossas animosidades não têm sido sepultadas com o velho homem. Ainda que tenhamos muitos defeitos, que não nos falte o amor pelo Senhor e por nossos semelhantes. E finalmente:
  • 35. Só se vê a Deus com Santificação 35 “a paz de Deus governe os seus corações e sejam agradecidos.”. A gratidão deve ser achada entre os discípulos de Jesus. Bem-aventurada a alma que está em plena possessão de si mesma, sempre tranquila e descansada. Se desejamos ser semelhantes a Jesus devemos estar vestidos da Sua paz. Uma pessoa santa, além das virtudes destacadas em Col 3.12-14 também possui: submissão, domínio próprio, auto negação, amor fraternal por seus irmãos em Cristo, pureza de coração, temor de Deus, fidelidade em todos os deveres e relacionamentos, e todas as demais virtudes que caracterizam o cristão fiel, segundo o que está revelado na Bíblia. Apesar de estarmos revestidos de Jesus, temos necessidade ainda de lutar contra a carne como se diz em Rom 13.14. Não devemos ser indulgentes com a carne, nem desculpá-la.
  • 36. Só se vê a Deus com Santificação 36 Nunca digamos: “Cristo me tem perdoado porque tenho mau gênio, e não posso livrar-me dele.”. Nunca justifiquemos aquilo que em nós não se encontra na natureza de Cristo. Alguém pode dizer: “Sou muito alegre por natureza e assim, um pouco de prazer mundano me é necessário.”. Jogo perigoso é este! Está fazendo o que a Palavra proíbe. Está adulando a carne para satisfazer os seus desejos. Cuidado! Não se deve dar trégua ao pecado, nem por um dia, uma hora, um minuto, um segundo. Nossa obediência deve ser sem interrupção. Não devemos consentir que a carne levante a cabeça, pois não se pode saber até onde é capaz de nos arrastar. A carne é voraz e nunca se sacia.
  • 37. Só se vê a Deus com Santificação 37 Não devemos lhe dar nem ainda as migalhas que caem da mesa. Revesti-vos do Senhor Jesus e já não haverá lugar para as concupiscências da carne. O pecado está onde Cristo não está. Qual é o vestido de casamento que nos fará dignos de ir ao encontro de Cristo e participar do Seu triunfo? É o próprio Cristo. Se aqui neste mundo Ele é meu adorno, e minha formosura, posso estar seguro de que Ele será minha glória durante a eternidade. A carne é tão ardilosa que os próprios mandamentos de Deus, que nos são dados para vida (Rom 7.10), ela os utiliza para reviver o pecado (a carne gosta do que é proibido – Rom 7.9), e assim, o pecado, se prevalecendo do mandamento, pelo próprio mandamento nos engana e mata (Rom 7.11).
  • 38. Só se vê a Deus com Santificação 38 Diante de um inimigo tão ardiloso, que ainda opera na natureza terrena do cristão, toda vigilância e cuidado são poucos.
  • 39. Só se vê a Deus com Santificação 39 7 – A Medida da Santificação Nunca podemos dizer que a santificação chega ao amadurecimento e perfeição total, ou que todas as virtudes citadas até aqui, especialmente as de Col 3.12- 14, sejam achadas em total florescimento e força, para que possamos dizer que a pessoa é santa. Não, longe disto. A santificação é sempre um trabalho progressivo, e consoante a concessão da graça do evangelho, que trabalha muito mais com a nossa consagração a Deus e à Sua Palavra, do que com a nossa perfeição presente, quanto aos nossos pensamentos, motivações, sentimentos e ações. As virtudes ou graças de algumas pessoas são como plantas em germinação, em outras, como plantas crescidas, e ainda em outras como plantas maduras com frutos. Mas todas elas tiveram um começo.
  • 40. Só se vê a Deus com Santificação 40 Nós nunca devemos desprezar “o dia dos humildes começos” (Zac 4.10). E a santificação neste mundo, no melhor dos snaos, é um trabalho imperfeito. Spurgeon disse: A história dos maiores santos que já viveram contém muitos “poréns”, “todavias” e “emboras”. O ouro nunca será sem algumas escórias e nós nunca brilharemos sem algumas nuvens, até que alcancemos a Jerusalém celestial. Os homens e mulheres mais santificados têm tido muitas manchas e defeitos, quando comparados com o padrão elevado e santo da Palavra de Deus. Suas vidas estão continuamente em guerra com o pecado, e o diabo; e algumas vezes vocês os verão não submetendo o Inimigo e a carne, mas sendo submetidos. Assim, não é pelo tanto que ainda haja de imperfeições e fraquezas em nós, que estaremos impedindo ou desacelerando o processo de santificação, mas o quanto
  • 41. Só se vê a Deus com Santificação 41 não nos arrependemos do nosso procedimento contrário à vontade de Deus. Enquanto tivermos o temor do Senhor e da Sua Palavra, enquanto confessarmos os nossos pecados, e nos arrependermos de nossas más obras, buscando andar do modo que Deus aprova, sempre haverá esperança para o nosso caso, quanto a fazermos progresso em santificação. Afinal, a carne está sempre lutando contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, e “todos nós tropeçamos em muitas coisas” (Tg 3.2; Gál 5.17). Mas todo verdadeiro cristão, renascido do Espírito, perseguirá o alvo da santificação. E corajosa e confiantemente eu digo, que a verdadeira santificação é uma grande realidade. Ela é algo que pode ser visto nos homens e mulheres, e mesmo em crianças, e que pode ser sentido por todos ao seu redor.
  • 42. Só se vê a Deus com Santificação 42 Eu sei que o caminho pode ir de um ponto a outro, e ter muitas curvas e deformações, e a pessoa pode ser verdadeiramente santa, e ainda ser rodeada por muitas fraquezas. O ouro não é menos ouro porque está misturado com algum liga metálica; nem a luz é menos luz porque é fraca e turva; nem a graça é menos graça porque é jovem e fraca. Mas depois de todas estas considerações eu não posso dizer que uma pessoa mereça ser chamada “santificada”, que deliberadamente se permite continuar habitualmente nos seus pecados, e que não se sente envergonhada por causa deles. Eu não ousaria chamar de “santo” quem faz um hábito deliberado negligenciar os deveres conhecidos, e que pratica aquilo que sabe que Deus tem claramente proibido em Sua Palavra. John Owen se expressou muito bem quanto a isto: “Eu não entendo como um homem pode ser um cristão
  • 43. Só se vê a Deus com Santificação 43 verdadeiro sem que o seu pecado não lhe seja a maior aflição, tristeza e problema.”.
  • 44. Só se vê a Deus com Santificação 44 8 - Estamos Santificados? J. C. Riley nos faz esta pergunta em um de seus memoráveis sermões. Esta é a pergunta de maior importância para as nossas almas. Se a Bíblia é a verdade, e é certo que é, a menos que nós sejamos santificados, nós não seremos salvos. Há três coisas que de acordo com a Bíblia, são absolutamente necessárias à salvação de cada homem e mulher cristão. Estas três coisas são a justificação, a regeneração e a santificação. Aquele em quem falte alguma destas três coisas, não poderá ir para o céu quando morrer. Onde, então está o dano em perguntar, “estamos santificados?”. Estranhas doutrinas têm se levantado ultimamente sobre todo o assunto da santificação.
  • 45. Só se vê a Deus com Santificação 45 Alguns parecem confundi-la com a justificação. Outros a fragmentam em nada, sob o pretenso zelo pela livre graça. Outros levantam um erro de uma santificação padrão diante dos seus olhos, e falham ao tentar alcançá-la em suas vidas através de repetidas mudanças de igreja a igreja, na vã esperança que eles acharão o que eles desejam. Num dia como este, o calmo exame da pergunta em título, pode ser de grande utilidade para nossas almas. Quanto maior a santificação, maior a consciência espiritual de que se estava morto, separado da vida de Deus, e da comunhão com Ele, porque o oposto disto, ou seja, vida e comunhão, crescem à medida que a santificação aumenta em graus. Muitos se iludem por sentimentos, dizendo que sentem algo lhes dizendo no seu interior que são salvos. Apesar de o Espírito Santo testificar com o nosso espírito que fomos salvos, não se pode ter por seguro que toda
  • 46. Só se vê a Deus com Santificação 46 voz ouvida no coração seja do Espírito, porque a carne ou o Inimigo poderão nos enganar. Então essa testificação do Espírito Santo, aumenta em graus, naqueles que se santificam. E é especialmente pela constatação pessoal do aumento das suas graças transformadoras em nós, que podemos ter a plena certeza que somos de fato de Cristo (pelo aumento da longanimidade, do amor aos irmãos e a Deus, da benignidade, paciência etc). O Espírito nunca permanece adormecido e ocioso na alma: Ele sempre faz Sua presença conhecida pelo fruto que Ele produz no coração, no caráter e na vida. “O fruto do Espírito”, diz Paulo, “é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio,” (Gál 5.22,23). Quando estas coisas são encontradas, há o Espírito: quando estas coisas não existem, os homens estão mortos diante de Deus.
  • 47. Só se vê a Deus com Santificação 47 O Espírito é comparado ao vento, e, como o vento, Ele não pode ser visto pelos nossos olhos de carne. Mas assim como nós conhecemos o efeito que o vento produz nas ondas, nas árvores, na fumaça, assim nós podemos saber que o Espírito está no homem pelos efeitos que Ele produz na conduta dos homens. É possível supor que nós temos o Espírito, se nós também “andarmos no Espírito” (Gál 5.25), produzindo o fruto que é consequente dessa santa Assim, os que são realmente “guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus.” (Rom 8.14). A santificação, ainda, é uma coisa que sempre será vista, assim como a Grande Cabeça da Igreja, de quem isto procede, não pode ser escondida. Cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto (Lc 6.44). Uma pessoa verdadeiramente santificada pode ser tão vestida de humildade, que ela pode ver em si mesma, nada além de fraquezas e defeitos.
  • 48. Só se vê a Deus com Santificação 48 Como Moisés, quando ele veio ao monte, ele pode não ter tido consciência que sua face brilhava. Como os justos na importante parábola das ovelhas e dos bodes, que não podiam ver que eles tinham feito algo para o seu Mestre quando o fizeram a outros (Mt 25.37). Mas ainda que não vejam isto em si mesmos ou não, outros sempre verão neles, um tom, um caráter e uma forma de vida não vista em outros homens. A luz pode ser muito turva, mas se houver somente uma centelha num quarto escuro, ela será vista. A vida pode estar muito débil, mas se houver pulsação, ainda que fraca, isto será percebido. É exatamente o mesmo que ocorre com o homem santificado: sua santificação será algo sentido e visto, embora ele mesmo não possa compreender isto. Um santo em quem nada pode ser visto mas mundanismo ou pecado, é um tipo de monstro não reconhecido pela Bíblia.
  • 49. Só se vê a Deus com Santificação 49 A santificação, ainda, é uma coisa pela qual cada cristão é responsável. Cada homem na terra é responsável diante de Deus, e todos os perdidos estarão mudos e sem desculpas no último dia. Cada homem tem poder para “perder sua própria alma” (Mt 16.26). Deus tem dado aos cristãos graça e um novo coração, e uma nova natureza, de modo que tem negado a eles toda a desculpa, caso não vivam para o Seu louvor. Este é um ponto que é muito esquecido. Um homem que professa ser um verdadeiro cristão, enquanto se assenta ainda, contente com um muito baixo grau de santificação (se de fato ele tem alguma), e friamente diz que ele “nada pode fazer quanto a isto”, é de fato uma muito lamentável visão, de um homem muito ignorante. Contra esta ilusão deixem-nos vigiar e estar em guarda.
  • 50. Só se vê a Deus com Santificação 50 Se o Salvador de pecadores nos der uma graça renovadora, e nos chamar, pelo Seu Espírito, nós podemos estar certos que Ele espera que usemos a nossa graça, e que não venhamos a dormir como os demais. É o esquecimento disto a causa de muitos cristãos entristecerem o Espírito Santo, e se tornarem inúteis. A santificação, ainda, é uma coisa que permite o crescimento e o progresso. Um homem pode escalar um degrau após outro em santidade, e ser mais santificado num período de sua vida do que em outro. Mais perdoado e mais justificado do que era quando creu no princípio ele não pode ser, embora ele possa sentir isto com mais intensidade. Mais santificado ele certamente pode ser, porque cada graça em seu novo caráter pode ser fortalecida, ampliada e aprofundada.
  • 51. Só se vê a Deus com Santificação 51 Este é o evidente significado da última oração de nosso Senhor por seus discípulos, quando ele usou as palavras, “santifica-os” (Jo 17.17), e Paulo orou pelos tessalonicenses “o mesmo Deus da paz vos santifique em tudo” (I Tes 5.23). Em ambos os casos a expressão claramente implica a possibilidade de aumento da santificação; enquanto que uma expressão paralela como “justifica-os” nunca é encontrada uma só vez nas Escrituras, aplicada aos cristãos, porque eles não podem ser mais justificados do que eles já estão. A justificação é recebida de uma vez para sempre na conversão e não é portanto um processo. Já a santificação é um processo que dura toda a vida. A ideia de uma “santificação imputada” numa experiência de poder em avivamento do Espírito não tem respaldo bíblico e contraria a verdade da Palavra e da própria experiência prática, porque não existe uma santificação completa que se receba de uma vez para sempre em determinado momento da vida.
  • 52. Só se vê a Deus com Santificação 52 O que pode ocorrer é um renovo espiritual que desperte a santidade que estava adormecida, mas esta necessitará ser sempre mantida e renovada e aumentada. A ordem de Cristo em Apocalipse é que o que é santo, santifique-se mais ainda. Isto denota a necessidade de exercício espiritual, de disciplina, de esforço, de vigilância constante, perseverança e diligência. Há necessidade de formação progressiva de um hábito de santidade na vida, em todas as suas áreas. Se há um ponto em que os santos mais consagrados a Deus concordam, é este que eles veem mais, e conhecem mais, e sentem mais, e fazem mais, e se arrependem mais, e creem mais, à medida que avançam na vida espiritual, e em proporção à intimidade da sua caminhada com Deus.
  • 53. Só se vê a Deus com Santificação 53 Em resumo, eles crescem na graça, como Pedro exorta os cristãos a fazerem (II Pe 3.18), e progridem cada vez mais, conforme as palavras de Paulo em I Tes 4.1. A santificação, ainda, é uma coisa que depende grandemente do diligente uso dos meios das Escrituras. Quando eu falo “meios” eu me refiro à leitura da Bíblia, à sua prática na vida, à presença regular à adoração pública, a regular escuta da Palavra de Deus, a constância na oração, e a regular recepção da Ceia do Senhor. Eu não posso achar qualquer exemplo de algum santo eminente que sempre tenha negligenciado tais coisas. Elas são apontadas como canais através dos quais o Espírito Santo conduz novos suprimentos da graça à alma, e fortalece a obra que ele tem começado no homem interior (nova criatura, nova natureza). Deixem os homens chamarem isto de deveres legalistas. Que o façam se lhes agrada, mas eu nunca recuarei em declarar minha crença de que não há ganhos espirituais
  • 54. Só se vê a Deus com Santificação 54 sem esforço ou sofrimento. Eu seria como um agricultor que espera prosperar em seu negócio, se contentando em semear seu campo e nunca cuidar dele até a colheita. Assim é o cristão que espera alcançar muita santidade mas que nunca foi diligente na leitura da sua Bíblia, em suas orações, e no uso do dia do Senhor, para a adoração e serviço.
  • 55. Só se vê a Deus com Santificação 55 9 – O Motivo Apesar de tudo que já foi dito anteriormente ainda há espaço para refletirmos sobre o motivo pelo qual não se pode ver a Deus sem santificação. Creio que o principal motivo decorre do fato de ser Deus santo, decorre da Sua própria santidade que demanda de todo ser moral e espiritual que seja também santo para que possa participar da Sua natureza divina. Por isso Jesus, sendo Deus se fez homem, para que nós também pudéssemos participar da Sua natureza essencial. Há um dito que afirma que arara voa no bando de araras e não no de urubus. É a indicação da natureza que temos que nos torna participantes da unidade com nossos semelhantes. E então é somente pela santidade que podemos ser tornados semelhantes a Deus.
  • 56. Não se exige de nós a Sua Onipotência, a Sua Onipresença, a Sua Onisciência divina, mas com certeza, é exigido de nós que sejamos santos assim como ele é santo. É nisto que consiste a nossa semelhança com Deus, a propósito, para a qual fomos projetados desde o princípio da criação.