O documento resume um jornal clube sobre o papel do plasma seminal na implantação embrionária e chances de sucesso em FIV. O resumo apresenta estudos que sugerem que a exposição ao plasma seminal antes da transferência embrionária aumenta as taxas de gravidez clínica em 23%. O documento também discute a criopreservação e ativação de tecido ovariano como possível tratamento futuro para falência ovariana prematura.
4. Imunologia e Implantação
Implantação embrionária ainda é um desafio: embriões de boa
qualidade sem gravidez
Embrião semi-alogênico induz resposta imunológica materna:
tolerância imunológica facilita implantação
Diversos medicamentos ineficazes (AAS, enoxaparina,
imunoglobulinas): carência de conceitos claros de fisiopatologia
5. Papel do plasma seminal
Vesícula seminal e próstata
Transporte e meio nutritivo aos espermatozoides
Rico em estrogênios, testosterona, prostaglandinas e agentes
sinalizadores (TGFb, IL-8, IFN-g) e polissacarídeos bacterianos
No coito... 1º contato com antígenos paternos
Colo e endométrio: recrutamento de macrófagos, células
dendríticas e linfócitos T de memória
6. Papel do plasma seminal
Ascensão por ondas peristálticas subendometriais e miometriais
Exposição de células endometriais in vitro ao PS: aumento da
expressão de genes e secreção de proteínas ligadas à migração
celular, proliferação e viabilidade celular
7. Objetivos
Revisar os efeitos do plasma seminal para aumentar as chances de
sucesso em pacientes submetidas a FIV/ICSI
8. Materiais e métodos
Exclusivamente RCT
P: idade reprodutiva, qualquer fator de infertilidade
I: exposição ao plasma seminal (relação sexual ou injeção
intravaginal, intracervical ou intrauterina) antes da transferência
embrionária
C: ausência de exposição ao PS
O: taxa de gestação clínica e nascido-vivo OU gestação em curso
9. Materiais e métodos
MEDLINE, EMBASE, Cochrane Library e National Research Register
2 revisores
18 artigos recuperados, 7 selecionados
11. Materiais e métodos
2 artigos (n=990): relação sexual x abstinência
5 artigos (n=1215): injeção intravaginal/intracervical/intrauterine x
nenhuma intervenção OU placebo
Total: 2.204 mulheres
Oriente médio, Austrália, Europa
12.
13. Intervenção
Relação sexual próxima ao dia da TE OU dia da captação
Inseminação com sêmen sem preparo 36-48 h antes da TE OU logo
após captação OU plasma seminal preparado após captação OU
sêmen diluído Relação sexual próxima ao dia da transferência
16. Resultados: taxa de gestação clínica
I: 14,2 a 55.5%
C: 10.7 a 29.1%
Apenas um estudo mostrou aumento da CPR
Mas... metanálise
Por intenção de tratamento: RR 1.23, 95%CI 1.06 –1.42, P=0.006
Por protocolo: RR 1.24, 95% CI 1.07 –1.43, P=0.003
CPR 23% maior nas pacientes expostas ao plasma seminal
20. Resultados: taxa de nascido-vivo e gestação em curso
I: 20,3 a 32.0%
C: 22,2 a 23.4%
Não houve diferença estatística
Apenas 2 estudos
499 mulheres
23. Conduta VidaBemVinda: ideias
FIV: relação sexual (não apenas ejaculação) 2 dias antes e 2 dias
depois da coleta de óvulos
FET: relação sexual 2 dias antes da TE
Casais homoafetivos ou gestação independente: nada
24.
25. Criopreservação de tecido ovariano
Único método para pré-puberais: oócitos imaturos em folículos
primordiais e primários
1º nascimento (2004): linfoma Hodgkin, transplante ortótópico,
congelamento lento
Atualmente: congelamento lento e vitrificação (vários protocolos)
26. Falência ovariana prematura
1% das mulheres
FSH elevado + amenorreia < 40 anos
Causas: genéticas, imunológicas, iatrogênicas etc
Apesar da amenorreia... existem folículos pequenos residuais
Única opção atual: ovodoação
27. Ativação folicular in vitro
Inibidores da PTEN (phosphatase with TENsin homology deleted in
chromosome 10) e estimuladores da fosfatidilinositol-3-quinase
(PI3 kinase) ativam folículos primordiais humanos (2010)
Fragmentação ovariana leva ao crescimento follicular (2013)
Ideia: CRIOPRESERVAÇÃO + FRAGMENTAÇÃO + ATIVAÇÃO FOLICULAR IN VITRO +
AUTOTRANSPLANTE
29. Criopreservação tecido ovariano
Ooforectomia uni/bilateral laparoscópica sem uso de calor
Embriologista na sala
Vídeos:http://humrep.oxfordjournals.org/content/suppl/2015/01/
06/deu353.DC1
Córtex ovariano: 5 a 10 mm (largura) x 1 a 2 mm (espessura)
Cryosupport: vitrificação
Mantidos em nitrogênio líquido até uso
10 a 20% do tecido ovariano: histopatologia para avaliar densidade
folicular
31. IVA: ovarian fragmentation, Akt stimulation and
auto-transplantation
Após a recuperação da 1ª cirurgia: 2 a 3 fragmentos de tecido eram
aquecidos 2 dias antes da 2ª cirurgia
Fragmentação: 1-2 mm2
6 a 9 fragmentos são colocados no meio de cultura com
substâncias (PTEN enzyme inhibitor, P13 k stimulator, Gonal-F
0,3UI/mL)
Lavagem 3x antes de transplantar
34. FIV e TE
Premarin 0,625 – 1.875 mg para supressão hipofisária: melhora da
resposta ao FSH exógeno
USG semanal ou quinzenal
Ao detectar folículos antrais: Gonal 150-300 UI/d + Orgalutran FD
14mm + hCG 10.000 UI
Captação 36 horas após trigger
ICSI em todos
Vitrificação de embriões em D2
FET: Premarin + Progesterona oral e IM
35. Resultados
46% das pacientes: sem folículos residuais
9 das 20 pacientes tiveram folículos em crescimento após
autotransplante
6 pacientes tiveram óvulos coletados: total 24 óvulos
3 das 4 pacientes que tiveram TE engravidaram
2 tiveram filhos
1 abortou