O documento discute a história da obstetrícia e os cuidados oferecidos em maternidades, incluindo: (1) A maternidade é especializada em cuidar de mulheres durante a gravidez e parto e recém-nascidos, podendo atuar como centro de treinamento; (2) O alojamento conjunto permite que mãe e bebê fiquem juntos integralmente, favorecendo o vínculo e a amamentação; (3) A enfermagem tem papel fundamental em orientar as mães sobre aleitamento e cuidados com o
2. A HISTÓRIA DA OBSTETRÍCIA
• A obstetrícia é o ramo da medicina que estuda a reprodução
na mulher. Investiga a gestação, o parto e o puerpério nos seus
aspectos fisiológicos e patológicos.
• O obstetra é o médico ou enfermeiro especialista que cuida do
desenvolvimento do feto, além de prestar assistência à mulher nos
períodos da gravidez e pós-parto (puerpério).
• O termo "obstetrícia" vem da palavra latina "obstetrix", que é derivada
do verbo "obstare" (ficar ao lado). Para alguns, seria relativo à
"mulher assistindo à parturiente" ou "mulher que presta auxílio".
3. A HISTÓRIA DA OBSTETRÍCIA
• Segundo ZIEGEL (1985), a prática da enfermagem obstétrica, da mesma
maneira que qualquer outra profissão, é substancialmente influenciada por
numerosos fatores dentro da própria profissão e na sociedade em geral, fato
este evidenciado no decorrer da história da obstetrícia.
• A obstetrícia, enquanto conjunto de práticas tocológicas, teve sua origem no
conhecimento acumulado pelas parteiras, sendo a participação destas
predominantemente feminina. Desconhece-se registros na literatura feitos
pelas parteiras em relação aos primórdios da sua prática.
• Um dos paradigmas que existiam na assistência ao parto era que a parturição
se devia a um processo natural, fazendo com que, por muito tempo, a prática
médico-cirúrgica permanecesse latente, bem como a participação masculina
no parto (OSAVA & TANAKA, 1997)
4. A HISTÓRIA DA OBSTETRÍCIA
• O nascimento da obstetrícia sob tutela cirúrgica direcionou um saber mais
voltado para a técnica, como a sutura e a drenagem, deixando de lado as
particularidades da gestação e do parto. O fórcipe obstétrico foi o evento
influenciador na aceitação da obstetrícia como uma área técnica e científica,
onde foi incorporado o conceito de que o parto era perigoso e a presença de
um médico era imprescindível, inaugurando o estopim da disputa profissional
entre médicos e parteiras. No imaginário do homem comum, instalava-se a
noção de que é possível "comandar o nascimento" (OSAVA &MAMEDE,
1995).
• No Brasil, o declínio da prática da parteira no final do século XIX ocorreu
quando se instalou o paradigma médico de que a atenção ao parto é
estritamente intervencionista, cirúrgico. A partir daí, a profissional de
enfermagem passou por várias designações – parteira, obstetriz, enfermeira
obstetra – que reflete a inconstância que a profissão passou durante os
últimos anos (OSAVA & TANAKA, 1997) .
5. A HISTÓRIA DA OBSTETRÍCIA
• Segundo ZIEGEL (1985), a Enfermagem Perinatal em substituição a
Enfermagem Obstétrica representa o termo mais recente e é atualmente
empregado pela American Nurse’s Association para designar uma área
especializada de enfermagem materno-infantil. Esta área de enfermagem se
concentra no diagnóstico e no tratamento das respostas, tanto fisiológicas
como psicossociais, de todas as famílias à procriação: desde o planejamento
da gravidez até os três primeiros meses após o nascimento da criança.
• A clareza a respeito do que a Enfermagem Perinatal seleciona e que ela
exclui, como valorizar mais o humano ou o tecnológico, o peso do intuitivo e
do racional nas decisões, significa reconhecer os paradigmas que orientam a
profissão, ajudando a compreender que tipo de desfecho a enfermagem
obstétrica vem seguindo enquanto profissão.
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6. CONHECENDO A MATERNIDADE
Uma maternidade é especializada em cuidar de mulheres durante a gravidez e o
parto. Também presta assistência a recém-nascidos e pode atuar como um centro de
treinamento clínico em obstetrícia e obstetrícia.
7. CONHECENDO A MATERNIDADE
Uma maternidade é especializada em cuidar de mulheres durante a gravidez e o
parto. Também presta assistência a recém-nascidos e pode atuar como um centro de
treinamento clínico em obstetrícia e obstetrícia.
A maternidade é estruturada para favorecer o vínculo entre mãe e bebê, sendo
composta por: Apartamentos modernos e confortáveis com sistema de alojamento
conjunto, que permite a permanência do bebê com a mãe em tempo integral, desde
o nascimento na sala de parto até o momento da alta hospitalar.
A Maternidade funciona com a sistemática de “Alojamento Conjunto”, em que o
bebê fica, desde o nascimento até a alta, junto com a mãe. Na unidade existe o
atendimento dos profissionais, que oferecem orientações e auxiliam as mães quanto
à amamentação.
Na maternidade, o alojamento conjunto é o sistema hospitalar que permite que os
dois fiquem juntos, por tempo integral, até a alta. Além de favorecer o estreitamento
do vínculo mãe/filho, o alojamento conjunto possibilita que os pais observem o
recém-nascido durante todo o tempo.
8. ALOJAMENTO CONJUNTO
Mãe e recém-nascido são colocados lado a lado no pós-parto, a mulher é estimulada
à amamentar e a cuidar de sua criança logo que possível; ◦ Segundo o Ministério da
Saúde, Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio,
assim que nasce, permanece com a mãe em um mesmo ambiente até a alta
hospitalar, 24 horas por dia. Esse sistema possibilita a prestação dos cuidados
assistenciais necessários, como a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe-
filho (Almeida, 2000).mãe/bebê.
9. ALOJAMENTO CONJUNTO
OBJETIVOS
◦ Desenvolvimento emocional humano que surge no âmbito das relações
interpessoais;
◦ Favorece a aproximação entre mãe e bebê, nos primeiros dias de vida;
◦ Construção do cuidado materno;
◦ Aumentar os índices de Aleitamento Materno;
◦ Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho;
◦ Permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN;
◦ Reduzir o índice de infecção hospitalar cruzada;
10. ALOJAMENTO CONJUNTO
OBJETIVOS
◦ Estimular a participação do pai no cuidado com RN;
◦ Possibilitar o acompanhamento da amamentação sem rigidez de horário visando
esclarecer às dúvidas da mãe e incentivá-la nos momentos de insegurança;
◦ Orientar e incentivar a mãe (ou pais) na observação de seu filho, visando
esclarecer dúvidas;
◦ Reduzir a ansiedade da mãe (ou pais) frente a experiência vivenciadas ;
◦ Renovação dos profissionais da saúde no seu contexto de atuação, pois, dentro de
um novo e mais amplo conceito de saúde materno-infantil, o ato de curar e cuidar
não é atividade exclusivamente dos profissionais da saúde, mas inclui a co-
participação daquele que é tratado e curado.
11. ALOJAMENTO CONJUNTO
VANTAGENS
◦ estimular e motivar o aleitamento materno, de acordo com as
necessidades da criança, tornando a amamentação mais fisiológica e
natural. A amamentação precoce provoca a contração do útero e de seus
vasos, atuando como profilaxia das hemorragias pós-parto;
◦ favorecer a precocidade, intensidade, assiduidade do aleitamento
materno, e sua manutenção por tempo mais prolongado;
◦ fortalecer os laços afetivos entre mãe e filho, através do relacionamento
precoce;
◦ permitir a observação constante do recém-nato pela mãe, o que a faz
conhecer melhor seu filho e possibilitar a comunicação imediata de
qualquer anormalidade;
12. ALOJAMENTO CONJUNTO
VANTAGENS
◦ oferecer condições à enfermagem de promover o treinamento materno, através de
demonstrações práticas dos cuidados indispensáveis ao recém- nascido e à
puérpera;
◦ manter intercâmbio biopsicossocial entre a mãe, a criança e os demais membros
da família; ◦ diminuir o risco de infecção hospitalar;
◦ facilitar o encontro da mãe com o pediatra por ocasião das visitas médicas para o
exame do recém-nascido, possibilitando troca de informações entre ambos;
◦ desativar o berçário para recém-nascidos normais, cuja área poderá ser utilizada
de acordo com outras necessidades do hospital.
13. ALOJAMENTO CONJUNTO
POPULAÇÃO A SER ATENDIDA
◦ 1. Mães - na ausência de patologia que impossibilite ou contraindique o contato
com o recém-nascido.
◦ 2. Recém-Nascidos - com boa vitalidade, capacidade de sucção e controle
térmico, a critério de elemento da equipe de saúde.
◦ Considera-se com boa vitalidade os recém- nascidos com mais de 2 quilos, mais
de 35 semanas de gestação e índice de APGAR maior que 6 no 5° minuto.
◦ Em caso de cesariana, o filho será levado para perto da puérpera entre 2 a 6 horas
após o parto, respeitando as condições maternas.
14. ALOJAMENTO CONJUNTO
RECURSOS PARAA IMPLANTAÇÃO
1. Recursos Humanos:
◦ Recomenda-se uma equipe multiprofissional treinada, constituída por:
◦ a) Enfermagem: 1 enfermeiro para 30 binômios; 1 auxiliar para 8 binômios;
◦ b) Médicos: 1 obstetra para 20 mães; 1 pediatra para 20 crianças.
◦ c) Outros Profissionais: assistente social; psicólogo; nutricionista.
15. ALOJAMENTO CONJUNTO
RECURSOS FÍSICOS
◦ Os quartos e/ou enfermarias devem obedecer a certo padrão, com
tamanho adequado para acomodar a dupla mãe- filho, sendo a área
convencionalmente estabelecida de 5m2 para cada conjunto leito
materno/berço;
◦ De acordo com as disponibilidade locais, poderá haver modificação dessa
metragem no sentido de dar prioridade ao alojamento conjunto;
◦ O berço deve ficar com separação mínima de 2 m do outro berço;
◦ Objetivando melhor funcionamento, o número de duplas mãe-filho por
enfermaria deverá ser de no máximo 6;
◦ As acomodações sanitárias serão estabelecidas de acordo com as normas
de construção hospitalar do Ministério da Saúde.
16. ALOJAMENTO CONJUNTO
Normas Gerais
◦ 1. A adoção do "Alojamento Conjunto" não representa a extinção do berçário, pois
este será necessário para prestar assistência aos recém-nascidos que apresentem
riscos na sua adaptação à vida extrauterina, aos que tenham condições patológicas e
àqueles cujas mães não lhes possam prestar cuidados.
◦ 2. O "Alojamento Conjunto" não é um método de assistência utilizado para
economizar pessoal de enfermagem, pois tem um alto conteúdo educativo que deve
ser considerado prioritário.
17. ALOJAMENTO CONJUNTO
Normas Gerais
◦ 3. O exame clínico do recém-nascido deve ser feito em seu próprio berço ou no
leito materno. Procedimentos mais complexos, como por exemplo colheita de
sangue, deverão ser realizados fora do alojamento conjunto.
◦ 4. Os cuidados higiênicos com o recém-nascido devem ser feitos no alojamento
conjunto.
◦ 5. A pesagem do recém-nascido deve ser diária.
◦ 6. As visitas serão diárias e a presença do pai deve ser estimulada, e facilitada
inclusive com o alargamento do horário.
18. ALOJAMENTO CONJUNTO
O PAPEL DA ENFERMAGEM
◦ a) preparar a gestante no pré-natal para o sistema de "Alojamento Conjunto";
◦ b) estimular o contato precoce mãe- filho na sala de parto, ajudando as mães a
iniciar o aleitamento na primeira hora após o nascimento;
◦ c) encorajar o aleitamento sob livre demanda;
◦ d) não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida, além do leite
materno, a não ser que seja indicado pelo médico;
19. ALOJAMENTO CONJUNTO
O PAPEL DA ENFERMAGEM
◦ e) não dar bicos artificiais ou chupetas às crianças amamentadas ao seio;
◦ f) proibir que as mães amamentem outros recém-nascidos que não os seus
(amamentação cruzada);
◦ g) orientar a participação gradual da mãe no atendimento ao recém-nascido;
◦ h) realizar visita diária às puérperas, esclarecendo, orientando, e dando segurança
à mãe quanto ao seu estado e ao de seu filho;
20. ALOJAMENTO CONJUNTO
O PAPEL DA ENFERMAGEM
◦ i) ministrar às mães palestras e aulas abordando conceitos de higiene, controle de
saúde e nutrição;
◦ j) participar do treinamento em serviço, como condição básica para garantir a
qualidade da assistência;
◦ l) identificar e enfatizar os recursos disponíveis na comunidade para atendimento
continuado das mães e da criança, referindo-as ou agendando-as para
acompanhamento no serviço de saúde ainda nos primeiros 15 dias.
◦ m) as altas não deverão ser dadas antes de 48 horas, considerando o alto teor
educativo inerente ao sistema de "Alojamento Conjunto“.
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37. O serviço de saúde responsável pelo Alojameno
Conjunto deverá dispor dos seguintes equipamentos,
materiais e medicamentos para atendimento à mulher
e ao recém-nascido:
I - berço de material de fácil limpeza, desinfecção e que
permita a visualização lateral;
38. Berço de material de fácil
limpeza, desinfecção e que
permita a visualização lateral;
48. Material de emergência para reanimação, um para
cada posto de enfermagem, composto por
desfibrilador, carro ou maleta contendo
medicamentos, ressuscitador manual com
reservatório, máscaras, laringoscópio completo, tubos
endotraqueais, conectores, cânulas de Guedel e fio
guia estéril, apropriados para adultos e recém
nascidos. O carro ou maleta de emergência pode ser
único para atendimento materno e ao recém-nascido.
49. SALA DE PRÉ- PARTO
Para ter um parto mais tranquilo, a gestante precisa esclarecer
todas as dúvidas. É importante saber exatamente o que acontece
durante todo o tempo em que ela ficará internada no hospital.
50. PRÉ- PARTO
Na sala de pré- parto as gestantes fazem exame de sangue,
cardiotocografia, entre outros. É um local onde que ela tem
acompanhamento obstétrico e toma algumas medicações. Ela
também recebe a visita do anestesista, que fará uma avaliação
pré- anestésica. O procedimento de anestesia só é feito na
própria sala de parto.
51. PRÉ- PARTO
Mais ou menos 15 dias antes do parto a gestante entra em um
período denominado de Pré- parto. As contrações ( cólicas)
podem ficar mais intensas, dificultando até o sono da futura
mamãe. Podem ocorrer a “descida da barriga” ou “queda do
ventre”, geralmente nas mulheres que nunca tiveram filhos.
52. PRÉ-PARTO: COMO SÃO OS
SINTOMAS E FASES ATÉ O PARTO
• Cólicas e dores na virilha
• Perda de peso (cerca de um quilo) ou nenhum ganho
• Picos e baixas de energia
• Redução dos movimentos fetais
• Muco vaginal em maior quantidade e mais espesso
• Expulsão do tampão mucoso
• Muco com sangue ou rosado: o trabalho de parto já
começou!
• Contração uterina cada vez mais frequente e forte
• Diarreia
54. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno.
Normas básicas para alojamento conjunto. Brasília, 1993. FONSECA, Luciana
Mara Monti; SCOCHI, Carmen Gracinda Silvan and MELLO, Débora Falleiros
de. Educação em saúde de puérperas em alojamento conjunto neonatal:
aquisição de conhecimento mediado pelo uso de um jogo educativo. Rev.
Latino-Am. Enfermagem [online]. 2002, vol.10, n.2, pp. 166-171. ISSN 1518-
8345. Alojamento conjunto como espaço de cuidado materno e profissional.
REBEN. Brasília, 2009.
REFERÊNCIAS