O documento discute etnocentrismo versus relativismo cultural, abordando: 1) Etnocentrismo surge do choque cultural e vê a própria cultura como absoluta, arriscando violências; 2) Relativismo cultural propõe enxergar outras culturas em seu próprio contexto, sem um centro, mas também recebe críticas; 3) É necessário um equilíbrio entre os dois para evitar extremismos e promover diálogos interculturais.
1. MODOS DE VER, SENTIR E
LIDAR COM A ALTERIDADE
Etnocentrismo e Relativismo cultural
2. ETNOCENTRISMO
Fenômeno social vinculado ao senso comum
(afetivo e intelectual)
A referência não é a humanidade, mas o grupo
Surge do choque cultural
Tão antigo quanto a própria humanidade
Universal
Possui gradações
Monólogo etnocêntrico
3. Verdades absolutas
Naturalizações: pensa o sistema social como
inatismo
Riscos: Violências: representações distorcidas do
outro, desumanização, genocídios, preconceito e
discriminação
4. RELATIVISMO
Oposto ao Etnocentrismo
Proposta da Antropologia
Diálogos intercultural
Desabslutização e dasnaturalização da cultura
Rompe com a idéia de centro
Enxergar o outro em seu próprio contexto ( dá voz
ao outro)
Problematiza o preconceito
Também passível de críticas
5. NECESSIDADE DO RELATIVISMO
As idades Moderna e Contemporânea, através da
Ciência, muito fizeram para sair do mundo do
fundamentalismo baseado na dicotomia do “certo”
e do “errado”, do “bem” e do “mal”; na religião: do
“Céu” e do “Inferno”. Isso, de alguma forma,
abriu caminho, criou terreno propício ao
paradigma da relativização das coisas, de tudo.
Havia, então, uma vontade imensa de se sair do
mundo radical da Idade Média, onde tudo era
posto numa mesma “balança” e “pesado” como
absolutamente certo ou absolutamente errado. É,
então, quando entra em cena o Relativismo
Cultural.
6. CRÍTICAS AO RELATIVISMO
O relativismo cultural repousa num pressuposto,
a inteireza absoluta da cultura. Não se trata
tanto em postular o seu isolamento, afinal, por
mais sólidas que sejam as fronteiras os grupos
sociais interagem entre si.
7. cultura e indivíduo formariam uma unidade
indivisível. Nada existe fora da (singular)
cultura. Mas como dizia a tradição antropológica
inglesa, existiria tal entidade? Seria correto
subsumir os diversos níveis sociais num mesmo
denominador? Consideremos as frases: "toda
cultura encerra uma identidade" e "toda
sociedade encerra uma identidade". Ao
substituirmos "cultura" por "sociedade" a
argumentação se debilita.
8. Esquece-se que toda identidade é uma construção
simbólica, neste sentido, ela não "é" um Ser, mas
se "constrói como"; processo no qual estão
envolvidos agentes em conflito e práticas sociais
diversificadas. Ela é uma referência coletiva, mas
também, algo em disputa, sobretudo no caso das
identidades nacionais e étnicas
9. A hermenêutica diatópica pressupõe aaceitação
do seguinte imperativo transcultural:
temos o direito a ser iguais quando a diferença
nos inferioriza; temos o direito a ser diferentes
quando a igualdade nos descaracteriza.
10. Assim, a transformação dos direitos humanos em
um projeto cosmopolita depende do diálogo
intercultural promovido pela hermenêutica
diatópica
11. REFERÊCIAS
SOUSA SANTOS, Boaventura de. Por uma
concepção multicultural de direitos humanos. In:
SOUSA SANTOS, Boaventura de (org.).
Reconhecer para libertar. Os caminhos do
cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2003.