O documento discute cuidados paliativos e dor em pacientes oncológicos terminais. Aborda conceitos como dor total, classificações de dor, avaliação e tratamento da dor, incluindo tratamento farmacológico e não farmacológico. Também discute desnutrição, anorexia, diarreia e obstipação como sintomas comuns nesses pacientes e ações de enfermagem para lidar com esses problemas.
2. Pessoa com uma doença evolutiva irreversível, cuja
morte é uma consequência directa e para breve.
LEONE et al (2001)
Alívio da dor
Boa ventilação
A assistência a este doente
deve ser dada até ao último
instante de vida
Compreensão
Doente terminal
3. Termo geral para vários crescimentos malignos
em muitas partes do corpo.
O crescimento é sem propósito, parasitário,
invasivo e desenvolve-se às custas de um
hospedeiro.
DUNCAN (1995)
Cancro
4. Os cuidados prestados a um doente oncológico, que se
encontra em fase terminal chamam-se cuidados
paliativos
“Recurso a preparados analgésicos apoiados por uma
ajuda espiritual, religiosa, social e psicológica”
LEONE et al (2001)
Contribuem para o processo de humanização do acto
de morrer, melhorando a qualidade de vida do
paciente em fase terminal
5. Sintomas mais frequentes:
Dor
Anorexia
Cansaço fácil
Obstipação
Astenia
Perda de peso
Naúseas
Depressão
Dispneia
Secura da boca
Odor Tosse
6. “é uma experiência sensorial e emocional complexa
desagradável associada a lesões tecidulares reais ou
possíveis, ou expressada como se essas lesões existissem”
Centeno (1998;p.85), citando a Associação Internacional para o
Estuda da Dor
DOR EM ONCOLOGIA
“é aquilo que o doente diz que é, ocorre quando ele diz que
ocorre e magoa tanto como ele diz que magoa.”
McCaffery
7. Em 1967, C. Saunders, firmou um termo para
definir a dor crónica de origem neoplásica:
D o r f í s i c a
( c a u s a d a p e l a n e o p l a s i a e m s i ,
e p e l o s t r a t a m e n t o s o n c o l ó g i c o s )
D o r e m o c i o n a l
( m e d o , a n s i e d a d e
e d e p r e s s ã o )
D o r s o c i a l
( s e p a r a ç ã o p e l a h o s p i t a l i z a ç ã o
o u m o r t e )
D o r e s p i r u t u a l
D O R T O T A L
8. Em oncologia a dor:
subjectiva;
deve ser entendida como uma sensação somatopsíquica que
está modulada por uma multiplicidade de elementos distintos
de indivíduo para indivíduo ;
é o sintoma mais frequente;
encontra-se em todas as fases da doença, especialmente
nas etapas intermédias e avançadas;
9. a sua frequência depende:
estádio da doença
tipo de tumor
deve-se conhecer a causa da dor para a tratar;
as causa podem ser:
invasão directa dos diferentes estruturas que
provocam a dor (ossos, S.N.C., S.N.P., vísceras, tecidos
moles e vasos);
tratamentos aplicados;
cirurgia.
10. DOR NO PACIENTE ONCOLÓGICO
AGUDA - abordagem sintomática (cura com analgesia)
CRÓNICA - contínua e progressiva à medida que a doença
evolui, frequentemente esta dor é incapacitante
11. Classificação Etiopatológica Da Dor
Oncológica:
DOR NOCICEPTIVA - dor somática e visceral
ex. metáteses ósseas;
cancro do pâncreas
12. DOR NEUROGÉNICA/NEUROPÁTICA -dor central,
(estimulação directa do SNC ou SNP) encontra-se em todas as
fases da doença,
especialmente nas etapas
intermédias e avançadas;
ex. tumores cerebrais com HIC;
tumores pélvicos
13. DOR PSICOLÓGICA OU IDIOPÁTICA - dor psicossomática
ex. sintomas de conversão psiquíca
14. AVALIAÇÃO DA DOR
-Tipos de dor e qualidade;
-localização e irradiação;
-intensidade;
-factores que a aumentam ou atenuam;
-duração e intervalos;
-presença de outras dores ou outros factores que a influenciam
15. Tipos e qualidade de dor:
-dor óssea- severa repentina;
-dor visceral- dor surda, contínua, profunda e relacionada
com zona tumural, que agrava à palpação;
-dor por compressão nervosa- tipo queimadura ou lacerante;
-dor cerebral- opressiva ou como zumbido, presente de
manhã ou em momentos de tensão;
16. -dor cólica- intermitente que ocorre em períodos
crescentes até ao máximo e volta em intervalos
regulares;
-dor muscular ou articular- aparece tipicamente com a
mobilização de um grupo muscular e localiza-se na zona
afectada;
-dor neuropática- deve-se a infiltração tumural de um
nervo
17. Localização:
-em muitos casos o doente é capaz de localizar a
dor;
-a dor visceral é mais imprecisa;
-pode irradiar-se em função das zonas implicadas.
18. Intensidade:
-indica se o sintoma está ou não a ser controlado e ajuda a
estabelecer a terapêutica analgésica;
-instrumentos de avaliação:
escala categórica verbal
escala categórica numérica
escala analógica visual
19. Duração da dor e outros factores que
modificam a sua intensidade:
-início da dor;
-instalação espontânea ou lenta;
-prazo de dias ou semanas ou se surgiu através de um
movimento e foi instantâneo e intenso;
-factores psicossociais, impacto emocional...
20. CLASSIFICAÇÃO DA DOR EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS SEGUNDO
Foley (1984):
Grupo I - paciente com dor aguda relacionada com cancro
Grupo II - pacientes com dor crónica relacionada com cancro
Grupo IIa - associada à progressão da neoplasia
Grupo IIb - associada à terapêutica antineoplasica
Grupo III - pacientes com dor crónica preexistente
Grupo IV - pacientes terminais com dor de origem neoplásica
21. Regras clínico-terapêuticas:
1. Acreditar no paciente;
2. Analgésicos são apenas parte de todo o tratamento;
3. A prescrição de analgésicos deve ser contínua;
4. As doses das drogas devem ser individualizadas;
5. Prefira a via oral de administração de drogas;
22. 6. A “Escala Terapêutica” da OMS;
7. Combinar analgésicos com diferentes pontos de actuação
farmacológica;
8. Não permita que o seu paciente sinta dores;
9. Nem toda a dor e responsiva a analgesia;
10. Não esquecer as medidas adjuvantes.
23. Analgésicos Mais Comuns
1. Analgésicos não-opióides;
antiprostaglandínicos (salicilato, pirazolânico...)
não-opióide de acção central (acetaminofeno, vitaminol...)
2. Analgésicos opióides;
“fracos” - codeína, dextroproxifeno, tramadol
“fortes” - meperidina, buprenorfina, fentanil, morfina
25. TRATAMENTO DA DOR
-Tratamento farmacológico;
-Tratamento não farmacológico
26. Tratamento farmacológico
Princípios básicos:
- assegurar que na equipe exista capacidade,
conhecimento, atitudes e comunicação adequadas;
- não esperar que o doente se queixe;
- diagnosticar com precisão a causa da dor;
- estabelecer uma estratégia terapêutica e
objectivos realistas;
- explicar calmamente ao doente a causa da dor, o
tratamento a estabelecer, fazendo-o participar nas
decisões;
27. - monitorizar o controlo dos sintomas (escalas, registos),
reavaliar repetidamente;
- trabalhar em equipe.
Objectivos:
- obter analgesia;
- minimizar os efeitos secundários;
- proporcionar conforto e melhorar a qualidade de vida
28. Tratamento de acordo com o tipo de dor
- Dor nociceptiva -> anti-inflamatórios, analgésicos de acção
periférica e analgésicos de acção central;
- Dor visceral -> analgésicos de acção periférica, anti-espasmódicos
e analgésicos de acção central e adjuvantes se
necessário;
- Dor nervosa -> analgésicos de acção periférica,
anticonvulsionantes (carbomazepina), antidepressivos
tricíclicos e outros adjuvantes
29. Tratamento não farmacológico
Objectivos:
- diminuir a intensidade da dor;
- aumentar o nível de tolerância à dor;
- romper o círculo dor-mal-estar-dor;
- reforçar a auto-estima e a autonomia;
- permitir a participação da família;
- dotar o doente e família de mais recursos para
controlar a situação dolorosa;
- reforçar a relação doente/cuidador.
30. Tratamento não farmacológico:
- Informação sobre a dor -> como profissionais de saúde
devemos manter uma comunicação total com o paciente
oncológico, fazendo ao doente o ensino sobre técnicas de
autocontrole;
- Medidas ambientais organizativas -> medidas que
visam aumentar a tolerância à dor, mediante o respeito
pelo seu ritmo de actividades quotidianas e a consecução
do máximo conforto, tais como:
->favorecer o descanso e relaxamento tanto durante
o noite como nalguns momentos do dia para evitar fadiga;
-> adaptar a medicação às necessidades e desejos do
doente;
31. -> adaptar a dieta à situação e necessidades do doente;
-> adaptação e flexibilidade dos horários de visitas,
atendendo à particularidade de cada caso;
-> adaptação dos espaços físicos;
-> promoção da integridade e participação familiar;
-> promoção de distracções e actividades lúdicas;
-> as nossas atitudes como profissionais de saúde e a
relação que estabelecemos com os pacientes também
influenciam a experiência da dor e de outros sintomas.
32. - Medidas físicas -> para alívio da dor, favorecer a
aproximação do cuidador ao doente e fornecer formas
de comunicação através do relaxamento corporal, tais
como:
- aplicação de calor e frio;
- aplicação de mentol;
- massagens suaves;
- mobilizações activas e passivas;
- estimulação nervosa eléctrica e transcutânea
- Medidas de relaxamento psicológico
33. CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO
DOENTE COM DOR ONCOLÓGICA:
1. Avaliação da dor do doente, verificando com ele a
localização,a intensidade, as características, início e
duração;
2. Administrar analgésicos prescritos a horas fixas;
3. Reduzir o estímulo doloroso sempre que possível;
4. Alterar a percepção da dor;
34. 5. Adoptar medidas complementares para tratamento da
dor;
6. Estabelecer uma comunicação adequada:
- com o doente demonstrando interesse por ele e pelas
suas queixas;
- com a família, fornecendo-lhe a informação
necessária;
- com a equipe, devendo a informação que fornece ao
doente estar de concordância com a dos demais colegas,
estabelecendo objectivos consensuais;
7. Monitorizar a resposta do doente à analgesia.
36. O Impacto do cancro na nutrição depende
de:
Tipo de cancro;
Localização;
Alterações do metabolismo;
Perda de Peso;
Anorexia;
37. A Terapia Nutricional tem como
objectivos:
Atingir e manter o peso desejável;
Diminuir sintomas decorrentes da doença e
tratamento, através da adaptação dos alimentos ou
métodos de alimentação;
A desnutrição compromete a terapêutica
e a qualidade de vida
39. Alterações do Metabolismo
O metabolismo da glicose e lípidos sofre
alterações:
Intolerância à glicose com resposta de insulina
diminuída;
Predomínio do metabolismo Anaeróbio- Ciclo de Cori
Gliconeogenese Hepática Aumentada;
Aumento da Lipólise
Perda de Massa magra
40. Anorexia
Depressão;
Produção de neurotransmissores- suprimem o apetite;
Estimulação de glicorreceptores por hiperglicémia
e elevação do ácido lácteo- diminui o apetite
Alteração do paladar e olfacto;
41. Anorexia
Acções de Enfermagem:
Ter em conta as preferencias do doente;
Ingerir pequena quantidades de líquidos e nutrientes após
longos períodos de jejum ou crise de vómitos;
Evitar atitudes autoritária por parte de familiares
/profissionais;
Proporcionar exercício leve ou uma pequena caminhada antes da
refeição;
42. Anorexia
Acções de Enfermagem:
Após uma crise vómitos explicar ao doente a possível
existência de “aversão induzida”;
Proporcionar um ambiente calmo e agradável;
Misturar e esconder sabores desagradáveis;
Alterações na forma e ritmo da oferta
das refeições, podem minorar os
sintomas desagradáveis.
43. Diarreia
Infecção;
Terapêutica oncológica
Acções de Enfermagem:
Ingestão de alimentos obstipantes;
Proporcionar uma boa hidratação;
Ingestão de alimentos ricos em K+;
44. Obstipação
Terapêutica ( ex.: codeína)
Insuficiente ingestão de líquidos;
Imobilidade;
Diminuição do
peristaltismo
Acções de Enfermagem:
Ingestão de alimentos ricos em fibras ;
Aumento da ingestão de líquidos;
Estimular a mobilização;
Uso de laxantes, clisteres e enemas, se necessário;
45. Náuseas e Vómitos
Quimioterapia;
Radioterapia;
Fármacos;
Ansiedade;
Irritação Gástrica;
46. Náuseas e Vómitos
Acções de Enfermagem:
Identificar as características e intensidade
dos vómitos;
Identificar sinais de desidratação, fraqueza e
prostração;
Fazer o balanço hídrico;
Descansar após as refeições;
Ingerir alimentos à temperatura ambiente;
Evitar alimentos com grande teor em gorduras;
47. Secura da Boca
Desidratação;
Radioterapia local;
Terapêutica;
Acções de Enfermagem:
Limpeza e hidratação oral;
Ingestão de alimentos que estimulem a salivação ( sumos
de frutas, batidos, rebuçados, pastilhas...)
48. Disfagia
Alt. Neurológicas;
Obstrução mecânica;
Infecções orais;
Acções de Enfermagem:
Proporcionar alimentos moles em doses pequenas e
fraccionadas;
Proporcionar cuidados de higiene oral;
49. Quando o doente não se consegue
alimentar
Terapia Nutricional Artificial
Nutrição Enteral;
Nutrição Parentral;
50. Nutrição Enteral:
A dieta deve ter em conta as necessidades do
utente;
AAccççõõeess ddee EEnnffeerrmmaaggeemm::
Manutenção da sonda;
Preparar e armazenar as soluções correctamente;
Administrar de forma lenta e cuidadosa;
Estar atento aao surgimento de estase
gástrica , distênção abdominal, dor, obstipação
e diarreia;
51. Nutrição Parenteral:
Quando não é possível uma nutrição entérica;
Instalação de um cateter central
Técnica asséptica
O cateter também pode ser utilizado para Radioterapia;
52. Nutrição Parenteral:
AAccççõõeess ddee EEnnffeerrmmaaggeemm::
Vigiar sinais de infecção;
Cuidados relativamente à dieta a administrar;
O fim deste tipo de nutrição, é ditado pelo
quadro clínico do doente.
53. Segundo Sotto-Mayor cuidados terminais são:
Cuidados dispensados ao doente quando já não é possível
melhorar o prognóstico fatal da sua doença, ou da sua
situação clínica, com os métodos terapêuticos acessíveis;
Cuidados de saúde quando a morte se aproxima.
54. Os doentes têm o direito a cuidados de saúde
terminais humanizados, e a morrer com
dignidade
Requisito:
Que sejam criados os meios necessários
55. Os cuidados ao doente oncológico em fase terminal,
devem estar organizados em três fases:
Histórico de Enfermagem
Desenvolvimento de um plano
de cuidados e/ou actividades
Avaliação da situação
56. Histórico de Enfermagem:
Deve incluir uma boa anamnese onde pesquisam
dados relativos a:
Dados pessoais História Clínica
Capacidades funcionais e realização de actividades da
vida diária
Estado nutricional
Dor
Medicação
57. Os registos precisos, claros e
concisos são da máxima
importância pois permitem
estabelecer futuras comparações
e fornecer informações
importantes aos restantes
membros da equipa
58. Planeamento:
Esta fase, inicia-se após a identificação dos problemas
e necessidades tanto do paciente como da sua família
É necessário considerar os seguintes factores:
Ajudar o doente e família a identificarem problemas
específicos
Ajudar o doente e família a identificarem os serviços ou
recursos necessários
Estabelecer o estado económico do doente
59. Elaborar o plano de cuidados em conjunto com o
paciente e família
Obter o consenso do doente e família para obter
os recursos necessários
Estabelecer critérios de avaliação do plano realizado
60. Avaliação
Trata-se de verificar os resultados do
plano de cuidados executado.
Mediante os critérios de avaliação estabelecidos na fase
anterior pode acontecer esta ser
Positiva Negativa
61. Melhor
qualidade
de vida
Hospital
Domicílio do doente
com familiares
com amigos
com pessoal de
saúde
Grande desafio físico e emocional
62. Programação da alta
É fundamental antecipar alguns problemas que poderão surgir
Família preparada para enfrentar esses problemas
IMPORTANTE:
Dialógo entre:
doente
família
pessoal de saúde
63. Questionar o doente:
Existe vontade em ir para casa?
Tal decisão desperta-lhe receios?(sobrecarga
para a família; insegurança face a problemas
clínicos intercorrentes,...)
Conflito de sentimentos:
Desejo de ter alta
Insegurança face ao apoio domiciliário
Pessoal de saúde hospitalar:
Esclarecer as duvidas
Transmitir confiança
64. Estabelecimento de um plano de controlo
sintomático do doente no seu domicílio
( queixas actuais e previsíveis no futuro)
Prever a sua Exequibilidade:
• Existe capacidade física e emocional
dos familiares para o acompanhar, tendo
em conta que pode durar desde semanas
a meses.
65. Questões face à exequibilidade do plano proposto
Existe espaço suficiente?
A família tem capacidade física?
Existe disponibilidade de um ou mais familiares para essas tarefas?
Existe condições de privacidade
Os familiares estão preparados psicologicamente?/ São
capazes de dar apoio psicológico?
Existem estruturas de saúde na área de residência
do doente?
66. É importante que o doente e a sua familia saibam que:
Não estão a esquivar-se
ao seguimento do doente
Médico/pessoal de
saúde hospitalar
Continuam disponíveis para apoiar o
doente, seus familiares e os
profissionais de saúde que vão seguir o
doente
67. Médico de família e
pessoal de enfermagem
do C.S.
Os mais bem posicionados
para a prestação de
cuidados se saúde a estes
doentes
Terapêutica Paliativa
comunicação
Pessoal hospitalar Pessoal do C.S.
Desde o início da doença
O doente deve manter
consultas no seu centro de
Saúde
68. Médico de família Terapêutica paliativa
Conhecimentos
Prática
Diversidade
Complexidade
dos problemas
69. O ideal seriam as equipes multidisciplinares para seguir o
doente terminal no seu domicilio:
doente
• familiares
• amigos
Médico de família
Pessoal de enfermagem
• Fisioterapeuta
•Terapeuta ocupacional
• Psicólogo
• Assistente social
• Assistente espiritual
• Nutricionista
• Oncologista
• Especialista na terapêutica
No entanto não existem edsat adso restruturas pelo que
grande parte dos problemas são colmatados pelos
técnicos de saúde dos C.S.
70. Ao planear-se a alta :
Equipe médica + enfermagem + assistente social
Apoiar familiares para obter material necessário (cama
articulada, oxigenoterapia, aspiradores...)
Transporte no dia da alta
Rever rotinas diárias
Necessidades do doente e o modo de as suprimir
71. A família deve ser integrada na equipe de enfermagem para
assistir o modo como se presta os cuidados ao doente:
Mobilizações, prevenção de escaras;
Cuidados de higiene...
Administração de medicamentos
O doente deve ter:
plano minucioso da medicação prescrita, da dieta e
de outros cuidados propostos.
informação escrita detalhada do seu estado clínico
Lista de problemas actuais
médico responsável no hospital e a quem vai ser
referenciado
72. Em casa:
O doente deve escolher o local e o modo como vai ficar
acomodado
Se tiver naúseas e vómitos afastar-se da cozinha
Importante ficar perto da casa de banho
se o doente quiser ter papel activo na vida familiar
poder-se-á colocar a cama na sala
Papel fundamental do médico de família e do
enfermeiro de família no aconselhamento
73. Considerar cada sintoma como genuíno e valorizado como tal
Até prova em contrário, a queixa do doente tem causa física
Dar especial relevo ao diálogo equipe de saúde/doente
O doente está frequentemente polissintomático (sintomas
moderados/ graves)
74. Em geral o doente toma mais que um fármaco pelo que se
deve fazer um plano escrito minucioso da terapêutica
instituida e da cronologia da sua aplicação
Fármaco Indicações
Dexametasona
Naproxeno
Opiáceos
Acetato de megestrol
Metoclopramida
Codeína
Clorpromazina
Anorexia, astenia, fadiga,
depressão, dispneia,dor
Dor
Dor, dispneia, tosse,
ansiedade
Anorexia, perda de peso
Naúseas, vómitos
Tosse irritativa, dor
Ansiedade, naúseas, dispneia
76. Em cada visita médica:
- Avaliação dos progressos alcançados
- Fazer eventuais ajustes
terapêuticos
Tendo sempre em atenção se o
doente está a comprir e a
aderir bem á terapêutica
77. Ainda em relação à terapêutica:
preferir a via oral
antecipar os eventuais efeitos colaterais de modo a
preveni-los
Ter em atenção:
• idade;
• Estado proteíco;
• Função cardíaca, renal, hepática
• outros parâmetros que possam influenciar a
eficácia da terapêutica
procedimentos invasivos só se outras medidas não
resultarem
deve-se sempre ponderar entre os beneficios e os efeitos
indesejáveis
78. A comunicação entre técnicos de saúde e doente/família é
muito importante, devendo-se estabelecer uma linguagem
de equipe.
• determinar o grau de conhecimentos que o doente e
família têm sobre a doença.
Evitar deturpação de
factos
• Deve-se nomear um “porta voz”
Certificar-se que o indivíduo tem
competências
No entanto toda a informação prestada deve ficar registada
79. Cuidados ao doente que está a morrer
Interromper qualquer terapêutica não necessária ao alívio
sintomático
Evitar qualquer exame complementar
Instituir a terapêutica sintomática necessária “sem receios”
Em caso de eficácia, não interromper a terapêutica paliativa,
mesmo em face de alterações do ritmo respiratório, sedação
marcada ou hipotensão
Avisar os familiares do fim próximo do doente
(colorário de uma preparação anterior) = não esquecer o apoio
posterior
80. Sinais de morte:
Paragem respiratória
Paragem cardíaca
Ausência de pulso, TA, reflexos
Midríase fixa
Embaciamento da córnea
Amolecimento do globo ocular
Arrefecimento do corpo
Rigor mortis
81. Cuidados post-mortem
A finalidade destes cuidados é, para além de prestar uma
última homenagem, continuar a respeitar a sua originalidade
e personalidade.
Deve tentar respeitar-se a última vontade de quem
partiu, conciliando-a com a dos familiares.
82. De um modo prático, quando se detecta a morte do
paciente, deve-se:
- colocá-lo em decúbito dorsal
- não utilizar substâncias desodorizantes
- fazer múmia
- identificar o cadáver
83. A situação pela qual o doente canceroso, em fase
terminal, passa, representa um enorme desafio para a
Enfermagem.
Assim, alguns diagnósticos são passíveis de serem
elaborados, embora não se resumam aos apresentados:
Alteração da NHB de segurança, relacionada com a mudança
do estado de saúde (ou risco de morte/preocupações socio-económicas),
manifestada por:
sentimentos de inadequação insónia
desespero comportamentos de auto - referência
medo
84. Alteração da NHB de abrigo, relacionada com a percepção da
perda da vida e pessoas significativas manifestada por:
raiva tristeza
retraimento mudança dos padrões alimentares e de sono
Alteração da NHB de repouso, relacionada com dor,
manifestada por:
insónia; desconforto;
queixas verbais; máscara de dor.
85. Segundo TABER (2000), é importante que “todos os
membros da equipa trabalhem em colaboração uns com os
outros e também com o paciente e sua família”
É da competência do membro de Enfermagem:
Psicologicamente :
Instruir o paciente e família sobre o processo de doença,
seu progresso, tratamento e desfecho
Apoiar o paciente e sua família
Incentivar o paciente e família a verbalizar os seus temores
Diminuir o grau de temor pela doença e sua impotência
86. Fisicamente:
Manter o equilíbrio de líquidos e electrólitos
Manter o estado nutricional
Manter a eliminação
Manter uma higiene pessoal o mais cuidada possível
87. “É essencial que as enfermeiras que trabalhem com
pacientes terminais estejam conscientes dos seus
próprios temores e sentimentos relacionados à
morte e à agonia da morte”
Assim, as filosofias de vida e as
próprias experiências afectam
directamente o modo como um
enfermeiro lida com o seu
doente
TABER (2000)
88. Durante a relação enfermeiro/paciente, este último
espera encontrar determinadas atitudes no primeiro.
São elas:
Compaixão – sentimento envolto de ternura, compreensão e
desejo de ajudar
Integridade – que compreende honestidade,
responsabilidade e confiabilidade
Mutualidade – é o saber compartilhar, estar aberto e sem
preconceitos
89. Constância – é a persistência, confiança, disponibilidade e
responsabilidade
Positivismo – é o apoiar, incentivar e restaurar a
vitalidade e força interior do doente, levando sempre
em consideração a realidade e gravidade da doença
Espiritualidade – é o respeito pela dimensão espiritual
de cada doente
Escuta activa – é o saber ouvir (muito mais do que falar)
aquilo que o doente tem a expressar
Relação horizontalizada – é saber trocar de lugar com o
doente e imaginar o que ele sofre e sente nesse momento
90. É o acto de,
invocando
compaixão, matar
intencionalmente
Voluntária
uma pessoa Involuntária
- Activa
- Passiva
Embora o termo eutanásia seja usado
indiscriminadamente, há ainda o chamado
suicídio assistido
Eutanásia
91. Suicídio Assistido
Usa-se este termo, quando uma
pessoa ajuda outra a acabar com a
própria vida
Distanásia (intensificação terapêutica ou obstinação
terapêutica)
Consiste em atrasar o mais possível o momento da
morte usando todos os meios, ainda que não haja esperança
alguma de cura. Não há intenção de debelar ou diminuir a
doença, mas assiste-se à satisfação do pedido de familiares
que não querem que o paciente morra ou com vista à
experimentação médica.
92. “Cuando creé que estaba aprendiendo a vivir, no
estaba sino aprendiendo a morrir.”
Leonardo da Vinci
93. Bibliografia
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edição; Loures; Lusociência; 2000; ISBN: 972 – 8383 –
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TABER; “Dicionário Médico Enciclopédico”; 1ª edição;
São Paulo; Lusodidacta; 2000; ISBN: 85 – 204 – 0940 - 7
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PACHECO, Francisco; “A morte a que chegamos”
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