O documento discute o herpes-zóster, suas causas, sintomas e tratamento, e a neuralgia pós-herpética como uma complicação. O vírus varicela-zoster pode reativar décadas após a infecção primária, causando erupções cutâneas dolorosas. A dor aguda pode persistir por meses como neuralgia pós-herpética. O tratamento envolve antivirais e analgésicos, mas o controle da dor crônica é difícil. Uma vacina profilática mostrou reduzir casos de herpes-
1. Herpes-zóster e neuralgia pós-
herpética
Alunas: Gabriela Proença, Bruna Bittencourt, Suzana Martins e Quelen Meireles
2. Introdução
O vírus varicela-zoster (VZV) é um vírus herpes causador da varicela,
que persiste latentemente no sistema nervoso ao longo da vida dos
indivíduos após a infecção primária. O herpes zoster (HZ) é uma doença
infecciosa relativamente comum, causada pela reativação do VZV e
caracterizada por manifestações cutâneas dolorosas. A doença pode
evoluir para cura em poucas semanas ou a dor pode persistir por meses
ou até anos. Neuralgia pós-herpética (NPH) é um termo utilizado para
definir a persistência da dor. A dor é o sintoma mais incômodo para os
pacientes, tanto a dor aguda associada ao HZ quanto a dor crônica da
NPH. A persistência da dor prejudica significativamente a qualidade de
vida destes paciente. Este artigo teve como objetivo traçar um panorama
da história clínica do HZ e da NPH com foco no controle da dor.
3. HERPES-ZOSTER
O HZ é causado pela reativação do VZV nos nervos cranianos e gânglios das raízes
dorsais, em geral desencadeada décadas após a infecção primária pela varicela.
Quando a imunidade celular específica do VZV está comprometida, a doença é
desencadeada. A reativação é mais comum em indivíduos imunocomprometidos por
outras doenças, como câncer, imunodeficiência adquirida, síndrome, imunossupressão
pós-transplante e quimioterapia.
4. Sintomas
inicia-se com queimação cutânea leve a moderada em determinado dermátomo, muitas
vezes seguida de febre, calafrios, cefaleia e mal-estar e progride para erupção
maculopapular eritematosa até o estágio final de crostas. Alguns pacientes podem
apresentar apenas dor radicular, característica do HZ, sem desenvolver lesões cutâneas
e esta manifestação é clinicamente chamada de herpes sine herpete, podendo ser mais
grave que as manifestações usuais, afetando diferentes níveis do sistema nervoso
5. Tratamento
O diagnóstico do HZ é difícil nas fases iniciais da doença, pois pode demorar até três
semanas para o aparecimento das lesões cutâneas, atrasando o início do tratamento.
A doença é tratada com medicamentos antivirais que aceleram a cicatrização das
erupções cutâneas, diminuem a intensidade e a duração da dor aguda e provavelmente
previnem a NPH. Analgésicos comuns são usados para controlar a dor leve e moderada.
6. Prognóstico
Por ser uma doença autolimitada, a maioria dos casos evoluem com cura; no entanto,
alguns casos podem evoluir para complicações. A NPH é a complicação mais comum do
HZ. Existem outras complicações do HZ como: encefalite, my elite e paralisia de nervos
periféricos. Estas complicações são mais comuns em indivíduos imunocomprometidos.
7. NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA (NPH)
A NPH é caracterizada por dor neuropática crônica que persiste por pelo menos um mês
no trajeto do nervo afetado, iniciando entre um e seis meses após a cicatrização da
erupção cutânea e pode durar anos. A incidência de NPH varia de 10% a 20% em
adultos imunocompetentes. Não há predominância em relação ao gênero, mas a idade é
um importante preditor de NPH porque a prevalência aumenta significativamente com a
idade.
8. Sintomas
A dor é o principal sintoma ela pode ser dividida em três estágios diferentes: aguda,
subaguda e crônica. A fase aguda é definida como dor que começa dentro de 30 dias
após o aparecimento de erupções cutâneas. A dor crônica é caracterizada por
queimação ou picada e pode estar associada a hiperalgesia, hiperestesia ou alodinia. O
paciente também pode apresentar presença de sinais sensoriais negativos,
apresentação de polineuropatia no HZ ativo e aspectos psicológicos. O impacto na vida
pessoal e social dos pacientes é considerável, pois afeta a capacidade de trabalhar e
realizar atividades físicas causando fadiga crônica, distúrbios do sono, dificuldade de
concentração, depressão e ansiedade, anorexia, perda de peso e isolamento social,
afetando assim a sua qualidade de vida.
9. Tratamento
O tratamento deve ser com medicamentos para controlar e aliviar a dor.
Os medicamentos de primeira linha para tratar a NPH são os anticonvulsivantes
(gabapentina e pregabalina) e os antidepressivos tricíclicos (especialmente ami
triptilina). Os opioides são classificados como analgésicos de segunda linha e também
podem ser utilizados.
11. Tratamentos intervencionista
Existem muitas opções intervencionistas como estratégia para tratar a NPH, porém
algumas com eficácia incerta.
*Blocos neurais
*Estimulação da medula espinhal
*Acupuntura
12. Tratamento psicológico e terapias
comportamentais
A associação de fatores emocionais e biológicos é de extrema importância para a
manutenção e modulação da NPH. Assim, os potenciais benefícios do apoio psicológico
aos pacientes com NPH não devem ser ignorados. Terapias comportamentais, como
relaxamento, meditação e massagens também têm sido utilizadas com efeitos positivos
para NPH.
13. Prevenção
O estudo sobre prevenção do HZ, Shingles Prevention Study (SPS), avaliou a eficácia
de uma vacina de vírus vivo atenuado para diminuir a incidência e/ou gravidade do HZ e
NPH em uma amostra de 38.546 indivíduos. A vacina é eficaz na prevenção do HZ e
promove diminuição de 66,5% na incidência de NPH e de 51,3% na incidência de HZ.
No futuro, as vacinas contra varicela e HZ poderão alterar a epidemiologia e a história
natural do HZ e NPH. Contudo, a vacina contra o HZ ainda não está disponível no Brasil.
14. Conclusão
O controle ideal da dor é difícil e nenhum tratamento é completamente eficaz para todos
os pacientes, contudo, são necessários ensaios clínicos randomizados e controlados
para melhor avaliar combinações medicamentosas e novas terapias, visando
desenvolver novas estratégias para o manejo da NPH. Uma vacina profilática contra o
VZV é uma abordagem promissora para diminuir a incidência de HZ e NPH.