O Princípio vital é o princípio da vida material e orgânica, qualquer que lhe seja a fonte, e que é comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem.
Os seres orgânicos têm em si uma força íntima que produz o fenômeno da vida material comum a todos os seres orgânicos e que ela é independente da inteligência e do pensamento. A inteligência e o pensamento são faculdades próprias do espírito e não da matéria. O fluido vital, energia que fornece vitalidade é matéria e a inteligência é atributo do Espírito.
O princípio vital e a origem da vida segundo Allan Kardec
1. LIVRO PRIMEIRO: AS CAUSAS PRIMEIRAS
CAPÍTULO IV: DO PRINCÍPIO VITAL
4.1 – SERES ORGÂNICOS E INORGÂNICOS
4.2 – A VIDA E A MORTE
4.3 – INTELIGÊNCIAE INSTINTO.
Slide: https://pt.slideshare.net/MartaMiranda6/14-principio-vital
4.1 – SERES ORGÂNICOS E INORGÂNICOS
Allan Kardec: Os seres orgânicos são os que têm em si uma fonte de
atividade íntima quelhesdá a vida.Nascem,crescem,reproduzem-se por
si mesmos e morrem.São providos de órgãos especiais para a execução
dos diferentes atos da vida, órgãos esses apropriados às necessidades
que a conservação própria lhes impõe. Nessa classe estão
compreendidos os homens, os animais e as plantas. Seres inorgânicos
são todos os que carecem de vitalidade, de movimentos próprios e que
se formam apenas pela agregação da matéria. Tais são os minerais, a
água, o ar, etc.
60. É a mesma a força que une os elementos da matéria nos corpos
orgânicos e nos inorgânicos?
Sim, a lei de atração é a mesma para todos.
Comentários:
Tanto a matéria orgânica, quanto a inorgânica tem uma única origem – o fluído
cósmico universal.
As moléculas dos corpos inertes se agregam e desagregam sob o império das
leis de atração e repulsão.
Os seres orgânicos (o homem, os animais e as plantas), onde há vida, ocorre
uma manifestação própria do ser, proporcionada pelo princípio vital que
veremos nas questões subsequentes.
61. Há diferença entre a matéria dos corpos orgânicos e a dos
inorgânicos?
2. A matéria é sempre a mesma,porém nos corpos orgânicos está animalizada.
Comentários:
O fluido cósmico universal é a matéria elementar primitiva, da qual derivam
todos os demais tipos de fluidos,sejaem que estado for,constituindo,porisso,
a origem de todos os corposorgânicose não orgânicos.É a matéria-prima que
serve de geração dos mundos e dos seres.
Quando o movimento das partículas que compõe a matéria está em alta
vibração, temos a energia, como a energia elétrica e o magnetismo.
Quando o movimento das partículas que compõe a matéria está em baixa
vibração, teremos a matéria densa, como o nosso corpo e toda matéria que
podemos tocar, ver, perceber.
Em uma vibração intermediária temos várias consistências da matéria,
incluindo a matéria mais etéria ou quintessenciada, como o períspirito.
Nos corpos orgânicos, contém vida, além dos elementos que compõe a
matéria, encontra-se em atividade o princípio vital que é força divina que dá
vida aos seres da criação.
Portanto, o que diferencia a matéria inorgânica da matéria orgânica para o
mundo espiritual é justamente a função do princípio vital que na matéria
orgânica concebe a vida que consegue exteriorizar entre nós.
O princípio vital seria uma espécie particular de eletricidade, denominada
eletricidade animal, que durante a vida se desprende pela ação dos órgãos,
sua produção cessa por ocasião da morte, por se extinguir tal ação. – A
Gênese, cap. X, item 19.
62. Qual a causa da animalização da matéria?
Sua união com o princípio vital.
Comentários:
O princípio vital é o elemento divino que dá vida a toda matéria orgânica que
existe no planeta Terra.
Nos reinos animal e vegetal, o princípio vital encontra coesão na matéria que
lhe permite manifestar fazendo eclodir a vida.
Para cada ser é concedida determinada quantidade do princípio vital, sendo
suficiente para manter a vida diante de determinado tempo.
Esse tempo, obviamente, já fora determinado com a programação da
necessidade daquele ser em aprimorar seu aprendizado, bem como, da
capacidade que a matéria tem de se manter viva durante aquele período.
3. No decorrer da vida, a matéria e o princípio vital vão se esgotando.
Quando esgota o princípio vital, a vida se esvai e o corpo orgânico perde a
vida e morre.
Às vezes por questões violentas a matéria do corpo acaba sofrendotanto que
perde essacoesão e não conseguemantera vida mesmo ainda presente certa
quantidade do princípio vital. Ex: acidente automobilístico, derrubadas. O
princípio vital sem a matéria para que possa dar continuidade à vida, se
dissolve.
Esta é a condição da matéria orgânica (vegetal ou animal), tem que estar em
equilíbrio, em harmonia com suas células para que o princípio vital possa
sustentar a vida.
Nada existe por si só. Tudo há o motivo de ser, o motivo de existir e em tudo
há a proteção de Deus que está presente em todos os instantes e em todas
as situações, nos inspirando para que avancemos na escala evolutiva.
63. O princípio vital reside nalgum agente particular,ou é simplesmente
uma propriedade da matéria organizada? Numa palavra, é efeito, ou
causa?
Uma e outra coisa. A vida é um efeito devido à ação de um agente sobre a
matéria. Esse agente, sem a matéria, não é vida, do mesmo modo que a
matéria não pode viver sem esse agente. Ele dá a vida a todos os seres que
o absorvem e assimilam.
Comentários:
Toda matéria orgânica necessita do princípio vital para ganhar a vida e se
manifestar em busca do seu progresso.
Por outro lado, o princípio vital sem a matéria não tem meios para se
manifestar. Portanto, não é vida.
No sentido material, não havendo a presença de ambos, não há vida.
O espírito humano é eterno, é dotado de vida, mas não é matéria. Não sendo
matéria, não precisa do princípio vital para manter a vida. Apenas a matéria
animalizada que possui nela presente o princípio vital, até enquanto existir
vida.
A vida espiritual tem outras bases a serem ainda estudadas.
64. Vimos que o Espírito e a matéria são dois elementosconstitutivosdo
Universo. O princípio vital será um terceiro?
4. É, sem dúvida,um dos elementosnecessários àconstituição do Universo,mas
que também tem sua origem na matéria universal modificada.É, para vós, um
elemento,como o oxigênio e o hidrogênio,que, entretanto, não são elementos
primitivos, pois que tudo isso deriva de um só princípio.
64.a) - Parece resultar daí que a vitalidade não tem seu princípio num
agente primitivo distinto e sim numa propriedade especial da matéria
universal, devida a certas modificações.
Isto é consequência do que dissemos.
Comentários:
No Universo há Deus e mais dois elementos: o espírito e a matéria.
O espírito foicriado simples e ignorante por Deus e tem a vida pela eternidade
para buscar o seu progresso rumo à sua felicidade.
A matéria é um instrumento da lei divina que permite ao espírito o exercíciode
experiência, propiciando o seu aprendizado e a sua evolução, por isso
reencarnamos no planeta, onde a matéria nos limita os movimentos,nos traz
necessidades, nos impulsionando ao trabalho, ao estudo e enfim, ao
aprendizado.
O princípio vital é matéria que também tem origem no fluído cósmico universal,
sendo uma das modificações desse fluído.
65. O princípio vital reside em alguns dos corpos que conhecemos?
Ele tem porfonte o fluido universal. É o que chamais fluido magnético,oufluido
elétrico animalizado. É o intermediário, o elo existente entre o Espírito e a
matéria.
Comentários:
O princípio vital é matéria quintessenciada.
Está intimamente ligado à matéria orgânica que dela não dissocia, sendo
impossívelseparar o que é apenas a matéria orgânica do que seja o princípio
vital que dá a vitalidade à matéria.
Exemplo:
A pilha armazena energia. É como se fosse um corpo de matéria orgânica. A
energia armazenada pela pilha é como se fosse o princípio vital. Enquanto
existe a energia armazenada, a pilha funciona. Cessada a energia
armazenada na pilha, ela não tem mais utilidade.
5. Da mesma forma o corpo orgânico
Enquanto ele preserva essa energia do princípio vital, vai trabalhando para o
que ele veio ter de aprendizado e de tarefa nessa sua existência, nessa sua
parcela de vida aqui na matéria até esgotar o princípio vital.
O corpo deixa de ter vida, sendo lançado fora (no caso dos seres humanos,
vai para o cemitério ou é incinerado).
O princípio vital é energia que empresta vida ao corpo. Porém fora do corpo,
ela porsi só não é nada. E o corpo sem essaenergia não consegue ter a vida,
ter a vitalidade ou a utilidade para a qual foi criado.
66. O princípio vital é um só para todos os seres orgânicos?
Sim, modificado segundo as espécies. É ele que lhes dá movimento e
atividade e os distingue da matéria inerte, porquanto o movimento da matéria
não é a vida. Esse movimento ela o recebe, não o dá.
Comentários:
O princípio vital, como princípio da vida no Universo, é um só, mas modifica
conforme a necessidade da espécieque irá animar. Nos animais e vegetais a
matéria encontra-se coesão junto ao princípio vital para fornecer a vida.
Em nós, por exemplo,o princípio vital estará presente de acordo com a nossa
programação de vida, tanto na intensidade, quanto na quantidade.
67. A vitalidade é atributo permanente do agente vital, ou se desenvolve
tão-só pelo funcionamento dos órgãos?
Ela não se desenvolve senão com o corpo. Não dissemos que esse agente
sem a matéria não é a vida? A união dos dois é necessária para produzir a
vida.
67.a) - Poder-se-á dizer que a vitalidade se acha em estado latente,
quando o agente vital não está unido ao corpo?
Sim, é isso.
Allan Kardec: O conjunto dos órgãos constitui uma espécie de
mecanismo que recebe impulsão da atividade íntima ou princípio vital
que entre eles existe. Ao mesmo tempo que o agente vital dá impulsão
6. aos órgãos, a ação destes entretém e desenvolve a atividade daquele
agente, quase como sucede com o atrito, que desenvolve o calor.
Comentários:
O corpo orgânico em simesmo não tem vida. Só há vida com a união do corpo
orgânico e o princípio vital.
Ex: carro sem combustível. / O combustível sem o carro A união dos dois é
que proporcionao movimento e, consequentemente, a realização da viagem.
Na matéria orgânica, a vida só se expressa com o princípio vital.
O espírito não é matéria. Ele tem vida própria por si mesmo.
O princípio vital dá vida à matéria orgânica. É o princípio da vida na matéria
para que o espírito reencarnante possase manifestaratravés da matéria como
instrumento de aprendizagem e de progresso que a Lei Divina nos concede
para a busca da nossa evolução.
7. 4.2 – A VIDA E A MORTE
68. Qual a causa da morte dos seres orgânicos?
Esgotamento dos órgãos.
68.a) – Poder-se-ia comparar a morte à cessação do movimento de uma
máquina desorganizada?
Sim; se a máquina está mal montada, cessa o movimento; se o corpo está
enfermo, a vida se extingue.
Comentários:
Para que haja a vida é necessário que o corpo esteja saudável e que esteja
junto a ele o princípio vital que irá imprimir a vida.
Uma das causas da morte é o esgotamento do princípio vital.
Nós seres humanos trazemos uma programação de vida com a previsão de
décadas de anos que teremos para cumprir essa programação.Sendo assim,
o nosso corpo recebe o princípio vital na intensidade e na quantidade
necessária ao cumprimento dessa programação.
Ao final desse período, nosso combustível estará acabando e com isso, os
órgãos tendo menos intensidade desse princípio vital vai entrando em
decadência,vão se enfraquecendo até se esgotarem e a vida orgânica acaba
por perecer.
Circunstâncias que levam à morte prematura
- Desgastes dos órgãos dado aos excessos: alimentação, medicamentos,
vícios.
Aceleração no esgotamento dos órgãos, antes do que foi programado.
Possui ainda o fluido vital para cumprir a programação, porém os órgãos não
estão mais em condições de dar coesão e assimilar esse princípio vital,
ocorrendo a morte prematura (suicídio indireto).
Ato de violência ou lesão contra o corpo, acidente, etc. – esgota o órgão que
não tendo condições de continuar assimilando o princípio vital, leva à morte,a
cessação da vida.
A causa da morte de um corpo é o esgotamento orgânico. Quando se processaa velhice, os órgãos
enfraquecem e a vitalidade diminui. No entanto, a morte por desastre interrompe por vezes o
movimento orgânico e a interligação de uns órgãos com os outros. A força vital desapropria-se da
área que comandava e tudo entra no caos, por faltar harmonia no conjunto.
8. 69. Por que é que uma lesão do coraçãomais depressacausa a morte do
que as de outros órgãos?
O coração é máquina da vida, não é, porém,o único órgão cuja lesão ocasiona
a morte. Ele não passa de uma das peças essenciais.
Comentários:
O coração não é o único órgão vital. Ele faz parte de um conjunto para que a
vida humana se expresse.
Os órgãos reagem mais ou menos uns sobre os outros e da harmonia
existente no conjunto, resulta a reciprocidade da ação.
Quando uma causa qualquer altera, desequilibra ou destrói essa harmonia,
nas mesmas proporções, as funções se alteram ou cessam.
O coração tem função nobre no organismo humano e no organismo dos
animais.
Ele bombeia o sangue que leva o alimento, o oxigênio às demais células do
corpo, portanto, sua função é de suma importância.
O coração é um órgão gerenciado pelo centro de força cardíaco responsável
pelos sentimentos que emitimos.
Quando educamos os nossos sentimentos, o nosso coração pode funcionar
melhor e transformar na grande sede do amor.
Dessaforma, o coração é o órgão que nutre o corpo,distribuindo o alimento e
o oxigênio, mas também nutre a alma espalhando para todas as partes do
nosso corpo a harmonia do amor que nos ensinou Jesus.
É através do coração que fazemos a escolha de harmonizar a saúde e a paz
em nosso íntimo.
70. Que é feito da matéria e do princípio vital dos seres orgânicos,
quando estes morrem?
A matéria inerte se decompõee vai formarnovos organismos.O princípio vital
volta à massa donde saiu.
Allan Kardec: Morto o ser orgânico,os elementos que o compõe sofrem
novas combinações, de que resultam novos seres, os quais haurem na
fonte universal o princípio da vida e da atividade, o absorvem e
assimilam,para novamenterestituírem a essa fonte,quando deixarem de
existir.
Os órgãos se impregnam,por assim dizer,desse fluido vitale esse fluido
dá a todas as partes do organismo uma atividade que as põe em
9. comunicação entre si, nos casos de certas lesões, e normaliza as
funções momentaneamente perturbadas. Mas, quando os elementos
essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito
profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes
transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
Mais ou menosnecessariamente,os órgãos reagem uns sobre os outros,
resultando essa ação recíproca da harmonia do conjunto por eles
formado. Destruída que seja, por uma causa qualquer, esta harmonia, o
funcionamento delescessa,como o movimento da máquinacujas peças
principais se desarranjem. É o que se verifica, por exemplo, com um
relógio gasto pelo uso,ou que sofreu um choque por acidente,no quala
força motriz fica impotente para pô-lo de novo a andar.
Num aparelho elétricotemosimagem maisexatada vida e da morte.Esse
aparelho, como todos os corpos da Natureza, contém eletricidade em
estado latente. Os fenômenos elétricos, porém, não se produzem senão
quando o fluido é posto em atividade por uma causa especial.Poder-se-
ia então dizer que o aparelho está vivo. Vindo a cessar a causa da
atividade, cessa o fenômeno: o aparelho volta ao estado de inércia. Os
corpos orgânicos são, assim, uma espécie de pilhas ou aparelhos
elétricos,nos quais a atividade do fluido determina o fenômeno da vida.
A cessação dessa atividade causa a morte.
A quantidade de fluido vital não é absolutaem todos os seres orgânicos.
Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo,
quer nos indivíduos de umaespécie.Alguns há,que se acham,por assim
dizer saturados desse fluido, enquanto os outros o possuem em
quantidade apenas suficiente. Daí, para alguns, vida mais ativa, mais
tenaz e, de certo modo, superabundante.
A quantidadede fluido vital se esgota.Pode tornar-se insuficientepara a
conservação da vida, se não for renovada pela absorção e assimilação
das substâncias que o contêm. O fluido vital se transmite de um
indivíduo a outro. Aquele que o tiver em maior porção pode dá-lo a um
que o tenha de menos e em certos casos prolongar a vida prestes a
extinguir-se.
10. 4.3 – INTELIGÊNCIA E INSTINTO
71. A inteligência é atributo do princípio vital?
Não, pois que as plantas vivem e não pensam: só têm vida orgânica. A
inteligência e a matéria são independentes, porquanto um corpo pode viver
sem a inteligência. Mas, a inteligência só por meio dos órgãos materiais pode
manifestar-se.Necessário é que o Espírito se una à matéria animalizada para
intelectualizá-la.
Allan Kardec: A inteligência é uma faculdade especial, peculiar a
algumas classes de seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento,
a vontade de atuar, a consciência de que existem e de que constituem
uma individualidade cada um, assim como os meios de estabelecerem
relações com o mundo exterior e de proverem às suas necessidades.
Podem distinguir-se assim: 1°, os seres inanimados, constituídos só de
matéria, sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos; 2°, os
seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados de
vitalidade, porém, destituídos de inteligência; 3°, os seres animados
pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a mais
um princípio inteligente que lhes outorga a faculdade de pensar.
Comentários:
A inteligência é um atributo do espírito e não da matéria.
A inteligência não é o Espírito,é um dos seus atributos em expansão, sujeito
a variadas metamorfoses, porém sempre em ascensão.
Age sobre a matéria animalizada para manifestar-se no mundo material.
Todo ser vivo possuifluido vital, porém,nem todo ser vivo possuiinteligência.
O ser pensante tem a sua vontade, o seu livre-arbítrio. Ele interage, reflete,
toma decisões.
72. Qual a fonte da inteligência?
Já o dissemos; a inteligência universal.
72.a) - Poder-se-ia dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da
fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida
material?
11. Isto não passa de simples comparação,todavia inexata, porque a inteligência
é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral.
Demais, como sabeis, há coisas que ao homem não é dado penetrar e esta,
por enquanto, é desse número.
Comentários:
Quando falamos da inteligência do homem, estamos nos referindo ao ser
pensante.
A nossa inteligência, de certa forma, está ligada à InteligênciaSuprema, sem,
contudo, ser uma fração dessa, mas, criação de Deus.
Não absorvemos a inteligência, da maneira que absorvemos o oxigênio na
atmosfera.
Quando surgimos das mãos santificantes de Deus, trazemos dentro de nós,
como herança divina, todas as qualidades da perfeição, que vão
desabrochando passo a passo
A inteligência é a capacidade que o Pai nos concede de aprendermos e
assimilarmos as coisas conforme os nossos esforços e as nossas
experiências.
A inteligência é conquista do ser. É o resultado do trabalho e da vivência de
cada um.
Não deve considerar só o intelecto. Nessa capacidade de aprendizado há o
direcionamento da vida para o amor.
Há inteligência na capacidade de amar, fornecendo equilíbrio e harmonia para
com o próximo e para com o Criador.
73. O instinto independe da inteligência?
Precisamente, não, por isso que o instinto é uma espécie de inteligência. É
uma inteligênciasem raciocínio.Porele é que todos os seres proveem às suas
necessidades.
Comentários:
Inteligência e instinto são manifestações de um mesmo princípio espiritual e,
portanto, inteligente: um está ligado à vontade e à liberdade do indivíduo; o
outro está “impresso”; escapa à vontade e à liberdade.
O instinto é a força oculta que impele os seres orgânicos a atos espontâneos
e involuntários, tendo em vista a sua conservação.
12. A inteligência se revela por atos voluntários, refletidos, premeditados,
combinados, de acordo com a oportunidade das circunstâncias. É
incontestavelmente um atributo exclusivo da alma.
Todo ato maquinal é instintivo.
O ato que denota reflexão, combinação, deliberação é inteligente. Um é livre,
o outro não o é.
O instinto é um guia seguro,que nunca se engana; a inteligência, pelo simples
fato de ser livre, está por vezes sujeita a errar.
O animal, encontra o instinto programado nos rudimentos da sua consciência
dando ordens e formando atitudes, sem que entrem nesse movimento os
pensamentos, por não haver capacidade de formação das ideias.
Se o animal não pensa, escapam das cogitações todas as probabilidades de
raciocinar.
A inteligência dos animais é limitada, pois faltam-lhes o raciocínio.
É pelo instinto que eles provêm as suas necessidades,sua sobrevivência e a
conservação da espécie.
É nos instintos básicos – nutrição – defesa/ conservação e reprodução,é que
fica assegurada a continuidade da vida.
A Gênese – pág. 46 – 2º § do Item 11
Ex: migração das aves – elefantes do Sri Lanka
O serhumano conquistouo pensamento contínuo,porisso é dotado de razão.
74. Pode estabelecer-se uma linha de separação entre o instinto e a
inteligência, isto é, precisar onde um acaba e começa a outra?
Não, porque muitas vezes se confundem.Mas, muito bem se podem distinguir
os atos que decorrem do instinto dos que são da inteligência.
Comentários:
Não é possívelestabelecerum limite entre instinto e inteligência, precisamente
analisando em um ato ou decisão, onde ou em que momento acaba um e
começa o outro; eles se confundem, se mesclam, interagem nesse momento
evolutivo, requerendo que a inteligência direcione o uso.
Podemos,porém,distinguir atitudes, reações que pertencem a um ou a outro.
Exemplos:
- Ao encostar a mão em chapa quente, sem que se elaborem raciocínios
mentais, “instintivamente” retiro a mão;
13. - Ao caminhar
- Corro ou procuro abrigo frente a uma fera, a um perigo – reações
“automáticas” buscando proteção.
- Construo mecanismos paraabrigar-me ou me defenderde animais, insetos,
como ação da inteligência que deliberadamente visa à proteção e segurança.
O instinto opera obedecendo a uma impulsão íntima, sem apreensão, sem
conhecimento consciente do motivo ou do resultado de seus atos. Tudo é
cego, necessário, invariável, inato, particular.
Instinto animal – preservação da vida e conservação da espécie.
Cada espécie animaldesenvolve um tipo de vida diferente e todas as gerações
fazem o mesmo.
Ex: João de barro – as abelhas
O chimpanzé no circo
O patinho chocado pela galinha
Inteligência é a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver
problemas,abstrair e compreenderideias e linguagens, sobretudo, aprender.
Com a inteligência o homem pensa, reflete, compreende, decide, recorda,
adquire experiência, ama, odeia. Assim como julga e estabelece inúmeros
outros processos equivalentes em situações elevadas, condicionadas,
modificáveis, adapta-se a um meio inóspito ou diferente transformando-o.
75. É acertado dizer-seque as faculdadesinstintivasdiminuemà medida
que crescem as intelectuais?
Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também
pode conduzirao bem.Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais
segurança do que a razão. Nunca se transvia.
75.a) - Por que nem sempre é guia infalível a razão?
Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo
egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem
o livre arbítrio.
Allan Kardec: O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da
inteligência propriamente dita, em que suas manifestações são quase
sempre espontâneas, ao passo que as da inteligência resultam de uma
combinação e de um ato deliberado.
14. O instinto varia em suas manifestações,conforme às espéciese às suas
necessidades.Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas
exteriores, ele se alia à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade.
Comentários:
O instinto é de extrema importância na individualidade humana e seja qual for
o teor intelectual do ser, ele continua ali, com todo seu potencial primitivo,
muitas vezes, sobrepondo-se aos controles precários da racionalidade e
manifesta-se em toda sua pujança.
Em qualquer momento, mesmo no âmbito de uma evoluída sociedade
civilizada, a “sabedoria” infalíveldos instintos primitivos pode serconvocadaa
uma ação pronta e enérgica, como fugirde um cataclismo,resistir a condições
adversas que ameacem a integridade física, utilizar-se de opções incomuns
ou buscar meios para preservar, por exemplo, espécies para que não se
extingam. No momento de catástrofes, o ser humano praticamente fica
entregue aos seus instintos, visando a continuidade, a preservação, a
proteção da vida.
Estes raciocínios destacam que o instinto não evolui – constitui a última
instância da vida quando todas as conquistas anteriores vierem a falhar. É o
seguro de vida do homem. Se ele se extinguisse, numa emergência toda
estrutura do ser careceria da impulsão primeira aos novos passos que
seguiriam.
Habitualmente o homem não é atento a essas elaborações naturais; não se
lembra de que traz em si um guia muito mais seguro que a própria razão, uma
vez que, recorde-se, o instinto nunca se engana.
Os benfeitores espirituais nos ensinam que o egoísmo é a chaga que deve desaparecer da
face da Terra. Por causa do egoísmo nosso progresso moral anda a passos lentos.
O homem egoísta pensa em si e somente em si. Tudo que vê, observa, acredita que deva
lhe servir.
Negação da caridade, o egoísmo gera insegurança para os homens, porque como o
egoísmo e o orgulho andam de mãos dadas, a vida será sempre uma corrida em que
vencerá o mais esperto. Uma luta de interesses, em que nada, nem ninguém merece
respeito.
Observa-se, repetidas vezes, nos coletivos apinhados, a corrida por um banco para sentar.
Não se respeitam idosos com dificuldade de equilíbrio, que são simplesmente empurrados.
Não se respeitam deficientes, na sua marcha difícil, nem mulheres com crianças ao colo.
O que importa é que o egoísta esteja confortavelmente acomodado.
Dessa pequena amostra cotidiana passamos ao panorama do mundo, onde nações ricas
contrastam com as misérrimas, com o povo a morrer de fome.
Isso nos recorda de uma grande fome que se abateu sobre um país europeu, em
determinada época.
Os pobres, e sobretudo as crianças sofriam muito.
15. Um homem abastado chamou vinte crianças e lhes disse que todos os dias ele
compareceria à praça com uma cesta com um pão para cada uma delas. Um pão por dia é
o que receberiam, até que a fome se extinguisse no país.
As crianças, esfomeadas, partiram para cima da cesta e brigaram, cada uma querendo o
pão maior.
Terminada a batalha, cada qual saiu a correr com o seu trunfo: o pão para matar a fome.
Foram-se todos, à exceção de uma garotinha. À distância, ficou a olhar o homem. Chegou
devagar, pegou o último e menor pão que sobrara na cesta, agradeceu, sorriu e foi embora.
No dia seguinte, as crianças voltaram. Aos empurrões e tapas disputaram os pães maiores.
Para a pequenina restou um pãozinho fininho, nem metade do tamanho dos outros.
Quando, ao chegar em casa, sua mãe abriu o pequeno pão, encontrou seis moedas de
prata.
A garota correu para devolvê-las ao bom homem que lhe disse: São suas. Não é engano.
Mandei colocar as moedas no menor pão para recompensar você.
E concluiu a lição: Lembre-se de que as pessoas que preferem o menor pedaço a
disputarem, de forma egoísta e agressiva, a maior parte, vão encontrar bênçãos bem
maiores do que dinheiro em seu caminho.
Existem muitas almas solitárias simplesmente porque não se resolvem a arrebentar as
amarras do egoísmo para serem úteis a alguém.
O egoísmo pode ser considerado como uma velha e inútil roupa que se conserva no lar do
orgulho.
O melhor antídoto para o mal do egoísmo é o conhecimento da vida espiritual.
SENTAR AO LADO DE UM NEGRO?
Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe
econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro. Visivelmente perturbada,
chamou a comissária de bordo.
- "Qual o problema, senhora?", pergunta uma comissária.
- "Não está vendo?" - respondeu a senhora. - "Vocês me colocaram ao lado de um negro.
Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira".
- "Por favor, acalme-se - disse a aeromoça - "Infelizmente, todos os lugares estão
ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível".
A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.
- "Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe econômica. Falei
com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar. Temos apenas um
lugar na primeira classe". E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária
continuou:
- "Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica
se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante
pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa tão
desagradável".
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:
- "Portanto, senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos
para o senhor um lugar na primeira classe...
16. Todos os passageiros próximos, que, estupefatos, assistiam à cena, começaram a aplaudir,
alguns de pé.
"Ser contra o racismo é ser a favor da vida e da dignidade da pessoa humana" (Marizete
Pires)
"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons." (Martin Luther King)
17. FECHAMENTO DO CAPÍTULO IV:
Questão 585
"A matéria inerte, que constitui o reino mineral, só tem em si uma força mecânica.
As plantas, ainda que compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade.
Os animais, também compostos de matéria inerte e igualmente dotados de vitalidade,
possuem, além disso, uma espécie de inteligência instintiva, limitada, e a consciência
de sua existência e de suas individualidades. O homem, tendo tudo o que há nas
plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência
especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra
materiais e o conhecimento de Deus.".
Reino Mineral = atração
Reino Vegetal = sensação
Reino Mineral = instinto
Reino Hominal = livre-arbítrio, pensamento contínuo, razão/sentimento
Encerramos a Primeira Parte de “O Livro dos Espíritos” refletindo sobre “As Causas
Primárias” e nelas, temas como “Deus”, “Infinito”, “Espírito e Matéria”, “Formação e
Pluralidade dos Mundos”, “Diversidade das Raças Humanas”, “Vida e Morte”, alguns, entre
vários outros. Destacou-se o Homem inserido nesse contexto, refletindo, buscando
respostas a questionamentos no sentido de querer descobrir-se, entender-se num
complexo único.
18. REFERÊNCIAS:
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o
Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de
Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
https://www.bibliaonline.com.br/
https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl