2. Renascimento
Movimento cultural e
artístico que rompeu
com o padrão de
pensamento vigente
no mundo medieval,
introduzindo a
cultura laica (não
religiosa).
Foi um período marcado por transformações em muitas
áreas da vida humana, que assinalam o final da Idade
Média e o início da Idade Moderna.
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização
européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650.
3. Transformações
Apesar destas transformações
serem bem evidentes na
cultura,sociedade,economia,
política e religião,
caracterizando a transição do
feudalismo para o capitalismo,
o termo é mais comumente
empregado para descrever
seus efeitos nas artes, na
filosofia e nas ciências.
Da Vinci – Maior nome do renascimento. Pintor, escultor,
urbanista, engenheiro, músico, físico, botânico,anatomista...
4. Contexto Histórico
Aumento populacional
Expansão das cidades
Surgimento das
universidades
O fortalecimento da
economia monetária e o
surgimento da burguesia. Surgimento das rotas de
comércio, interligando o
continente europeu.
5. Principais Características do Renascimento
Individualismo
Racionalismo
Naturalismo
Humanismo
Cientificismo
Empirismo
Experimentalismo
Inspiração na cultura
clássica
Antropocentrismo - resgate da dimensão humana em todos os
seus aspectos, “ o Homem como medida de todas as coisas”.
7. Onde ocorre:
A Itália ficou
conhecida como o
berço do
Renascimento.
Porém, este movimento
cultural não se limitou
à Península Itálica,
espalhou-se para
outros países
europeus como, por
exemplo,Inglaterra,
Espanha,Portugal,
França e Países
Baixos.
8. A Arquitetura Renascentista
Deixou de ser dependente das
possibilidades técnicas, mas foi baseada
em princípios estéticos, conceitos
abstratos como simetria e proporção e
sobre a utilização de uma linguagem
regulada por regras:o sistema das ordens
Na arquitetura renascentista,
a ocupação do espaço pelo
edifício baseia-se em
relações matemáticas
estabelecidas de tal forma
que o observador possa
compreender a lei que o
organiza, de qualquer ponto
em que se coloque.
Perspectiva
9. O Sistema das Ordens
A arquitetura na
Renascença foi
caracterizada pela
tomada da arte da
antiguidade.
Colunas, capitéis,
entablamento,
cúpulas e todos os
ornamentos
formaram o novo
vocabulário do
estilo renascentista.
As ordens são, ao mesmo tempo um sistema de proporção e
de decoração, foram a estrutura básica da nova linguagem.
10. Estruturação
Não se preocupava com
a estrutura do edifício.
Uma arquitetura muito
mais “desenhada” do que
“construída”. Abandono
das pesquisas
estruturais.
Preferência pelas abóbadas de
berço e de arestas ao invés das
de cruzaria ogival. O uso
absoluto do arco pleno. Enfim
uma simplificação drástica de
todos os aspectos construtivos.
11. Os palácios, nos inícios do
renascimento, constituíam uma
edificação intermediária entre a
fortaleza e a casa senhorial. Era
a moradia urbana dos nobres ou
dos mercadores.
Tipologias
A villa nada mais era senão uma
adaptação da velha domus romana.
Com sua loggia(galeria) e seus
amplos terraços, situa-se no centro de
um imenso jardim. Era a residência
fora da cidade dos nobres e dos ricos.
Durante a renascença dois tipos de construção destacaram-se na
Itália: o palazzo ou palácio, e a villa.
Villa Medicea di Poggio a Caiano
Palazzo Rucellai, Florença
12. Os Palácios
Para atender as
premissas filosóficas do
novo estilo a solução
encontrada no que diz
respeito aos palácios foi
a de construir quatro
corpos em torno de um
pátio central.
As fachadas internas
eram constituídas de
uma ou mais séries de
arcadas, apoiadas nas
correspondentes séries
de colunas: ou então,
transformando a “loggia”
superior numa galeria.
Em geral, os pisos eram separados por um entablamento,
correspondente à ordem das colunas que separava um andar do
outro; e uma série de pilastras planas correspondia, nos andares
superiores, às colunas do pórtico.
14. Fachadas externas
Para as
fachadas
externas dos
palácios o
Renascimento
desenvolveu
três esquemas
diferentes numa
ordem
sucessiva de
tempo:
O primeiro teve sua maior expressão no século XV: Trata-se da fachada
com almofadados, um revestimento de pedra grosseiramente
esquadriadas, interrompido apenas pelas janelas e por uma estreita
cornija ornamentada que separa os andares. Esta irregularidade diminui
de andar para andar.
Palazzo Strozzi –Florenca (1538 por Giuliano da Sangallo/Baccio d'Agnolo)
15. Segundo modelo
Um segundo
tipo, de ordens
sobrepostas
surge logo em
seguida. Tendo
sido usado pela
primeira vez
por Alberti.
Tratava-se de uma fachada também com almofadados, mas em que as
janelas eram separadas por outras tantas pilastras planas, onde cada
piso corresponde a uma determinada ordem: no andar térreo, a ordem
toscana, no pavimento principal, a jônica; e no superior, a coríntia, onde
cada entablamento corresponde à ordem imediatamente inferior à sua
posição
16. Terceiro modelo
Um terceiro e mais
requintado surge bem
mais tarde, já no
século XVI, como
podemos ver no
Palácio Farnese de
Antonio Sangallo e
Miguel Ângelo.
Tratava-se de um edifício menos “ritmado” do que os de Alberti e no qual
os vários pisos eram indicados apenas por uma faixa ornamentada- uma
arquitrave contínua- e rematados por uma enorme cornija. As ordens se
apresentavam sobrepostas apenas nas janelas dos diversos andares,
constituindo um pequeno edifício independente,completado por cornijas e
tímpanos. Das três soluções, esta é a mais requintada.
17. As Igrejas
Apesar de racional e
antropocêntrica, a arte
renascentista continuou
cristã, porém as novas
igrejas adotaram um novo
estilo, caracterizado pela
funcionalidade e portanto
pela racionalidade,
representada pelo plano
centralizado, ou a cruz
grega.
Santa Maria da Consolacao
Todi- Italia
18. Igrejas
É valido dizer que a
maioria das igrejas
renascentistas foi
planejada segundo
as linhas de um
teatro, com o objetivo
de permitir que um
maior número de fiéis
vejam o "palco", ou
seja, o altar-mor. O
novo tipo de igreja,
inspirado nos
templos pagãos, era
ideal para levar a
religião às massas.
Em 1530 o estilo renascentista se transformara em algo totalmente
novo, baseado nos princípios clássicos. Ao contrário da bizantina,
românica e gótica, não tinha interesse estruturais, buscando mais
um sistema decorativo.
Santa Maria Novella - Alberti
19. As Villas
Uma nova residência, a Villa, foi
uma invencao do renascimento
italiano, em resposta ao desejo
de viver no campo Os primeiros
exemplos, as moradias de
Cosme I de'Medici, Cafaggiolo e
Careggi, desenhado por
Michelozzo, eram pequenos
castelos ou casas senhoriais
vestidas uma Fortaleza.
Logo os arquitectos foram
tentados a experimentar o plano
centralizado em habitações deste
tipo. Giuliano da Sangallo
projetando um quadrado, quase
centralizado:villa at Poggio a
Caiano para Lorenzo o magnífico,
Giuliano da Maiano projetando a
villa Pogio Reale para o rei de
Nápoles, com um pátio
quadrangular e pequenos
pavilhões em cada canto.
20. Principais Arquitetos
No renascimento os artistas
passam a ter convívio na
corte. Os mais cultos, mais
influentes e mais respeitados
são os arquitetos. Estes
participam das definições do
poder na cidade,participam
de projetos que expressam as
determinações do príncipe na
concepção a partir do estudo
sistemático do artista.
Na Arquitetura os nomes de maior
destaque foram:
Brunelleschi,Alberti,Bramante,
Michelangelo e Palladio.
21. Brunelleschi
Filippo Brunelleschi (1377
- 1446)
É um exemplo de artista
completo renascentista,
pois foi pintor, escultor e
arquiteto. Além de
dominar conhecimentos
de Matemática, Geometria
e de ser grande
conhecedor da poesia de
Dante. Restabeleceu na
prática o conceito de
ponto de fuga, e a relação
entre a distância e a
redução no tamanho dos
objetos.
Embora tenha se destacado em uma série de obras
importantes, o trabalho que lhe deu maior projeção foi a
cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiori (Santa Maria
das Flores), em Florença.
22. Leon Battista Alberti (1404 – 1472)
Alberti
Foi pintor, compositor, poeta e
filósofo, mas ficou mais conhecido
como “arquiteto” e autor da primeira
análise científica da perspectiva: o
"De Re Aedificatoria“
Até cerca dos 40 anos passou a
maior parte do tempo estudando as
civilizações antigas da Grécia e
Roma, tornando-se famoso como
humanista e latinista erudito.
Entre seus trabalhos de arquitetura
propriamente dita, sobressaíram a
Igreja de San Francesco em Rimini
(1447), Santa Maria Novella e as
igrejas de Sant'Andrea e de San
Sebastiano, em Mântua (1470),
entre vários outros projetos.
Santa Maria Novella
San Francesco em Rimini
23. Donato Bramante (1444/1514)
Na região da Lombardia
produz diversas obras
importantes da arquitectura do
renascimento, tais como a
Igreja de Santa Maria Delle
Grazie (1466) ou a Igreja de
Santa Maria Presso San Satiro
(1497), ambas em Milão. Com
a sua ida para Roma, a sua
obra sofre uma verdadeira
evolução. Tempieto de São
Pedro (1502) Em 1503, do
projeta um grande conjunto
monumental para o Vaticano.
Mas, a sua grande obra foi o
plano para a reconstrução da
Catedral de S. Pedro
Bramante
24. Andrea di Petro dalla Gôndola
(1508-1580)
Palladio
Sua obra nasce da análise exaustiva
de Vitrúvio e dos edifícios
remanescentes da antiguidade
clássica romana, quando os princípios
matemáticos regiam as construções.
Nela é visível a constante preocupação
com a harmonia do conjunto, simetria,
ritmo e unidade.
No requinte de seu
desenho os elementos
funcionais, estruturais
e ornamentais se
combinam entre si,
formando um conjunto
inegavelmente
harmônico.
Tempieto Bárbaro
Palazzo Chericatti
25. Palladio
Ao longo de sua vida
Palladio desenhou mais
de 60 obras (palácios,
igrejas, pontes,
intervenções, fachadas).
Mas foi como construtor
de “villas” (mais de 20)
que teve sua maior
produção e
reconhecimento
Sua obra mais conhecida e estudada é a
Vila Almerico Capra – Rotonda- (1566-
1571) Corresponde rigorosamente às
teorias fundamentais de Palladio:
simetria absoluta na disposição, desde
os quatro pórticos iguais que constituem
eixos com o mesmo motivo decorativo,
até a sóbria linearidade.
26. Tratados & Teóricos
A concepção científica do período
renascentista e sua linguagem
humanística criou, através de
teóricos arquitetos, o que hoje
denominamos:
“Princípios Arquitetônicos do
Renascimento”.
Ao longo do Renascimento, estes
princípios tomaram mais força,
tendo sido aplicados por outros
teóricos arquitetos como Filarete,
Giorgio Martini, Vignola,
Serlio,Vasari e Palladio.
O primeiro teórico que defendeu a ideia da
fundamentação destes princípios foi Leon Battista
Alberti.
27. Alberti
Leon Battista Alberti (1404 – 1472)
Considerado o maior teórico da
Renascença. Era além de arquiteto;
escritor, pintor e escultor. Escreveu
Tratados sobre todas as áreas em que
atuou, propondo que os artistas
buscassem no estudo científico, na
história e na matemática, fundamentos
para o seu trabalho.
Escreveu o primeiro manual sistematizado de
perspectiva, apresentando aos escultores normas de
proporções humanas ideais. Alberti teve como objetivo
principal, criar um método de concepção que permitisse
a construção, não a reprodução, criando uma nova
linguagem na arquitetura.
28. De Re Aedificatoria
O tratado de Alberti De Re Aedificatoria –( manuscrito 1452)
ainda que usando exaustivamente Vitrúvio, é uma obra
importante e original, que estabelece princípios da arquitetura
à luz da filosofia pessoal do autor e da sua análise de
edifícios romanos. Influenciou profundamente toda a teoria
italiana subsequente.
É de Alberti uma a mais conhecida
definição de beleza em arquitetura:
para Alberti a beleza consiste numa
integração racional das proporções
de todas as partes de um edifício, de
tal maneira que cada parte tenha um
tamanho e uma forma absolutamente
fixa, sem que nada a ela possa se
agregar ou retirar sem destruir a
harmonia do todo.
Tratado de Vitruvio, publicação de 1526, com o título
Medidas do Romano, impressa em Toledo.
29. Palladio
AndreaPalladio
(1508 – 1580)
Sem dúvida o grande legado
teórico de Palladio foi a sua
publicação de 1570:
I Quattro Libri dell’
Architettura, um verdadeiro
Tratado de Arquitetura, com
linguagem clara e concisa e
rico em ilustrações. Em
análise profunda aborda
temas como as ordens
arquitetônicas, a, arquitetura
e engenharia urbana,os
templos romanos e sua
própria obra.
Palladio adaptou a definição de beleza de Alberti: A beleza resulta da
forma bela e da correspondência do todo com as partes, das partes entre
si e destas com o todo, de modo que todas as construções pareçam
constituir um corpo inteiro e completo, em que cada membro concorda
com o outro e todos resultam necessários para a perfeição do edifício.
30. Outros Teóricos
Antonio di Pietro Averlino, o
Filarete (1400-1469)
Era além de escultor e
escritor, arquiteto. De 1461 a
1464 escreveu seu“Trattato di
Architettura”, no qual incluiu
uma visão do que seria a
primeira cidade planejada de
épocas modernas.
Filarete, Trattato d’architettura,
fragmento de la pag. 82
Francesco di Giorgio Martini (1439-1501)
Foi um pintor italiano da Escola Sienesa. Foi também
escultor, arquiteto, teórico e engenheiro de mais de
setenta fortificações militares para o Duque de Urbino.
Publicou um tratado chamado Trattato di architettura,
ingegneria e arte militare, em 1482. Foi também o
arquiteto responsável pelos trabalhos na Catedral de
Siena. Usou as seguintes duas imagens para capturar
a ideia do Homem de Vitruviano em sua edição
31. Giacomo Barozzi da Vignola (1507 – 1573)
Discípulo, porém mais refinado e erudito do
que Serlio escreveu “Regola delli Cinque
Ordini d’Architectura” -1562 – Conjunto de
excelentes gravuras em metal, de versões
das cinco ordens, baseadas em exemplos
romanos e com referências a Vitrúvio.
Sebastiano Serlio (1475 -1552)
Publicou 6 livros de arquitetura abundantemente
ilustrados. Tornou-se autoridade padrão para a
arquitetura e a mais popular fonte de modelos
em toda a Europa, em fins do século XVI e XVII,
sua versão das cinco ordens estão na raiz da
divulgação da linguagem clássica fora da Itália,
somente superada pelas versões de Palladio e
Vignola.
32. Cidades
• Não existe uma cidade
renascentista. Existem
cidades medievais
(Siena) e cidades
barrocas(Roma).
• As cidades dos séculos
XIII e XIV são centros
ativos de artesãos e
mercadores, densos
núcleos de habitações e
oficinas. Não tendo papel
político importante, seu
aparato militar resume-se
ao círculo das
fortificações.
No fim do século XVI, seu aspecto é outro. A cidade é um ativo
núcleo de forças em contraste. A cidade é um núcleo de força em
um sistema mais amplo e de um jogo de interesses mais complexo.
Há um poder real (famílias) acima de um poder municipal.
33. A Cidade Renascentista
Porém, os governos
renascentistas não têm
estabilidade política e
os meios financeiros
suficientes para realizar
programas longos e
comprometidos.
Deste modo, a arquitetura da
Renascença realiza seu ideal
de proporção e de
regularidade em alguns
edifícios isolados, e não está
em condição de fundar ou
transformar uma cidade
inteira.
Em toda a centralidade
adquirida pelo homem na
natureza, a cidade também
devia se tornar sob medida
para o homem e encerrar
em si as qualidades de
beleza e funcionalidade.
34. A Cidade (real)Renascentista
Uma vez estabelecidas, as cidades eram capazes de manter suas
posições por meio de suas políticas econômicas. As cidades
geralmente controlavam o campo em torno delas, seu contado, e
podiam, à custa do campo, impor uma política de comida barata para
seus habitantes.
As cidades se
desenvolveram em
resposta à demanda de
outros lugares, seja o
interior imediato, sejam
áreas mais distantes,
porque elas prestavam
serviços a esses outros
lugares.
35. A Cidade (real)Renascentista
Nos séculos XV e XVI, a Itália era
uma das sociedades mais urbanas
da Europa. Em 1550, cerca de 40
cidades italianas tinham população
superior a dez mil habitantes.
Dessas cerca de dezenove tinham
população de 25 mil ou mais, como:
Nápoles ............................ 210.000
Veneza ............................ 160.000
Milão .....................................70.000
Palermo .............................. .70.000
Bolonha .............................. 60.000
Florença .............................. 60.000
No resto da Europa, de Lisboa a
Moscou, não havia provavelmente
mais do que vinte cidades desse
tamanho.
O fato de as cidades serem maiores e
mais numerosas na Itália do que em
outras partes explica em grande parte
a importância da estrutura social das
diferentes “classes médias”, como
artesãos, comerciantes e advogados.
36. A Cidade (real) Renascentista
No caso da Europa pré-industrial, é útil distinguir três tipos de
serviços e três tipos de cidades:
Gênova - Seu papel no comércio de
grãos e madeira envolvia relações
comerciais com a França, Espanha e
América do Norte, tinha no fabrico da
seda o responsável por sua maior
reputação internacional
Veneza era provavelmente a maior
cidade mercante do mundo e
exportava bens no valor de dez
milhões de ducados por ano.
CIDADE COMERCIAL:
Geralmente um porto, como
Veneza e sua Rival, Gênova.
37. A Cidade (real) Renascentista
CIDADE ARTESÃ-INDUSTRIAL :
Como Milão ou Florença.
Florença era uma cidade industrial por excellence, e o tecido, sua
principal indústria. Também era famosa pelo seu vidro, navios e a partir
de 1490 por sua indústria de impressão.
38. A Cidade (real) Renascentista
CIDADE DE SERVIÇO:
Um dos serviços mais
lucrativos era o financeiro.
Do século XIV ao XVI, os
italianos dominaram o
movimento bancário
europeu. Capitais ofereciam
outros tipos de serviços:
Nápoles e Roma , por
exemplo, que eram cidades
de funcionários e centros de
poder.
Roma – o mercado era os Estados Papais, mas para algumas
funções era a totalidade do mundo católico. Roma era uma “loja de
religião”. Suas exportações invisíveis incluíam indulgências e
dispensas. Esse vasto negócio exigia gerenciamento, e um
importante papel era desempenhado pelos banqueiros papais,
desde os Médici até Agostino Chigi de Siena.
39. De fato, as idéias dos
arquitetos e humanistas,
sem força para alterar uma
realidade cotidiana, foram
relegadas aos livros e, na
melhor (ou pior) das
hipóteses,seus
conhecimentos de
geometria utilizados para o
desenvolvimento da
arquitetura militar, que
alterou apenas as
fortificações das cidades,
mantendo intacto o tecido
medieval.
A Cidade (ideal) Renascentista
40. Também existiram obras
que estavam diretamente
ligadas ao desejo dos
autores em glorificar os
seus patronos, o que
diminui em muito o caráter
“revolucionário” das idéias,
na verdade fruto da
bajulação e do servilismo,
como, por exemplo, a obra
de Antonio Averlino,
chamado Filareto,ora
dedicada a Francesco
Sforza , ora a Piero de
Médici.
A Cidade (ideal) Renascentista
41. A Cidade (ideal) Renascentista
Muitos foram os projetos de
cidades ideais concebidos com
este propósito, mas na prática
poucos foram concretizados
efetivamente.
Oito torres colocam-se como
bastiões nos pontos salientes da
estrela, e oito portas eram a saída
de avenidas radiais, a cada uma
das quais passava por uma praça
de mercado.
Em seu tratado de 1427 Filarete
propunha o desenho de uma
cidade ideal, denominada
Sforzinda.
A cidade, que ele comparava
com um corpo humano ideal, se
inscrevia dentro de uma estrela
de oito pontas de muros inscritos
dentro de um perfeito fosso
circular.
42. Palmanova
Das aplicações práticas das
ideias urbanísticas do
Renascimento vale lembrar a
cidade de Palmanova,
construída em 1593 na então
República de Veneza e que
realmente materializa a ideia
das cidades estreladas e
poligonais do Renascimento,
mas sua função principal foi
defensiva e não a criação de
uma utopia urbana.
Tendo seu plano atribuído a Vicenzo Scamozi, Palma Nova apresenta
como formato um polígono de nove lados, com traçado regular, tendo
suas principais ruas partindo de uma grande praça central, em direção
a pontos determinados junto às muralhas, sendo três delas a
continuação das vias de acesso.
43. Essa configuração resulta,
em um modelo harmonioso
graças a uma complexa
disposição de ruas radiais,
três anéis concêntricos,
doze ruas radiais adicionais
e de seis pequenas praças
secundárias situadas no
interior das quadras.
Palma Nova conseguiu chegar até os dias atuais conservando
seu traçado original, seu contorno fortificado e seus principais
edifícios, sem que tais elementos tenham sido
descaracterizados por desenvolvimentos posteriores.
Palmanova
44. Pienza
Tendo como provável projetista Bernardo
Rosselino, o Papa Pio II constrói no burgo
nativo de Corsiganoi, entre 1459 e 1462, o
Palácio Picolomini, a catedral, o palácio
público e o palácio do Cardeal Bórgia. Ao
redor deste centro monumental inserem-se
outros edifícios secundários: os cardeais
erigem seus palacetes; o papa manda
construir um bloco de casas enfileiradas;
atrás do palácio público abre-se uma praça
menor.
Assim, toda a pequena cidade é organizada,
de modo hierárquico, em torno da igreja e do
palácio papal. Os edifícios pequenos se
distinguem pela maior regularidade
arquitetônica, esta regularidade diminui nos
edifícios secundários.Desta maneira, a
combinação entre o antigo e o novo resulta
unitária: a nova cultura respeita o ambiente
tradicional e o corrige.
45. Almeida - Portugal
Vista aérea de Almeida,
próxima à fronteira com a
Espanha. O sistema
defensivo é do século
XVI, mas a estrutura
morfológica é a mesma
do período medieval
(século XIII).
Vista do ar, a vila de Almeida, classificada como Aldeia histórica, parece uma
estrela de 12 pontas, tantas quantos os baluartes e revelins que rodeiam um
espaço com um perímetro de 2500 metros. Esta notável praça-forte foi
edificada nos sécs. XVII-XVIII, em redor de um castelo medieval, num local
importantíssimo como ponto de defesa estratégico da região.
46. Referências
• SUMMERSON, John. A linguagem clássica da
arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2006
• VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 1, n.
1 - janeiro a junho de 2008
• WITTKOWER, Rudolf. La Arquitectura em la edad del
Humanismo
• BENÉVOLO, Leonardo -A História da Cidade
• NEVES, André Lemoine. Território O pensamento sobre
a cidade no Renascimenrto e seus reflexos em
Portugal – séculos XV-XVII. Humanae, v.1, n.3, p.27-43,
Dez.. 2009.
• JESTAZ, Bertrnand.Architecture of The
Renaissance:from Brunelleschi to Palladio. New
York:Harry N. Abrams, INC.,Publishers ,1996
• www.arelíquia.com.br
• www.historiadaarte.com.br
• www.bhpbrasil.spaces.live.com
• www.pitoresco.com
47. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Teoria & História III
Monitor : José Miguel Gaspareto
Professora: Nara Helena N. Machado
10 / Agosto / 2010