Este documento discute a importância da vigilância da saúde materna durante a gravidez. Ele descreve os direitos das grávidas a consultas gratuitas e os procedimentos para obter acompanhamento médico. Também aborda temas como suplementação, datação da gravidez, consultas pré-natais, rastreios e ecografias.
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
3 a importancia da vigilancia da saude materna parte i
1. Formadora: Lurdes Martins UFCD 6578 – Cuidados na Saúde Materna
Parte I - A Importância da
vigilância da saúde materna
2. As grávidas - portuguesas ou estrangeiras* que residam em Portugal há mais de 90
dias - têm direito a consultas gratuitas durante a gravidez, e 60 dias após o parto.
Para isso, terão de se dirigir ao Centro de Saúde, informar que estão grávidas e
pedir para serem seguidas por um/a médico/a de família.
Tanto as mães como os pais podem faltar ao trabalho para ir às consultas pré-natais
(os pais têm até 3 dispensas para acompanhar a grávida). A preparação para o
parto é equiparada a consulta pré-natal.
* As grávidas estrangeiras que não sejam titulares de residência têm direito a consultas
gratuitas durante a gravidez, desde que apresentem um atestado de residência,
emitido pela junta de freguesia da área de residência, indicando que reside em
Portugal há mais de 90 dias.
Vigilância da Saúde Materna - Legislação
3. Durante a gravidez a vida do bebé depende da vida mãe.
Assim, se os comportamentos e atitudes prévios à conceção podem influenciar a
gravidez, é evidente que durante a gestação os cuidados devem ser redobrados e a
vigilância mais apertada, para que o bem-estar materno-fetal se verifique.
O objetivo geral da vigilância pré-natal:
• Promover através da adequada vigilância pré-natal um impacto positivo na
qualidade de saúde materno-fetal.
Vigilância da Saúde Materna
4. Consulta pré-concecional Consulta de vigilância da gravidez
• Avaliar a saúde materna;
• Fazer um rastreio analítico pré-
concecional;
• Iniciar a suplementação
vitamínica;
• Transmitir recomendações
importantes
• Avaliação do bem-estar materno-fetal e
dos resultados dos exames
complementares de diagnóstico;
• Deteção precoce de situações que
possam desviar a gravidez do seu curso
normal;
• Identificação de fatores de risco
• Preparação para o parto e para a
parentalidade;
• Informação sobre deveres e direitos
parentais.
5. Todas as pessoas em idade reprodutiva com antecedentes de doença
genética, doença crónica, infeções e uso de medicação, devem ser informadas
da importância dos cuidados pré-concecionais e da gravidez ser planeada, nos
cuidados de saúde gerais que recebem, mesmo quando ainda só planeiam
uma gravidez a longo prazo.
6. Consulta Pré-Concecional - Suplementos
• Iniciar a suplementação com uma dose diária de ácido fólico de 400µg/ dia, para
todas as mulheres em preconceção.
Nas mulheres com risco acrescido de vir a ter uma criança com defeito do
tubo neural, a dose diária deve ser superior (5mg/dia);
• Deve ser recomendado o aumento do aporte em iodo - dose diária recomendada
(DDR) de iodo de 150 µg/dia para as mulheres em preconceção (Orientação da
DGS 011/2013 - Aporte de iodo em mulheres na preconceção, gravidez e amamentação)
Se após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares e sem uso de contraceção não
ocorrer gravidez, o casal deverá ser referenciado, para a consulta de infertilidade para
avaliação de eventuais fatores envolvidos (Orientação da DGS 003/2011 – Conduta em
Infertilidade para Cuidados de Saúde Primários)
7. Consulta Pré-Concecional
Vacinação
• Se a mulher nunca teve sarampo nem foi vacinada contra esta doença, é
recomendado que faça a vacina contra o sarampo.
• Se nunca teve rubéola, não foi vacinada e/ou as análises feitas antes de
engravidar (pré concecionais) revelaram que não está protegida contra esta
doença, é recomendado que faça a vacina contra a rubéola (Saúde Reprodutiva:
Doenças Infeciosas e Gravidez, Orientações Técnicas 11, Direção Geral da Saúde, 2000;
Norma da Direção Geral de Saúde, Nº 011/2011 de 7 de junho de 2011)
8. Consulta Pré-Concecional
• Porquê vacinar contra o sarampo?
O sarampo é uma doença muito contagiosa. Habitualmente é
uma doença benigna, mas pode ser grave e até mesmo mortal.
A infeção por sarampo durante a gravidez também está
associada a riscos significativos para o feto, incluindo:
• Aborto espontâneo
• Morte fetal
• Baixo peso ao nascimento
• Aumento do risco de parto prematuro
12. Consulta Pré-Concecional
Porquê vacinar contra a rubéola?
A rubéola é uma doença contagiosa causada por um vírus, que se transmite entre
pessoas ou por via aérea (espirro, tosse, etc.).
A doença, em geral, não é grave e pode até não causar sintomas.
Contudo, durante a gravidez, o vírus da rubéola atinge o bebé e este pode nascer
com problemas graves.
Por este motivo, a confirmação de rubéola numa grávida pode justificar a
interrupção da gravidez, no quadro legal em vigor.
16. Vacinação na Gravidez
• Tosse convulsa
Recomenda-se a vacinação durante a gravidez com uma dose de vacina combinada contra
a tosse convulsa, o tétano e a difteria, em doses reduzidas (Tdpa), entre as 20 e as 36
semanas de gestação, idealmente até às 32 semanas. A vacinação deve ocorrer após a
ecografia morfológica (recomendada entre as 20 e as 22 semanas + 6 dias) (Direção Geral
da Saúde, 2016).
.
• Covid-19
Recomenda-se a vacinação contra a covid-19 da grávida a partir das 21 semanas de
gestação, após a realização da ecografia morfológica (Direção Geral da Saúde, 2021).
18. Citomegalovirus
RASTREIO SEROLÓGICO DO CMV
Em Portugal não existiam diretrizes para o rastreio do CMV em exame pré-
concecional e/ou durante a gravidez (antes de 2006).
Após o conhecimento do perfil imunológico da população, a DGS revogou
a circular normativa nº2/DSMIAde18.03.98, substituindo –a pela nova circular
nº2/DSMIA de 16.01.2006.
Considera o rastreio para o CMV componente básico dos cuidados pré-concecionais.
Consulta Pré-Concecional
19. O citomegalovírus ou
vírus citomegálico
humano (CMV) é um
vírus da família dos
herpes
vírus transmissível por
fluídos corporais
contaminados – urina,
fezes, secreções
respiratórias e vaginais –
e por via sexual.
Consulta Pré-Concecional
28. Todos os dados clínicos, observações e
avaliações obtidos nas consultas
deverão ser registados no Boletim de
Saúde da Grávida (BSG) e no seu
processo clínico. O BSG deve
acompanhar sempre a grávida, quer esta
vá a uma consulta planeada, quer
recorra à urgência, e mesmo quando for
para o parto. Toda a informação acerca
do seu passado obstétrico consta neste
boletim.
29. A datação correta da gravidez tem grande
impacto na qualidade dos cuidados
obstétricos em geral, estando demonstrada
uma redução significativa das induções do
trabalho de parto por gestação pós‐termo
(Lee et al., 2016).
Quando o cálculo da idade gestacional é
feito pelo comprimento crânio‐caudal, na
ecografia das 11‐13 semanas e seis dias,
mantém‐se inalterável ao longo de toda a
gravidez (DGS, 2011).
Datação da Gravidez
31. Datação da Idade Gestacional
Primeira ecografia (11‐13 semanas e seis dias)
Exame que através da observação e medição
anatómica do feto, permite datar de forma mais
fidedigna a idade gestacional:
• Medição do comprimento craniocaudal (CCC)
Comprimento entre a parte anterior da cabeça e
a cauda.
• Medição do perímetro cefálico (PC):
Comprimento entre os ossos parietais em plano
longitudinal e simétrico do crânio.
• Comprimento do fémur (CF): comprimento entre
cada extremidade em plano longitudinal do
fémur.
33. Suplementação
• ácido fólico no 1º semestre da gravidez
• ferro no 2º e 3º trimestres
• iodo durante toda a gravidez e amamentação (DGS, 2021)
34. Suplementação
• ácido fólico no 1º
semestre da gravidez
• ferro no 2º e 3º trimestres
• iodo durante toda a
gravidez e amamentação
(DGS, 2021)
35. Suplementação – Ácido Fólico
Antes de engravidar as mulheres devem
iniciar a ingestão de ácido fólico – deve ser
tomado todos os dias até as 12 semanas de
gestação.
O ácido fólico age na divisão celular que
ocorre nas primeiras semanas da gravidez,
garantindo que não irá ocorrer uma má-
formação do tubo neural do bebé.
37. Padrão normal de vigilância: 10 consultas, sendo
que até às 36 semanas são consultas mensais,
depois passa a quinzenais e semanais até ao parto.
• Gravidez normal o mínimo são seis consultas
Esquema de Consultas
42. Rastreios Ecográficos
A realização atempada e combinada de rastreios e intervenções associada a
medidas de educação para a saúde durante todo o período pré- natal, relaciona-
se com ganhos em saúde e diminuição da morbilidade materna e perinatal.
Apesar das recomendações de vacinação da Organização Mundial de Saúde, nos últimos anos têm vindo a ocorrer surtos de sarampo na Europa. Sabe-se que a doença é frequente em vários países asiáticos e africanos, nomeadamente em países que possuem relações estreitas com Portugal. Estes surtos têm-se verificado em populações em que a cobertura vacinal com a vacina contra o sarampo é insuficiente, resultando na acumulação de indivíduos suscetíveis à infeção. Em Portugal, a grande maioria das pessoas está protegida, por estar vacinada ou por ter tido a doença. Apesar de as taxas nacionais de cobertura vacinal contra o sarampo serem elevadas, este valor não é constante em todos os locais e é provável que existam grupos de indivíduos suscetíveis, isto é, que podem apanhar a doença.)
O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas.O vírus do sarampo penetra no organismo através do trato respiratório (aéreo), particularmente após tosse ou espirro da pessoa infectada. O contágio geralmente é feito por inalação de gotículas. Por serem gotículas minúsculas, elas podem permanecer suspensas no ar por até duas horas depois que a pessoa com sarampo deixou o local, de acordo com a Mayo Clinic. Isso significa que você pode contrair o sarampo, mesmo se não estiver em contato direto com uma pessoa infectada. Daí a importância da vacinação para prevenir o aparecimento de epidemias.Em casos mais raros, o vírus também pode entrar pelos olhos.
“O ano de 2018 foi marcado pela volta dessa doença comum da infância, porém considerada erradicada e que deixa sequelas importantes, além de ser letal para bebês que ainda não foram vacinados” “O ano de 2018 foi marcado pela volta dessa doença comum da infância, porém considerada erradicada e que deixa sequelas importantes, além de ser letal para bebês que ainda não foram vacinados”
As vacinas contraindicadas para grávidas podem ser administradas após o nascimento do bebê, mesmo durante a amamentação.
A vacina que protege contra o sarampo é uma das que DEVEM SER EVITADAS no período da gestação, pois são produzidas com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado. A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher, o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, por isso, a vacina pode desenvolver a doença ou complicações.
As vacinas contraindicadas para grávidas podem ser administradas após o nascimento do bebê, mesmo durante a amamentação.
A vacina que protege contra o sarampo é uma das que DEVEM SER EVITADAS no período da gestação, pois são produzidas com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado. A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher, o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, por isso, a vacina pode desenvolver a doença ou complicações.
As vacinas contraindicadas para grávidas podem ser administradas após o nascimento do bebê, mesmo durante a amamentação.
A vacina que protege contra o sarampo é uma das que DEVEM SER EVITADAS no período da gestação, pois são produzidas com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado. A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher, o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, por isso, a vacina pode desenvolver a doença ou complicações.
Se a mãe contrair rubéola durante a gravidez, o bebé poderá sofrer afecções graves, sobretudo se o contágio ocorrer nas primeiras 12 semanas de gestação. Com menos de 12 semanas de gravidez, por volta de 80% dos fetos são afetados e entre 12 e 16 semanas, metade dos expostos serão afetados.
A rubéola poderá afectar o coração e o sistema nervoso e provocar surdez e cegueira. Poderá ainda originar um aborto espontâneo ou um nado-morto. Muitas crianças afectadas podem apresentar atraso de crescimento, encefalite, microcefalia, alterações nos pulmões, fígado e ossos, e diminuição das plaquetas (trombocitopenia).
A vacinação deve efetuar-se na altura da gravidez em que a passagem de anticorpos é mais eficaz, o que acontece entre as 20 e as 36 semanas, mas principalmente entre as 20 semanas e as 32 semanas de gravidez. A vacinação anterior à gravidez ou a vacinação em gravidez anterior não cumprem este requisito, sendo necessário repetir a vacinação em cada gravidez.
Os benefícios da vacinação com Tdpa na gravidez ultrapassam largamente o potencial risco de reações locais mais exacerbadas, por eventual diminuição do intervalo entre as doses das vacinas do tétano e difteria. Estas reações têm evolução benigna e desaparecem espontaneamente.
A vacinação contra a COVID-19 na grávida deve respeitar um intervalo mínimo de 14 dias em relação à administração de outras vacinas, tais como a vacina contra a tosse convulsa (Tdpa) e a vacina contra a gripe.
A vacinação contra a COVID-19 da grávida ocorre, preferencialmente, nos ACES / ULS.
A amamentação não constitui uma contraindicação para a vacinação contra a COVID-19.
o primeiro dia da sua última menstruação
É recomendado fazer um suplemento de:
ácido fólico no 1º semestre da gravidez
ferro no 2º e 3º trimestres
iodo durante toda a gravidez e amamentação
O ácido fólico é extremamente importante para a formação e multiplicação de várias células, principalmente as sanguíneas e de defesa e também para a formação das proteínas.
Junto da vitamina B12, ele desempenha papel fundamental na formação dos glóbulos vermelhos, sendo que a falta desse nutriente pode ocasionar a anemia megaloblástica – isso significa que os glóbulos vermelhos parecem maiores e com uma capacidade reduzida de transportar oxigênio.
É recomendado fazer um suplemento de:
ácido fólico no 1º semestre da gravidez
ferro no 2º e 3º trimestres
iodo durante toda a gravidez e amamentação
O ácido fólico é extremamente importante para a formação e multiplicação de várias células, principalmente as sanguíneas e de defesa e também para a formação das proteínas.
Junto da vitamina B12, ele desempenha papel fundamental na formação dos glóbulos vermelhos, sendo que a falta desse nutriente pode ocasionar a anemia megaloblástica – isso significa que os glóbulos vermelhos parecem maiores e com uma capacidade reduzida de transportar oxigênio.
Quando não há ácido fólico disponível suficiente, o tubo neural poderá não se fechar completamente, o que pode levar a alterações graves como a anencefalia (quando o bebê nasce sem o cérebro ou com apenas uma parte deste, levando a morte em poucos dias após o nascimento) ou ainda a espinha bífida (a exposição da medula espinhal, capaz de deixar sequelas de vários graus).
Diversos estudos têm demonstrado que a ingestão de ácido fólico cerca de 3 meses antes da gravidez e até 3 meses após a fecundação previnem mais da metade das chances do bebê apresentar algum desses problemas.
Além disso, o ácido fólico ainda contribui para aumentar a quantidade de óvulos da mulher (muito útil para aquelas que estão tentando engravidar), ajuda a diminuir os sintomas típicos da gravidez, como as náuseas e os enjoos, diminui as chances de parto prematuro e melhora o leite materno.
Quando não há ácido fólico disponível suficiente, o tubo neural poderá não se fechar completamente, o que pode levar a alterações graves como a anencefalia (quando o bebê nasce sem o cérebro ou com apenas uma parte deste, levando a morte em poucos dias após o nascimento) ou ainda a espinha bífida (a exposição da medula espinhal, capaz de deixar sequelas de vários graus).
Diversos estudos têm demonstrado que a ingestão de ácido fólico cerca de 3 meses antes da gravidez e até 3 meses após a fecundação previnem mais da metade das chances do bebê apresentar algum desses problemas.
Além disso, o ácido fólico ainda contribui para aumentar a quantidade de óvulos da mulher (muito útil para aquelas que estão tentando engravidar), ajuda a diminuir os sintomas típicos da gravidez, como as náuseas e os enjoos, diminui as chances de parto prematuro e melhora o leite materno.
Geralmente, numa gravidez normal o mínimo são seis consultas. A primeira deve ser antes das 12 semanas (idealmente pelas 8 semanas).