O documento descreve a modernização das cidades brasileiras no final do século XIX, liderada pela elite urbana. As cidades do Rio de Janeiro e São Paulo cresceram significativamente nesse período devido aos investimentos estrangeiros e ao desenvolvimento do café e da indústria. No entanto, a maior parte da população, incluindo os trabalhadores imigrantes e os pobres, continuou vivendo em condições precárias e sem acesso aos benefícios dessa modernização.
Texto Introdutório - A elite ‘de boas’ na modernização das cidades.
1. Escola Estadual Dr. Elpídio de Almeida
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
PIBID - HISTÓRIA (CAMPUS I)
A elite "de boas" na modernização das cidades
No final do século XIX as principais cidades brasileiras tornaram-se palco de investimentos
do capital inglês, cujo o objetivo era a ampliação e a modernização dos serviços públicos
urbanos. A cidade do Rio de Janeiro, apesar de abrigar a corte imperial, apresentava poucas
melhorias; não possuía rede de esgoto, nem água encanada nas residências, e as ruas eram
pavimentadas de forma precária. Apesar de condições desfavoráveis, essa época proporcionou
as primeiras modificações nas áreas urbanas, principalmente no Sudeste. As medidas de
reforma urbana, por exemplo no Rio de Janeiro, só começaram a ser executadas no início da
República.
Enquanto a cidade do Rio de Janeiro, por ser o local onde estava a família imperial, recebeu
uma série de melhorias a partir de 1850, nas demais cidades a urbanização foi muito pequena.
Na década de 1880, final do Império, São Paulo já havia se modificado, não era mais um lugar
modestamente povoado como na metade do século XIX, já apresentava sinais que a
transformaria em um grande metrópole. Dessa maneira, as cidades que mais cresceram foram
São Paulo e Rio de Janeiro. A primeira graças a plantação de café e a segunda por se tornar a
capital da primeira República do Brasil. Portanto, ao iniciar o século XX, ambas eram
verdadeiras metrópoles.
Mesmo conhecendo as melhorias no fim do Império, as cidades ainda eram caracterizadas
por suas ruas estreitas e sujas, com as casas ou sobrados de aspecto colonial. E a pressão da
elite brasileira para regenerar a cidade implicava a apliação de medidas saneadoras que
afetariam drasticamente o espaço urbano. Inspiradas nas transformações da capital francesa,
Paris, essa parcela rica da população, buscavam europeizar as cidades brasileiras, também
alegando que o modelo de governo era incapaz de modernizar o Brasil.
As mudanças no Rio de Janeiro estavam ocorrendo desde o estabelecimento da família real
portuguesa, em 1808, mas se intensificaram à medida que a ideia de progresso era absorvida
pela cidade. Mas, foi a partir da segunda metade do século XIX, que as cidades cresceram
significativamente, porque a população começou a se deslocar para aréa urbana. Os mais pobres
buscavam melhores oportunidades de trabalho, como também, fugiam das dificuldades que a
natureza impunha, ou tentando escapar do poder latifundiário.
Outro fator que favoreceu o processo de modernização tanto das cidades, como dos
costumes, foi quando em 1850 houve a paralisação do tráfico internacional de escravos, o
capital passou ser usado em outras atividades, como o comércio e no setor de tansportes. Assim,
incentivando a urbanização e o estabelecimento de manufaturas, entretanto, ainda iniciantes. O
2. bonde, desempenhou uma função importante no processo de alargamento do espaço urbano,
por exemplo.
A República conseguiu manter uma sociedade marcada pelo alto grau de concentração de
riquesas nas mãos de poucos, uma pequena elite, que se beneficiou com essas transformações.
Já no fim do século oitocentista, os casarões e mansões começaram a ocupar as primeiras largas
vias construídas. Juntamente com essas modificações, também vieram as mudanças de
comportamentos da sociedade endinheirada, que enriquecia cada vez mais com os negócios
agrícolas e também urbanos. As damas vestiam luvas de couro dinamarquês, que iam até as
axilas e possuiam 25 botões, com chapéus, e vestidos longos, inspiradas na moda francesa. Os
homens ricos passaram a imitar a vestimenta britânica masculina, usavam calças com bolsos,
chapéus e bengalas, não dispensavam a cartola, nem as luvas, mesmo nas altas temperaturas da
cidade do Rio de Janeiro. As damas vestiam luvas de couro dinamarquês, que iam até as axilas
e possuiam 25 botões, com chapéus, e vestidos longos, inspiradas na moda francesa.
Essas transformações só aprofundaram mais os contrastes entre as principais cidades e as
regiões interioranas. A zona rural continuavam sem mudanças expressivas na entrada do século
XX, onde os camponeses pobres submetiam-se ao domínio dos grandes fazendeiros. A
república manteve essas contradições. Porém, a população dos centros urbanos, eram
predominantemente os consumidores da produção agrícola.
Mas, na cidade também havia uma parte que era ocupada pela população que chegava em
busca de melhorar de vida, buscar melhor condições de vida. Todavia, encontravam poucas
oportunidades de emprego; junto com os imigrantes, uns conseguiam empregos nas indústrias
ainda escassas, sendo que a maior parte vivia do trabalho informal: ambulantes, carroceiros,
lavadeiras, costureiras, carpiteiros, sapateiros. Contudo, outros se entregavam ao crime. Essa
população, via nas estalagens e cortiços um ambiente para se abrigarem; mas, enfrentavam as
antigas dificuldades agravadas pelas estiagens e devastamento das florestas. Os pobres sejam
instalados nos cortiços ou nos campos, não conseguiram ser alcançados pela onda do progresso
e modernização, esta só conseguiu beneficiar a poucas pessoas, como também a poucas cidades
brasileiras.
Referências Bibliográficas
CAMPOS, Flávio de; CLARO, Regina; DOLHNIKOFF, Miriam. Ritmos da história, 9º ano.
3. ed. São Paulo: Escala Educacional, 2009. p. 46-67.
MACHADO, Humberto Fernandes; NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira. O império do Brasil.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
VAZ, Valéria. Ser Protagonista: História, 3º ano. 2. ed. São Paulo: Edições SM, 2013.