2. VIRA – VIRA (Paródia Quinhentismo)
Fui convidado para um navio ‘portuga’
Não pude ir, Caminha foi no meu lugar
Chegando no Brasil ele escreveu a carta
Toda caprichada pra bonita ela ficar
Quando li aquilo fiquei admirado
Descrições fantásticas pra terra mostrar
Daí então eu fiquei emocionado
e dei graças a Deus por terem achado tal lugar.
Roda, roda e vira
Solta a roda e vem
A carta de Caminha
Informa o que é que tem
Roda, roda e vira
Solta a roda e vem
Este é o Quinhentismo
Que pra informar o texto usa
E pra formar usa também
3. Ô Manuel, olha só como estão
Tem muito índio que aqui está vivendo
Ele é dócil, pardo e peladão
E em Deus, nenhum deles ‘tá crendo
Ô Caminha, eu resolvo esta treta
Mandarei os jesuítas dar lição
Eles vão liderados por Anchieta
Usar literatura pra ensinar religião
Roda, roda e vira
Solta a roda e vem
Tem poema de Anchieta
E teatro tem também
Roda, roda e vira
Solta a roda e vem
Este é Quinhentismo
Que tem também a catequese
E a ‘indiarada’ diz amém.
Josi Motta
4. PARÓDIA BARROCO (Ritmo ‘Noite e dia’, Jorge & Matheus)
Na idade média o mundo era centrado em Deus
Renascimento, viva o homem, agora é tudo seu
Essa dualidade o Barroco vai mostrar
Dilema, dor, dúvida, vai apresentar
Tudo é tema pro Gregório vir a escrever
Religião, sociedade, mulher, é o que se vê
Com língua afiada, o poema faz
Virou ‘Boca do Inferno’, crítico voraz
Iê Iê
Mas também o Vieira que por outro lado
Traz a prosa no sermão bem elaborado
Trabalhar com os contrários a Escola queria
Porque o Barroco, ele é noite e dia
5. Barroco grande, Josi pequena, eis o exemplo seu
De uma antítise das tantas que a Escola escreveu
Pequena grande prof. quer mesmo é mostrar
Agora um paradoxo pra recordar
Jogo de ideias, de conceitos é o que se vê
É isso que o conceptismo traz para você
Figuras de linguagem o cultismo traz
Com jogo de palavras é que ele se faz
Iê Iê
Tem poesia de Gregório e por outro lado
Tem sermão de Vieira, bem elaborado
Trabalhar com os contrários a Escola queria
Por que o Barroco, ele é noite e dia
(2x)
6. PARÓDIA ÁRCADE [ritmo ‘Além do Horizonte’]
Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranquilo
Pro pastor criar
La LaraLaraLaraLara Lala
La LaraLaraLaraLara Laralala
O Cláudio Manuel veio a escrever
Poema Vila Rica lá em Minas Gerais
Onde a poesia encontra a natureza
Seguindo os modelos gregos com certeza
Usar os pseudônimos pra assinar é lindo
E ele tá chegando, é o Arcadismo que vem vindo
Lirismo de pastores, vida simples, campo
Serão também chamados neoclássicos
7. Aproveitar o dia, ‘Carpe Diem’ na vida
Andar despreocupado sem saber se o depois vai chegar
Trazer também os épicos com bravura
Caramuru, O Uraguai, aventura
Se Marília vem comigo, o Dirceu me dá valor
Tomás Antônio, paraíso e amor
Se o governo é ruim pro povo, também tem que criticar
Cartas chilenas, os amigos, viva os dois
Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranquilo
Pro pastor criar
[2x]
La LaraLaraLaraLara Lala
La LaraLaraLaraLara Laralala
Josi
Motta
8. Paródia Romantismo (Ritmo: Gostava tanto de você)
Racionalismo já se foi
A liberdade irei sentir
E de amor eu vou morrer
E o exagero vai reinar
Corte real, tipografia
escreveu, vendeu
Folhetim é história
Não quero saber do futuro
Só da emoção
Qui ‘m minha porta bate
E o ‘eu’!
Na poesia vai aparecer
O Romantismo vai fazer
9. A natureza me dá sombra
O índio, o heroi, amo o passado
Nacionalistas são o marco
Esse já é o novo retrato
Prosa também já está no ar
Lembrar do mestre Alencar
Depois virá o byronista
Que o sentimento vai descrever
E o ‘eu’!
Na poesia vai aparecer
O Romantismo vai fazer
Porque a infância já se foi
Muita saudade vai sentir
E na tristeza vai viver
E a mulher idealizar
10. Ele quer o amor da vida
Amou, morreu
Que linda história
E a relação não tem futuro
a depressão
Na porta dele bate...
E o ‘eu’!
Na poesia vai aparecer
O Romantismo vai fazer
Se a escravidão ainda assombra
Tem que ser coisa do passado
É hora de mudar o quadro
E o condoreiro mostra o fato
A escravidão tem que acabar
Poesia social para lutar
Castro Alves, grande artista
Navio negreiro vai escrever Josi Motta