[1] A angina de pectoris é uma dor no peito causada por diminuição temporária do fluxo sanguíneo para o coração, enquanto o infarto agudo do miocárdio ocorre quando há obstrução completa de uma artéria coronária. [2] O diagnóstico da angina e do infarto envolvem exames como eletrocardiograma, cintilografia e cateterismo. [3] Os procedimentos odontológicos em pacientes que tiveram infarto requerem cuidados como monitoramento vital, sessões
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Farmacologia
1. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE ANÁPOLIS
UNIEVANGÉLICA
EMERGÊNCIAS MÉDICAS
Professor: Rodolfo Mendes
Acadêmicos: ANGIANA DE PECTORIS
Ademilson Alves Ramos IAM
Aparecida Moreira
Camerino Neto
Cintia Matos
Fernanda Miranda Ribeiro
Gislaine Cândido
Jaqueline Helhrilg
Joana Cássia
Lara Tofolo
Tathiane Ferreira
2. ANGINA DE PECTORIS
Literalmente significa “dor no peito”.
É a dor ou desconforto que ocorre quando uma ou mais artérias coronarianas não
fornece sangue(oxigênio e nutrientes) adequado as necessidades do miocárdio.
A angina é geralmente descrita como isquemia miocárdica sintomática.
A isquemia miocárdica pode ocorrer sem causar dor ou outros sintomas
perceptíveis(isquemia
Silenciosa ou assintomática)
3. ANGINA: Fatores que afetam
a demanda de O2
Determinantes: Stress da parede ventricular, frequência cardíaca e contractilidade.
Pré-carga e pós-carga afetam o stress da parede ventricular.
Pré-carga:
É a pressão que distende a parede ventricular durante
a diástole( Pressão Diastólica Ventricular Final) e é
determinada pelo retorno venoso.
Diminuindo o RV também reduz o volume diastólico
ventricular final o qual reduz a tensão da
Parede ventricular.
Pós-carga:
É a resistência com a qual o ventrículo precisa bombear.
Diminuindo a resistência arteriolar periférica reduz o
trabalho cardíaco e, portanto, o consumo
De oxigênio.
4. ANGINA: Fatores que afetam
a demanda de O2
O fluxo sanguíneo arterial coronariano é o principal fator determinante.
É determinado pela pressão de perfusão(pressão diastólica aórtica), duração da
diástole e resistência coronariana.
A resistência vascular coronariana é determinada por numerosos fatores:
Metabólicos que dilatam a arteríola coronariana,
Arteriosclerose,
Trombos intra-coronárias,
Compressão mecânica extra-vascular.
5. QUAIS OS DIFERENTES TIPOS DE ANGINA PECTORIS?
Angina Estável:
Devido a uma isquemia miocárdica transitória, ocorre durante atividade física
( exercício físico, atividade sexual) ou stress emocional.
Angina Instável:
Ocorre tanto em situação de repouso como em esforço,
A intensidade da dor é mais imprevisível e pode evoluir para um enfarto do miocárdio,
Definida como angina de início recente(2 meses) ou severidade de grau III ou aumento
Significativo na frequência ou severidade da dor.
Angina variante, atípica ou de decúbito:
ocorre mais frequentemente quando o indivíduo está de repouso ou a dormir.
Acredita-se que seja devido a um espasmo das coronárias.
É uma forma pouco comum.
Mecanismo incluem: tabagismo, uso de cocaína, níveis baixos de Mg+ e
hiperinsulinemia.
6. ANGINA PECTORIS X ENFARTE
Na angina o fluxo de sangue e oxigênio para o músculo cardíaco é temporariamente
reduzido.
No enfarte o fluxo de sangue e oxigênio é repentina e completamente interrompido
devido a um bloqueio da artéria coronária.
Portanto, uma crise de angina pode não causar lesão permanente ao
coração, enquanto o
enfarte sim.
O risco de enfarte é maior quando uma pessoa sofre de angina, especialmente
angina Instável.
7. SINAIS DE ALERTA DE ANGINA PECTORIS
Sensação de peso;
Adormecimento, dores nos braços especialmente no esquerdo;
Queimação;
Dor em aperto no peito, epigástrio ou pescoço
Diagnóstico:
História clínica → descrição dos sintomas, revisão dos fatores de risco cardiovasculares,
História familiar de doença coronariana.
Exame físico completo→Pulso, PA, Auscultação cardíaca e pulmanar.
OBS: o exame físico é muita vezes normal na angina.
Exames complementares→Hemograma, urina, ECG PE, ETT, scintigrafia do miocárdio,
coronariografia.
Aprox. 50% dos pacientes têm ECG de repouso normal. (50% destes têm anomalias durante
um episódio
de angina).
8. INSUFICIENCIA AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)
Desequilíbrio entre o suprimento sanguíneo para as células do músculo cardíaco e
a demanda do sangue oxigenado exigida pelo coração.
A redução da disponibilidade de substratos e nutrientes, bem como a remoção
inadequada de metabólitos;
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma cardiopatia isquêmica.
Uma ou mais artérias ou ramos coronários sofrem obstrução.
Resultando em isquemia prolongada e necrose da região do músculo cardíaco irrigada
pelo vaso obstruído.
Mais de 90% dos casos ( Placas aterosclerósticas) que podem se soltar formando
trombos – broqueando por completo outra região do vaso.
9. SINAIS E SINTOMAS DA INSUFICIÊNCIA AGUDA DO MIOCÁRDIO
Pulso rápido e fraco;
A dispnéia, ocasionada pelo comprometimento da contratilidade do miocárdio
isquêmico é comum, podendo ser acompanhada de congestão e edema
pulmonares;
A dor é intensa e semelhante a um aperto ou pressão na região subesternal, que
pode irradiar-se para o ombro e braço esquerdos, bem como para a região mandibular,
podendo vir associada à falta de ar, palpitações, náuseas e vômito;
Cerca de 10% a 15% dos infartos têm início totalmente assintomático e a doença só é
detectada mais tarde através de alterações no eletrocardiograma;
Estes infartos silenciosos são particularmente comuns em pacientes diabéticos e
idosos.
10. IAM : DIAGNÓSTICO MÉDICO
História clínica;
Exames complementares:
Cateterismo
Eletrocardiograma
Cintilografia de perfusão
Métodos bioquímicos como a determinação dos níveis de creatinase-MB e troponina).
11. INSUFICIENCIA AGUDO DO MIOCÁRDIO
Fatores que pode levar ao IAM:
Tabagismo,
Hipertensão arterial,
Colesterol alto,
Sobrepeso e obesidade,
Sedentarismo (indivíduo que não pratica atividades físicas),
Diabetes Mellitus (glicose aumentada no sangue).
12. TRATAMENTOS ODONTOLÓGICOS EM PACIENTE QUE
TEVE IAM
Tradicionais recomendam (6 meses após o infarto);
Tempo necessário para ocorrer fibrose da área necrótica infartada e
desenvolvimento de circulação colateral para o miocárdio.
Altos índices de reinfarto verificados quando da execução de cirurgias ou
anestesia geral ao longo deste período.
13. PRÉ-OPERATÓRIO
A anamnese detalhada;
O tempo decorrido do infarto;
Presença de algum tipo de cardiopatia, seja prévia ou posterior ao
infarto, sintomas como dor
no peito, cansaço excessivo durante esforço físico, taquipnéia;
Se tem presença e frequência de crises de angina pectoris e a frequência de
acompanhamento médico.
Pacientes infartados apresentam uma ou mais complicações decorrentes do
infarto, (arritmias, distúrbios de condução e insuficiência cardíaca congestiva as
mais frequentes).
A avaliação de pressão arterial e frequência cardíaca são imprescindíveis já no
primeiro atendimento.
14. PRÉ-OPERATÓRIO
É comum em pacientes o uso crônico de Ácido Acetilsalisílico (AAS) ou
Varfarina . Alteram os mecanismos hemostáticos, retardando o processo de
coagulação e consequentemente aumentando sangramento.
Tradicionalmente, descontinuação por 7 a 10 dias do AAS ou da Varfarina por 2 a
3 dias.
A literatura tem-se posicionado, recentemente, contrária à suspensão destes
medicamentos, uma vez que o risco de formação de trombos e desenvolvimento de
novo infarto ou AVC nestes pacientes, pode suplantar o risco oferecido por uma
possível hemorragia. A incidência de complicações trombo-embólicas quando da
interrupção do uso da Varfarina, foi três vezes maior que as complicações decorrentes
de sangramento durante cirurgias odontológicas.
A literatura tem definido que na maioria dos casos, o uso de métodos
hemostáticos locais são suficientes para o controle da hemorragia. Entretanto a
comprovação laboratorial a partir das provas de coagulação são essenciais para que
se possa adotar esta postura.
16. PRÉ-OPERATÓRIO
O fator estresse ou ansiedade influenciam diretamente na instabilidade do sistema
cardiovascular( anestesia, exodontia, raspagem periodontal e a expectativa pelo atendimento são
apontadas como os principais geradores de estresse).
A tranquilidade do paciente deve ser garantida desde o pré-operatório.
Administração de Diazepam 5 ou 10mg na noite anterior ao procedimento assim como 1 hora
antes da cirurgia.
O uso deste medicamento é particularmente vantajoso em pacientes com infarto do miocárdio,
uma vez que garante um efeito ansiolítico que se estende por várias horas no pós-operatório.
A sedação com Midazolan (Dormonid).
Para garantir a vasodilatação das artérias coronárias durante o procedimento odontológico,
preconiza o uso profilático de nitroglicerina por via sublingual (Dinitrato de Isossorbida -
Isordil®, 5mg) 1 ou 2 minutos antes da cirurgia, o que consequentemente diminui a possibilidade
de isquemia cardíaca.
A prescrição deste medicamento depende de um comum acordo entre o cirurgião-dentista e o
médico do paciente.
17. TRANS-OPERATÓRIO
Aferir sua pressão arterial e frequência cardíaca, (durante todo o trans-operatório);
Sessões curtas, a necessidade de exodontias múltiplas( divididas em várias sessões);
O uso de um oxímetro para medir a saturação de oxigênio das hemácias;
Anestesia deverá ser altamente eficaz e indolor.
Aspiração negativa durante a aplicação da solução anestésica;
Uso de adrenalina 1:100.000 (respeitado o limite de 2 tubetes anestésicos por sessão);
Mepivacaína 2% com adrenalina 1:100000 em pacientes com doença cardíaca coronariana
não resultou em risco adicional de isquemia, arritmia ou dor no peito.
Uso de adrenalina, a literatura ressalta a contra-indicação deste vasoconstritor a pacientes
que fazem uso de β-bloqueadores não seletivos ( propanolol, nadolol, timol, pindolol,
alprenolol, e abetalol, oxiprenolol e sotalol);
Desencadear hipertensão grave com bradicardia reflexa. Esses efeitos não ocorrem com
bloqueadores β-adrenérgicos seletivos (β1), como o atenolol e metoprolol.
18. TRANS-OPERATÓRIO
Uso de lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 e Prilocaína 3% com Felipressina
respeitando a dose de dois tubetes por sessão e com aspiração prévia negativa durante
a aplicação; Caso de complementação anestésica indica-se a mepivacaína 3% sem
vasoconstritor;
Se paciente queixar-se de dor toráxica, associado a sudorese, dispnéia e/ou
taquicardia, deve-se imediatamente interromper o procedimento.
O paciente numa posição em que se sinta mais confortável ( semi-reclinada).
Administrar um vasodilatador coronariano (Isordil® 5mg) sublingual juntamente com
oxigênio.
Se após 10 a 15 minutos ainda houver persistência de dor, deve ser repetido. Se a dor
desaparecer deve-se encaminhar o paciente para avaliação médica.
Caso os sintomas ainda persistam solicitar serviço médico de urgência. Os sinais
vitais devem ser continuamente monitorados.
19. PÓS-OPERATÓRIO
Observação durante os primeiros 30 minutos ou até que se perceba sua
recuperação física e emocional, sempre com monitoração dos sinais vitais;
Prescrever analgésico para evitar a possibilidade de dor pós-operatório e anti-
inflamatório, de acordo com a indicação do procedimento;
Recomendações pós-operatórias devem detalhar todos os cuidados necessários
com a ferida cirúrgica como também o uso criterioso dos medicamentos prescritos,
com especial atenção para o controle da dor;
Deve-se ainda enfatizar a necessidade de um repouso livre de estresse,
principalmente esforço físico;
21. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Esteves, J. C. et al. Assistência cirúrgico-odontológica a pacientes com história
de infarto do miocárdio. Porto Alegre, 2011. RGO - Rev Gaúcha Odontol. v.59, n.2,
p.285-291, abr./jun.