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N
ormalmente, os atletas de meio-fundo e fundo
não se preocupam muito com a sua técnica de
corrida. Praticamente, todo o seu treino se baseia
no desenvolvimento da resistência, quer através
da corrida contínua (método de treino mais utilizado), quer
através de “fartleks” ou treino intervalado na pista.
O treino das outras capacidades físicas, velocidade, força
e flexibilidade, raramente faz parte de um planeamento de
treino dos fundistas portugueses, principalmente os que se
dedicam exclusivamente às provas de estrada. O mesmo
acontece com o treino da técnica de corrida.
Neste artigo, tentaremos justificar aquela que é a nossa
opinião, ou seja, que a técnica de corrida pode ser impor-
tante para a evolução dos atletas de meio-fundo e fundo,
mesmo os que apenas se dedicam às provas de estrada. Esta
importância aumenta de forma considerável se estivermos
em presença de um jovem numa etapa de formação despor-
tiva. Iremos também procurar deixar algumas pistas sobre
alguns dos exercícios mais importantes para quem quiser
trabalhar e melhorar a sua técnica de corrida.
Quer se trate de um atleta de 100 metros, quer se trate
de um atleta da maratona, o movimento que utilizam du-
rante os seus treinos e as suas provas é o mesmo, a corrida.
Correndo mais depressa ou mais devagar, quanto melhor é
a técnica de corrida de um atleta, mais eficaz ela se torna,
menor é o dispêndio de energia em cada passada de corri-
da e, logicamente, melhor será o resultado final.
Assim, podemos dizer que uma boa técnica de corrida é
importante a dois níveis diferentes. Por um lado está direc-
tamente relacionada com a velocidade, ou seja, quanto me-
lhor a técnica de corrida de um atleta, mais rápido ele é ca-
paz de correr. Por outro lado, uma boa técnica, torna a cor-
rida mais económica e eficaz.
Se aceitarmos que realmente existem benefícios com a
melhoria da técnica de corrida, então devemos tentar me-
lhorá-la, até porque os exercícios que podemos utilizar são
de simples execução e podem ser realizados em qualquer
lado, por exemplo no final de um treino de corrida contí-
nua, ou durante o aquecimento para um treino intervalado.
Se estes exercícios são importantes para qualquer atleta
de qualquer idade, tornam-se muito mais importantes
quando estamos em presença de jovens atletas, pois vão
ajudá-los, numa fase de formação, a corrigir eventuais
defeitos técnicos, e com a sua prática sistemática, o jovem
vai estabilizar um modelo técnico correcto.
Além disso, estes exercícios ajudam a melhorar a veloci-
dade e também a coordenação motora, o que numa etapa
de formação são talvez os dois objectivos mais importantes
do treino dos jovens atletas.
Por outro lado, a introdução destes exercícios no plano
de treinos ajuda também a quebrar alguma monotonia que
acaba sempre por existir no treino dos atletas de meio-
fundo e fundo.
Conselhos Técnicos
A importância
da técnica de corrida
nTexto pelo Prof. JOÃOABRANTES
Exercícios mais utilizados
Combinações
2 – Skipping Alto
a) Características Técnicas mais importantes: apoio activo pelo
terço anterior do pé; extensão completa da perna de impulsão;
bacia alta; tronco direito; trabalho descontraído e coordenado
dos braços; subida dos joelhos à horizontal, movimento circular
das pernas, pé flectido; significativa frequência gestual.
b) Objectivos: o Skipping Alto também permite uma boa fre-
quência gestual, embora a subida do joelho até à horizontal
faça com que os objectivos sejam diferentes. Assim, o principal
objectivo é a manutenção de uma atitude alta e a simulação da
fase de balanço à frente da passada da corrida, em que a subida
dos joelhos, a extensão da perna de impulsão e o movimento cir-
cular das pernas, são elementos fundamentais.
c) Erros mais frequentes: subida do joelho exagerada ou
masiado baixa; perna de impulsão flectida e bacia atrasada; m
mento pendular das pernas; apoio incorrecto do pé no solo
ponta do pé ou pelo calcanhar); movimentos descoordenado
braços; apoios pouco activos e pouca frequência gestual.
3 – Calcanhar Atrás
a) Características Técnicas mais importantes: apoio activo p
terço anterior do pé; flexão rápida da perna atrás; tronco d
to e bacia alta; trabalho descontraído e coordenado dos bra
significativa frequência gestual.
b) Objectivos: simular a fase da recuperação da passada
corrida, conseguindo ao mesmo tempo um movimento desc
traído e de grande frequência gestual.
c) Erros mais frequentes: excessiva inclinação do tronco à fr
te; movimentos descoordenados dos braços, pouca frequên
contracção exagerada; apoio no solo pela ponta do pé (a trav
4 – “Tic-tic” ou saltos ritmados de pé para pé
a) Características Técnicas mais importantes: apoio muito
nâmico pelo terço anterior do pé; movimento do pé em “
fée”; extensão completa da perna de impulsão; bacia alta; tr
co direito; movimento coordenado dos braços.
b) Objectivos: Treinar o apoio dinâmico e o movimento
“grifée” do pé de apoio.
c) Erros mais frequentes: apoio pouco dinâmico do pé no s
apoio incorrecto do pé (pela ponta do pé ou pelo calcanhar);
xão da perna de impulsão; tronco demasiado atrasado com
movimento demasiado amplo (chutos para a frente) das per
movimento descoordenado dos braços.
a) Objectivos: é possível fazer dezenas de combinações dife-
rentes utilizando estes exercícios, que no seu conjunto costu-
mam chamar-se o “ABC da corrida”. Estas combinações podem
ter vários objectivos, como quebrar a monotonia do treino, pro-
porcionando aos atletas diferentes exercícios; melhorar a coor-
denação motora com a introdução de exercícios mais comple-
xos; alternar movimentos de grande frequência com movimen-
tos mais lentos, como estímulos neuromusculares.
b) Exemplos de Combinações:
- Passagem progressiva de skipping baixo para skipping alto;
- Skipping alto só com uma perna;
- Skipping alto alternado;
- Skipping baixo, alto ou calcanhar atrás (10m rápido-10m
lento-10m rápido)
- Skipping baixo rápido – calcanhar atrás lento – skipping alto
rápido)
- Passagem de Skipping alto para corrida
Os exercícios de técnica de corrida fazem normalmente pa
do aquecimento e devem organizar-se a partir das seguin
permissas:
- Distância: 20 a 50 metros.
- Número de repetições de cada exercício: 2 a 5.
- Número de repetições totais do treino: 8 a 20.
- Recuperação: andar no sentido inverso.
- Correcções: como se trata de exercícios técnicos é fun
mental que o treinador esteja presente e faça correcçõ
técnicas.
Organização dos exercícios
1 – Skipping Baixo
a) Características Técnicas mais importantes: apoio activo
pelo terço anterior do pé; extensão completa da perna de
impulsão; bacia alta; tronco direito; trabalho descontraído e
coordenado dos braços; subida ligeira dos joelhos; grande fre-
quência gestual.
b) Objectivos: o Skipping Baixo permite uma grande fre-
quência gestual, devido à ligeira subida dos joelhos. Assim,
o principal objectivo deste exercício é o de se conseguir uma
grande frequência, sem alterações significativas da postura
corporal, do trabalho dos braços e da descontracção.
c) Erros mais frequentes: contracção excessiva; perna de
impulsão flectida; apoio incorrecto do pé no solo (pela
ponta do pé ou pelo calcanhar); movimentos descoordena-
dos dos braços; pouca frequência gestual.

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A importancia da_tecnica_de_corrida

  • 1. 34 N ormalmente, os atletas de meio-fundo e fundo não se preocupam muito com a sua técnica de corrida. Praticamente, todo o seu treino se baseia no desenvolvimento da resistência, quer através da corrida contínua (método de treino mais utilizado), quer através de “fartleks” ou treino intervalado na pista. O treino das outras capacidades físicas, velocidade, força e flexibilidade, raramente faz parte de um planeamento de treino dos fundistas portugueses, principalmente os que se dedicam exclusivamente às provas de estrada. O mesmo acontece com o treino da técnica de corrida. Neste artigo, tentaremos justificar aquela que é a nossa opinião, ou seja, que a técnica de corrida pode ser impor- tante para a evolução dos atletas de meio-fundo e fundo, mesmo os que apenas se dedicam às provas de estrada. Esta importância aumenta de forma considerável se estivermos em presença de um jovem numa etapa de formação despor- tiva. Iremos também procurar deixar algumas pistas sobre alguns dos exercícios mais importantes para quem quiser trabalhar e melhorar a sua técnica de corrida. Quer se trate de um atleta de 100 metros, quer se trate de um atleta da maratona, o movimento que utilizam du- rante os seus treinos e as suas provas é o mesmo, a corrida. Correndo mais depressa ou mais devagar, quanto melhor é a técnica de corrida de um atleta, mais eficaz ela se torna, menor é o dispêndio de energia em cada passada de corri- da e, logicamente, melhor será o resultado final. Assim, podemos dizer que uma boa técnica de corrida é importante a dois níveis diferentes. Por um lado está direc- tamente relacionada com a velocidade, ou seja, quanto me- lhor a técnica de corrida de um atleta, mais rápido ele é ca- paz de correr. Por outro lado, uma boa técnica, torna a cor- rida mais económica e eficaz. Se aceitarmos que realmente existem benefícios com a melhoria da técnica de corrida, então devemos tentar me- lhorá-la, até porque os exercícios que podemos utilizar são de simples execução e podem ser realizados em qualquer lado, por exemplo no final de um treino de corrida contí- nua, ou durante o aquecimento para um treino intervalado. Se estes exercícios são importantes para qualquer atleta de qualquer idade, tornam-se muito mais importantes quando estamos em presença de jovens atletas, pois vão ajudá-los, numa fase de formação, a corrigir eventuais defeitos técnicos, e com a sua prática sistemática, o jovem vai estabilizar um modelo técnico correcto. Além disso, estes exercícios ajudam a melhorar a veloci- dade e também a coordenação motora, o que numa etapa de formação são talvez os dois objectivos mais importantes do treino dos jovens atletas. Por outro lado, a introdução destes exercícios no plano de treinos ajuda também a quebrar alguma monotonia que acaba sempre por existir no treino dos atletas de meio- fundo e fundo. Conselhos Técnicos A importância da técnica de corrida nTexto pelo Prof. JOÃOABRANTES Exercícios mais utilizados Combinações 2 – Skipping Alto a) Características Técnicas mais importantes: apoio activo pelo terço anterior do pé; extensão completa da perna de impulsão; bacia alta; tronco direito; trabalho descontraído e coordenado dos braços; subida dos joelhos à horizontal, movimento circular das pernas, pé flectido; significativa frequência gestual. b) Objectivos: o Skipping Alto também permite uma boa fre- quência gestual, embora a subida do joelho até à horizontal faça com que os objectivos sejam diferentes. Assim, o principal objectivo é a manutenção de uma atitude alta e a simulação da fase de balanço à frente da passada da corrida, em que a subida dos joelhos, a extensão da perna de impulsão e o movimento cir- cular das pernas, são elementos fundamentais. c) Erros mais frequentes: subida do joelho exagerada ou masiado baixa; perna de impulsão flectida e bacia atrasada; m mento pendular das pernas; apoio incorrecto do pé no solo ponta do pé ou pelo calcanhar); movimentos descoordenado braços; apoios pouco activos e pouca frequência gestual. 3 – Calcanhar Atrás a) Características Técnicas mais importantes: apoio activo p terço anterior do pé; flexão rápida da perna atrás; tronco d to e bacia alta; trabalho descontraído e coordenado dos bra significativa frequência gestual. b) Objectivos: simular a fase da recuperação da passada corrida, conseguindo ao mesmo tempo um movimento desc traído e de grande frequência gestual. c) Erros mais frequentes: excessiva inclinação do tronco à fr te; movimentos descoordenados dos braços, pouca frequên contracção exagerada; apoio no solo pela ponta do pé (a trav 4 – “Tic-tic” ou saltos ritmados de pé para pé a) Características Técnicas mais importantes: apoio muito nâmico pelo terço anterior do pé; movimento do pé em “ fée”; extensão completa da perna de impulsão; bacia alta; tr co direito; movimento coordenado dos braços. b) Objectivos: Treinar o apoio dinâmico e o movimento “grifée” do pé de apoio. c) Erros mais frequentes: apoio pouco dinâmico do pé no s apoio incorrecto do pé (pela ponta do pé ou pelo calcanhar); xão da perna de impulsão; tronco demasiado atrasado com movimento demasiado amplo (chutos para a frente) das per movimento descoordenado dos braços. a) Objectivos: é possível fazer dezenas de combinações dife- rentes utilizando estes exercícios, que no seu conjunto costu- mam chamar-se o “ABC da corrida”. Estas combinações podem ter vários objectivos, como quebrar a monotonia do treino, pro- porcionando aos atletas diferentes exercícios; melhorar a coor- denação motora com a introdução de exercícios mais comple- xos; alternar movimentos de grande frequência com movimen- tos mais lentos, como estímulos neuromusculares. b) Exemplos de Combinações: - Passagem progressiva de skipping baixo para skipping alto; - Skipping alto só com uma perna; - Skipping alto alternado; - Skipping baixo, alto ou calcanhar atrás (10m rápido-10m lento-10m rápido) - Skipping baixo rápido – calcanhar atrás lento – skipping alto rápido) - Passagem de Skipping alto para corrida Os exercícios de técnica de corrida fazem normalmente pa do aquecimento e devem organizar-se a partir das seguin permissas: - Distância: 20 a 50 metros. - Número de repetições de cada exercício: 2 a 5. - Número de repetições totais do treino: 8 a 20. - Recuperação: andar no sentido inverso. - Correcções: como se trata de exercícios técnicos é fun mental que o treinador esteja presente e faça correcçõ técnicas. Organização dos exercícios 1 – Skipping Baixo a) Características Técnicas mais importantes: apoio activo pelo terço anterior do pé; extensão completa da perna de impulsão; bacia alta; tronco direito; trabalho descontraído e coordenado dos braços; subida ligeira dos joelhos; grande fre- quência gestual. b) Objectivos: o Skipping Baixo permite uma grande fre- quência gestual, devido à ligeira subida dos joelhos. Assim, o principal objectivo deste exercício é o de se conseguir uma grande frequência, sem alterações significativas da postura corporal, do trabalho dos braços e da descontracção. c) Erros mais frequentes: contracção excessiva; perna de impulsão flectida; apoio incorrecto do pé no solo (pela ponta do pé ou pelo calcanhar); movimentos descoordena- dos dos braços; pouca frequência gestual.