2.
É uma grande falácia que crianças e jovens têm que
aprender a usar computadores agora pois caso
contrário eles ficarão para trás em sua futura busca
por empregos profissionais.
Cremos que o uso de computadores será parte do
treinamento profissional no local de trabalho,
oferecidos pelas próprias empresas. Basta olhar para
os milhões de pessoas que usam computadores hoje
em dia, sem que tenham tido nenhum treino especial
antes.
A máquina fará quase
tudo por eles
3. Uma pergunta interessante é a seguinte: o que
acontece com um estudante que se acostuma a
aprender com computadores? Será que ele vai tolerar
uma classe normal sem todos aqueles efeitos
cosméticos e de joguinho eletrônico?
Conjecturamos que todas as atividades tradicionais
serão prejudicadas pelo costume de usar um
ambiente apresentado por um computador. Se isso é
ou não bom, é outra questão.
4.
Uma pergunta interessante é a seguinte: o que
acontece com um estudante que se acostuma a
aprender com computadores? Será que ele vai
tolerar uma classe normal sem todos aqueles efeitos
cosméticos e de joguinho eletrônico? Conjecturamos
que todas as atividades tradicionais serão
prejudicadas pelo costume de usar um ambiente
apresentado por um computador. Se isso é ou não
bom, é outra questão.
5.
Não temos dúvida que computadores aceleram o
desenvolvimento das crianças. Isso está bem claro:
forçando um ambiente virtual, uma linguagem formal
(quando se dá ou se escolhe um comando de um
software qualquer) e um pensamento lógico-
simbólico, os computadores acabam forçando crianças
e adolescentes a comportarem-se física e mentalmente
como adultos.
6.
A aceleração de um desenvolvimento mental e
psicológico, fazendo a criança comportar-se interior e
exteriormente como adulto, é em nossa opinião a
pior influencia exercida por computadores.
Obviamente, somos da opinião que há uma época
adequada para cada desenvolvimento infantil e
juvenil.
Qualquer aceleração indevida produz algum
prejuízo; em particular, pensamos que atividades
intelectuais precoces tendem a roubar das crianças a
sua infância, necessária para um desenvolvimento
equilibrado, o qual deveria abarcar aspectos físicos,
psicológicos, artísticos, sociais e intelectuais.
7.
O que acontece, nesse sentido, com os
computadores? Sendo máquinas abstratas, que
apresentam um ambiente virtual, elas introduzem
ainda mais abstração no processo educacional! É
surpreendente que Papert critica tão bem o sistema
tradicional de ensino mas não percebe que
programar um computador - pois é isso que os
usuários de seu ambiente LOGO são obrigados a
fazer - representa o máximo em abstração.
8.
Desta forma, a Escola vê-se transformada num vasto
parque de estacionamento para os jovens ou, se
preferem, numa creche para adolescentes. Estando
estes desmotivados para a aprendizagem, na
convíção da inutilidade desta e à falta de uma
pressão social e familiar , só suportam a Escola na
medida em que esta possa não os aborreça
demasiado.
9.
Onde entra o computador em tudo isto ? Na
realidade, o computador parecer ser o elemento que
faltava para animar as aulas e manter ocupados os
irrequietos adolescentes. Ainda com a esperança de
lhes ensinar coisas quando eles estão fixos diante do
ecrã, interessados por aquele aparelho novo.
Sobre isto, eu queria dizer apenas uma palavra final:
se o aluno não quiser aprender, não aprende mesmo; e
quando ele quer aprender não há mau método que o
detenha.