Comunicação apresentada no Seminário de outono do LEIP "15 anos de investigação em Educação em Português" ( 27 de novembro de 2019, Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro)
Autoria:
- Cristina Sá - CIDTFF(cristina@ua.pt)
- Maria João Macário (mjoaomacario@ua.pt)
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
Promoção da língua portuguesa através da sua abordagem transversal
1. P R O M O Ç Ã O D A L Í N G U A
P O R T U G U E S A N O M U N D O
AT R AV É S D A S U A A B O R D A G E M
T R A N S V E R S A L
S E M I N Á R I O D E O U T O N O D O L E I P
1 5 A N O S D E I N V E S T I G A Ç Ã O E M E D U C A Ç Ã O E M P O R T U G U Ê S
Cristina Manuela Sá, Universidade de Aveiro – cristina@ua.pt
Maria João Macário, Escola Superior de Educação de Viseu – mjoaomacario@ua.pt
2. PLANO DA APRESENTAÇÃO
• Enquadramento teórico
– Transversalidade da língua portuguesa: o seu papel no desenvolvimento de competências
– Valores da língua portuguesa
• Problemática
• O estudo
Contextualização
Apresentação
Perfil 1
Perfil 2
Perfil 3
Consequências
Formação e alteração das representações
• Referências bibliográficas
3. TRANSVERSALIDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA: O SEU
PAPEL NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
Para que cada um possa desenvolver as competências necessárias para viver a
cidadania de modo informado e crítico,
é fundamental ter um pleno domínio da língua materna,
que permitirá utilizá-la, quer para comunicar, quer como instrumento para
adquirir/aprofundar competências e conhecimento,
a fim de responder aos desafios com que a sociedade permanentemente o
confronta.
4. TRANSVERSALIDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA: O
SEU PAPEL NO DESENVOLVIMENTO DE
COMPETÊNCIAS
Nesta ótica, o ensino e aprendizagem da língua portuguesa deverá ser pensado
de forma transversal (Sá, 2015):
- Centrando-se no desenvolvimento de competências;
- Envolvendo a área curricular disciplinar de Língua Portuguesa, a par das
restantes áreas curriculares;
- Contribuindo cada uma para um melhor domínio da língua materna.
5. TRANSVERSALIDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA: O SEU
PAPEL NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
A transversalidade da língua materna pode ser abordada de duas formas complementares
(Sá, 2015):
– Sublinhando a importância da língua materna para a aquisição/desenvolvimento de
competências indispensáveis em contexto escolar e extraescolar, o que equivale a
considerar que o sucesso na vida académica, profissional e pessoal é condicionado
pelo domínio da língua materna da maioria da população nacional e língua de
acolhimento para os restantes segmentos da população;
– Dando atenção ao papel desempenhado pelo ensino e aprendizagem, no âmbito
das restantes áreas curriculares, para um melhor domínio da língua materna.
6. O VALOR DA LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO
– No tempo dos Descobrimentos, era uma língua de prestígio;
– Durante a consolidação do território ultramarino, foi assumida como língua de expansão;
– Ao longo dos séculos, foi-se dilatando, tendo chegado a assumir o estatuto de língua franca
(Mateus, 2008);
– Atualmente, ocupa o sexto lugar entre as línguas mais faladas no mundo, graças aos cerca de
200 milhões de falantes (em países de língua oficial portuguesa e noutros para onde estes
falantes emigraram) (Lewis, Gary, & Fenning, 2014).
O facto de ser falada em países com peso económico (como o Brasil), com potencial económico
(como Angola ou Cabo Verde) ou com um papel político no mundo (como Portugal) confere à LP
um estatuto internacional de relevo (União Latina, 2010).
7. - Discutir o valor e o estatuto atuais da língua portuguesa, por comparação
com os do passado, é:
• Um tópico essencial do seu ensino/aprendizagem;
• Um aspeto que não pode ser descurado na formação de profissionais da
Educação;
• Um elemento-chave na formação de professores de Português, que
devem promover o uso da língua portuguesa como um instrumento de
comunicação/de trabalho nos mais variados contextos.
PROBLEMÁTICA
8. - Tema explorado em vários estudos:
• Visando identificar as representações de estudantes sobre o valor
atribuído à língua portuguesa no mundo atual;
• Empreendidos pelo Laboratório de Investigação em Educação em
Português (LEIP), integrado no Centro de Investigação Didática e
Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de
Aveiro (UA).
O ESTUDO: CONTEXTUALIZAÇÃO
9. - Até ao momento presente
• Um primeiro estudo exploratório pioneiro:
Focado na formação inicial de professores;
Envolvendo Portugal e outros países lusófonos;
Desenvolvido no ano letivo de 2012/13;
Centrado na aplicação de um questionário, cujas respostas foram
objeto de análise de conteúdo, levando a conclusões importantes.
(Cf. Ançã, Guzeva, Gomes, Macário, Paiva, & Ohuschi, 2013; Ançã, Macário, & Guzeva,
2013; Ançã, Macário, Guzeva, & Gomes, 2014; Cardoso, 2016; Guzeva, Gomes, Macário, Ançã,
Paiva, & Ohuschi, 2013; Macário, Guzeva, Ançã, & Sá, 2014; Henriques, 2014)
O ESTUDO: CONTEXTUALIZAÇÃO
10. • Outros estudos:
Focados na formação de educadores de infância e professores do 1º
Ciclo do Ensino Básico (mestrado profissionalizante) e de Professores
Bibliotecários (mestrado académico);
Desenvolvidos no 1º e no 2º semestres do ano letivo de 2013/14
respetivamente;
Centrados na aplicação de uma versão adaptada do questionário usado
no primeiro estudo;
Levando a conclusões importantes a partir da análise de conteúdo das
respostas dadas aos questionários passados e da comparação dos
resultados obtidos.
O ESTUDO: CONTEXTUALIZAÇÃO
11. - Dois últimos focados na formação inicial:
1) Com um grupo de alunos de uma UC de uma Licenciatura em Educação
Básica;
Realizado no 2º semestre do ano letivo de 2015/16 (com a colaboração
de uma docente/investigadora de outra instituição do Ensino Superior);
Usando mais uma vez uma versão adaptada do questionário passado no
primeiro estudo.
(Cf. Sá, Silva & Macário, 2018)
O ESTUDO: CONTEXTUALIZAÇÃO
12. 2) Com um grupo de alunos de uma UC de uma Licenciatura em
Comunicação Social;
Realizado no 1º semestre do ano letivo de 2018/19 (com a colaboração
de uma docente/investigadora de outra instituição do Ensino Superior);
Usando mais uma vez uma versão adaptada do questionário passado no
primeiro estudo.
(Cf. Macário & Sá, 2019)
O ESTUDO: CONTEXTUALIZAÇÃO
13. - Neste texto, pretende-se:
• Comparar as representações dos participantes em formação inicial com
as dos participantes em formação pós-graduada;
• Identificar as semelhanças e diferenças entre elas;
• Apresentar conclusões sobre
As consequências para os seus atuais e futuros públicos,
Aspetos da sua formação que é necessário reformular para melhorar.
O ESTUDO: APRESENTAÇÃO
14. - Caracterização
• Futuros profissionais da Educação em formação inicial;
• Indivíduos exclusivamente do sexo feminino;
• Média de idades situada nos 24 anos;
• Maioritariamente originários das zonas norte e centro de Portugal
Continental;
• Tendo o Português como língua materna.
O ESTUDO: PERFIL 1
15. - Representações
• Conhecimento dos países onde a língua portuguesa é língua oficial;
• Tendência para considerar a variedade da língua portuguesa falada em
Portugal Continental como a mais correta;
• Alguma consciência da importância da língua portuguesa a nível
mundial na atualidade;
• Valorização do peso histórico e cultural da língua no ensino da língua
portuguesa.
O ESTUDO: PERFIL 1
16. - Caracterização
• Professores de diversas disciplinas, em serviço, em formação pós-
graduada;
• Maioritariamente do sexo feminino;
• Idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos;
• Naturais de Portugal Continental;
• Tendo o Português como língua materna (um indicou também o
Francês).
O ESTUDO: PERFIL 2
17. - Representações
• Conhecimento dos países onde a língua portuguesa é língua oficial;
• Tendência para considerar a variedade da língua portuguesa falada em
Portugal Continental como – indubitavelmente – a mais correta;
• Alguma consciência da importância da língua portuguesa a nível mundial na
atualidade;
• Valorização do peso histórico e cultural da língua no ensino da língua
portuguesa.
O ESTUDO: PERFIL 2
18. - Caracterização
• Estudantes do 3º ano da Licenciatura em Comunicação Social;
• Idades compreendidas entre os 19 e os 21 anos;
• Naturais de Portugal Continental;
• Tendo o Português como língua materna (à exceção de duas estudantes,
que indicaram o Francês, encontrando-se uma delas em mobilidade
RASMUS e sendo proveniente de Lille, em França)
O ESTUDO: PERFIL 3
19. - Representações
• A língua portuguesa apresentava sobretudo contornos de natureza
afetiva, pela sua ligação ao seu país de origem, à família e à infância;
• Tinham dificuldade em referir quais seriam as línguas mais faladas no
mundo atual e no ciberespaço e em situar o Português entre elas;
• Tinham tendência para considerar a variedade da língua portuguesa
falada em Portugal como a mais correta, em detrimento das variedades
em uso nos territórios onde surge como língua oficial, devido a uma
“pureza” que decorreria da sua ligação ao país de origem;
• Valorizavam o facto de a língua portuguesa ser falada noutros países.
O ESTUDO: PERFIL 3
20. • Valorização primordial da variedade europeia
Menor capacidade de dar aos seus públicos uma imagem da
diversidade da língua portuguesa e da riqueza que esta pode
representar
• Visão “oportunista” das variedades do Português
Dificuldade em situar a língua portuguesa no mundo atual
• Tendência para valorizar o peso histórico da língua
Dificuldade em percecionar as oportunidades dadas pela
difusão da língua portuguesa no mundo atual
O ESTUDO: CONSEQUÊNCIAS
21. • Levar os profissionais da Educação e da Comunicação Social –
presentes e futuros – no âmbito da sua formação – inicial,
pós-graduada ou contínua – a contactarem mais com as
diversas variedades da língua portuguesa e a explorarem-nas
melhor, para que:
As valorizem mais;
Relativizem o valor do peso histórico da língua portuguesa;
Levem os seus públicos a tomar consciência do papel relevante que
estas podem desempenhar na valorização do Português no mundo
(incluindo o ciberespaço).
O ESTUDO: FORMAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS
REPRESENTAÇÕES
22. Um tal programa de formação não se pode restringir às unidades
curriculares de índole pedagógico-didática.
Implica a adesão de outras unidades curriculares ligadas aos estudos
linguísticos, culturais e literários.
O ESTUDO: FORMAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS
REPRESENTAÇÕES
23. • Ançã, M. H., Guzeva, T., Gomes, B., Macário, M. J., Paiva, Z., & Ohuschi, M. (2013).
Língua portuguesa e lusofonia: na voz de universitários portugueses e brasileiros. In
Atas do XX Colóquio da Lusofonia (pp. 158–165). Seia: Associação Internacional dos
Colóquios da Lusofonia. Disponível em:
https://www.lusofonias.net/images/pdf/atas%202013%20Seia2013.pdf
• Ançã, M. H., Macário, M. J., & Guzeva, T. (2013). Questionário “Educação em
Português: promoção e difusão da língua.” Aveiro: Universidade de Aveiro/Centro de
Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores/Laboratório de
Investigação em Educação em Português (documento não publicado).
• Ançã, M. H., Macário, M. J., Guzeva, T., & Gomes, B. (2014). O papel da Educação em
Português na promoção e difusão da língua – um estudo com um grupo de estagiárias.
Revista Lusófona de Educação, (27), 93-108. Disponível em:
http://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/4834
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
24. • Cardoso, A. P. dos S. (2016). A Língua Portuguesa no ciberespaço: um estudo com
aprendentes portugueses e mexicanos. Relatório de estágio em Ensino de Português
no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Secundário e de Língua Estrangeira [Espanhol] nos
Ensinos Básico e Secundário. Aveiro: Universidade de Aveiro/Departamento de
Educação e Psicologia.
• Guzeva, T., Gomes, B., Macário, M. J., Ançã, M. H., Paiva, Z., & Ohuschi, M. (2013).
Língua portuguesa no ciberespaço: difusão, crescimento e valores. In Atas do XX
Colóquio da Lusofonia. (pp. 64–173). Seia: Associação Internacional dos Colóquios da
Lusofonia.
• Henriques, J. A. T. (2014). O potencial (económico) da língua portuguesa:
representações de alunos. Relatório de estágio em Ensino de Português no 3º Ciclo do
Ensino Básico e no Secundário e de Língua Estrangeira [Espanhol] nos Ensinos Básico e
Secundário. Aveiro: Universidade de Aveiro/Departamento de Educação. Disponível
em: https://ria.ua.pt/bitstream/10773/14308/1/Tese.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
25. • Lewis, M. P., Gary, F. S., & Fenning, C. D. (2014). Ethnologue: Languages of the world.
17th ed. Dallas, Texas: SIL International. Disponível em:
http://www.ethnologue.com/statistics/size
• Macário, M. J., Guzeva, T., Ançã, M. H., & SÁ, C. M. (2014). Educação em Português:
reflexão de (futuros) professores sobre potencialidades e difusão da língua portuguesa.
In M. J. Carvalho, A. Loureiro, & C. A. Ferreira (orgs.), Atas do XXII Congresso SPCE
“Ciências da Educação: espaços de investigação, reflexão e ação interdisciplinar”. (pp.
2152-2164). Vila Real: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.
• Macário, M. J., Sá, C. M., & Gomes, B. (2015). Promoção da língua portuguesa no
mundo através da sua abordagem transversal: um estudo na formação inicial de
professores. Revista da UIIPS, 3 (6), 370-384. Disponível em:
http://ojs.ipsantarem.pt/index.php/REVUIIPS/issue/view/8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
26. • Macário, M. J. & Sá, C. M. (2019). O valor da língua portuguesa no mundo atual: um
estudo com futuros profissionais da Comunicação Social. Indagatio Didactica, 11(1),
35-48. Disponível em: http://revistas.ua.pt/index.php/ID/article/view/12141
• Mateus, M. H. M. (2008). Difusão da Língua Portuguesa no mundo. In Anais do I
Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa (SIMELP). (pp. 1-13). São Paulo:
Universidade de São Paulo/ Faculdade de Línguas e Ciências Humanas.
• Sá, C. M. (2012). Transversalidade da língua portuguesa: representações, instrumentos,
práticas e formação. Exedra, 28, 364-372.
• Sá, C. M. (2015). Transversalidade da língua portuguesa e sua promoção no mundo:
reflexões sobre a sua abordagem na formação de professores. In M. H. Ançã e M. J.,
Macário, A promoção da língua portuguesa e a educação linguística. (pp. 133-159).
Coleção “Cadernos do LEIP”, Série “Temas”, nº 4. Aveiro: UA Editora.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
27. • Sá, C. M. (2017). Promoção da língua portuguesa: estudos na formação em ensino.
Indagatio Didactica, 9(2), 95-106. Disponível em:
http://revistas.ua.pt/index.php/ID/article/view/5059
• União Latina (2010). Introdução. In União Latina (Ed.), Actas do Encontro Internacional
“Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas num Universo Globalizado”. (pp. 9-10).
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS