O documento discute os desafios e ações para a internacionalização do ensino de línguas, com foco no português. Aborda a formação de professores, projetos de ensino do português e a necessidade de valorizar todas as línguas em contextos multilíngues e multiculturais. Defende a cooperação internacional entre instituições que promovam o diálogo entre diferentes culturas e línguas.
1. Workshop CAEI 2012. Internacionalização e ensino de línguas
O PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE
ACOLHIMENTO NO CENÁRIO DE
INTERNACIONALIZAÇÃO UNIVERSITÁRIA
Edleise Mendes
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Sociedade Internacional de Português Língua Estrangeira
edleise.mendes@terra.com.br
2. Desafios das instituições para o
ensino-aprendizagem de línguas
Do conhecimento – formar sujeitos
capazes de transitar, produzir e partilhar
conhecimento em espaços multiculturais e
plurilinguísticos.
Profissional – preparar, em estágios iniciais
e continuadamente, professores de línguas
capazes de formar cidadãos plurilingues.
3. Social - promover o acesso a uma
educação plurilinguística aos alunos das
escolas publicas e das camadas populares.
Político – considerar, nos processos de
internacionalização, a necessária presença e
representatividade das diferentes línguas e
culturas em interação, e não apenas aquelas
que, no mercado da economia linguística,
representam as línguas em destaque, como o
inglês, o espanhol e agora o português.
4. Ações e projeções na área do
português...
Acordos multilateriais entre o Brasil e países
da América Latina para a oficialização das
três línguas majoritárias no espaço do
Mercosul: português, espanhol e guarani;
Projetos em desenvolvimento pelo MEC e
MRE, em parceria com os ministérios de
outros países latinoamericanos, para a
criação de programas e escolas bilingues;
5. Criação de Universidades, como a UNILA
(Universidade da Integração Latinoamericana)
e a UNILAB (Universidade da Integração
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira )
que objetivam promover a integração
regional, linguística, cultural e econômica.
Expansão dos acordos de cooperação
universitária com os países da América do
Norte, Europa e Ásia.
6. Formação inicial de
professores...
Universidade Federal da Bahia (UFBA) –
formação de professores de PLE
Universidade de Brasília (UNB) – formação de
professores de português como segunda
língua (PL2)
Universidades pioneiras no ensino de PLE:
UFF, UNICAMP, PUC-Rio, PUC-SP, UFRJ, UFRG
7. Ações e projeções necessárias
na área da formação de
professores...
Criação de novos cursos de licenciatura em
PLE/PL2, de modo a garantir a formação
profissional requerida no cenário atual para o
português;
Oferecimento de disciplinas obrigatórias e
optativas de PLE nos currículos dos Cursos de
Letras;
Oferta de cursos de português para
estrangeiros nos currículos regulares, de
modo a atender a alunos advindos de acordos
interinstitucionais;
8. Fortalecimento das extensões universitárias
na oferta de cursos de PLE/PL2 para a
comunidade externa;
Abertura de vagas para professores do
quadro permanente para atenderem à
demanda dos cursos de licenciatura e dos
cursos de extensão em PLE/PL2.
9. Formação continuada de
professores....
Projeto PROFIC / PLE – Projeto de Formação
Intensiva e Continuada de PLE (desde 2007; MRE-
DPLP/ UNB / UFBA /UFSCar)
Projeto POLH – Projeto de Formação Continuada de
Professores de Português como Língua de Herança
(desde 2010; MRE-DPLP/ SIPLE / UFBA / UNB)
Formação Continuada de professores de Português
para Falantes de Espanhol (2009- 2011) UFBA/Casa
do Brasil – Argentina
10. Línguas em português...
Ações que visam à aproximação e trabalho
conjunto das diferentes linguas-culturas em
português no espaço da CPLP:
Desenvolvimento, sob a coordenação do Instituto
Internacional da Língua Portuguesa (IILP), por grupos
de especialistas brasileiros e portugueses, do VOC –
Vocabulário Ortográfico Comum (a primeira fase a
ser concluída em julho de 2012, integrando 250 mil
entradas, resultado da fusão do VOP e do VOLP ).
Incorporação posterior, até julho de 2014, dos VONs
– Vocabulários Nacionais dos PALOPs.
11. Elaboração do Projeto para o
desenvolvimento do Portal O Português da
Gente, o Português de Toda a Gente, em
março de 2012, com a parceria do IILP, da
SIPLE e de especialistas de diferentes
universidades brasileiras, portuguesas e
africanas, o qual está em fase de avaliação e
aprovação no Conselho Científico do
IILP/CPLP.
O portal tem como objetivo primordial
oferecer recursos didáticos e ferramentas
para o ensino-aprendizagem do português,
considerando-se as diferentes variedades da
língua faladas no espaço da CPLP.
12. O papel das instituições públicas
governamentais
• Fomentar a institucionalização do PLE/PL2
no Brasil e no exterior, através do apoio
técnico e acadêmico a universidades,
faculdades e escolas de ensino, públicas e
privadas;
• Criar postos de trabalho no Brasil e no
exterior, via realização de concurso público
e da criação de novos centros de ensino e
difusão da língua-cultura brasileira (CEBs);
13. • Promover investimentos na formação de
professores de PLE/PL2, no Brasil e no exterior,
através da criação de programas de formação
contextualizados às diferentes realidades
socioculturais de ensino e de difusão da língua;
• Fomentar projetos de difusão e promoção do
português, como o Celpe-Bras, o PROFIC e o
POLH, que têm contribuído para legitimar o
poder político e cultural da nossa língua, além
de mostrarem-se uma vantajosa estratégia de
formação dos sujeitos envolvidos no processo
de ensinar e aprender.
14. Investir na difusão do português e na
formação de professores que atuam em
contextos de culturas minoritarizadas,
contribuindo, entre outras coisas, para:
◦ A criação e o planejamento de cursos especiais,
adequados às realidades socioculturais de alunos e
professores;
◦ A produção de materiais diversificados, nos quais
as línguas-culturas em interação possam estar em
situação de diálogo e não de exclusão ou
substituição;
◦ Promover, através do diálogo com a língua
portuguesa, a inclusão social, política e econômica
dos grupos marginalizados.
15. Valorização e aproximação
das línguas e culturas no
processo de
internacionalização
As instituições dos países de língua
portuguesa, assim como as outras línguas e
culturas que recepcionam as comunidades
acadêmicas lusófonas (estudantes, professores,
pesquisadores, gestores e técnicos) precisam
acolher, em contrapartida, seus visitantes,
oferecendo-lhes infraestrutura acadêmica e
ambiente linguístico e culturais multilateriais.
16. Porque, finalmente, deve ser
desejo de todos nós aqui
presentes...
Construirmos acordos de cooperação
internacional através dos quais os
interesses acadêmicos, linguísticos e
culturais estejam voltados para todas
as línguas e culturas em interação,
em suas especificidades e
particularidades, de modo a garantir
o necessário transito de ideias,
tecnologias e modos de produzir
conhecimento que almejamos.