O documento discute técnicas de reconstrução nasal, começando com a história da cirurgia nasal desde a antiguidade. Em seguida, descreve a anatomia do nariz e as etiologias comuns que levam à necessidade de reconstrução. Por fim, detalha vários tipos de retalhos e enxertos que podem ser usados para reconstruir diferentes áreas do nariz, desde retalhos locais até retalhos de regiões mais distantes.
3. Introdução
• “O procedimento cirúrgico cujo objetivo é a
reconstrução de mutilações e o reparo de
defeitos, constitui o mais brilhante triunfo da
cirurgia.”
Velpeau (1795-1867)
4. Introdução
• Em função da sua posição central e proeminente
na face, o nariz se reveste de grande importância
estética e tem reflexos significativos na esfera
emocional
• Função x estética
5. Nariz
• Quando pensar em
reconstrução, lembrar de :
• Cobertura Cutânea.
• Esqueleto de Sustentação.
• Forro Nasal (Restaurar a
forma em 3-D).
8. História
• A história da cirurgia nasal se confunde com a
história da cirurgia plástica.
• O berço da cirurgia reparadora do nariz é a Índia
• O livro de Sushruta (Pai da Cirurgia Indiana) é de
600aC, e relata técnicas de reconstrução nasal.
10. Índia
• Amputação nasal seria a punição para: criminosos,
prisioneiros de guerra, e adúlteros
• Retalho Indiano ou Frontal.
• Susruta descreveu 121 instrumentos cirúrgicos .
• “O bom médico deve vestir roupas limpas, calçar
sandálias, ser gentil e ter olhar benevolente”.
11. História
• No Egito existem referências a cirurgias nasais no
Papiro de Edwin Smith (2200 aC) e no Papiro de
Ebers (1500 aC).
• Descreve 48 casos clínicos e tratamento.
• É o considerado um dos documentos médicos mais
antigos do mundo.
13. Grécia-Roma
• Grécia: Hipócatres (500 aC) recomendava
“redução imediata de fraturas nasais para evitar
deformidades posteriores ”.
• Claudius Galeno (130 dC – 210 dC).
• Roma: Aulus Cornelius Celsus (53 aC -7 dC)
publica : “De Re Medica”, uso de retalhos nasais.
17. História
• Idade média, período de obscuridade.
• Gustavo Branca (1434 - 15...) e seu filho Antônio
de Catânia resgatam o retalho indiano e utilizam o
braço para evitar a cicatriz na face.
• Gasparo Tagliacozzi (1545 -1599), prof. de
anatomia de Bolonha que populariza o uso de
retalhos e reconstruções nasais (Retalho Italiano).
19. História
• Depois de morto teve seus restos mortais
profanados pela Inquisição, porém, em 1600, foi
absolvido pelo Santo Tribunal.
• John Carpue (1810) utiliza o retalho indiano,
treinando em cadáveres e utilizando em seus
pacientes.
• Karl Von Graeffe (1788-1840) “Rhinoplastik”.
• Johann Friederich Dieffebach (1792-1847)
”Operative Chirurgie”.
23. História
• Dieffenbach introduziu aspectos da cirurgia
estética, utilizando incisões externas para remoção
da giba e cartilagens, e columela desviada.
• Pasteur, Lister: antisepsia.
• Morton: anestesia.
• Boe (1891) uso anestesia local para remoção de
giba.
24. História
• McGregor, utiliza também o retalho frontal.
• Yan Jackson utiliza o retalho de Esser para
rinoplastia reconstrutiva.
• John Orlando Roe (EUA) utiliza incisões internas
e correção do nariz chato.
• Jacques Joseph (ortopedista) é considerado “Pai da
Rinoplastia”.
26. História
• Joseph organiza todos procedimentos e descreve
com maestria todos os passos da rinoplastia:
“Nasenplastik und Sonstige Gesichtsolastik”.
29. História
• Robert Weir: sistematiza correção de asas nasais.
• Eitner (1934) descreve o método de rinoplastia
submucosa para o tratamento do dorso nasal.
• Rethi, Guerreiro Santos, Yache, Aymar Sperli,
Converse, Wolfgang Muhlhaner, Prado Neto,
Ronaldo Pontes, Heller, Pitanguy, Farina,
Pytombo, Sheen, Ishida, Ronche ....
43. Planejamento da Reconstrução
• Conhecimento profundo da anatomia .
• Avaliação do defeito.
• A Pirâmide Nasal é classificada com uma unidade
estética da face (Class. de Milliard e Gonzalles-
Ulloa).
• Burgert dividiu o nariz em subunidades estéticas (
Dorso, Paredes Laterais, Asas,Ponta Nasal,
Triângulos Moles, Columela)
47. Subunidades Estéticas Nasais
• É importante do ponto de vista prático, pois deve
ser respeitada para se conseguir o melhor resultado
estético.
• É recomendado que se amplie o defeito para
completar a subunidade correspondente desde que
exista área doadora.
48. Tratamentos dos Defeitos da
Pirâmide Nasal
• Classificação dos Tipos de Defeitos:
Cobertura Cutânea.
Revestimento Interno.
Estrutura de Suporte.
Toda Espessura.
Toda Pirâmide Nasal.
49. Defeitos de Cobertura
• Mais freqüentes encontrados (Tumores)
• Tipos de Reconstruções:
Enxertos de Pele
Retalhos da Vizinhança
Retalhos à Distância
Transplantes Microcirúrgicos
50. Enxertos de Pele
• Uso limitado devido discromia e retração.
• Indicado para idosos em dorso e parede lateral.
• Evitar enxertar ponta e asas (devido distorção do
contorno da rima narinária ).
• Ressecção de tumores com margem comprometida
pode se usar enxertos como cobertura temporária.
51. Enxertos de Pele
• Enxerto cutâneo de
Espessura Total da região
retroauricular.
• Aplicação respeitando a
subunidades estéticas
nasais.
52. Enxertos de Pele
• Pele total de preferência ( alteração )
• Áreas doadoras: Retroauricular e supraclavicular
• Respeitar sempre as subunidades estéticas
53. Retalhos de Vizinhança
• È a primeira opção para pequenos e médios
defeitos.
• Mesmas característica (Vizinhança).
• Classificação:
• Retalhos do Terço Superior.
• Retalhos do Terço Médio.
• Retalhos do Terço Inferior.
54. Retalhos do Terço Superior
• Boa Vascularização (Pedículo na raiz dorsal).
• Boa Segurança e Versatilidade.
• Cobertura de Defeitos: Glabelar, Porção Lateral,
Canto Interno das Pálpebras.
• Plano de Dissecção é subcutâneo.
55. Retalhos do Terço Superior
• Retalho de Deslizamento.
• Retalho Glabelar de Transposição.
• Retalho Glabelar Bilobulado.
• Ratalho Glabelar em Ilha (Retalho Biológico de
Esser).
56. Retalhos do Terço Superior
• Retalho de Deslizamento: Avanço no sentido vertical de um
retalho retangular de deslizamento.
• Pode se usar triângulos de compensação (Triang.de
Burrow).
58. Retalhos do Terço Superior
• Retalho
Glabelar de
Transposição:
È uma variação
do retalho de
deslizamento
usado para
defeitos mais
distais e
maiores.
60. Retalhos do Terço Superior
• Retalho Glabelar em Ilha
(Retalho Biológico de
Esser).
• Johannes Fredericus
Samuel Esser (1867 -
1946).
• Pediculado no subcutâneo
e vasos da região glabelar.
• Pode haver compressão do
pedículo e isquemia do
retalho.
62. Retalhos de Terço Médio
• Pouca redundância de pele nessa região.
• Retalho Bilobulado: distais.
• Retalho de Deslizamento Lateral: Avanço, V-Y.
• Retalho Nasogeniano.
63. Retalhos de Terço Médio
• Retalho Bilobulado: Dupla transposição, o primeiro
lóbulo com ang. de 45 e o segundo com ang. de 90.
• Descrito por Esser (1918).
69. Retalhos de Terço Inferior
• Maior dificuldade (principalmente a ponta)
assimetria,retrações.
• Dar preferência para reconstrução em um tempo (
retalhos).
70. Retalhos de Terço Inferior
• Retalho Axialfrontonasal.
• Retalho de Ritala.
• Retalhos Rômbicos (Limberg e Defourmentel).
• Retalho de Reiger.
• Retalho de Rybka (Miocutâneo em V-Y).
• Retalho Nasogeniano de Pedículo subcutâneo.
71. Retalhos de Terço Inferior
• Retalho Axial Fronto
Nasal ( V-Y).
• Usa o plexo
circulatório do dorso
nasal.
• Usado para defeitos
distais médios.
• Dissecção trabalhosa.
72. Retalhos de Terço Inferior
• Retalho de Rintala (1969).
• È um retalho retangular de
deslizamento.
• Pode se usar triângulos de
compensação (Triang.de
Burrow).
73. Retalho de Rintala
• È um retalho
largo de pedículo
estreito, se tiver
tensão na ponta
nasal pode existir
isquemia.
78. Retalhos de Terço Inferior
• Retalho de Rieger (1972).
• È um retalho de rotação
com base nos vasos
angulares do nariz.
• Incorpora um avanço V-Y
na região glabelar.
79. Retalho de Rieger
• Conhecido
como Retalho
Glabelar
Clássico
• Incisão
seguindo as
pregas
glabelares
80. Retalho de Rieger
• Sutura-se
inicialmente a
zona inferior do
defeito.
• Depois a sutura
glabelar em VY.
91. Retalhos a Distância
• Retalho Médio Frontal
Clássico (midline forehead
flap, Indiano).
• Usado para perdas
extensas de cobertura em
qualquer área nasal.
• É o mais prático retalho
para grandes perdas.
• Subcutâneo distal e
supraperiostal próximo ao
pedículo
92. Retalho Indiano
• O suprimento
sanguíneo
dominante é
da A.
Supratroclear
(A.
Oftálmica).
94. Retalho a Distância
• Retalho Frontal Oblíquo.
• È uma modificação do
Retalho Frontal Clássico
para permitir um retalho
mais longo e de fácil
rotação.
95. Retalho a Distância
• Retalho
Supratroclear ou
Paramediano.
• Desloca o pedículo
do retalho para
região paramediana
da fronte, incluindo
vasos
supratrocleares.
• Usado no defeito
contralateral.
96. Retalhos a Distância
• Retalho
Frontal Up
and Down (
U invertido)
• Usados em
caso de
fronte curta
97. Retalhos a Distância
• Retalho de Converse (Scalp
flap) é um método de
transferência de grandes
quantidades de tecido para
o terço médio da face.
• Suprimento é proveniente
da Art. Temporal
Superficial e Supratroclear.
• Raramente permite o
fechamento primário da
área doadora (enxerto).
98. Retalhos a Distância
• Retalho de Washio (1969) Retroauricular.
• Transfere a pele retro-auricular para região nasal.
• Nutrido pela A. Temporal Superficial.
• Boa camuflagem dda cicatriz.
99. Retalhos a Distância
• Retalho de
Orticocheia
("banana peel”).
• è um retalho tubular
de tecido
retroauricular em 2
tempos.
• Pode deixar
cicatrizes em couro
cabeludo com
alopecia.
100. Retalhos a Distância
• Retalho de
Tagliacozzi
(Retalho Italiano).
• Usado em casos
de exceção.
102. Transplantes Microcirúrgicos
• Retalho Microcirúrgico
Antebraquial (Besteiro -
Morais).
• Pedículo na A. Radial,
possibilidade de inclusão de
fragmento osséo (rádio)
• Retalho delgado, facilmente
moldável.
103. Defeitos de Revestimento
Endonasal
• Exclusivamente são raros: Leishnaniose, noma,
blastomicose, hanseníase, pós radioterapia.
• Pode se usar retalho medio frontal invertido, nasogenianos
uni ou bilaterais, enxertos de pele e condrocutâneos (moldes
endonasais).
104.
105. Defeitos de Espessura Total
• Situação Complexa, implica na reconstrução de 2 planos:
de cobertura e de estruturas de sustentação.
• Retalhos de vizinhança em Cambalhota ou Nasogenianos
invertidos.
• Retalho Frontal em Gaivota (grandes extensões laterais).
• Retalho Nasogeniano de Dupla Face.
• Retalho Frontal com enxerto de Pele.
106. Defeitos da Estrutura de Suporte
• Muitas complicações.
• Enxertos ósseos (tíbia, costela, crista ilíaca).
• Enxertos de Cartilagem Costal.
• Materiais aloplásticos: Silicone, Porex, Hidroxi-
hapatita e o Marlex.
107. Reconstrução Total Nasal
• Exigirá todo o empenho e habilidade técnica do
cirurgião.
• Reparar: Cobertura Cutânea, Forro Interno e Esqueleto
de Sustentação.
108. Reconstrução Total Nasal
• Etapas (Burget e Menick):
Restauração do forro nasal.
Retalho Frontal e enxertos de cartilagem alares.
Secção do pedículo (3sem).
Enxertos ósseos e cartilaginosos.
Adelgaçamento do retalho e enxertos e asas nasais.
Retoque de cicatrizes e moldes de silicone.
109.
110. Questões
• Na reconstrução nasal de uma ferida na raiz nasal
de aproximadamente 1cm de diâmetro após
ressecção de tumor basocelular, a pior opção seria:
• A) Retalho Médio Frontal
• B) Enxerto de Pele Total
• C) Retalho Bilobulado
• D) Retalho Nasogeniano
• E) Retalho em Dedo (Banner)
111. Questões
• Na reconstrução nasal de uma ferida na raiz nasal
de aproximadamente 1cm de diâmetro após
ressecção de tumor basocelular, a pior opção seria:
• A) Retalho Médio Frontal
• B) Enxerto de Pele Total
• C) Retalho Bilobulado
• D) Retalho Nasogeniano X
• E) Retalho em Dedo ( Banner)