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Natália Monteiro Rocha
Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas
Revista Brasileira em Promoção da Saúde, vol. 17, núm. 3, 2004, pp. 154-160,
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Revista Brasileira em Promoção da Saúde,
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rbps@unifor.br
Universidade de Fortaleza
Brasil
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Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto
Artigo de revisão
Izaíra Maria Bruno Figueiredo(1)
AmandadeLavorBezerra(2)
AnaCarolinaLimaMarques(2)
Ísis Maria Rocha(2)
NatáliaRochaMonteiro(2)
1) Cirurgiã-dentista, Especialista em
Cirurgia e Traumatologia
Buço-Maxilo Faciais (UFC);
Mestre e Doutora em
Farmacologia (UFC) e
Professora da Disciplina de
Cirurgia Maxilo Facial
(UNIFOR).
2) Cirurgiã-dentista (Unifor)
Recebido em: 03/02/2004
Revisado em: 11/06/2004
Aceito em: 13/07/2004
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FISSURAS PALATINAS
COMPLETAS
Surgical Treatment of Complete Cleft Palate
RESUMO
As fissuras palatinas são problemas médico-odontológico-sociais que se situam entre o 3º
ou4ºdefeitocongênitomaisfreqüente.NoBrasil,dadossugeremaexistênciadeaproximadamente
180.000 fissurados. O presente estudo de revisão teve como objetivo descrever conhecimentos
acerca das fissuras palatinas, técnicas cirúrgicas utilizadas como formas de tratamento,
bem como a melhor época de intervenção e prognóstico esperado. O tratamento de fissuras
palatinas completas propõe-se à correção da fissura e dos problemas a ela associados,
devendo ser iniciado em idade prematura, podendo durar vários anos e nem sempre com
garantia de sucesso. A partir deste estudo, conclui-se que existe um grande número de
técnicas cirúrgicas, as quais variam conforme os cirurgiões que as executam, de acordo com
o estado geral do paciente e com as características de cada fissura, que juntos ditam a
complexidade do caso.
Descritores: Fissura palatina; alvéolo dental, reconstrução alveolar.
ABSTRACT
The cleft palates are medical-dental-social problems that situate themselves between the
third or fourth most frequent congenital defects. In Brazil, data suggest that there are
approximately 180.000 fissure patients. This revision study aimed at describing the knowledge
on cleft palates, surgical techniques used as means of treatment, as well as the best time for
intervention and the expected prognosis. The treatment of complete cleft palate considers
the correction of the cleft and the problems associated with it. The treatment begins in a
premature age, and it can last for some years, the success not being always guaranteed.
Through this study, it is concluded that there are a great number of surgical techniques,
which vary in accordance with the professional that executes them, with the patient’s
general health state and also with the characteris-tics of each fissure, which together
determine the complexity of the case.
Descriptors: Cleft Palate; Tooth Socket; Alveolar reconstrution;
INTRODUÇÃO
As fissuras palatinas são problemas médico-odonto-social que se situam entre
o 3º e 4º defeito congênito mais freqüente, sendo que no Brasil, dados sugerem a
existência de aproximadamente 180.000 fissurados. Seus portadores, além de grave
problema estético, apresentam distúrbios funcionais, desde alimentação até fonação.
Assim, se não forem tratados convenientemente e a tempo, esta deformidade causará
também problemas de ordem psicológica ao portador(1)
.
155
Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas
RBPS 2004; 17 (3) : 154-160
As fissuras palatinas são deformidades congênitas ou
adquiridas caracterizadas pela presença de fenda
interrompendo a continuidade óssea e/ou mucosa da abóbada
palatina, e situada em nível da tripeça formada pela articulação
das duas hemiarcadas com o vômer(2)
. É interessante ainda
ressaltar que nas fissuras palatinas completas e totais, ou
seja, aquelas que envolvem os palatos duro e mole, são
atingidos o palato primário e secundário(3)
, podendo ou não
estar associadas às fissuras labiais.
As fissuras palatinas associadas ou não às fissuras
labiais podem interferir, de forma marcante, na vida dos
pacientes no que se refere a alterações funcionais e estéticas,
além de transtornos psicológicos(4)
.
A preocupação com a fonação, a oclusão e com o
crescimento facial nos faz entender que, além da importância
das propostas cirúrgicas, o tratamento multidisciplinar é
fundamental,para uma possível resolução das deformidades,
nummenortempoecomummínimodetraumaparaacriança(4)
.
Entretanto, a questão da época de intervenção, implica em
divergências de opiniões. A preocupação com a fala pode
sugerir a realização da palatoplastia no início da emissão da
fonação(3,4)
.
Pacientes não operados na infância apresentam
tendência ao prognatismo maxilar associado à protrusão da
arcada dental superior e ao crescimento maxilar deficiente em
relação aos pacientes operados em mais tenra idade. Além
disso, pacientes com fissuras palatinas completas possuem
corpo e ramo mandibulares pequenos e ângulo mandibular
obtuso(5)
.
O tratamento cirúrgico das fendas palatinas tem como
fulcro a atuação sobre a musculatura palatina. Inicialmente,
busca-se o alongamento do palato ao mesmo tempo em que
readapta o diafragma palatino a sua posição anatômica ideal.
Desta forma, espera-se que haja um equilíbrio e
restabelecimento para suprir carências morfológicas,
fisiológicas e funcionais.
A insistência na busca de um maior fechamento da fenda
pode resultar em um palato cicatricial, endurecido e não
funcionante. Salienta-se, portanto, a precisão requerida neste
tipo de cirurgia, pois a manipulação de delicadas estruturas
do palato mole em crianças de pequena faixa etária é mais
difícil e possibilita cirurgias menos precisas(2)
.
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS
TÉCNICAS CIRÚRGICAS
Os procedimentos operatórios para a palatoplastia são
muito variados, visto que cada fissura é única. Elas variam
em largura, extensão, quantidade de tecidos moles e duros
disponíveis e extensão do palato(6)
. O objetivo geral da cirurgia
é fechar o palato duro com os tecidos moles adjacentes à
fissura. Assim, descrevendo ao longo de um procedimento
operatório as variadas características da fissura a qual o
cirurgião pode-se defrontar e relacionada a estas
particularidades, as várias técnicas que ele pode estar
utilizando.
O primeiro cuidado deve se garantir, em maior grau
possível, a anti-sepsia do campo operatório, sendo cáries
previamente obturadas e raízes dentárias inaproveitáveis
extraídas(7)
.
O paciente é colocado na posição de Trendelenburg ou
Rose. A cabeça fica hiper-extendida, prendendo-se os pés
com laçadas de faixa de crepom que passa pela extremidade
da mesa operatória e são fixadas sobre ela. Essa imobilização
impede que o paciente escorregue em direção cefálica. O
cirurgião senta-se à cabeceira da mesa, de forma que a cabeça
do paciente fique praticamente apoiada sobre seu colo(2)
.
O procedimento deve ser realizado sob anestesia geral
com entubação endotraqueal. Pode-se realizar infiltração local
de xilocaína a 1% com adrenalina a 1/200.000. A dose de 4 a
6ml é suficiente para infiltração na mucosa do palato duro e
de todo o palato mole(3,4)
. A palatoplastia deve ser realizada
em um ou dois tempos operatórios, um com o fechamento do
palato duro e outra do palato mole, ou vice e versa.
O palato duro é fechado apenas com tecido mole. Os
tecidos moles são incisados ao longo da margem da fissura e
dissecados dos processos palatinos até que seja possível
sua aproximação sobre a fissura. Os tecidos moles que se
estendem ao redor da margem da fissura variam em qualidade
e quantidade. Alguns são atróficos e não-disponíveis para
uso, como ocorre em fissuras largas. De acordo com a Técnica
de Davies-Collen-Logan (Fig. 1.1 a 2.4), não só a mucosa da
margem da fissura é utilizada para construir o assoalho nasal,
mas também a mucosa palatina (Fig. 1.2 e 1.3).
156 RBPS 2004; 17 (3) : 154-160
Figueiredo IMB et al.
Os tecidos moles, ao redor da fissura que forem saudáveis,
prestam-se de pronto para a dissecção da sutura. Esse
procedimento precisa freqüentemente de incisões relaxantes
laterais próximas à dentição. Os tecidos moles são então
firmemente suturados sobre a fissura, e aguardado cicatrizar.
As áreas de osso expostas cicatrizam por segunda intenção.
Quando é possível, Graziani (1995) recomenda o fechamento
da fissura em duas camadas, sendo mucosa nasal, parede
lateral e áreas septais do nariz suturadas por partes antes da
sutura oral. Quando o vômer é longo e inserido ao processo
palatino oposto à fissura, o retalho pode ser obtido dele e
suturado aos tecidos palatinos do lado da fissura, como a
Técnica de Campbell-Pichler(6)
(Fig. 2.1 a 2.3).
Fig. 1.1 - Incisões e descolamento Fig. 1.2 – Sutura / Incisão na extremidade anterior
Fig. 1.3 – Descolamento anterior Fig. 1.4 - Suturas
Fig. 1.1 a 1.4: Técnica de Davies/Collen/Logan: Prancha de estudo – Fendas Labiais e Palatinas
157
Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas
RBPS 2004; 17 (3) : 154-160
Figura 2.1 a 2.3: Técnica de Campbell-Pichler: Prancha de estudo – Fendas Labiais e Palatina.
Figura 3 – Técnica de Mesurier: Prancha de estudo – Fendas Labiais e Palatinas.
Figura 3.1 – Incisões: Pterigomandibular, úvula.
Figura 3.2 – Incisão originando retalhos pedunculados.
Figura 3.3 – Descolamento da mucosa.
Figura 3.4 – Sutura nasal, deslizamento dos retalhos.
Figura 3.5 – Sutura mediana.
Figura 3.6 e 4.7 – Pontos de contenção.
Fig. 2.2 – Sutura 1/ Incisão 2/
Deslocamento 2
Fig. 2.1 – Marcação: Incisão/
Descolamento
Fig. 2.3 – Sutura na linha média
158 RBPS 2004; 17 (3) : 154-160
Figueiredo IMB et al.
O fechamento do palato mole é tecnicamente a operação
mais difícil devido à iluminação, o acesso do lado oral, retração
ou tecidos finos e atróficos. Para contornar essas dificuldades,
o palato mole é sempre fechado em três camadas - nasal,
muscular e oral - nessa ordem. As margens da fissura são
incisadas desde a extremidade distal de úvula ou até a dobra
palatofaríngea(paraalongaropalatomole)(Fig.2.1).Amucosa
nasal é dissecada e suturada com a do lado oposto (Fig. 2.2).
As inserções musculares são liberadas das inserções ósseas
e suturadas com as do lado oposto (Fig. 2.3). Se a quantidade
de tecido muscular for inadequada para reaproximar a
musculatura na linha média, os processos hamulares
pterigóides podem ser fraturados, liberando, assim, os
músculos tensores do palato em direção à linha média – técnica
preconizada por Furlow apud Lessa & Carreirão(6)
. Os
procedimentos de empurrar pra trás usados na técnica de Le
Mesurier (Fig. 3),push-back, emW-Y(Wardill) e em forma de
U (Dorrance e Brown) são bastante usados quando o palato
mole é curto, assim o retalho mucoperiósteo do palato duro é
incisado e levado de modo que todo o tecido mole se estenda
posteriormente, aumentado o comprimento palatino(6,8)
.
A técnica cirúrgica ideal para a conduta da deformidade
congênita da fissura palatina continua a ser uma fonte de
grande controvérsia. Há quatro variáveis que devem ser
observadas: o tipo de fissura e sua severidade, a técnica
operatória, o tempo de reparo e a experiência do profissional.
O ponto em comum refere-se ao paciente ter que ser bem
operadodaprimeiravez,oqueiráinterferirnodesenvolvimento
tardio maxilar e oclusal, sendo mais importante do que a
técnica cirúrgica ou o tempo de intervenção(8-10)
.
A técnica de Veau, uma das mais utilizadas, é boa em
princípio, mas na prática tem a desvantagem de ser feita com
o fio metálico, em desacordo, portanto, com a delicadeza dos
tecidos da região, além de apresentar o inconveniente da
torcida ficar na linha mediana, no centro de uma cicatriz
recente. Para evitar isso, pode-se utilizar para a sutura muscular
um fio de seda, como preconiza Rebelo Neto(2,7)
.
Para uma melhor ilustração iremos relatar uma das
técnicas mais conhecida e usada para fissurados completos:
a Técnica de Veau.
Além de diminuir o sangramento, sua finalidade
primordial, a infiltração com xilocaína 0,25% e adrenalina
1:200.000 promove o ingurgitamento e a aproximação dos
tecidos, facilitando a dissecção.
É feita uma incisão paralela aos bordos da fenda, distante
de 2 ou 3mm. No palato duro a incisão deve ser profunda, até
o plano ósseo; no palato mole, o bisturi deve ser mantido de
tal forma que a incisão não se limite à mucosa, mas penetre
um pouco na musculatura do véu palatino. Esses milímetros
que são removidos da mucosa serão beneficiados para a
mucosa nasal, já que esta é fina, pouco extensível, de difícil
deslocamento e presa a uma superfície óssea rígida. Faz-se o
deslocamento da sutura da mucosa nasal com o nó invertido
para o lado nasal o que irá diminuir as perdas sanguíneas. É
importante que na região do palato mole sejam identificados
os 3 planos: mucosas nasal e bucal e camada muscular(2,7)
.
Faz-se a marcação dos retalhos laterais, cujo
prolongamento posterior vai depender da extensão da fenda
e da dificuldade em fechá-la, mas ultrapassando sempre o
último molar, ou extremo ósseo do palato. O deslocamento
começa na extremidade posterior do processo alveolar e
terminando no ângulo anterior da fissura(2,7)
.
Evitar incisar ou deslocar em direção à amígdala, devido
à artéria faríngea ascendente e a própria carótida. Levantados
os retalhos no plano subperiósteo, pode-se ver, em sua face
profunda, a artéria palatina maior. Esse deslocamento é fácil
quando se trata do palato duro, o que não ocorre na região de
transição com o palato mole, considerando o ponto crítico,
devido a inserção dos músculos e da mucosa, a tensão é
máxima e de difícil liberação(2,3)
.
Procede-se então a sutura dos retalhos na linha média.
Veau, para assegurar uma boa coaptação e imobilidade dos
retalhos, preconizou a sutura muscular, que consiste em
introduzir, por meio de uma agulha de Reverden, um fino fio
metálico que circunscreve toda a massa muscular, como que
abraçando-a e unindo as suas metades. A mucosa oral é
suturada com pontos separados em “U”. Faz-se a sutura
muscular com pontos simples e separados, cujos nós são
apenas justos e não apertados. Faz-se o tamponamento com
gaze iodo formada nas duas fendas laterais, desde que
relativamente apertado, vai ser benéfico, pois empurra os
tecidos em direção à linha mediana, aproximando ainda mais
os bordos suturados, ajudando a evitar a tensão sobre a
sutura(2,7)
.
Em relação à época de intervenção não devemos apenas
considerar a idade do paciente, mas também fatores funcionais
e individuais como:
Saúde Geral do Paciente: normalmente são pacientes
deficientes sob o ponto de vista nutricional, sobretudo
aqueles de classes sociais desfavorecidas, também podem
ser pacientes que apresentam outras má-formações
associadas como anemia hipocrômica e hipoproteinemia;
Oclusão velofaringeana: diz respeito à fonação,
sobrecarga respiratória e circulatória que traz essa
incontinência(11,12)
.
Sabe-se que quanto mais cedo se fizer a intervenção,
melhores resultados serão alcançados, mas não tão cedo para
evitar iatrogenias morfológicas. Recomenda-se que a cirurgia
seja realizada entre 1 e 1,5 anos de idade, pois as estruturas
159
Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas
RBPS 2004; 17 (3) : 154-160
anatômicas estão mais identificáveis e a musculatura do palato
mais desenvolvida o que torna a cirurgia mais exeqüível, além
de ser a idade de aquisição da linguagem(2,3)
.
Os procedimentos empregados alongam o palato mole e
desnudam parcialmente o osso palatino, isso faz com que
todo reparo palatino tenha sido considerado muito prejudicial
aocrescimentomaxilar.Apartirdaí,em1983,Malek&Psaume
sugeriram dois tempos cirúrgicos. Assim, haveria uma
antecipação do reparo do palato mole para os 3 meses de
idade para permitir um bom funcionamento e desenvolvimento
fonético sem mecanismos compensatórios; e com 6 meses de
idade, o reparo do palato duro(5)
.
Por outro lado, o protocolo de Margburg, na Alemanha,
afirma que o adiamento do reparo do palato duro pelo menos
até os 13 anos diminui a deficiência basal da maxila dada pelo
retroposicionamento natural. Obturadores palatinos podem
ser confeccionados para separar a cavidade nasal da bucal
durante esse período(5,6)
.
ISABAL(13)
reportou um caso de fissura palatina completa
sem intervenção cirúrgica do palato duro até que se tivesse
segurança da estabilidade da oclusão dentária. Houve ainda
o fechamento espontâneo e natural do palato duro com 9
anos e meio de idade da paciente, mas sempre acompanhada
de um tratamento multidisciplinar.
O fechamento total do palato em um só tempo cirúrgico,
assim como a técnica usada contribui pobremente no
crescimento maxilar(5)
.
É comum em pacientes lábio-fissurados em que a fenda
palatina atravessa o processo alveolar, a persistência da
patologia como resultado de técnicas cirúrgicas deficientes.
Dessa forma, durante o crescimento maxilar, tem-se como
seqüela do tratamento uma comunicação buconasal. É
necessário incluir no tratamento integral acrescentando à
periostioplastia (desnudamento do palato e
retroposicionamento da mucosa palatina) a osteoplastia
(reconstrução alveolar com enxertos ósseos)(14)
.
O momento para a enxertia é entre 7 e 12 anos de idade,
fase em que ocorre a maior parte do crescimento maxilar. A
cirurgia no momento adequado implica em benefícios na
estética (base sólida para lábio e base nasal), bem como em
aspectos funcionais e anatômicos, levando ao fechamento
da fístula buconasal e estabilização da pré-maxila(15)
.
CONCLUSÕES
As técnicas cirúrgicas usadas para ocluir as fissuras
palatinas completas são extremamente variadas. Não apenas
se variam de um cirurgião para outro, mas também de um
paciente para outro, de acordo com as características de cada
fissura (pois cada uma é única) e estado geral do paciente,
que juntos ditam a complexidade do caso.
Muitas técnicas prescritas têm a pretensão de efetuar os
objetivos ideais do reparo da fissura palatina total, mas ainda
não surgiu um consenso entre profissionais sobre o método
ideal de reparo. Além disso, os métodos usados só podem
ser julgados quando o crescimento do indivíduo estiver
completo.
A falta de acordo é devido à dificuldade de acesso aos
novos valores e/ou modalidades de técnicas dado a uma
ausência de informações definitivas criadas por estudos
longitudinais bem controlados e à longo prazo, comparando
as variadas técnicas cirúrgicas existentes, e utilizando critérios
reproduzíveis e objetivos.
AGRADECIMENTOS:
Agradecimentos às professoras Izaíra Maria Bruno de
Figueiredo e Andréa Silva Walter de Aguiar por cederem o
material referente às pranchas de estudo.
REFERÊNCIAS
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São Paulo: Sarvier; 1997.
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15. Gil JN, Paiano GA, Dallagnol L, Domingos AM.
Reconstrução de fendas alveolares em pacientes
fissurados – Revisão de Literatura. Rev Ciênc Saúde 1995
Jan-Dez;14(1/2):118-28.
Endereço para correspondência:
Amanda de Lavor Bezerra
Rua José Vilar, 1312
Aptº 902, Aldeota.
E-mail: lavorzinha@hotmail.com.

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Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas

  • 1. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=40817309 Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Sistema de Información Científica Izaíra Maria Figueiredo Bruno, Amanda Bezerra de Lavor, Ana Carolina Marques Lima, Ísis Maria Rocha, Natália Monteiro Rocha Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas Revista Brasileira em Promoção da Saúde, vol. 17, núm. 3, 2004, pp. 154-160, Universidade de Fortaleza Brasil Como citar este artigo Fascículo completo Mais informações do artigo Site da revista Revista Brasileira em Promoção da Saúde, ISSN (Versão impressa): 1806-1222 rbps@unifor.br Universidade de Fortaleza Brasil www.redalyc.org Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto
  • 2. Artigo de revisão Izaíra Maria Bruno Figueiredo(1) AmandadeLavorBezerra(2) AnaCarolinaLimaMarques(2) Ísis Maria Rocha(2) NatáliaRochaMonteiro(2) 1) Cirurgiã-dentista, Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buço-Maxilo Faciais (UFC); Mestre e Doutora em Farmacologia (UFC) e Professora da Disciplina de Cirurgia Maxilo Facial (UNIFOR). 2) Cirurgiã-dentista (Unifor) Recebido em: 03/02/2004 Revisado em: 11/06/2004 Aceito em: 13/07/2004 TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FISSURAS PALATINAS COMPLETAS Surgical Treatment of Complete Cleft Palate RESUMO As fissuras palatinas são problemas médico-odontológico-sociais que se situam entre o 3º ou4ºdefeitocongênitomaisfreqüente.NoBrasil,dadossugeremaexistênciadeaproximadamente 180.000 fissurados. O presente estudo de revisão teve como objetivo descrever conhecimentos acerca das fissuras palatinas, técnicas cirúrgicas utilizadas como formas de tratamento, bem como a melhor época de intervenção e prognóstico esperado. O tratamento de fissuras palatinas completas propõe-se à correção da fissura e dos problemas a ela associados, devendo ser iniciado em idade prematura, podendo durar vários anos e nem sempre com garantia de sucesso. A partir deste estudo, conclui-se que existe um grande número de técnicas cirúrgicas, as quais variam conforme os cirurgiões que as executam, de acordo com o estado geral do paciente e com as características de cada fissura, que juntos ditam a complexidade do caso. Descritores: Fissura palatina; alvéolo dental, reconstrução alveolar. ABSTRACT The cleft palates are medical-dental-social problems that situate themselves between the third or fourth most frequent congenital defects. In Brazil, data suggest that there are approximately 180.000 fissure patients. This revision study aimed at describing the knowledge on cleft palates, surgical techniques used as means of treatment, as well as the best time for intervention and the expected prognosis. The treatment of complete cleft palate considers the correction of the cleft and the problems associated with it. The treatment begins in a premature age, and it can last for some years, the success not being always guaranteed. Through this study, it is concluded that there are a great number of surgical techniques, which vary in accordance with the professional that executes them, with the patient’s general health state and also with the characteris-tics of each fissure, which together determine the complexity of the case. Descriptors: Cleft Palate; Tooth Socket; Alveolar reconstrution; INTRODUÇÃO As fissuras palatinas são problemas médico-odonto-social que se situam entre o 3º e 4º defeito congênito mais freqüente, sendo que no Brasil, dados sugerem a existência de aproximadamente 180.000 fissurados. Seus portadores, além de grave problema estético, apresentam distúrbios funcionais, desde alimentação até fonação. Assim, se não forem tratados convenientemente e a tempo, esta deformidade causará também problemas de ordem psicológica ao portador(1) .
  • 3. 155 Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas RBPS 2004; 17 (3) : 154-160 As fissuras palatinas são deformidades congênitas ou adquiridas caracterizadas pela presença de fenda interrompendo a continuidade óssea e/ou mucosa da abóbada palatina, e situada em nível da tripeça formada pela articulação das duas hemiarcadas com o vômer(2) . É interessante ainda ressaltar que nas fissuras palatinas completas e totais, ou seja, aquelas que envolvem os palatos duro e mole, são atingidos o palato primário e secundário(3) , podendo ou não estar associadas às fissuras labiais. As fissuras palatinas associadas ou não às fissuras labiais podem interferir, de forma marcante, na vida dos pacientes no que se refere a alterações funcionais e estéticas, além de transtornos psicológicos(4) . A preocupação com a fonação, a oclusão e com o crescimento facial nos faz entender que, além da importância das propostas cirúrgicas, o tratamento multidisciplinar é fundamental,para uma possível resolução das deformidades, nummenortempoecomummínimodetraumaparaacriança(4) . Entretanto, a questão da época de intervenção, implica em divergências de opiniões. A preocupação com a fala pode sugerir a realização da palatoplastia no início da emissão da fonação(3,4) . Pacientes não operados na infância apresentam tendência ao prognatismo maxilar associado à protrusão da arcada dental superior e ao crescimento maxilar deficiente em relação aos pacientes operados em mais tenra idade. Além disso, pacientes com fissuras palatinas completas possuem corpo e ramo mandibulares pequenos e ângulo mandibular obtuso(5) . O tratamento cirúrgico das fendas palatinas tem como fulcro a atuação sobre a musculatura palatina. Inicialmente, busca-se o alongamento do palato ao mesmo tempo em que readapta o diafragma palatino a sua posição anatômica ideal. Desta forma, espera-se que haja um equilíbrio e restabelecimento para suprir carências morfológicas, fisiológicas e funcionais. A insistência na busca de um maior fechamento da fenda pode resultar em um palato cicatricial, endurecido e não funcionante. Salienta-se, portanto, a precisão requerida neste tipo de cirurgia, pois a manipulação de delicadas estruturas do palato mole em crianças de pequena faixa etária é mais difícil e possibilita cirurgias menos precisas(2) . CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS TÉCNICAS CIRÚRGICAS Os procedimentos operatórios para a palatoplastia são muito variados, visto que cada fissura é única. Elas variam em largura, extensão, quantidade de tecidos moles e duros disponíveis e extensão do palato(6) . O objetivo geral da cirurgia é fechar o palato duro com os tecidos moles adjacentes à fissura. Assim, descrevendo ao longo de um procedimento operatório as variadas características da fissura a qual o cirurgião pode-se defrontar e relacionada a estas particularidades, as várias técnicas que ele pode estar utilizando. O primeiro cuidado deve se garantir, em maior grau possível, a anti-sepsia do campo operatório, sendo cáries previamente obturadas e raízes dentárias inaproveitáveis extraídas(7) . O paciente é colocado na posição de Trendelenburg ou Rose. A cabeça fica hiper-extendida, prendendo-se os pés com laçadas de faixa de crepom que passa pela extremidade da mesa operatória e são fixadas sobre ela. Essa imobilização impede que o paciente escorregue em direção cefálica. O cirurgião senta-se à cabeceira da mesa, de forma que a cabeça do paciente fique praticamente apoiada sobre seu colo(2) . O procedimento deve ser realizado sob anestesia geral com entubação endotraqueal. Pode-se realizar infiltração local de xilocaína a 1% com adrenalina a 1/200.000. A dose de 4 a 6ml é suficiente para infiltração na mucosa do palato duro e de todo o palato mole(3,4) . A palatoplastia deve ser realizada em um ou dois tempos operatórios, um com o fechamento do palato duro e outra do palato mole, ou vice e versa. O palato duro é fechado apenas com tecido mole. Os tecidos moles são incisados ao longo da margem da fissura e dissecados dos processos palatinos até que seja possível sua aproximação sobre a fissura. Os tecidos moles que se estendem ao redor da margem da fissura variam em qualidade e quantidade. Alguns são atróficos e não-disponíveis para uso, como ocorre em fissuras largas. De acordo com a Técnica de Davies-Collen-Logan (Fig. 1.1 a 2.4), não só a mucosa da margem da fissura é utilizada para construir o assoalho nasal, mas também a mucosa palatina (Fig. 1.2 e 1.3).
  • 4. 156 RBPS 2004; 17 (3) : 154-160 Figueiredo IMB et al. Os tecidos moles, ao redor da fissura que forem saudáveis, prestam-se de pronto para a dissecção da sutura. Esse procedimento precisa freqüentemente de incisões relaxantes laterais próximas à dentição. Os tecidos moles são então firmemente suturados sobre a fissura, e aguardado cicatrizar. As áreas de osso expostas cicatrizam por segunda intenção. Quando é possível, Graziani (1995) recomenda o fechamento da fissura em duas camadas, sendo mucosa nasal, parede lateral e áreas septais do nariz suturadas por partes antes da sutura oral. Quando o vômer é longo e inserido ao processo palatino oposto à fissura, o retalho pode ser obtido dele e suturado aos tecidos palatinos do lado da fissura, como a Técnica de Campbell-Pichler(6) (Fig. 2.1 a 2.3). Fig. 1.1 - Incisões e descolamento Fig. 1.2 – Sutura / Incisão na extremidade anterior Fig. 1.3 – Descolamento anterior Fig. 1.4 - Suturas Fig. 1.1 a 1.4: Técnica de Davies/Collen/Logan: Prancha de estudo – Fendas Labiais e Palatinas
  • 5. 157 Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas RBPS 2004; 17 (3) : 154-160 Figura 2.1 a 2.3: Técnica de Campbell-Pichler: Prancha de estudo – Fendas Labiais e Palatina. Figura 3 – Técnica de Mesurier: Prancha de estudo – Fendas Labiais e Palatinas. Figura 3.1 – Incisões: Pterigomandibular, úvula. Figura 3.2 – Incisão originando retalhos pedunculados. Figura 3.3 – Descolamento da mucosa. Figura 3.4 – Sutura nasal, deslizamento dos retalhos. Figura 3.5 – Sutura mediana. Figura 3.6 e 4.7 – Pontos de contenção. Fig. 2.2 – Sutura 1/ Incisão 2/ Deslocamento 2 Fig. 2.1 – Marcação: Incisão/ Descolamento Fig. 2.3 – Sutura na linha média
  • 6. 158 RBPS 2004; 17 (3) : 154-160 Figueiredo IMB et al. O fechamento do palato mole é tecnicamente a operação mais difícil devido à iluminação, o acesso do lado oral, retração ou tecidos finos e atróficos. Para contornar essas dificuldades, o palato mole é sempre fechado em três camadas - nasal, muscular e oral - nessa ordem. As margens da fissura são incisadas desde a extremidade distal de úvula ou até a dobra palatofaríngea(paraalongaropalatomole)(Fig.2.1).Amucosa nasal é dissecada e suturada com a do lado oposto (Fig. 2.2). As inserções musculares são liberadas das inserções ósseas e suturadas com as do lado oposto (Fig. 2.3). Se a quantidade de tecido muscular for inadequada para reaproximar a musculatura na linha média, os processos hamulares pterigóides podem ser fraturados, liberando, assim, os músculos tensores do palato em direção à linha média – técnica preconizada por Furlow apud Lessa & Carreirão(6) . Os procedimentos de empurrar pra trás usados na técnica de Le Mesurier (Fig. 3),push-back, emW-Y(Wardill) e em forma de U (Dorrance e Brown) são bastante usados quando o palato mole é curto, assim o retalho mucoperiósteo do palato duro é incisado e levado de modo que todo o tecido mole se estenda posteriormente, aumentado o comprimento palatino(6,8) . A técnica cirúrgica ideal para a conduta da deformidade congênita da fissura palatina continua a ser uma fonte de grande controvérsia. Há quatro variáveis que devem ser observadas: o tipo de fissura e sua severidade, a técnica operatória, o tempo de reparo e a experiência do profissional. O ponto em comum refere-se ao paciente ter que ser bem operadodaprimeiravez,oqueiráinterferirnodesenvolvimento tardio maxilar e oclusal, sendo mais importante do que a técnica cirúrgica ou o tempo de intervenção(8-10) . A técnica de Veau, uma das mais utilizadas, é boa em princípio, mas na prática tem a desvantagem de ser feita com o fio metálico, em desacordo, portanto, com a delicadeza dos tecidos da região, além de apresentar o inconveniente da torcida ficar na linha mediana, no centro de uma cicatriz recente. Para evitar isso, pode-se utilizar para a sutura muscular um fio de seda, como preconiza Rebelo Neto(2,7) . Para uma melhor ilustração iremos relatar uma das técnicas mais conhecida e usada para fissurados completos: a Técnica de Veau. Além de diminuir o sangramento, sua finalidade primordial, a infiltração com xilocaína 0,25% e adrenalina 1:200.000 promove o ingurgitamento e a aproximação dos tecidos, facilitando a dissecção. É feita uma incisão paralela aos bordos da fenda, distante de 2 ou 3mm. No palato duro a incisão deve ser profunda, até o plano ósseo; no palato mole, o bisturi deve ser mantido de tal forma que a incisão não se limite à mucosa, mas penetre um pouco na musculatura do véu palatino. Esses milímetros que são removidos da mucosa serão beneficiados para a mucosa nasal, já que esta é fina, pouco extensível, de difícil deslocamento e presa a uma superfície óssea rígida. Faz-se o deslocamento da sutura da mucosa nasal com o nó invertido para o lado nasal o que irá diminuir as perdas sanguíneas. É importante que na região do palato mole sejam identificados os 3 planos: mucosas nasal e bucal e camada muscular(2,7) . Faz-se a marcação dos retalhos laterais, cujo prolongamento posterior vai depender da extensão da fenda e da dificuldade em fechá-la, mas ultrapassando sempre o último molar, ou extremo ósseo do palato. O deslocamento começa na extremidade posterior do processo alveolar e terminando no ângulo anterior da fissura(2,7) . Evitar incisar ou deslocar em direção à amígdala, devido à artéria faríngea ascendente e a própria carótida. Levantados os retalhos no plano subperiósteo, pode-se ver, em sua face profunda, a artéria palatina maior. Esse deslocamento é fácil quando se trata do palato duro, o que não ocorre na região de transição com o palato mole, considerando o ponto crítico, devido a inserção dos músculos e da mucosa, a tensão é máxima e de difícil liberação(2,3) . Procede-se então a sutura dos retalhos na linha média. Veau, para assegurar uma boa coaptação e imobilidade dos retalhos, preconizou a sutura muscular, que consiste em introduzir, por meio de uma agulha de Reverden, um fino fio metálico que circunscreve toda a massa muscular, como que abraçando-a e unindo as suas metades. A mucosa oral é suturada com pontos separados em “U”. Faz-se a sutura muscular com pontos simples e separados, cujos nós são apenas justos e não apertados. Faz-se o tamponamento com gaze iodo formada nas duas fendas laterais, desde que relativamente apertado, vai ser benéfico, pois empurra os tecidos em direção à linha mediana, aproximando ainda mais os bordos suturados, ajudando a evitar a tensão sobre a sutura(2,7) . Em relação à época de intervenção não devemos apenas considerar a idade do paciente, mas também fatores funcionais e individuais como: Saúde Geral do Paciente: normalmente são pacientes deficientes sob o ponto de vista nutricional, sobretudo aqueles de classes sociais desfavorecidas, também podem ser pacientes que apresentam outras má-formações associadas como anemia hipocrômica e hipoproteinemia; Oclusão velofaringeana: diz respeito à fonação, sobrecarga respiratória e circulatória que traz essa incontinência(11,12) . Sabe-se que quanto mais cedo se fizer a intervenção, melhores resultados serão alcançados, mas não tão cedo para evitar iatrogenias morfológicas. Recomenda-se que a cirurgia seja realizada entre 1 e 1,5 anos de idade, pois as estruturas
  • 7. 159 Tratamento cirúrgico de fissuras palatinas completas RBPS 2004; 17 (3) : 154-160 anatômicas estão mais identificáveis e a musculatura do palato mais desenvolvida o que torna a cirurgia mais exeqüível, além de ser a idade de aquisição da linguagem(2,3) . Os procedimentos empregados alongam o palato mole e desnudam parcialmente o osso palatino, isso faz com que todo reparo palatino tenha sido considerado muito prejudicial aocrescimentomaxilar.Apartirdaí,em1983,Malek&Psaume sugeriram dois tempos cirúrgicos. Assim, haveria uma antecipação do reparo do palato mole para os 3 meses de idade para permitir um bom funcionamento e desenvolvimento fonético sem mecanismos compensatórios; e com 6 meses de idade, o reparo do palato duro(5) . Por outro lado, o protocolo de Margburg, na Alemanha, afirma que o adiamento do reparo do palato duro pelo menos até os 13 anos diminui a deficiência basal da maxila dada pelo retroposicionamento natural. Obturadores palatinos podem ser confeccionados para separar a cavidade nasal da bucal durante esse período(5,6) . ISABAL(13) reportou um caso de fissura palatina completa sem intervenção cirúrgica do palato duro até que se tivesse segurança da estabilidade da oclusão dentária. Houve ainda o fechamento espontâneo e natural do palato duro com 9 anos e meio de idade da paciente, mas sempre acompanhada de um tratamento multidisciplinar. O fechamento total do palato em um só tempo cirúrgico, assim como a técnica usada contribui pobremente no crescimento maxilar(5) . É comum em pacientes lábio-fissurados em que a fenda palatina atravessa o processo alveolar, a persistência da patologia como resultado de técnicas cirúrgicas deficientes. Dessa forma, durante o crescimento maxilar, tem-se como seqüela do tratamento uma comunicação buconasal. É necessário incluir no tratamento integral acrescentando à periostioplastia (desnudamento do palato e retroposicionamento da mucosa palatina) a osteoplastia (reconstrução alveolar com enxertos ósseos)(14) . O momento para a enxertia é entre 7 e 12 anos de idade, fase em que ocorre a maior parte do crescimento maxilar. A cirurgia no momento adequado implica em benefícios na estética (base sólida para lábio e base nasal), bem como em aspectos funcionais e anatômicos, levando ao fechamento da fístula buconasal e estabilização da pré-maxila(15) . CONCLUSÕES As técnicas cirúrgicas usadas para ocluir as fissuras palatinas completas são extremamente variadas. Não apenas se variam de um cirurgião para outro, mas também de um paciente para outro, de acordo com as características de cada fissura (pois cada uma é única) e estado geral do paciente, que juntos ditam a complexidade do caso. Muitas técnicas prescritas têm a pretensão de efetuar os objetivos ideais do reparo da fissura palatina total, mas ainda não surgiu um consenso entre profissionais sobre o método ideal de reparo. Além disso, os métodos usados só podem ser julgados quando o crescimento do indivíduo estiver completo. A falta de acordo é devido à dificuldade de acesso aos novos valores e/ou modalidades de técnicas dado a uma ausência de informações definitivas criadas por estudos longitudinais bem controlados e à longo prazo, comparando as variadas técnicas cirúrgicas existentes, e utilizando critérios reproduzíveis e objetivos. AGRADECIMENTOS: Agradecimentos às professoras Izaíra Maria Bruno de Figueiredo e Andréa Silva Walter de Aguiar por cederem o material referente às pranchas de estudo. REFERÊNCIAS 1. Rezende JRV. Fundamentos da prótese bucomaxilofacial. São Paulo: Sarvier; 1997. 2. Lessa S, Carreirão S. Tratamento das fissuras lábio- palatinas. 2a ed. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. 3. Carreirão S, Pintanguy I. Tratamento da Fissura Palatina: Conceitos atuais. Rev Bras Cir 1989;79(6):325-33. 4. Altmann EBC. Fissuras labiopalatinas. 4a ed. Carapicuiba (SP): Pró-Fono; 1997. 5. Silva Filho OG, Calvano F,Assunção AG, CavassanAO. Craniofacial morphology in children with complete unilateral cleft lip and palate: a comparison of two surgical protocols.Angle Orthod 2001;71(4):274-84. 6. Peterson, LJ. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. 7. GrazianiM.Cirurgiabucomaxilofacial.8a ed.RiodeJaneiro: Guanabara Koogan; 1995. 8. Lin KY, Goldbrg D, Williams C, Borowitz K, Persing J, Edgerton M. Long-term outcome analysis of two treatments methods for cleft palate: combined levator retropositioning and pharyngeal flap versus double- opposing Z-Plasty. Cleft Palate Craniofac J 1999 Jan;36(1):73-78. 9. Salyer KE. Excellence in cleft lip and palate treatment: special editorial. J Craniofac Surg 2001 Jan;12(1): 2-5.
  • 8. 160 RBPS 2004; 17 (3) : 154-160 Figueiredo IMB et al. 10. Worthington P, Evans JR. Controversies in oral & maxillofacial surgery. Philadelphia (US): Editora WB Saunders; 1994. 11. Lofiego JL. Fissura palatina: avaliação, diagnóstico e tratamento fonoaudiológico. Rio de Janeiro: Revinter; 1992. 12. Nyström M.; Ranta R. Effect of timing and methods of clef palate repair on dental arches at the age of three years. Cleft Palate J 1990 Out;27(4): 349-52. 13. Isabal CF. Tratamiento de una fisura labioalveolopalatina unilateral completa sin cierre quirúrgico del paladar óseo. Ortodoncia1995;59(117):49-57. 14. Velázquez J, VonArx JP, Consoli NR. Periostioplastías e injertos en el cierre de las fissuras palatinas. Rev Asoc OdontolArgent 1998 Enero-Feb;86(1): 37-42. 15. Gil JN, Paiano GA, Dallagnol L, Domingos AM. Reconstrução de fendas alveolares em pacientes fissurados – Revisão de Literatura. Rev Ciênc Saúde 1995 Jan-Dez;14(1/2):118-28. Endereço para correspondência: Amanda de Lavor Bezerra Rua José Vilar, 1312 Aptº 902, Aldeota. E-mail: lavorzinha@hotmail.com.