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Cirurgia Plástica
Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da
Santa Casa de Misericórdia de
São José do Rio Preto
Regência : Dr. Valdemar Mano Sanches
Malformações Craniofaciais
• Dr .Brunno Rosique Lara
Introdução
• As fissuras crânio-faciais constituem anomalias
congênitas raras localizando-se em determinadas
linhas da face.
• Nas malformações faciais há uma pobre formação de
tecidos
Histórico
• 1732 :A primeira
descrição de fissura facial
oblíqua foi feita por von
Kulmus
• 1837 :Walter Dick ,na
Inglaterra , relatou um
caso de fissura facial
• Esses casos eram vistos
como monstros e eram
apresentados em circos :
Freak Shows
Histórico
• 1887: Morian relatou 36 casos de fissuras faciais e
dividiu em 3 grupos.
• A referência era o forame infraorbital :
• Tipo I( Fissura Oculonasal) , entre o Forame e a
linha média da Face
• • Tipo II : Pós Forame
• TipoIII: Outras
Histórico
• 1935: Davis descreveu 5 casos de coloboma de pálpebra
inferior com fissuras
• Colobomas de pálpebra são lesões congênitas
infreqüentes, caracterizadas por falhas no
desenvolvimento palpebral, com ausência de todos os
níveis de sua espessura: pele, tarso e conjuntiva, e cuja
extensão pode variar desde um simples entalhe até
praticamente toda a pálpebra.
Histórico
• 1962 : Harkins e associados,
através da American
Association of Cleft Palate
Rehabilitation (AACPR),
propuseram um sistema de
classificação : 1-
Fissura do Processo
Mandibular,
2- Fissura Naso-Ocular,
3-Fissura Oro-Ocular,
4- Fissura Oro-Aural.
• * Omitia fissuras medianas
Histórico
• 1966: Karfik propõem uma classificação embriológica:
• Grupo A – Deformidades Rinoencefálica
• Grupo B - Defromidades 1° e 2° Arcos
• Grupo C - Deformidades Orbitopalpebrais
• Grupo D - Deformidades Cranioencefálicas
• Grupo E - Deformidades Atípicas
Histórico
• 1968: Popescu relatou 14 fissuras faciais
• 1970 : Boo-Chais reconheceu as deficiências da
classificação da AACPR e subdividiu o grupo das
fissuras oro-oculares em Tipo I e II.
• Ao contrário das fissuras naso-oculares as oro-oculares
não violavam a abertura piriforme.
Histórico
• Tipo I a fissura começava no
lábio superior próximo ao
arco do cupido e seguia
lateralmente a asa do nariz,
terminando no terço médio da
pálpebra inferior.
• O tipo II começava próximo a
comissura labial, passava
lateralmente ao forâmen
infraorbitário e terminava
como um coloboma no terço
médio ou lateral da pálpebra
inferior.
Histórico
• Tessier em 1973
apresentou sua
classificação das
fissuras
craniofaciais.
● Nela a face é
dividida na linha
média, cada lado
da face é
considerado um
relógio de 14
horas( Zone
times)
Histórico
● O zero está na
região facial,
enquanto o 14
está na região
médio-craniana.
● Uma fissura 0
passa
diretamente
através do meio
do nariz, e uma
fissura 14 passa
através da sutura
nasofrontal e
região médio-
Histórico
Histórico
• Paul Louis Tessier, francês ,é considerado ``O Pai da
Cirurgia Craniofacial`´era cirurgião , ortopedista ,
otorrinolaringologista e oftalmologista
• Estudou amplamente a cirurgia da face com enfase em
malformações craniofaciais ,correção cirúrgica do
hipertelorismo e craniosinostoses usando as linhas de
fraturas de Le Fort como osteotomias
Histórico
●Estendendo-se lateralmente, as fissuras número 1, 2
e 3 passam através da abertura piriforme.
● As próximas três fissuras (4, 5 e 6) envolvem a
pálpebra inferior e podem ser facilmente lembradas
como os terços medial, médio e lateral da pálpebra
inferior.
●A fissura 7 está fora da pálpebra inferior e envolve
a comissura oral lateral.
Histórico
●Geralmente as fissuras
ocorrem em pares que
totalizam 14 (por exemplo 3 e
11).
●1978: Henry Kawamoto
escreveu o artigo “order out
of chaos” descrevendo com
minúcias as classificações de
Tessier e Karfik
Embriologia
• A embriogênese da face inicia entre a 4°. e a 9°.
semana de gestação, durante as quais o comprimento
crânio-caudal (CCC) do feto aumenta de 3,5 para
28mm.
• As alterações mais dramáticas no desenvolvimento
facial ocorrem no breve período entre 17 e 27mm de
CCC (7°. e 8°. semanas de gestação).
Embriologia
• A morfogênese do esqueleto craniofacial inicia com a
formação do osso esfenóide e suas extensões, e
continua com a formação da fossa craniana média e
anterior e a redução da distância interorbitária.
• A evolução continua com a união das duas metades
nasais e o desenvolvimento do complexo nasomaxilar,
o qual se expande para frente, e para baixo e
lateralmente.
• Em embriões com um CCC de 27mm o esqueleto está
completo com um alongamento do ramo mandibular, o
qual se adapta à formação do complexo nasomaxilar.
Embriologia
• As duas principais teorias para explicar a formação
das fissuras faciais, são:
• 1 – Falha de Fusão: Essa é a clássica teoria, proposta
por Dusty (1869) e His (1892), considera que a região
central da face é o local da união dos três finais dos
processos faciais.
• A face toma forma à medida que os vários processos
se fusionam. Após o contato epitelial ser estabelecido
por esses processos, a penetração pelo mesoderma
completa a fusão.
• A ruptura dessa seqüência resulta em formação de
fissuras.
Embriologia
• 2 – Migração e Penetração do Mesoderma: Essa
teoria, proposta por Pohlman (1910) e Veau e Politzer
(1936), considera que processos separados não são
encontrados na porção central da face; assim,
terminações livres dos processos faciais não existem.
• Ao contrário, a porção central da face é composta de
uma lâmina contínua de uma membrana bilaminada de
ectoderma, conhecida como placa primária, a qual é
demarcada por suturas epiteliais que delineiam os
“processos” principais. Dentro dessa camada dupla de
ectoderma, referida como parede epitelial, o mesênquima
migra e penetra para suavizar as suturas.
Embriologia
• Teoria recente : Van der Meulen
• Propõem que as fissuras na verdade eram displasias
resultado de insuficiente crescimento dos centros de
ossificação
• Nessa direção , Poswillo, em 1975, demonstrou que a
síndrome do 1° e 2° Arcos podem ser reproduzidas em
laboratório ,quando uma lesão na artéria estapédica era
produzida
Epidemiologia
• As malformações craniofaciais congênitas são pouco
freqüentes e apresentam grande variação fenotípica.
• A incidência exata de fissuras craniofaciais é
desconhecida.
• Estima-se que a incidência de fissuras faciais raras é
aproximadamente 1,4 a 5,1 casos/100.000 nascidos vivos.
• As mais freqüentes são as de lábio e palato com uma
incidência que varia de 1:680 a 1:2.000 nascidos vivos.
• A Microssomia Hemicraniofacial ( Síndrome do 1° e
2° arcos – fissura 7 de Tessier ) é a mais frequente
Etiologia
• A causa é desconhecida, as evidências em animais e
estudos clínicos sugerem uma etiologia multifatorial.
• Fatores como infecção com o vírus influenza A2,
infestação pelo protozoário da toxoplasmose, distúrbios
metabólicos maternos e exposição a componentes
teratogênicos, incluindo anticonvulsivantes,
antimetabólicos e agentes alquilantes, esteróides e
tranqüilizantes, podem ter um papel na etiopatogênese das
fissuras craniofaciais.
Fissura 0
•
● Linha Média da Face Fissura
● Grupo A – Karfik;
● Displasia internasal – van der Meulen;
● Holoprosencefalo – DeMyer;
• O defeito do lábio superior pode ser uma fissura
mediana verdadeira ou falsa.
• Na fissura verdadeira (descrita pela primeira vez por
Bechard em 1823) a divisão ocorre entre os processos
globulares, e na falsa fissura mediana não há formação
dos processos globulares (agenesia).
• A fissura sempre envolve toda a dimensão vertical do
lábio. O freio labial é freqüentemente duplicado, e um
largo diastema está presente entre os incisivos centrais.
Fissura 0
• O nariz é geralmente bífido e a
columela alargada. As narinas
são preservadas mas podem ser
assimétricas. As cartilagens
alares e as laterais superiores
estão deslocadas lateralmente e
são distorcidas e ou hipoplásicas.
• O septo é fino, duplicado ou
ausente. A fissura 0 continua no
crânio como fissura 14
• Em casos extremos o nariz está
totalmente ausente ou pode ser
representado por uma probócida.
Fissura 30
• As fissuras medianas do lábio inferior e da mandíbula,
coincidem com a extensão caudal da fissura 0, mas
foram classificadas por Tessier como N°. 30.
● Fissura Branquiogênica medial axial B – Karfik;
• Displasia intermandibular - van der Muelen;
● Fissuras do processo mandibular – AACPR;
Fissura 30
• A fissura do lábio inferior pode se limitar às partes
moles.
• Em sua forma mais branda, há apenas um entalhe no
lábio inferior.
• Porém o mais freqüente é que a fissura se estenda para
a sínfise mandibular.
• A porção anterior da língua é geralmente bífida
• A primeira descrição foi atribuída a Couronné (1819)
Fissura 1
• Fissura N°. 1 – Nos sistemas de
classificação anteriores estava
incluída nas fissuras medianas,
atualmente não.
• Displasia nasal Tipo 3 – van der
Muelen;
• Fissura axial A – Karfik;
• A fissura tem início na região do
arco do cupido, e passa através do
domo da narina.
• Continua superiormente com a
fissura 13.
• Geralmente apresenta
hipertelorismo orbital associado.
Fissura 2
• Fissura N°. 2 – Extremamente
rara.
• Quando presente no lábio recai
sobre a área de uma fissura labial
comum.
• A deformidade do terço médio da
margem da narina, é uma
característica única
• No lado afetado a o nariz é
achatado.
• Não atinge as pálpebras. A borda
medial da sobrancelha é
distorcida a medida que a fissura
continua na região frontal como
Fissura 3
• Atinge diretamente a
órbita. O primeiro caso foi
descrito por Morian (1887).
• Fissura Naso-ocular –
AACPR;
• Fissura para-axial do
Grupo A2 – Karfik;
• Displasia nasomaxilar –
van der Muelen
• Era denominada de Fissura
Facial Oblíqua
Fissura 3
• No lábio a fissura se comporta
como as anteriores (1 e 2),
porém, no nariz segue um
curso diferente, passando na
base da asa do nariz.
• Um coloboma da asa do nariz
representa uma expressão
suave da malformação
• Fissura n°.3 bilateral – A
fissura do lábio e do palato são
completas.
• A asa do nariz é deslocada
cefalicamente acima do canto
medial;
Fissura 4
• Fissura N°. 4 – Também
chamada de Melosquise.
Primeiro caso descrito em
1732 por Kulmus.
• Fissura oro-ocular –
AACPR;
• Fissura oro-ocular tipo I –
Boo-Chai;
• Fissura para-axial do
Grupo A – Karfik;
• Displasia maxilar medial –
van der Muelen;
Fissura 4
• A posição da fissura no lábio
superior difere das anteriores,
está localizada lateral ao arco do
cupido.
• Segue para a pálpebra inferior,
passando lateralmente a asa do
nariz e termina medial ao ponto
lacrimal.
• O canal e o saco nasolacrimal
não são acometidos, porém os
canalículos inferiores abrem-se
na fissura.
Fissura 5
• Fissura N°. 5 –
Fissura facial oblíqua.
• Fissura oro-ocular –
AACPR;
• Fissura oro-ocular
tipo II – Boo-Chai;
• Fissura oblíqua
verdadeira do Grupo E
– Karfik (distúrbios
faciais atípicos);
• Displasia maxilar
lateral – van der
Muelen;
Fissura 5
• Entre todas as fissuras faciais oblíquas, a n°. 5 é a
mais rara. ( 8 casos catalogados)
• Um quarto dos casos são unilaterais, outros 25% são
bilaterais e os 50% restante são associados com outras
fissuras no lado contralateral.
Fissura 5
• A fissura do lábio está posicionada medialmente a
comissura labial. Essa fissura cursa cefalicamente
através da porção lateral da bochecha até o terço médio
e lateral da pálpebra inferior.
• A distância entre a boca e a pálpebra inferior está
diminuída, e o lábio superior e a pálpebra inferior são
jogados um em direção ao outro. O olho pode ser
microftálmico. A porção alveolar da fissura encontra-se
posterior ao canino na região pré-molar.
• Ao contrário das anteriores a fissura 5 passa
lateralmente ao forâmen infraorbitário.
• Termina na órbita no terço médio da rima e do assoalho
orbitários. O conteúdo orbitário pode prolapsar para
dentro do seio maxilar.
Fissura 6
• Fissura N°. 6 – Forma
incompleta da síndrome de
Treacher Collins;
• Displasia maxilozigomática – van
der Muelen;
• As características externas dessa
malformação, são mais discretas do
que as da forma completa.
• As orelhas podem ser normais,
porém um déficit auditivo está
presente em quase todos os casos.
• O coloboma da pálpebra inferior
encontra-se entre os terços médio e
lateral.
Fissura 6
• A fissura passa lateralmente a
comissura labial em direção ao
ângulo da mandíbula.
• O osso zigomático está presente,
porém é hipoplásico.
• O arco zigomático está intacto.
• A fissura passa através da sutura
zigomático-maxilar.
• A falha não atinge os alvéolos,
mas uma área hipoplásica é
freqüente na região dos molares.
• O ângulo da mandíbula é mais
Fissura 7
• Fissura N°. 7 – Microssomia
hemifacial (síndrome do 1° e
2° arcos)
• Fissura oro-aural – AACPR;
• Deformidade branquiogênica
otocefálica lateral Grupo B –
Karfik;
• Displasia zigomático-temporal –
van der Muelen;
• É a fissura mais freqüente, sua
incidência ao nascimento é de 1
em 3000 nascidos vivos.
• É mais freqüente no sexo
Fissura 7
• A forma frustra pode
apresentar apenas uma leve
assimetria da face, mínima
deformidade da orelha
externa e anomalias ósseas
detectadas somente nos
exames radiográficos.
• O componente oral pode
variar desde um afilamento
da comissura até uma
fissura completa
estendendo-se até a orelha.
• Entretanto a fissura
raramente se estende além
da borda anterior do
Fissura 7
• Fissura 7= Microssomia Hemifacial
Displasia Facial Necrótica
Disostose Otomandibular
Displasia Aurículo-Branquiogênica
Hemignatia
Síndrome do 1° e 2° Arcos Branquiais
Fissura Transversa da Face
• Participa das Síndromes : Treacher -Collins
Weyer- Thier
Goldenhaar
Fissura 8
• Fissura N°. 8 –
Raramente é uma
malformação isolada.
• Continuação temporal da
fissura oro-lateral canthus
– AACPR;
• Fissura comissural das
deformidades oftálmico-
orbitais Grupo C – Karfik
• Displasia zigomático-
frontal – van der Muelen;
Fissura 8
• Inicia-se na comissura
lateral, da fissura
palpebral, e se estende
para a região temporal.
• O coloboma da comissura
lateral, geralmente é
ocupado por uma
dermatocele.
• O componente ósseo dessa
fissura encontra-se na
região da sutura fronto-
zigomática.
Síndrome de Treacher-Collins
• ouBerry ou Síndrome de Franceschetti-
Zwahlen-Klein: é um distúrbio do
desenvolvimento craniofacial de
herança autossômica dominante.
• Sua incidência é baixa, de
aproximadamente um nascimento em
cada 50 mil.
• A síndrome se caracteriza por várias
alterações na face: inclinações anti-
mongolóides das fendas palpebrais,
malformações da pálpebra inferior
(coloboma), hipoplasia (pouco
crescimento) do terço médio da face,
micrognatia e malformações das orelhas
Síndrome de Treacher-Collins
•
Micrognatia (mandíbula de dimensões inferiores ao
normal), sendo freqüente a ocorrência de palato
fendido e macrostomia (largura exagerada da boca);
Hipoplasia do pavilhão auditivo (microtia),
freqüentemente associada à atresia do canal auditivo e
malformação dos ossículos do ouvido médio, o que pode
resultar em surdez condutiva.
Síndrome de Treacher-Collins
•
Descrita pela primeira vez por THOMSON em 1846,
teve na abordagem de Treacher Collins em 1900 a
descrição dos seus componentes essenciais, tornando o
seu nome epônimo preferido pela literatura inglesa
• A incidência aproxima-se de 1:40.000 a 1:70.000 casos
por nascidos vivos, não existindo preferência por sexo
ou raça.
• A probabilidade de uma criança herdar a condição
quando um dos progenitores apresenta a síndrome é de
50%
•
Síndrome de Treacher-Collins
•
A patogenia básica dessa enfermidade sugerida por
FRANCESCHETTI E KLEIN em 1949 diz que a
deficiência ocorre durante a sétima semana de gestação,
quando os ossos faciais estão em formação e a ação
inibitória genética pode se processar
Fissura 9
• Fissura N°. 9 – Fissuras do
hemisfério superior da órbita.
• Displasia fronto-esfenoide – van
der Muelen;
• É encontrada no ângulo
superior lateral da rima orbitária
e do teto da órbita.
• A pálpebra está dividida no
terço lateral, assim como a
sobrancelha.
• A fissura atinge a linha do
cabelo na região temporal.
Fissura 10
• Fissura N°. 10 –
Extensão cranial da
fissura n°. 4;
• Displasia frontal – van
der Muelen;
• Localizada no terço
médio da órbita e da
pálpebra superior.
• Um coloboma está
presente no terço médio
da pálpebra.
• A fissura continua
através do terço médio da
sobrancelha e segue além
Fissura 10
• As estruturas ósseas estão
separadas na metade
superior da borda
orbitária, atingindo o teto
da órbita e osso frontal.
• Um encefalocele fronto-
orbital ocupa a falha
óssea.
• Também ocorre uma
rotação lateral inferior da
órbita, secundária à
fissura.
• Quando o deslocamento
é severo, produz
Fissura 11
• Fissura N°. 11 – Nunca
foi observada como uma
malformação isolada.
• Displasia frontal – van der
Muelen;
• Atravessa o terço médio
da linha do cabelo frontal.
• A fissura pode fazer dois
trajetos na região do
processo frontal da
maxila, quando ocorre
associada com a fissura
n°. 3.
Fissura 12
• Fissura N°. 12 – Equivale a
fissura n°. 2 no crânio.
• Geralmente apresenta
hipertelorismo.
• A sobrancelha é interrompida
lateralmente a borda medial.
• Na porção óssea a fissura passa
através do processo frontal da
maxila, ou entre essa estrutura e o
osso nasal.
• As células etmoidais estão
envolvidas e apresentam um
aumento de tamanho no sentido
transversal, o que justifica o
Fissura 13
• Fissura N°. 13 –
Extensão cranial da
fissura n°.1.
• A característica
principal dessa
fissura é o
alargamento do canal
olfatório e da placa
cribiforme.
• Quando ocorre
encefalocele
paramediana, a placa
cribiforme está
deslocada
Fissura 13
• Quando a fissura é
bilateral ocorrem
graus extremos de
hipertelorismo.
• Externamente a
fissura é marcada
pelo deslocamento
inferior da borda
medial da
sobrancelha.
• Não se observa
coloboma ou entalhe
do supercílio.
Fissura 14
• Fissura N°. 14 – Fissura da
Linha Média.
• Displasia interoftálmica
(holoprosencefalo) Displasia
frontonasoetmoidal
(hipertelorismo) – van der
Muelen;
• Similar ao componente facial
(fissura n°. 0), a fissura n°. 14
também pode ser produzida por
agenesia ou por excesso de tecido.
• Quando agenesia é a causa
básica, geralmente ocorre
hipotelorismo.
Fissura 14
• O crânio é microencefálico ou
ocasionalmente
trigonoencefálico.
• Pode ocorrer ausência total
das estruturas da linha média
da base do crânio,
permitindo às órbitas
convergirem na linha média
para formar uma massa,
como observada na ciclopia.
• As anomalias do sistema
nervoso central limitam o
recém nascido, e a expectativa
de vida é limitada a algumas
Fissura 14
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Cirurgia Plástica Malformações Craniofaciais

  • 1. Cirurgia Plástica Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto Regência : Dr. Valdemar Mano Sanches
  • 2. Malformações Craniofaciais • Dr .Brunno Rosique Lara
  • 3. Introdução • As fissuras crânio-faciais constituem anomalias congênitas raras localizando-se em determinadas linhas da face. • Nas malformações faciais há uma pobre formação de tecidos
  • 4. Histórico • 1732 :A primeira descrição de fissura facial oblíqua foi feita por von Kulmus • 1837 :Walter Dick ,na Inglaterra , relatou um caso de fissura facial • Esses casos eram vistos como monstros e eram apresentados em circos : Freak Shows
  • 5. Histórico • 1887: Morian relatou 36 casos de fissuras faciais e dividiu em 3 grupos. • A referência era o forame infraorbital : • Tipo I( Fissura Oculonasal) , entre o Forame e a linha média da Face • • Tipo II : Pós Forame • TipoIII: Outras
  • 6. Histórico • 1935: Davis descreveu 5 casos de coloboma de pálpebra inferior com fissuras • Colobomas de pálpebra são lesões congênitas infreqüentes, caracterizadas por falhas no desenvolvimento palpebral, com ausência de todos os níveis de sua espessura: pele, tarso e conjuntiva, e cuja extensão pode variar desde um simples entalhe até praticamente toda a pálpebra.
  • 7. Histórico • 1962 : Harkins e associados, através da American Association of Cleft Palate Rehabilitation (AACPR), propuseram um sistema de classificação : 1- Fissura do Processo Mandibular, 2- Fissura Naso-Ocular, 3-Fissura Oro-Ocular, 4- Fissura Oro-Aural. • * Omitia fissuras medianas
  • 8. Histórico • 1966: Karfik propõem uma classificação embriológica: • Grupo A – Deformidades Rinoencefálica • Grupo B - Defromidades 1° e 2° Arcos • Grupo C - Deformidades Orbitopalpebrais • Grupo D - Deformidades Cranioencefálicas • Grupo E - Deformidades Atípicas
  • 9. Histórico • 1968: Popescu relatou 14 fissuras faciais • 1970 : Boo-Chais reconheceu as deficiências da classificação da AACPR e subdividiu o grupo das fissuras oro-oculares em Tipo I e II. • Ao contrário das fissuras naso-oculares as oro-oculares não violavam a abertura piriforme.
  • 10. Histórico • Tipo I a fissura começava no lábio superior próximo ao arco do cupido e seguia lateralmente a asa do nariz, terminando no terço médio da pálpebra inferior. • O tipo II começava próximo a comissura labial, passava lateralmente ao forâmen infraorbitário e terminava como um coloboma no terço médio ou lateral da pálpebra inferior.
  • 11. Histórico • Tessier em 1973 apresentou sua classificação das fissuras craniofaciais. ● Nela a face é dividida na linha média, cada lado da face é considerado um relógio de 14 horas( Zone times)
  • 12. Histórico ● O zero está na região facial, enquanto o 14 está na região médio-craniana. ● Uma fissura 0 passa diretamente através do meio do nariz, e uma fissura 14 passa através da sutura nasofrontal e região médio-
  • 14.
  • 15.
  • 16. Histórico • Paul Louis Tessier, francês ,é considerado ``O Pai da Cirurgia Craniofacial`´era cirurgião , ortopedista , otorrinolaringologista e oftalmologista • Estudou amplamente a cirurgia da face com enfase em malformações craniofaciais ,correção cirúrgica do hipertelorismo e craniosinostoses usando as linhas de fraturas de Le Fort como osteotomias
  • 17. Histórico ●Estendendo-se lateralmente, as fissuras número 1, 2 e 3 passam através da abertura piriforme. ● As próximas três fissuras (4, 5 e 6) envolvem a pálpebra inferior e podem ser facilmente lembradas como os terços medial, médio e lateral da pálpebra inferior. ●A fissura 7 está fora da pálpebra inferior e envolve a comissura oral lateral.
  • 18. Histórico ●Geralmente as fissuras ocorrem em pares que totalizam 14 (por exemplo 3 e 11). ●1978: Henry Kawamoto escreveu o artigo “order out of chaos” descrevendo com minúcias as classificações de Tessier e Karfik
  • 19. Embriologia • A embriogênese da face inicia entre a 4°. e a 9°. semana de gestação, durante as quais o comprimento crânio-caudal (CCC) do feto aumenta de 3,5 para 28mm. • As alterações mais dramáticas no desenvolvimento facial ocorrem no breve período entre 17 e 27mm de CCC (7°. e 8°. semanas de gestação).
  • 20.
  • 21.
  • 22.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27. Embriologia • A morfogênese do esqueleto craniofacial inicia com a formação do osso esfenóide e suas extensões, e continua com a formação da fossa craniana média e anterior e a redução da distância interorbitária. • A evolução continua com a união das duas metades nasais e o desenvolvimento do complexo nasomaxilar, o qual se expande para frente, e para baixo e lateralmente. • Em embriões com um CCC de 27mm o esqueleto está completo com um alongamento do ramo mandibular, o qual se adapta à formação do complexo nasomaxilar.
  • 28.
  • 29. Embriologia • As duas principais teorias para explicar a formação das fissuras faciais, são: • 1 – Falha de Fusão: Essa é a clássica teoria, proposta por Dusty (1869) e His (1892), considera que a região central da face é o local da união dos três finais dos processos faciais. • A face toma forma à medida que os vários processos se fusionam. Após o contato epitelial ser estabelecido por esses processos, a penetração pelo mesoderma completa a fusão. • A ruptura dessa seqüência resulta em formação de fissuras.
  • 30.
  • 31. Embriologia • 2 – Migração e Penetração do Mesoderma: Essa teoria, proposta por Pohlman (1910) e Veau e Politzer (1936), considera que processos separados não são encontrados na porção central da face; assim, terminações livres dos processos faciais não existem. • Ao contrário, a porção central da face é composta de uma lâmina contínua de uma membrana bilaminada de ectoderma, conhecida como placa primária, a qual é demarcada por suturas epiteliais que delineiam os “processos” principais. Dentro dessa camada dupla de ectoderma, referida como parede epitelial, o mesênquima migra e penetra para suavizar as suturas.
  • 32.
  • 33. Embriologia • Teoria recente : Van der Meulen • Propõem que as fissuras na verdade eram displasias resultado de insuficiente crescimento dos centros de ossificação • Nessa direção , Poswillo, em 1975, demonstrou que a síndrome do 1° e 2° Arcos podem ser reproduzidas em laboratório ,quando uma lesão na artéria estapédica era produzida
  • 34. Epidemiologia • As malformações craniofaciais congênitas são pouco freqüentes e apresentam grande variação fenotípica. • A incidência exata de fissuras craniofaciais é desconhecida. • Estima-se que a incidência de fissuras faciais raras é aproximadamente 1,4 a 5,1 casos/100.000 nascidos vivos. • As mais freqüentes são as de lábio e palato com uma incidência que varia de 1:680 a 1:2.000 nascidos vivos. • A Microssomia Hemicraniofacial ( Síndrome do 1° e 2° arcos – fissura 7 de Tessier ) é a mais frequente
  • 35. Etiologia • A causa é desconhecida, as evidências em animais e estudos clínicos sugerem uma etiologia multifatorial. • Fatores como infecção com o vírus influenza A2, infestação pelo protozoário da toxoplasmose, distúrbios metabólicos maternos e exposição a componentes teratogênicos, incluindo anticonvulsivantes, antimetabólicos e agentes alquilantes, esteróides e tranqüilizantes, podem ter um papel na etiopatogênese das fissuras craniofaciais.
  • 36.
  • 37. Fissura 0 • ● Linha Média da Face Fissura ● Grupo A – Karfik; ● Displasia internasal – van der Meulen; ● Holoprosencefalo – DeMyer; • O defeito do lábio superior pode ser uma fissura mediana verdadeira ou falsa. • Na fissura verdadeira (descrita pela primeira vez por Bechard em 1823) a divisão ocorre entre os processos globulares, e na falsa fissura mediana não há formação dos processos globulares (agenesia). • A fissura sempre envolve toda a dimensão vertical do lábio. O freio labial é freqüentemente duplicado, e um largo diastema está presente entre os incisivos centrais.
  • 38.
  • 39. Fissura 0 • O nariz é geralmente bífido e a columela alargada. As narinas são preservadas mas podem ser assimétricas. As cartilagens alares e as laterais superiores estão deslocadas lateralmente e são distorcidas e ou hipoplásicas. • O septo é fino, duplicado ou ausente. A fissura 0 continua no crânio como fissura 14 • Em casos extremos o nariz está totalmente ausente ou pode ser representado por uma probócida.
  • 40. Fissura 30 • As fissuras medianas do lábio inferior e da mandíbula, coincidem com a extensão caudal da fissura 0, mas foram classificadas por Tessier como N°. 30. ● Fissura Branquiogênica medial axial B – Karfik; • Displasia intermandibular - van der Muelen; ● Fissuras do processo mandibular – AACPR;
  • 41. Fissura 30 • A fissura do lábio inferior pode se limitar às partes moles. • Em sua forma mais branda, há apenas um entalhe no lábio inferior. • Porém o mais freqüente é que a fissura se estenda para a sínfise mandibular. • A porção anterior da língua é geralmente bífida • A primeira descrição foi atribuída a Couronné (1819)
  • 42. Fissura 1 • Fissura N°. 1 – Nos sistemas de classificação anteriores estava incluída nas fissuras medianas, atualmente não. • Displasia nasal Tipo 3 – van der Muelen; • Fissura axial A – Karfik; • A fissura tem início na região do arco do cupido, e passa através do domo da narina. • Continua superiormente com a fissura 13. • Geralmente apresenta hipertelorismo orbital associado.
  • 43.
  • 44. Fissura 2 • Fissura N°. 2 – Extremamente rara. • Quando presente no lábio recai sobre a área de uma fissura labial comum. • A deformidade do terço médio da margem da narina, é uma característica única • No lado afetado a o nariz é achatado. • Não atinge as pálpebras. A borda medial da sobrancelha é distorcida a medida que a fissura continua na região frontal como
  • 45.
  • 46. Fissura 3 • Atinge diretamente a órbita. O primeiro caso foi descrito por Morian (1887). • Fissura Naso-ocular – AACPR; • Fissura para-axial do Grupo A2 – Karfik; • Displasia nasomaxilar – van der Muelen • Era denominada de Fissura Facial Oblíqua
  • 47. Fissura 3 • No lábio a fissura se comporta como as anteriores (1 e 2), porém, no nariz segue um curso diferente, passando na base da asa do nariz. • Um coloboma da asa do nariz representa uma expressão suave da malformação • Fissura n°.3 bilateral – A fissura do lábio e do palato são completas. • A asa do nariz é deslocada cefalicamente acima do canto medial;
  • 48.
  • 49. Fissura 4 • Fissura N°. 4 – Também chamada de Melosquise. Primeiro caso descrito em 1732 por Kulmus. • Fissura oro-ocular – AACPR; • Fissura oro-ocular tipo I – Boo-Chai; • Fissura para-axial do Grupo A – Karfik; • Displasia maxilar medial – van der Muelen;
  • 50. Fissura 4 • A posição da fissura no lábio superior difere das anteriores, está localizada lateral ao arco do cupido. • Segue para a pálpebra inferior, passando lateralmente a asa do nariz e termina medial ao ponto lacrimal. • O canal e o saco nasolacrimal não são acometidos, porém os canalículos inferiores abrem-se na fissura.
  • 51.
  • 52. Fissura 5 • Fissura N°. 5 – Fissura facial oblíqua. • Fissura oro-ocular – AACPR; • Fissura oro-ocular tipo II – Boo-Chai; • Fissura oblíqua verdadeira do Grupo E – Karfik (distúrbios faciais atípicos); • Displasia maxilar lateral – van der Muelen;
  • 53. Fissura 5 • Entre todas as fissuras faciais oblíquas, a n°. 5 é a mais rara. ( 8 casos catalogados) • Um quarto dos casos são unilaterais, outros 25% são bilaterais e os 50% restante são associados com outras fissuras no lado contralateral.
  • 54. Fissura 5 • A fissura do lábio está posicionada medialmente a comissura labial. Essa fissura cursa cefalicamente através da porção lateral da bochecha até o terço médio e lateral da pálpebra inferior. • A distância entre a boca e a pálpebra inferior está diminuída, e o lábio superior e a pálpebra inferior são jogados um em direção ao outro. O olho pode ser microftálmico. A porção alveolar da fissura encontra-se posterior ao canino na região pré-molar. • Ao contrário das anteriores a fissura 5 passa lateralmente ao forâmen infraorbitário. • Termina na órbita no terço médio da rima e do assoalho orbitários. O conteúdo orbitário pode prolapsar para dentro do seio maxilar.
  • 55. Fissura 6 • Fissura N°. 6 – Forma incompleta da síndrome de Treacher Collins; • Displasia maxilozigomática – van der Muelen; • As características externas dessa malformação, são mais discretas do que as da forma completa. • As orelhas podem ser normais, porém um déficit auditivo está presente em quase todos os casos. • O coloboma da pálpebra inferior encontra-se entre os terços médio e lateral.
  • 56. Fissura 6 • A fissura passa lateralmente a comissura labial em direção ao ângulo da mandíbula. • O osso zigomático está presente, porém é hipoplásico. • O arco zigomático está intacto. • A fissura passa através da sutura zigomático-maxilar. • A falha não atinge os alvéolos, mas uma área hipoplásica é freqüente na região dos molares. • O ângulo da mandíbula é mais
  • 57. Fissura 7 • Fissura N°. 7 – Microssomia hemifacial (síndrome do 1° e 2° arcos) • Fissura oro-aural – AACPR; • Deformidade branquiogênica otocefálica lateral Grupo B – Karfik; • Displasia zigomático-temporal – van der Muelen; • É a fissura mais freqüente, sua incidência ao nascimento é de 1 em 3000 nascidos vivos. • É mais freqüente no sexo
  • 58. Fissura 7 • A forma frustra pode apresentar apenas uma leve assimetria da face, mínima deformidade da orelha externa e anomalias ósseas detectadas somente nos exames radiográficos. • O componente oral pode variar desde um afilamento da comissura até uma fissura completa estendendo-se até a orelha. • Entretanto a fissura raramente se estende além da borda anterior do
  • 59.
  • 60. Fissura 7 • Fissura 7= Microssomia Hemifacial Displasia Facial Necrótica Disostose Otomandibular Displasia Aurículo-Branquiogênica Hemignatia Síndrome do 1° e 2° Arcos Branquiais Fissura Transversa da Face • Participa das Síndromes : Treacher -Collins Weyer- Thier Goldenhaar
  • 61. Fissura 8 • Fissura N°. 8 – Raramente é uma malformação isolada. • Continuação temporal da fissura oro-lateral canthus – AACPR; • Fissura comissural das deformidades oftálmico- orbitais Grupo C – Karfik • Displasia zigomático- frontal – van der Muelen;
  • 62. Fissura 8 • Inicia-se na comissura lateral, da fissura palpebral, e se estende para a região temporal. • O coloboma da comissura lateral, geralmente é ocupado por uma dermatocele. • O componente ósseo dessa fissura encontra-se na região da sutura fronto- zigomática.
  • 63. Síndrome de Treacher-Collins • ouBerry ou Síndrome de Franceschetti- Zwahlen-Klein: é um distúrbio do desenvolvimento craniofacial de herança autossômica dominante. • Sua incidência é baixa, de aproximadamente um nascimento em cada 50 mil. • A síndrome se caracteriza por várias alterações na face: inclinações anti- mongolóides das fendas palpebrais, malformações da pálpebra inferior (coloboma), hipoplasia (pouco crescimento) do terço médio da face, micrognatia e malformações das orelhas
  • 64. Síndrome de Treacher-Collins • Micrognatia (mandíbula de dimensões inferiores ao normal), sendo freqüente a ocorrência de palato fendido e macrostomia (largura exagerada da boca); Hipoplasia do pavilhão auditivo (microtia), freqüentemente associada à atresia do canal auditivo e malformação dos ossículos do ouvido médio, o que pode resultar em surdez condutiva.
  • 65. Síndrome de Treacher-Collins • Descrita pela primeira vez por THOMSON em 1846, teve na abordagem de Treacher Collins em 1900 a descrição dos seus componentes essenciais, tornando o seu nome epônimo preferido pela literatura inglesa • A incidência aproxima-se de 1:40.000 a 1:70.000 casos por nascidos vivos, não existindo preferência por sexo ou raça. • A probabilidade de uma criança herdar a condição quando um dos progenitores apresenta a síndrome é de 50% •
  • 66. Síndrome de Treacher-Collins • A patogenia básica dessa enfermidade sugerida por FRANCESCHETTI E KLEIN em 1949 diz que a deficiência ocorre durante a sétima semana de gestação, quando os ossos faciais estão em formação e a ação inibitória genética pode se processar
  • 67. Fissura 9 • Fissura N°. 9 – Fissuras do hemisfério superior da órbita. • Displasia fronto-esfenoide – van der Muelen; • É encontrada no ângulo superior lateral da rima orbitária e do teto da órbita. • A pálpebra está dividida no terço lateral, assim como a sobrancelha. • A fissura atinge a linha do cabelo na região temporal.
  • 68. Fissura 10 • Fissura N°. 10 – Extensão cranial da fissura n°. 4; • Displasia frontal – van der Muelen; • Localizada no terço médio da órbita e da pálpebra superior. • Um coloboma está presente no terço médio da pálpebra. • A fissura continua através do terço médio da sobrancelha e segue além
  • 69. Fissura 10 • As estruturas ósseas estão separadas na metade superior da borda orbitária, atingindo o teto da órbita e osso frontal. • Um encefalocele fronto- orbital ocupa a falha óssea. • Também ocorre uma rotação lateral inferior da órbita, secundária à fissura. • Quando o deslocamento é severo, produz
  • 70. Fissura 11 • Fissura N°. 11 – Nunca foi observada como uma malformação isolada. • Displasia frontal – van der Muelen; • Atravessa o terço médio da linha do cabelo frontal. • A fissura pode fazer dois trajetos na região do processo frontal da maxila, quando ocorre associada com a fissura n°. 3.
  • 71. Fissura 12 • Fissura N°. 12 – Equivale a fissura n°. 2 no crânio. • Geralmente apresenta hipertelorismo. • A sobrancelha é interrompida lateralmente a borda medial. • Na porção óssea a fissura passa através do processo frontal da maxila, ou entre essa estrutura e o osso nasal. • As células etmoidais estão envolvidas e apresentam um aumento de tamanho no sentido transversal, o que justifica o
  • 72. Fissura 13 • Fissura N°. 13 – Extensão cranial da fissura n°.1. • A característica principal dessa fissura é o alargamento do canal olfatório e da placa cribiforme. • Quando ocorre encefalocele paramediana, a placa cribiforme está deslocada
  • 73. Fissura 13 • Quando a fissura é bilateral ocorrem graus extremos de hipertelorismo. • Externamente a fissura é marcada pelo deslocamento inferior da borda medial da sobrancelha. • Não se observa coloboma ou entalhe do supercílio.
  • 74. Fissura 14 • Fissura N°. 14 – Fissura da Linha Média. • Displasia interoftálmica (holoprosencefalo) Displasia frontonasoetmoidal (hipertelorismo) – van der Muelen; • Similar ao componente facial (fissura n°. 0), a fissura n°. 14 também pode ser produzida por agenesia ou por excesso de tecido. • Quando agenesia é a causa básica, geralmente ocorre hipotelorismo.
  • 75. Fissura 14 • O crânio é microencefálico ou ocasionalmente trigonoencefálico. • Pode ocorrer ausência total das estruturas da linha média da base do crânio, permitindo às órbitas convergirem na linha média para formar uma massa, como observada na ciclopia. • As anomalias do sistema nervoso central limitam o recém nascido, e a expectativa de vida é limitada a algumas

Notas do Editor

  1. : battle casualtis stimulates reconstruction for missing bone and soft tissue of face. resembling congenital facial deformities, correction attempt since 1940 and 50s
  2. 1. large segments of facial and cranial skeleton can be completely denuded of their blood supply, repositioned and survived well 2. eyes can be translocated horizontally or verically over a considerable distance without impairing the vision.