SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto
Chefia : Dr. Valdemar Mano Sanches
Dr Brunno Rosique Lara
Trauma de Face
FRATURAS DE MAXILA
A maxila é formada pela junção de dois componentes ósseos, irregulares, em forma de pirâmide.
Contribui para formação do terço médio da face, parte da órbita, nariz, e palato, e no seu interior forma o seio
maxilar. O processo frontal da maxila suporta os ossos e cartilagens nasais.
A maxila consiste emum corpo e quatro processos: frontal, zigomático, palatino, e alveolar.
Os nervos para os
dentes passamatravés da parede
anterior do osso, e o nervo
infra-orbital passa através do
canal infraorbital da maxila para
suprir os tecidos do lábio
superior e porção lateral do
nariz. A mucosa sobre o osso
palatino e a mucosa sobre o
palato mole são inervadas pelos
ramos palatinos da segunda
divisão do nervo trigêmio, que
passa através do canal palatino
entre a maxila e os ossos do
palato.
As fraturas da maxila
são geralmente causadas por
impacto direto, e variam de uma
simples fratura alveolar até
fraturas extensas de todo o terço médio da face.
A contração muscular não provoca deslocamento dos segmentos fraturados da maxila.
Os estudos de Le Fort (1901) determinou as áreas de fraqueza da maxila, e originou a classificação
de Le Fort:
Le Fort I (Fraturas transversas) – Fraturas em nível acima do ápice dos dentes, inclui os processos
alveolares, o palato e os processos pterigóides, em um único bloco. Também conhecida como fratura de
Guérin.
Le Fort II (Fratura piramidal) – Ocorre através da porção fina do processo frontal, estendendo-se
lateralmente pelo osso lacrimal, assoalho da órbita, linha de sutura zigomático-maxilar, e placa pterigóide.
Geralmente apresenta deslocamento posterior significativo, podendo estarassociada à lesão do septo e da área
etmoidal.
Le Fort III (disjunção craniofacial) – Ocorre quando a fratura estende-se através das suturas
zigomáticofrontal e nasofrontal, atravessando a órbita e efetuando a separação completa das estruturas do
terço médio da face.
Fraturas Verticais
Geralmente atinge apenas um lado da maxila.
Freqüentemente associadas com outras fraturas da
maxila. O deslocamento depende da direção e da
intensidade da força.
Diagnóstico
Inspeção: epistaxe, equimoses periorbitais, de conjuntiva e de esclera, edema e hematoma
subcutâneo, são sugestivos de fraturas da área nasal e maxilar. No exame intraoral lacerações de mucosa no
palato e no vestíbulo labial são indicativos de fratura.
Palpação: a palpação simultânea bilateral pode demonstrar um defeito em degrau na sutura
zigomáticomaxilar, indicando fratura do tipo piramidal. A palpação intraoral pode revelar fraturas da porção
anterior da maxila ou de segmentos do osso alveolar. Fraturas na junção da maxila com o zigoma podem ser
detectadas pela palpação digital da rima inferior da órbita.
Rinorréia e Otorréia: indica a presença de fístula liquórica.
Mal-oclusão: com a mandíbula intacta, é altamente sugestiva de fratura da maxila. Em casos de
disjunção craniofacial a oclusão pode estar normal.
Tratamento
Le Fort I e II: nos casos em que existe uma dentição adequada e a mandíbula está integra, essas
fraturas podem ser tratadas com fixação intermaxilar e suspenção com fios de aço fixados internamente na
primeira estrutura sólida imediatamente acima da fratura.
Le Fort II e III: são abordadas através de incisões cutâneas e intraorais comacesso direto ao foco da
fratura e fixação com fios de aço ou miniplacas. Em alguns casos pode ser necessário o acesso intracraniano.
Fraturas em Maxila Desdentada:são menos freqüentes, pois a ausência dos dentes,através dos quais
as forças são transmitidas, funciona como mecanismo de proteção. Dentaduras também dão proteção contra
fraturas, absorvendo as forças traumáticas.
Fraturas com pequeno deslocamento, causando deformidade facial discreta, é tratada de modo
conservador. Uma nova dentadura é confeccionada após três semanas para melhor acomodação.
Em casos de deslocamentos maiores, que resultam em deformidades do terço médio da face, a
fratura deve ser tratada cirurgicamente.
Complicações
Precoces: Hemorragia
Obstrução das Vias Aéreas
Infecção
Cegueira
Tardias: Não União
Má União
Obstrução do Sistema Lacrimal
FRATURAS DE ÓRBITA
Fratura “Blow-Out” (Converse e Smith – 1957)
Fratura do assoalho orbitário sem acometimento das margens, causada por um aumento da pressão
intra-orbitária por ação direta de um objeto rombo.
Há escape da gordura orbital para dentro da cavidade sinusal através da ruptura do assoalho e lâmina
orbital do etmóide, diminuindo a pressão e evitando a ruptura do globo ocular.
Indicações de cirurgia:
1- limitação da força de rotação do globo ocular;
2- evidência radiológica;
3- enoftalmo.
Fraturas da Parede Medial
Ocorrem usualmente em conjunto a uma fratura do assoalho da órbita ou fratura naso-orbital.
Os principais sintomas são enoftalmo, diplopia horizontal com restrição da abdução, e piora da
enoftalmia durante a abdução.
A associação comfraturas do assoalho da órbita chegama 50% dos casos.
O tratamento depende dos achados clínicos e radiológicos. Quando há indicação cirúrgica realiza-se
a exposição da parede medial da órbita e a liberação do músculo reto medial, quando este se encontra preso na
fratura, e dependendo da severidade da lesão enxerto ósseo primário.
Fraturas da Parede Lateral
A parede lateral é constituída por uma porção anterior formada pela forte rima frontozigomática e
uma posterior formada pelo processo orbital da asa maior do esfenóide.
As fraturas nessa área estão freqüentemente associadas a traumatismos severos da área zigomática,
com disjunção frontozigomática e deslocamento para baixo da porção lateral do assoalho da órbita. O canto
lateral é desviado inferiormente, com ectrópio da pálpebra inferior. Nesses casos, o globo ocular sofre lesões
variáveis, e perda da visão não é infrequente.
Fraturas do Teto da Órbita
La Grange (1918), em sua monografia, mostrou que a fina porção medial do teto da órbita sofre
fratura e deslocamento em sua parte posterior na região da fissura orbital superior e forâmen óptico.
Fraturas nessa localização podemcausar a síndrome da fissura orbitária superior:
1- Ptose palpebral;
2- Proptose do globo
3- Paralisia dos músculos extraoculares;
4- Anestesia do território da primeira divisão do NC V;
As fraturas do teto da órbita usualmente ocorrem em conjunto com as fraturas do osso frontal e da
rima superior. Nesses casos a tróclea pode estar deslocada ocorrendo diplopia.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Trauma de Face IV- Fratura de Orbita e Maxila

Anatomia Cirúrgica da Face
Anatomia Cirúrgica da FaceAnatomia Cirúrgica da Face
Anatomia Cirúrgica da FaceBrunno Rosique
 
Malformações Craniofaciais
Malformações CraniofaciaisMalformações Craniofaciais
Malformações CraniofaciaisBrunno Rosique
 
Fraturas supracondilianas
Fraturas supracondilianas Fraturas supracondilianas
Fraturas supracondilianas Diego Félix
 
Fraturas supracondilianas Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Fraturas supracondilianas Dr Omar Mohamad M. Abdallah Fraturas supracondilianas Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Fraturas supracondilianas Dr Omar Mohamad M. Abdallah Omar Mohamad Abdallah
 
ANATOMIA E FRATURA MANDIBULAR
ANATOMIA E FRATURA MANDIBULARANATOMIA E FRATURA MANDIBULAR
ANATOMIA E FRATURA MANDIBULARBrunno Rosique
 
Fraturas mandibulares e terço médio
Fraturas mandibulares e terço médioFraturas mandibulares e terço médio
Fraturas mandibulares e terço médioprofguilhermeterra
 
Trauma de Face - Radiografia e Exame Clínico.
Trauma de Face - Radiografia e Exame Clínico.Trauma de Face - Radiografia e Exame Clínico.
Trauma de Face - Radiografia e Exame Clínico.Brunno Rosique
 
TRAUMATISMOS OSSEOS
TRAUMATISMOS OSSEOSTRAUMATISMOS OSSEOS
TRAUMATISMOS OSSEOSjoelbm
 
Fraturas denominações específicas I
Fraturas denominações específicas IFraturas denominações específicas I
Fraturas denominações específicas IDébora Souto
 
Fracturas - Generalidades.pptx
Fracturas - Generalidades.pptxFracturas - Generalidades.pptx
Fracturas - Generalidades.pptxBernabManuelTepa
 
Prova 2005 Cirurgia Plástica
Prova 2005 Cirurgia Plástica Prova 2005 Cirurgia Plástica
Prova 2005 Cirurgia Plástica Brunno Rosique
 
Fissura Labial Unilateral
Fissura Labial UnilateralFissura Labial Unilateral
Fissura Labial UnilateralBrunno Rosique
 

Semelhante a Trauma de Face IV- Fratura de Orbita e Maxila (20)

Anatomia Cirúrgica da Face
Anatomia Cirúrgica da FaceAnatomia Cirúrgica da Face
Anatomia Cirúrgica da Face
 
Malformações Craniofaciais
Malformações CraniofaciaisMalformações Craniofaciais
Malformações Craniofaciais
 
Fraturas supracondilianas
Fraturas supracondilianas Fraturas supracondilianas
Fraturas supracondilianas
 
Fraturas supracondilianas Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Fraturas supracondilianas Dr Omar Mohamad M. Abdallah Fraturas supracondilianas Dr Omar Mohamad M. Abdallah
Fraturas supracondilianas Dr Omar Mohamad M. Abdallah
 
ANATOMIA E FRATURA MANDIBULAR
ANATOMIA E FRATURA MANDIBULARANATOMIA E FRATURA MANDIBULAR
ANATOMIA E FRATURA MANDIBULAR
 
Fraturas mandibulares e terço médio
Fraturas mandibulares e terço médioFraturas mandibulares e terço médio
Fraturas mandibulares e terço médio
 
Trauma de Face - Radiografia e Exame Clínico.
Trauma de Face - Radiografia e Exame Clínico.Trauma de Face - Radiografia e Exame Clínico.
Trauma de Face - Radiografia e Exame Clínico.
 
Conceitos em ortopedia
Conceitos em ortopediaConceitos em ortopedia
Conceitos em ortopedia
 
Anatomia radiológica
Anatomia radiológicaAnatomia radiológica
Anatomia radiológica
 
Artroplastia pri ma ria do quadril
Artroplastia pri ma ria do quadrilArtroplastia pri ma ria do quadril
Artroplastia pri ma ria do quadril
 
Fraturas em Idade Pediatrica
Fraturas em Idade PediatricaFraturas em Idade Pediatrica
Fraturas em Idade Pediatrica
 
122090533 revistapodologia-com-004pt
122090533 revistapodologia-com-004pt122090533 revistapodologia-com-004pt
122090533 revistapodologia-com-004pt
 
TRAUMATISMOS OSSEOS
TRAUMATISMOS OSSEOSTRAUMATISMOS OSSEOS
TRAUMATISMOS OSSEOS
 
Fraturas denominações específicas I
Fraturas denominações específicas IFraturas denominações específicas I
Fraturas denominações específicas I
 
Dentes inclusos
Dentes inclusosDentes inclusos
Dentes inclusos
 
Fracturas - Generalidades.pptx
Fracturas - Generalidades.pptxFracturas - Generalidades.pptx
Fracturas - Generalidades.pptx
 
Lesoes osseas
Lesoes osseas Lesoes osseas
Lesoes osseas
 
Prova 2005 Cirurgia Plástica
Prova 2005 Cirurgia Plástica Prova 2005 Cirurgia Plástica
Prova 2005 Cirurgia Plástica
 
Fraturas de tibia e fibula proximais
Fraturas de tibia e fibula proximaisFraturas de tibia e fibula proximais
Fraturas de tibia e fibula proximais
 
Fissura Labial Unilateral
Fissura Labial UnilateralFissura Labial Unilateral
Fissura Labial Unilateral
 

Mais de Brunno Rosique

Mais de Brunno Rosique (20)

Anestesia Ambulatorial
Anestesia Ambulatorial Anestesia Ambulatorial
Anestesia Ambulatorial
 
Onfaloplastia.pdf
Onfaloplastia.pdfOnfaloplastia.pdf
Onfaloplastia.pdf
 
Tumores cutâneos.ppt
Tumores cutâneos.pptTumores cutâneos.ppt
Tumores cutâneos.ppt
 
Lipoabdominoplastia
Lipoabdominoplastia Lipoabdominoplastia
Lipoabdominoplastia
 
Abdominoplastia.doc
Abdominoplastia.docAbdominoplastia.doc
Abdominoplastia.doc
 
ABDOMINOPLASTY.ppt
ABDOMINOPLASTY.pptABDOMINOPLASTY.ppt
ABDOMINOPLASTY.ppt
 
Abdominoplastia
 Abdominoplastia  Abdominoplastia
Abdominoplastia
 
Lipoabdominoplastia - Técnica Saldanha
Lipoabdominoplastia - Técnica SaldanhaLipoabdominoplastia - Técnica Saldanha
Lipoabdominoplastia - Técnica Saldanha
 
Excisão Fusiforme.PDF
Excisão Fusiforme.PDFExcisão Fusiforme.PDF
Excisão Fusiforme.PDF
 
CBC com Margem.pdf
CBC com Margem.pdfCBC com Margem.pdf
CBC com Margem.pdf
 
Guia de Neoplasia de Pele
Guia de Neoplasia de Pele Guia de Neoplasia de Pele
Guia de Neoplasia de Pele
 
CARCINOMA BASOCELULAR .ppt
CARCINOMA BASOCELULAR .pptCARCINOMA BASOCELULAR .ppt
CARCINOMA BASOCELULAR .ppt
 
Queimaduras - atendimento.doc
Queimaduras - atendimento.docQueimaduras - atendimento.doc
Queimaduras - atendimento.doc
 
Queimaduras- Tratamento .doc
Queimaduras- Tratamento .docQueimaduras- Tratamento .doc
Queimaduras- Tratamento .doc
 
Queimaduras.doc
Queimaduras.docQueimaduras.doc
Queimaduras.doc
 
Queimadura Química.ppt
Queimadura Química.pptQueimadura Química.ppt
Queimadura Química.ppt
 
Lesões elétricas.doc
Lesões elétricas.docLesões elétricas.doc
Lesões elétricas.doc
 
Prova 2004 Cirurgia Plástica
Prova 2004 Cirurgia Plástica Prova 2004 Cirurgia Plástica
Prova 2004 Cirurgia Plástica
 
Prova Cirurgia Plástica
Prova Cirurgia Plástica Prova Cirurgia Plástica
Prova Cirurgia Plástica
 
Prova 2002 Cirurgia Plástica
Prova 2002 Cirurgia Plástica Prova 2002 Cirurgia Plástica
Prova 2002 Cirurgia Plástica
 

Último

Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptAlberto205764
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivProfessorThialesDias
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfMedTechBiz
 

Último (8)

Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 

Trauma de Face IV- Fratura de Orbita e Maxila

  • 1. Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto Chefia : Dr. Valdemar Mano Sanches Dr Brunno Rosique Lara Trauma de Face FRATURAS DE MAXILA A maxila é formada pela junção de dois componentes ósseos, irregulares, em forma de pirâmide. Contribui para formação do terço médio da face, parte da órbita, nariz, e palato, e no seu interior forma o seio maxilar. O processo frontal da maxila suporta os ossos e cartilagens nasais. A maxila consiste emum corpo e quatro processos: frontal, zigomático, palatino, e alveolar. Os nervos para os dentes passamatravés da parede anterior do osso, e o nervo infra-orbital passa através do canal infraorbital da maxila para suprir os tecidos do lábio superior e porção lateral do nariz. A mucosa sobre o osso palatino e a mucosa sobre o palato mole são inervadas pelos ramos palatinos da segunda divisão do nervo trigêmio, que passa através do canal palatino entre a maxila e os ossos do palato. As fraturas da maxila são geralmente causadas por impacto direto, e variam de uma simples fratura alveolar até fraturas extensas de todo o terço médio da face. A contração muscular não provoca deslocamento dos segmentos fraturados da maxila. Os estudos de Le Fort (1901) determinou as áreas de fraqueza da maxila, e originou a classificação de Le Fort:
  • 2. Le Fort I (Fraturas transversas) – Fraturas em nível acima do ápice dos dentes, inclui os processos alveolares, o palato e os processos pterigóides, em um único bloco. Também conhecida como fratura de Guérin. Le Fort II (Fratura piramidal) – Ocorre através da porção fina do processo frontal, estendendo-se lateralmente pelo osso lacrimal, assoalho da órbita, linha de sutura zigomático-maxilar, e placa pterigóide. Geralmente apresenta deslocamento posterior significativo, podendo estarassociada à lesão do septo e da área etmoidal.
  • 3. Le Fort III (disjunção craniofacial) – Ocorre quando a fratura estende-se através das suturas zigomáticofrontal e nasofrontal, atravessando a órbita e efetuando a separação completa das estruturas do terço médio da face. Fraturas Verticais Geralmente atinge apenas um lado da maxila. Freqüentemente associadas com outras fraturas da maxila. O deslocamento depende da direção e da intensidade da força.
  • 4. Diagnóstico Inspeção: epistaxe, equimoses periorbitais, de conjuntiva e de esclera, edema e hematoma subcutâneo, são sugestivos de fraturas da área nasal e maxilar. No exame intraoral lacerações de mucosa no palato e no vestíbulo labial são indicativos de fratura. Palpação: a palpação simultânea bilateral pode demonstrar um defeito em degrau na sutura zigomáticomaxilar, indicando fratura do tipo piramidal. A palpação intraoral pode revelar fraturas da porção anterior da maxila ou de segmentos do osso alveolar. Fraturas na junção da maxila com o zigoma podem ser detectadas pela palpação digital da rima inferior da órbita. Rinorréia e Otorréia: indica a presença de fístula liquórica. Mal-oclusão: com a mandíbula intacta, é altamente sugestiva de fratura da maxila. Em casos de disjunção craniofacial a oclusão pode estar normal. Tratamento Le Fort I e II: nos casos em que existe uma dentição adequada e a mandíbula está integra, essas fraturas podem ser tratadas com fixação intermaxilar e suspenção com fios de aço fixados internamente na primeira estrutura sólida imediatamente acima da fratura. Le Fort II e III: são abordadas através de incisões cutâneas e intraorais comacesso direto ao foco da fratura e fixação com fios de aço ou miniplacas. Em alguns casos pode ser necessário o acesso intracraniano. Fraturas em Maxila Desdentada:são menos freqüentes, pois a ausência dos dentes,através dos quais as forças são transmitidas, funciona como mecanismo de proteção. Dentaduras também dão proteção contra fraturas, absorvendo as forças traumáticas. Fraturas com pequeno deslocamento, causando deformidade facial discreta, é tratada de modo conservador. Uma nova dentadura é confeccionada após três semanas para melhor acomodação. Em casos de deslocamentos maiores, que resultam em deformidades do terço médio da face, a fratura deve ser tratada cirurgicamente. Complicações
  • 5. Precoces: Hemorragia Obstrução das Vias Aéreas Infecção Cegueira Tardias: Não União Má União Obstrução do Sistema Lacrimal FRATURAS DE ÓRBITA Fratura “Blow-Out” (Converse e Smith – 1957) Fratura do assoalho orbitário sem acometimento das margens, causada por um aumento da pressão intra-orbitária por ação direta de um objeto rombo. Há escape da gordura orbital para dentro da cavidade sinusal através da ruptura do assoalho e lâmina orbital do etmóide, diminuindo a pressão e evitando a ruptura do globo ocular. Indicações de cirurgia: 1- limitação da força de rotação do globo ocular; 2- evidência radiológica; 3- enoftalmo.
  • 6. Fraturas da Parede Medial Ocorrem usualmente em conjunto a uma fratura do assoalho da órbita ou fratura naso-orbital. Os principais sintomas são enoftalmo, diplopia horizontal com restrição da abdução, e piora da enoftalmia durante a abdução. A associação comfraturas do assoalho da órbita chegama 50% dos casos. O tratamento depende dos achados clínicos e radiológicos. Quando há indicação cirúrgica realiza-se a exposição da parede medial da órbita e a liberação do músculo reto medial, quando este se encontra preso na fratura, e dependendo da severidade da lesão enxerto ósseo primário. Fraturas da Parede Lateral A parede lateral é constituída por uma porção anterior formada pela forte rima frontozigomática e uma posterior formada pelo processo orbital da asa maior do esfenóide. As fraturas nessa área estão freqüentemente associadas a traumatismos severos da área zigomática, com disjunção frontozigomática e deslocamento para baixo da porção lateral do assoalho da órbita. O canto lateral é desviado inferiormente, com ectrópio da pálpebra inferior. Nesses casos, o globo ocular sofre lesões variáveis, e perda da visão não é infrequente. Fraturas do Teto da Órbita La Grange (1918), em sua monografia, mostrou que a fina porção medial do teto da órbita sofre fratura e deslocamento em sua parte posterior na região da fissura orbital superior e forâmen óptico. Fraturas nessa localização podemcausar a síndrome da fissura orbitária superior: 1- Ptose palpebral; 2- Proptose do globo 3- Paralisia dos músculos extraoculares; 4- Anestesia do território da primeira divisão do NC V; As fraturas do teto da órbita usualmente ocorrem em conjunto com as fraturas do osso frontal e da rima superior. Nesses casos a tróclea pode estar deslocada ocorrendo diplopia.