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Psicologia do Excepcional
Andréa Liliam Silva da Paixão
Relatório de Visita À Instituição – 25/10/2005
Desde o dia 03 de setembro tenho tentado via e-mail agendar uma visita à ABBR,
situada à rua Jardim Botânico, com o centro de estudos de lá. Consegui apenas a visita para
o dia 19/10/2004, que coincidiu com a data da minha regência de aula no estágio da
licenciatura, que era justamente quando eu seria avaliada para a conclusão do curso. Tentei
re-agendar a visita, mas a data disponível ficou para o dia 28/10/2005. De qualquer forma
farei a visita. Mas resolvi fazer um relatório sobre uma visita realizada em outra ocasião, ao
Nise da Silveira.
Fomos em grupo de 4 alunas, visitar o Centro de Atenção Diária Infanto – Juvenil,
onde encontramos adolescentes pacientes psiquiátricos. A idade máxima para permanência
naquele serviço era 18 anos.
O serviço era destinado prioritariamente a jovens que passaram por internações.
O CAD atende aos pacientes internos e externos visando a inclusão desses pacientes
na sociedade.
Sendo um dos objetivos do CAD, “a reabilitação psicossocial que implica numa
ética de solidariedade que facilite aos sujeitos com limitações para os afazeres cotidianos,
decorrente de transtornos mentais severos e persistentes, o aumento da contratualidade
afetiva, social e econômica que viabiliza o melhor nível possível de autonomia para a vida
na comunidade”. Pode-se dizer que este objetivo pelo menos em parte foi contemplado pela
nossa visita, pois um dizer que surgia espontaneamente durante as entrevistas com aqueles
adolescentes ( tivemos o cuidado de entrevistá-los separadamente), era que desde que
tinham começado a freqüentar o CAD, eles não internavam mais. No CAD os adolescentes
tinham a oportunidade de compartilhar seus problemas com outros iguais a eles, formar
vínculos afetivos, atenuando em muito a exclusão social de que eram vítimas. “Aqui os
funcionários não tratam agente como maluco”.
O trabalho realizado ali com aqueles adolescentes era através de oficinas
terapêuticas, como artes, esportes, recreação livre; também ajudavam na cozinha. Havia
uma preferência pela oficina de esportes entre os adolescentes.
Na equipe multidisciplinar encontramos: psiquiatra, psicólogo, enfermeiro
( coordenador), nutricionista, estagiário, terapeuta ocupacional, assistente social, músico,
entre outros.
O CAD, foi implantado em 04 de julho de 2001 como uma estrutura intermediária
entre a internação e o ambulatório do Hospital Vicente Resende, atendendo crianças e
adolescentes com transtorno psiquiátrico.
Uma das dificuldades enfrentadas pelo CAD era a relutância dos familiares em
aceitar o tratamento, pois o nível sócio-econômico das famílias impossibilita a assiduidade
e seqüência do tratamento, sendo a internação para esses familiares um agente facilitador.
Muitas famílias não acreditam na capacidade de autonomia de suas crianças e adolescentes.
Muitos acreditam que esses pacientes serão sempre dependentes de um cuidador, fato que
interfere muito no processo terapêutico. Como se não pudessem trabalhar, casar, ou se na
falta de um hospital onde fiquem internados, irão necessariamente ficar largados pelas ruas.
E é preciso realizar também um trabalho com esses familiares, que muitas vezes
encontram-se numa relação quase simbiótica com o paciente que acreditam que eles não
possuem nem subjetividade, muitos agem como se os pacientes fossem bebês, incapazes de
se colocarem sozinhos na vida. E é claro há um choque com a proposta de se possibilitar a
essa criança ou adolescente uma nova postura em relação a sua condição atual, resgatando
sua autonomia e capacidade de assumir papéis. O vínculo que se faz com o paciente quando
este chega ao CAD, e que vai interferir no projeto terapêutico, precisa ser ampliado a
família, para que ela se torne parceira nesse processo.
Um dos fatores fundamentais no processo terapêutico no CAD vai ser justamente a
ênfase dada à convivência, pois nas relações se constrói o ser, ali valoriza-se a fala desse
paciente, e estimula-se sua expressão. Percebendo seu valor a criança e o adolescente vão
buscando caminhos para colaborarem com sua inserção social, num processo onde eles não
sejam apenas inseridos mas procurem se inserir.

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Psicologia do Excepcional - Visita ao CAD

  • 1. Psicologia do Excepcional Andréa Liliam Silva da Paixão Relatório de Visita À Instituição – 25/10/2005 Desde o dia 03 de setembro tenho tentado via e-mail agendar uma visita à ABBR, situada à rua Jardim Botânico, com o centro de estudos de lá. Consegui apenas a visita para o dia 19/10/2004, que coincidiu com a data da minha regência de aula no estágio da licenciatura, que era justamente quando eu seria avaliada para a conclusão do curso. Tentei re-agendar a visita, mas a data disponível ficou para o dia 28/10/2005. De qualquer forma farei a visita. Mas resolvi fazer um relatório sobre uma visita realizada em outra ocasião, ao Nise da Silveira. Fomos em grupo de 4 alunas, visitar o Centro de Atenção Diária Infanto – Juvenil, onde encontramos adolescentes pacientes psiquiátricos. A idade máxima para permanência naquele serviço era 18 anos. O serviço era destinado prioritariamente a jovens que passaram por internações. O CAD atende aos pacientes internos e externos visando a inclusão desses pacientes na sociedade. Sendo um dos objetivos do CAD, “a reabilitação psicossocial que implica numa ética de solidariedade que facilite aos sujeitos com limitações para os afazeres cotidianos, decorrente de transtornos mentais severos e persistentes, o aumento da contratualidade afetiva, social e econômica que viabiliza o melhor nível possível de autonomia para a vida na comunidade”. Pode-se dizer que este objetivo pelo menos em parte foi contemplado pela nossa visita, pois um dizer que surgia espontaneamente durante as entrevistas com aqueles adolescentes ( tivemos o cuidado de entrevistá-los separadamente), era que desde que tinham começado a freqüentar o CAD, eles não internavam mais. No CAD os adolescentes tinham a oportunidade de compartilhar seus problemas com outros iguais a eles, formar vínculos afetivos, atenuando em muito a exclusão social de que eram vítimas. “Aqui os funcionários não tratam agente como maluco”. O trabalho realizado ali com aqueles adolescentes era através de oficinas terapêuticas, como artes, esportes, recreação livre; também ajudavam na cozinha. Havia uma preferência pela oficina de esportes entre os adolescentes.
  • 2. Na equipe multidisciplinar encontramos: psiquiatra, psicólogo, enfermeiro ( coordenador), nutricionista, estagiário, terapeuta ocupacional, assistente social, músico, entre outros. O CAD, foi implantado em 04 de julho de 2001 como uma estrutura intermediária entre a internação e o ambulatório do Hospital Vicente Resende, atendendo crianças e adolescentes com transtorno psiquiátrico. Uma das dificuldades enfrentadas pelo CAD era a relutância dos familiares em aceitar o tratamento, pois o nível sócio-econômico das famílias impossibilita a assiduidade e seqüência do tratamento, sendo a internação para esses familiares um agente facilitador. Muitas famílias não acreditam na capacidade de autonomia de suas crianças e adolescentes. Muitos acreditam que esses pacientes serão sempre dependentes de um cuidador, fato que interfere muito no processo terapêutico. Como se não pudessem trabalhar, casar, ou se na falta de um hospital onde fiquem internados, irão necessariamente ficar largados pelas ruas. E é preciso realizar também um trabalho com esses familiares, que muitas vezes encontram-se numa relação quase simbiótica com o paciente que acreditam que eles não possuem nem subjetividade, muitos agem como se os pacientes fossem bebês, incapazes de se colocarem sozinhos na vida. E é claro há um choque com a proposta de se possibilitar a essa criança ou adolescente uma nova postura em relação a sua condição atual, resgatando sua autonomia e capacidade de assumir papéis. O vínculo que se faz com o paciente quando este chega ao CAD, e que vai interferir no projeto terapêutico, precisa ser ampliado a família, para que ela se torne parceira nesse processo. Um dos fatores fundamentais no processo terapêutico no CAD vai ser justamente a ênfase dada à convivência, pois nas relações se constrói o ser, ali valoriza-se a fala desse paciente, e estimula-se sua expressão. Percebendo seu valor a criança e o adolescente vão buscando caminhos para colaborarem com sua inserção social, num processo onde eles não sejam apenas inseridos mas procurem se inserir.