O documento descreve um programa de reintegração social chamado "De Volta para Casa" no qual a protagonista acompanhou um paciente de 62 anos morador de um abrigo por 6 meses. O objetivo era inseri-lo socialmente através de visitas semanais, reuniões sobre sua história e apoio na obtenção de documentos. Embora o paciente tenha se engajado em ajudar a família, não foi possível sua reinserção devido a problemas familiares e falta de políticas públicas, permanecendo no abrigo.
EVOLUÇAO DA ASSISTENCIA PSIQUIÁTRICA E PAPEL DO ENFERMEIRO PSIQUIATRICO
Apresentacao ulapsi
1. Banco Social de Serviços em
Psicologia
Programa
“ De Volta Para Casa”
Protagonista: Sonia Maria Venturin Miranda
São Paulo/2005
2. Introdução
O Programa “De Volta para Casa” , criado pelo Ministério
da saúde, é um programa de reintegração social de pessoas
acometidas de transtornos mentais em parceria interventiva
com o Banco Social de Serviços em Psicologia que é uma
iniciativa dos Conselhos de Psicologia.
A protagonista participou do programa acima e fez
acompanhamento do paciente Sr. A, 62 anos e morador do
Lar Abrigado do “ CAISM da Água Funda” .
3. Objetivo
Atuar como protagonista, durante 6 meses no
acompanhamento individualizado do paciente e
seus familiares, visando sua inserção social.
4. Metodologia
Todo processo de reintegração do paciente foi ativamente
acompanhado, tais como:
• Reunião clínica para conhecer a história do paciente;
• Levantamento de dados junto aos arquivos de documentos
na instituição para providenciar a documentação;
• Visitas ao paciente uma vez por semana, durante 15 meses;
• Participação em festas e visitas aos familiares.
5. Resultados
Durante visitas aos familiares, o paciente pode conhecer a
realidade em que viviam, acamados e em estado de
miséria.
Ao retornar das visitas, numa tentativa de ajudar sua
família, o paciente passou a arrecadar alimentos junto a
instituição.
O paciente esperava ansiosamente agendamento das
próximas visitas.
6. Descrição de Resultados
O paciente teve resgatadas sua autonomia e cidadania
perante a posse de seus novos documentos. Paralelamente,
a esse processo de documentação, aconteciam visitas aos
familiares, o que fez com que o paciente percebesse a
impossibilidade do seu retorno devido a dificuldades que a
família apresentava.
De doente mental, o paciente se transformou em “agente
de mudança social”.
7. Considerações Finais
No inicio acreditava-se que a falta de documentação era o
principal motivo que prejudicava o processo de
desinternação do paciente . A questão da documentação e
do preparo do paciente para a reinserção social foram se
resolvendo gradativamente , porém não foi possível
reinseri- lo de fato. Devido a questões familiares e pela
falta da práticas de Políticas Públicas.
Dessa forma o paciente sem ter para onde ir permanece na
instituição.
8. Conclusão
Parece que superar as dificuldades durante o processo
no caminho da interação com a sociedade buscando
romper com determinado modelo internalizado não foi o
mais difícil. Segundo Pichon-Rivière (2000), curar o
doente mental é transformá-lo ou adjudicar-lhe um novo
papel, o de “agente de mudança social”.
No momento de fechamento desse trabalho, através do
vinculo estabelecido e pelo desfecho desse caso podemos
concluir que a parte do protagonista, da instituição e do
paciente foram atingidas satisfatoriamente, porém a falta
de Serviços Residenciais Terapêuticos prejudicou o
programa que faz parte da Reforma Psiquiátrica.
9. Agradecimentos
Ao Banco Social de Serviços em Psicologia pela iniciativa
e oportunidade de protagonizar um projeto que visa a
reconstrução da cidadania do portador de sofrimento
intenso.