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“Fenomenologia designa uma ciência, uma conexão de
disciplinas científicas; mas, ao mesmo tempo e acima de tudo,
fenomenologia, designa um método e uma atitude intelectual:
a atitude intelectual especificamente filosófica, o método
especificamente filosófico”. Husserl
 A fenomenologia não é mera e simples
descrição dos fenômenos, é sim o método que
todos os filósofos e também psicólogos
adotam ou tentam adotar quando se
perguntam quais são os dados incontestáveis
com base nos quais é possível justificar certa
concepção da realidade; quais são as coisas
manifestas (os fenômenos), tão claramente
manifestas que não podem ser negadas.
 É a partir da noção de intencionalidade da
consciência que Husserl iniciará uma contínua
busca por aquilo que nomeou mais tarde de
“Ciência Eudética” – que se relaciona com a
essência das coisas. Sua obra é reflexo da sua
apaixonada busca pela exatidão.
 O movimento fenomenológico estabeleceu
uma distinção entre fenômenos (sons, cores,
imagens – e funções mentais), e indicou o
estudo destes fenômenos como
fenomenologia.
 “Não é das filosofias que deve partir o
impulso da investigação, mas, sim, das
coisas e dos problemas”.
 Husserl pretende esclarecer as origens do
pensar e discutir os seus fundamentos
separando o pensar do que é pensado,
por isso, ele expressa o lema “vamos até as
coisas”, ou seja, vamos ver como as coisas
são, ou, “voltar às coisas mesmas”.
 “O que aparece, o aparecer, a aparência”, a
recomendação de Husserl é a de que tomemos os
fenômenos como ponto de partida, pois se o fenômeno
é aquilo que é manifesto, é aquilo que aparece, e a
consciência é sempre consciência intencional, isto
é, sempre consciência de alguma coisa. A
intenção é a observação e exploração dos
fundamentos, descrição do que é dado, do que é
manifesto.
 Para chegarmos às coisas mesmas, não devemos partir de
“verdades” estabelecidas, não devemos utilizá-las como
ponto de partida para o uso filosófico; a ideia central é
colocar fora de circuito a atitude natural.
 A fenomenologia é um método que envolve aspectos
culturais, intelectuais e emocionais. É também um método
empírico porque depende das experiências e reações de
cada indivíduo. Cada pessoa tem experiências e percepções
distintas de acordo com suas recordações, vivências,
sentimentos e desejos.
 O ato intencional significa uma percepção,
uma emoção, uma imaginação, um
recordação, que se tem em relação a um
objeto. E é esse ato intencional, esse essas
sensações, que Husserl estabelecia como
ponto de partida para discutir o conhecimento.
Segundo Husserl, o psíquico não é a aparência
empírica, mas sim, a vivência averiguada na
reflexão.
 A atividade psíquica é a atividade intencional,
reveladora de objetos; e um mesmo objeto pode ser
visado através de uma multiplicidade de vivências
distintas: o carvalho na floresta negra, pode ser visto
como uma espécie Botânica, como um objeto da
percepção, como uma lembrança da árvore que vi
quando estive na Floresta Negra, pode ser apreendido
como uma simples e bela árvore, sob a qual faremos
um piquenique num belo dia de sol... A consciência,
portanto, é condição fundamental (fundamento) do
conhecimento.
 Quanto o ser humano se depara com algo que se apresenta diante
de sua consciência, primeiro o nota e o percebe em total harmonia
com sua forma, a partir de sua consciência perceptiva.
 Após perceber o objeto, este entra na sua consciência e passa a ser
um fenômeno com a intenção de percebê-lo, o ser humano intui
sobre ele, imagina-o, em toda sua plenitude, e será capaz de
descrever o que ele realmente é. Dessa forma, o conhecimento do
fenômeno é gerado em torno do próprio fenômeno.
 O método fenomenológico na psicologia é indicado para casos
subjetivos, como aqueles que refletem a experiência cotidiana, o
suicídio por exemplo.
 Em meio às turbulências sociais das décadas
de 1920 e 1930 na Alemanha (nazismo), o
pensamento existencialista aproxima-se da
Fenomenologia e vai compor uma visão
diferenciada, mas não distanciada, da
fenomenologia de Husserl ou husserliana.
 Inquietação com a ação e consciência do problema da
escolha na existência humana talvez seja o que mais
caracterize os autores que integram o que chamamos de
Existencialismo.
 O termo foi apropriado pela mídia no final dos anos 1940
para designar aspectos sociais da vida francesa na qual
intelectuais estavam entrelaçados, especialmente Jean-Paul
Sartre. O que unia os pensadores da época é a concepção
de uma filosofia: que seja concebida e ser exerça como
análise da existência, desde que por existência se entenda o
modo de ser do homem no mundo.
 O existencialismo é caracterizado pelo fato de
questionar o modo de ser do homem, pelo fato de
questionar o próprio mundo. É a análise da
existência, os esclarecimentos e a interpretação
dos modos como o mundo se manifesta ao
homem e determina ou condiciona as suas
possibilidades. A relação homem-mundo
constitui assim o tema único de toda
filosofia existencialista.
 Ao falarmos de existencialismo, o que primeiro
acentuamos é a palavra existência, que está
ligada ao termo existere, que significa sair, sair
de um domínio, de uma casa, de um
esconderijo; é, portanto, movimento para fora e
por extensão, mostrar-se.
 O que há de estranho no homem é que ele
existe e é esta estranheza que mobiliza os
existencialistas na sua reflexão sobre a
existência. É desta tensão com a estranheza da
existência que surge o pensamento de Soren A.
Kierkegaard, pastor protestante dinamarquês que
marcará o primeiro momento da história do
Existencialismo. Assim como a fenomenologia
está para Husserl, o Existencialismo está para
 O homem existente, portanto, não pode ser assimilado por
um sistema de ideias, afirma ainda Sartre, “por mais que
se possa dizer e pensar sobre o sofrimento, ele
escapa ao saber , na medida em que é sofrido em
si mesmo, para si mesmo, onde o saber
permanece incapaz de transformá-lo”. Não interessa
falar sobre o sofrimento e sim sobre o sofrimento de alguém
em particular. Em Kierkegaard, o Existencialismo é a
expressão de uma experiência singular, individual,
pois existência é uma tensão entre o que o homem é e o que
 É na relação com o divino e através da fé, que
Kierkegaard acredita que compreenderemos
melhor o peso desta falta do homem, falta
perante um Deus para com o qual tem uma dívida.
Para Kierkegaard o existir apenas tem algum
sentido enquanto nele está a presença divina,
esse enigma não pode ser resolvido pela reflexão,
segundo ele.
Sartre
 A divulgação do existencialismo atinge seu
ápice com Jean-Paul Sartre, no pós-guerra na
França. Após a publicação de O Ser e o Nada
em 1943, que sofreu críticas por parte de
católicos, comunistas, intelectuais. Ele estava
sempre entre o elogio e o ódio.
 De acordo com Sartre, o seu princípio existencialista
apregoa que o homem deve criar sua própria essência;
é jogando-se no mundo, sofrendo, lutando, que aos
poucos se define. O homem só pode agir se
compreender que conta exclusivamente consigo
mesmo, que está sozinho e abandonado no mundo, no
meio de responsabilidades infinitas, sem auxílio nem
socorro, sem outro objetivo além do que der a si próprio,
sem outro destino além do que forjar para si mesmo
aqui na Terra.
 Nietszche recomendou àqueles que decidem se aventurar no campo da
filosofia, que sua educação filosófica seja feita através de viagens, mas
sem esquecer que o resultado final dessa educação depende do modo
como escolhemos viajar.
1. Os que querem ser mais vistos do que ver nas viagens;
2. Os que realmente veem algo no mundo;
3. Os que vivenciam alguma coisa em função do que é visto;
4. Os que incorporaram e carregam consigo vivências da viagem;
5. Os que colocam as experiências incorporadas de novo para fora, através de
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A Fenomenologia de Husserl e o surgimento do Existencialismo

  • 1. “Fenomenologia designa uma ciência, uma conexão de disciplinas científicas; mas, ao mesmo tempo e acima de tudo, fenomenologia, designa um método e uma atitude intelectual: a atitude intelectual especificamente filosófica, o método especificamente filosófico”. Husserl
  • 2.  A fenomenologia não é mera e simples descrição dos fenômenos, é sim o método que todos os filósofos e também psicólogos adotam ou tentam adotar quando se perguntam quais são os dados incontestáveis com base nos quais é possível justificar certa concepção da realidade; quais são as coisas manifestas (os fenômenos), tão claramente manifestas que não podem ser negadas.
  • 3.  É a partir da noção de intencionalidade da consciência que Husserl iniciará uma contínua busca por aquilo que nomeou mais tarde de “Ciência Eudética” – que se relaciona com a essência das coisas. Sua obra é reflexo da sua apaixonada busca pela exatidão.
  • 4.  O movimento fenomenológico estabeleceu uma distinção entre fenômenos (sons, cores, imagens – e funções mentais), e indicou o estudo destes fenômenos como fenomenologia.
  • 5.  “Não é das filosofias que deve partir o impulso da investigação, mas, sim, das coisas e dos problemas”.  Husserl pretende esclarecer as origens do pensar e discutir os seus fundamentos separando o pensar do que é pensado, por isso, ele expressa o lema “vamos até as coisas”, ou seja, vamos ver como as coisas são, ou, “voltar às coisas mesmas”.
  • 6.  “O que aparece, o aparecer, a aparência”, a recomendação de Husserl é a de que tomemos os fenômenos como ponto de partida, pois se o fenômeno é aquilo que é manifesto, é aquilo que aparece, e a consciência é sempre consciência intencional, isto é, sempre consciência de alguma coisa. A intenção é a observação e exploração dos fundamentos, descrição do que é dado, do que é manifesto.
  • 7.  Para chegarmos às coisas mesmas, não devemos partir de “verdades” estabelecidas, não devemos utilizá-las como ponto de partida para o uso filosófico; a ideia central é colocar fora de circuito a atitude natural.  A fenomenologia é um método que envolve aspectos culturais, intelectuais e emocionais. É também um método empírico porque depende das experiências e reações de cada indivíduo. Cada pessoa tem experiências e percepções distintas de acordo com suas recordações, vivências, sentimentos e desejos.
  • 8.  O ato intencional significa uma percepção, uma emoção, uma imaginação, um recordação, que se tem em relação a um objeto. E é esse ato intencional, esse essas sensações, que Husserl estabelecia como ponto de partida para discutir o conhecimento. Segundo Husserl, o psíquico não é a aparência empírica, mas sim, a vivência averiguada na reflexão.
  • 9.  A atividade psíquica é a atividade intencional, reveladora de objetos; e um mesmo objeto pode ser visado através de uma multiplicidade de vivências distintas: o carvalho na floresta negra, pode ser visto como uma espécie Botânica, como um objeto da percepção, como uma lembrança da árvore que vi quando estive na Floresta Negra, pode ser apreendido como uma simples e bela árvore, sob a qual faremos um piquenique num belo dia de sol... A consciência, portanto, é condição fundamental (fundamento) do conhecimento.
  • 10.  Quanto o ser humano se depara com algo que se apresenta diante de sua consciência, primeiro o nota e o percebe em total harmonia com sua forma, a partir de sua consciência perceptiva.  Após perceber o objeto, este entra na sua consciência e passa a ser um fenômeno com a intenção de percebê-lo, o ser humano intui sobre ele, imagina-o, em toda sua plenitude, e será capaz de descrever o que ele realmente é. Dessa forma, o conhecimento do fenômeno é gerado em torno do próprio fenômeno.  O método fenomenológico na psicologia é indicado para casos subjetivos, como aqueles que refletem a experiência cotidiana, o suicídio por exemplo.
  • 11.  Em meio às turbulências sociais das décadas de 1920 e 1930 na Alemanha (nazismo), o pensamento existencialista aproxima-se da Fenomenologia e vai compor uma visão diferenciada, mas não distanciada, da fenomenologia de Husserl ou husserliana.
  • 12.  Inquietação com a ação e consciência do problema da escolha na existência humana talvez seja o que mais caracterize os autores que integram o que chamamos de Existencialismo.  O termo foi apropriado pela mídia no final dos anos 1940 para designar aspectos sociais da vida francesa na qual intelectuais estavam entrelaçados, especialmente Jean-Paul Sartre. O que unia os pensadores da época é a concepção de uma filosofia: que seja concebida e ser exerça como análise da existência, desde que por existência se entenda o modo de ser do homem no mundo.
  • 13.  O existencialismo é caracterizado pelo fato de questionar o modo de ser do homem, pelo fato de questionar o próprio mundo. É a análise da existência, os esclarecimentos e a interpretação dos modos como o mundo se manifesta ao homem e determina ou condiciona as suas possibilidades. A relação homem-mundo constitui assim o tema único de toda filosofia existencialista.
  • 14.  Ao falarmos de existencialismo, o que primeiro acentuamos é a palavra existência, que está ligada ao termo existere, que significa sair, sair de um domínio, de uma casa, de um esconderijo; é, portanto, movimento para fora e por extensão, mostrar-se.
  • 15.  O que há de estranho no homem é que ele existe e é esta estranheza que mobiliza os existencialistas na sua reflexão sobre a existência. É desta tensão com a estranheza da existência que surge o pensamento de Soren A. Kierkegaard, pastor protestante dinamarquês que marcará o primeiro momento da história do Existencialismo. Assim como a fenomenologia está para Husserl, o Existencialismo está para
  • 16.  O homem existente, portanto, não pode ser assimilado por um sistema de ideias, afirma ainda Sartre, “por mais que se possa dizer e pensar sobre o sofrimento, ele escapa ao saber , na medida em que é sofrido em si mesmo, para si mesmo, onde o saber permanece incapaz de transformá-lo”. Não interessa falar sobre o sofrimento e sim sobre o sofrimento de alguém em particular. Em Kierkegaard, o Existencialismo é a expressão de uma experiência singular, individual, pois existência é uma tensão entre o que o homem é e o que
  • 17.  É na relação com o divino e através da fé, que Kierkegaard acredita que compreenderemos melhor o peso desta falta do homem, falta perante um Deus para com o qual tem uma dívida. Para Kierkegaard o existir apenas tem algum sentido enquanto nele está a presença divina, esse enigma não pode ser resolvido pela reflexão, segundo ele.
  • 18. Sartre  A divulgação do existencialismo atinge seu ápice com Jean-Paul Sartre, no pós-guerra na França. Após a publicação de O Ser e o Nada em 1943, que sofreu críticas por parte de católicos, comunistas, intelectuais. Ele estava sempre entre o elogio e o ódio.
  • 19.  De acordo com Sartre, o seu princípio existencialista apregoa que o homem deve criar sua própria essência; é jogando-se no mundo, sofrendo, lutando, que aos poucos se define. O homem só pode agir se compreender que conta exclusivamente consigo mesmo, que está sozinho e abandonado no mundo, no meio de responsabilidades infinitas, sem auxílio nem socorro, sem outro objetivo além do que der a si próprio, sem outro destino além do que forjar para si mesmo aqui na Terra.
  • 20.  Nietszche recomendou àqueles que decidem se aventurar no campo da filosofia, que sua educação filosófica seja feita através de viagens, mas sem esquecer que o resultado final dessa educação depende do modo como escolhemos viajar. 1. Os que querem ser mais vistos do que ver nas viagens; 2. Os que realmente veem algo no mundo; 3. Os que vivenciam alguma coisa em função do que é visto; 4. Os que incorporaram e carregam consigo vivências da viagem; 5. Os que colocam as experiências incorporadas de novo para fora, através de ações e de obras tão logo retornam às suas casas.  O segredo de qualquer viagem está na capacidade de deixar-se atravessar por aquilo que encontramos pelo caminho.