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          PRIMEIRAS
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        MANIFESTAÇÕES
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        LITERÁRIAS NO
            BRASIL
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           Márcio Hilário
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QUINHENTISMO
      Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário




Literaturas de Informação
e Literatura de Catequese
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário

                Quinhentismo
      Referência aos anos de 1500 – Séc. XVI
             (classificação histórica);

      Primeiros escritos da América Portuguesa
(Literatura de Informação & Literatura de Catequese)

              Reflexões preliminares:
      Literatura ou documentação histórica?
       Literatura brasileira ou portuguesa?

         Importância: Fonte de pesquisa
    Romantismo (séc. XIX) - Identidade Nacional
       Modernismo (séc. XX) - Antropofagia
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                            Erro de português

                 Quando o português chegou
                  Debaixo duma bruta chuva
                              Vestiu o índio
           Que pena! Fosse uma manhã de sol
                       O índio tinha despido
                                O português

             (Oswald de Andrade, poeta modernista)
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     A respeito dessas aventuras marítimas e refletindo a grandeza do seu povo luso
escreve o poeta português Luís de Camões (1524?-1580) sua principal obra, Os
Lusíadas – poema épico composto de dez cantos, 1102 estrofes que são oitavas
decassílabas, sujeitas ao esquema rítmico fixo AB AB AB CC. A obra, que
provavelmente foi concluída em 1556, só foi publicada pela primeira vez em 1572, no
período literário do classicismo português, três anos após o autor voltar do Oriente.

As armas e os barões assinalados              A
Que, da ocidental praia lusitana,             B
Por mares nunca dantes navegados              A
Passaram ainda além da Taprobana,             B
Em perigos e guerras esforçados,              A
Mais do que prometia a força humana,          B
E entre gente remota edificaram               C
Novo reino, que tanto sublimaram.             C
                                                      (Os Lusíadas, primeira estrofe do canto I)
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    No século XX, Fernando Pessoa (1888-1935), considerado, ao lado de
Camões, um dos maiores nomes da poesia portuguesa, também dá a sua
versão a respeito das navegações, publicando Mensagem (1934):

X. Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

  (PESSOA, Fernando. “Mensagem”. In: Fernando Pessoa: obra poética. Rio de Janeiro: Nova
                                                                     Aguilar, 1977, p.82)
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“Não me peguem no braço! / Não gosto que me peguem no braço.”
                  Lisbon Revisited (1923)
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     A terra
(...) De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito
formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito
grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão
terra e arvoredos – terra que nos parecia muito extensa.
 

Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa
que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa
das águas que tem!
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     Os nativos
A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons
rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura
alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir
suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de
grande inocência. (...). 
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e
gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas
vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das
cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se
envergonhavam.
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     O choque cultural
Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por
o mar quebrar na costa.(...)
E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao
Capitão; nem a alguém.(...)
 Os outros dois o Capitão teve nas naus, aos quais deu o que já ficou
dito, nunca mais aqui apareceram – fatos de que deduzo que é gente
bestial e de pouco saber, e por isso tão esquiva.(...)
 Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua
fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem
entendem crença alguma, segundo as aparências.(...)
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      O desejo de riquezas
Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer
acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar,
como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também
olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para
a terra e novamente para o castiçal, como se lá também
houvesse prata! (...)
 Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou
outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. (...)
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Sinalizando a colonização

    Contudo, o melhor fruto que
    dela [daquela terra] se pode
tirar parece-me que será salvar
   esta gente. E esta deve ser a
     principal semente que Vossa
      Alteza em ela deve lançar.
 (...) Quanto mais, disposição
  para se nela cumprir e fazer o
 que Vossa Alteza tanto deseja,
    a saber, acrescentamento da
                        nossa fé!
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                                                                                         E
                         “jeitinho                                   ta V ossa terra vi.
N asce          o                                     nta do que nes                      o
                                  aV   ossa Alteza co                 ue tinha de Vos tud
b r a sstla imo ”e?ira dou aqui
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E de                           ,E  la me perdoe.
se a um      pouco alonguei                 o.
                    pô r a ssim pelo miúd                               levo  como em outra
 dizer, mo fez                                           ste cargo que
                                     certo  que tanto ne                   ser de mim muito
     E pois qu      e, Senhor, é                       ssa  Alteza há de                 vir
                                 osso  serviço for, Vo                 me  rcê, mande
               coisa que de V                         zer singular                        q ue
   qualquer                        que , por me fa                          genro – o
   bem servid    a, a Ela peço                       de   Osório, meu
                                To  mé a Jorge
    da i    lha de São                     .
                         e m muita mercê
    d'Ela receberei
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                  LITERATURA DE INFORMAÇÃO:
           OLHAR DO EUROPEU / DESCRIÇÃO DO PITORESCO.

     BRANDÔNIO: ... piranha é pescado pouco maior de palmo, mas de tão grande
ânimo que excedem em ser carniceiros aos tubarões, dos quais, com haver muitos
desta parte, não são tão arreceados como estas piranhas, que devem ter uma
inclinação leonina e não se acham senão em rios d’água doce; têm sete ordens de
dentes, tão agudos e cortadores que pode mui bem cada um deles fazer ofício de
navalha ou de lanceta. Tanto que estes peixes sentem qualquer pessoa dentro da
água se enviam a ela como fera brava, e a parte onde aferram levam na boca sem
resistência, com deixarem o osso descoberto de carne, e por onde mais freqüentam
de aferrar é pelos testículos, que logo se cortam e se levam juntamente como a
natura, e muitos índios se acham por este respeito faltos de semelhantes membros.
     ALVIANO: Dou-vos a minha palavra que não haverá já cousa na vida que me
faça meter nos rios desta terra, porque ainda que não me tenham mais de um palmo
d’água imaginarei que já são essas piranhas comigo, e que me desarmam da cousa
que mais estimo.

                        (BRANDÃO, Ambrósio Fernandes. Diálogos das grandezas do Brasil, 1618)
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       “Voltando da guerra,
    trouxeram prisioneiros.
      Levaram-nos para sua
      cabana: mas a muitos
  feridos desembarcaram e
os mataram logo, cortaram-
nos em pedaços e assaram
         a carne (...) Um era
      português (...) O outro
  chamava-se Hyeronimus;
  este foi assado de noite.”

(Trecho de Duas viagens ao Brasil,
                 de Hans Staden)

                                     Hans Staden (de barba, no fundo, ao centro) observa
                                        indígenas no Brasil praticando antropofagia.
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LITERATURA DE CATEQUESE
     OU DOS JESUÍTAS




                          Objetivava a conversão dos nativos,
                          utilizando, para isso, principalmente,
                                 representações teatrais.
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A ARTE DO
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BARROCO
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                           BARROCO
                            (Séc.XVII)
                  “Estremecimento Metafísico”
                      & Conflito existencial



                                                  Antro
               mo                                         poc
   Teoc  entris )                                  (Rena entrismo
               dia                                         sc
    (Idade Mé o do                                  Valori imento)
               end                              intelec zação da
        hecim quenez
  Recon da pe                                 mater      tualida
                                                                de, d
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 pecad Deus e da I
       de                                                         corpo
diante
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   Implorando de Cristo um pecador contrito
           perdão de seus pecados

Pequei Senhor: mas não porque hei pecado,
Da vossa Alta Piedade me despido:
Antes, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, já cobrada,
Glória tal, e prazer repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,

Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
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TRAÇOS CARACTERÍSTICOS:        DUALISMO
 SÍNTESE DEMONSTRATIVA



                                               FUSIONISMO
   RELATIVISMO



                                  LUDISMO

        MISTICISMO /
       RELIGIOSIDADE



                          CULTISMO          CONCEPTISMO
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           Igreja da Ordem Terceira do Carmo (Recife,
                             1837)
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        Panorama Mundial
          Mercantilismo
Ciência Moderna x Contra-Reforma
 Portugal sob o domínio espanhol

       Panorama Brasileiro
       Invasões holandesas
 Declínio da oligarquia açucareira
           Grupo Baiano
              Séc. XVII

        Principais Nomes
       Pe. Antônio Vieira
             (sermões)
       Gregório de Matos
(poesia lírica, religiosa e satírica)
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Pe. Antônio Vieira, “O maior orador de nossa língua”
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         “Os remédios do amor e o amor sem remédio são as quatro coisas,
e uma só, de que prometi falar, porque, sendo a enfermidade do amor a que
tirou a vida ao Autor da vida, não se pode mostrar que foi amor sem
remédio, sem se dizer juntamente quais sejam os remédios do amor. (...)
         O primeiro remédio que dizíamos é o tempo. Tudo cura o tempo,
tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a
colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições
como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que
terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a
circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso
os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão
robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o
armou a natureza o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não
tira, embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê
o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural
de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às coisas,
descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas
para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o
amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar
menos.” (Sermão do Mandato, 1643.)
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  “Tão inteiramente conhecia Cristo a Judas, como a Pedro, e aos
demais; mas notou o Evangelista com especialidade a ciência do
Senhor, em respeito de Judas, porque em Judas, mais que em nenhum
dos outros, campeou a fineza do seu amor. Ora vede: Definindo S.
Bernardo o amor fino, diz assim: Amor non quaerit causam nec
fructum: “O amor fino não busca causa nem fruto”. Se amo, porque
me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e
o amor fino não há de ter por quê, nem para quê. Se amo porque me
amam, é obrigação, faço o que devo; se amo para que me amem, é
negociação, busco o que desejo. Pois como há de amar o amor para
ser fino? Amo, quia amo, amo, ut amem: amo, porque amo, e amo para
amar. Quem ama porque o amam, é agradecido; quem ama, para que o
amem, é interesseiro; quem ama, não porque o amam, nem para que o
amem, esse só é fino. E tal foi a fineza de Cristo, em respeito de Judas,
fundada na ciência que tinha dele e dos demais discípulos.”
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                              A outra freira, que satirizando a
                              delgada fisionomia do poeta lhe
                                     chamou pica-flor.

                                 Se Pica-flor me chamais,
                                    Pica-flor aceito ser,
                                  mas resta agora saber,
                                se no nome, que me dais,
                                meteis a flor, que guardais
                                  no passarinho melhor!
                                   se me dais este favor,
                                 sendo só de mim o Pica,
                                e o mais vosso, claro fica,
                                  que fico então Pica-flor.


Gregório de Matos, “O Boca do Inferno”
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Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora
das Maravilhas, a quem infiéis despedaçaram
O todo sem a parte não é o todo;
A parte sem o todo não é a parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.

Em todo o Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda parte,             (...) no ano de 1624 num gesto sacrílego, alguém
                                            profanou e furtou a imagem, arrancando dos braços de
Em qualquer parte sempre fica o todo.            Maria, o Menino Jesus e espalhando as partes por
                                                  diversas localidades da então pequena cidade de
O braço de Jesus não seja parte,                         Salvador , sendo que, aos poucos, as partes
                                            destroçadas foram aparecendo, até que a última delas
Pois que feito Jesus em partes todo,              – uma perna – foi encontrada por uma negra que
Assiste cada parte em sua parte.                buscava lenha para o fogo: ao atiçar a peça junto a
                                             outras no fogo, esta teria voltado. Ao descobrir do que
                                            se tratava, a mulher teria levado a peça até a Igreja da
Não se sabendo parte desse todo,                  Sé, onde foi restituída e novamente “encarnada”,
Um braço que lhe acharam, sendo parte,      voltando a fazer parte da imagem de Nossa Senhora.”
                                                (SANTOS, José Eduardo Ferreira dos & MASSINI, Marina. Nossa
Nos diz as partes todas desse todo.                   Senhora das Maravilhas: corpo e alma de uma imagem.)
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 Contemplando nas cousas do mundo desde o seu
 retiro, lhe atira com seu apage, como quem a nada
                  escapou da tormenta
Neste mundo é mais rico quem mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra o que mais chupa.

Para a tropa de trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
O NEOCLASSICISMO:
     Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário




A POESIA ÁRCADE
Introdução     Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
                        Séc. XVIII
                      Iluminismo
          RAZÃO = progresso da humanidade.
  Não-intervenção divina = tudo se explica logicamente.

“O homem nasce bom, a sociedade o corrompe” (Rousseau)

        Produção artística: nova visão de mundo
                 oposição ao Barroco;
  retomada da arte greco-romana e do Renascimento,
 buscando o equilíbrio, a simplicidade e o materialismo.

                           Brasil
        Idéias iluministas = Inconfidência Mineira
         (participação direta de poetas árcades)
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
Literatura Brasileira      Prof. Márcio Hilário


                 NEOCLASSICISMO




                                            MITOLOGISMO

RACIONALISMO /
UNIVERSALISMO

                                         BUCOLISMO


         ANTI-BARROQUISMO
Literatura Brasileira          Prof. Márcio Hilário




Os pastores da Arcádia, de Nicolas Poussin, em 1638-9.
    No túmulo, lê-se a incrição: “Et in Arcadia Ego”
Literatura Brasileira       Prof. Márcio Hilário




Rococó – Watteau, cythera
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário

  “Aurea mediocritas”
 (Áurea mediocridade)

   “Locus amoenus”
   (Lugar tranquilo)

    “Fugere urbem”
    (Fugir da cidade)

    “Inutilia trucat”
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     “Carpe diem”
     (Colha o dia)
Literatura Brasileira           Prof. Márcio Hilário

Setecentismo ou Arcadismo
         Panorama mundial
             Iluminismo;
         Revolução Industrial;
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        Panorama nacional
         Ciclo da mineração;
        Inconfidência Mineira
            Grupo Mineiro
                1768

         Principais autores
  Cláudio Manuel da Costa (poesia)

  Tomás Antônio Gonzaga (poesia)
“Marília de Dirceu” e “Cartas Chilenas”
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário

 Sistema Literário
   (Antonio Candido)




         AUTOR




OBRA                 LEITOR
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário




Barroco tardio e
  Inconfidência
        Mineira
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
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Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
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  As pinturas de

Mestre Athayde
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
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Características da Literatura do Arcadismo


        Bucolismo (vida campesina / simplicidade burguesa);
        Pastoralismo;
        Utilização de pseudônimos árcades / Fingimento poético;
        Convencionalismo amoroso;
        Predomínio da razão, do materialismo;
        Presença de elementos da mitologia;
        Estilo simples, natural (Inutilia truncat);
Literatura Brasileira       Prof. Márcio Hilário




                        Cláudio Manuel da Costa
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
Literatura Brasileira            Prof. Márcio Hilário

Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:

Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que amor tirano,
Onde há mais resistência mais se apura.

                        Cláudio Manuel da Costa
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário




                         Tomás Antônio
                           Gonzaga
Literatura Brasileira   Prof. Márcio Hilário
Literatura Brasileira           Prof. Márcio Hilário
Tu Não Verás, Marília, Cem Cativos
Tu não verás, Marília, cem cativos        Verás em cima da espaçosa mesa
tirarem o cascalho e a rica terra,        altos volumes de enredados feitos;
ou dos cercos dos rios caudalosos,        ver-me-ás folhear os grandes livros,
          ou da mina serra.                         e decidir os pleitos.

Não verás separar ao hábil negro          Enquanto revolver os meus Consultos,
do pesado esmeril a grossa areia;         tu me farás gostosa companhia,
e já brilharem os granetes de ouro        lendo os fastos da sábia, mestra História,
           no fundo da bateia.                      e os cantos da Poesia.

Não verás derrubar os virgens matos,      Lerás em alta voz, a imagem bela;
queimar as capoeiras inda novas,          eu vendo que lhe dás o justo apreço,
servir de adubo à terra a fértil cinza,   gostoso tornarei a ler de novo
          lançar os grãos nas covas.      o cansado processo.

Não verás enrolar negros pacotes          Se encontrares louvada uma beleza,
das secas folhas do cheiroso fumo:        Marília, não lhe invejes a ventura,
nem espremer entre as dentadas rodas      que tens quem leve à mais remota idade
        da doce cana o sumo.                        a tua formosura.
                                                            Tomás Antônio Gonzaga

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Primeiras manifestações literárias no Brasil (séc. xvi xviii)

  • 1. L i t PRIMEIRAS e r a t MANIFESTAÇÕES u r a LITERÁRIAS NO BRASIL B por r a s Márcio Hilário i l e i r a
  • 2. QUINHENTISMO Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Literaturas de Informação e Literatura de Catequese
  • 3. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Quinhentismo Referência aos anos de 1500 – Séc. XVI (classificação histórica); Primeiros escritos da América Portuguesa (Literatura de Informação & Literatura de Catequese) Reflexões preliminares: Literatura ou documentação histórica? Literatura brasileira ou portuguesa? Importância: Fonte de pesquisa Romantismo (séc. XIX) - Identidade Nacional Modernismo (séc. XX) - Antropofagia
  • 4. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Erro de português Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português (Oswald de Andrade, poeta modernista)
  • 5. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 6. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário A respeito dessas aventuras marítimas e refletindo a grandeza do seu povo luso escreve o poeta português Luís de Camões (1524?-1580) sua principal obra, Os Lusíadas – poema épico composto de dez cantos, 1102 estrofes que são oitavas decassílabas, sujeitas ao esquema rítmico fixo AB AB AB CC. A obra, que provavelmente foi concluída em 1556, só foi publicada pela primeira vez em 1572, no período literário do classicismo português, três anos após o autor voltar do Oriente. As armas e os barões assinalados A Que, da ocidental praia lusitana, B Por mares nunca dantes navegados A Passaram ainda além da Taprobana, B Em perigos e guerras esforçados, A Mais do que prometia a força humana, B E entre gente remota edificaram C Novo reino, que tanto sublimaram. C (Os Lusíadas, primeira estrofe do canto I)
  • 7. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 8. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário No século XX, Fernando Pessoa (1888-1935), considerado, ao lado de Camões, um dos maiores nomes da poesia portuguesa, também dá a sua versão a respeito das navegações, publicando Mensagem (1934): X. Mar português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. (PESSOA, Fernando. “Mensagem”. In: Fernando Pessoa: obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1977, p.82)
  • 9. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário “Não me peguem no braço! / Não gosto que me peguem no braço.” Lisbon Revisited (1923)
  • 10. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 11. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 12. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 13. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 14. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 15. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário A terra (...) De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e arvoredos – terra que nos parecia muito extensa.   Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!
  • 16. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Os nativos A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. (...).  Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam.
  • 17. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário O choque cultural Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa.(...) E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém.(...)  Os outros dois o Capitão teve nas naus, aos quais deu o que já ficou dito, nunca mais aqui apareceram – fatos de que deduzo que é gente bestial e de pouco saber, e por isso tão esquiva.(...)  Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências.(...)
  • 18. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário O desejo de riquezas Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata! (...)  Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. (...)
  • 19. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Sinalizando a colonização Contudo, o melhor fruto que dela [daquela terra] se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. (...) Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!
  • 20. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário E “jeitinho ta V ossa terra vi. N asce o nta do que nes o aV ossa Alteza co ue tinha de Vos tud b r a sstla imo ”e?ira dou aqui i e r an Por que o desejo q E de ,E la me perdoe. se a um pouco alonguei o. pô r a ssim pelo miúd levo como em outra dizer, mo fez ste cargo que certo que tanto ne ser de mim muito E pois qu e, Senhor, é ssa Alteza há de vir osso serviço for, Vo me rcê, mande coisa que de V zer singular q ue qualquer que , por me fa genro – o bem servid a, a Ela peço de Osório, meu To mé a Jorge da i lha de São . e m muita mercê d'Ela receberei
  • 21. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário LITERATURA DE INFORMAÇÃO: OLHAR DO EUROPEU / DESCRIÇÃO DO PITORESCO. BRANDÔNIO: ... piranha é pescado pouco maior de palmo, mas de tão grande ânimo que excedem em ser carniceiros aos tubarões, dos quais, com haver muitos desta parte, não são tão arreceados como estas piranhas, que devem ter uma inclinação leonina e não se acham senão em rios d’água doce; têm sete ordens de dentes, tão agudos e cortadores que pode mui bem cada um deles fazer ofício de navalha ou de lanceta. Tanto que estes peixes sentem qualquer pessoa dentro da água se enviam a ela como fera brava, e a parte onde aferram levam na boca sem resistência, com deixarem o osso descoberto de carne, e por onde mais freqüentam de aferrar é pelos testículos, que logo se cortam e se levam juntamente como a natura, e muitos índios se acham por este respeito faltos de semelhantes membros. ALVIANO: Dou-vos a minha palavra que não haverá já cousa na vida que me faça meter nos rios desta terra, porque ainda que não me tenham mais de um palmo d’água imaginarei que já são essas piranhas comigo, e que me desarmam da cousa que mais estimo. (BRANDÃO, Ambrósio Fernandes. Diálogos das grandezas do Brasil, 1618)
  • 22. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário “Voltando da guerra, trouxeram prisioneiros. Levaram-nos para sua cabana: mas a muitos feridos desembarcaram e os mataram logo, cortaram- nos em pedaços e assaram a carne (...) Um era português (...) O outro chamava-se Hyeronimus; este foi assado de noite.” (Trecho de Duas viagens ao Brasil, de Hans Staden) Hans Staden (de barba, no fundo, ao centro) observa indígenas no Brasil praticando antropofagia.
  • 23. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário LITERATURA DE CATEQUESE OU DOS JESUÍTAS Objetivava a conversão dos nativos, utilizando, para isso, principalmente, representações teatrais.
  • 24. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 25. A ARTE DO Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário BARROCO
  • 26. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário BARROCO (Séc.XVII) “Estremecimento Metafísico” & Conflito existencial Antro mo poc Teoc entris ) (Rena entrismo dia sc (Idade Mé o do Valori imento) end intelec zação da hecim quenez Recon da pe mater tualida de, d oe greja ialism o e do o pecad Deus e da I de corpo diante
  • 27. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Implorando de Cristo um pecador contrito perdão de seus pecados Pequei Senhor: mas não porque hei pecado, Da vossa Alta Piedade me despido: Antes, quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida, já cobrada, Glória tal, e prazer repentino Vos deu, como afirmais na Sacra História, Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada; Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.
  • 28. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário TRAÇOS CARACTERÍSTICOS: DUALISMO SÍNTESE DEMONSTRATIVA FUSIONISMO RELATIVISMO LUDISMO MISTICISMO / RELIGIOSIDADE CULTISMO CONCEPTISMO
  • 29. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 30. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Igreja da Ordem Terceira do Carmo (Recife, 1837)
  • 31. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 32. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 33. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Panorama Mundial Mercantilismo Ciência Moderna x Contra-Reforma Portugal sob o domínio espanhol Panorama Brasileiro Invasões holandesas Declínio da oligarquia açucareira Grupo Baiano Séc. XVII Principais Nomes Pe. Antônio Vieira (sermões) Gregório de Matos (poesia lírica, religiosa e satírica)
  • 34. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Pe. Antônio Vieira, “O maior orador de nossa língua”
  • 35. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário “Os remédios do amor e o amor sem remédio são as quatro coisas, e uma só, de que prometi falar, porque, sendo a enfermidade do amor a que tirou a vida ao Autor da vida, não se pode mostrar que foi amor sem remédio, sem se dizer juntamente quais sejam os remédios do amor. (...) O primeiro remédio que dizíamos é o tempo. Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos.” (Sermão do Mandato, 1643.)
  • 36. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário “Tão inteiramente conhecia Cristo a Judas, como a Pedro, e aos demais; mas notou o Evangelista com especialidade a ciência do Senhor, em respeito de Judas, porque em Judas, mais que em nenhum dos outros, campeou a fineza do seu amor. Ora vede: Definindo S. Bernardo o amor fino, diz assim: Amor non quaerit causam nec fructum: “O amor fino não busca causa nem fruto”. Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e o amor fino não há de ter por quê, nem para quê. Se amo porque me amam, é obrigação, faço o que devo; se amo para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo, amo, ut amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam, é agradecido; quem ama, para que o amem, é interesseiro; quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, esse só é fino. E tal foi a fineza de Cristo, em respeito de Judas, fundada na ciência que tinha dele e dos demais discípulos.”
  • 37. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário A outra freira, que satirizando a delgada fisionomia do poeta lhe chamou pica-flor. Se Pica-flor me chamais, Pica-flor aceito ser, mas resta agora saber, se no nome, que me dais, meteis a flor, que guardais no passarinho melhor! se me dais este favor, sendo só de mim o Pica, e o mais vosso, claro fica, que fico então Pica-flor. Gregório de Matos, “O Boca do Inferno”
  • 38. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, a quem infiéis despedaçaram O todo sem a parte não é o todo; A parte sem o todo não é a parte; Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga que é parte, sendo o todo. Em todo o Sacramento está Deus todo, E todo assiste inteiro em qualquer parte, E feito em partes todo em toda parte, (...) no ano de 1624 num gesto sacrílego, alguém profanou e furtou a imagem, arrancando dos braços de Em qualquer parte sempre fica o todo. Maria, o Menino Jesus e espalhando as partes por diversas localidades da então pequena cidade de O braço de Jesus não seja parte, Salvador , sendo que, aos poucos, as partes destroçadas foram aparecendo, até que a última delas Pois que feito Jesus em partes todo, – uma perna – foi encontrada por uma negra que Assiste cada parte em sua parte. buscava lenha para o fogo: ao atiçar a peça junto a outras no fogo, esta teria voltado. Ao descobrir do que se tratava, a mulher teria levado a peça até a Igreja da Não se sabendo parte desse todo, Sé, onde foi restituída e novamente “encarnada”, Um braço que lhe acharam, sendo parte, voltando a fazer parte da imagem de Nossa Senhora.” (SANTOS, José Eduardo Ferreira dos & MASSINI, Marina. Nossa Nos diz as partes todas desse todo. Senhora das Maravilhas: corpo e alma de uma imagem.)
  • 39. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Contemplando nas cousas do mundo desde o seu retiro, lhe atira com seu apage, como quem a nada escapou da tormenta Neste mundo é mais rico quem mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; Com sua língua, ao nobre o vil decepa: O velhaco maior sempre tem capa. Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa: Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. A flor baixa se inculca por tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa: Mais isento se mostra o que mais chupa. Para a tropa de trapo vazo a tripa, E mais não digo, porque a Musa topa Em apa, epa, ipa, opa, upa.
  • 40. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 41. O NEOCLASSICISMO: Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário A POESIA ÁRCADE
  • 42. Introdução Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Séc. XVIII Iluminismo RAZÃO = progresso da humanidade. Não-intervenção divina = tudo se explica logicamente. “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe” (Rousseau) Produção artística: nova visão de mundo  oposição ao Barroco;  retomada da arte greco-romana e do Renascimento, buscando o equilíbrio, a simplicidade e o materialismo. Brasil Idéias iluministas = Inconfidência Mineira (participação direta de poetas árcades)
  • 43. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 44. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 45. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário NEOCLASSICISMO MITOLOGISMO RACIONALISMO / UNIVERSALISMO BUCOLISMO ANTI-BARROQUISMO
  • 46. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Os pastores da Arcádia, de Nicolas Poussin, em 1638-9. No túmulo, lê-se a incrição: “Et in Arcadia Ego”
  • 47. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Rococó – Watteau, cythera
  • 48. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário “Aurea mediocritas” (Áurea mediocridade) “Locus amoenus” (Lugar tranquilo) “Fugere urbem” (Fugir da cidade) “Inutilia trucat” (Eliminar as inutilidades) “Carpe diem” (Colha o dia)
  • 49. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Setecentismo ou Arcadismo Panorama mundial Iluminismo; Revolução Industrial; Revolução Francesa; Independência dos EUA Panorama nacional Ciclo da mineração; Inconfidência Mineira Grupo Mineiro 1768 Principais autores Cláudio Manuel da Costa (poesia) Tomás Antônio Gonzaga (poesia) “Marília de Dirceu” e “Cartas Chilenas”
  • 50. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Sistema Literário (Antonio Candido) AUTOR OBRA LEITOR
  • 51. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Barroco tardio e Inconfidência Mineira
  • 52. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 53. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 54. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 55. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 56. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 57. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário As pinturas de Mestre Athayde
  • 58. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 59. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 60. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Características da Literatura do Arcadismo         Bucolismo (vida campesina / simplicidade burguesa);         Pastoralismo;         Utilização de pseudônimos árcades / Fingimento poético;         Convencionalismo amoroso;         Predomínio da razão, do materialismo;         Presença de elementos da mitologia;         Estilo simples, natural (Inutilia truncat);
  • 61. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Cláudio Manuel da Costa
  • 62. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 63. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci: oh! quem cuidara, Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza! Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me; ele declara Contra o meu coração guerra tão rara, Que não me foi bastante a fortaleza. Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano: Vós, que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temei; que amor tirano, Onde há mais resistência mais se apura. Cláudio Manuel da Costa
  • 64. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Tomás Antônio Gonzaga
  • 65. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário
  • 66. Literatura Brasileira Prof. Márcio Hilário Tu Não Verás, Marília, Cem Cativos Tu não verás, Marília, cem cativos Verás em cima da espaçosa mesa tirarem o cascalho e a rica terra, altos volumes de enredados feitos; ou dos cercos dos rios caudalosos, ver-me-ás folhear os grandes livros, ou da mina serra. e decidir os pleitos. Não verás separar ao hábil negro Enquanto revolver os meus Consultos, do pesado esmeril a grossa areia; tu me farás gostosa companhia, e já brilharem os granetes de ouro lendo os fastos da sábia, mestra História, no fundo da bateia. e os cantos da Poesia. Não verás derrubar os virgens matos, Lerás em alta voz, a imagem bela; queimar as capoeiras inda novas, eu vendo que lhe dás o justo apreço, servir de adubo à terra a fértil cinza, gostoso tornarei a ler de novo lançar os grãos nas covas. o cansado processo. Não verás enrolar negros pacotes Se encontrares louvada uma beleza, das secas folhas do cheiroso fumo: Marília, não lhe invejes a ventura, nem espremer entre as dentadas rodas que tens quem leve à mais remota idade da doce cana o sumo. a tua formosura. Tomás Antônio Gonzaga

Notas do Editor

  1. Última Ceia, 1828.
  2. Nossa Senhora cercada de anjos músicos, no teto da Igreja de São Francisco, Ouro Preto. 1801 e 1812