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César Cordeiro Vieira
Gizelle Kaminski Corso
INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA
DALTEC – ASSESSORIA DE PORTUGUÊS
OBJETIVOS
• Apresentar uma análise da obra Cronistas
do descobrimento, organizada por Antonio
Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa;
• Pensar sua inserção na lista das obras
literárias do Vestibular da UFSC - 2015;
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• Apresentar um percurso do índio na
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OBRAS DO VESTIBULAR DA
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• O fantástico na ilha de Santa Catarina (Franklin
Cascaes)
• Várias histórias (Machado de Assis)
• Agosto (Rubem Fonseca)
• Relato de um certo oriente (Milton Hatoum)
• Melhores poemas (João Cabral de Melo Neto)
• Cronistas do descobrimento (Olivieri e Villa, Org.)
• Juiz de paz na roça (Martins Pena)
• O que é isso, companheiro? (Fernando Gabeira)
OBRAS DO VESTIBULAR DA
UFSC 2015
Cronistas do descobrimento (Olivieri e Villa,
Org.)
Ano: retrato do Brasil de 1500
Relatos e impressões
dos viajantes que aqui
estiveram; primeiros
momentos de “um” Brasil.
Período: Quinhentismo
OBRAS DO VESTIBULAR DA
UFSC 2015
Juiz de paz na roça (Martins Pena)
Ano: 1838
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brasileiro.
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UFSC 2015
Várias histórias (Machado de Assis)
Ano: 1896
Coletânea de contos publicados
na Gazeta de notícias:
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OBRAS DO VESTIBULAR DA
UFSC 2015
Melhores poemas (João Cabral de Melo Neto)
Ano: 8ª edição, 2010
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o humano e a sociedade. Retrato
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poética.
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OBRAS DO VESTIBULAR DA
UFSC 2015
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OBRAS DO VESTIBULAR DA
UFSC 2015
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Período: Contemporaneidade
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Agosto (Rubem Fonseca)
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social. Registra acontecimentos
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Relato de um certo oriente (Milton Hatoum)
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“BRASIS” SOB O OLHAR
ESTRANGEIRO
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Fera que vive do
vento, André
Thevet, 1555,
Padre franciscano
francês
(1502-1590)
“BRASIS” SOB O OLHAR
ESTRANGEIRO
“BRASIS” SOB O OLHAR
ESTRANGEIRO
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pintor holandês
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Os
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às margens
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François
Auguste
Biard
UM PERCURSO DO ÍNDIO NA
LITERATURA BRASILEIRA
UM PERCURSO DO ÍNDIO NA
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• Séculos XVI e XVII: cronistas e viajantes –
índio como elemento exótico do mundo tropical e
mulher índia como exótica e erótica; jesuítas –
selvagem que deveria ser catequizado;
• Século XVIII: índio – ser ainda não corrompido
pela sociedade (mito do bom selvagem –
Rousseau);
• Século XIX: índio – símbolo nacional; herói da
pátria; idealizado nas ações e nos sentimentos;
“cavaleiro medieval tupiniquim”;
• Século XX: índio – fruto da consciência da
realidade nacional (índio da perspectiva romântica
satirizado e criticado pelos modernistas).
OS CRONISTAS, VIAJANTES, E
O DESCOBRIMENTO,
O ACHAMENTO…
VIAGENS, DESCOBRIMENTOS…
“A verdadeira viagem de descobrimento
não consiste em procurar novas paisagens,
e sim em ter novos olhos.”
(Marcel Proust)
VIAGENS, DESCOBRIMENTOS…
“Navegar é preciso, viver não é preciso.”
(frase atribuída ao general romano
Pompeu em 70 a.C. quando empreendeu
arriscada viagem marítima durante um
período de dificuldades no Império
romano; a frase é retomada pelo escritor
português Fernando Pessoa)
VIAGENS, DESCOBRIMENTOS…
VIAGENS, DESCOBRIMENTOS…
“Cada torrão desta terra é sagrado para
meu povo, cada folha reluzente de
pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de
neblina na floresta escura, cada clareira e
inseto a zumbir são sagrados nas tradições
e na consciência do meu povo. A seiva que
circula nas árvores carrega consigo as
recordações do homem vermelho.” (Chefe
Seattle em carta ao presidente Franklin
Pierce em 1854)
OS CRONISTAS
Pero Vaz de Caminha
Piloto Anônimo
Pero Lopes de Sousa
Manuel da Nóbrega
André Thevet
Jean de Léry
Hans Staden
José de Anchieta
Pero de Magalhães Gândavo
Fernão Cardim
Gabriel Soares de Sousa
(Português, ?1450-1500)
(Português, ?)
(Português, 1500-1539)
(Português, 1517-1570)
(Francês, 1502-1590)
(Francês, 1534-1611)
(Alemão, 1525-1576)
(Português, 1534-1597)
(Português, ?1540-1579)
(Português, 1548/49-1625)
(Português, 1540-1592)
Pero Vaz de Caminha
Carta de achamento do Brasil
• Gênero: Carta
Relatando ao rei de Portugal o
descobrimento, o escrivão da armada de
Cabral descreve, deslumbrado, a terra e
seus habitantes, registrando as emoções
do primeiro contato com os índios.
Pero Vaz de Caminha
Carta de achamento do Brasil
• Fragmento
“Entre todos que hoje vieram, não veio mais
que uma mulher moça, a qual esteve sempre
à missa e a quem deram um pano com que se
cobrisse. Puseram-lho a redor de si. Porém,
ao assentar, não fazia grande memória de o
estender bem, para se cobrir. Assim, Senhor,
a inocência desta gente é tal, que a de Adão
não seria maior, quanto a vergonha.” (p. 33)
Piloto Anônimo
Relação da viagem de Pedro Álvares Cabral
• Gênero: Relato
De autoria desconhecida, este relato reconstitui
a travessia do oceano Atlântico pela frota de
Cabral, com informações que complementam e
às vezes contradizem o texto de Caminha.
Piloto Anônimo
Relação da viagem de Pedro Álvares Cabral
• Fragmento:
“[...] que povos eram aqueles, [...] acharam uma
gente parda, bem-disposta, com cabelos
compridos; andavam todos nus sem vergonha
alguma, e cada um deles trazia seu arco com
frechas, como quem estava ali para defender
aquele rio; […].” (p. 38)
Pero Lopes de Sousa
Diário de Navegação
• Gênero: Crônica (Relato)
Verdadeira crônica dos primeiros fatos
da história do Brasil, escrita no calor da
hora, este texto documenta o dia a dia da
expedição comandada por Martim Afonso
de Sousa, de quem o autor era irmão.
Pero Lopes de Sousa
Diário de Navegação
• Fragmento
“Quarta-feira 23 do mês fazia-me de terra
10 léguas; e ao meio-dia carregou muito o
vento sueste, com mui grão mar; por não
podermos ir de ló amainamos as velas e
lançamos as naus de mar em través”.
(p. 48)
Manuel da Nóbrega
Carta e diálogo sobre a convenção do
gentio
• Gênero: Carta e Diálogo
Na primeira carta que escreve do Brasil, o jesuíta
relata o trabalho dos padres da Companhia, dando
assistência religiosa aos colonizadores e buscando
catequizar os índios.
Em forma de diálogo, Nóbrega discute aspectos
práticos, morais e religiosos da relação entre os
colonizadores e os índios, defendendo a tese de que
estes não devem ser escravizados, pois têm alma
como os cristãos.
Manuel da Nóbrega
Carta e diálogo sobre a convenção do
gentio
• Fragmento
“Desta maneira ir-lhes-ei ensinando as orações e
doutrinando-os na Fé até serem hábeis para o
batismo. […] dizem que querem ser como nós, senão
que não têm com que se cubram como nós, e este só
inconveniente têm. Se ouvem tanger a missa, já
acodem e quando nos veem fazer, tudo fazem,
assentam-se de giolos, batem nos peitos, levantam
as mãos ao céu e já um dos principais deles aprende
a ler e toma lição cada dia com grande cuidado e em
dois dias soube o A, B, C todo […]”. (Em defesa das
almas indígenas, p. 58).
André Thevet
As singularidades da França Antártica
• Gênero: Relato
Apresenta a viagem do autor, desde a
partida do porto do Havre, na França
(1555), até o retorno ao mesmo país no
ano seguinte. Refere-se ao Brasil por meio
de observações geográficas, botânicas e
antropológicas.
André Thevet
As singularidades da França Antártica
• Fragmento
“[…] os nossos selvagens fazem menção a
um grande senhor, que na língua deles se
chama Tupã e que, morando no céu, faz
chover e trovejar. Mas não têm eles
maneira nem hora de orar a esse Deus ou
de cultivá-lo, assim como tão pouco há
lugar próprio para isso.” (p. 71)
Jean de Léry
Viagem à terra do Brasil
• Gênero: Relato
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França Antártica, detendo-se nas
descrições da terra e do modo de vida dos
seus nativos.
Jean de Léry
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• Fragmento
“Não poderíamos ter sido mais bem recebidos do
que fomos por aqueles selvagens. Pois estes,
depois de nos ouvirem contar os males por que
passáramos e os perigos a que nos expuséramos,
[…], vendo-nos naquele estado, tomaram-se de tão
grande piedade que as recepções hipócritas
daqueles que por aqui consolam os aflitos dizendo
coisas da boca para fora nada são diante da
humanidade daquela gente, que apesar disso
chamamos bárbaros.” (p. 89-90).
Hans Staden
Viagem ao Brasil
• Gênero: Relato
Narra a chegada do viajante ao país e
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Hans Staden
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• Fragmento
“Ao chegarmos perto das moradas vimos que
era uma aldeia com sete casas e se chamava
Ubatuba. […] ali perto estavam as suas
mulheres numa plantação de raízes, a que
chamavam mandioca. […] arrancavam destas
raízes, e fui obrigado então a gritar-lhes na
sua língua […] „Eu, vossa comida, cheguei‟.”
(p. 97)
José de Anchieta
“A Santa Inês” e Carta
• Gênero: poema e carta
Os textos poéticos têm a simplicidade de um autor que
pretende transmitir sua fé, utilizando a poesia como
recurso didático. Inês foi uma jovem romana,
decapitada por ter se recusado a perder a virgindade.
Símbolo e guardiã da castidade cristã.
Riquíssima fonte de informações sobre o trabalho dos
jesuítas no Brasil, as cartas de Anchieta primam pela
objetividade e pela abrangência dos aspectos da vida
colonial que apresentam.
José de Anchieta
“A Santa Inês” e Carta
• Fragmento
“Há tão poucas coisas dignas de se escrever, que
não sei que escreva, porque, se escrever a Vossa
Paternidade que haja muitos dos Brasis
convertidos, enganar-se-á a sua esperança, porque
os adultos a quem os maus costumes de seus pais
têm convertido em natureza, cerram os ouvidos
para não ouvir a palavra de salvação, e converter-
se ao verdadeiro culto de Deus, não obstante, que
continuamente trabalhamos pelos trazer à Fé […].”
(p. 109-110).
Pero de Magalhães Gândavo
História da província de Santa Cruz
Estudioso de gramática e amigo de
Camões, foi o primeiro historiador do
Brasil. Sua obra apresenta um
abrangente panorama da vida na
Colônia, que expõe com empenho
propagandista.
Pero de Magalhães Gândavo
História da província de Santa Cruz
• Fragmento
“Tem esta província, assim como vai lançada
da linha equinocial para o sul, oito capitanias
povoadas de portugueses, que contém cada
uma em si, pouco mais ou menos, cinquenta
léguas de costa, e demarcam-se umas das
outras por uma linha leste-oeste: e assim
ficam limitadas por estes termos entre o mar
oceano e a linha da repartição geral dos reis
de Portugal e Castela.” (p. 129).
Fernão Cardim
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• Gênero: Tratado
Em verbetes informativos sobre a fauna,
a flora e os habitantes do Brasil, os
tratados desse jesuíta revelam
planejamento e organização
metodológica para traçar um painel
completo da Colônia.
Fernão Cardim
Tratados da terra e gente do Brasil
• Fragmento
“Mandioca – O mantimento ordinário desta terra
que serve de pão se chama mandioca, e são umas
raízes como de cenouras, ainda que mais grossas e
compridas. Estas deitam umas varas, ou ramos, e
crescem até altura de quinze palmos. […] tirado o
homem, todo o animal se perde por ela crua, e a
todos engorda, e cria grandemente, […]. Destas
raízes espremidas e raladas se faz farinha que se
come; […]”. (p. 142-143).
Gabriel Soares de Sousa
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• Gênero: Tratado
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diversas possibilidades econômicas da
Colônia, o autor redige um texto de
caráter enciclopédico, focalizando desde
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Gabriel Soares de Sousa
Tratado descritivo do Brasil em 1587
• Fragmento
“[…] [os tupinambás] não adoram nenhuma coisa,
nem têm nenhum conhecimento da verdade, nem
sabem mais que há morrer e viver; e qualquer coisa
que lhes digam, se lhes mete na cabeça, e são mais
bárbaros que quantas criaturas Deus criou. […] faltam-
lhes três letras das do ABC, que são F, L, R […];
porque, se não têm F, é porque não têm fé em
nenhuma coisa que adorem; […]. E se não têm L na
sua pronunciação, é porque não têm lei alguma que
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Apresentação i fcina_cronistas

  • 1. Cronistas do Descobrimento César Cordeiro Vieira Gizelle Kaminski Corso INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA DALTEC – ASSESSORIA DE PORTUGUÊS
  • 2. OBJETIVOS • Apresentar uma análise da obra Cronistas do descobrimento, organizada por Antonio Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa; • Pensar sua inserção na lista das obras literárias do Vestibular da UFSC - 2015; • Perceber e discutir sobre a visão do “Brasil” na perspectiva do estrangeiro; • Apresentar um percurso do índio na literatura brasileira.
  • 3. OBRAS DO VESTIBULAR DA UFSC 2015 • O fantástico na ilha de Santa Catarina (Franklin Cascaes) • Várias histórias (Machado de Assis) • Agosto (Rubem Fonseca) • Relato de um certo oriente (Milton Hatoum) • Melhores poemas (João Cabral de Melo Neto) • Cronistas do descobrimento (Olivieri e Villa, Org.) • Juiz de paz na roça (Martins Pena) • O que é isso, companheiro? (Fernando Gabeira)
  • 4. OBRAS DO VESTIBULAR DA UFSC 2015 Cronistas do descobrimento (Olivieri e Villa, Org.) Ano: retrato do Brasil de 1500 Relatos e impressões dos viajantes que aqui estiveram; primeiros momentos de “um” Brasil. Período: Quinhentismo
  • 5. OBRAS DO VESTIBULAR DA UFSC 2015 Juiz de paz na roça (Martins Pena) Ano: 1838 Retrata um Brasil rural do Século XIX; primeira comédia de costumes do teatro brasileiro. Período: Romantismo
  • 6. OBRAS DO VESTIBULAR DA UFSC 2015 Várias histórias (Machado de Assis) Ano: 1896 Coletânea de contos publicados na Gazeta de notícias: “A cartomante”, “Uns braços”, “O enfermeiro”, “Conto de escola”, “Um apólogo”, e outros. Período: Realismo
  • 7. OBRAS DO VESTIBULAR DA UFSC 2015 Melhores poemas (João Cabral de Melo Neto) Ano: 8ª edição, 2010 Seleção de poemas feita por Antonio Carlos Secchin. São poesias intimistas, de reflexão sobre a vida, a morte, o humano e a sociedade. Retrato abrangente do Nordeste em linguagem poética. Período: Geração de 45
  • 8. OBRAS DO VESTIBULAR DA UFSC 2015 O fantástico na Ilha de Santa Catarina (Franklin Cascaes) Desenhos e “causos” recolhidos de descendentes de açorianos, elaborados entre 1946 e 1975. Período: Contemporaneidade
  • 9. OBRAS DO VESTIBULAR DA UFSC 2015 O que é isso, companheiro? (Fernando Gabeira) Ano: 1979 Romance-depoimento que apresenta um retrato do Brasil nos anos 60 e 70 (luta armada, prisão, tortura, militância, exílio). Período: Contemporaneidade
  • 10. OBRAS DO VESTIBULAR DA UFSC 2015 Agosto (Rubem Fonseca) Ano: 1990 Narrativa policial enfocando a intriga política e o realismo social. Registra acontecimentos que antecederam o suicídio de Vargas em 1954. Período: Contemporaneidade
  • 11. OBRAS DO VESTIBULAR DA UFSC 2015 Relato de um certo oriente (Milton Hatoum) Ano: 2008 Romance que apresenta o regresso de uma mulher a Manaus, cidade de sua infância; busca de um mundo perdido, reconstruído nas falas dos personagens. Período: Contemporaneidade
  • 12. “BRASIS” SOB O OLHAR ESTRANGEIRO
  • 13. “BRASIS” SOB O OLHAR ESTRANGEIRO Fera que vive do vento, André Thevet, 1555, Padre franciscano francês (1502-1590)
  • 14. “BRASIS” SOB O OLHAR ESTRANGEIRO
  • 15. “BRASIS” SOB O OLHAR ESTRANGEIRO
  • 16. “BRASIS” SOB O OLHAR ESTRANGEIRO Mulher tupinambá, Albert Eckhout, pintor holandês (1610-1666)
  • 17. “BRASIS” SOB O OLHAR ESTRANGEIRO
  • 18. “BRASIS” SOB O OLHAR ESTRANGEIRO Os Mundurucus às margens de um afluente do Rio Madeira (1862), François Auguste Biard
  • 19. UM PERCURSO DO ÍNDIO NA LITERATURA BRASILEIRA
  • 20. UM PERCURSO DO ÍNDIO NA LITERATURA BRASILEIRA • Séculos XVI e XVII: cronistas e viajantes – índio como elemento exótico do mundo tropical e mulher índia como exótica e erótica; jesuítas – selvagem que deveria ser catequizado; • Século XVIII: índio – ser ainda não corrompido pela sociedade (mito do bom selvagem – Rousseau); • Século XIX: índio – símbolo nacional; herói da pátria; idealizado nas ações e nos sentimentos; “cavaleiro medieval tupiniquim”; • Século XX: índio – fruto da consciência da realidade nacional (índio da perspectiva romântica satirizado e criticado pelos modernistas).
  • 21. OS CRONISTAS, VIAJANTES, E O DESCOBRIMENTO, O ACHAMENTO…
  • 22. VIAGENS, DESCOBRIMENTOS… “A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, e sim em ter novos olhos.” (Marcel Proust)
  • 23. VIAGENS, DESCOBRIMENTOS… “Navegar é preciso, viver não é preciso.” (frase atribuída ao general romano Pompeu em 70 a.C. quando empreendeu arriscada viagem marítima durante um período de dificuldades no Império romano; a frase é retomada pelo escritor português Fernando Pessoa)
  • 25. VIAGENS, DESCOBRIMENTOS… “Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo, cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho.” (Chefe Seattle em carta ao presidente Franklin Pierce em 1854)
  • 26. OS CRONISTAS Pero Vaz de Caminha Piloto Anônimo Pero Lopes de Sousa Manuel da Nóbrega André Thevet Jean de Léry Hans Staden José de Anchieta Pero de Magalhães Gândavo Fernão Cardim Gabriel Soares de Sousa (Português, ?1450-1500) (Português, ?) (Português, 1500-1539) (Português, 1517-1570) (Francês, 1502-1590) (Francês, 1534-1611) (Alemão, 1525-1576) (Português, 1534-1597) (Português, ?1540-1579) (Português, 1548/49-1625) (Português, 1540-1592)
  • 27. Pero Vaz de Caminha Carta de achamento do Brasil • Gênero: Carta Relatando ao rei de Portugal o descobrimento, o escrivão da armada de Cabral descreve, deslumbrado, a terra e seus habitantes, registrando as emoções do primeiro contato com os índios.
  • 28. Pero Vaz de Caminha Carta de achamento do Brasil • Fragmento “Entre todos que hoje vieram, não veio mais que uma mulher moça, a qual esteve sempre à missa e a quem deram um pano com que se cobrisse. Puseram-lho a redor de si. Porém, ao assentar, não fazia grande memória de o estender bem, para se cobrir. Assim, Senhor, a inocência desta gente é tal, que a de Adão não seria maior, quanto a vergonha.” (p. 33)
  • 29. Piloto Anônimo Relação da viagem de Pedro Álvares Cabral • Gênero: Relato De autoria desconhecida, este relato reconstitui a travessia do oceano Atlântico pela frota de Cabral, com informações que complementam e às vezes contradizem o texto de Caminha.
  • 30. Piloto Anônimo Relação da viagem de Pedro Álvares Cabral • Fragmento: “[...] que povos eram aqueles, [...] acharam uma gente parda, bem-disposta, com cabelos compridos; andavam todos nus sem vergonha alguma, e cada um deles trazia seu arco com frechas, como quem estava ali para defender aquele rio; […].” (p. 38)
  • 31. Pero Lopes de Sousa Diário de Navegação • Gênero: Crônica (Relato) Verdadeira crônica dos primeiros fatos da história do Brasil, escrita no calor da hora, este texto documenta o dia a dia da expedição comandada por Martim Afonso de Sousa, de quem o autor era irmão.
  • 32. Pero Lopes de Sousa Diário de Navegação • Fragmento “Quarta-feira 23 do mês fazia-me de terra 10 léguas; e ao meio-dia carregou muito o vento sueste, com mui grão mar; por não podermos ir de ló amainamos as velas e lançamos as naus de mar em través”. (p. 48)
  • 33. Manuel da Nóbrega Carta e diálogo sobre a convenção do gentio • Gênero: Carta e Diálogo Na primeira carta que escreve do Brasil, o jesuíta relata o trabalho dos padres da Companhia, dando assistência religiosa aos colonizadores e buscando catequizar os índios. Em forma de diálogo, Nóbrega discute aspectos práticos, morais e religiosos da relação entre os colonizadores e os índios, defendendo a tese de que estes não devem ser escravizados, pois têm alma como os cristãos.
  • 34. Manuel da Nóbrega Carta e diálogo sobre a convenção do gentio • Fragmento “Desta maneira ir-lhes-ei ensinando as orações e doutrinando-os na Fé até serem hábeis para o batismo. […] dizem que querem ser como nós, senão que não têm com que se cubram como nós, e este só inconveniente têm. Se ouvem tanger a missa, já acodem e quando nos veem fazer, tudo fazem, assentam-se de giolos, batem nos peitos, levantam as mãos ao céu e já um dos principais deles aprende a ler e toma lição cada dia com grande cuidado e em dois dias soube o A, B, C todo […]”. (Em defesa das almas indígenas, p. 58).
  • 35. André Thevet As singularidades da França Antártica • Gênero: Relato Apresenta a viagem do autor, desde a partida do porto do Havre, na França (1555), até o retorno ao mesmo país no ano seguinte. Refere-se ao Brasil por meio de observações geográficas, botânicas e antropológicas.
  • 36. André Thevet As singularidades da França Antártica • Fragmento “[…] os nossos selvagens fazem menção a um grande senhor, que na língua deles se chama Tupã e que, morando no céu, faz chover e trovejar. Mas não têm eles maneira nem hora de orar a esse Deus ou de cultivá-lo, assim como tão pouco há lugar próprio para isso.” (p. 71)
  • 37. Jean de Léry Viagem à terra do Brasil • Gênero: Relato Apresenta os momentos iniciais da França Antártica, detendo-se nas descrições da terra e do modo de vida dos seus nativos.
  • 38. Jean de Léry Viagem à terra do Brasil • Fragmento “Não poderíamos ter sido mais bem recebidos do que fomos por aqueles selvagens. Pois estes, depois de nos ouvirem contar os males por que passáramos e os perigos a que nos expuséramos, […], vendo-nos naquele estado, tomaram-se de tão grande piedade que as recepções hipócritas daqueles que por aqui consolam os aflitos dizendo coisas da boca para fora nada são diante da humanidade daquela gente, que apesar disso chamamos bárbaros.” (p. 89-90).
  • 39. Hans Staden Viagem ao Brasil • Gênero: Relato Narra a chegada do viajante ao país e sua captura pelos índios, descrevendo, com precisão etnográfica, os nativos e seu modo de vida.
  • 40. Hans Staden Viagem ao Brasil • Fragmento “Ao chegarmos perto das moradas vimos que era uma aldeia com sete casas e se chamava Ubatuba. […] ali perto estavam as suas mulheres numa plantação de raízes, a que chamavam mandioca. […] arrancavam destas raízes, e fui obrigado então a gritar-lhes na sua língua […] „Eu, vossa comida, cheguei‟.” (p. 97)
  • 41. José de Anchieta “A Santa Inês” e Carta • Gênero: poema e carta Os textos poéticos têm a simplicidade de um autor que pretende transmitir sua fé, utilizando a poesia como recurso didático. Inês foi uma jovem romana, decapitada por ter se recusado a perder a virgindade. Símbolo e guardiã da castidade cristã. Riquíssima fonte de informações sobre o trabalho dos jesuítas no Brasil, as cartas de Anchieta primam pela objetividade e pela abrangência dos aspectos da vida colonial que apresentam.
  • 42. José de Anchieta “A Santa Inês” e Carta • Fragmento “Há tão poucas coisas dignas de se escrever, que não sei que escreva, porque, se escrever a Vossa Paternidade que haja muitos dos Brasis convertidos, enganar-se-á a sua esperança, porque os adultos a quem os maus costumes de seus pais têm convertido em natureza, cerram os ouvidos para não ouvir a palavra de salvação, e converter- se ao verdadeiro culto de Deus, não obstante, que continuamente trabalhamos pelos trazer à Fé […].” (p. 109-110).
  • 43. Pero de Magalhães Gândavo História da província de Santa Cruz Estudioso de gramática e amigo de Camões, foi o primeiro historiador do Brasil. Sua obra apresenta um abrangente panorama da vida na Colônia, que expõe com empenho propagandista.
  • 44. Pero de Magalhães Gândavo História da província de Santa Cruz • Fragmento “Tem esta província, assim como vai lançada da linha equinocial para o sul, oito capitanias povoadas de portugueses, que contém cada uma em si, pouco mais ou menos, cinquenta léguas de costa, e demarcam-se umas das outras por uma linha leste-oeste: e assim ficam limitadas por estes termos entre o mar oceano e a linha da repartição geral dos reis de Portugal e Castela.” (p. 129).
  • 45. Fernão Cardim Tratados da terra e gente do Brasil • Gênero: Tratado Em verbetes informativos sobre a fauna, a flora e os habitantes do Brasil, os tratados desse jesuíta revelam planejamento e organização metodológica para traçar um painel completo da Colônia.
  • 46. Fernão Cardim Tratados da terra e gente do Brasil • Fragmento “Mandioca – O mantimento ordinário desta terra que serve de pão se chama mandioca, e são umas raízes como de cenouras, ainda que mais grossas e compridas. Estas deitam umas varas, ou ramos, e crescem até altura de quinze palmos. […] tirado o homem, todo o animal se perde por ela crua, e a todos engorda, e cria grandemente, […]. Destas raízes espremidas e raladas se faz farinha que se come; […]”. (p. 142-143).
  • 47. Gabriel Soares de Sousa Tratado descritivo do Brasil em 1587 • Gênero: Tratado Para alertar o rei de Portugal sobre as diversas possibilidades econômicas da Colônia, o autor redige um texto de caráter enciclopédico, focalizando desde aspectos políticos e administrativos, até a exuberância da natureza e dos nativos.
  • 48. Gabriel Soares de Sousa Tratado descritivo do Brasil em 1587 • Fragmento “[…] [os tupinambás] não adoram nenhuma coisa, nem têm nenhum conhecimento da verdade, nem sabem mais que há morrer e viver; e qualquer coisa que lhes digam, se lhes mete na cabeça, e são mais bárbaros que quantas criaturas Deus criou. […] faltam- lhes três letras das do ABC, que são F, L, R […]; porque, se não têm F, é porque não têm fé em nenhuma coisa que adorem; […]. E se não têm L na sua pronunciação, é porque não têm lei alguma que guardar, nem preceitos para governarem; […]. E se não têm a letra R […] é porque não têm rei que os reja.” (p. 156-157)