2. TEXTO
Primeiro, imaginamos a possibilidade de um determinado
estado de coisas que gostaríamos de ver concretizado –
um estado de coisas no qual todas as pessoas sejam
tão felizes e abastadas quanto possível.
De acordo com o princípio da maior felicidade (...), o fim
último, relativamente ao qual e em função do qual todas
as outras coisas são desejáveis (quer consideremos o
nosso próprio bem como o bem de outras pessoas) é
uma existência tanto quanto possível isenta de dor, e
tão rica quanto possível de prazeres» J.S.Mill, O
Utilitarismo.
3. STUART MILL
(1806-1873)
A regra moral que orienta as nossas
acções afirma que a busca do prazer e a
recusa do sofrimento são apenas
elementos que servem de guia para a
realização da felicidade.
4. Em que consiste a felicidade?
Na possibilidade de alcançar o bem-estar
para o maior número de pessoas.
O bem-estar consiste no maior número de
prazeres e no menor número de dores.
O critério utilitário não consiste na maior
felicidade do agente, mas na maior soma
de felicidade geral.
5. OBJECTIVOS
• Propiciar o máximo de felicidade possível
para o maior número de pessoas e o
mínimo de dor para o menor número de
pessoas. Desse modo a felicidade estava
ligada ao prazer e a infelicidade à dor.
6. CRITÉRIO DA UTILIDADE
• A decisão de agir deve considerar a utilidade
das consequências que dela resultam.
• Só assim será possível garantir que estas
acções produzam o maior grau de felicidade
possível.
• Nas situações concretas da vida, quando somos
chamados a decidir se devemos praticar esta ou
aquela acção, o que devemos ter em conta é
qual delas produzirá resultados mais úteis.
7. CRITÉRIOS VALORATIVOS PARA OS
PRAZERES
Tipos de prazeres
Superiores (espirituais)
durabilidade, fecundidade, dignidade,
preferência
Inferiores (sensoriais)
efémeros, vitais, individuais
8. SUPERIORES
Intelectuais - ler uma obra literária
Sociais- acções de solidariedade
Estéticos - contemplar uma obra de arte
Morais – participar numa acção de
solidariedade
INFERIORES
Necessidades físicas/fisiológicas – comer,
beber, dormir, sexo
9. «Aqueles homens que
buscam os prazeres
superiores podem não
alcançar tanta satisfação na
vida como os que se
contentam com os prazeres
do corpo. Todavia, é
inegável que, por mais
insatisfeito que um homem
sábio e justo se encontre,
ele será, sempre, superior a
um porco satisfeito por
chafurdar na lama. »
10. RESUMINDO
• Uma acção será correcta do ponto de vista
moral, se das suas consequências resultar o
maior grau de felicidade e bem-estar para o
maior número possível de pessoas.Um
médico que, pelo exercício da sua profissão,
salvasse um grande número de pessoas,
praticaria uma acção moralmente louvável,
quer a sua intenção fosse ajudar o próximo,
quer fosse alcançar a fama e a fortuna.
11. O UTILITARISMO É UMA
MORAL CONSEQUENCIALISTA
• O valor moral das acções não se mede , nem
pela «pura intenção do agente», nem pela
sua submissão a um princípio estabelecido
«a priori», mede-se pelas consequências que
produz.
12. imparcialidade
A ética utilitarista exige que o agente se
coloque de um ponto de vista imparcial e
desinteressado. Determinar o valor moral
das acções praticadas. O progresso moral
dos indivíduos deve ser acompanhado
pelo aumento do bem estar da
humanidade.
13. CRÍTICAS AO UTILITARISMO
Ao reduzir o princípio da moralidade à
mera satisfação das nossas
necessidades sensíveis, o ser humano
fica reduzido ao mais baixo grau de
animalidade.
«Não se pode
comparar a felicidade
que os indivíduos
pretendem alcançar
com aquilo que torna
um porco feliz»
14. «Os prazeres
«É pela qualidade deixam-se analisar
que é possível segundo a
distinguir duas ordens qualidade e não só
de prazeres: os pela quantidade»
primeiros dizem
respeito ao corpo, os
segundos são de
ordem moral e
intelectual»
«É a satisfação dos
prazeres superiores, de
natureza moral e
intelectual, que os
homens buscam e é
neles que encontram
maior felicidade»
15. OBJECÇÕES AO UTILITARISMO
A utilidade não é o único critério para
determinar o que é ou não é moralmente
correcto.
As consequências não são a única coisa
que importa.
16. Argumentos anti-utilitarismo
Justiça - A justiça exige que tratemos a
pessoa com equidade, segundo as suas
necessidades e méritos individuais.
Assim, uma teoria ética segundo a qual a
utilidade é tudo o que conta não pode
estar correcta.
17. Direitos - O utilitarismo está em conflito
com a ideia de que as pessoas têm
direitos que não podem ser espezinhados
apenas porque alguém antecipa bons
resultados. O indivíduo não pode ser
tratado como meio para atingir um fim,
mesmo que esse fim traga felicidade para
a maioria.
18. O utilitarismo pode justificar muitas acções
que habitualmente são consideradas
imorais numa perspectiva tradicional
19. Aspectos positivos do utilitarismo
Contribui para alterações de vida social e
económica
Alerta para o empenhamento social dos
indivíduos
Instituições
Sociedade
Para a responsabilidade na construção do
bem geral.
Notas do Editor
A investigação do valor da utilidade como critério moral tem como ponto de partida as morais hedonistas, aquelas filosofias morais que têm como critério o prazer, para decidir entre o que é correcto e o que é errado. Porém, a filosofia moral de Stuart Mill ultrapassa o vulgar hedonismo, pois não se limita a considerar a busca do prazer e a recusa do sofrimento como as motivações que dominam todas as nossas decisões de agir.
A acção que queremos levar a cabo deve ser avaliada de modo a indicar-nos qual o grau de felicidade que ela é capaz de proporcionar.
Hedonismo – perspectiva de vida que privilegia o prazer na procura da felicidade.
1- o princípio primeiro de toda a acção moral deve ser compreendido pelo seguinte enunciado:......