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Escola Secundária de Valongo
                                    Filosofia

                                   2010/2011




                   Problemas do Mundo Contemporâneo


            O Estatuto Moral Dos
            Animais Não Humanos

                                                            Ana Afonso n.º4
Professor: André Santos                                  Catarina Rebelo n.º 10
                                                         Daniela França n.º13
                                                         Raquel Andrade n.º24
                                10 de Junho 2011
Introdução
        Os humanos servem-se dos animais
não humanos na sua alimentação e
vestuário, na realização de experiências ou
testes científicos e muitos outros fins, como
entretenimento.
       Partilhamos o planeta com outros
  animais e as nossas acções têm um
  enorme          impacto      nas       suas
  vidas, provocamos frequentemente as
  suas mortes mas também um sofrimento
  prolongado e intenso.
A exploração excessiva de animais não humanos para nosso

benefício, levou     os filósofos a questionarem-se sobre as nossas

obrigações para com os estes.

     Perguntas como: “Será que os animais são dignos de

consideração moral?”, “Que direitos têm os animais não humanos?”,

“Será justo manter animais em cativeiro?” ocupam um lugar central

na ética aplicada.



     Iremos então abordar neste trabalho esse problema filosófico,

que tem como principal objectivo saber o estatuto moral dos animais

não humanos.
Para   responder   a     este    problema   vamos   abordar   três
perspectivas diferentes, complementando-as com o especismo que se e
a senciência, com o objectivo de saber se os animais não humanos têm
ou não estatuto moral, e se têm, quais os seus direitos e quais os
nossos deveres para com eles.


      Os animais não                   Os animais têm estatuto   O especismo
    têm estatuto moral                         moral              é um erro




      Perspectiva             Perspectiva           Perspectiva dos
      Tradicional              Utilitarista             Direitos
Perspectiva Tradicional
     Kant afirma que os animais não têm consciência de si, e existem
apenas como meio para um fim, sendo esse fim o Homem.



     O nosso dever para com os animais não humanos é um dever
indirecto.
       Ao sermos cruéis para com os animais não infringimos o nosso dever em relação
       ao animal porque este não pode julgar, mas essa crueldade vai-se também
       reflectir na forma como lidamos com os outros humanos, assim os nossos
       deveres em relação aos animais não humanos são apenas deveres indirectos
       em relação à humanidade.
Assim:




  Segundo esta perspectiva, justifica-se tratar cruelmente os
animais quando isso nos pode trazer benefícios.
  Kant defende que o uso dos animais na ciência, por muito
sofrimento que envolva, nada tem de errado porque serve um
objectivo louvável: a aquisição de conhecimento.
  Condena a crueldade quando esta é exercida por diversão.
Objecções:


        Esta visão teleológica foi abalada por Charle), que
desenvolveu a teoria da evolução das espécies por selecção natural.
        À luz desta teoria científica, é simplesmente falso que os
animais não humanos existam ou tenham sido criados para nosso
benefício.

A evolução das espécies não tem em vista qualquer propósito ou
                          finalidade.
Especismo
       Mesmo que os animais não tenham sido criados para nosso
  benefício, podemos continuar a aceitar que só nós temos realmente
  estatuto ou importância moral pois pertencemos a uma espécie
  distinguida das outras pela racionalidade, isto dá-nos um estatuto
  moral superior.

      Jeremy Bentham considera esta resposta insatisfatória pelo facto
     de alguns seres humanos como recém-nascidos ou deficientes
     mentais não serem racionais. Apresenta assim um novo critério:

Senciência – apenas um ser senciente, capaz de sofrer e ter
  sentimentos, pode ter estatuto moral.
Objecções:

         Peter Singer compara o especismo ao racismo, o simples
facto de sermos humanos não nos concede um estatuto moral
superior.

“A dor e o sofrimento são maus e devem ser evitados ou
minimizados, independentemente da raça, sexo ou espécie do ser que
sofre. […]”
                                     Peter Singer, Ética Prática, 1993
Perspectiva dos Utilitarista
         Peter Signer defende que os interesses dos animais e dos seres
humanos velem o mesmo e ao avaliar as consequências das nossas
acções temos de pensar imparcialmente no bem-estar de todos os
seres.


         A única maneira de obter tal imparcialidade é apenas usar os
animais não humanos para a produção de benefícios suficientemente
significativos.
Objecções:

        Esta teoria faz com que matar um rato seja tão grave como
matar um ser humano. No entanto, podemos sustentar que a morte
de um ser humano é mais grave pois ele tem capacidades mentais
superiores e um nível de consciência mais elevado.
Perspectiva dos Direitos

         Através de uma visão deontológica é
defendido que os seres humanos têm direitos
que não podem ser violados em nome da
felicidade geral, acrescentando que os animais
não humanos também têm direitos, e por isso, a
sua vida também não pode ser colocada em
causa.


         Só a abolição do uso dos animais na
investigação científica, alimentação e vestuário, é
aceitável.
Objecções:

        Esta teoria faz com que não
nós possamos servir dos animais
não     humanos,       directa    ou
indirectamente.
       Teríamos de adoptar uma
alimentação vegetariana,     apenas
usaríamos     roupas       fabricadas
sinteticamente, e não poderíamos
usar os animais não humanos como
meio de desenvolver a ciência.
Os animais não humanos têm estatuto moral?

                 O especismo
       NÃO        é um erro               SIM




   Perspectiva            Perspectiva           Perspectiva dos
   Tradicional             Utilitarista             Direitos

     Só os seres          Obrigação ética    Todos os sujeitos de
    humanos têm           fundamental é       uma vida, animais
   direitos morais.      promover o bem-       ou humanos têm
    Temos apenas        estar. O bem-estar      direitos morais
      obrigações         dos animais é tão    absolutos. Mais do
 indirectas para com    importante como o      que promover o
      os animais.      bem-estar dos seres    bem-estar, importa
                            humanos.            respeitar esses
                                                    direitos.
Conclusão

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O Estatuto Moral dos Animais Não Humanos

  • 1. Escola Secundária de Valongo Filosofia 2010/2011 Problemas do Mundo Contemporâneo O Estatuto Moral Dos Animais Não Humanos Ana Afonso n.º4 Professor: André Santos Catarina Rebelo n.º 10 Daniela França n.º13 Raquel Andrade n.º24 10 de Junho 2011
  • 2. Introdução Os humanos servem-se dos animais não humanos na sua alimentação e vestuário, na realização de experiências ou testes científicos e muitos outros fins, como entretenimento. Partilhamos o planeta com outros animais e as nossas acções têm um enorme impacto nas suas vidas, provocamos frequentemente as suas mortes mas também um sofrimento prolongado e intenso.
  • 3. A exploração excessiva de animais não humanos para nosso benefício, levou os filósofos a questionarem-se sobre as nossas obrigações para com os estes. Perguntas como: “Será que os animais são dignos de consideração moral?”, “Que direitos têm os animais não humanos?”, “Será justo manter animais em cativeiro?” ocupam um lugar central na ética aplicada. Iremos então abordar neste trabalho esse problema filosófico, que tem como principal objectivo saber o estatuto moral dos animais não humanos.
  • 4. Para responder a este problema vamos abordar três perspectivas diferentes, complementando-as com o especismo que se e a senciência, com o objectivo de saber se os animais não humanos têm ou não estatuto moral, e se têm, quais os seus direitos e quais os nossos deveres para com eles. Os animais não Os animais têm estatuto O especismo têm estatuto moral moral é um erro Perspectiva Perspectiva Perspectiva dos Tradicional Utilitarista Direitos
  • 5. Perspectiva Tradicional Kant afirma que os animais não têm consciência de si, e existem apenas como meio para um fim, sendo esse fim o Homem. O nosso dever para com os animais não humanos é um dever indirecto. Ao sermos cruéis para com os animais não infringimos o nosso dever em relação ao animal porque este não pode julgar, mas essa crueldade vai-se também reflectir na forma como lidamos com os outros humanos, assim os nossos deveres em relação aos animais não humanos são apenas deveres indirectos em relação à humanidade.
  • 6. Assim: Segundo esta perspectiva, justifica-se tratar cruelmente os animais quando isso nos pode trazer benefícios. Kant defende que o uso dos animais na ciência, por muito sofrimento que envolva, nada tem de errado porque serve um objectivo louvável: a aquisição de conhecimento. Condena a crueldade quando esta é exercida por diversão.
  • 7. Objecções: Esta visão teleológica foi abalada por Charle), que desenvolveu a teoria da evolução das espécies por selecção natural. À luz desta teoria científica, é simplesmente falso que os animais não humanos existam ou tenham sido criados para nosso benefício. A evolução das espécies não tem em vista qualquer propósito ou finalidade.
  • 8. Especismo Mesmo que os animais não tenham sido criados para nosso benefício, podemos continuar a aceitar que só nós temos realmente estatuto ou importância moral pois pertencemos a uma espécie distinguida das outras pela racionalidade, isto dá-nos um estatuto moral superior. Jeremy Bentham considera esta resposta insatisfatória pelo facto de alguns seres humanos como recém-nascidos ou deficientes mentais não serem racionais. Apresenta assim um novo critério: Senciência – apenas um ser senciente, capaz de sofrer e ter sentimentos, pode ter estatuto moral.
  • 9. Objecções: Peter Singer compara o especismo ao racismo, o simples facto de sermos humanos não nos concede um estatuto moral superior. “A dor e o sofrimento são maus e devem ser evitados ou minimizados, independentemente da raça, sexo ou espécie do ser que sofre. […]” Peter Singer, Ética Prática, 1993
  • 10. Perspectiva dos Utilitarista Peter Signer defende que os interesses dos animais e dos seres humanos velem o mesmo e ao avaliar as consequências das nossas acções temos de pensar imparcialmente no bem-estar de todos os seres. A única maneira de obter tal imparcialidade é apenas usar os animais não humanos para a produção de benefícios suficientemente significativos.
  • 11. Objecções: Esta teoria faz com que matar um rato seja tão grave como matar um ser humano. No entanto, podemos sustentar que a morte de um ser humano é mais grave pois ele tem capacidades mentais superiores e um nível de consciência mais elevado.
  • 12. Perspectiva dos Direitos Através de uma visão deontológica é defendido que os seres humanos têm direitos que não podem ser violados em nome da felicidade geral, acrescentando que os animais não humanos também têm direitos, e por isso, a sua vida também não pode ser colocada em causa. Só a abolição do uso dos animais na investigação científica, alimentação e vestuário, é aceitável.
  • 13. Objecções: Esta teoria faz com que não nós possamos servir dos animais não humanos, directa ou indirectamente. Teríamos de adoptar uma alimentação vegetariana, apenas usaríamos roupas fabricadas sinteticamente, e não poderíamos usar os animais não humanos como meio de desenvolver a ciência.
  • 14. Os animais não humanos têm estatuto moral? O especismo NÃO é um erro SIM Perspectiva Perspectiva Perspectiva dos Tradicional Utilitarista Direitos Só os seres Obrigação ética Todos os sujeitos de humanos têm fundamental é uma vida, animais direitos morais. promover o bem- ou humanos têm Temos apenas estar. O bem-estar direitos morais obrigações dos animais é tão absolutos. Mais do indirectas para com importante como o que promover o os animais. bem-estar dos seres bem-estar, importa humanos. respeitar esses direitos.