Este documento apresenta as diretrizes para o Plano Nacional de Avaliação da Dor na UCI em Portugal, com o objetivo de uniformizar as ferramentas de avaliação da intensidade da dor em pacientes críticos. São comparadas duas escalas comportamentais para medir a dor em pacientes que não conseguem se comunicar: a Escala Comportamental da Dor e a Escala de Comportamentos Indicadores de Dor. O plano inclui formação inicial de enfermeiros de referência e avaliação das propriedades das escalas.
3. Todos nós sabemos o que é a
Dor…
…mas ao tentar mensurá-la
percebemos que interiorizámos o
seu significado de uma forma
intuitiva, isto porque….
… a dor é sempre uma
experiência subjectiva.
4. “A dor é uma experiência sensorial e emocional
desagradável, associada a uma lesão tecidular, real
ou potencial, ou que pode ser descrita de acordo
com as manifestações próprias de tal lesão.”
5.
6. Joint Commission on Accreditation
of Health-care Organizations’s (JCAHO’s)
Normas para a avaliação e gestão da dor
“os pacientes críticos têm o direito à analgesia adequada e à
gestão da sua dor”
(grau de recomendação C)
“a avaliação da dor e a resposta à terapêutica deve ser
realizada regularmente através de uma escala adequada à
população de doentes e sistematicamente documentada”
(grau de recomendação C)
7. Joint Commission on Accreditation
of Health-care Organizations’s (JCAHO’s)
Normas para a avaliação e gestão da dor
“O nível de dor relatada pelo paciente deve ser considerado o
“gold standard” para a avaliação da dor e resposta à
analgesia. O uso da EVN é recomendada para avaliar a dor”
(grau de recomendação B)
“A dor em pacientes que não podem comunicar, deve ser
avaliada por meio subjectivo da observação de
comportamentos e indicadores fisiológicos”
(grau de recomendação B)
8. “Os doentes críticos estão
particularmente vulneráveis à dor.”
“A dor não é considerada uma
prioridade.”
“A dor tem sido identificada com um
factor que agrava a condição clínica do
doente.”
“A eficaz gestão só pode ser alcançada
com uma avaliação precisa da dor.”
9. “A dor em doentes críticos é comum.”
“Existe um grande desafio em analisar e
avaliar a dor.”
10.
11. AVALIAÇÃO DA DOR EM
UCI
Complexa Desafio Universal
Med Intensiva 2006;30(8)101:1470-6 Crit Care Med 2002 vol.30 nº1 120-135
Difícil em doentes que
não comunicam
Dimensions of Critical Care Nursing vol 22 nº6
12. 1 década em Portugal
3 décadas no Mundo
Avaliação da dor em UCI
13. “Esforços devem ser feitos para melhorar a avaliação
e o tratamento da dor em doentes críticos e
representa uma oportunidade de melhoria na
qualidade de cuidados”
14. Princípios da Avaliação da Dor
“Dor é o que a pessoa que experimenta diz que é
e existe sempre que a pessoa diz que existe”
IASP
“A dor deve ser avaliada, monitorizada, controlada
e aliviada” DGS, 2003
“A avaliação deve ser registada para facilitar a
comunicação entre os profissionais” Gordon et al, 2005
“A dor é uma experiência subjectiva”
E.P.A, 2003
15. Procedimento de Avaliação de Dor
Auto-Avaliação • O paciente faz a Auto-Avaliação da dor
Causas Potenciais de Dor • Procurar Causas Potenciais de dor
Observação
• Observar comportamentos
Comportamental
Observação da Família • A família identifica comportamentos
Titulação Analgésica • Avaliação analgésica
•
Reavaliação • Reavaliar sistematicamente
16. Auto-Avaliação
“Esforços devem ser feitos
para obter a auto-avaliação da
dor de todos os doentes”
Causas Potencias
de Dor
McCaffery & Pasero, 1999
Observação
Comportamental
“A melhor forma de avaliar a
Observação da dor é perguntar ao doente”
Família
N Engl J Med. 1994; 330: 592-6
Am J Crit Care. 2002; 11:41-29
Titulação
Analgésica
GOLD STANDARD
Reavaliação
17. Auto-Avaliação
Pode ser prejudicada por:
Causas Potencias
de Dor
Alterações da percepção dolorosa do
doente:
Observação
Comportamental –Idade
–Perturbações cognitivas
Observação da
Família
–Experiências dolorosas
Titulação
–Delírio
Analgésica
–Estado emotivo
Reavaliação
18. Auto-Avaliação
Pode ser prejudicada por:
Causas Potencias
de Dor
Incapacidade de comunicação
Observação
–Nível de consciência
Comportamental
Observação da
Família
–Estado de sedação
–Presença de tubo endotraqueal
Titulação
Analgésica –Bloqueadores neuromusculares
Reavaliação
19. Auto-Avaliação
“Mesmo o paciente com capacidade
cognitiva diminuída pode relatar a
Causas Potencias
de Dor
sua dor”
Chest 2009;135;1069-1074
Observação
Tentar pelo menos
Comportamental
Observação da
Família
Titulação
Analgésica
SIM NÃO
Reavaliação
20. Auto-Avaliação
Patologia
Causas Potencias
de Dor
Observação Procedimentos
Infecções
Comportamental
de Imobilidade
Ocultas
Observação da
Enfermagem
Família
Titulação
Analgésica
Procedimentos invasivos
Reavaliação
21. Auto-Avaliação
Procedimentos de Enfermagem
– Reabilitação
Causas Potencias – Tratamento de feridas
de Dor
– Aspiração de secreções
endotraqueais
Observação
Comportamental
– Posicionamento
Observação da
Família
“OS MAIS DOLOROSOS”
Titulação
Analgésica
(Jacob & Puntillo,1999; Puntillo et al.,2001, 2004;
Simons et al.,2003;
Stanik-Hutt et al., 2001;
Reavaliação Foster et al., 2003; Gordon et al., 2004)
22. Auto-Avaliação Enfermeiros
Causas Potencias
de Dor
“ “Os Enfermeiros estão presentes
Observação em quase todos os
Comportamental
procedimentos dolorosos,
portanto são os profissionais
Observação da indicados para avaliar e
Família
monitorizar a dor do doente
crítico”
Titulação IASP
Analgésica
Reavaliação
23. Auto-Avaliação
Neonatologia e
crianças no
Causas Potencias
de Dor
Demência pré-verbal
Observação
Comportamental Doentes Adultos
Entubados e/ou
Observação da
Família
Inconscientes
Titulação
Analgésica
Reavaliação
Populações do Não-Verbal
American Society for Management Nursing, 2006
24. Auto-Avaliação
“Não se pode adoptar escalas de dor
Causas Potencias
de Dor
concebidas para neonatologia ou
doentes com demência pois estes
instrumentos, expressamente
Observação
Comportamental desenhados para estas populações,
não mostram fiabilidade nem
Observação da
validade quando se aplicam em
Família
adultos que não comunicam”
Titulação Crit Care Med.2006;30:119-41
Analgésica
Reavaliação
25. Auto-Avaliação
Escalas Escalas
Causas Potencias
Multidimensionais Unidimensionais
de Dor
Observação Indicadores Indicadores
Comportamental Fisiológicos Comportamentais
Observação da
Família Indicadores
Comportamentais
Titulação
Analgésica
The Journal of Pain. 2008;9;2:2-10
Reavaliação
26. Auto-Avaliação
Indicadores Fisiológicos
Causas Potencias
de Dor
“Tradicionais indicadores de dor”
Intensive and Critical Care Nursing. 2006;22:32-9
Observação
Comportamental – Frequência cardíaca
– Pressão arterial
Observação da
Família
– Frequência respiratória
Titulação (Jacob & Puntillo,1999; Puntillo et al.,2001, 2004;
Analgésica
Simons et al.,2003; Foster et al., 2003;
Gordon et al., 2004 ;Céline Gélinas, 2008)
Reavaliação
27. Auto-Avaliação
Indicadores Comportamentais
Causas Potencias
de Dor
– Expressão Facial
– Presença de movimentos ou
Observação
Comportamental posturas antiálgicas
– Aumento do tónus muscular
Observação da – Adptação ventilatória
Família
Titulação (Jacob & Puntillo,1999; Puntillo et al.,2001, 2004;
Analgésica Simons et al.,2003; Stanik-Hutt et al., 2001;
Foster et al., 2003; Gordon et al., 2004)
Reavaliação
28. Auto-Avaliação
Behavioral Pain Scale (BPS)
Payen et al., 2001
Causas Potencias
de Dor
Observação Critical Care Pain Observation Tool
Comportamental (CPOT)
Gélinas et al, 2003
Observação da
Família
Escala de Comportamentos
Titulação
Indicadores de Dor (ESCID)
Analgésica Nacho Latorre Marco, 2011
Reavaliação
29. Behavioral Pain Scale (BPS)
Auto-Avaliação
Payen et al., 2001
Causas Potencias
de Dor
Observação
Comportamental
Observação da
Família
Titulação
Analgésica
Reavaliação
30. Auto-Avaliação
Escala de Comportamentos
Indicadores de Dor (ESCID)
Nacho Latorre Marco, 2011
Causas Potencias ESCID
de Dor
0 1 2 Pont.
Parcial
Em tensão, testa Testa franzida
Musculatura Facial Relaxada franzida e ou facies habitualmente e/ou
Observação de dor dentes cerrados
Comportamental Tranquilo,
relaxado,
Movimentos
ocasionais de
Movimentos
frequentes, incluindo
Tranquilidade
movimentos inquietude e/ou cabeça ou
normais posição extremidades
Aumentado. Flexão
Tónus Muscular Normal Rígido
de mãos e/ou pés
Observação da
Família
Adaptação à VM
Tosse, mas tolera
(descartar outras Tolera VM Luta com Ventilador
VM
causas)
Tranquiliza-se ao
Confortável Difícil de confortar ao
Titulação Conforto toque e/ou a voz.
e/ou tranquilo toque e à voz
Fácil de distrair
Analgésica
PONTUAÇÃO TOTAL __/10
0: Sem Dor 1-3: Dor ligeira. 4-6:Dor Moderada »6: Dor Intensa
Contemplar
outras causas
Reavaliação
33. Problemática
Ausência de uniformização de ferramentas
avaliação da intensidade da Dor do doente
internado nas Unidades de Cuidados
Intensivos Portuguesas.
34. Objectivo Geral
Designar uma escala comportamental, das
duas indicadas, como instrumento de medida,
para a avaliar a dor em doentes críticos, que
não comunicam, sedados e submetidos à
ventilação mecânica, a adoptar pelas UCI´s
Portuguesas.
.
35. Objectivos Específicos
• Promover o desenvolvimento de competências
na área da avaliação da dor em doentes críticos;
• Avaliar as propriedades, como instrumento de
medida, de duas escalas de avaliação da dor em
doentes críticos, que não comunicam e
submetidos à ventilação mecânica.
• Conhecer a opinião dos enfermeiros participantes
no PNAD, sobre a aplicabilidade das escalas
propostas.
37. Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos lança projectos pioneiro de avaliação
da dor
… Semana Europeia da Dor, que se assinalou entre 11 e 15 de Outubro, serviu para a
Sociedade Portugue … as unidades de cuidados intensivos do país vão passar a usar
duas escalas para avaliação da dor, se … para avaliar a dor do doente – que após a
formação conseguirão disseminar aos restantes elementos d …
http://www.ordemenfermeiros.pt/comunicacao/Paginas/SociedadePortuguesaCuidados
Intensivos.aspx
20-10-2010 - 28KB
Divulgação Oficial do Projecto
Semana Europeia da Dor
38. Plataforma de Formação
• Estruturar
Enf. Ref. • Formação em
formação • Formar serviço a toda a
inicial Enfermeiros de equipa de
Referência Enfermagem
GAD ENFº
39. ANTES DO PROCEDIMENTO DURANTE MOBILIZAÇÃO/C. POSTURAL OU APÓS PERIODO DE RECUPERAÇÃO
(5-10 MINUTOS ANTES) DEPOIS DA ASPIRAÇÃO DE SECREÇÕES (15 MIN. DEPOIS DO PROCEDIMENTO)
EVA EVA EVA
Sem dor Pior dor imaginável Sem dor Pior dor imaginável Sem dor Pior dor imaginável
_____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
EVN EVN EVN
Escala Comportamental da Dor Escala Comportamental da Dor Escala Comportamental da Dor
Relaxada 1 Relaxada 1 Relaxada 1
Ligeiramente contraída(ex.sobrancelhas arqueadas) 2 Ligeiramente contraída(ex.sobrancelhas arqueadas) 2 Ligeiramente contraída(ex.sobrancelhas arqueadas) 2
Expressão Facial Expressão Facial Expressão Facial
Contracção Franca(ex.pálpebras cerradas) 3 Contracção Franca(ex.pálpebras cerradas) 3 Contracção Franca(ex.pálpebras cerradas) 3
Fácies com sinal de dor 4 Fácies com sinal de dor 4 Fácies com sinal de dor 4
Sem movimento 1 Sem movimento 1 Sem movimento 1
Tónus dos Membros Ligeira Flexão 2 Tónus dos Membros Ligeira Flexão 2 Tónus dos Membros Ligeira Flexão 2
Superiores Membros em flexão e punhos cerrados 3 Superiores Membros em flexão e punhos cerrados 3 Superiores Membros em flexão e punhos cerrados 3
Membros retraídos 4 Membros retraídos 4 Membros retraídos 4
Adaptado 1 Adaptado 1 Adaptado 1
Reacção esporádica ao ventilador 2 Reacção esporádica ao ventilador 2 Reacção esporádica ao ventilador 2
Adaptação à Ventilação Adaptação à Ventilação Adaptação à Ventilação
Luta contra o ventilador 3 Luta contra o ventilador 3 Luta contra o ventilador 3
Impossível de ventilar 4 Impossível de ventilar 4 Impossível de ventilar 4
Ausência de dor = 3 pontos Dor Intensa = 12 pontos Ausência de dor = 3 pontos Dor intensa= 12 pontos Ausência de dor = 3 pontos Dor Intensa = 12 pontos
ESCID ESCID ESCID
Pontuação Pontuação Pontuação
0 1 2 parcial 0 1 2 parcial 0 1 2 parcial
Testa Testa Testa
Musculatura Em tensão, testa franzida Musculatura Em tensão, testa franzida Musculatura Em tensão, testa franzida
Relaxada Relaxada Relaxada
facial franzida e/ou habitualmente facial franzida e/ou habitualmente facial franzida e/ou habitualmente
fácies de dor e/ou dentes fácies de dor e/ou dentes fácies de dor e/ou dentes
cerrados cerrados cerrados
Movimentos Movimentos Movimentos Movimentos Movimentos Movimentos
Tranquilo, Tranquilo, Tranquilo,
ocasionais frequentes, ocasionais frequentes, ocasionais frequentes,
Tranquilidade relaxado, Tranquilidade relaxado, Tranquilidade relaxado,
de inquietude incluindo de inquietude incluindo de inquietude incluindo
movimentos movimentos movimentos
e/ou mudança cabeça e/ou e/ou mudança cabeça e/ou e/ou mudança cabeça e/ou
normais normais normais
de posição extremidades de posição extremidades de posição extremidades
Aumentado. Aumentado. Aumentado.
Tónus muscular Normal Flexão dosdedos Rígido Tónus muscular Normal Flexão dosdedos Rígido Tónus muscular Normal Flexão dosdedos Rígido
das mãos e/ou das mãos e/ou das mãos e/ou
pés pés pés
Tosse, Tosse, Tosse,
Adaptação à VM Luta com o Adaptação à VM Luta com o Adaptação à VM Luta com o
Tolera V.M. mas tolera Tolera V.M. mas tolera Tolera V.M. mas tolera
(Descartar outras ventilador (Descartar outras ventilador (Descartar otras ventilador
V.M. V.M. V.M.
causas) causas) causas)
Confortável Tranquiliza-se Difícil de Confortável Tranquiliza-se Difícil de Confortável Tranquiliza-se Difícil de
Conforto e/ou tranquilo ao toque e/ou confortar, ao Conforto e/ou tranquilo ao toque e/ou confortar, ao Conforto e/ou tranquilo ao toque e/ou confortar, ao
à voz. Fácil de toque e à voz à voz. Fácil de toque e à voz à voz. Fácil de toque e à voz
distrair distrair distrair
PONTUAÇÃO TOTAL /10 PONTUAÇÃO TOTAL /10 PONTUAÇÃO TOTAL /10
1-3: Dor ligeira. 1-3: Dor ligeira. 1-3: Dor ligeira.
4-6: Dor 4-6: Dor 4-6: Dor
0: Sem dor Contemplar outras >6: dor intensa 0: Sem dor Contemplar outras >6: dor intensa 0: Sem dor Contemplar outras >6: Dor Intensa
moderada moderada moderada
causas causas causas
Ass.Enf.____________________________________ Ass.Enf.____________________________________ Ass.Enf.____________________________________
40. População Alvo
Doentes internados em Unidade de Cuidados
Intensivos, aderentes ao estudo, que cumpram
todos os critérios de inclusão e nenhum de
exclusão.
41. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
•Estar submetido a ventilação mecânica;
•Incapacidade para comunicar, de forma
verbal e/ou motora.
42. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
•Doentes com capacidade para efectuar auto-avaliação
da dor;
• Ventilação espontânea;
•Tetraplegia;
•Tratamento com bloqueantes neuromusculares (ou
estar sobre o seu efeito);
•Coma profundo por afectação metabólica ou
neurológica, ou induzido por barbitúricos, com
pontuação de Glasgow Coma Score igual a 3 sobre 15;
•Polineuropatía do doente crítico;
•Morte cerebral.
45. BEHAVIORAL PAIN SCALE
(Payen et al, 2001)
Doente
Crítico
Ventilado
Sedado
Artif.
ORIGEM
Unidade de Cuidados Intensivos e Anestesiologia do Hospital de Saint Eloi
(França)
46. ESCALA COMPORTAMENTAL DE DOR
Adaptada da Behavioral Pain Scale de Payen et al 2001
OBJECTIVO
Avaliar comportamentos considerados indicadores de dor, na
pessoa em situação crítica.
AVALIAÇÃO DE 3 INDICADORES:
Expressão Facial
Tónus dos Membros Superiores
Adaptação à Ventilação
Cada indicador é dividido em 4 descrições, reflectindo um
aumento gradual da intensidade da dor
47. ESCALA COMPORTAMENTAL DE DOR
PONTUAÇÃO :
Selecção de um item de cada indicador, ao qual corresponderá
uma cotação entre 1 (sem resposta) e 4 (maior resposta)
O resultado da intensidade da dor corresponderá à soma obtida
em cada indicador e pode oscilar entre 3 (sem dor) e 12 (dor
intensa)
Com score de BPS ≥ 4, doente apresenta dor => Intervenção de
Alívio
AVALIAÇÃO NA PRÁTICA:
Simples
Rápida
Implica conhecimento prévio do doente (Individualizada)
50. OBJECTIVO: Score <4
Oscilação da Pontuação
Score total
ausência da dor = 3
dor intensa = 12
NOTA:
Scores > 4 significa que há necessidade de
intervenção de alívio
52. A ESCID TEM ORIGEM NA ESCALA UNIDIMENSIONAL DE
CAMPBELL ( INDICADORES COMPORTAMENTAIS), ELABORADA
POR M. CAMPBELL:
Pela necessidade de avaliar a dor nos doentes críticos impossibilitados de qualquer
tipo de comunicação da sua dor ( auto-avaliação).
Na tentativa de elaborar um instrumento de colheita de dados neste âmbito que
contemple o maior número possível de indicadores comportamentais sugestivos de
presença de dor.
Em termos de pontuação de intensidade de dor pudesse ter correspondência numérica
com as escalas validadas para doentes com capacidade de comunicar ( ex: EVA; EVN) – 0 a
10 (em que 0 = sem dor e 10 = dor severa incontrolável).
54. Nacho Latorre modifica esta escala substituindo o item
VOCALIZAÇÕES por ADAPTAÇÃO Á VENTILAÇÃO
MECÂNICA, passando-se a chamar-se de Escala de
Campbell modificada.
Posteriormente e para validar a construção desta escala,
denomina-a de ESCID (Escala de Comportamentos
Indicadores de Dor), 2011:
“(…) para valoración del dolor en pacientes críticos, no
comunicativos y sometidos a ventilación mecánica.”
56. Musculatura facial:
INTERPRETAÇÃO DA
ESCID 0 pontos – “Relaxada”
- o doente apresenta expressão relaxada ou tranquila, não
franze a testa nem cerra os dentes e/ou os olhos;
1 ponto – “Em tensão, franze a testa e/ou fácies de dor”
- o doente franze a testa, tensão ou gesto de cerrar os olhos,
de forma intermitente, que alterna com fácies relaxada;
2 pontos – “Testa franzida de forma habitual e/ou dentes
cerrados”
- o doente apresenta na maioria do tempo ou sempre, fácies
de dor, mantendo testa franzida, cerrando os olhos e/ou os
dentes.
Tranquilidade:
0 pontos – “Tranquilo, relaxado, movimentos normais”
- o doente apresenta-se relaxado, não se move e, quando o
faz, os movimentos são normais e coordenados;
1 ponto – “Movimentos ocasionais de inquietude e/ou
mudança de posição”
- o doente, ocasionalmente, mostra-se inquieto, com
movimentos de mudança frequente de postura ou da cabeça,
ou, movimentos dirigidos a pontos dolorosos. São
movimentos ocasionais com duração entre eles superior a 10
– 15 segundos;
57. INTERPRETAÇÃO DA
ESCID: Tranquilidade:
2 pontos – “ Movimentos frequentes, incluindo cabeça
e/ou extremidades”
- o doente apresenta-se muito inquieto, efectuando
movimentos anteriormente descritos, de maneira
frequente, num espaço de tempo inferior a 10 – 15
segundos (entre cada movimento).
Tónus muscular:
0 pontos – “Normal”
- o doente está relaxado, não apresenta tensão nem
resistência aos movimentos passivos;
1 ponto – “Aumentado. Flexão dos dedos das mãos e/ou
pés”
- o doente apresenta tensão muscular e/ou contracção
das extremidades, flexão dos dedos das mãos e/ou pés.
Resistência a movimentos passivos;
2 pontos – “Rígido”
- doente com contracção forte e permanente das
extremidades e dedos, resistência a movimentos passivos.
58. INTERPRETAÇÃO DA
Adaptação à ventilação mecânica:
ESCID:
0 pontos – “Tolera a ventilação mecânica (VM)”
- o doente está adaptado à VM, não disparam alarmes;
1 ponto – “Tosse, mas tolera a VM”
- doente com episódios auto limitados de tosse ou de
activação de outros alarmes que se resolvem se actuar
directamente sobre ele, e que permite prosseguir com a
VM sem modificações;
2 pontos – “Luta com o ventilador”
- o doente tem intolerância à VM, alarmes que não param
e precisam de intervenção.
Conforto:
0 pontos – “Confortável e/ou tranquilo”
- o doente apresenta-se tranquilo relaxado;
1 ponto – “Tranquiliza-se à voz e/ou toque. Fácil de distrair
- o doente mostra-se pouco confortável, move-se e/ou
agita-se mas tranquiliza-se à voz e/ou ao toque;
2 pontos – “Difícil de confortar à voz e/ou toque”
- o doente mostra-se agitado e pouco confortável e não se
tranquiliza à voz e/ou toque.
59. Procedimento
• A avaliação da dor deverá ser realizada todos os
turnos (MTN);
• A avaliação da dor deve ser realizada por um
profissional com formação nesta área;
• A avaliação deve coincidir com a aplicação de
procedimentos comuns da prática clínica habitual,
e que estejam documentados como dolorosos: a
mobilização, o posicionamento e a aspiração
endotraqueal.
60.
61. Agradecemos
a atenção!
Em nome de todos os
Enfermeiros do GAD-SPCI