1) O documento discute metodologias de pesquisa em administração, destacando a importância da pesquisa científica para responder às necessidades humanas.
2) São apresentados os enfoques quantitativo e qualitativo da pesquisa, com ênfase nas características de cada um, como o uso de métodos estatísticos versus descrições na coleta de dados.
3) É sugerido que os enfoques são complementares e o pesquisador deve escolher o mais adequado de acordo com o contexto e objetivos de cada estudo.
2. Importância da pesquisa
• A pesquisa científica é uma atividade
intelectual intencional que visa responder
às necessidades humanas.
As necessidades humanas básicas são
percebidas no indivíduo como sensação
permanente de insatisfação.
3. A função essencial da razão humana é
melhorar a vida.
Da teoria, aprimorar a prática;
Da racionalidade, melhorar o animal
humano.
4. ORIENTAÇÃO PARA ESTUDO, LEITURA,
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
UNIDADE 1
PROCESSO DE LEITURA
• O processo de leitura, análise e interpretação de texto está
fundamentado na compreensão de que o ato de ler, como
vimos anteriormente, é um ato eminentemente político, de O
processo de leitura, análise e interpretação de texto está
fundamentado na compreensão de que o ato de ler, como
vimos anteriormente, é um ato eminentemente político, de
compreensão de mundo e envolve o leitor por inteiro, a partir
de sua história de vida, de suas experiências escolares, de
suas expectativas e de processos cognitivos complexos.
• Vamos, nesse tópico, delimitar compreensão de mundo e
envolve o leitor por inteiro, a partir de sua história de vida, de
suas experiências escolares, de suas expectativas e de
processos cognitivos complexos.
5. A identificação de elementos
Leva em consideração as diferentes características de
cada tipo de texto, que pode ser:
• Informativo: tem como objetivo veicular a
informação.
• Literário: trata de expressão da arte.
• Filosófico: apresenta rigorosa reflexão sobre o
significado das coisas e dos fatos.
• Científico: se caracteriza
“por um raciocínio construído sobre fundamentação exaustiva e
sempre provada; os termos são específicos, técnicos da área
de estudo e o Método é igualmente rigoroso” (LUCHESI, et
al., 1986, p. 147).
6. Outros tipos de texto
Pedro Demo (2008 apud ZANELLA, 2009,p.24 ) acrescenta,
ainda, outros tipos de texto:
• Teórico: discute teorias, conceitos, categorias.
• Metodológico: discute método, produção e testes de
dados, epistemologia*.
• Empírico: discute dados e suas análises.
• Prático: serve para discussão de práticas
organizacionais, políticas, programas, projetos, entre
outros.
Quanto à identificação da referência bibliográfica da
publicação, é feita observando as informações
constantes da sua Ficha Catalográfica que, no caso de
livro, geralmente é colocada nas primeiras páginas.
7. CIÊNCIA, METODOLOGIA E PESQUISA
Unidade 2
A CIÊNCIA E OS DIFERENTES
TIPOS DE CONHECIMENTOS
O QUE É PESQUISA?
8. Três definições para sua reflexão.
Pesquisa é:
• O processo formal e sistemático de desenvolvimento
do Método científico e visa à produção de
conhecimento novo (GIL, 2007, p. 42);
• Uma atividade humana, honesta, cujo propósito é
descobrir respostas para as indagações ou questões
significativas que são propostas (TRUJILLO FERRARI,
1982, p. 167); e
• Um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e
crítico, que permite descobrir fatos novos ou dados,
relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento
(ANDER-EGG apud LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 154).
9. *Epistemologia – Do grego epistéme que quer
dizer “ciência” + “logia” que significa “estudo”
= estudo da ciência, do c o n h e c i m e n t o .
(FERREIRA, 2004 apud ZANELLA, 2009, p.29).
10. A EPISTEMOLOGIA
O termo significa "estudo da ciência" (do grego
episthme = conhecimento, ciência, e logo = estudo,
discurso). É usada em dois sentidos: para indicar o
estudo da origem e do valor do conhecimento humano
em geral (e neste sentido é sinônimo de gnosiologia ou
crítica); ou para significar o estudo as ciências (físicas e
humanas), dos princípios sobre o qual se fundam, dos
critérios de verificação e de verdade, do valor dos
sistemas científicos.
11. A EPISTEMOLOGIA
Estudo da evolução das idéias essenciais,
considerando grandes problemas concernentes
à metodologia, aos valores e ao objeto desse
saber sem vincular necessariamente ao
contexto histórico desse desenvolvimento.
Trata-se de uma disciplina relacionada a teoria
do conhecimento.
12. A EPISTEMOLOGIA
Pode-se dividi-la em dois sentidos básicos:
a) a crítica do conhecimento científico: exame
dos princípios, das hipóteses e das conclusões
das diferentes ciências, tendo em vista
determinar seu alcance e seu valor objetivo.
b) a filosofia da ciência (empirismo,
racionalismo, etc), e a história do
desenvolvimento científico.
13. CIÊNCIA
A ciência, etimologicamente scientia (saber),
que os gregos designaram ejpisthvmh
(epistême - conhecimento) por oposição a
dovxa (doxa - opinião), é conhecimento - já
que queremos conhecer ou não fosse o
homem, por natureza, um animal curioso que
deseja o saber.
14. A EPISTEMOLOGIA
A tarefa fundamental da Epistemologia é
pensar a ciência (com relação a evolução
dos conceitos científicos), o que ela é
(conhecimento sistematizado) e como se
faz (métodos), qual o valor do seu
conhecimento (axiológico), quais os seus
fundamentos ...
15. A EPISTEMOLOGIA
• O estudo e o emprego dos argumentos céticos, em algum
sentido, pode ser dito, definem a epistemologia. Um
objetivo central da epistemologia é determinar como
podemos estar certos de que nossos meios para conhecer
(aqui "conhecer" implica obrigatoriamente "crença
justificada") são satisfatórios.
• Um modo preciso de mostrar o que é requerido é
observar cuidadosamente os desafios céticos aos nossos
esforços epistêmicos, desafios que sugerem que as
maneiras pelas quais seguimos estão distorcidas. Se
somos capazes de não apenas identificar mas, sim,
enfrentar os desafios céticos, um objetivo primário da
epistemologia terá sido concretizado.
16. Máxima do Positivismo
Quando o cientista consegue com suas
pesquisas antecipar os movimentos dos
fenômenos físicos e sociais [saber para
prever] é possível dominá-lo, determinar as
leis que as regem e, com isso, usufruir melhor
o mundo em que vivemos [prever para
poder].
(MEKSENAS, 2007 apud
SANTOS, 2010, p.30 )
17. FENOMENOLOGIA
A Fenomenologia é uma escola da filosofia cujo
propósito principal é estudar os fenômenos,
ou aparências, da experiência humana.os
fenômenos estudados são aqueles
vivenciados nos vários atos da consciência.
(MOREIRA, 2002 apud
SANTOS, 2010, p.33 )
18. ABORDAGEM CRÍTICO-DIALÉTICA
• Tem como referencial teórico o materialismo
histórico, apoiando-se na concepção dinâmica
da realidade e das relações dialéticas entre
sujeito e objeto, entre conhecimento e ação,
entre teoria e prática.
(MARTINS,1994 apud
SANTOS, 2010, p.36)
19. Exemplo (página 87)
Consultoria externa em reforma do Estado tem
função técnica ou estratégica? Um estudo de
caso. Autores: Maria Eliza Gonçalves de
Siqueira, Pedro Lincoln C. L. de Mattos.
Disponível em: <http://www.ebape.fgv.br/a c a
demico/asp/dsp_rap_resumos.a
s p ? cd_artigo=5777>. Acesso em: 26 maio
2009.
20. EIxO
EPISTEMOLóGICO
Não considera a
história.
Consultoria externa em reforma do Estado
tem função técnica ou estratégica? Um
estudo de caso
21. EIxO
EPISTEMOLóGICO
Não considera a
história.
Consultoria externa em reforma do Estado
tem função técnica ou estratégica? Um
estudo de caso
22. EIxO
EPISTEMOLóGICO
Considera a história.
Consultoria externa em reforma do Estado
tem função técnica ou estratégica? Um
estudo de caso
24. Enfoques QUANTITATIVO e QUALITATIVO
• Correntes do pensamento: empirismo,
materialismo dialético, positivismo,
fenomenologia e o estruturalismo.
• Desde a segunda metade do séc. XX essas
correntes foram polarizadas em dois
enfoques principais:
• O enfoque QUANTITATIVO e enfoque
QUALITATIVO da pesquisa.
• Enfoque integrado ‘multimodal’
25. O dois enfoques QUANTITATIVO e
QUALITATIVO utilizam cinco etapas
similares e relacionadas entre si
(GRINNELL,1997)
1. Realizam observação e avaliação de fenômenos;
2. Estabelecem pressupostos ou ideias como consequência
da observação e avaliação realizadas;
3. Testam e demonstram o grau em que as suposições ou
ideias têm fundamento;
4. Revisam tais suposições ou ideias sobre a base dos testes
ou da análise;
5. Propõem novas observações e avaliações para esclarecer,
modificar e/ou fundamentar as suposições e ideias; ou
mesmo gerar outras.
26. Enfoque quantitativo
• Usa coleta de dados para testar hipóteses com
base na mediação numérica e na análise
estatística para estabelecer padrões de
comportamento.
Enfoque qualitativo
• Utiliza coleta de dados sem mediação
numérica para descobrir ou aperfeiçoar
questões de pesquisa e pode ou não provar
hipóteses em seu processo de interpretação.
27. Enfoque quantitativo
• Utiliza a coleta de dados para responder às questões
de pesquisa e testar hipóteses estabelecidas
previamente, e confia na mediação numérica, na
contagem e frequentemente no uso de estatística para
estabelecer com exatidão os padrões de
comportamento de uma população.
Enfoque qualitativo
• Em geral, é utilizado sobretudo para descobrir e
refinar as questões de pesquisa. Às vezes, mas
não necessariamente, hipóteses são
comprovadas (GRINNEL, 1997). Hipóteses em
seu processo de interpretação.
28. Enfoque qualitativo
• Com frequência esse enfoque está baseado em
métodos de coleta de dados sem medição
numérica, como as descrições e as observações.
Regularmente, questões e hipóteses surgem
como parte do processo de pesquisa, que é
flexível e se move entre os eventos e sua
interpretação, entre as respostas e o
desenvolvimento da teoria. Seu propósito
consiste em ‘reconstruir’ a realidade, tal como é
observada pelos atores de um sistema social
predefinido. Muitas vezes é chamado de
‘holístico’, porque considera o ‘todo’, sem
reduzi-lo ao estudo de suas partes.
29. Enfoques são complementares
• O pesquisador deve ser metodologicamente
plural e guiar-se pelo contexto, a situação,os
recursos de que dispõe, seus objetivos e o
problema do estudo em questão. De fato,
trata-se de uma postura pragmática.
30. Quais características se destacam no
enfoque quantitativo da pesquisa?
• O enfoque quantitativo regularmente seleciona
uma ideia, que transforma em uma ou várias
questões relevantes de pesquisa. Logo hipóteses
e variáveis são derivados dessas questões; um
plano é desenvolvido para testá-las; as variáveis
são medidas em um determinado contexto; as
medições obtidas são analisadas
(frequentemente utilizando métodos
estatísticos), e é estabelecida uma série de
conclusões a respeito da(s) hipótese(s).
31. Quais características se destacam no
enfoque qualitativo da pesquisa?
• As pesquisas qualitativas também são guiadas por áreas ou
temas significativos da pesquisas. Contudo, em vez da clareza
sobre as questões e hipóteses preceder a análise dos dados
(como na maioria dos estudos quantitativos, pelo menos na
intenção), os estudos qualitativos podem desenvolver questões
e hipóteses antes, durante e depois da coleta e análise.
• Com frequência, essas atividades servem, primeiramente, para
descobrir quais são as questões mais importantes na pesquisa; e
depois refiná-las e responde-las (ou testar hipóteses).
• O processo se desenvolve dinamicamente entre os fatos e sua
interpretação em ambos os sentidos. A ênfase não está em
medir as variáveis envolvidas no fenômeno, mas em entendê-lo.
33. METAS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
CONHECER O FENÔMENO SOCIAL
ENFOQUE ENFOQUE
QUANTITATIVO QUALITATIVO
Ponto de Há uma realidade a conhecer Há uma realidade a descobrir
partida
Premissa A realidade do fenômeno social A realidade e o fenômeno social é
pode ser conhecida com a mente a mente.
A realidade é construída pelo(s)
indivíduos que dá (dão)
significados ao fenômeno social.
Dados Uso de medição e quantificação. Uso da linguagem natural
Finalidade Busca relatar o que acontece.
Fatos que dêem informação
Busca entender o contexto e/ou
ponto de vista do ator social.
específica da realidade que
podemos explicar e prever.
Fonte: SAMPIERI at al. Metodologia da Pesquisa. 3.ed. São Paulo: Mc Graw-Hill, 2006. p.9
34. Realidade
• Becker (1993) – É o ponto mais estressante das
ciências sociais. As diferenças entre os enfoques
quantitativo e qualitativo tem um tom
eminentemente ideológico.
• Karl Popper (1965) – nos faz entender que a
origem das visões conflitivas, sobre o que é ou
deve ser o estudo do fenômeno social,
encontram-se premissas de diferentes definições
sobre a realidade.
• O realismo desde Aristóteles estabelece que o
mundo chega a ser conhecido pela mente.
35. Realidade
• Kant introduz a ideia de que o mundo pode ser
porque a realidade se assemelha às formas que a
mente tem.
• Hegel vai rumo ao idealismo puro e propõe que:
“O mundo é minha mente”. Popper adverte que
o perigo dessa posição é que ela permite o
dogmatismo (como provou, por exemplo, o
materialismo dialético).
• O avanço do conhecimento, diz Popper, necessita
de conceitos que possamos refutar e provar. Essa
característica delimita o que é ou não ciência.
37. Estudo de campo
Pesquisam:
• Situações reais. A palavra campo quer dizer que o
• estudo é realizado num ambiente real. São
semelhantes aos levantamentos e aos estudos de
caso, mas metodologicamente apresentam
diferença quanto à profundidade e amplitude:
• Os levantamentos (surveys) têm grande
amplitude, pouca profundidade, isto é, abrangem
grande número de pessoas, muitas organizações,
etc;
38. • Os estudos de caso têm grande profundidade
e pouca amplitude, isto é, estudam poucas
pessoas ou organizações, mas
exaustivamente; e
• Os estudos de campo têm pouca
profundidade e pouca amplitude.
39. Exemplo (p.89)
O estudo que envolve a
Avaliação da atuação dos nutricionistas que atuam nos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) nos
municípios A e B, com base nos indicadores de
desempenho determinados pelo Ministério da Saúde,
pode ser caracterizado:
• quanto ao método e forma de abordagem: estudo
qualitativo;
• quanto ao objetivo: pesquisa descritiva; e
• quanto aos procedimentos adotados na coleta de
dados: pesquisa bibliográfica, documental, de campo, e
um estudo de caso.
40. Estudo de Caso
As estratégias de pesquisa em Ciências
Sociais podem ser:
41. Estudo de Caso
O estudo de caso poderá ser:
–exploratório;
–descritivo;
–explanatório (causal).
Obs.: freqüentemente os estudos de caso têm
propósito exploratório e descritivo.
42. Estudo de Caso
Necessidade de se utilizar o “Estudo de
Caso”:
– deve nascer do desejo de entender um
fenômeno social complexo;
– geralmente usado, quando a pergunta de
pesquisa é da forma “como?” ou “por quê?”.
43. Estudo de Caso
Estudo de Caso é uma pesquisa empírica que:
– Investiga um fenômeno contemporâneo dentro
de seu contexto real;
– As fronteiras entre o fenômeno e o contexto não
são claramente evidentes;
– Múltiplas fontes de evidências são utilizadas.
44. Estudo de Caso
Aplicações do Estudo de Caso:
– Explicar ligações causais em intervenções ou situações da vida
real que são complexas demais para tratamento através de
estratégias experimentais ou de levantamento de dados;
– Descrever um contexto de vida real no qual uma intervenção
ocorreu;
– Avaliar uma intervenção em curso e modificá-la com base em
um Estudo de Caso ilustrativo;
– Explorar aquelas situações nas quais a intervenção não tem
clareza no conjunto de resultados.
45. Estudo de Caso
Critérios para julgar a qualidade do “design”
• Validade de constructo: estabelecer definições conceituais e
operacionais dos principais termos e variáveis do estudo para
que se saiba exatamente o que se quer estudar – medir ou
descrever. O teste é realizado através a busca de múltiplas
fontes de evidência para uma mesma variável.
• Validade Interna: estabelecer o relacionamento causal que
explique que em determinadas condições (causas) levam a
outras situações (efeitos). Deve-se testar a coerência interna
entre as proposições iniciais, desenvolvimento e resultados
encontrados.
46. Estudo de Caso
Critérios para julgar a qualidade do “design”
• Validade Externa: estabelecer o domínio sobre o qual as
descobertas podem ser generalizadas. Deve-se testar a
coerência entre os achados do estudo e resultados de outras
investigações assemelhadas.
• Confiabilidade: mostrar que o estudo pode ser repetido
obtendo-se resultados assemelhados. O protocolo do Estudo
de Caso e a base de dados do estudo são fundamentais para
os testes que indicam confiabilidade.
47. Estudo de Caso
Sobre a preparação para a condução de um
Estudo de Caso:
– Treinamento do investigador
– Construção do protocolo
48. Estudo de Caso
Treinamento do investigador:
– assegurar que ele tenha as habilidades desejadas para extrair
do caso as informações relevantes através de procedimentos
fortemente baseados na percepção e na capacidade analítica;
– ter grande conhecimento sobre os assuntos que estão sendo
estudados – como a coleta e a análise ocorrem ao mesmo
tempo ele atua como um detetive que trabalha com
evidências convergentes e inferências.
49. Estudo de Caso
Construção do protocolo:
– São procedimentos e as regras gerais que deverão ser
seguidas. A função do protocolo é a de aumentar a
confiabilidade da pesquisa ao servir como guia ao investigador
ao longo das atividades do estudo
– Por isso, é importante ter em mente que não se poderá contar
com instrumentos rígidos (tipo questionário com questões de
múltipla escolha). Pelo contrário, o mais indicado é formular
diretrizes sobre o comportamento do investigador em campo
50. Estudo de Caso
Construção do protocolo:
– O coração do protocolo consiste em um conjunto de
questões que refletem as necessidades da pesquisa. Essas
questões diferem daquelas formuladas para um survey
(levantamento) por duas razões. As questões são formuladas
para o investigador e não para os respondentes.
Cada questão deve vir acompanhada por uma lista de
prováveis fontes de evidência. Essas fontes podem incluir
entrevistas individuais, documentos ou observações. A
associação entre questões e fontes de evidência é
extremamente útil na coleta de dados.
51. Estudo de Caso
Fontes de evidências
–As entrevistas constituem a principal fonte de
evidência de um Estudo de Caso. Trata-se de
relato verbal sujeito a problemas de viés.
– Há três tipos de entrevistas:
- aberta – para extrair fatos;
- opiniões, “insights”;
- focada (perguntas previamente formuladas).
52. Estudo de Caso
Três princípios para coleta de dados:
– Usar múltiplas fontes de evidência
– Construir, ao longo do estudo, uma base de
dados
– Formar uma cadeia de evidências
53. Estudo de Caso
O Estudo de Caso deve ser significativo
– Evidentemente, se o investigador só tem acesso a
poucos locais para coleta de dados e/ou conta
com recursos muito limitados as chances de que
ele consiga fazer um estudo exemplar são
mínimas.
– Um trabalho exemplar é aquele em que; os casos
individuais são raros e de interesse público geral
e/ou os assuntos subjacentes são nacionalmente
importantes – em termos teórico político ou
prático.
54. Estudo de Caso
O Estudo de Caso deve ser significativo
– Um modo de evitar a escolha de casos
desfavoráveis a um bom trabalho é descrever,
antes da escolha, detalhes sobre a contribuição a
ser feita na hipótese do estudo ser terminado. Se
nenhuma resposta satisfatória for encontrada
deve-se reconsiderar a escolha feita.
55. Estudo de Caso
Argumentos mais comuns dos críticos do
Estudo de Caso:
– Falta de rigor;
– Influência do investigador – falsas evidências,
visões viesadas;
– Fornece pouquíssima base para generalizações;
– São muito extensos e demandam muito tempo
para serem concluídos;
56. Estudo de Caso
Respostas às críticas:
•Há maneiras de evidenciar a validade e a confiabilidade do
estudo;
•O que se procura generalizar são proposições teóricas
(modelos) e não proposições sobre populações. Nesse sentido
os Estudos de Casos Múltiplos e/ou as replicações de um Estudo
de Caso com outras amostras podem indicar o grau de
generalização de proposições.
•Nem sempre é necessário recorrer a técnicas de coleta de
dados que consomem muito tempo. Além disso, a apresentação
do documento não precisa ser uma enfadonha narrativa
detalhada.
57. Estudo de Caso
A essência de um Estudo de Caso, ou a
tendência central de todos os tipos de Estudo
de Caso é que eles tentam esclarecer “uma
decisão” ou um conjunto de decisões: por que
elas foram tomadas ? como elas foram
implementadas? e, quais os resultados
alcançados?
58. Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT)
Norma Brasileira NBR 10520 de 2002, orienta como
fazer uma citação de informações de outras fontes. São
três as possibilidades:
• Citação direta: é a cópia literal de um parágrafo, ou
uma frase, ou mesmo uma expressão extraída de uma
fonte. É cópia exatamente igual como está no
documento que foi extraído.
• Citação indireta: é dizer com as suas palavras a ideia
do autor. É fazer uma paráfrase das ideias do autor do
texto. Devemos também citar a fonte!
• Citação de citação: é uma “Citação direta ou indireta
de um texto em que não se teve acesso ao original”
(ABNT, 2002, p. 1).
59. REFERÊNCIAS
• BLANCHÉ, Robert - A Epistemologia. 2. ed. Lisboa:
Editorial Presença, 1976.
• FILHO, José Camilo dos Santos; GAMBOA, Silvio Sánchez
(Org.). Pesquisa Educacional: quantidade-qualidade. São
Paulo: Cortez, 1995.
• GIL, Antonio Carlos. Projetos de Pesquisa. 3.ed. São
Paulo: Atlas, 1996.
• __________. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social.
4.ed. São Paulo: Atlas, 1995.
• JAPIASSU, Hilton. Introdução ao pensamento
epistemológico. 7.ed.Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1934.
60. REFERÊNCIAS
• MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria.
Técnicas de Pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
• SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos
Fernández; LUCIO, Pilar Baptista. Metodología de la
Investigación. 3. ed. México: McGrawHill, 2003.
• SANTOS, Maria de Fátima dos; SANTOS, Saulo Ribeiro
dos. Metodologia da Pesquisa em Educação. São Luís:
UemaNet, 2010.
61. • TRIVIÑOS, Augusto N.S. Introdução à Pesquisa em
Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação – o
Positivismo, a Fenomenologia, o Marxismo. São Paulo:
Atlas, 1987.
• ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de
estudo e de pesquisa em administração.
Florianópolis : Departamento de Ciências da
Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2009.