O documento discute a evolução do conhecimento científico desde os primeiros estágios do desenvolvimento humano, passando pelas fases do medo, misticismo e ciência. Também aborda a diferença entre senso comum e conhecimento científico, assim como os tipos de pesquisa, métodos e classificação de trabalhos científicos.
2. METODOLOGIA DA
PESQUISA E DO TRABALHO
CIENTÍFICO
“Pesquisar é ver o que outros viram, e pensar o que nenhum outro pensou"
Albert Szent-Gyorgyi
Pesquisa e Orientação do TCC
Profª Zanda Mascarenhas
4. A evolução humana corresponde ao desenvolvimento de sua
A evolução humana corresponde ao desenvolvimento de sua
inteligência.
inteligência.
Sendo assim três níveis de desenvolvimento da inteligência
Sendo assim três níveis de desenvolvimento da inteligência
dos seres humanos desde o surgimento dos primeiros
dos seres humanos desde o surgimento dos primeiros
hominídeos:
hominídeos:
••MEDO
MEDO
••MISTICISMO
MISTICISMO
••CIÊNCIA
CIÊNCIA
5. O homem é um ser jogado no mundo, condenado a
viver a sua existência. Por ser existencial, tem que
interpretar a si e ao mundo em que vive,
atribuindo-lhes significações. Cria intelectualmente
representações significativas da realidade. A essas
representações
chamamos
conhecimento.
ROCHE (2002)
6. Vamos refletir sobre o trecho abaixo:
“Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os
“Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os
mais capazes de criar e transformar o conhecimento; somos
mais capazes de criar e transformar o conhecimento; somos
os mais capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos
os mais capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos
meios, numa situação de mudança do conhecimento.
meios, numa situação de mudança do conhecimento.
Somos os mais capazes de criar um sistema de símbolos,
Somos os mais capazes de criar um sistema de símbolos,
como a linguagem, e com eles registrar nossas próprias
como a linguagem, e com eles registrar nossas próprias
experiências e passá-las para outros seres humanos.”
experiências e passá-las para outros seres humanos.”
7. O que é Ciência?
• Acumulação de conhecimentos sistemáticos.
• Caracteriza-se pelo conhecimento racional,
sistemático, exato e verificável.
• Forma sistematicamente organizada de
pensamento objetivo.
8. Segundo alguns autores:
“A ciência é o conjunto de conhecimentos racionais, certos
ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e
verificáveis, que fazem referência a objetos da mesma
natureza” (ANDER-EGG, 1973).
“Atividade pela qual os homens adquirem um conhecimento ordenado dos
“Atividade pela qual os homens adquirem um conhecimento ordenado dos
fenômenos naturais,
trabalhando com uma metodologia particular
fenômenos naturais,
trabalhando com uma metodologia particular
(observação controlada e análise) e com um conjunto de atitudes (ceticismo,
(observação controlada e análise) e com um conjunto de atitudes (ceticismo,
objetividade, etc.)” (MARX & HILLIX, 1963).
objetividade, etc.)” (MARX & HILLIX, 1963).
“Ciência éé uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições
“Ciência uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições
logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se
logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se
deseja estudar. Um conjunto de atitudes ee atividades racionais dirigidas ao
deseja estudar. Um conjunto de atitudes
atividades racionais dirigidas ao
sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido àà
sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido
verificação.” (TRUJILLO (1974)
verificação.” (TRUJILLO (1974)
9. Senso Comum...
X
Conhecimento Científico
... é o conhecimento acumulado pelos homens, de forma empírica,
porque se baseia apenas na experiência cotidiana, sem se
preocupar com o rigor que a experiência científica exige e sem
questionar os problemas colocados justamente pelo cotidiano.
Portanto, é também um saber ingênuo uma vez que não possui
uma postura crítica. LARA, p 56, 1983
10. Senso Comum
X
Conhecimento Científico...
•
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Desconfia de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica.
Onde o senso comum vê muitas vezes fatos e acontecimentos, o conhecimento científico
vê problemas e obstáculos.
Ele busca leis gerais para os fenômenos
Ex.: a queda dos corpos é explicada pela lei da gravidade. Não acredita em milagres mas
acredita na regularidade, constância, freqüência dos fenômenos.
É generalizador, pois reúne individualidades sob as mesmas leis, sob as mesmas medidas.
Ex.: a química nos revela que a enorme variedade de corpos se reduz a um número limitado
de corpos simples que se combinam de modos variados.
Aspira à objetividade enquanto o senso comum se caracteriza pela subjetividade.
Dispõe de uma linguagem rigorosa cujos conceitos são definidos de modo a evitar qualquer
ambigüidade.
É quantitativo: busca medidas, padrões, critérios de comparação e de avaliação para coisas
que parecem ser diferentes. Por isto, a matemática se constitui em instrumento importante
de várias ciências.
Tem método rigoroso para a observação , experimentação e verificação dos fatos.
Diferentemente do Senso Comum que muitas vezes é marcado pelo sentimento, o
conhecimento científico se pretende racional.
11.
12. METODOLOGIA CIENTÍFICA
APLICADA À EDUCAÇÃO
(...) O projeto de pesquisa em educação
vislumbra respostas a problemas levantados
em sala de aula, no campo da gestão, no
exercício da coordenação pedagógica ou
problemas de enfoque social e psicológico. A
amplitude e diversidade é uma característica
do projeto de pesquisa, não se limita a
eventos ou ações didático-pedagógicas. É
comum afirmarmos que o projeto de
pesquisa é o plano da investigação para que
o educador, a partir destas respostas,
elabore projetos de ensino ou de gestão
escolar, ou retroalimente o Projeto
Pedagógico da escola.(...)
15. Segundo Martins & Bicudo (1989), a Idéia de Fato e Fenômeno
Segundo Martins & Bicudo (1989), a Idéia de Fato e Fenômeno
resume-se a descrever:
resume-se a descrever:
a) a Pesquisa “Quantitativa” → lida com fatos (tudo
aquilo que pode se tornar objetivo através da
observação sistemática; evento bem especificado,
delimitado e mensurável);
b) a Pesquisa “Qualitativa”→ lida com fenômenos ([do
grego phainomenon: aquilo que se mostra, que se
manifesta] evento cujo sentido existe apenas num
âmbito particular e subjetivo).
16. O planejamento é a força-motriz de
qualquer projeto de pesquisa
E o que é planejar, afinal?
• Ter claros objetivos predefinidos.
• Saber galgar metas viáveis.
• Almejar resultados, práticas, ações.
• Estabelecer caminhos para a ação.
17. MÉTODO E METODOLOGIA
Métodos, técnicas e metodologia cada um desses
métodos tem procedimentos metodológicos
próprios. Eis um ponto de grande confusão: método
é o mesmo que metodologia?
Não! Enquanto método é o caminho percorrido pelo
pesquisador com o intuito de alcançar os objetivos
do estudo, a metodologia diz respeito aos
estudo
procedimentos e técnicas utilizadas pelo método.
método
18. Laville e Dionne (1999) apresentam três definições importantes para
compreender melhor a terminologia que às vezes nos confunde:
• Método: “Conjunto dos princípios e dos procedimentos
aplicados pela mente para construir, de modo
ordenado e seguro, saberes válidos” (p. 335);
• Metodologia: “Estudo dos princípios e dos métodos de
pesquisa” (ibid);
• Técnica de pesquisa: “Procedimento empregado para
recolher dados de pesquisa ou para analisá-los. Tem
técnicas de coleta e técnicas de análise de
informações” (ibid).
Quando for uma citação subseqüente da mesma obra, utiliza-se aaexpressão Ibidem ––na mesma obra ––
Quando for uma citação subseqüente da mesma obra, utiliza-se expressão Ibidem na mesma obra
Ibid.(forma abreviada).
Ibid.(forma abreviada).
19. O método científico deve ser usado em estudos em
qualquer âmbito, mas os procedimentos por ele utilizados
devem ser compatíveis com o objeto de estudo.
A escolha do tema, do método e da
metodologia está condicionada aos
pressupostos filosóficos que baseiam
a visão que o pesquisador tem do
mundo e a interpretação que dá a
ele, dos quais lança mão para estudar
os fenômenos.
20. ... o método é o conjunto das atividades sistemáticas e
racionais que, com maior segurança e economia,
permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e
verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
21. • O PRODUTO DA CIÊNCIA é o conhecimento, que se constrói pela
realização de trabalhos científicos. Há vários tipos de trabalhos
científicos: artigos, trabalhos de conclusão de curso (TCC) ou
monografias, dissertações e teses.
• Cada uma dessas produções está associada a um nível educacional, com
exceção do artigo também chamado de paper, que pode ser produzido
por estudantes de vários níveis de ensino ou por pesquisadores
independentes.
• TCC e monografia são termos usados como sinônimos. Enquanto TCC é a
denominação dada aos trabalhos realizados por alunos que estão
concluindo a graduação, a monografia é elaborada como um prérequisito para a obtenção do título em cursos de pós-graduação lato
sensu. Há cursos de graduação, porém, que também exigem
monografias
• Já a dissertação e a tese são elaboradas por alunos de mestrado e
22. CLASSIFICAÇÃO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS
Estudo no qual o pesquisador reúne,
analisa e interpreta informações a respeito
de um fenômeno, mostrando domínio de
conhecimento a respeito do que já foi dito
sobre ele..
O conceito está ligado à origem
etimológica do termo: mónos (um só) e
graphein (escrever). Assim, significa que
nela o pesquisador aborda um só assunto,
ou seja, escreve a respeito de um assunto
único. Por isso, a monografia relaciona-se
mais à assimilação de conteúdos, servindo
como um ponto de partida para a prática
em pesquisa.
A principal característica deste tipo de
trabalho científico é a originalidade na
investigação. Por isso mesmo, constitui-se
em real contribuição para o conhecimento
da ciência com relação ao fenômeno
estudado.
23. CLASSIFICAÇÃO DOS TRABALHOS
CIENTÍFICOS
•
1. Monografia: o conceito está ligado à origem etimológica do termo:
mónos (um só) e graphein (escrever). Assim, significa que nela o
pesquisador aborda um só assunto, ou seja, escreve a respeito de um
assunto único. Por isso, a monografia relaciona-se mais à assimilação de
conteúdos, servindo como um ponto de partida para a prática em
pesquisa.
•
2. Dissertação: estudo no qual o pesquisador reúne, analisa e interpreta
informações a respeito de um fenômeno, mostrando domínio de
conhecimento a respeito do que já foi dito sobre ele.
•
3. Tese: a principal característica deste tipo de trabalho científico é a
originalidade na investigação. Por isso mesmo, constitui-se em real
contribuição para o conhecimento da ciência com relação ao fenômeno
estudado.
24.
25. • Certamente é inerente ao ser humano o instinto de se buscar
respostas para as suas perguntas e dúvidas. As pessoas fazem
isso diariamente seja na nossa vida pessoal, no nosso
trabalho, em nossa faculdade. Somos pessoas curiosas por
natureza, quando podemos aliar a esse impulso a disciplina e
método estamos em um caminho certo para que tenhamos
tarefas para pesquisar.
• A Associação Brasileira de Normas Técnicas a ABNT é o
órgão que rege a normalização das diversas técnicas
documentais e tecnológicas possibilitando aos pesquisadores
e também as perfeitas formatações e estruturações de
um projeto.
26. Pesquisar significa, de forma bem simples,
“procurar respostas para indagações propostas”.
(SILVA e MENEZES, 2001)
Pesquisa científica é a realização concreta de
uma investigação planejada, desenvolvida e redigida
de acordo com as normas da metodologia
consagradas pela ciência. (RUIZ, 1991)
A PESQUISA
Pesquisa é o mesmo que busca ou procura. Pesquisar,
portanto, é buscar ou procurar resposta para
alguma coisa.
27.
28. TIPOS DE PESQUISA
• Do ponto de vista da natureza das pesquisas, estas podem
ser:
• Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis
para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
Envolve verdades e interesses universais.
• Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para
aplicação prática, dirigida à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais.
29. •
•
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, podem ser:
Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em
números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são
básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos
e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e
seu significado são os focos principais de abordagem.
•
Pesquisa Quantitativa: considera o que pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las
e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de
correlação, análise de regressão).
30. •
•
•
Do ponto de vista de seus objetivos, conforme aponta Gil (1991),
podem ser:
Pesquisa Exploratória: objetiva a maior familiaridade com o
problema, tornando-o explícito, ou à construção de hipóteses.
Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que
tiveram experiências práticas com o problema pesquisado;
análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em
geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.
Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de
determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de
relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas
de coleta de dados: questionário e observação sistemática.
Assume, em geral, a forma de Levantamento.
Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam
ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o
conhecimento da realidade porque explica a razão, o porquê
das coisas. Quando realizada nas ciências naturais requer o
uso do método experimental, e nas ciências sociais requer o
uso do método observacional. Assume, em geral, as formas de
Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex post facto.
31. •
•
•
•
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos
(Gil, 1991), podem ser:
Pesquisa Bibliográfica: quando elaborada a
partir de material já publicado, constituído
principalmente de livros, artigos de periódicos
e, atualmente, material disponibilizado na
Internet.
Pesquisa Documental: quando elaborada a
partir
de
materiais que não receberam
tratamento analítico.
Pesquisa Experimental: quando se determina
um objeto de estudo, selecionam-se as
variáveis que seriam capazes de influenciá-lo,
definem-se as formas de controle e de
observação dos efeitos que a variável produz no
objeto.
32. •
•
•
•
•
Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das
pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.
Estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado
conhecimento.
Pesquisa Ex post facto: quando o “experimento” se realiza depois dos
fatos.
Pesquisa-Ação: quando concebida e realizada em estreita associação com
uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os
pesquisadores e participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Pesquisa Participante: quando se desenvolve a partir da interação
entre pesquisadores e membros das situações investigadas.
33. Fases e Etapas da Pesquisa
• Escolha do tema e elaboração do projeto da
pesquisa
• Coleta de Material/Informações
• Seleção e organização do material coletado
• Redação final e divulgação
35. O “CAMINHO DAS PEDRAS” PARA A PRODUÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS
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Seguir as regras gramaticais, guardando fidelidade à linguagem oficial.
Verificar a terminologia aplicada ao tema.
Evitar termos repetitivos enriquece o conteúdo e evita que o artigo se torne
enfadonho, mas é um fator que não deve se sobrepor ao que é prioritário: a
simplicidade e o objetivo.
Ter em fácil acesso todo o material necessário para a elaboração do
artigo, evitando interrupções que tiram a concentração.
Elaborar rascunhos e fazer revisões antes da publicação.
Ser fiel às origens (fontes) das citações garante a sustentação da idoneidade.
Ter imparcialidade quando o tema sugerido (principalmente de natureza
polêmica) implicar na análise ou constatação de diferenças culturais e sociais.
Ser autêntico, pois as ideias dizem muito sobre o autor do trabalho.
Utilizar períodos curtos e objetivos.
Evitar expressões temporais inúteis ou imprecisas, tais como “atualmente”,
“ano passado”. Para “atualmente” basta usar os verbos no tempo presente.
Para “ano passado” utilizar “em ...(ano, século ou período histórico)”, pois o
trabalho poderá ser lido no futuro.
36. O “CAMINHO DAS PEDRAS” PARA A PRODUÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS
Siga o caminho e desvie-se de...
• Frases longas (repletas de
vírgulas ou não).
• Erros ortográficos.
• Tradução literal e embromação.
• Imagens/tabelas ilegíveis.
• Erros gramaticais (paralelismo,
concordância, conjugação,
crase).
• Cópia literal.
• Blablabla (encher linguiça).
37. O PROJETO DE PESQUISA
Estrutura material do trabalho
científico
38.
39. AGORA É A SUA VEZ...
“O prazer no trabalho aperfei çoa a obra ”
Aristóteles
40. "Para pesquisar a verdade é preciso duvidar, quanto
seja possível, de todas as coisas, uma vez na vida."
René Descartes
41. Motivo da rosa
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
Cecília Meireles
Abraços,
Profª Zanda Mascarenhas