O documento descreve a história da genética, desde as primeiras teorias na Grécia Antiga até as descobertas modernas sobre DNA e código genético. Aborda conceitos-chave como cromossomos, genes, alelos, dominância, mutações e as gerações em experimentos de cruzamento.
2. O termo genética foi usado inicialmente pelo
biólogo inglês William Bateson, em 1905. Deriva
do grego gênesis, que significa geração.
Portanto, genética é o ramo da Biologia que estuda
os mecanismos de transmissão dos caracteres de
uma espécie, passados de uma geração para a outra.
Por definição, genética é a ciência da
hereditariedade.
3. Genética é o estudo da hereditariedade e
da variação. Os filhos tendem a se parecer com
os pais e isto é hereditariedade. Entretanto, os
filhos nunca são iguais aos pais, e a isto se dá o
nome de variação.
Em geral, os caracteres dos pais são
encontrados nos filhos, mas raramente na
mesma combinação.
4. HISTÓRICO DA GENÉTICA
O médico e filósofo grego Hipócrates, em 410 a.C. propôs a
primeira hipótese de que se tem notícia sobre hereditariedade: a
PANGÊNESE.
Segundo a pangênese, cada órgão ou parte do corpo de um
organismo vivo produziria partículas hereditárias chamadas
gêmulas, que seriam transmitidas aos descendentes no momento da
fecundação.
Na Antiguidade, antes de serem reconhecidos os gametas
masculinos e femininos, acreditava-se que a formação de novos
indivíduos era feita a partir do sêmen masculino, cabendo a fêmea
atuar como mera “incubadora” do ser em formação. Vários filósofos
da época de Aristóteles acreditavam que o sexo era determinado pela
origem do líquido seminal do pai: se ele fosse produzido no testículo
direito, o descendente seria macho; se fosse produzido no testículo
esquerdo, seria uma fêmea.
5. Em seus escritos, Aristóteles fez diversas críticas
à pangênese de Hipócrates.
Hipócrates Aristóteles
6. Os gametas, no entanto, só começaram a ser conhecidos em meados
do século XVII por Regnier de Graaf (1641-1673) e Antoine van
Leeuwenhoek (1632-1723).
A teoria da pré-formação ou o
Pré-formismo.
Essa teoria afirmava que havia um ser pré-formado no
espermatozóide, o desenvolvimento consistia apenas no crescimento.
Com o desenvolvimento do microscópio, o pré-formismo foi
descartado.
ESPERMATOZÓIDE CONTENDO UM
HOMÚNCULO EM
SEU INTERIOR.
7. A teoria da epigênese.
Segundo a teoria da epigênese, os seres surgem
pelo desenvolvimento da célula ovo ou
zigoto, após, portanto, a fecundação.
Em meados do século XIX foi demonstrado que
os espermatozóides penetram no óvulo, confirmando a
antiga previsão de Leeuwenhoek. Logo em
seguida, estudos microscópicos mostraram que os
espermatozóides se originam de células presentes nos
finos túbulos que constituem os testículos.
8. A ligação entre estas e
outras descobertas foi
consolidando a idéia de que
um novo ser surge da união
entre duas
células, chamadas de
gametas, uma fornecida
pelo pai – o espermatozóide
- e outra fornecida pela
mãe- o óvulo. A união dos
gametas masculinos e
femininos é a fecundação
ou fertilização.
9. Mendel e os fatores hereditários
Em 1865, o monge austríaco Gregor Mendel
concluiu que cada característica de um indivíduo era
determinada por um par de fatores hereditários.
No momento de formar os gametas, os fatores
se separavam, de modo que o gameta era portador
de apenas um fator relativo a cada característica.
10. Teoria cromossômica da herança
No início do século do século XX os
fatores hereditários idealizados por Mendel
foram localizados, estavam nos cromossomos de
todas as células, segundo a qual os fatores
hereditários, já então denominados genes, se
distribuíam ao longo do comprimento dos
cromossomos.
11. Em 1910, realizando
experimentos com a mosca
Drosophila
melanogaster, Thomas
Hunt Morgan (1866-1945)
e seus colaboradores
reforçaram essas idéias.
Por seus trabalhos nessa
área, Morgan recebeu em
1933 o Prêmio Nobel de
Fisiologia ou Medicina.
12. A descoberta do material
hereditário
Na década de 1940 foram
obtidas as primeiras evidências
de que a substância hereditária
era o DNA (ácido
desoxirribonucléico) e RNA
(ácido ribonucléico). Em
1953, James Watson e Francis
Crick propuseram o famoso
modelo da dupla-hélice para a
molécula de DNA, que explicava
as características dessa
substância como material
constituinte dos genes.
13. O código genético
Na década de 1960 os
cientistas descobriram que
os genes contêm instruções
escritas em uma espécie de
código molecular, o código
genético. Decifrar o sistema
de código genético permitiu
grande avanço não só na
Genética, mas em toda a
Biologia.
14.
15. Cromossomos
São estruturas presentes nos núcleos das células.
Os cromossomos são formados por DNA e histonas (proteínas).
DNA
Sigla do Ácido desoxirribonucléico. Molécula mestra da vida. O
DNA contém todas as informações genéticas de um indivíduo
(código genético).
Caráter
É qualquer característica, interna ou externa, morfológica, funcional
ou comportamental que um indivíduo apresenta.
Caracteres Adquiridos
Resultam diretamente da ação do meio e, em geral, são infecções,
hipertrofias ou atrofias.
16. Caracteres Hereditários
São genes transmitidos de pais a filhos pelos gametas.
Caracteres Congênitos
São adquiridos na fase embrionária. A maioria é de infecções e
más-formações.
Cromossomos homólogos
São considerados homólogos entre si os cromossomos que
juntos formam um par. Esses pares só ocorrem nas células
somáticas, que são diplóides. Num par os dois homólogos
possuem genes para os mesmos caracteres. E esses têm
localização idêntica nos dois cromossomos.
17. Locus ou loco
É o local certo e invariável que cada gene ocupa no cromossomo.
Como locus é termo latino, o seu plural é loci. O posicionamento e um
gene fora do seu locus normal em determinado cromossomo
implica, quase sempre, uma mutação.
Gene (fator ou determinante)
Entidade biológica responsável pela diferenciação dos caracteres
hereditários dos seres vivos. São “pedaços” da molécula de DNA que
contém informações para produção de enzimas que induzirá o
aparecimento de uma característica.
18. Genes Alelos
São aqueles que formam par e se situam em loci correspondente nos
cromossomos homólogos. Evidentemente, respondem pelo mesmo
caráter, ainda que tenham expressões diversas. Ex. gene para olhos castanhos e
gene para olhos azuis.
Genoma
Conjunto de genes de um organismo, o patrimônio genético armazenado no
conjunto de seu DNA ou de seus cromossomos. Possui informações sobre as
principais características hereditárias, alterações e doenças que o ser pode
sofrer em sua vida. Conhecer e localizar os genes humanos possibilita intervir
sobre aqueles responsáveis pelas doenças.
19. Dominância e Recessividade
Dominância é a capacidade que tem um gene de
impedir a manifestação do seu alelo. O gene que assim
se comporta é chamado dominante. O gene que não se
manifesta em presença do seu alelo dominante é
qualificado como recessivo. Ele
revela, portanto, recessividade. Os genes dominantes
são representados por letras maiúsculas (A, B, C, D) e
os genes recessivos são representados por letras
minúsculas (a, b, c, d).
20. Os genes alelos podem ser classificados em:
Homozigotos ou de linhagem pura: são genes iguais
para a mesma característica. Podem ser dominantes
(AA, BB, CC) ou recessivos (aa, bb, cc).
Heterozigotos ou híbridos: são genes diferentes para a
mesma característica, isto é um gene é dominante e o
outro é recessivo. Aa, Bb, Cc.
21. Genótipo: corresponde ao conjunto de genes do indivíduo.
Ele condiciona o fenótipo.
Fenótipo: corresponde as características observáveis do
indivíduo. É influenciado pelo ambiente. Ex: cor dos
olhos, cor e tipo de pele e cabelos, grupos sanguíneos.
Peristase: quando o ambiente interfere no fenótipo.
FENÓTIPO = GENÓTIPO + AMBIENTE
Ex: A Obesidade é uma doença genética, “você” nasce
com a tendência, e só desenvolve se o ambiente que
“você” vive, colaborar, Se vive num mundo de Fast-
foods, com quase certeza a doença vai se desenvolver.
22. Fenocópia
É a ocorrência de um caráter não hereditário
(caráter adquirido) que simula bastante a
manifestação de um caráter comprovadamente
hereditário. Em outras palavras, é uma cópia, uma
imitação de um fenótipo, obtida da ação exclusiva
do meio ambiente. Exemplo: O nanismo
hipofisário (hormônio do crescimento da hipófise)
simula bastante o nanismo acondroplástico, que é
hereditário. Logo o primeiro é uma fenocópia do
segundo.
23. Penetrância ou grau de penetrância de um gene
É a freqüência real com que determinado gene se
manifesta fenotipicamente, nem sempre corresponde à
freqüência esperada. O nanismo acondroplástico
(anormalidade que caracteriza o anão de circo), por
exemplo, é determinado por um gene dominante.
Assim, seria de se esperar que 100% dos portadores do
genótipo Nn (Heterozigoto) fossem anões. Todavia, a
observação prática mostrou que apenas 80% dos Nn
são anões. Dizemos então, que a penetrância desse
gene é de 80%, já que em 20% dos casos ele não
funciona.
24.
25. Expressividade de um gene
É a capacidade que tem um gene de revelar a sua
expressão com maior ou menor intensidade. Os genes que
condicionam a produção de melanina, dando cor à
pele, podem ter sua expressividade aumentada conforme
a maior exposição do indivíduo à ação dos raios
ultravioletas da luz solar.
Mutação
É qualquer modificação no patrimônio genético, seja na
estrutura da molécula de DNA (mutação gênica), seja na
quantidade ou tamanho dos cromossomos (mutação
cromossômica ou estruturais).
26. Geração Parental (P)
Geração constituída por dois indivíduos homozigotos de
genótipos diferentes e que se cruzam para produzir uma
descendência híbrida.Ex: AA e aa.
Geração F1
Geração resultante do cruzamento entre dois homozigotos
contrastantes e constituída apenas por indivíduos
heterozigotos. Ex: Aa e Aa.
Geração F2
Geração resultante da autofecundação ou do cruzamento
entre si, dos indivíduos heterozigotos da geração F1. Ex;
AA, Aa e aa.