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NAVARRO da Costa, Mário (1883-1931). Nascido no Rio de Janeiro e falecido em Florença.
Estudou por muito pouco tempo com José Maria de Medeiros e Rodolfo Amoedo, sem nunca
porém ter cursado a Escola Nacional de Belas Artes. Suas marinhas começaram a ser notadas
no Salão de 1907, quando lhe garantiram uma menção honrosa de 1º grau e motivaram a
Gonzaga Duque uma análise cheia de simpatia e compreensão:

- Promete por seu sentimento estético preencher o vazio deixado pelo pranteado Castagneto e,
talvez, ser notabilizado no gênero.

Foi ainda premiado nos Salões de 1912 (medalha de bronze) e 1920 (prata). Expôs
individualmente pela primeira vez em 1910, na Associação dos Empregados do Comércio do
Rio de Janeiro, e em 1912 e 1913 participou dos salões organizados pela Sociedade Juventas,
núcleo da futura Sociedade Brasileira de Belas Artes.

Em 1914 realizou no Teatro João Caetano do Rio de Janeiro sua segunda individual; no
mesmo ano ingressou na carreira diplomática como auxiliar de consulado, sendo enviado a
Nápoles. Aproveitando a permanência nessa cidade freqüentou a Academia de Belas Artes,
tornando-se aluno de Ulrico Pistilli e Attilio Pratella. O último, marinhista notável, iria marcá-lo
com certa intensidade, e não seria demasiado vincular à maneira do pintor napolitano certos
efeitos e empastamentos visíveis na arte do brasileiro.

Pouco ficaria porém em Nápoles, já que, com o advento da Guerra, é transferido para Lisboa,
em cuja vida artística e cultural integra-se. Em 1916 quatro de suas telas participam da
exposição anual da Sociedade Nacional de Belas Artes, e uma delas - Porto de Pozzuoli à
Tarde - é contemplada com medalha de primeira classe. É na mesma Sociedade que em
fevereiro de 1917 expõe 34 óleos, 21 pastéis e aquarelas, várias dessas obras tendo sido já
feitas em Portugal, outras trazidas da Itália e mesmo do Rio de Janeiro. Em fins do mesmo ano
efetua na Galeria da Misericórdia, do Porto, nova exposição: nada menos de 53 óleos e 7
pastéis, todos já com motivos portugueses. Sua notoriedade é grande, em Portugal:
Columbano, Souza Pinto e Carlos Reis são seus admiradores, Malhoa lhe executa inclusive o
retrato. Quando deixa a capital lusitana, transferido para Paris, leva no peito as insígnias de
Comendador da Ordem de São Tiago da Espada.

Por um ano permanece em Paris, ocasião em que sua visão pictórica aprofunda-se e
amadurece. Ao contato com a obra dos impressionistas, sua paleta torna-se mais luminosa; por
outro lado, é quase certo que tenha visto, na efervescente Paris do imediato pós-guerra,
manifestações de arte de vanguarda. Sentiu de perto, e isso se reflete em sua paleta, o
impacto do Fovismo: telas como O Sena em Saint-Germain-en-Laye, Pont Royal e Pont
Solferino intermesclam ingredientes herdados do Impressionismo, com outros obviamente
fovistas.

Nova remoção na carreira consular leva-o a Munique. Ali, e em rápidas escapadas aos Países
Baixos e à Bélgica, realiza relativamente poucas obras: com freqüência as saudades do sol
meridional levam-no a procurar o Sul. Então, refugia-se em Veneza, onde produz Pérgola de
Veneza, Casa de Tintoretto, Palácios do Gran Canale e muitas outras.

Em meados da década de 1920 está no Rio de Janeiro, onde expõe em 1926 e onde pouco
depois funda com outros artistas a Associação de Artistas Brasileiros, da qual será o primeiro
presidente. Infelizmente, poucos anos restavam-lhe de vida, pois Navarro da Costa faleceu aos
48 anos, em Florença, quando se preparava para assumir o consulado brasileiro em Livorno.

Se pintores como Castagneto pertencem totalmente ao Séc. XIX, Navarro da Costa, ao
contrário, não pode ser entendido sem o Séc. XX no qual atuou. Nada deve a Grimm, muito
embora suas primeiras marinhas mostrem nítida influência de Castagneto. Mas sua arte é mais
construída e menos espontânea que a desse célebre marinhista, além de a nortear, também,
um sentimento cromático muito mais intenso. O pintor com que mais se assemelha, entre os
brasileiros, é sem dúvida Garcia Bento, não apenas pela utilização, que ambos fizeram, da
espatulagem, como sobretudo por um tipo específico de visão. Mas Navarro da Costa possui
maior inteligência pictórica que Garcia Bento, mesmo porque, devido à sua atividade de
diplomata, logrou ver, na Europa, as novas tendências estéticas no momento, quase, em que
faziam sua aparição no cenário artístico. Depõe de maneira positiva, em seu favor, o ter ele
buscado entender e mesmo aceitado, ao menos parcialmente, algumas de tais tendências,
adaptando-as embora à sua visão particular. Se nos é impossível ver, na obra de Navarro da
Costa, qualquer marca cubista (como chegaram a aventar alguns dos seus críticos), é inegável
que por ela perpassa vaga influência fovista, residindo na cor e na textura os pontos mais
modernos de sua produção.

A tendência da crítica, desde há alguns anos, é lhe conceder o primeiro lugar entre todos os
nossos marinhistas. É o que fizeram Nogueira da Silva e Ronald de Carvalho e, mais
recentemente, Celso Kelly e Pedro Caminada Manuel Gismondi. O próprio Quirino Campofiorito
parece ser da mesma opinião, ao escrever:

- No Brasil, a luminosidade tropical dos temas marinheiros não teve pintor que superasse os
registros de sua intensidade que lhe asseguraram as tintas da paleta de Mário Navarro da
Costa através de seus pincéis, sempre guiados por uma irrefreável espontaneidade e um
marcado domínio do ofício.

                        Porto de Leixões, Portugal, óleo s/ tela, 1901;
                         0,80 X 1,00, Pinacoteca do Estado de SP.

                        Porto de Leixões, Portugal, óleo s/ tela, 1901;
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                         Sol de Verão em Veneza, óleo s/ tela, 1923;
                 1,34 X 1,60, Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty, RJ.

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Mário Navarro da Costa

  • 1. NAVARRO da Costa, Mário (1883-1931). Nascido no Rio de Janeiro e falecido em Florença. Estudou por muito pouco tempo com José Maria de Medeiros e Rodolfo Amoedo, sem nunca porém ter cursado a Escola Nacional de Belas Artes. Suas marinhas começaram a ser notadas no Salão de 1907, quando lhe garantiram uma menção honrosa de 1º grau e motivaram a Gonzaga Duque uma análise cheia de simpatia e compreensão: - Promete por seu sentimento estético preencher o vazio deixado pelo pranteado Castagneto e, talvez, ser notabilizado no gênero. Foi ainda premiado nos Salões de 1912 (medalha de bronze) e 1920 (prata). Expôs individualmente pela primeira vez em 1910, na Associação dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro, e em 1912 e 1913 participou dos salões organizados pela Sociedade Juventas, núcleo da futura Sociedade Brasileira de Belas Artes. Em 1914 realizou no Teatro João Caetano do Rio de Janeiro sua segunda individual; no mesmo ano ingressou na carreira diplomática como auxiliar de consulado, sendo enviado a Nápoles. Aproveitando a permanência nessa cidade freqüentou a Academia de Belas Artes, tornando-se aluno de Ulrico Pistilli e Attilio Pratella. O último, marinhista notável, iria marcá-lo com certa intensidade, e não seria demasiado vincular à maneira do pintor napolitano certos efeitos e empastamentos visíveis na arte do brasileiro. Pouco ficaria porém em Nápoles, já que, com o advento da Guerra, é transferido para Lisboa, em cuja vida artística e cultural integra-se. Em 1916 quatro de suas telas participam da exposição anual da Sociedade Nacional de Belas Artes, e uma delas - Porto de Pozzuoli à Tarde - é contemplada com medalha de primeira classe. É na mesma Sociedade que em fevereiro de 1917 expõe 34 óleos, 21 pastéis e aquarelas, várias dessas obras tendo sido já feitas em Portugal, outras trazidas da Itália e mesmo do Rio de Janeiro. Em fins do mesmo ano efetua na Galeria da Misericórdia, do Porto, nova exposição: nada menos de 53 óleos e 7 pastéis, todos já com motivos portugueses. Sua notoriedade é grande, em Portugal: Columbano, Souza Pinto e Carlos Reis são seus admiradores, Malhoa lhe executa inclusive o retrato. Quando deixa a capital lusitana, transferido para Paris, leva no peito as insígnias de Comendador da Ordem de São Tiago da Espada. Por um ano permanece em Paris, ocasião em que sua visão pictórica aprofunda-se e amadurece. Ao contato com a obra dos impressionistas, sua paleta torna-se mais luminosa; por outro lado, é quase certo que tenha visto, na efervescente Paris do imediato pós-guerra, manifestações de arte de vanguarda. Sentiu de perto, e isso se reflete em sua paleta, o impacto do Fovismo: telas como O Sena em Saint-Germain-en-Laye, Pont Royal e Pont Solferino intermesclam ingredientes herdados do Impressionismo, com outros obviamente fovistas. Nova remoção na carreira consular leva-o a Munique. Ali, e em rápidas escapadas aos Países Baixos e à Bélgica, realiza relativamente poucas obras: com freqüência as saudades do sol meridional levam-no a procurar o Sul. Então, refugia-se em Veneza, onde produz Pérgola de Veneza, Casa de Tintoretto, Palácios do Gran Canale e muitas outras. Em meados da década de 1920 está no Rio de Janeiro, onde expõe em 1926 e onde pouco depois funda com outros artistas a Associação de Artistas Brasileiros, da qual será o primeiro presidente. Infelizmente, poucos anos restavam-lhe de vida, pois Navarro da Costa faleceu aos 48 anos, em Florença, quando se preparava para assumir o consulado brasileiro em Livorno. Se pintores como Castagneto pertencem totalmente ao Séc. XIX, Navarro da Costa, ao contrário, não pode ser entendido sem o Séc. XX no qual atuou. Nada deve a Grimm, muito embora suas primeiras marinhas mostrem nítida influência de Castagneto. Mas sua arte é mais construída e menos espontânea que a desse célebre marinhista, além de a nortear, também, um sentimento cromático muito mais intenso. O pintor com que mais se assemelha, entre os brasileiros, é sem dúvida Garcia Bento, não apenas pela utilização, que ambos fizeram, da espatulagem, como sobretudo por um tipo específico de visão. Mas Navarro da Costa possui maior inteligência pictórica que Garcia Bento, mesmo porque, devido à sua atividade de
  • 2. diplomata, logrou ver, na Europa, as novas tendências estéticas no momento, quase, em que faziam sua aparição no cenário artístico. Depõe de maneira positiva, em seu favor, o ter ele buscado entender e mesmo aceitado, ao menos parcialmente, algumas de tais tendências, adaptando-as embora à sua visão particular. Se nos é impossível ver, na obra de Navarro da Costa, qualquer marca cubista (como chegaram a aventar alguns dos seus críticos), é inegável que por ela perpassa vaga influência fovista, residindo na cor e na textura os pontos mais modernos de sua produção. A tendência da crítica, desde há alguns anos, é lhe conceder o primeiro lugar entre todos os nossos marinhistas. É o que fizeram Nogueira da Silva e Ronald de Carvalho e, mais recentemente, Celso Kelly e Pedro Caminada Manuel Gismondi. O próprio Quirino Campofiorito parece ser da mesma opinião, ao escrever: - No Brasil, a luminosidade tropical dos temas marinheiros não teve pintor que superasse os registros de sua intensidade que lhe asseguraram as tintas da paleta de Mário Navarro da Costa através de seus pincéis, sempre guiados por uma irrefreável espontaneidade e um marcado domínio do ofício. Porto de Leixões, Portugal, óleo s/ tela, 1901; 0,80 X 1,00, Pinacoteca do Estado de SP. Porto de Leixões, Portugal, óleo s/ tela, 1901; 0,80 X 1,00, Pinacoteca do Estado de SP. Sol de Verão em Veneza, óleo s/ tela, 1923; 1,34 X 1,60, Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty, RJ.