A Inquisição foi criada em 1233 para localizar e punir hereges. Restaurada em 1542, perseguia qualquer um suspeito de praticar outras religiões ou desafiar a autoridade da Igreja. Em Portugal, os cristãos-novos, descendentes de judeus convertidos, eram as principais vítimas. A Inquisição usava tortura para extrair confissões e realizava autos-de-fé públicos para condenar hereges à morte.
1. A Inquisição
A Inquisição foi criada pelo Papa Gregório IX em 20 de abril de 1233, e
tinha o caráter de instituição judicial cujos objetivos eram localizar,
processar e sentenciar pessoas culpadas de heresia. Restaurada pelo
Papa Paulo III, em 1542,a Inquisição vigiava, perseguia e condenava
aqueles que fossem suspeitos de praticar outras religiões. Exercia
também uma severa vigilância sobre o comportamento moral dos fiéis e
censurava toda a produção cultural bem como resistia fortemente a
todas as inovações científicas. Na verdade, a Igreja receava que as
ideias inovadoras conduzissem os crentes à dúvida religiosa e à
contestação da autoridade do Papa. Leitura do doc da pág 119
2. Em Portugal, a Inquisição
foi introduzida em 1536,
no reinado de D. João III,
e as suas principais
vítimas foram os
cristãos-novos, isto é,
os descendentes dos
judeus convertidos ao
Cristianismo durante o
reinado de D. Manuel I.
sambenito
Pedro Berruguete [1450 – 1503]
Auto-de-fé; Museu do Prado
3. Em muitos casos as perseguições e as condenações não eram motivadas por
razões religiosas, mas sim por razões económicas. É que os bens dos
condenados passavam a pertencer à Inquisição e muitos cristãos-novos eram
ricos burgueses.
Quando não havia certeza sobre a culpabilidade do acusado, mas sendo
provável que o mesmo realizara o crime que lhe era imputado, o Tribunal, por
maioria dos seus membros, podia recomendar a tortura como meio de ser obtida
a confissão.
Leitura do doc da pág 120
4. A tortura era um recurso utilizado para extrair confissões dos
acusados de pequenos delitos, até crimes mais graves. Diversos
métodos de tortura foram desenvolvidos ao longo dos anos. Os
métodos de tortura mais agressivos eram reservados àqueles que
provavelmente seriam condenados à morte.
14. Cadeira inquisitória
Empregada em interrogatórios
pelo inquisidor. O réu sentava nu
e com o mínimo de movimento, as
agulhas penetravam-lhe o corpo,
provocando efeitos terríveis. A
cadeira, às vezes, era aquecida
até ficar em brasa. Esta ao lado
tem 1.606 pontas de madeira e 23
de ferro.
15. A dama de Ferro:
É uma espécie de
sarcófago com espinhos
metálicos na face interna
das portas. Estes
espinhos não atingiam os
órgãos vitais da vítima,
mas feriam gravemente.
Mesmo sendo um método
de tortura, era comum
que as vítimas fossem
deixadas lá por vários
dias, até que morressem.
16. Mesa de evisceração
Conhecida também
de esquartejamento
manual.O condenado
era colocado deitado,
preso pelas juntas e
eviscerado vivo pelo
carrasco. Abria-lhe o
estômago com uma
lâmina, prendia com
pequenos pregos as
vísceras e, com a
roda, lentamente ia
puxando os ganchos.
Os órgãos iam saindo
do corpo durante
horas, até morrer.
17. Roda de
Despedaçamento
Este instrumento produzia um
sistema de morte horrível. Sob
a roda colocava-se brasas, e o
carrasco, girando a roda cheia
de pontas, fazia com que o
condenado morresse
praticamente assado. Esteve
em uso no período de 1100 a
1700.
18. Balcão de estiramento
Instrumento para
desmembramento dos
ombros e as
articulações do
condenado, seguido
pelo desmembramento
da coluna vertebral e
então pelo rompimento
dos músculos, abdome
e peito. Antes desses
efeitos mortais, porém,
o corpo da vítima se
alongava até trinta
centímetros.
19. As pessoas viviam
amedrontadas e sabiam que
podiam ser denunciadas a
qualquer momento sem que
houvesse necessariamente
razão para isso. Quando
alguém era denunciado,
levavam-no preso e, muitas
vezes, era torturado até
confessar. Alguns dos
suspeitos chegavam a
confessar-se culpados só
para acabar com a tortura.
No caso do acusado não se
mostrar arrependido ou de
ser reincidente, era
condenado, em cerimónias
chamadas autos-da-fé, a
morrer na fogueira.
20. As sentenças do Tribunal eram lidas e executadas em Cerimónias
públicas - Autos de Fé
21. Os autos de Fé eram
espectáculos
cuidadosamente
encenados que tinham
como finalidade
comover as massas.
Os gritos dos
condenados
provocavam o júbilo da
assistência.
Exclamações de alegria
acompanhavam as
sessões
22. Toda a atmosfera criada tinha como objectivo levar à confissão pelo
medo e pelo terror. A morte pelo fogo era um acto de fé para salvar uma
alma condenada